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cometidos por adolescentes. O ILANUD (Instituto Latino Americano das
Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente), entre
2000 e 2001, mostrou que, dentre 2.100 adolescentes acusados, apenas 1,6%
haviam cometido algum crime contra a vida, qualificado como homicídio. A
maioria dos delitos é contra a propriedade.
Ou seja, essa análise recente, como outras, nos mostra claramente que o
universo de jovens que cometem crimes graves é relativamente pequeno, se
comparado ao do adulto. Dentro dele, a proporção dos que cometem
homicídios é menor ainda, e o subconjunto dos crimes hediondos é raríssimo!
Portanto, a redução da maioridade penal não teria qualquer impacto na
melhora do atual quadro de violência. Na verdade, poderia piorá-lo. É fácil
imaginar o porquê: basta pensar no sistema penal, em nossas cadeias e
indagar se elas são um sucesso para os que vivem e trabalham ali e para a
sociedade?
Ora, se o Estado não faz valer o Direito, como fará para estabelecer o
cumprimento do Dever? Vamos sim aplicar o Estatuto, antes de procurar
modificá-lo. Vamos sim cobrar do Estado uma educação e saúde de qualidade,
a criação de espaços de lazer e cultura nos lugares sem equipamentos sociais,
programas sociais com atendimento de excelência para todos os meninos e
meninas de nosso país. O Estatuto é nossa procuração, ele diz que é
responsabilidade de todos nós (da sociedade), da família e do Estado priorizar
em tudo a criança e o adolescente – e isso quer dizer na aplicação do dinheiro
de nossos impostos também.