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2006
Suíça
120’
Cor
1.85 | Dolby Digital SR-D
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SINOPSE
Vitus é um rapaz que quase parece ser de outro planeta: tem um ouvido perfeito, toca
Contudo, o pequeno génio prefere brincar na oficina excêntrica do avô. Sonha voar e ter
NOTA DE INTENÇÕES
VITUS é acima de tudo e antes de mais uma declaração de amor ao poder inspirador e
curativo da música. É também uma declaração de amor à vida, que se manifesta ainda de
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CRÍTICAS
Uma obra-prima. Este filme testemunha o génio de Fredi M. Murer.
L’HEBDO
O que era feito de Fredi Murer, nascido em 1940 e celebrado há já vinte anos, com
Hohenfeuer, um drama soberbo? Ora bem continua a fazer bom cinema. VITUS é a prova
viva, que já foi visto em Berlim e Montreal e que, ao que parece, está a fazer furor na
Suiça, é um conto irónico. O filme começa com uma criança com uma dúzia de anos,
vestido como um melhor da sua turma num pequeno avião. Vitus, já que é o nome desta
criança com um ar sossegado, instala-se nos comandos e, apesar dos protestos e das
seu calhambeque. Onde vai ele? Só o saberemos no final do filme. Antes teremos que
voltar atrás, oito anos para começar, quando Vitus tem quatro anos e os seus pais
descobrem siderados que não é uma criança como as outras. O filme conta essa
aprendizagem da mãe (Julika Jenkins), a forma como rapidamente, muito rapidamente, ela
mais ausente. Apenas o avô Bruno Ganz, fabuloso de charme, continua a brincar com o seu
o que o obriga aconviver com adolescentes cinco anos mais velhos do que ele.
Ele é infeliz e vai revoltar-se… Apesar deste guião parecer realista, o filme não o é de todo.
Para falar do imperativo da performance, do ciúme, do mundo das finanças, Murer preferiu
jogar com os exageros, apostar na fábula. Facetado como o seu herói, sabe encadear as
suspensões. Vitus é um filme notável, recreativo, e bem mais profundo do que a maior
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Esta fábula é uma delícia absoluta. Entra nela o pianista estrela Theo Gheorghui na pele da
O avô de Vitus (Bruno Ganz que interpretou brilhantemente Hitler) é aqui todo calor e
afecto, o que acrescenta uma luminosidade ao filme que se equilibra perfeitamente com os
pais sérios e preocupados com as pressões com que Vitus tem de lidar.
Este filme delicioso aquece o coração de alegria por várias razões. Uma porque gostámos
particularmente da forma como tudo aconteceu a Vitus, agora com 12. É uma daquelas
alturas em que vemos uma pessoa que não terá que dizer quando for mais velho, “se eu
soubesse o que sei agora, teria…” Vitus fez tudo no seu devido tempo.
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maturidade, Vitus, de 12 anos foi identificado como um jovem dotado e teve de viver com
esse fardo a partir desse momento. Enquanto a sua mãe ambiciosa Helen (Julika Jenkins)
debaixo da pressão de ser diferente. As decisões que o matreiro rapaz toma para resolver
a pressão são a força motora desta importação suíça envolvente, um drama agradável para
toda a família.
Como o avô de Vitus, o seu afecto pela personagem é palpável. A história transforma-se
num conto de fadas cómico, balizado pelo sentido de humor brincalhão de Murer, assim
como devido ao seu olhar perspicaz sobre a maneira como os miúdos se comportam. É o
primeiro papel do prodígio real Theo Gheorghiu, enquanto o sempre maravilhoso Ganz
É o raro filme de família que oferece uma história que entretém tanto os pais como os
filhos.
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FREDI M. MURER
O mais subestimado dos grandes cineastas
Quem é Fredi M. Murer? Talvez o mais subestimado dos grandes cineastas vivos.
Certamente o segredo mais bem guardado do cinema suíço. Murer, de facto, não tem a
reputação dos seus grandes compatriotas: Tanner, Soutter, Achmid ou Goretta. Portanto, a
sua obra inspiradora em nada é afectada ao ser comparada a esses grandes nomes da
cinematografia. Pelo contrário, seremos levados a afirmar que nenhum desses grandes
nomes terá assinado um filme da envergadura de L’ Âme soeur (1985), essa esplêndida
Se a sua obra atinge tal nível porque é que Murer permaneceu um cineasta secreto cuja
raridade da sua presença nos ecrãs. Porque desde 1962, Murer assinou várias curtas e
muito. Pelo menos não o suficiente para manter uma relação sustentada com o público, a
Ainda que a sua obra seja à primeira vista atípica, os primeiros filmes do cineasta são
sua primeira curta-metragem, Marcel (1962), filmada em super 8 e montada sobre uma
música de Edgar Varèse, evoca a vanguarda russa dos anos 1920, Sylvan (1964) refere-se
continua a enriquecer a sua obra: Bernhard Luginbühl (1966), Sad-is-Fiction (1969) e H.R.
Giger – Passagen, nas quais ele refina a sua arte do retrato, enquanto que com Swiss Made
2069 (1969) ele realiza uma incursão surpreendente na narração de antecipação que
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Em 1974, depois de ter passado seis meses com os camponeses do cantão de Uri a
preparar a adaptação de cinco lendas montanhesas, Murer transforma o seu projecto num
documentário no qual ele dá a palavra a essas gentes um pouco indiscretas. Ce n’est pas
notre faute si nous sommes des montagnards (também conhecido como Nous,
montagnards dans nos montagnes) é, portanto, o seu primeiro grande filme, documentário
maior cujas propostas e cenário anunciam L’ Âme Soeur. Há, neste filme, uma espantosa
íntimo da população das montanhas para dar densidade e consistência ao destino trágico
Montagne verte (1990), no qual ele aborda a questão dos resíduos nucleares, e a sua
misteriosamente, como se eles desejassem, com o seu gesto, acordar as consciências dos
seus pais.
O cinema de Murer está virado para o futuro (Vitus, o seu mais recente filme, também
Marcel Jean
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