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PARASITOLOGIA
GLOSSÁRIO
Termos mais utilizados em Parasitologia
- Agente etiológico: é o agente causador ou responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus,
bactéria, fungo, protozoário, helminto.
- Endemia: prevalência usual de determinada doença em relação à área.
- Epidemia ou surto epidêmico: ocorrência (numa coletividade ou região) de casos que ultrapassam
nitidamente a incidência normalmente esperada de uma doença que é derivada de uma fonte comum de
infecção ou propagação.
- Epidemiologia: estudo da distribuição (idade, sexo, raça, geografia etc) e dos fatores determinantes da
freqüência de uma doença (tipo de patógeno, meios de transmissão etc).
- Fase Aguda: período pós-infecção onde os sintomas clínicos são mais.
- Fase Crônica: fase que segue a fase aguda; caracteriza-se pela diminuição da sintomatologia clínica,
existindo um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente infeccioso.
- Habitat: ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive.
- Partenogênese: desenvolvimento de um ovo sem interferência de espermatozóide (parthenos = virgem;
genesis = geração). Ex.: Strongyloides stercoralis.
- Patogenia: mecanismo com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro.
- Período de Incubação: período decorrente entre o período de infecção e o aparecimento dos primeiros
sintomas clínicos.
- Profilaxia: conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos
prejudiciais aos seres vivos. Essas medidas são baseadas na epidemiologia de cada doença.
PROTOZOOLOGIA
Protozoologia é o estudo dos protozoários, que são seres eucariontes unicelulares. Eles podem
ser reproduzir das seguintes formas:
• Assexuada:
- divisão binária: o núcleo divide-se em dois e em seguida o citoplasma também
se divide.
- brotamento: uma pequena porção do citoplasma se separa junto à célula-mãe e
cresce até adquirir o tamanho total do organismo.
- esquizogonia: quando o trofozoíto (forma madura) cresce e seu núcleo se divide
várias vezes formando o esquizonte; depois, cada núcleo adquire uma porção do
citoplasma, formando os merozoítos; por fim, o esquizonte se rompe liberando os
merozoítos.
• Sexuada:
- singamia: o gameta masculino e o feminino se unem para formar o zigoto.
- esporogonia: processo semelhante à esquizogonia, que ocorre após a formação
do zigoto, originando os esporozoítos.
- conjugação: quando ocorre a troca de materiais nucleares entre dois indivíduos
que se unem temporariamente.
Cisto Trofozoíta
Transmissão: fecal-oral.
Ciclo evolutivo: monoxênico.
Ciclo biológico: O ciclo é igual ao da E. coli até a liberação dos trofozoítos. Os trofozoítos tornam-se
patogênicos e invadem a parede intestinal, podendo chegar a outros órgãos através da circulação,
especialmente ao fígado. Esses trofozoítos novamente formam os cistos, que são evacuados através das
fezes. Dentro do cisto o parasito realiza divisão binária formando de quatro novos indivíduos que
desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro.
Patogenia: Lise dos tecidos, formação de úlceras, apendicite e perfuração intestinal.
Sintomatologia: O paciente manifesta febre, dor abdominal prolongada, diarréia com posterior disenteria
(fezes com muco, pus e sangue), distensão abdominal e flatulência.
Diagnóstico: realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes
diarréicas.
Tratamento: Amebicidas, como o Metronidazol (Flagyl®)
Profilaxia: Melhoria de condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos; consumo de água fervida
ou filtrada; tratamento dos doentes.
Cisto Cisto
Transmissão: fecal-oral.
Ciclo evolutivo: monoxênico.
Ciclo biológico: O ciclo é igual ao da E. coli.
Patogenia: parasita não patogênico (comensal).
Diagnóstico: realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes
diarréicas.
Tratamento: Amebicidas, como o Metronidazol (Flagyl®)
Profilaxia: Melhoria de condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos; consumo de água fervida
ou filtrada; tratamento dos doentes.
Morfologia: Não existe forma cística, somente trofozoíta. A sua forma trofozoíta é piriforme, apresentando 4
flagelos, um flagelo aderente ao corpo do parasita com membrana ondulante longa, o axóstilo e um núcleo
volumoso.
Transmissão: relação sexual (99% dos casos) ou fômites contaminados (vasos sanitários; roupas íntimas e
de cama; instrumentos ginecológicos; água de piscina; exsudato vaginal a 10°C – 48h; urina – 3h; sêmen
ejaculado – 6H; toalha molhada a 35°C – 24h).
Ciclo evolutivo: monoxênico.
Ciclo biológico: Sua reprodução é binária longitudinal.
Patogenia e Sintomatologia: HOMEM – assintomática; uretrite com prurido leitoso e purulento; prurido na
uretra, ardência e dificuldade ao urinar; as complicações são a prostatite e a cistite. MULHER – vaginite com
corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso com odor; ardência ao urinar, com alta freqüência miccional; dor
durante a relação sexual; associação com cândida ou gonococos.
Diagnóstico: realizado através da pesquisa de trofozoítas em preparações a fresco ou esfregaços corados.
Tratamento: Metronidazol (Flagyl®)
Profilaxia: Uso de preservativos, redução do número de parceiros sexuais, tratamento dos doentes (ambos
os parceiros sexuais).
Balantidium coli - É o agente causador da Balantidose. É um parasita mais comum no porco e raro no
homem.
Morfologia: possui forma cística e trofozoíta. Sua forma cística é arredondada, com
membrana definida, e macronúcleo em forma de rim ou feijão. Sua forma trofozoíta é
oval, ciliada, sendo o B. coli o maior protozoário parasita do homem. Ela possui
macronúcleo em forma de rim ou feijão.
Transmissão: fecal-oral.
Habitat: Sua forma trofozoíta localiza-se nos tecidos, podendo também viver na luz
do intestino grosso, alimentando-se à custa dos tecidos.
Patogenia: Provoca lesões semelhantes às da E. histolytica.
Sintomatologia: Dor abdominal e diarréia.
Diagnóstico: realizado através da pesquisa de cistos ou trofozoítas em preparações a fresco ou esfregaços corados.
Tratamento: Metronidazol (Flagyl®)
Profilaxia: Melhoria de condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos; consumo de água fervida ou filtrada;
tratamento dos doentes.
MALÁRIA
A malária é a principal doença endêmica do Brasil (região Amazônica, onde ocorre cerca de
99% dos casos) e uma das mais importantes doenças tropicais do mundo.
Período de incubação: O espaço de tempo que vai da picada do mosquito infectado, até o
aparecimento dos sintomas e dura, em média de 15 dias.
Quadro clínico: Caracterizado pelo “acesso malárico”, que inclui intenso calafrio seguido de febre
alta, vômitos, dores de cabeça e no corpo, e intensa sudorese. Estes acessos se repetem com
intervalos diferentes de tempo, de acordo com a espécie do plasmódio:
Profilaxia: Drenagem dos locais que contenham água parada (para evitar a reprodução do vetor),
criação de peixes larvófagos (se alimentam de larvas dos mosquitos), uso de repelentes e de tela
nas janelas, educação sanitária e o tratamento medicamentoso dos enfermos. Ainda não há
vacina contra a malária.
LEISHMANIOSE
A leishmaniose é uma doença de caráter crônico, muitas vezes deformante, que pode ser
classificada em dois principais tipos (de acordo com o quadro clínico que produzem), a Leishmaniose
Tegumentar Americana e a Leishmaniose Visceral Americana. Esta zoonose está associada à degradação
ambiental, e encontra-se em expansão no Brasil, ocorrendo de forma endêmica no Norte, Nordeste,
Centro-Oeste e Sudeste.
Agente transmissor (vetor): espécies do gênero Lutzomyia sp, conhecidas também como mosquito palha,
birigüi, cangalhinha e tatuquira.
Transmissão: acontece principalmente através da picada do mosquito vetor infectado. Seus reservatórios
são os roedores (tatu, tamanduá, gambá).
Ciclo evolutivo (heteroxênico): Dentro do homem infectado, o parasita está sob a forma amastigota.
Quando o mosquito realiza a hemofagia, ele suga junto com o sangue, as formas amastigotas do protozoário.
Uma vez no sistema digestório do mosquito, essas formas amastigotas assumem a forma promastigota
(infectante) e se reproduzem. Quando o mosquito realiza o repasto sanguíneo, ele transmite as formas
promastigotas ao indivíduo, as quais são fagocitadas pelos macrófagos, e se transformam novamente em
formas amastigotas. Estas reproduzem-se por divisão binária, rompem o macrófago, e daí podem infectar
novos macrófagos ou permanecerem livres na corrente sanguínea.
Profilaxia: Tratamento de todos os casos humanos, eliminação dos cães infectados e controle dos cães
sadios, uso de repelentes e combate ao vetor, moradias distantes da mata (pelo menos 500m) e vacina.
Profilaxia: Tratamento de todos os casos humanos, eliminação dos cães infectados e controle dos cães
sadios, uso de repelentes e combate ao vetor, moradias distantes da mata (pelo menos 500m) e vacina.
DOENÇA DE CHAGAS
A Doença de Chagas é uma doença de evolução crônica, debilitante, caracterizada por cardiopatias e
distúrbios digestivos incuráveis. Atinge principalmente a região Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Agente transmissor (vetor): triatomíneos Triatoma infestans (barbeiros, chupões, chupanças, bicudos).
São encontrados em ambientes rurais (matas, casas de pau-a-pique).
Transmissão: contato com as fezes do barbeiro (pela picada do vetor, ingestão ou contato com a mucosa dos
olhos), transfusão sanguínea, transmissão congênita (pouco comum), acidentes laboratoriais ou transplante.
Ciclo evolutivo (heteroxênico): O barbeiro não infectado adquire a forma tripomastigota através da
hemofagia de um animal infectado. O parasita transforma-se em epimastigota no aparelho digestório do
vetor, se reproduz por divisão binária e no intestino do vetor, transforma-se novamente em tripomastigota.
Esse vetor já infectado realiza hemofagia no homem, e deposita no local aonde está, as suas fezes repletas de
formas tripomastigotas. Por causa da irritação causada pela picada, o indivíduo coça o local, levando o
parasita presente nas fezes do barbeiro para o interior de seu organismo. Ao atingir a corrente sanguínea, os
tripomastigotas são fagocitados pelos macrófagos. Dentro dos macrófagos, eles se tornam amastigotas e se
reproduzem por divisão binária. Quando o macrófago está repleto de novos parasitas, eles tornam-se
novamente tripomastigotas, rompem a membrana do macrófago e são liberados novamente na corrente
sanguínea, da onde podem novamente serem sugados por um novo vetor, completando assim seu ciclo.
Através da corrente sanguínea, o T. cruzi pode se instalar nas células do coração, esôfago, cólon (principais
locais), ou em qualquer outro órgão.
Quadro clínico:
• Fase Aguda: Sinal de Romaña ou chagoma de inoculação (regride após 1 ou 2 meses), febre, edema
localizado e generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomegalia, às vezes insuficiência cardíaca e
pertubações neurológicas, podendo haver óbito (devido à meningoencefalite aguda ou à insuficiência
cardíaca). Nesta fase, existe abundância de parasitas no local de inoculação.
• Fase Crônica:
- Assintomática (10 a 30 anos): caracterizada pela positividade de exames sorológicos e/ou
parasitológicos; ausência de sintomas e/ou doença; eletrocardiograma convencional normal; coração,
esôfago e colon radiologicamente normais.
- Sintomática: cardiopatia chagásica crônica (insuficiência cardíaca congestiva); megaesôfago,
megacólon, e outros megas (dilatações permanentes e difusas) como megaduodeno, megabexiga,
megabrônquio, megauretra, etc.
Profilaxia: Melhoria das condições de moradia, utilização de telas de proteção, erradicação dos triatomíneos
vetores e fiscalização dos bancos de sangue.
TOXOPLASMOSE
A toxoplasmose é uma das doenças de maior prevalência mundial. Com o grande aumento do número
de indivíduos infectados pelo vírus da AIDS, a toxoplasmose tornou-se bem mais séria em termos de saúde
pública.
Transmissão: pode acontecer através da ingestão do parasita (carne crua, mal cozida, leite, ovos
contaminados), inalação de oocistos, lambedura ou perdigotos, acidente de laboratório ou congenitamente.
Patogenia:
• Fase Aguda: Parasitas muito virulentos, de reprodução rápida, que rompem as células do SNC, oculares,
viscerais e ganglionares. Ocorre reação inflamatória e necrose, acarretando no comprometimento dos
órgãos afetados, causando distúrbios de visão, distúrbios nervosos ou cronificação.
• Fase Crônica: Parasitas menos virulentos, com menor poder invasivo e reprodução mais lenta, que se
instalam principalmente no SNC e ocular. Não ocorre reação inflamatória, não ocorre necrose (os cistos
podem durar anos sem se romperem, permitindo assim, o desenvolvimento de defesa humoral - Acs).
• Forma congênita: só ocorre a transmissão congênita se a mãe adquirir a toxoplasmose durante a
gravidez. Mães soro-positivas são isentas de risco na gravidez. O quadro clínico da toxoplasmose
congênita é:
- 1° Trimestre: morte do feto (aborto)
- 2° Trimestre: nasce com a Tétrade de Sabin (Necrose da retina e cegueira; Calcificações cerebrais;
Hidrocefalia com micro ou macrocefalia; Retardamento mental)
- 3° Trimestre: nasce normal, podendo ou não apresentar sinais posteriores
Quadro clínico: complexo, pois a maioria dos pacientes são assintomáticos ou oligossintomáticos.
Diagnóstico laboratorial: exame parasitológico de líquidos ou exsudatos de saliva, urina, escarro, secreção
lacrimal, nasal, líquido peritoneal; biópsia de fígado, baço e medula óssea; inoculação em cobaias; métodos
sorológicos (Reação de Sabin Feldman, imunofluorescência indireta, ELISA, hemaglutinação, etc...). No pré-
natal, realiza-se o controle nos dois primeiros trimestres de gravidez, com sorologia completa.
Profilaxia: Evitar alimentos mal cozidos, lavar bem frutas, verduras e legumes antes de comer, tomar
cuidado com leite de vaca, ovos de galinha, acidentes laboratoriais e transplante de órgãos. No caso da forma
congêntia, realizar o pré-natal para o diagnóstico precoce.
QUESTIONÁRIO DE PARASITOLOGIA
ENTREGAR ESTE QUESTIONÁRIO NO DIA DA PROVA DO 2° BIMESTRE.
NÃO SERÃO ACEITOS QUESTIONÁRIOS DIGITADOS EM COMPUTADOR.