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Ministério da Saúde

Direcção-Geral da Saúde

Nota Informativa

Doença por vírus Chikungunya


Desde o início de 2005 que uma epidemia de doença por vírus Chikungunya
vem afectando algumas ilhas do Sudeste do Oceano Índico.

O vírus Chikungunya é um vírus transmitido pela picada de mosquitos do


género Aedes que existem sobretudo na África Oriental, Ásia, Sudeste Asiático
e Sub-continente Indiano.

Desde Janeiro de 2006, foram notificados casos nas ilhas Reunião, Mayotte,
Maurícias e Seicheles.

A ilha Reunião tem sido a mais afectada, sendo, neste momento o local com o
maior número de casos, estimando-se que, desde o início da epidemia, tenham
ocorrido cerca de 157 000 casos, dos quais cerca de 22 000 na terceira
semana de Fevereiro de 2006.

Foram também notificados casos em França, em indivíduos infectados na ilha


de Reunião. Na Europa, o risco de transmissão da doença é praticamente nulo,
dada a inexistência dos vectores desta doença.

A doença manifesta-se, normalmente, entre 4 a 7 dias após a picada do


mosquito infectado, por febre alta de início súbito a que se seguem dores
articulares e musculares intensas que afectam principalmente as extremidades
dos membros. Podem ainda ocorrer edemas, cefaleias e erupção cutânea. Nas
crianças podem surgir hemorragias nasais e gengivais.

Esta doença evolui, normalmente, de forma benigna. As formas crónicas são


raras e caracterizam-se por artralgias persistentes ou recorrentes, por vezes
incapacitantes. Na ilha Reunião foram detectadas algumas formas atípicas e
graves da doença, com envolvimento neurológico e hepático.

As pessoas com doenças crónicas, os idosos e os recém-nascidos apresentam


risco acrescido de contrair a doença.

Não existe nenhum tratamento específico nem vacina para esta doença. A
única forma de prevenção da doença baseia-se nas medidas de protecção
individual habitualmente preconizadas para todas as doenças transmitidas por
picada de mosquitos.

O risco de contrair doenças transmitidas por vectores existe em inúmeros


destinos. Estes riscos estão aumentados aquando da ocorrência de epidemias
e importa pesar o benefício/risco da viagem em função das condições físicas e
do estado de saúde do viajante, nomeadamente, para as pessoas mais
vulneráveis (imunodeprimidos, idosos e doentes crónicos). A situação deve ser
ponderada com o médico assistente, antes da viagem.

Assim, relativamente aos viajantes para áreas afectadas pela doença por vírus
Chikungunya, recorda-se que a principal medida de prevenção é a protecção
individual contra a picada dos mosquitos vectores desta doença, utilizando
meios físicos e químicos. Recomenda-se:

• durante o dia, nas horas de maior actividade dos vectores (ao amanhecer e
ao entardecer), a utilização de roupas largas, de cor clara, que cubram a
maior área corporal possível;

• aplicar, nas áreas corporais expostas, repelente de insectos, contendo N,N-


dietil-m-toluamina (DEET) numa concentração de 50%, o que permite uma
protecção de cerca de 5 horas (desaconselhado nas grávidas e contra-
indicado nos recém-nascidos e lactentes com menos de 3 meses);

• impregnação de roupas com um produto insecticida adequado (permetrina),


medida especialmente importante nas crianças de idade inferior 3 meses e
nas grávidas;

• utilização de redes mosquiteiras, impregnadas em permetrina, correctamente


colocadas sobre a cama, medida bastante eficaz e fortemente recomendada
para as crianças de idade inferior 3 meses e grávidas;

As pessoas que estiveram recentemente numa das áreas afectadas e que


apresentem sinais e/ou sintomas clínicos sugestivos deverão contactar a Linha
Saúde Pública (808 211 311) relatando os sintomas e a viagem.

Informação actualizada sobre esta epidemia está disponível no site de Internet


da Organização Mundial da Saúde (www.who.int).

A Direcção Geral da Saúde actualizará esta informação sempre que for


considerado pertinente através do site www.dgs.pt.

Director-Geral da Saúde

Francisco George

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