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O OÁSIS QUE REGENERA

“No meio da praça da cidade... há uma Árvore da Vida que frutifica doze vezes;
cada mês ela dá seu fruto, e suas folhas servem para curar as nações”. (Apoc.
22,2)

+ Não há deserto sem oásis que devolva a saúde, o descanso e o gosto de viver.
+ Voltar à Galiléia, às origens, ao mar de Tiberíades, aos inícios, ao primeiro amor, ao
sonho de Jesus antes de lançar a comunidade na missão de evangelizar.
+ Na cidade desértica em que vivemos, a Igreja deve oferecer aos cristãos
celebrações sa-
cramentais vivas nas quais encontrar o alimento e a vida necessários para manter-se
ativos e orientados para as demais tarefas do Evangelho e do Reino.

A liturgia da Igreja corre o risco de tonar-se paralítica como consequência


tanto do rigor uniformista
como da secura de que sofre boa parta da vida eclesial.
Os sacramentos, bem situados e inseridos na realidade sofredora do povo,
tornam-se insubstituíveis
para fazer com que a Igreja seja um OÁSIS de frescor, de vida, de repouso, de
alimento e de graça,
isto é, um lugar de encontro com Aquele que nos salva e com aqueles
que são nossos irmãos na fé.

Luta e celebração! O problema é vital. A celebração não pode existir


desencarnada da realidade.
É celebração de alguém comprometido na construção da cidade, que significa
a arte de construir juntos a comunidade dos homens e mulheres, de criar um
espaço onde estes possam realizar-se plenamente.
A vida do Espírito na cidade desértica precisa de sacramentos vivos que
expressem e manifestem o verdadeiro Sacramento que é Cristo em sua Igreja.
É, sobretudo, em tôrno da mesa que uma comunidade se constitui;
Comunidade daqueles que confessam o seu amor comum pelas mesmas coisas – as mesmas
esperanças, os mesmos sonhos, a mesma utopia do Reino.
Com o gesto do “re-partir” se estabelece uma rede de relações entre as pessoas
que aceitam conspirar, co-inspirar, em tôrno do fascínio do que é dito...
Memória que faz nascer os sorrisos, os gestos ternos, as mãos pacientes...
E nada fica como estava... encantamento que faz ressuscitar a vida que já
estava morta; refeição que transforma os desertos em mananciais de água.
Na verdade, a Eucaristia que celebramos é o sal, o levêdo, a luz e a alma da cidade.
Como toda a Igreja reunida “na assembléia eucarística é a epifania antecipada do Reino, assim a
Igreja enviada pela Eucaristia é uma epifania da “polis” salva”. (G. Dossetti).

A quinta linha básica da espiritualidade das “cidades-deserto” em que vivemos,


deve ser
a recuperação da vivência sacramental da comunidade cristã, vivência que há de
revitalizar a
presença do REINO no confuso mundo urbano atual.

Texto bíblico: Jo l3,l-l7

Conta-se uma história de um judeu que participava regular-


mente das atividades de sua sinagoga.
De repente, ele parou de vir. O rabino notou sua ausência e
ficou preocupado, pensando que o homem estivesse doente.
No dia seguinte, foi visitá-lo e o encontrou perfeitamente bem
de saúde, sentado confortavelmente diante da lareira, lendo
um livro. O rabino sentou-se ao lado dele, sem dizer nada.
Em seguida, pegou com a pinça um pedaço de carvão em
brasa e colocou-o no chão, do lado de fora da lareira.
Enquanto os demais pedaços de carvão continuavam ardentes, aquele carvão isolado foi
ficando cada vez mais pálido, até que se apagou por completo.
O rabino não fez nenhum comentário. Levantou-se, despediu-se e foi para casa.
Na semana seguinte, o homem voltou à sua sinagoga. Ele havia entendido o que o
rabino quis lhe mostrar.
Sozinhos e isolados, nós também nos apagamos.
Mas quando retornamos à celebração litúrgica e vamos ao encontro dos nossos
semelhantes, reacendemos nossa fé em Deus e a nossa pertença a um povo.

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