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A ansiedade é um dos grandes males deste século! As pessoas estão com muito medo do
futuro. Estão preocupadas com o que possa vir a acontecer. Sofrem por antecipação. Se
angustiam muito. Fazem uma tempestade num copo d'água e quando se deparam com uma
verdadeira tempestade, imaginam que é o fim. Buscam solução em remédios, muitos acabam
até se viciando, agravando, assim, os seus problemas.
As pessoas não nascem preocupadas e angustiadas. Isto é algo que elas vão aprendendo no
decorrer de sua existência. Assim como se aprende, pode-se também desaprender. É claro
que não é algo fácil. Estamos realmente à mercê de muitos perigos. Precisamos de ajuda para
lidar com tantas ameaças. E se pudéssemos contar com uma forte proteção divina?! Sim, e se
pudéssemos confiar em Deus a ponto de lançar sobre Ele todas as nossas ansiedades?! Puxa,
como seria bom!
O Apóstolo Paulo nos ensina uma grande lição em sua Carta aos Filipenses, nos versículos
que vão de 4 a 8.
Conta-se que Lutero estava muito triste e preocupado por conta das perseguições da “Santa
Inquisição”, ficou deprimido por dias, até que sua mulher se apresentou diante dele vestida de
luto. Ele reagiu espantando: “O que é isto, mulher? Por que estás vestida assim?” Ao que ela,
ironicamente, respondeu: “É que Deus deve ter morrido para você estar assim tão triste”. Que
lição não foi aquela, hein?!
Certa feita, Jesus disse aos seus discípulos: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la
dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14.27). Veja
que a paz de Jesus é especial! O mundo só conhece paz derivada de circunstâncias
favoráveis. Uma paz muito instável e passageira. Tal paz é tão frágil a ponto de levar o
indivíduo, mesmo em meio ao bem bom, a se preocupar só de pensar em tudo de ruim que
ainda pode vir a acontecer para por fim a festa.
Enquanto isto, vemos nas Escrituras Sagradas que a gente pode experimentar paz, mesmo
numa situação de cadeia. Mesmo no meio de um temporal. Certa vez, os discípulos
acompanharam a Jesus numa viagem de barco, quando, de repente, se viram surpreendidos
por uma tempestade daquelas. A situação era desesperadora do ponto de vista humano. Eles
ficaram apavorados. Descrentes, imaginaram o pior dos mundos. Sentiram-se abandonados
por Deus e por Jesus. Não compreenderam o significado do sono tranqüilo de Jesus. Viram isto
como um sinal de indiferença. De modo que eles questionam a Jesus: "O Senhor não se
importa que morramos?" (Mc 4.38). Jesus acalma o tempo e depois pergunta aos discípulos
“Onde está a vossa fé”? (Lc 8.25).
Como aqueles discípulos, nós também temos muito que aprender a confiar em Deus.
Precisamos aprender a dizer como o Salmista: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da
morte, não temerei mal algum!" (Sl 23.4).
O Salmo 23 ilustra que o caminhar com o bom pastor não é sempre garantia de pastos
verdejantes, pois estamos sujeitos aos vales sombrios. Mas, independente das circunstâncias,
podemos contar sempre com a presença salvadora do Bom Pastor, que diz "No mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". (Jo 16.33).
Por isto é que Paulo costumava exclamar de júbilo: "Se Deus é por nós quem será contra
nós?!" (Rm 8.31). Ele também afirmava com toda confiança: "Sabemos que todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus"! (Rm 8.28).
Por este motivo é que podemos dar graças a Deus por tudo que nos acontece. Pois sabemos
que não somos como um joguete nas mãos dos homens e nossa vida não está à mercê da
sorte ou do azar. Podemos ter alegria e paz por saber que nossa vida e futuro estão nas mãos
de Deus.
Por isto é que da boca do crente deve sair o louvor e as ações de graças, por isto também seus
pensamentos devem estar concentrados em tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre,
tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama,
em coisas excelentes e dignas de louvor! (Fp 4.8).
É intrigante observar os cristãos crendo no poder de Deus para ressuscitar os mortos e para
conceder a vida eterna enquanto vacilam em crer que Ele cuidará de nós em coisas simples do
cotidiano. Por acaso, aquele que cuida dos pássaros não cuidará também daqueles que nele
confiam? (Mt 6.26).
Eu era um adolescente pobre que trabalhava de dia como office-boy e estudava à noite em
uma escola pública. Comparado aos ricos de minha idade, minhas perspectivas de futuro não
eram muito animadoras. Mas, sabe duma coisa? Eu não era invejoso e triste. Eu não
agasalhava nenhuma amargura ou revolta em meu coração, e sabe o porque? Porque eu tinha
Jesus em meu coração. Lembro-me bem de uma ocasião em que caminhava a pé alguns
quilômetros para economizar o dinheiro da condução enquanto cumpria um serviço como
mensageiro. Eu caminhava sobre um viaduto em São Paulo, chorando e saltando de tanta
alegria, cantarolava uma canção que diz: "louvarás bem alto ao teu Pai celeste quando a glória
entrar no coração!" Quem tem a glória de Deus no coração não tem porque se preocupar com
o amanhã!
Por falar em canção, eu me lembrei da primeira vez que ouvi aquele conhecido cântico que diz:
"A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus, a verdadeira paz só tem aquele que já
conhece a Jesus!". Foi por ocasião de uma visita que fazia ao Lar Betel em Corumbá de Goiás.
Lá estavam 350 órfãos louvando a Deus com toda alegria! Ainda que tais crianças tivessem
sido abandonados por seus pais, contavam com a alegria de possuírem um Pai Celeste! A
alegria não está no coração de quem tem isto ou aquilo, mas, sim, de quem já conhece a
Jesus!
Lembro-me do dia em que meu pai chegou em casa com o bolso de sua calça rasgado, salário
do mês roubado e coração despedaçado. Naquela noite, eu vi os semblantes de meu pai e
minha mãe caídos de tanta dor e preocupação. Como pagariam as contas? Como sustentariam
as crianças? Eu gostaria de poder voltar no passado para poder dizer algo aos meus pais
naquela noite tão triste. Eu gostaria de poder mostrar o futuro para eles. “Pai, mãe, não fiquem
assim tão tristes. Deus não nos abandonou! A gente vai sobreviver, a gente vai crescer, a
gente vai vencer! Alegrem-se no Senhor! Confiem na bondade e fidelidade de Deus.”
“Lancemos sobre Deus a nossas ansiedades, pois ele tem cuidado de nós” (1 Pe 5.7)! A paz de
Deus que excede a todo entendimento humano guarde sempre o seu coração e a sua mente
(Fp 4.7).