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Universidade Metodista de São Paulo

Campus EAD

PENTATEUCO
Família e Estrutura Social no Antigo Testamento

Ednelson Cotrick

Sorocaba
2010
Ednelson Cotrick 18.3997

PENTATEUCO
Família e Estrutura Social no Antigo Testamento

Trabalho apresentado à Faculdade de Teologia


da Universidade Metodista de São Paulo,
Campus EAD, em cumprimento parcial à
exigência da disciplina Literatura e Contexto
Histórico do Antigo Testamento.

Sorocaba
2010
INTRODUÇÃO

O presente artigo e pesquisa do professor Tércio Machado Siqueira trata a


temática do papel da família na organização social de Israel no contexto
histórico do Antigo Testamento.

1. TRIBALISMO

O Israel tribal era semi-nômade e circulava as terras agrícolas da Palestina, a


AOM (Antigo Oriente Médio). Na periferia das terras férteis de Canaã, o
ambiente pastoril e o aprendizado do deserto dão lugar ao sistema agrícola sob
influência da cultura pagã dos povos circunvizinhos. A proclamação de fé no
Deus-Javé era mantida na transmissão oral de sua literatura e do seu código
legal, a Torá. A organização tradicional do povo de Deus é o clã familiar (grupo
consangüíneo estendido até a quarta geração), que sofre colapso de
identidade ao conviver, assimilar e querer imitar o modelo organizacional das
cidades-estado e nações estrangeiras.

2. FAMÍLIA

A comunidade familiar de Israel (hoje denominada Casa Paterna) organizava a


sociedade em clãs independentes e autônomos entre si. Para a família
tradicional de Israel ser bem sucedida em sua peregrinação e assentamento
deveria observar o código da Torá e cada um dos membros assumirem direitos
e deveres que garantiriam a subsistência, aumentando assim importância de
seus membros importância na responsabilidade de preservação da família.
Destaca-se a mãe, que é o vínculo do amor para a união da família e os filhos
que ao darem ouvidos aos pais não colocariam a família em risco de desgraça
ou até de extinção. Portanto, a família era a principal estrutura organizacional
de Israel, mas com o advento das cidades-estado no período pré-monárquico,
o regime familiar sofre adaptação política para formação do exército e indústria
bélica.
3. MONARQUIA

A vida em sociedade com os povos do AOM (Antigo Oriente Médio) causou o


enfraquecimento no governo das tribos familiares pelos juízes, e a comparação
com as nações vizinhas despertou a necessidade de um exército para prover a
segurança e um rei para garantir o respeito internacional. O povo escolhe esta
monarquia sem levar em conta “o direito do rei” e os efeitos que a implantação
deste regime causaria em sua estrutura de tradição familiar proposto no projeto
original de Deus. Os reinados formaram a nação alargando suas fronteiras
através do exército e acumulando riquezas usadas nas construções luxuosas
que atrairiam o comércio e turismo internacional. O povo e principalmente a
família sofrem as conseqüências internas deste regime: o direito do rei sobre a
terra, seu produto e nos filhos que nela trabalhavam. A cobrança de pesados
impostos seria para a manutenção do luxo no templo e no palácio do rei,
motivo esse que atraiu atenção do império assírio.

4. PROFETISMO

A fragmentação da família e sua destituição como forma de organização social


levanta a palavra de protesto dos profetas, tanto no sul como no norte de
Israel. Eles criticam a tirania do rei que toma a terra, o produto da terra e os
filhos que trabalham nela, interferindo assim de forma catastrófica na vida
econômica das famílias. Outra acusação era a de manipular o povo no intuito
de fundirem-se com os povos vizinhos assimilando sua cultura, costumes e
religião em troca de benefícios políticos e econômicos. Essa terrível política de
boa vizinhança levou ao declínio da monarquia dando início ao período exílico.

5. PÓS-EXÍLICO

As alterações impostas na organização de Israel pelos regimes: persa e grego


acarretaram o fim da estrutura familiar (os clãs), mas nem tudo se perdeu. O
povo camponês manteve a identidade em meio aos conflitos e imposições
estrangeiras através da obediência a Torá e, posteriormente, pelo registro da
literatura familiar (as histórias da Casa). No período pós-exílico a atividade dos
profetas cessou. Quando o povo israelita perdeu a terra surgiu um novo
fenômeno de proclamação da palavra, o movimento apocalíptico, típico do
período grego.

CONCLUSÃO

Ao analisarmos a história da família no Antigo Testamento percebemos não


somente a tradição cultural, mas também o projeto de Deus para o governo do
mundo. O povo organizado em clãs se impõe frente aos novos desafios em
terra estrangeira e de religião pagã. O apelo destas novas culturas, da
modernização econômica na região da antiga palestina, faz elevar o clamor do
povo para a figura do rei, mas este não era o projeto original do Deus-Javé. No
exílio, conseqüência da tirania dos reis, o clã desaparece. O remanescente
familiar pós-exílico, firmados na palavra divina que resiste aos tempos, supera
os obstáculos ao longo dos séculos assegurando a continuidade do projeto de
Deus para o governo do mundo, a família.

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