Têm-se falado muito sobre Liderança nos últimos tempos e,
muito embora haja algumas divergências sobre o tema, o fato é que um Líder pode influenciar decisivamente os resultados de sua equipe e, por conseqüência, os efeitos do negócio, com maior ou menor impacto, dependendo da sua alçada e da adequação do seu estilo às necessidades da empresa e dos liderados. Tenho vários exemplos em que negócios reverteram seus resultados, tanto positiva quanto negativamente, mudando a sua liderança. Dentre os vários enfoques que esse tema pode ser abordado, escolhi discorrer sobre o Relacionamento, por acreditar que a capacidade de se relacionar é uma competência fundamental no „fazer a diferença‟, pois a base de toda organização são as pessoas e uma organização onde as pessoas estão desmotivadas ou “jogando contra” terá sérias dificuldades de vencer no atual cenário. A partir da perspectiva do relacionamento, cunhei a expressão “Liderar é gerenciar sentimentos”. Embora simples, acredito que essa definição carrega vários questionamentos que, muitas vezes, passam despercebidos por alguns líderes. O primeiro deles, talvez o mais importante, vem a ser: “Gerenciar os sentimentos de quem?”. A resposta mais óbvia, mas não menos importante, é a de gerenciar os sentimentos de sua equipe. Cabe ao líder conseguir entender as necessidades individuais, coletivas e gerenciar o clima organizacional, percebendo o que está sendo dito, além do que está sendo verbalizado. Uma Liderança Empática. O Líder Empático tem a capacidade de perceber o sentimento alheio compreendendo-o. No entanto, não pode ser confundido com envolver-se sentimentalmente nos problemas de seus liderados, vivendo a situação como se de fato fosse sua. O pré-requisito da competência Empática eficaz para a liderança é entender o outro sobre sua perspectiva, sempre estando de fora da situação. Quando um líder consegue esse nível de inteligência emocional atua como gerenciador de conflitos, motivador, formador de times, gera identificação com a equipe e consegue melhorar os resultados.
Como tornar-se um Líder Empático?
Para responder essa pergunta convido você a fazer um
exercício que a mim foi muito esclarecedor: Pare a leitura nesse ponto e, antes de continuar, experimente ficar 30 segundos em silêncio absoluto procurando prestar atenção no que você ouve. Provavelmente você passou a perceber coisas que até o momento não estava ouvindo. Assim se dá com a Liderança Empática. Nos relacionamentos interpessoais algumas coisas só são perceptíveis, em relação à outra pessoa, quando se consegue um silêncio interior. É quase impossível entender o outro, se o seu ruído interno for elevado. Com o foco nas suas necessidades, e principalmente nas suas necessidades emocionais (egocentrismo, arrogância, medo, etc.) não há como falar em empatia. Então, a expressão “Liderar é gerenciar sentimentos”, está primeiramente se referindo a gerenciar seus próprios sentimentos. É necessário entender o que está passando consigo mesmo, o que você está sentindo e o que está nas entrelinhas dos seus sentimentos. Para só então conseguir silenciar, tirar o foco de si e passar a prestar a atenção no outro. Então, estudar sobre liderança é, antes de qualquer coisa, estudar sobre si. A inteligência emocional passa necessariamente pelo autoconhecimento, pela conscientização dos pontos a desenvolver e pelo comprometimento com a mudança. Marcus Ronsoni, diretor o da Sociedade Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (SBDC), Coach membro da Sociedade Brasileira de Coaching, Facilitador Líder do Empretec (PNUD-ONU), consultor sênior do Sebrae-RS, Docente da do pós-graduação de Psicologia Organizacional da ESADE –Escola Superior de Administração, Direito e Economia - Laureate International Universities e conferencista nacional de temas como Liderança, Alta Performance e Empreendedorismo..