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ABRIGO DE TIETÊ

Deputado Estadual Feliciano Filho

Após receber pedidos de ajuda, para a situação denunciada por protetores, de maus tratos e crueldades
cometidas contra animais em um abrigo no município de Tietê, Feliciano enviou seus assessores para acompanhar
a situação e verificar a destinação dos animais.

Chegamos ao município de Tietê em 07/02/11 e de imediato procuramos nos informar sobre o assunto,
conversando com diversas pessoas que se demonstraram estarrecidos com a situação descoberta, muitos deles
ajudavam mensalmente financeiramente ou com ração a referida ONG denominada SOPAAT (que estava
mudando o nome para O BICHO FELIZ). Outros ainda nos informaram participar dos eventos periódicos como
jantares e bingos, realizados para angariar fundos para os animais.

Pela manhã do dia 08/02 nos encontramos com algumas das protetoras que descobriram e denunciaram o abrigo.

Tudo se iniciou com a doação, mal sucedida, de um cão da raça pitbull para um munícipe da cidade, onde a
protetora recebeu a oferta de abrigá-lo provisoriamente no referido abrigo. Quando foi buscar o animal, cerca de
cinco dias após, foi surpreendida com um cão extremamente magro, infestado de pulgas e carrapatos, abrigado
num terreno de terra batida. Ela não entrou no local, mas viu que os animais ali abrigados necessitavam de ajuda
urgente. A protetora de imediato ligou para o presidente da ONG oferecendo ajuda e iniciou uma campanha
entre os protetores para irem ao local efetuar uma limpeza e dar banho nos animais. Quando os voluntários do
mutirão entraram no local, se depararam com uma situação estarrecedora de crueldade e maus tratos cometidos
no abrigo de uma ONG que teria por obrigação protegê-los, entre os abusos cometidos se depararam com sete
corpos de animais mortos em condições desconhecidas. Os protetores lavraram um Boletim de Ocorrência
denunciando a situação.

07/02 - Bom Dia Brasil


http://migre.me/3PCf2

Ao termos conhecimento do BO lavrado, de


imediato percebemos que o mesmo foi
tipificado no artigo 64 das Leis de
Contravenções Penais (Decreto Lei 3688/41)
que pune os atos cometidos contra animais
com pena de 10 dias a um mês, ou multa, e
não na Lei de Crimes Ambientais (Lei
9605/98) artigo 32 que considera crime mal
tratar animais e pune os atos cometidos com
pena de três meses a um ano e multa. Nos
dirigimos à Delegacia de Polícia para
conversar com o delegado, que nos atendeu
prontamente, e nos informou que já estava
instaurando o inquérito (baseado na Lei
9605/98) e que iria começar a ouvir os
envolvidos. Nos dirigimos ao abrigo.

A situação encontrada superou tudo o que de


pior estávamos preparados para encontrar.
Animais extremamente magros, doentes,
infestados de parasitas (pulgas, carrapatos,
vermes, bernes e bicheiras), com sarna, num
local totalmente inadequado e sem condições
de proporcionar aos animais um abrigo digno,
sem receber assistência médico veterinário
(conforme prevê o Decreto Federal 24645/34
em seu artigo 3º), animais com transtornos
psicológicos, movimentos repetitivos, diversos
montes de fezes pelo terreno com cerca de
4m² (a prefeitura não recolhia as fezes há sete
meses conforme VÍDEO), descaso... Tristeza.
Tratados por um senhor que sofria dos mesmos
maus tratos e descaso dos animais, sem
condições de proporcionar qualquer melhoria
ao local, jogado num local isolado, sem
assistência nenhuma por parte da Prefeitura
(que enviava os animais recolhidos na cidade
para o “abrigo”), tendo que ver os animais
adoecer e muitas vezes morrer à míngua sem
qualquer assistência médico veterinária, jogado
numa casa velha em local insalubre, sem poder
viver dignamente, trabalhando para a ONG
desde 2002 sem registro trabalhista. O que ele
podia fazer para oferecer aos animais era
apenas a ração de péssima qualidade comprada
pela Prefeitura, água do caminhão pipa (usada
para os animais e para ele também), e seu
amor. Sentimento esse visível e indiscutível,
recebido e retribuído de cada um dos 74
animais que encontramos no local, todos
chamados pelo nome.

Medicamos todos os 73 animais com remédios


antiparasitários, fotografamos e cadastramos
com nome, pelagem, sexo e idade aproximada.
Outros 11 estavam ainda internados em clínicas
veterinárias.

No mesmo dia a Prefeitura foi ao local, retirou


do local 24 animais (sendo nove filhotes e 15
adultos) e os conduziu ao Parque Ecológico
Tietê.

Pela noite recebemos uma ligação dos


membros da ONG Cão Sem Dono oferecendo
ajuda para 30 animais.

FEZES ACUMULADAS POR SETE MESES NO LOCAL

No dia 09/02 pela manhã fomos ao Parque Ecológico para ver a condição dos animais retirados do “abrigo” e
pudemos constatar que o local é capaz de oferecer, temporariamente apenas, uma condição digna de alojamento
dos cães, ao sairmos pudemos acompanhar a chegada de mais 11 animais. Percebemos algumas deficiências que
foram passadas posteriormente à responsável de Vigilância Sanitária da Prefeitura.
Medicamos todos os 73 animais com
remédios antiparasitários, fotografamos e
cadastramos com nome, pelagem, sexo e
idade aproximada. Outros 11 estavam ainda
internados em clínicas veterinárias.

No mesmo dia a Prefeitura foi ao local,


retirou do local 24 animais (sendo nove
filhotes e 15 adultos) e os conduziu ao
Parque Ecológico Tietê.

Pela noite recebemos uma ligação dos


membros da ONG Cão Sem Dono
oferecendo ajuda para 30 animais.

No dia 09/02 pela manhã fomos ao Parque


Ecológico para ver a condição dos animais
retirados do “abrigo” e pudemos constatar
que o local é capaz de oferecer,
temporariamente apenas, uma condição
digna de alojamento dos cães, ao sairmos
pudemos acompanhar a chegada de mais
11 animais. Percebemos algumas
deficiências que foram passadas
posteriormente à responsável de Vigilância
Sanitária da Prefeitura.

Após a vista no Parque Ecológico nos


encaminhamos para a Prefeitura a fim de
nos reunirmos com o Prefeito, Sr. José
Carlos Melaré. A reunião começou em clima
extremamente tenso, com o prefeito
defendendo o presidente da ONG SOPAAT,
e afirmando que a responsabilidade pela
situação encontrada é da Prefeitura. O
prefeito nos informou ainda que:

• Há dez anos construiu e cedeu o


local para a ONG

• Que compra mensalmente mil


quilos de ração e doa para o
“abrigo”

• Que repassa anualmente uma verba


de R$8000,00 para pagamento do
salário do funcionário contratado
para limpar o local
• Que os animais da cidade são
enviados, pela Prefeitura, para o
“abrigo”.

• Que está doando um terreno para


a ONG SOPAAT de 15.000 m²,
próximo ao Parque Ecológico,
para a construção de um novo
abrigo.

• Que com a retirada de todos os


animais do local denunciado irá
reformar e construir novos canis a
fim de proporcionar aos animais
que voltarão do abrigo provisório
um ambiente digno.

Participaram da reunião ainda as Sra.


Ednea Godoy (secretária de planejamento
e comunicação) e a Sra. Raquel de
Almeida Coan (diretora das vigilâncias
sanitárias e epidemiológicas), como a
conversa com o prefeito se tornou quase
que impossível, passamos a nos dirigir às
duas representantes da prefeitura a fim
de melhorias necessárias e imediatas a
serem tomadas. Informamos que:
QUARTO DO FUNCIONÁRIO
• Uma vez que a prefeitura doou e
construiu o “abrigo” e destina
verba pública à referida ONG, um
acompanhamento para averiguar
a utilização desta verba seria
necessário.

• A manutenção, por anos, da


situação dos animais, além de
cruel coloca em risco a saúde
pública

• Que a Prefeitura deveria vistoriar


o local e fornecer o suporte de
veterinários periodicamente

• Que os animais do Parque


Ecológico necessitam urgente de
atendimento médico veterinário e
castração.
LOCAL PARA ONDE OS 40 ANIMAIS FORAM ENVIADOS
• Que é necessário providenciar
urgente para o local onde os
animais estão abrigados: pallets,
luz elétrica, telhas de vidro, água
encanada (no local possui, mas é
insuficiente para as
necessidades), proteção com
alambrados em volta dos canis
para evitar fugas e troca urgente
da ração para uma com, no
mínimo, 28% de proteína bruta.

• Que existe a necessidade da prefeitura iniciar uma campanha de castração e identificação de animais,
bem como a conscientização para a Posse Responsável, a fim de diminuir o abandono e punir maus
tratos.

• Que a condição de abandono e sub-humana em que vive o funcionário que cuida dos animais também
teria que ser acompanhada.

As representantes acolheram nossas sugestões. Informaram ainda que a Prefeitura oferece à população cerca de
40 castrações gratuitas por mês, exaltamos a necessidade de que esse número seja aumentado e oferecido aos
protetores da cidade que fazem um trabalho de doação com filhotes.

Ao sairmos da reunião recebemos a ligação do funcionário do abrigo informando que uma cadelinha estava muito
doente, levamos ao veterinário. Em seguida voltamos ao abrigo para encontrar os membros da ONG Cão Sem
Dono, que estavam totalmente indignados com o que viram e decidiram levar 45 animais, sendo 39 do abrigo e
outros seis internados na clínica. De imediato removeram a cadelinha que estava conosco e mais duas com
piometra.

Ainda à tarde nos conduzimos ao Ministério Público a fim de conversar com a Promotora de Meio Ambiente, Dra
Adriana Palma, que já havia recebido várias denuncias e estava juntando provas.

À noite nos reunimos com as protetoras voluntárias da ONG SOPAAT, que nos informaram que embora
trabalhassem com os animais abandonados da cidade em nome da ONG, sabiam que o local do abrigo era
inadequado, que lá havia animais doentes, mas não visitavam o local. Algumas ainda exaltaram o trabalho e o
“amor” aos animais por parte do presidente do ONG, que a situação chegou a este ponto por falta de recursos,
que sabiam que a ONG recebia doações em dinheiro dos munícipes, mas a principal preocupação gerou em torno
da reputação e implicações judiciais de cada uma. Falamos apenas das leis descumpridas, das responsabilidades e
co-responsabilidades, dos maus tratos e crueldades infligidos aos animais, de conivência e omissão.

Ainda à noite recebemos a ligação da protetora denunciante informando que tentaria impedir a retirada dos
animais da cidade.

No dia 10/02 fomos chamados à Vigilância Sanitária, pois lá havia dois protetores de animais questionando o
resgate e a destinação dos cães. Conversamos com eles, exaltando que os animais corriam risco de morte e que o
local só poderia ser reformado mediante a retirada de todos os cães, os levamos para ver como os cães retirados
estavam acomodados no parque Ecológico e, com a autorização do presidente da ONG que ofereceu ajuda,
garantimos que poderiam acompanhar o tratamento dispensado a estes cães. Exaltamos ainda que os cães que
ficaram na cidade, cerca de 40, precisavam de ajuda para serem doados, que uma rádio da cidade ofereceu
divulgar semanalmente a doação destes e a necessidade deles acompanharem este processo.

Voltamos ao Ministério Público, depois fomos ao canil onde confirmamos que os animais começaram a ser
resgatados e encerramos nossa vista.

Assessoria Parlamentar

Deputado Estadual Feliciano Filho

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