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Internet Rede Elétrica

Ismael, Luciano Luna, Tácio Ferreira

Departamento de Sistemas e Computação – Universidade de Pernambuco - UPE

isma2200@hotmail.com, lflj89@gmail.com,tacioferreira@gmail.com

1. História
É um sistema de telecomunicações que opera com rádio freqüências (RF) na faixa
entre 1,7 e 34 com MHz. Utiliza a rede elétrica de distribuição como meio de transporte
para o fornecimento de sinais. Sistemas de Powerline Carrier, chamados também de
OPLAT (Ondas Portadoras em Linhas de Alta Tensão), têm sido utilizados pelas empresas
de energia elétrica desde a década de 1920. Esses sistemas foram e ainda são utilizados para
telemetria, controle remoto e comunicações de voz. Os equipamentos são muito robustos e
normalmente tem uma vida útil superior a trinta anos. Somente recentemente, com o
avanço de instalação de fibras ópticas e barateamento de sistemas de telecomunicações,
diversas empresas de energia elétrica decidiram abandonar o Carrier. Como resposta, os
fabricantes estão deixando de produzir estes equipamentos por falta de demanda.

Algumas poucas aplicações de banda estreita em residências e sistemas de


segurança e automação predial utilizam ainda sistemas de Powerline Carrier de banda
estreita, baixa velocidade e com modulação analógica.

Powerline Communications

Em 1991, o Dr. Paul Brown da Norweb Communications (Norweb é a empresa de


Energia Elétrica da cidade de Manchester, Inglaterra) iniciou testes com comunicação
digital de alta velocidade utilizando linhas de energia. Entre 1995 e 1997, ficou
demonstrado que era possível resolver os problemas de ruído e amenizar( mas não eliminar
totalmente), as interferências e que a transmissão de dados de alta velocidade poderia ser
viável.

Em outubro de 1997, a Nortel e Norweb anunciaram que os problemas associados


ao ruído e interferência das linhas de energia estavam solucionados em apenas algumas
faixas de frequência. Mesmo assim dois meses depois, foi anunciado pelas mesmas
empresas o primeiro teste de acesso a Internet, realizado numa escola de Manchester. Com
isso, foi lançada uma nova idéia para negócios de telecomunicações que a Nortel/Norweb
chamaram de Digital Powerline.

Em março de 1998, a Nortel e a Norweb criaram uma nova empresa intitulada de


NOR.WEB DPL com o propósito de desenvolver e comercializar Digital PowerLine
(DPL).
Todas as empresas elétricas do mundo estavam pensando em se tornar provedores
de serviços de telecomunicações, utilizando seus ativos de distribuição. Devemos lembrar
que o setor de telecomunicações estava passando por um crescimento explosivo no mundo
(celular e Internet), e, particularmente no Brasil, estava em curso a maior privatização de
empresas de telecomunicações.

O acompanhamento dos desenvolvimentos e progressos da tecnologia Powerline era


feito na época, no Brasil, pelo Subcomitê de Comunicações do GCOI, e a APTEL, que foi
criada em abril de 1999, realizou o seu primeiro Seminário em setembro de 1999, com o
tema: Tecnologia Powerline Communications (PLC).

Vale também lembrar que na Europa em 1997 foi criado o PLC Fórum e, em 1998,
a UTC lançou nos USA o Power Line Telecommunications Forum (PLTF).

Atualmente, temos diversos produtos comerciais com tecnologia Powerline


Communications e o próprio FCC (Federal Communications Commission) fez declarações
sobre a viabilidade desta tecnologia com algumas ressalvas.

De concreto mesmo, apenas os testes feitos por concessionárias de energia elétrica e


pesquisadores em universidades. Mas a novidade não é tão simples, nem tão barata de
implantar.
A expectativa é que todo esse "burburinho" se torne realidade e a internet via rede
elétrica seja mais uma opção para os usuários, dentro de cinco anos.

2. PLC

PCC (Power Line Communication – Comunicação por linha de Potencia) é uma


tecnologia que usa as redes de transmissão de energia elétrica que utiliza alta freqüência
para transmitir dados, rede elétrica funciona entre 50 a 60 Hz. A PLC trabalha na camada 2
do modelo ISSO/OSI, ou seja, na camada de enlace. Sendo assim, pode ser agregada a uma
rede TCP/IP(camada 3) já existente, além de poder trabalhar em conjunto com outras
tecnologias de camada 2.Além disso, concorrem com as conexões em banda larga por cabo,
ADSL e Wi-Fi.

Existem 2 classes de PLC: A PLIC e PLOC.

1)PLIC - (Power Line ou Internal Telecoms) também chamado de BPL In-House


usada para criação de uma rede domestica de dados, onde fornece uma rede local do relógio
para dentro da casa, tem o alcance de centenas de pés.Exemplo Homeplug.
Na figura acima vemos uma utilização de PLIC, temos um modem Máster aonde recebe o
sinal de internet do roteador é injetado na rede elétrica, temos também modens ligados a
rede elétrica e aos pontos de acesso. Fazendo com que o sinal da internet chegue aos outros
computadores da rede.

2)PLOC (Power Line Telecoms). É o nome dado a rede de comunicação entre sub-
estações elétricas e as redes residenciais. Utilizam 11 volts nos modens.Ao usa esta
tecnologia dar-se o nome de BPL (Broadband over Power Lines). Um computador (ou
outro dispositivo) deve possuir um modem BPL ligado à rede elétrica em um prédio
equipado para ter o acesso alta-velocidade.
Equipamentos
Injetor: Ele gera o sinal Powerline e o modula na rede elétrica, que por definição é uma
linha de média tensão.
Isolador de Ruídos: Utilizado para diminuir a quantidade de ruído em uma rede.
Caixa de Distribuição: É um equipamento de concentração que é utilizado para se
distribuir o sinal PLC em painéis elétricos de edifícios.
Equipamento PLC do transformador MT/BT: Este equipamento extrai o sinal do canal
que distribui a PLC e o injeta na rede de baixa tensão.
Repetidor/Extrator: Além de recuperar o sinal powerline original e o re-injetar na rede
elétrica, necessários a cada 300 metros.
Modens: Os modens PLC são aparelhos que funcionam como Injetor e Extrator.
CPE (Customers Premise Equipment): Se comunicaria diretamente com o ponto de acesso
do repetidor/extrator mais próximo.

3. Velocidade

Usando ADSL podemos chegar a 24Mb/s porem a internet pela rede elétrica testada
em Porto Alegre funciona a 45 MB/s, e será trocada, em breve, por um acesso de 200 Mb/s.
4. Segurança

Toda comunicação do PLC é criptografada. Alguns protocolos como o HomePlug


1.0 utilizam criptografia DES de 56 bits. Os dados estão sempre em rede local porque esta
tecnologia não ultrapassa a caixa elétrica da casa. Contém de fato muito mais segurança do
que o Wi-Fi, que pode ser visível pelos vizinhos e que necessita uma identificação por
usuário e senha. Fundamentalmente DES realiza somente duas operações sobre sua entrada:
deslocamento de bits e substituição de bits.
Embora os pacotes de conexão sejam seguros, as conexões físicas são realizadas
diretamente na tomada de energia elétrica, deixando o hardware exposto às variações de
tensão e raios.

5. Modulação

A Modulação para PLC tem de ser bastante robusta para diminuir as interferências,
vamos falar sobre as principais.

1) Spread Spectrum (Espectro Amplo): Nesta técnica utilização de baixa densidade


espectral, espalhando por todo o espectro o sinal, levando a utilização de bastante banda.

2) OFDM - Orthogonal Frequency Division Multiplex (Multiplexação por divisão de


freqüência Ortogonal): Esta técnica é bastante avançada e resistente a interferências,
basicamente a banda é dividida em múltiplas freqüências (FDM) em que em cada uma é
transmitido uma parte do sinal. A freqüência que possuir maior reação Sinal Ruído será
enviado a maior taxa.

3) (GMSK) Gaussian Minimum Shift Key (Modulação estreita de faixa):conhecida também


como OFDM de banda larga, é uma particularidade da OFDM, possuem um espectro de
forma gaussiana.A modulação é feita em fase.
6. Vantagens do uso da PLC
Existem diversas vantagens para o uso da PLC. A principal seria usar a infra-estrutura
elétrica existente, porque a implementação é mais fácil e rápida permitindo uma divulgação
maciça da tecnologia. Além disso, qualquer "ponto de energia" pode se tornar um ponto de
rede, ou seja, só é preciso plugar o equipamento de conectividade (que normalmente é um
modem) na tomada, e pode-se utilizar a rede de dados. O PLC apresenta as seguintes
vantagens, se comparadas aos diversos meios de acesso ou tecnologias:

- Capilaridade da rede elétrica: a rede elétrica está presente em 96% dos


locais, com tendência para ampliação.
- Custos de implantação reduzidos: o investimento em PLC torna – se reduzido pela
existência da rede elétrica implantada.
- Permite a utilização de aplicações em banda larga, atualmente com taxas de transmissão
de 200 Mbps., superiores a uma ligação atual de ADSL. Assim serão possíveis aplicações
de banda larga (Internet, VoIP, IPTV) e aplicações de banda estreita (gestão de consumos,
automação de sistemas).
- Ligação permanente (Internet com disponibilidade 24 horas do dia).
- Transformação da rede elétrica do edifício ou habitação numa rede local de dados.
- Cada tomada é um ponto de acesso de uso simples e fácil.
- Tecnologia comprovada, superior e disponível.
- Já implantada nos E.U.A e na Europa

7. Desvantagens do uso da PLC


A maior desvantagem do uso da PLC está na interferência causada pela transmissão.
Dessa forma qualquer "ponto de energia" pode se tornar um ponto de interferência, ou seja,
todos os outros equipamentos que utilizam radiofreqüência, como receptores de rádio,
telefones sem fio, alguns tipos de interfone e, dependendo da situação, até televisores,
podem sofrer interferência. Outra desvantagem é o fato de ser half-duplex sem esquecer que
é um sistema de banda partilhada. Estas duas características fazem com que o débito seja
reduzido em comparação com outras tecnologias. Além disso, outra desvantagem vem do
fato de a PLC ser uma mídia compartilhada e estruturada de modo paralelo. Assim, todas as
casas conectadas numa mesma subestação local estarão compartilhando a largura de banda
disponível. Isso significa que o desempenho da conexão pode variar de acordo com o
número de pessoas que estiverem navegando ou baixando arquivos simultaneamente Em
alguns países, existem movimentos e ações judiciais contra a sua instalação.

8. Casos de Uso
Como citado anteriormente a PLC já foi implantada nos Estados Unidos e na Europa. No
Brasil diversas experiências já foram realizadas no Brasil, no sentido de se avaliar as
potencialidades da tecnologia PLC para transmissão de voz e dados pela rede elétrica. As
concessionárias Eletropaulo (São Paulo, SP), CELG (Goiânia, GO) e Light (Rio de Janeiro,
RJ), fizeram experiências piloto, todas com sucesso.

Em 2004 a FITec Inovações Tecnológicas, em conjunto com a CELG, Eletropaulo e


APTEL (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de
Telecomunicações), também desenvolveu várias experiências com sucesso, incluindo
serviços de acesso à Internet e transmissão de dados e vídeo.

Uma experiência de sucesso, ainda em operação, denominada Projeto Barreirinhas,


consistiu na implantação de uma ‘Ilha Digital’ na pequena localidade de Barreirinhas
(MA), interligando escolas, prefeitura, postos de saúde e centro de artesanato à Internet, via
rede elétrica, com a tecnologia PLC. Instalada em tempo recorde, usando integralmente
infra-estrutura de rede elétrica já existente, e acesso à Internet através de antena GE SAC
disponível no município, este Projeto trouxe um reconhecido avanço tecnológico,
educacional, social e econômico ao município de Barreirinhas, em apenas alguns meses,
comprovando a potencialidade da tecnologia PLC.

9. Empresas e a PLC
A Cemig iniciou os testes do acesso à internet em banda larga via rede elétrica, no
final do ano passado, em Belo Horizonte. Foram investidos R$ 200 mil para instalação dos
equipamentos em 40 pontos da capital mineira. O projeto está sendo feito em conjunto com
a Infovias (joint-venture formada pela estatal e a AES, para transmissão de dados, voz e
imagem) e a suíça Ascom, idealizadora dos equipamentos. Segundo informações da
assessoria de comunicação da Cemig, o canal de acesso usado no projeto piloto tem uma
velocidade de 2 Mbps, o que corresponde a uma velocidade quase 50 vezes maior que o
acesso via rede telefônica.

O objetivo das empresas envolvidas no programa é identificar os serviços agregados


para viabilizar a proposta comercialmente. Quanto mais serviços forem oferecidos via rede
elétrica, maior será o retorno. Por isso, estão sendo estudados processos que vão permitir a
leitura remota e em tempo real dos relógios de luz e das curvas de cargas das residências,
além de disponibilizar serviços de TV a cabo e televigilância.

Outra distribuidora de energia que vem testando o sistema PLC é a Copel


Telecomunicações, do Paraná. A Copel gastou R$ 1 milhão para levar o sistema elétrico de
banda larga a 50 domicílios e estabelecimentos comerciais de Curitiba. Os experimentos
demonstraram que a tecnologia funciona, mas o custo de sua infra-estrutura é alto,
corresponde a quase 50% da instalação de uma rede de linhas telefônicas digitais (ADSL).
Outro problema identificado é a distância. O recurso funciona em aparelhos instalados em
circuitos curtos, onde a distância entre a fonte do sinal de dados e a residência do usuário é
de cerca de 300 metros. Nessas condições, a Copel conseguiu taxas de transferências de até
1,7 Mbps.
O grande desafio na implantação da PLC é a adaptação de suas condições ao sistema
elétrico brasileiro, na Europa e nos Estados Unidos, a rede é subterrânea, ou seja, não sofre
interferências do meio ambiente.

10. Aplicações
1- Rede no mercado residencial e PME´s

• Instalação de modems PLC para criar ou remodelar uma rede local de dados e
comunicação
• A infra-estrutura PLC permitirá a venda de diferentes serviços de comunicação e
domótica (depende do segmento de cliente), acrescentando valor à venda da
solução de rede
• Segmentos de mercado : PME´s, escolas, edifícios, instituições públicas e
mercado residencial

2 – Promoções Imobiliárias

• Os promotores procuram diferenciação e valor acrescentado do equipamento


para nova construção
• Em cada casa da promoção imobiliária, criar uma rede de comunicação PLC.
Também no comércio adjacente, serviços locais, escritórios, estabelecimentos
vários. Rede interna para serviços de condomínio
• Oferecer ao promotor uma infra-estrutura necessária para outras soluções
tecnológicas como câmaras de vigilância, voz IP, Wi-Fi, televisão interativa,
domótica
• Promover que a ligação Internet de alta velocidade seja inerente à compra da
habitação

3 – Hotéis e Resorts

• Oferta de solução inovadora que possibilita acesso à Internet para os clientes


do hotel / resorts, contribuindo como importante fonte de receitas para o negócio
da exploração turística. Pressupõe um valor acrescentado e melhoria dos serviços
oferecidos – aumento da qualidade da oferta
• O hotel coloca à disposição do cliente a possibilidade de contratar um modem
PLC para se ligar à Internet, a partir do quarto
• Rede PLC de comunicação para a totalidade dos quartos / apartamentos
disponíveis, assim como para os serviços centrais do hotel – recepção, escritórios,
instalações de segurança, etc.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Acesso em: 09 maio 09

SOARES NETO, Vicente. Telecomunicações: sistemas de modulação. São Paulo: Érica,


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