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Carta deontológica do serviço público

Resolução do Conselho de Ministros nº 47/97, de 22 de Março: - Em cumprimento do acordo salarial para 1996 e dos compromissos de médio e longo
prazo, foi discutida e consensuada com as associações sindicais subscritoras do acordo um texto designado «Carta ética - Dez princípios éticos da
Administração Pública».
Entende o Governo que não deve aprovar o referido documento, mas dele tomar conhecimento como órgão superior da Administração Pública; tal
facto, porém, não afasta a necessidade de revogar uma anterior resolução do Conselho de Ministros sobre esta matéria, o que constitui o exclusivo
objecto da presente resolução.
Assim:
Nos termos da alínea g) do artigo 202º da Constituição, o Conselho de Ministros resolveu:
Revogar a Resolução do Conselho de Ministros nº 18/93, de 17 de Março.

Presidência do Conselho de Ministros, 27 de Fevereiro de 1997. - O Primeiro-Ministro, em exercício, António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino.

Diário da República nº 69, Série I-B, Págs. 1316 a 1316


Relação jurídica de emprego na administração local autárquica – Código Administrativo – Alterações

Decreto-Lei nº 409/91, de 17 de Outubro: - O Decreto-Lei nº 184/89, de 2 de Junho, que aprovou os princípios gerais sobre salários e gestão de pessoal na função pública, previa no seu
artigo 43º o desenvolvimento e regulamentação daqueles princípios, o que veio a ser objecto do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro.
Conforme o disposto no nº 4 do artigo 2º do referido Decreto-Lei nº 427/89, a sua aplicação à administração local ficou dependente da publicação de diploma próprio.
Ouvidas, nos termos da lei, as associações representativas dos trabalhadores da administração local, bem como a Associação Nacional de Municípios Portugueses, pelo presente diploma
dá-se cumprimento àquele normativo, atentas as especificidades próprias dos serviços abrangidos.
Tais especificidades ditaram a necessidade de introduzir ajustamentos relativos a competências, transferência e requisição.
Atendendo a não ser aplicável à administração local o artigo 17º do Decreto-Lei nº 41/84, de 3 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei nº 299/85, de 29 de Julho, contém ainda o presente
diploma disposição regulamentadora de contratos de tarefa e avença.
Assim:
Nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 201º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1º
Objecto e âmbito

1 - O disposto no Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro, aplica-se à administração local, com as adaptações constantes do presente diploma.
2 - O presente decreto-lei aplica-se na administração local das Regiões Autónomas, sem prejuízo da possibilidade de se introduzirem, por diploma legislativo regional, as adaptações
necessárias.

Artigo 2º
Contrato de trabalho a termo certo

1 - O orçamento incluirá dotação global necessária à celebração de contratos de trabalho a termo certo.
2 - Compete ao órgão executivo ou ao respectivo presidente, se para o efeito tiver poderes delegados, gerir a dotação a que se refere o número anterior.

Artigo 3º
Transferência

A transferência pode ainda fazer-se de lugar dos quadros da administração central para lugar dos quadros da administração local, podendo verificar-se para categoria imediatamente
superior quando tiver lugar para zonas legalmente consideradas como de extrema periferia.

Artigo 4º
Permuta

É facultada a permuta entre funcionários autárquicos e funcionários da administração central.

Artigo 5º
Requisição

1 - É ainda permitida a requisição de funcionários pertencentes à administração central, bem como dos agentes integrados em quadros de efectivos interdepartamentais.
2 - A requisição a que se refere o número anterior pode fazer-se para categoria imediatamente superior quando tiver lugar para zonas legalmente consideradas como de extrema periferia.

3 - Os professores do 1º ciclo do ensino básico que venham a ser requisitados podem ser integrados em carreiras de regime geral dos quadros de pessoal das autarquias, em categoria e
escalão correspondentes à sua remuneração à data da transição para a nova carreira, observados os requisitos habilitacionais, decorrido um ano de exercício de funções como
requisitados, desde que as autarquias deliberem a respectiva integração e seja obtida a anuência daqueles.
4 - A requisição carece sempre de acordo do serviço de origem.

Artigo 6º
Transição de pessoal contratado

1 - O pessoal contratado nos termos do artigo 44º do Decreto-Lei nº 247/87, de 17 de Junho, que, à data da entrada em vigor do presente diploma, conte, pelo menos, três anos de
exercício de funções é considerado contratado em regime de contrato administrativo de provimento, independentemente de quaisquer formalidades.
2 - O contrato administrativo de provimento previsto no número anterior considera-se celebrado para categoria de ingresso da carreira correspondente às funções desempenhadas, sem
prejuízo das habilitações literárias legalmente exigidas.
3 - É aplicável ao pessoal referido no número anterior o regime previsto nos ns. 2, 3, 4 e 6 do artigo 38º do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro.

Artigo 7º
Contratos de tarefa e de avença

1 - Podem ser celebrados contratos de tarefa e de avença, sujeitos ao regime previsto na lei geral quanto a despesas públicas em matéria de aquisição de serviços.
2 - O contrato de tarefa caracteriza-se por ter como objectivo a execução de trabalhos específicos, de natureza excepcional, sem subordinação hierárquica, não podendo exceder o termo
do prazo contratual inicialmente estabelecido, apenas se admitindo recorrer a este tipo de contrato quando não existam funcionários com as qualificações adequadas ao exercício das
funções objecto da tarefa e a celebração de contrato de trabalho a termo certo for desadequada.
3 - O contrato de avença caracteriza-se por ter como objecto prestações sucessivas no exercício de profissão liberal, apenas se podendo recorrer a este tipo de contrato quando não
existam funcionários com as qualificações adequadas ao exercício das funções objecto da avença.
4 - Os serviços prestados em regime de contrato de avença são objecto de remuneração certa mensal.
5 - O contrato de avença, mesmo quando celebrado com cláusula de prorrogação tácita, pode ser feito cessar a todo o tempo, por qualquer das partes, com aviso prévio de 60 dias e sem
obrigação de indemnizar.
6 - Os contratos de tarefa e avença não conferem ao particular outorgante a qualidade de agente.

Artigo 8º
Competências

1 - As competências que no nº 4 do artigo 31º e no nº 1 do artigo 32º do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro, são cometidas a membro do Governo são reportadas aos seguintes
órgãos ou entidades:
a) Nas câmaras municipais - à câmara municipal ou ao respectivo presidente, no caso de existir delegação de competências;
b) Nos serviços municipalizados - ao conselho de administração;
c) Nas juntas de freguesia - à junta de freguesia;
d) Nas assembleias distritais - à assembleia distrital.
2 - A competência referida no nº 1 do artigo 32º do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro, pode ser delegada:
a) Nos serviços municipalizados - no presidente do conselho de administração;
b) Nas juntas de freguesia - no presidente da junta de freguesia.
Artigo 9º
Disposição transitória

Em todos os casos em que se dispõe com referência à data de entrada em vigor do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro, deve considerar-se a data de entrada em vigor do presente
diploma.

Artigo 10º
Revogação

São revogados:
a) O artigo 491º, artigo 492º, artigo 493º, artigo 496º, artigo 497º e artigo 498º do Código Administrativo;
b) O artigo 26º do Decreto-Lei nº 466/79, de 7 de Dezembro;
c) O artigo 41º, artigo 42º, artigo 44º e artigo 50º do Decreto-Lei nº 247/87, de 17 de Junho;
d) O artigo 15º do Decreto Regulamentar nº 48/86, de 1 de Outubro.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 6 de Junho de 1991. - Joaquim Fernando Nogueira - Mário Fernando de Campos Pinto - Lino Dias Miguel - José Oliveira Costa - Luís
Francisco Valente de Oliveira - Roberto Artur da Luz Carneiro.

Promulgado em 3 de Outubro de 1991.

Publique-se.

O Presidente da República, MÁRIO SOARES.

Referendado em 7 de Outubro de 1991.

O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.

Diário da República nº 239, Série I-A, Págs. 5399 a 5400

Lei nº 6/92, de 29 de Abril: - Alteração, por ratificação, do Decreto-Lei nº 409/91, de 17 de Outubro

A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164º, alínea d), 165º, alínea c), 169º, nº 3, e 172º da Constituição, o seguinte:
Artigo 1º O artigo 6º do Decreto-Lei nº 409/91, de 17 de Outubro, passa a ter a seguinte redacção:

Artigo 6º
Transição de pessoal contratado

1—…
2 — O contrato administrativo de provimento previsto no número anterior considera-se celebrado para a categoria de ingresso da carreira correspondente às funções actualmente
desempenhadas, sem prejuízo das habilitações literárias legalmente exigidas.
3 — É aplicável ao pessoal referido nos ns. 1 e 2, com as necessárias adaptações, o regime previsto nos ns. 2, 4 e 5 do artigo 5º-A deste diploma.
4 — O tempo de serviço prestado como contratado nos termos do artigo 44º do Decreto-Lei nº 247/87, de 17 de Junho, no exercício de funções correspondentes às da categoria de
ingresso releva para efeitos de progressão na categoria e promoção na carreira.
5 — O pessoal a que se refere o presente artigo é dispensado da frequência de estágio desde que tenha desempenhado funções correspondentes às da categoria de ingresso onde vai
ser provido por tempo igual ou superior ao da duração do estágio, podendo os concursos ser abertos directamente para a categoria de ingresso da respectiva carreira.

Art. 2º São aditados ao Decreto-Lei nº 409/91 os seguintes artigos:

Artigo 5º-A
Processo de regularização

1 — As entidades abrangidas pelo presente diploma devem proceder a contratação do pessoal de acordo com os princípios definidos no artigo 37º do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de
Dezembro, até 30 de Junho de 1992.
2 — As entidades que possuam contratados em regime de contrato administrativo de provimento devem abrir concurso para a sua integração até 30 de Junho de 1992.
3 — O prazo para abertura dos concursos para o pessoal referido nos ns. 5 e 7 do artigo 37º do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro, é de 180 dias a contar da celebração do
contrato administrativo de provimento.
4 — Aos concursos são candidatos, únicos e obrigatórios, não havendo lugar a requerimento de admissão, os contratados em regime de contrato administrativo de provimento nos termos
do artigo 37º do Decreto-Lei nº 427/89, de 7 de Dezembro. 5 — Consideram-se rescindidos os contratos do pessoal que não obtenha aprovação nos concursos.

Artigo 6º-A
Pessoal contratado sem prazo e assalariado eventual

1 — O pessoal contratado ao abrigo do Decreto-Lei nº 781/76, de 28 de Outubro e o assalariado eventual, nos termos do artigo 658º do Código Administrativo, pode candidatar-se a
concursos de ingresso, sendo dispensado da frequência do estágio nas carreiras onde este é legalmente exigido.
2 — Ao pessoal que exerça funções em áreas das carreiras técnico-profissionais e tenha sido admitido para o exercício das mesmas em data anterior à entrada em vigor do Decreto-Lei
nº 247/87, de 17 de Junho, são apenas exigidos, para efeitos de admissão a concurso, os requisitos habilitacionais previstos na legislação vigente até essa data.
3 — O tempo de serviço como contratado ou assalariado pelo pessoal a que se referem os números anteriores releva na categoria de ingresso em que vierem a ser providos para efeitos
de progressão na categoria e promoção na carreira.
4 — O pessoal a que se refere o presente artigo que vier a ser provido nos quadros considera-se nomeado definitivamente.

Artigo 6º-B
Criação de lugares

Consideram-se automaticamente aditados aos quadros de pessoal em que não existam lugares suficientes aqueles que se mostrem necessários à execução do disposto nos artigos 5º-A
e 6º do presente diploma.

Artigo 6º-C
Limites de despesas com pessoal

Até 30 de Junho de 19 93, os encargos com pessoal resultantes da aplicação dos artigos 5º-A e 6º do presente diploma não são considerados para efeitos do disposto no artigo 10º do
Decreto-Lei nº 116/84, de Abril.

Aprovada em 13 de Fevereiro de 1992.

O Presidente da Assembleia da República, António Moreira Barbosa de Melo.

Promulgada em 25 de Março de 1992.

Publique-se.

O Presidente da República, MÁRIO SOARES.

Referendada em 31 de Março de 1992.

O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.

Diário da República nº 99, Série I-A, Pág. 1974

CARTA ÉTICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


DEZ PRINCÍPIOS ÉTICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio do Serviço Público


Os funcionários encontram-se ao serviço exclusivo da comunidade e dos cidadãos, prevalecendo sempre o
interesse público sobre os interesses particulares ou de grupo.
Princípio da Legalidade
Os funcionários actuam em conformidade com os princípios constitucionais e de acordo com a lei e o direito.
Princípio da Justiça e da Imparcialidade
Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem tratar de forma justa e imparcial todos os cidadãos,
actuando segundo rigorosos princípios de neutralidade.
Princípio da Igualdade
Os funcionários não podem beneficiar ou prejudicar qualquer cidadão em função da sua ascendência, sexo,
raça, língua, convicções políticas, ideológicas ou religiosas, situação económica ou condição social.
Princípio da Proporcionalidade
Os funcionários, no exercício da sua actividade, só podem exigir aos cidadãos o indispensável à realização da
actividade administrativa.
Princípio da Colaboração e da Boa Fé
Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem colaborar com os cidadãos, segundo o princípio da Boa
Fé, tendo em vista a realização do interesse da comunidade e fomentar a sua participação na realização da
actividade administrativa.
Princípio da Informação e da Qualidade
Os funcionários devem prestar informações e/ou esclarecimentos de forma clara, simples, cortês e rápida.
Princípio da Lealdade
Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem agir de forma leal, solidária e cooperante.
Princípio da Integridade
Os funcionários regem-se segundo critérios de honestidade pessoal e de integridade de carácter.
Princípio da Competência e Responsabilidade
Os funcionários agem de forma responsável e competente, dedicada e crítica, empenhando-se na valorização
profissional.

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