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PRODUÇÃO DE MUDAS DE Cuphea gracilis EM DIFERENTES SUBSTRATOS1

Mauricio Neuhaus2, Marcia Xavier Peiter2, Natalia Teixeira Schwab2, Leonita Beatriz
Girardi2, Rogério Antônio Bellé2, Fernanda Alice Antonello Londero Backes2, Angélica
Rossana Castro de Souza2, Rafael Camargo Ferraz2, Marcelo Antonio Rodrigues2

INTRODUÇÃO

A falsa-érica (Cuphea gracilis Kunth) é uma espécie herbácea perene, florífera,

nativa do Brasil, pertencente a família Lythraceae, apresentando de 20-30 cm de altura

(Lorenzi & Souza, 2008). A falsa-érica é uma espécie ornamental, apresentando inúmeros

usos no paisagismo. Pode ser utilizada na composição de maciços em pleno sol ou meia-

sombra, além de associações com outras espécies em mixed-border. Suas flores lilases,

formadas durante todo o ano, mesmo de tamanho diminuto, são de grande destaque em

combinações cromáticas.

A propagação da espécie pode ser realizada por sementes ou através de estacas do

ponteiro (Lorenzi & Souza, 2008). Na propagação vegetativa, alguns fatores como a planta

matriz, a época do ano, o tipo de estaca e o substrato utilizado no enraizamento,

influenciam na qualidade final da muda. Segundo BOSA et al. 2003, os substratos

assumem importância cada vez maior na área de Horticultura, desempenhando

principalmente a função de suporte ao sistema radicular das plantas. No processo de

propagação por estaquia, diversas são as possibilidades de substratos, os mais comuns são

areia, casca de arroz carbonizada, terra, húmus, vermiculita, dentre outros, e a mistura

destes (LUZ et al, 2007).

O trabalho tem como objetivo avaliar diferentes substratos para a obtenção de

mudas de Cuphea gracilis, propagadas vegetativamente.


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Resumo expandido apresentado no VII ENSub, 15 - 18 de setembro de 2010, Goiânia, Goiás
Trabalho realizado no Colégio Politécnico da UFSM. Apoio: UFSM; PPGEA; CAPES.
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Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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MÉTODOS

O experimento foi realizado no Setor de Floricultura do Colégio Politécnico da

UFSM, Santa Maria – RS, no período entre 27/05/2010 e 01/07/2010. O experimento foi

conduzido em delineamento experimental inteiramente casualizado, com 10 repetições de

cinco estacas cada. Os tratamentos foram constituídos por três diferentes substratos, a

saber: casca de arroz carbonizada (100% CAC), Argissolo Vermelho distrófico arênico

(u.m. São Pedro) denominado de solo São Pedro (100% SSP) e, mistura de casca de arroz

carbonizada e solo São Pedro (50% CAC + 50% SSP). As estacas foram coletadas de

ramos ponteiros de plantas matrizes sadias e tiveram suas flores retiradas. As mesmas

foram classificadas e padronizadas, apresentando entre 8 e 10 cm de comprimento e

tratadas com hormônio ácido indolbutírico (AIB) em concentração de 1000 ppm veiculado

via pó, para facilitar o enraizamento. As estacas foram colocadas para enraizar em

bandejas plásticas contendo os substratos e mantidas em estufa climatizada, recebendo

irrigação por nebulização intermitente. No dia 01/07/2010, período correspondente a cinco

semanas desde o estaqueamento, as mesmas foram retiradas cuidadosamente e efetuadas as

avaliações do número de raízes por estaca e comprimento total e médio de raízes.

RESULTADOS

Os valores médios observados nos parâmetros testados para o enraizamento de

Cuphea gracilis são apresentados na Tabela 1. Para as variáveis número de raízes e

comprimento total de raízes, os diferentes substratos utilizados apresentaram

comportamento semelhante, não diferindo estatisticamente entre si. Quanto ao

comprimento médio de raízes, houve diferença entre os substratos testados. As estacas

enraizadas na mistura entre CAC e SSP apresentaram as raízes com maior comprimento,

seguidas pelas estacas mantidas em SSP puro. Entretanto, estas são acompanhadas
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estatisticamente pelas estacas enraizadas no substrato 100% CAC (Tabela 1). Observou-se,

durante a retirada das mudas das bandejas, que aquelas enraizadas em 100% SSP

apresentavam maior dificuldade em manter o torrão.

Tabela 1 – Número de raízes (NR), comprimento médio de raízes (CR) e comprimento


total de raízes (CTR), em mudas de Cuphea gracilis enraizadas em diferentes
substratos. Santa Maria, 2010.
Substratos NR CR CTR
100% CAC 15, 12 a 2,05 b 32,5 a
100% SSP 16,34 a 2,35 ab 38,13 a
50% CAC + 50% SSP 15,68 a 2,45 a 38,2 a
Médias seguidas de letras iguais na coluna são estatisticamente iguais, ao
nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Turkey.
CAC (casca de arroz carbonizada) e SSP (solo São Pedro).

CONCLUSÕES

Considerando-se o período para o enraizamento, todos os materiais se mostraram

adequados à produção de mudas de Cuphea gracilis propagadas vegetativamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSA, N.; CALVETE, E.O.; KLEIN,V.A.; SUZIN, M. Crescimento de mudas de


gipsofila em diferentes substratos. Horticultura Brasileira. v. 21, n. 3, p. 514-519.
Brasília. jul-set, 2003.

LORENZI, H.; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, hebáceas e


trepadeiras. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 2008. 1088 p.

LUZ, P. B.; PAIVA, P. D. O.; LANDGRAF, P. R. C. Influência de diferentes tipos de


estacas e substratos na propagação sexuada de Hortência [Hydrangea macrophylla
(Thunb.) Ser.]. Revista Ciência e Agrotecnologia. v. 31, n. 3, p. 699-703. Lavras, 2007.

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