Professional Documents
Culture Documents
INTRODUÇÃO:
Página 3 de 27
Página 4 de 27
Página 5 de 27
"É verdade que, sem liderança, sem disciplina, sem ordem, sem
decisão, sem objectivos, sem tarefas a cumprir e contas a presta não há
organização e, sem esta, se dilui a acção revolucionária. Nada disso,
contudo, justifica o manejo das massas populares, a sua coisificação"
(Freire, 1975 b, p. 251).
Página 6 de 27
Mintzberg (1995), citado por Lima (1998) apresenta cinco estruturas existentes
nas organizações: o vértice estratégico, a linha hierárquica, o centro operacional, a
tecnoestrutura e o pessoal de apoio, cada elemento com funções específicas dentro do
sistema, mas que podem interagir das mais variadas formas e mediante um variado
leque de factores.
O vértice estratégico encontra-se no topo da hierarquia e é aqui que se efectuam
a maior parte das decisões. Esta estrutura tem como objectivo assegurar o cumprimento
da missão de uma forma eficaz, bem como assegurar todo tipo de supervisão. Cabe-lhe
ainda toda a responsabilidade da organização, tanto a nível interno, como a nível
externo (Silva, 2005).
Na linha hierárquica a sua principal função prende-se com o estabelecimento de
laços entre as diferentes partes da organização. Neste contexto cabe à linha hierárquica
estabelecer o elo de ligação entre todos os elementos, especificamente divulgando toda
a informação do vértice estratégico para toda a estrutura (Silva, 2005).
Cabe ao centro operacional iniciar todo o processo de produção, que numa
organização escolar corresponde às aprendizagens efectuadas pelos alunos. Neste
contexto os professores são os operacionais, pois são eles que produzem as
aprendizagens dos alunos (Silva, 2005).
A Tecnoestrutura tem como objectivo observar/avaliar todo o sistema e seu
funcionamento, bem como assegurar a comunicação com os gestores de linha
hierárquica que por sua vez fazem uma adaptação do sistema às necessidades. Na
organização escolar esta estrutura é desenvolvida pelos professores ou directores (Silva,
2005).
Na estrutura do pessoal de apoio os operacionais têm a função de sustentar e
promover todo o processo de produção, correspondendo nas organizações escolares ao
pessoal não docente (Silva, 2005).
1.1.3. CONFIGURAÇÕES ORGANIZACIONAIS DA ESCOLA:
Página 7 de 27
Página 8 de 27
debate sobre a eficácia dos sistemas educativos e das escolas. Melhorar a qualidade dos
sistemas de ensino e de educação é uma preocupação fulcral das políticas educativas
contemporâneas, razão pela qual é necessário (re)pensar procedimentos ou instâncias de
avaliação, de formas e estruturações variadas e prosseguindo objectivos diferenciados
Azevedo, 2002).
A avaliação institucional aquela em que o processo de avaliação é inserida em
escolas públicas e privadas para avaliar, estas instituições com o objectivo de melhorar a
qualidade de ensino (Lafond, et al, 1999).
A avaliação está associada intrinsecamente à escola de duas formas, enquanto
estabelecimento autónomo que vai elaborar e implementar um projecto educativo e
pedagógico para melhorar o seu ambiente, o seu funcionamento e os seus resultados
através da auto-avaliação, ou avaliação interna e enquanto estabelecimento de ensino
que tem de prestar contas à autoridade de tutela, aos pais e à opinião pública em geral
(avaliação externa) (Lafond, et al, 1999).
1.2.2. PORQUÊ AVALIAR AS ESCOLAS:
Para Lafond (1999) existem inúmeras razões que podem ser evocadas para justificar
a avaliação das escolas, no entanto distingue três: a pressão da opinião pública; a
constatação da singularidade de cada escola e o acréscimo da autonomia atribuída às
escolas desde o inicio dos anos 80 (Lafond, et al, 1999).
Os pais, as empresas, que empregam os ex estudantes, e a opinião pública em geral
têm uma tendência inata para julgar as escolas. Institui-se assim, uma avaliação
selvagem assente em opiniões muitas vezes estereotipadas e fomentada pela imprensa
que pretende que uma escola seja melhor em detrimento de outra. Perante este cenário
os pais mais cautelosos colocam os seus filhos nas escolas com melhor reputação
causando por conseguinte um clima pouco saudável de concorrência entre as escolas
(Lafond, et al, 1999).
A segunda justificação prende-se com o facto de cada escola possuir a sua própria
identidade, personalidade e o seu próprio ambiente. Esta constatação foi descoberta nos
anos 80 quando escolas em contexto socioeconómicos semelhantes, e dispondo de
recursos humanos, financeiros e materiais idênticos podiam obter resultados escolares
muito diferente (Lafond, et al, 1999).
Estes dados indicavam que o tipo de direcção, a qualidade das relações humanas, a
existência, ou não de trabalho em equipa, qualidade da organização pedagógica, a
Página 9 de 27
melhor ou pior utilização dos recursos disponíveis é também elementos que justificam a
diferença de resultados de uma escola para outra. Para avaliar uma escola não devemos
proceder à sua apreciação através de análise isolada dos elementos, mas apreendê-la
como um todo (Lafond, et al, 1999).
O terceiro factor dá enfoque a um acréscimo de autonomia e à capacidade de tomar
iniciativas de acordo com a realidade concreta de cada uma das escolas. Esta autonomia
além de permitir uma maior capacidade na tomada de decisões implica, também
responsabilidade e obrigação de prestar contas (Lafond, et al, 1999).
1.2.3. QUE AVALIAÇÃO?
Página 10 de 27
Tal como foi enunciado anteriormente a sociedade tem vindo a sofrer grandes
mutações que obrigaram a repensar a estrutura da escola (Mendes, 2002).
Esta mudança é caracterizada pela pressão social sobre a escola, no sentido de
ajustar/reconstruir o currículo com o objectivo de ajustar a adequação da oferta às
necessidades (Roldão, 1999)
Roldão (1999) afirma que esta mudança não implica a invenção de um novo
currículo, mas pelo contrário a consciencialização da mutabilidade da realidade.
Antes de partir para a questão da gestão curricular é primeiro necessário entender o
conceito de currículo. Para Roldão (1999) o currículo é passível de várias
interpretações, no entanto se se pretende defini-lo diacronicamente pode-se afirmar que
o currículo escolar é “em qualquer circunstância o conjunto de aprendizagens que, por
se considerarem socialmente necessárias num dado tempo e contexto, cabe à escola
garantir e organizar” (p.24).
Desta forma pode entender-se que os programas nacionais, enquadrados no
funcionamento uniforme de uma escola e de um sistema constituem o currículo e
evidenciam uma determinada forma de o gerir de acordo com as finalidades de um
determinado período da história das escolas e dos sistemas (Roldão, 1999).
Canavarro (2001) afirma igualmente que a gestão curricular nada tem de novo,
sempre se geriu o currículo e sempre terá que se gerir. A gestão do currículo continua a
implicar decidir o que ensinar e porquê, como, quando, com que prioridades, com que
meios, com que organização, com que resultados, etc. A grande alteração prende-se com
a maior autonomia na tomada de decisões. Enquanto, anteriormente, a maioria das
decisões passavam distantes à escola e aos professores, limitando a gestão curricular e
consequentemente a tomada de decisões, actualmente maiorias das decisões estarão
cada vez mais no domínio da gestão curricular de escola e dos seus docentes.
Página 11 de 27
Página 12 de 27
Página 13 de 27
Página 14 de 27
Desde logo foi definido, como única certeza, que o tema do trabalho estaria
necessariamente associado aos três conceitos abordados na unidade curricular
(organização escolar, gestão curricular e avaliação institucional).
Pelo manancial de estudo que os conceitos representam o título do trabalho surgiu
com alguma dificuldade, uma vez que havia a preocupação de que este surgisse de forma
simplificada e não redutor, de modo a transmitir a essência do trabalho. RUMO DE UMA
INSTITUCIONAL foi, então, o “embrião” que deu forma à pergunta de partida: “QUAIS AS
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL?
Página 15 de 27
Neste tópico é descrito a síntese da grelha de análise documental (vide anexo 1), de
modo a verificar a evolução, nos últimos dez anos, ao nível da organização escolar, gestão
curricular e avaliação institucional, tendo como referência os decretos de lei 115-A/98;
24/99; 6/2001 e 75/2008.
Ao nível da organização escola pode-se verificar que existiram alterações significativas
que passaram pela maior autonomia concebida aos órgãos de direcção, administração e
gestão, a alteração das designações de cargos, o surgimento de um procedimento concursal
para a eleição do director, o aumento das competências do director, o surgimento dos
direitos e deveres do director, a maior representatividade da comunidade educativa e
comunidade exterior na escola, a maior representatividade dos membros dos vários ciclos
na direcção, maior preocupação na representação de todos os elementos representativos nas
reuniões, o alargamento das áreas de actuação do director (pedagógica, cultural,
administrativa, financeira e patrimonial), a diminuição do n.º de membros, mas maior
representatividade do conselho pedagógico, o acréscimo de um conselho geral transitório
para permitir à escola maior autonomia, a possibilidade de dissolução dos órgãos do
conselho pedagógico, o aumento das estruturas de coordenação do conselho
administrativo, a alteração das funções do serviço técnico e técnico pedagógico, a redução
da componente lectiva e dos suplementos remuneratórios e a maior extensão e organização
das áreas que integram os serviços técnicos e técnico pedagógicos.
Página 16 de 27
3. CONCLUSÕES:
Página 17 de 27
Página 18 de 27
adequar o currículo às necessidades dos alunos, que não são, nem podiam ser,
contempladas num currículo estruturado em todos os seus pormenores à escala nacional.
Ao nível da avaliação institucional, pela análise feita anteriormente, conclui-se
que houve uma mudança na última década advinda igualmente um reforço de autonomia.
Este reforço de autonomia ao nível dos órgãos de direcção das escolas, tal como afirma
Lafond (1999), traduz-se numa eficácia da execução das medidas da política educativa e da
prestação do serviço público que pressupõe a prestação de contas, através dos
procedimentos de auto-avaliação e de avaliação externa.
Perante os dados acima apresentados, os indicadores apontam no sentido de
ocorrência de mudanças ao nível da organização escolar, gestão curricular e avaliação
institucional na última década.
Página 19 de 27
4. BIBLIOGRAFIA:
Página 20 de 27
Página 21 de 27
Página 22 de 27
CATEGORIAS
Dec. Lei 115/A Dec.Lei 24/99 Dec. Lei 6/2001 Dec. Lei 75/2008 SÍNTESE
DE ANÁLISE
1. O presidente do conselho 1. O presidente do conselho 1. Autonomia é reconhecida ao agrupamento de - Maior autonomia concebida
executivo ou o director executivo ou o director e escolas ou à escola não agrupada (…) de tomar aos órgãos de direcção,
participam nas reuniões da o presidente do decisões nos domínios (…) da gestão dos recursos administração e gestão;
assembleia, sem direito a conselho pedagógico humanos, da acção social escolar e da gestão
voto; participam nas reuniões estratégica, patrimonial, administrativa e - Alteração das designações de
2. Os representantes dos pais e da assembleia, sem financeira, no quadro das funções, competências e director e conselho geral.
encarregados de educação são direito a voto. recursos que lhe estão atribuídos.
designados pelas respectivas 2. Os representantes dos 2. São órgãos de direcção, administração e gestão dos
organizações representativas agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas - Maior representatividade da
pais e encarregados de comunidade educativa e
e, na falta das mesmas, nos educação são indicados os seguintes:
termos a definir no a) O conselho geral; comunidade exterior na escola;
em assembleia-geral de
regulamento interno. pais e encarregados de b) O director;
3. Nas escolas em que funciona educação da escola, sob c) O conselho pedagógico; - Maior representatividade dos
a educação pré-escolar ou o proposta das respectivas d) O conselho administrativo. membros dos vários ciclos na
1.o ciclo conjuntamente com organizações 3. Alteração das competências da assembleia-geral direcção;
ORGANIZAÇÃO outros ciclos do ensino (maior autonomia),
ESCOLAR representativas, e, na
básico, um dos membros do falta das mesmas, nos 4. Os representantes dos alunos, do pessoal docente e - Maior preocupação na
conselho executivo, o director termos a definir no não docente no conselho geral são eleitos representação de todos os
ou um dos seus adjuntos deve regulamento interno. separadamente pelos respectivos corpos; elementos representativos nas
ser educador de infância ou 3. Nas escolas em que 5. Os representantes da comunidade local, quando reuniões;
professor do 1.o ciclo. funcione a educação pré- se trate de representantes de instituições ou
4. -------- escolar conjuntamente organizações são indicados pelas mesmas nos termos
5. Compete à direcção do regulamento interno; - Alargamento das áreas de
com o ensino básico, o actuação do director:
executiva: elaborar e número de vice- 6. As lista de eleição do pessoal docente devem
submeter à aprovação da assegurar (…) a apresentação adequada dos diferentes pedagógica, cultural,
presidentes-adjuntos administrativa, financeira e
assembleia os seguintes pode ser alargado até níveis de ensino assim como da categoria de
documentos: projecto professores titulares; patrimonial;
três, podendo este
educativo da escola; número ir até quatro 7. O mandato dos membros do conselho geral tem a
regulamento interno da quando funcione duração de 4 anos (…); - Surgimento de um
escola; propostas de também o ensino 8. (…) o mandato dos representantes dos pais e procedimento concursal para a
celebração de contratos de encarregados e educação e dos alunos tem a duração eleição do director;
Página 23 de 27
Página 24 de 27
Página 25 de 27
Página 26 de 27
Página 27 de 27
1. Por despacho do Ministro da 1. Por despacho do Ministro 1.A extensão da autonomia depende da dimensão e da - Criação de uma comissão de
Educação será constituída da Educação será capacidade do agrupamento de escolas ou escola não avaliação que procede à
uma comissão à qual constituída uma agrupada e o seu exercício supõe a prestação de avaliação dos dos resultados
competirá proceder à comissão à qual contas, designadamente através dos procedimentos de da aplicação do regime de
avaliação periódica dos competirá proceder à auto –avaliação e de avaliação externa. autonomia, administração e
resultados da aplicação do avaliação anual dos 2. Estruturas de coordenação educativa e supervisão gestão estabelecido no
regime de autonomia, resultados da aplicação pedagógica; presente diploma.
AVALIAÇÃO administração e gestão do regime de autonomia, ‐ Assegurar a coordenação, supervisão e
INSTITUCIONAL estabelecido no presente administração e gestão acompanhamento das actividades escolares, - A maior autonomia supõe a
diploma. estabelecido no presente promover o trabalho colaborativo e realizar a prestação de contas, através
diploma. avaliação de desempenho do pessoal docente. dos procedimentos de auto –
3. A avaliação de desempenho do pessoal docente avaliação e de avaliação
(inexistente). externa.
4. Para apresentação de propostas de contractos de
autonomia é necessária a conclusão do procedimento
- Surgimento de estruturas de
Página 28 de 27
Página 29 de 27