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Muitos não sabem, mas a cidade de Sete Lagoas, em sua Lei Orgânica,
coloca-se como participante do Estado Democrático de Direito1, seguindo assim, a
Constituição Federal que estabelece este modelo político para o Brasil2.
“...onde o poder deve vir do povo, sendo exercido em proveito deste tão-
somente, por representantes eleitos ou diretamente, participando o mesmo
povo nos atos decisórios do governo, sendo respeitada a pluralidade de
idéias, culturas e raças, em um local onde haja ampla possibilidade de se
discutirem idéias e pensamentos, mesmo que divergentes, se possibilitando
a convivência pacífica destas diferentes formas de pensamento, liberando a
pessoa humana das formas de opressão e repressão, para que possam ter
condições econômicas favoráveis, a fim de exercerem estes mesmos
direitos de forma ampla e plena.” (MARQUES, 2006, p.14)
Dentro desta visão e após finalizar a pesquisa, pude concluir que precisamos
criar a cultura da democracia em Sete Lagoas e ela deve ser iniciada dentro do
poder legislativo.
Uma das conclusões que cheguei com a pesquisa é que o Poder Legislativo e
a própria legislação de Sete Lagoas tem mecanismos que ajudam na construção do
Estado Democrático de Direito, porém a eficácia destes é limitada e não são
utilizados plenamente.
1
Art. 1º. O Município de Sete Lagoas, Estado de Minas Gerais integra, com autonomia político-
administrativa, a República Federativa do Brasil, como participante do Estado Democrático de Direito.
2
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Muito destes mecanismos necessitam de uma profunda revisão e
reformulação, tanto no método, quanto na forma de realizarem-se. Para isto, vale à
pena o PT fomentar junto com a sociedade Setelagoana um grande debate a
respeito de suas instituições.
É preciso coragem para romper com este ciclo vicioso, onde vigora o
clientelismo e o assistencialismo, típicos do Estado Paternalista.
Devemos lutar para construirmos um novo vereador. Ele será orientado pelo
pensamento do Estado Democrático de Direito, sendo o seu papel de um
organizador social.
Introdução
Por fim, apresentarei alguns modelos e sugestões que possam colaborar para
que cada vez mais o Poder Legislativo seja democrático.
Com relação a estes três mecanismos, existe uma lei que regulamenta a sua
execução que é a Lei 9.709/98.
Plebiscito
Referendo
Plebiscito
Referendo
Assim como o plebiscito, a crítica que se faz é o fato de não existir uma
melhor regulamentação que possibilite maior clareza destes institutos e o fato do
mesmo nunca ter sido utilizado até o presente momento.
Iniciativa Popular
Audiências públicas
A critica que faço é que na Legislação Municipal de Sete Lagoas não existe
qualquer previsão que discipline o instituto, sendo este apenas citado de forma
aleatória em três artigos.
3
Fonte TSE – Eleitorado referente a junho de 2008
E o terceiro é o artigo 238, inciso III, parágrafo 4º da Lei Orgânica de Sete
Lagoas que estabelece a obrigatoriedade do Município prestar todas as informações
e colher subsídios nas audiências públicas que envolvam a lei orçamentária na área
da seguridade social.
Audiências públicas
4
SETE LAGOAS. Regimento Interno da Câmara Municipal de Sete Lagoas, promulgada em 05 de
julho de 1995. Sete Lagoas, MG, 1995, Artigo 83, § 2º.
5
Ibidem, Artigo 83, § 4º.
públicas da Câmara Municipal sempre são marcadas em dias úteis e durante o
período da tarde, horário na qual a maioria das pessoas está trabalhando. A
segunda crítica é a metodologia usada. O numero de falas e o tempo reservado as
pessoas é muito pequeno, comparado ao dos vereadores e palestrantes. Como
podemos em uma audiência pública, termos a população como ator coadjuvante?
Tribuna do Povo
Este espaço também pode ser utilizado na segunda reunião ordinária do mês,
por uma entidade filantrópica que presta serviços sociais diversos no 3º setor
durante vinte e cinco minutos. Neste caso o espaço é chamado de Tribuna do 3º
Setor. 7
As críticas que faço são várias. A primeira é que, pelo fato da Tribuna ser
realizada após a pauta do dia, alguns vereadores vão embora da reunião enquanto o
cidadão ou entidade estão falando, quando em muito das vezes não prestam
atenção na pessoa que está com a palavra.
6
Ibidem, Artigo 284, § 1º.
7
Ibidem, Artigo 284-A, § 2º.
8
Ibidem, Artigo 284, § 1º.
E a terceira e última critica é que segundo regimento interno, o cidadão só
pode apresentar a matéria, não podendo discuti-la9 e no caso da entidade do 3º
setor, só é possível apresentar assunto institucional da entidade e seu trabalho,
deixando assim de fora a discussão sobre um determinado tema relacionado com
sua atuação.10
SUGESTÕES
Plebiscito e Referendo
Em Sete Lagoas é necessária uma reforma na Lei Orgânica, para que esta
tenha um processo mais claro e democrático do plebiscito e referendo.
Com relação a referendo, aplica-se o mesmo Artigo 44, inciso II, porém sua
abrangência só vale a lei e não inclui atos administrativos.
Segundo o Artigo 44, parágrafo 1º, esta solicitação tem tramitação especial
assegurada na Câmara Municipal e a possibilidade de defesa oral por parte do
representante dos requerentes.
9
Ibidem, Artigo 284, § 2º.
10
Ibidem, Artigo 284-A § 2º.
11
SÃO PAULO. Lei Orgânica, promulgada em 04 de abril de 1990. São Paulo, SP, 1990.
Para Sete Lagoas, eu sugiro uma alteração na Lei Orgânica, onde plebiscito e
referendo podem ser requeridos nos mesmos termos que a Cidade de São Paulo.
Iniciativa Popular
Com relação ao projeto de iniciativa popular, a única sugestão que faço é que
seja estabelecida na Lei Orgânica e no Regimento Interno da Câmara Municipal, a
diminuição de 5% para 1% do eleitorado, como requisito de apresentação.
Audiências Públicas
Tribuna do Povo