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Série Gênesis – Passos tortos pelo Caminho reto – Mensagem 41

Série Gênesis – Passos tortos pelo Caminho reto – Mensagem 411

Interpretando os sonhos 2.
(Texto: Gn 41:1~32)

1. Introdução.

Não sei quanto a você, mas uma das coisas que me irritam é ter de esperar do lado da
fila o lanche do MacDonald’s sair. Quando você vê que o lanche está demorando, aí
você começa a ficar borbulhando de raiva. Quem nunca teve uma experiência parecida
com essa? Sabe por quê? Ninguém gosta de esperar: esperar é completamente
angustiante. Porém, a espera é um dos meios mais usados por Deus para moldar o nosso
caráter. A espera, no final de tudo, faz-nos depender de Deus!

Queremos tudo do nosso jeito e na hora que marcamos. Pensamos que a vida também é
assim. Quando algo emperra, ficamos desesperados. Mas se a nossa espera glorificasse
em algo a Deus? Você teria menos pavor de esperar?

Você já se colocou na pela de José? O que você faria? Irmãos que o traíram, patrões que
o sacanearam, copeiro que esquecue de um grande favor... Fora isso, treze anos!
Poderíamos ainda falar de muitos heróis da Bíblia que tiveram de esperar muito tempo
até ver o cumprimento das promessas de Deus: Abraão que esperou 25 anos até ter
Isaque; Calebe esperou 45 anos para conquistar a porção de terra prometida por Deus;
Davi esperou mais de vinte anos para ser rei, etc. A escola da espera tem as matérias
mais difíceis de passar. Deus é o diretor dessa escola. Como está seu boletim?

Hoje, vamos ver juntos na palavra que todos os anos de espera resultaram em uma coisa
na vida de José: a capacidade de glorificar Deus em todas as coisas. Mas como? Não foi
Deus quem permitiu que José tivesse uma vida miserável desde que foi traído pelos seus
irmãos? É aí que entra a importância da matrícula de José na escola da espera.

A razão última de termos sido criados foi para glorificar a Deus. O catecismo maior de
Westminster diz que o "fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-
lo plena e eternamente"2. Você reconhece esse fato e vive para fazê-lo? E se glorificar a
Deus tenha que ser feito a custo de esforço e anos de espera como foi no caso de José,
você faria?

Essa história não termina apenas com a exaltação de José. Muito mais do que isso: essa
história termina com Deus sendo glorificado! Aliás, não é essa a razão de tudo o
universo existir?

2. Exposição do texto. (Gn 41:1~32)


1
Ao final de dois anos, o faraó teve um sonho. Ele estava em pé junto ao rio
2
Nilo, quando saíram do rio sete vacas belas e gordas, que começaram a pastar entre os
juncos. 3 Depois saíram do rio mais sete vacas, feias e magras, que foram para junto das
outras, à beira do Nilo. 4 Então as vacas feias e magras comeram as sete vacas belas e
gordas. Nisso o faraó acordou.
1
Pregado no MEP dia 30 de janeiro de 2011.
2
Cf. O Catecismo Maior, pág. 1.

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5
Tornou a adormecer e teve outro sonho. Sete espigas de trigo, graúdas e boas,
cresciam no mesmo pé. 6 Depois brotaram outras sete espigas, mirradas e ressequidas
pelo vento leste. 7 As espigas mirradas engoliram as sete espigas graúdas e cheias. Então
o faraó acordou; era um sonho.
8
Pela manhã, perturbado, mandou chamar todos os magos e sábios do Egito e
lhes contou os sonhos, mas ninguém foi capaz de interpretá-los.
9
Então o chefe dos copeiros disse ao faraó: “Hoje me lembro de minhas faltas. 10
Certa vez o faraó ficou irado com os seus dois servos e mandou prender-me junto com o
chefe dos padeiros, na casa do capitão da guarda. 11 Certa noite cada um de nós teve um
sonho, e cada sonho tinha uma interpretação. 12 Pois bem, havia lá conosco um jovem
hebreu, servo do capitão da guarda. Contamos a ele os nossos sonhos, e ele os
interpretou, dando a cada um de nós a interpretação do seu próprio sonho. 13 E tudo
aconteceu conforme ele nos dissera: eu fui restaurado à minha posição e o outro foi
enforcado3”.
14
O faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois
de se barbear e trocar de roupa, apresentou-se ao faraó.
15
O faraó disse a José: “Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas
ouvi falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de interpretá-lo”.
16
Respondeu-lhe José: “Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma
resposta favorável”.
17
Então o faraó contou o sonho a José: “Sonhei que estava em pé, à beira do
18
Nilo, quando saíram do rio sete vacas, belas e gordas, que começaram a pastar entre
os juncos. 19 Depois saíram outras sete, raquíticas, muito feias e magras. Nunca vi vacas
tão feias em toda a terra do Egito. 20 As vacas magras e feias comeram as sete vacas
gordas que tinham aparecido primeiro. 21 Mesmo depois de havê-las comido, não
parecia que o tivessem feito, pois continuavam tão magras como antes. Então acordei.
22
“Depois tive outro sonho. Vi sete espigas de cereal, cheias e boas, que
cresciam num mesmo pé. 23 Depois delas, brotaram outras sete, murchas e mirradas,
ressequidas pelo vento leste. 24 As espigas magras engoliram as sete espigas boas.
Contei isso aos magos, mas ninguém foi capaz de explicá-lo”.
25
“O faraó teve um único sonho”, disse-lhe José. “Deus revelou ao faraó o que
ele está para fazer. 26 As sete vacas boas são sete anos, e as sete espigas boas são
também sete anos; trata-se de um único sonho. 27 As sete vacas magras e feias que
surgiram depois das outras, e as sete espigas mirradas, queimadas pelo vento leste, são
sete anos. Serão sete anos de fome.
28
“É exatamente como eu disse ao faraó: Deus mostrou ao faraó aquilo que ele
vai fazer. 29 Sete anos de muita fartura estão para vir sobre toda a terra do Egito, 30 mas
depois virão sete anos de fome. Então todo o tempo de fartura será esquecido, pois a
fome arruinará a terra. 31 A fome que virá depois será tão rigorosa que o tempo de
fartura não será mais lembrado na terra. 32 O sonho veio ao faraó duas vezes porque a
questão já foi decidida por Deus, que se apressa em realizá-la.

1. Quando tudo o que nos resta é esperar.

“Ao final de dois anos, o faraó teve um sonho” (vr. 1a). Dois anos! Depois do padeiro e
copeiro terem passado por aquela prisão, dois anos se passaram. José tinha pedido para
que o copeiro se lembrasse dele e da injustiça que sofrera quando fosse libertado e
restituído às suas funções, mas isso não aconteceu. José, como sempre até agora, ficou
esquecido.
3
41.13 Ou empalado

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Ele foi levado ao Egito com aproximadamente dezessete anos (Gn 37:2). Agora, ele
estava com trinta (Gn 41:46). Foram anos de muitas dificuldades e recheados das mais
sofríveis experiências que um garoto da sua idade poderia sofrer. Mesmo assim, ele teve
de esperar.

Quantas vezes não nos encontramos em situações semelhantes? Aguardamos algo


acontecer em nossas vidas, e nada. O que José nos ensina aqui é o seguinte: existem
momentos em nossas vidas, quando a única coisa que nos resta fazer é esperar. Você já
batalhou, lutou, orou... e nada. Nesses momentos, nem as nossas orações parecem ser
ouvidas. Parece que Deus esqueceu-se de nós. Fico imaginando quantas vezes José deve
ter pensado nisso. José não tinha alternativa a não ser esperar.

Quem havia permitido que tudo aquilo acontecesse? Não foi Deus? A única pessoa para
quem José olhou durante todo aquele tempo foi Deus. É em momentos como esses, que
Ele nos ensina a depender apenas, e tão somente, dEle.

Porém, toda espera tem um fim. Não pense que aquilo que você está esperando cairá no
esquecimento de Deus. Não! Toda a nossa espera tem um final. Ao final daqueles
longos dois anos, o faraó teve um sonho. Mais uma vez sonho! Foi através dele que
Deus revelara o futuro de José, foi por causa dele que ele foi vendido ao Egito e seria
através dele que José finalmente galgaria a posição sonhada não somente por ele, mas
prioritariamente, por Deus.

Os Períodos de espera fazem parte da providência divina. Nós não conhecemos o que
está a um palmo à nossa frente. Mas Deus sabe de tudo, e sabe exatamente o quando e
como as coisas devem acontecer. Não fique angustiado com o futuro, confie em Deus.

2. Deus não esquece de você. Ele se revela no tempo


apropriado.

“Ele estava em pé junto ao rio Nilo, quando saíram do rio sete vacas belas e gordas,
que começaram a pastar entre os juncos. Depois saíram do rio mais sete vacas, feias e
magras, que foram para junto das outras, à beira do Nilo. Então as vacas feias e
magras comeram as sete vacas belas e gordas. Nisso o faraó acordou. Tornou a
adormecer e teve outro sonho. Sete espigas de trigo, graúdas e boas, cresciam no
mesmo pé. Depois brotaram outras sete espigas, mirradas e ressequidas pelo vento
leste. As espigas mirradas engoliram as sete espigas graúdas e cheias. Então o faraó
acordou; era um sonho.” (vss. 1b~7)

Não foi propriamente um sonho, mas mais um pesadelo. O versículo 8 diz que o faraó
ficou muito perturbado chamando todos os sábios para lhe revelarem o significado
daqueles sonhos. Mas ninguém podia dizer ao faraó o mistério daquelas vacas e espigas
de trigo. Aquele era um sonho que poderia revelar algo muito importante para o futuro.
Os egípcios acreditavam que os sonhos eram meios pelas quais os homens ficavam
sabendo do futuro.

Quem estava lá naquela hora? Exatamente o copeiro que de logo percebeu que havia
apenas uma pessoa que podia solucionar aquele caso: ele se lembrou de José: “Então o
chefe dos copeiros disse ao faraó: “Hoje me lembro de minhas faltas. Certa vez o faraó

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ficou irado com os seus dois servos e mandou prender-me junto com o chefe dos
padeiros, na casa do capitão da guarda. Certa noite cada um de nós teve um sonho, e
cada sonho tinha uma interpretação. Pois bem, havia lá conosco um jovem hebreu,
servo do capitão da guarda. Contamos a ele os nossos sonhos, e ele os interpretou,
dando a cada um de nós a interpretação do seu próprio sonho. E tudo aconteceu
conforme ele nos dissera: eu fui restaurado à minha posição e o outro foi enforcado”.”
(vss. 9~13).

Depois de dois anos de esquecimento, finalmente o copeiro se lembrara de José. Aquele


pedido que José fez talvez ecoou no seu coração. Mas o copeiro só se lembrou de José
porque aquele era o momento escolhido por Deus. Finalmente o tempo de José estava
chegando. Todo o palco estava sendo montado por Deus para que o mundo e o maior
império da época pudessem conhecer José.

Parece que estamos vendo a cena de um filme. O desfecho está próximo. É muito para
ser uma coincidência. Tudo estava milimetricamente dentro dos planos e da vontade de
Deus. O mesmo José que exaltara a grandeza de Deus perante o copeiro e o padeiro
agora poderia fazer isso diante da pessoa mais poderosa daquela época, o faraó! Nunca
posso me esquecer de uma frase que o pr. John Piper disse: “Deus planeja tudo para
que Ele seja o mais glorificado possível”.

“O faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois de se
barbear e trocar de roupa, apresentou-se ao faraó.” (vr. 14). Aquele homem diante do
faraó, vindo de um grupo nômade de Canaã, agora estava no centro do mundo, diante da
pessoa mais importante, podendo glorificar Deus! José naquela hora estava glorificando
a Deus!

No palco que Deus montou para José, José glorificou Deus. Isso é absolutamente
incrível. Essa é a atitude que todos nós devemos sonhar ter.

3. Glorificando Deus diante dos ímpios.

“O faraó disse a José: “Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi
falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de interpretá-lo”. Respondeu-lhe José:
“Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma resposta favorável”.” (vss.
15,16).

O que você faria no lugar de José? Treze anos remoendo com todos os tipos de
sentimentos. Aquela ocasião diante do faraó estava muito acima das expectativas de
José. Aquele era o momento dele se revelar ao mundo. Até o faraó estava confiante de
que José poderia interpretá-lo aqueles sonhos. Porém, mesmo diante da possibilidade da
autopromoção, ele glorificou a Deus diante do império mais poderoso do mundo!

“Eu não posso te dar a resposta, faraó. Porém, é Deus quem pode fazer isso. Depende
Dele!”. Deus sabia muito bem quem ele estava lapidando esses tempos todos. Era José,
um homem cheio do espírito de Deus que foi preparado para estar naquele lugar,
naquela hora, para glorificá-lO. Da mesma maneira, Deus te conhece. Ele sabe do seu
potencial. Deus sabe o que precisa fazer com você para que seja uma pessoa que em
tudo O glorifique.

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O faraó começou a contar novamente os seus sonhos. Ouvindo tudo aquilo, José disse:
““O faraó teve um único sonho”, disse-lhe José. “Deus revelou ao faraó o que ele está
para fazer. As sete vacas boas são sete anos, e as sete espigas boas são também sete
anos; trata-se de um único sonho. As sete vacas magras e feias que surgiram depois
das outras, e as sete espigas mirradas, queimadas pelo vento leste, são sete anos. Serão
sete anos de fome. “É exatamente como eu disse ao faraó: Deus mostrou ao faraó
aquilo que ele vai fazer. Sete anos de muita fartura estão para vir sobre toda a terra do
Egito, mas depois virão sete anos de fome. Então todo o tempo de fartura será
esquecido, pois a fome arruinará a terra. A fome que virá depois será tão rigorosa que
o tempo de fartura não será mais lembrado na terra. O sonho veio ao faraó duas vezes
porque a questão já foi decidida por Deus, que se apressa em realizá-la.” (vss. 26~32).

Não poderia existir uma interpretação melhor! Afinal, ela veio de Deus. Por mais três
vezes, José atribui a Deus a revelação dos sonhos. José era uma pessoa que glorificava a
Deus!

Deus estava com pressa em enviar fome ao mundo (vr. 32). O Egito foi o lugar
escolhido pelo Senhor para abastecer os povos nesses tempos de seca. Deus pode usar
muito bem quem e o que Ele bem entender. Mas o que surpreende na história não é só
isso. Deus queria usa José para salvar o mundo da fome! Todos os anos de sofrimento,
aprendizado, esquecimento e solidão foram a escola de Deus para forjar um líder e uma
pessoa de caráter.

Deus estava se revelou a um ímpio, o faraó. Calvino dizia que Deus, algumas vezes,
dava os seus oráculos a incrédulos. Porém, o maior propósito de Deus era que através de
tudo isso, José fosse honrado, porque Deus honra quem é fiel a Ele.

Glorificar a Deus em todas as coisas não é um ato apenas exterior. Só glorifica a Deus
quem O conhece. José conhecia Deus e era conhecido por Ele. J. I Paker dizia que esse
é o alvo que todos os homens devem almejar chegar: conhecer a Deus, mas mais do que
isso, ser conhecido por Ele! É nisso que o Pai é glorificado.

Conclusão:

Meus amados, a pergunta que o Espírito Santo está fazendo a cada um de vocês é essa:
O quanto vocês tem glorificado a Deus nas suas vidas? O apóstolo Paulo nos ensina
que: "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo
para a glória de Deus" (1Co 10:31). É o próprio Espírito Santo quem nos ajuda nisso.

José usou até dos seus momentos mais difíceis para trazer mais glórias a Deus. Seus
treze anos de espera árdua lhe ensinaram que ele só poderia confiar em uma pessoa:
Deus. Calvino disse assim comentando a história de José: "O Senhor exercitou o seu
servo não apenas no atraso e na longa espera, mas também através de outro tipo de
teste, porque Ele tirou todos os alicerces de esperança humana dele"4. Quando Deus
retira nosso apoio não é para que caiamos, mas para que possamos nos escorar e apoiar
Naquele que é a firme fortaleza: "Do SENHOR vem a salvação dos justos; ele é a sua
fortaleza na hora da adversidade." (Sl 38:39).

Como podemos glorificar a Deus? Dependa Dele para tudo!


4
Calvino in Genesis, pág. 318.

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Que José nos ensine a esperar pela vontade de Deus para a Sua glória!

Senhor Jesus, mesmo nos momentos difíceis de nossas vidas, ajuda-nos a olhar para Ti,
a esperar e confiar que Tu tens planejado e melhor para todos nós. Nos livra das ilusões
do mundo e da tentação de pegar um atalho. Que possamos estar firmes no Teu
Caminho, no poder do Espírito Santo, para a Glória de Deus Pai. Amém.

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