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m a r ç o 20 08
ACIDI, I.P.
O papel do mediador
intercultural em Espanha
Estudo OCDE
Imigrantes
mais qualificados
# Edi tori al
Juntos na diversidade
É com muito gosto que me junto à
equipa ACIDI, neste ano tão especial
em que o Parlamento Europeu e o
Conselho da União Europeia decla-
raram 2008 “Ano Europeu do Diálogo
Intercultural” (AEDI) na perspectiva
de reforçar a construção de uma
identidade europeia comum.
Num mundo globalizado, caracterizado por conflitos de de promoção do diálogo intercultural, que levou a que, em
diversas origens, é urgente que as sociedades vivam num 2006, no âmbito do funcionamento de um grupo de trabalho
clima de entendimento e respeito mútuo. A nossa missão interministerial com o Ministério da Cultura, se determinas-
passa por promover o pluralismo, reconhecendo e conser- se o ACIDI como entidade coordenadora, em Portugal, das
vando a diversidade, apenas possível através do diálogo. actividades do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
A Europa há muito que deixou de ser um continente fechado, Com esta realidade, a opção portuguesa perante a diver-
e hoje congrega as mais diversas realidades culturais. sidade cultural passa pela afirmação do princípio da
Portugal, com uma longa história de país de emigrantes – um Interculturalidade. Num quadro de respeito mútuo dentro
terço da população de origem portuguesa vive emigrada e da Lei, promove-se a afirmação da riqueza da diversidade
espalhada pelo mundo – tornou-se também, no final do séc. em diálogo. Mais do que uma coexistência pacífica de dife-
XX, um país de acolhimento de imigrantes. Hoje, pessoas de rentes comunidades, o modelo intercultural afirma-se no
mais de 150 nacionalidades constituem já cerca de 5% da po- cruzamento e miscigenação cultural, sem aniquilamentos
pulação residente e 10% da população activa em Portugal. nem imposições.
Este novo contexto exigiu da sociedade portuguesa o desen- Fernando Pessoa escreveu “Sê plural como o Universo”. É
volvimento de uma política de acolhimento e integração de esta a mensagem que gostaria de deixar, a todos os que,
imigrantes mais consistente, que tem sido acompanhada juntamente connosco, partilham este ano em que o diálogo
pela consolidação de políticas de acolhimento e integração intercultural, de uma forma mais atenta, faz parte do nosso
que se reflectem quer em princípios políticos gerais, quer em quotidiano.
iniciativas legislativas, quer ainda em respostas operacionais
muito concretas. Acolhamos “o outro”!
A institucionalização do cargo de Alto Comissário para a Embora, na realidade, “o outro” já exista em nós.
Imigração e Minorias Étnicas (em 1996) e a sua evolução Em 2008 vamos festejar juntos a nossa diversidade!
posterior, em 2002, para uma estrutura mais alargada dota-
da com mais meios e capacidade de intervenção, evidencia a
atenção que, em Portugal, tem sido dada à temática do apoio
à imigração e minorias étnicas.
Em Maio de 2007, a componente do diálogo intercultural fi-
cou consagrada na designação do actual Alto Comissariado
para a Imigração e Diálogo Intercultural - Instituto Público
com o objectivo de promover os valores do diálogo intercul-
tural e do respeito e promoção da diversidade e da tolerância
na sociedade portuguesa.
Aliás, foi o reconhecimento do papel e trabalho realizado Rosário Farmhouse
pelo ACIDI, tendo em vista a concretização de uma política Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural
BI.março.08#58 2
breves
Seminário
Mottek. Com este projecto, o Barclay’s vai providenciar aos de intervenção do Programa
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projectos Escolhas que nisso manifestem interesse, sem Escolhas, como o Bairro da Outurela/Portela, em Lisboa, o
qualquer custo, uma acção de formação em literacia finan- Bairro da Quinta da Fonte da Prata, no concelho da Moita, e a
ceira, composta por seis sessões ministradas por funcioná- freguesia de Darque, em Viana do Castelo. Nestas localidades
rios do Banco em regime de voluntariado, dirigidas a jovens desenvolvem-se diversos projectos que utilizam o diálogo
dos 14 aos 18 anos de idade. intercultural como “motor” das suas intervenções.
O projecto tem como objectivos ajudar os jovens a compre- A rubrica “Histórias de Vida” continua a mostrar histórias de
ender o papel e a importância do dinheiro nas suas vidas, destinatários que se têm destacado nos projectos Escolhas e a
a adquirir, compreender e utilizar competências básicas rubrica “Aconteceu” apresenta, nesta edição, um “Aconteceu
na área financeira e a reflectir sobre recursos e serviços – Especial de Natal” e o Encontro de Descendentes de
financeiros úteis para o seu futuro. Outros objectivos são Imigrantes que decorreu no ano passado, em Évora. Nesta
ainda o desenvolvimento de competências pessoais e sociais Revista poderá, ainda, saber mais sobre o que aconteceu no
relevantes para o seu projecto de vida e promoção de uma evento Escolhas de Portas Abertas - EPA, dinamizado tam-
reflexão sobre a dimensão financeira das suas escolhas em bém no ano passado pelo Programa Escolhas, bem como
matéria de educação, formação e emprego. ler diversos artigos de opinião sobre o tema do Diálogo
Intercultural.
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Exposição Estudo
www.netemprego.imigrante.gov.pt
No portal www.netemprego.imigrante.gov.pt ficam disponíveis as ofertas de emprego apresentadas por empresas sedeadas
em Portugal, permitindo, por um lado, que entidades empregadoras divulguem as suas ofertas de emprego, e por outro, que
os cidadãos de Países não pertencentes à União Europeia tenham informações sobre as ofertas de emprego disponíveis em
Portugal. Esta iniciativa surge na sequência da fixação do contingente para a concessão de vistos de residência para cidadãos
de Países não pertencentes à União Europeia, no quadro da nova Lei que regula a entrada e permanência em Portugal de
cidadãos estrangeiros.
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Instituto Nacional de Estatística
Simpósio Internacional
Interculturalidade no Mediterrâneo
O Mediterrâneo foi formado historicamente através de migrações e movimentos populacionais de todo o tipo, identidades
transnacionais diversas e múltiplos intercâmbios culturais e económicos. Na actualidade, a par dos imigrantes que procuram
uma vida melhor, os turistas procuram as praias e os europeus do norte mudam as suas residências em busca de um clima
mais ameno e um outro estilo de vida: o modo de vida “mediterrânico”.
De 23 a 25 de Abril, a Universidade Miguel Hernández organiza em Elche (Alicante, Espanha) um Simpósio Internacional
sobre Interculturalidade no Mediterrâneo dedicado ao tema “Mobilidades num mundo transcultural: imigrantes, turistas e
residentes europeus”. A comissão organizadora convidou os investigadores que trabalham sobre a temática do encontro a
participar com a identificação de um problema teórico e o delineamento de respostas e soluções com base num trabalho etno-
gráfico sobre um dos quatro workshops do simpósio: mobilidade transcultural no Mediterrâneo, novos residentes europeus no
Mediterrâneo, identidades transnacionais e imigração no Mediterrâneo e processos interculturais na Costa Branca.
Mais informações na Internet em:
http://antropologia.umh.es/ISIM/index.htm
breves
Lagos Santa Casa da Misericórdia
VI Congresso Português
de Sociologia
Mundos Sociais
Saberes e Práticas
De 25 a 28 de Junho de 2008 a Associação Portuguesa de Sociologia (APS) organiza em Lisboa o VI Congresso Português de
Sociologia, nesta edição dedicado ao tema “Mundos Sociais: Saberes e Práticas”. O congresso, que decorrerá Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, procurará reunir perspectivas sociológicas em torno de repre-
sentações, condições e experiências na configuração de mundos sociais. Uma das áreas temáticas previstas é Migrações,
etnicidade e racismo.
A organização do VI Congresso prevê, por um lado, um conjunto de sessões plenárias e de conferências em que, a par de rele-
vantes contributos nacionais, é conferida uma maior expressão internacional. Por outro lado, este evento proporciona inter-
câmbios e aproximações entre sociólogos que se encontram em diferentes fases do seu percurso profissional e se repartem por
diversos contextos de trabalho.
Mais informações em:
www.aps.pt/cms/imagens/ficheiros/FCH477e4f4fcd153.pdf
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Padre António Vieira Comunicação Intercultural
“Portugal Intercultural: Razão e Projecto”, em que se pretende IV). A obra é coordenada por Mário Lages e Artur Teodoro
estudar as raízes, contextos, dinâmicas, matrizes e configura- de Matos.
ções da multiculturalidade, bem como as transformações da
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Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
Tráfico humano
Mutilação Genital
Contactos:
Centro Cívico do Esteval (Loja Azul)
Rua Professor Rui Luís Gomes – Bairro do Esteval – Montijo Telefone e Fax - 21 232 78 58.
Cova da Moura
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# ent revi sta
Carlos Giménez:
“A integração é um processo
que nos afecta a todos”
No dia 21 de Fevereiro de 2008 o ACIDI relação ao protagonismo dos outros. E isto é fundamental
organizou um seminário sobre a mediação que já se tenha. O que acontece é que estas qualidades se
no âmbito dos processos de integração de podem também desenvolver. No caso de Espanha, o pro-
imigrantes com a participação de Carlos cesso de formação realizou-se tanto na universidade como
fora dela, o que é positivo, pois ambas as experiências
Giménez, director do “Instituto Universitario
são importantes. No caso da universidade, o que temos é
de Investigación sobre Migraciones, uma formação de pós-graduação, com a exigência de uma
Etnicidad y Desarrollo Social” (IMEDES) e do licenciatura para o acesso. Contudo, em relação a algumas
programa “Migración y Multiculturalidad” pessoas, o requisito da licenciatura pode ser substituído por
da Universidade Autónoma de Madrid. experiências formativas ou sociais nos seus países de origem.
Catedrático de Antropología Social, Carlos No nosso programa, é muito importante, em primeiro lugar,
que quem pretenda ser mediador intercultural conheça bem
Giménez é autor e editor de diversos livros,
os princípios, modelos, métodos e técnicas da mediação em
entre os quais “Inmigrantes Extranjeros en la general, mas que, para além disso, conheça também as parti-
Comunidad de Madrid”, “Guía de conceptos cularidades deste sector.
sobre migraciones”, racismo e intercultura-
lidad”, “Antropología más allá de la acade- Afirmou que o mediador intercultural não tem necessaria-
mia”, “Guía de Interculturalidad” e “Qué es mente de pertencer a uma comunidade específica...
Há um debate, e há diferentes posições, sobre a questão
la inmigración”.
da bagagem cultural, étnica, religiosa, linguística, que deve
ter o mediador intercultural, dado que realiza a mediação
Como surgiu a figura do mediador entre pessoas, instituições ou grupos
intercultural em Espanha? de diferentes culturas. A nossa posição
A figura do mediador intercultural No processo da teórica, mas também prática, é que
em Espanha surgiu em meados dos formação do mediador não é imprescindível que o mediador
anos 90, patrocinada por alguns pro- intercultural pertença a uma das cultu-
jectos europeus em diversos lugares, intercultural, é muito ras presentes na relação de mediação.
em especial a Catalunha, Madrid e a importante, em primeiro O essencial é que essa pessoa saiba
Andaluzia. É interessante verificar que mediar bem. Poderá ser um não-profis-
é uma figura que surge a partir de dife-
lugar, seleccionar bem sional mas, no caso dos profissionais, é
rentes grupos. No caso da Catalunha, as pessoas. fundamental que seja alguém que este-
alguns eram profissionais que traba- ja habituado a este tipo de conflitos, a
lhavam em empresas cooperativas, na este tipo de dificuldades de comunica-
Andaluzia eram pessoas que trabalhavam em organizações ção, e saiba manejar muito bem as chaves culturais – os pre-
de solidariedade com os imigrantes e no nosso caso, em conceitos, os estereótipos, os medos, etc.. Nesta perspectiva,
Madrid, surgem de um programa universitário, o programa é importante que o profissional envolvido tenha qualidade
“Migración e Multiculturalidad”, da Universidade Autónoma e trabalhe no meio comunitário, por forma a conhecer o
de Madrid. É um programa teórico, académico, mas também contexto social do bairro, do quotidiano das pessoas. Deste
prático, que fomentou desde o início a mediação intercul- modo, estará qualificado para dar atenção não apenas às cul-
tural. turas presentes, mas também a outros elementos. Quando
algum elemento linguístico, religioso, étnico ou cultural seja
Qual é a formação destes mediadores interculturais? muito relevante, e o mediador veja que não o conhece bem,
No processo da formação do mediador intercultural, é muito pode informar-se, perguntar a outros profissionais e, em últi-
importante, em primeiro lugar, seleccionar bem as pessoas, mo caso, pode realizar uma co-mediação ou mesmo entregar
porque nem toda a gente tem características pessoais que o caso a uma outra pessoa mais preparada. Mas não nos
apontem para essa actividade. São precisas pessoas que parece que o mediador tenha necessariamente de pertencer
tenham capacidade de comunicação, de empatia em relação a uma das culturas envolvidas.
a pontos de vista diferentes, e uma atitude de respeito em
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Em situação de conflito, o trabalho do medidor resulta mais negativas que existem numa comunidade para, analisando-
dos conhecimentos adquiridos ou de um “senso comum” as, poderem desenvolver actividades informativas, de conví-
que lhe é próprio? vio das pessoas, de criação de um tecido social, etc..
Aquilo que faz parte da técnica e do método são coisas que
o mediador tem na sua bagagem. Mas, no acto de mediação, Tem defendido que a integração é um caminho bi-direc-
quando está a ajudar as partes, o mediador reage de uma cional. Como é possível dizer às populações dos países de
forma automática e o que predomina é um grande sentido acolhimento que terão também de se adaptar?
comum, uma grande intuição e uma grande capacidade de Fiquei muito satisfeito com a definição europeia actual, defi-
empatia com as partes envolvidas. Quando o mediador ouve nindo por fim a integração como bi-direccional. Há muitos
atentamente as partes, de uma forma activa, actua sobretudo anos que insisto na necessidade de encarar o processo de
com humanismo e intuição. O que acontece é que a técnica, integração como um processo que afecta todos e que requer
apesar de não dominar o processo, está sempre presente. o esforço e a responsabilidade de todos, para criar uma
coesão social para todos. Nesse sentido, como será possível
Referiu a existência de “link workers” nos países anglo- fazer com que a maioria autóctone veja que é necessária
saxónicos. Qual é a diferença entre estes profissionais e os essa adaptação? Essencialmente, argumentando que isso é
mediadores interculturais? não só necessário como também muito positivo, não apenas
Poderíamos designar os “link workers” como “trabalhadores para os imigrantes mas também para a sociedade em geral. A
de ligação”. A própria palavra indica a diferença em relação maioria autóctone deveria receber a mensagem de que tem
à mediação. Trata-se de pessoas, geralmente pertencentes a um direito absoluto à sua própria identidade nacional, mas
uma comunidade minoritária, que actuam na ligação entre que essa identidade nacional tem constantemente evoluído
essa comunidade e o mundo exterior. ao longo da História. Agora, trata-se de
Mas não são, necessariamente, media- aproveitar a oportunidade da presença
dores entre as partes, porque actuam dos novos cidadãos para continuar a
em representação das necessidades da enriquecer essa identidade. Isto não
sua comunidade e devem ser leais ao deve ser visto como uma imposição
seu grupo. O mediador não é leal a ou como um recuo, deve garantir-se à
nenhum grupo em particular, é leal a maioria autóctone que não vai perder
todas as partes envolvidas no conflito. qualidade de vida, não se vai destruir
a nação. Pelo contrário, vai-se enrique-
Na sua intervenção, afirmou que o me- cer devido ao contributo extraordinário
diador perde eficácia quando toma de- que traz a imigração.
cisões. Porquê?
Quando afirmamos que a tomada deci-
Não é imprescindível O interculturalismo é um comple-
sões não é uma atribuição do mediador, que o mediador mento do multiculturalismo?
e que inclusivamente isso pode tirar intercultural pertença Há duas formas de ver a relação entre
força ao seu trabalho, é porque a filoso- multiculturalismo e interculturalismo.
fia e a metodologia da mediação assen- a uma das culturas Uma é vê-los como opostos, como
tam no protagonismo dos envolvidos, presentes na relação de defende Giovanni Sartori, e outra é vê-
denominado “o co-protagonismo dos los, como eu defendo, como um com-
outros”. A mediadora, ou o mediador,
mediação. plemento crítico. As políticas públicas
são apenas protagonistas do método, da técnica, do proces- multiculturais típicas dos anos 60 e 70, canadianas, britâ-
so. Se toma decisões, envolvendo-se demasiado, o mediador nicas, etc., foram logicamente sendo complementadas com
corre o perigo de perder a sua posição de parte terceira e uma outra série de ideias, no sentido de que não basta colo-
neutral. Isso não significa que não possa sugerir soluções às car ênfase na igualdade dos cidadãos, na necessidade de res-
partes, que não possa trabalhar com elas algumas alternati- peitar as diferenças dos diversos grupos da sociedade, mas há
vas. Mas o mediador não é um profissional que gere recursos, também que incorporar a convergência. Li um ensaio sobre
que toma decisões, e muito menos que impõe uma ou outra o caso canadiano, de um dos teóricos estudiosos do modelo
linha de conduta. multiculturalista canadiano, que defende a existência de
três etapas. Uma etapa étnica, em que se coloca a tónica no
O que é a mediação preventiva? respeito por todos os grupos socioculturais canadianos. Isso
A mediação preventiva consiste nas acções de mediação que manteve-se, mas surgiu uma segunda etapa cívica, em que
se orientam no sentido de, em primeiro lugar, evitar que o a tónica está na necessidade de respeitar todos os direitos,
conflito se manifeste ou que, quando se manifesta, o faça de reforçar a igualdade de direitos, etc.. Finalmente, fala-se de
uma forma regulada, dentro de parâmetros democráticos. uma terceira etapa, denominada “living together”, que pode-
Que tipo de actividades podem levar a cabo os mediadores ríamos traduzir como convivência. Isto é, não são apenas
interculturais para prevenir conflitos? Devem identificar necessários a igualdade e o respeito pela diferença, mas há
quais as tensões, preconceitos, estereótipos e percepções que ir mais longe, para uma terceira plataforma complemen-
tar das anteriores, que é a convivência num espaço comum.
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Ano Europeu do Diálogo Intercultural
Juntos na Diversidade
O ACIDI apresentou no dia 27 de Fevereiro o programa do
Ano Europeu do Diálogo Intercultural 2008 (AEDI) no Mu-
seu Nacional de Etnologia, em Lisboa. O evento, que contou
com a presença dos Ministros da Presidência e da Cultura,
assinalou a abertura oficial do Ano Europeu do Diálogo In-
tercultural 2008, com a apresentação do website nacional
- www.aedi2008.pt - e a divulgação do Programa Nacional, de
que fazem parte mais de 500 eventos e projectos promovidos
por entidades públicas e privadas de todo o país. Seguiu-se
ainda um momento de animação intercultural com a partici-
pação de grupos de música e dança que aderiram ao Progra-
ma Nacional de Comemoração do Ano.
Desde 1983 que a União Europeia procura, todos os anos,
sensibilizar e chamar a atenção dos cidadãos europeus e dos
governos nacionais para um tema de acção. 2008 foi escolhi-
do, pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da UE, como
Ano Europeu do Diálogo Intercultural (AEDI). O desafio da
construção de uma sociedade que saiba valorizar mais e me-
lhor a diversidade cultural torna imperativa a participação
activa de toda a sociedade civil e das instituições públicas e
privadas, muitas das quais têm já desenvolvido, em Portugal,
inúmeras actividades que se inserem em boas práticas na
área do diálogo intercultural.
O Ano do Diálogo Intercultural é assim um convite feito a
todos para participarem activamente nos eventos propostos
pelo país e pela Europa, no sentido de nos consciencializar-
mos, racional e emocionalmente, que o diálogo intercultural
é uma forma de apaziguarmos os nossos receios face ao des-
conhecido e de tecermos redes para nos aproximarmos no
respeito e na aceitação mútua. Neste âmbito, o lema esco-
lhido foi ‘Juntos na Diversidade’, apelando à importância do
diálogo intercultural na construção de uma sociedade mais
justa e inclusiva, que saiba acolher os frutos da diversidade.
Mais do que a simples aceitação do “outro”, o Ano Europeu
do Diálogo Intercultural, propõe o acolhimento do “outro” e
a transformação de ambos com esse encontro.
O Ano Europeu do Diálogo Intercultural 2008 foi estabelecido
pela Decisão N.º 1983/2006/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho da Europa, a 18 de Dezembro de 2006. Em Portugal,
o ACIDI foi nomeado, segundo a Resolução do Conselho de
Ministros n.º 92/2007, o organismo nacional de coordenação
do Ano, apoiado por uma Comissão Nacional de Acompa-
nhamento.
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Conhecer melhor os imigrantes
A Alta Comissária para a Imigração e Diálogo
Intercultural, Rosário Farmhouse, apelou no
dia 26 de Fevereiro aos portugueses para que
conheçam melhor os imigrantes que vivem no
país e encarem a diversidade cultural como
uma grande oportunidade.
Um diálogo interactivo
Rosário Farmhouse considerou que actualmente não se deve
falar apenas em tolerância, mas também em diálogo intercul-
tural. Na sua opinião, a tolerância é um passo fundamental
para que se consiga estabelecer o diálogo, mas este tem que
ser muito mais interactivo, tem que ir mais além, ser mais au-
daz para que realmente se consiga integrar os imigrantes e
construir algo em conjunto. Para isso, acrescentou, é funda-
mental o papel das autarquias, pois a integração dos imigran-
tes faz-se em primeiro lugar a nível local.
De entre as actividades que integram o Ano Europeu do Diá-
logo Intercultural e que englobam a sociedade civil e diversos
ministérios, Rosário Farmhouse destacou o projecto “Museu,
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# OCD E
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# opin i ão
Há mais de meia dúzia de anos que sou leitor do BI, que colecciono, talvez por ter sido
migrante, talvez por ter pensado no assunto. Independentemente dos motivos do meu
interesse, o certo é que graças à sugestão dos então Alto Comissário para a Imigração e Diálogo
Intercultural e Coordenador do Observatório da Imigração, o Carlos Rocha, a Nancy Tolentino
e eu tivemos a oportunidade de fazer o Estudo da Importância e do Impacto das Remessas dos
Imigrantes no Desenvolvimento de Cabo Verde, doravante o Estudo 27.
A coincidência da publicação do trabalho no ano da gradua- sobrevivência, afirmação do Estado e financiamento da eco-
ção de Cabo Verde de País Menos Avançado (PMA) a País de nomia familiar e nacional. Actualmente, as remessas situam-
Desenvolvimento Médio (PDM) é muito feliz. Efectivamente, se entre o investimento estrangeiro e a ajuda pública, repre-
os que já estavam e os que chegaram são indissociáveis como sentando o dobro desta.
a cara e a coroa da mesma moeda. As remessas apresentam-se como os mais estáveis entre os flu-
O estudo consiste numa introdução geral, três capítulos e um xos de financiamento externo e são factores eficazes de trans-
conjunto de conclusões e recomendações de políticas para formação social. A mobilidade acelera a mudança material e
ambos os países. simbólica na família, no sentido da igualdade entre os géneros.
O 1.º capítulo discute as migrações na regulação da globali- A emigração feminina e o papel preponderante da mulher nas
zação, a situação peculiar dos PMA, as causas da mudança de redes de comércio informal internacional têm função acelera-
perspectiva que puxou o fenómeno migratório para o primeiro dora da mudança social horizontal e ascendente.
plano das políticas públicas nas últimas três décadas e o esta- A análise das relações entre Portugal e Cabo Verde sugere a
do das remessas e do seu impacto no desenvolvimento. existência de um modelo misto com predomínio do altruísmo
O 2.º capítulo é praticamente um esboço de manual para sobre o auto-interesse.
ajudar na construção de um quadro de referência, permitindo Ao estabelecer a paridade fixa entre o escudo cabo-verdiano
avaliar o défice de informação e definir estratégias para o pre- e o euro, o Acordo de Cooperação Cambial entre Portugal e
enchimento das lacunas e o aprimoramento dos mecanismos Cabo Verde desde 1998 criou confiança geradora de remessas.
de recolha, tratamento e registo de dados.
O 3.º capítulo é dedicado às remessas dos imigrantes cabo-ver- E recomendações práticas
dianos. Também conta como o inquérito em Portugal e Cabo – Interacção das autoridades portuguesas e cabo-verdianas no
Verde contribuiu para a redução do défice de informação. sentido da clarificação definitiva da situação jurídico-legal dos
O estudo termina com um conjunto de conclusões e recomen- descendentes dos imigrantes cabo-verdianos.
dações como contributo dos Autores ao conhecimento da rea- – Institucionalização do direito do imigrante eleger e ser eleito
lidade e aprimoramento das políticas públicas e da acção das a todos os níveis do poder político, com excepção dos cargos
entidades não estatais ao serviço dos três grandes beneficiá- que a Constituição da República reservar a cidadãos de nas-
rios que são o migrante e a sua família, o país de acolhimento cimento.
e o país de origem. – Apoio a instituições universitárias para a realização de estu-
dos sobre as migrações e remessas, para facilitar a sua integra-
Conclusões da análise … ção nas estratégias de desenvolvimento.
A pesquisa levou a equipa a resultados que podem ser pontos – Legalização, educação e formação profissional como vias de
de partida para novas indagações e práticas. Como exemplos, integração.
apresento conclusões para justificar recomendações. – Instalação em Portugal e em Cabo Verde de sistemas de
Cerca de 90.000, os cabo-verdianos formam a maior comuni- recolha, análise e processamento de informação relativa às
dade estrangeira em Portugal. migrações e às remessas, sua utilização e impacto na socieda-
Para Cabo Verde, a emigração é um fenómeno estrutural com de de origem.
grande impacto quer ao nível do equilíbrio físico-social, quer – A Comissão Consultiva Conjunta para as Migrações, criada
no económico, quer na transformação sociocultural do país. em 2006, deverá desempenhar um papel de relevo no acom-
Basta olhar para a lista dos países que são simultaneamente panhamento e monitorização de um programa inovador pela
os maiores parceiros do desenvolvimento de Cabo Verde e as qualidade das suas propostas e capacidade de influenciar o
principais origens das remessas para verificar a sobreposição futuro.
dos respectivos mapas, com poucas excepções. – Concepção de políticas estimuladoras da articulação das
O mapa das embaixadas e dos consulados de Cabo Verde coin- remessas com projectos de desenvolvimento local e nacional.
cide com o mapa das maiores comunidades cabo-verdianas – Introdução de informação sobre as migrações no currículo
no estrangeiro. escolar.
Apesar da dificuldade na obtenção de números exactos, O leitor do BI dirá que muito ficou por dizer e explicar e eu
existem dados para sustentar a tese de que os emigrantes e responderei que o Estudo 27 vai ajudar.
as remessas desempenham um papel vital nas estratégias de
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# ent revi sta
Alcestina Tolentino:
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comunidade e fez-nos chegar à conclusão de que era neces- é preciso dotá-la de instrumentos de adaptação ao tecido
sário um trabalho político de pressão junto das autoridades social e de um espírito de empreendedorismo. Isto aplica-
portuguesas, no sentido de resolver a situação daquelas se principalmente às nossas mulheres, que acabam por ser
populações. Havia uma área cinzenta na legislação portu- uma franja mais esquecida, apesar de terem um peso cada
guesa, porque as pessoas estavam em Portugal, trabalhavam, vez maior no total dos imigrantes presentes em Portugal.
viviam, tinham filhos na escola, necessidades de saúde, etc., Há cada vez mais mulheres que vêm de Cabo Verde com o
mas para as autoridades não existiam, porque não tinham seu projecto individual de imigração, o que faz com que as
direitos. Isso gerava um acumular de problemas sociais, que questões de género nos mereçam cada vez mais atenção.
só se poderiam resolver se as pessoas passassem a ter uma Neste momento, estamos a trabalhar no sentido de fazer sur-
existência legal que a maioria não tinha. Esse movimento de gir uma organização de mulheres, com estatutos próprios e
pressão, que teve o apoio, nomeadamente, de estruturas da capacidade para assumir determinadas tarefas.
Igreja Católica e outras que trabalhavam directamente com A Associação tem também uma vertente de desenvolvimen-
as populações, partiu da Associação Caboverdeana. to cultural muito importante. Assumimo-nos sempre como
um pólo de divulgação da cultura cabo-verdiana no seio da
Um ano após a entrada em vigor da Lei da Nacionalidade, sociedade portuguesa, de ligação dos descendentes dos cabo-
que balanço é possível fazer? verdianos à cultura de origem dos seus pais, mas também de
O que temos observado para já é um ligação entre os nossos povos e cultu-
movimento grande das pessoas no ras. Não somos um núcleo de cabo-
sentido de utilizarem os mecanismos verdianos que se reúne, somos um
para o acesso à nacionalidade que a lei espaço aberto à sociedade. Este ano de
confere, principalmente no que respei- 2008 é o ano do Diálogo Intercultural,
ta às crianças. Ainda é muito cedo para um pensamento que tem marcado
se poder medir os efeitos deste novo todas as nossas acções.
regime jurídico. Até aqui, estávamos
habituados a lidar com as barreiras Que papel tem tido a Associação
que o não ter acesso à nacionalidade Caboverdeana na Plataforma das
trazia às nossas crianças. Agora, com o Estruturas Representativas das
acesso à nacionalidade de uma grande Comunidades de Imigrantes em
franja da nossa população, há cami- Portugal (PERCIP)?
nhos que estão livres, embora a nova A Associação Caboverdeana está liga-
lei preveja um compasso de espera da à PERCIP desde os primórdios. So-
para alguns de entre nós, nomeada- mos parte da direcção e temos estado
mente os da chamada “segunda gera- sempre ligados às reflexões que têm
ção”. Serão necessários três ou quatro Estamos a trabalhar no sido feitas. A PERCIP deve ter uma pre-
anos para ser possível fazer um balan- sentido de criar uma ocupação imediata com o direito de
ço. organização de mulheres, participação política dos imigrantes.
Participação política “tout court”, mas
Quais são actualmente os principais
com estatutos próprios e sobretudo participação política dos
projectos da Associação Caboverdea- capacidade para assumir imigrantes a nível autárquico. É uma
na? determinadas tarefas. conquista que os cabo-verdianos já
Esta Associação tem um caminho já têm, mas é preciso pensar nas outras
percorrido desde há alguns anos, no comunidades imigrantes, que não têm
qual há ainda muito a fazer, que é esse direito. A lei está limitada pela
a área da educação e da formação da nossa comunidade, questão da reciprocidade, mas pensamos que, uma vez que
sobretudo junto dos nossos adolescentes no ensino obriga- os imigrantes trabalham e vivem no espaço português, e é
tório, quer os que estão quer os que deveriam estar. É um aqui que eles são activos e contributivos, a questão da sua
trabalho que queremos fazer de uma forma cada vez mais participação não deveria estar condicionada dessa forma.
sistemática, e que nos fez estar atentos às oportunidades Julgamos que a PERCIP deve lutar activamente e mobilizar as
que o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) associações para que isso seja uma realidade. Para além disso,
oferece no sentido de combater o insucesso escolar. Para deve também realizar a mobilização dos imigrantes para que
além disso, pretendemos promover o aumento do tempo de beneficiem dos seus direitos, principalmente junto daqueles
ligação à escola da nossa comunidade, que normalmente que já têm esse direito adquirido, como é o caso dos cabo-
abandona a escola muito cedo. Outra preocupação que a verdianos e de uma grande comunidade brasileira, mas tam-
Associação Caboverdeana tem é a promoção do aumento do bém de cidadãos de outros países do Continente Americano.
nível de formação para a inserção no mercado de trabalho e A comunidade cabo-verdiana tem trabalhado nesse sentido,
do aproveitamento das competências dos adultos. A nossa mas a percentagem de cabo-verdianos que beneficiam desse
comunidade está habituada a lutar pela sobrevivência, mas direito é ainda relativamente baixa.
19
# c u lt u ra
Migration,
pour l’Afrique de l’Ouest et du centre
et l’Organisation internationale pour les migrations (OIM) Development
and Poverty Reduction
renforcement des capacités en Afrique (ACBF)
Organisé conjointement par la Fondation africaine pour le
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et réduction de la pauvreté Organized jointly by the African Capacity Building
Foundation (ACBF)
développement and the International Organization for Migration (IOM)
for West and Central Africa
Migration,
Sintrenses Ciganos
Edição: Câmara Muni c i pa l de S i nt r a “Nós”, aos domingos,
Au t or : Jo sé G abri el Pe r e i r a B a st o s na RTP2
Migration, Develop- Domingos: RTP2 às 9h50
“Sintrenses Ciganos Uma abordagem estrutural-dinâmica” resul- ment and Poverty Segunda a Sexta: RTP1 às 8h05
ta de um estudo sobre as comunidades ciganas residentes neste
concelho, realizado por investigadores do Centro de Estudos de Reducti on
E d içã o : O I M , 2 0 07 Parabéns a... NÓS!
Migrações e Minorias Étnicas. O livro começa por abordar o “es-
tado da arte” dos portugueses ciganos e o seu percurso histórico, Em Março, o programa NÓS atinge as 200 emissões! 200 pro-
traçando um panorama dos sintrenses ciganos. Esta comunidade A OIM e a African Capacity-building Foundation (ACBF) organi- gramas de uma hora que durante quatro anos tem levado até si a
é então abordada numa perspectiva mais aprofundada, que inclui zaram um workshop em Dakar sobre Migrações, Desenvolvimento riqueza deste Portugal Multicultural. E, para agradecer o apoio dos
a sua história migratória e características demográficas. Os ca- e Redução da Pobreza, participado por representantes de vinte nossos telespectadores, a festa será com a qualidade de sempre...
pítulos seguintes analisam os agregados familiares, a situação países. Os debates centraram-se na contribuição potencial dos Haverá um programa especial dedicado ao lançamento do Ano
habitacional, os modos de vida e estratégias de subsistência, imigrantes para o desenvolvimento de diversas estratégias no Europeu do Diálogo Intercultural, onde poderá saber tudo sobre
assim como as experiências escolares. Finalmente são abordados, sentido de aproveitar as oportunidades criadas pela imigração. a preenchida agenda de eventos de 2008. O Sheik Munir estará
entre outras questões, aspectos relevantes da cultura/lei cigana Estes debates resultaram numa série de propostas para o Diálogo presente para falar sobre o Islão em Portugal, havendo ainda re-
e a religiosidade cigana. de Alto Nível realizado na sede da ONU, em Nova Iorque, em Se- portagens e histórias de vida de muçulmanos em Portugal. Na Pás-
tembro de 2006. Esta publicação poderá ser encomendada na sua coa, o NÓS descansa e não haverá emissão, mas prepare-se para
versão em papel, encontrando-se também disponível na Internet o Programa de Aniversário, um especialíssimo programa a emitir no
Migration and the em www.iom.int. dia 30 de Março com o melhor do Diálogo Intercultural na TV!
Right to Health
Edição: OIM, 2 007
Revi sta Sociolog ia,
O artigo “Migration and the Right to Health: A Review of European Problemas
Community Law and Council of Europe Instruments, publicado e Práticas
N° 12 no n.º 12 da revista Interna-
International
Migration E d içã o : C e n tro d e I n v e s tig a ç ã o e Es tu d o s d e
tional Migration Law, pretende
Law
S o c i o l o g ia
dar uma perspectiva jurídica do
acesso dos migrantes à saúde
Migration and O número 53 da revista Sociologia, Problemas e Práticas inclui
the Right to Health: na União Europeia. Este estudo ACIDI, I.P.
A Review of European o artigo “Tráfico, contrabando e imigração irregular: os novos
Community Law and Council demonstra que existem diversos Alto Comissariado para a Imigração
of Europe Instruments contornos da imigração brasileira em Portugal”, de João Peixoto, e Diálogo Intercultural
instrumentos ao nível europeu
Compiled and edited by Paola Pace
professor do Instituto Superior
que reconhecem o direito à saúde O ACIDI, I.P. prossegue atribuições da Presidência
de Economia e Gestão da Uni- do Conselho de Ministros, regulado pelo D.L. nº.
como um direito fundamental tan-
versidade Técnica de Lisboa. 167/2007, de 3 Maio
to para cidadãos nacionais como
O artigo pretende estabelecer
estrangeiros. Contudo, como é
uma clarificação conceptual
sabido, essa não é a realidade
entre o tráfico de pessoas e o
efectiva nos países da UE. Assim, o principal objectivo é identi-
contrabando de migrantes, en-
ficar os desafios, a nível europeu, na área da protecção da saúde
trando em linha de conta facto-
dos migrantes. Esta publicação poderá ser encomendada na sua
res como o grau de exploração
versão em papel, encontrando-se também disponível na Internet
económica, os níveis de engano
em www.iom.int.
e a violência envolvida, os ob- Lisboa
Rua Álvaro Coutinho, nº 14-16 1150-025 Lisboa
jectivos da migração, a idade e Tel.: 218 106 100 Fax: 218 106 117
Direcção
Rosário Farmhouse
Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural
E d içã o : U ni ve r si da de Fe r na ndo Pe s s o a Coordenação da edição
Elisa Luis
O último número da revista Antropológicas é dedicado ao tema das migrações, com uma apresentação Redacção
João van Zeller
de trabalhos desenvolvidos no âmbito de dois projectos de investigação: um projecto sobre processos (joao.zeller@acidi.gov.pt)
de integração social e económica de imigrantes, coordenado por Alcinda Cabral, e um projecto sobre Design
Jorge Vicente (druida@mac.com)
o impacto das migrações entre os meios rural e urbano no processo de transição demográfica em
Portugal, coordenado por Rui Leandro Maia. Algumas das restantes questões abordadas nos artigos Colaboraram nesta edição
Marta Gonçalves Pereira
deste número da revista são a emigração mexicana para os EUA, dinâmicas migratórias e racismo em Catarina Reis Oliveira
Maria Helena Torres
adolescentes espanhóis e portugueses e educação intercultural em Portugal e Espanha. Julie Scheier
Kattia Hernandez
Corsino Tolentino
Fotografia da capa
Joost De Raeymaeker
Pré-impressão e Impressão
BI.MARÇO.08#58
Tipografia Peres
Tiragem
7.000 Exemplares
Depósito legal
23.456/99