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Instrução sobre o anexo “Pelas estradas da vida”

Emaús nos confirma que “toda a vida é uma caminhada”.


Somente fazendo o seu próprio caminho, o ser humano chega a sentir-se
realizado, integrado e curado.
Embora cada um tenha seu caminho próprio, não se pode caminhar
sozinho; “duas pessoas estão no caminho de Jerusalém para Emaús”, e Alguém
chegou e pôs-se a caminhar com eles, acompanhando-os até o lugar
desejado.
Emaús nos confirma também na importância de acompanhar e deixar-se
acompanhar, no processo de
humanização, conforme o estilo de Jesus.
“Ele se aproxima deles e caminha com eles”. O acompanhamento, conforme o estilo de
Jesus, supõe aproximar-se do outro e caminhar juntos.
Como companheiro, Jesus não fica mudo, estabelece um diálogo apropriado aos interesses vitais
dos caminhantes, pergunta-lhes, interroga...
Não são perguntas curiosas, inoportunas, desrespeitosas. Não lhes dá receitas como resposta:
primeiro os situa e lhes faz ver a realidade em que se encontram, isto é, em que parte do caminho
se encontram; mas não os deixa nesse estado; imediatamente os une a si e a seu plano salvador:
“explica-lhes as Escrituras”.

O caminho de Emaús levou os discípulos a encontrar a si mesmos,


reconhecendo o Ressuscitado, e voltar à comunidade.
A andança dos discípulos acontece entre tristezas, medos, confusão e também
assombro.
Eles que levam dentro de si a forte experiência de vida compartilhada com Jesus,
com o qual tinham sonhado, esperado, acolhido alternativas, agora conhecem um
profundo vazio.
O olhar triste, preocupado, confuso, revela sua indignação, desilusão pelo sonho
que demora em realizar-se, que volta a ser utopia longínqua, enquanto não lhes
resta outra coisa a não ser conversar e discutir sobre o acontecimento.
* Emaús nos convida a não abandonar a realidade, a não fugir ou escapar dela, mas a caminhar nela e, ali, dei-
xar-nos encontrar.
Com efeito, o convite que nos vem da narração evangélica não consiste em cultivar saudade estéril
do passado e do conhecido, e sim despertar o amor para uma história habitada pelo “mistério”.
Emaús nos chama a caminhar e a buscar ainda mais e mais.
É nesta condição de caminhantes que se dá a possibilidade de um encontro totalmente diferente,
novo e de uma renovada opção.
Essa caminhada nos une às inquietações dos outros, à dúvida e às esperanças de muitos homens e de
muitas mulheres de nosso tempo.
* Emaús abre o caminho, e o “caminho se faz caminhando”, entre recordações, narrativas e misteriosas pre-
senças que atravessam nossa história como a brisa suave.
Emaús nos convida a cultivar sensibilidade ao longo da caminhada e também cultivar a saudade de
comunhão, de voltar a nos sentar juntos, a nos escutar e a celebrar.
O caminho que se abre diante de nós é de uma fidelidade cuidadosa, atenta aos movimentos do
Espírito que passa, geme e sofre conosco e com a criação; que habita, faz sua morada, mas que,
como Deus, não pode ser aprisionado e somente pode ser seguido humildemente.
* Encontrar consigo mesmo, reconhecer a Deus que age em nosso caminho e voltar à comunidade, que é o es-
paço para a comunhão, estes são os objetivos deste Retiro.

Na oração: Quais foram e quem são seus companheiros de caminhada?


Que experiência você tem de como Deus acompanha sua vida, como ilumina sua
incer-
teza, como lhe ajuda a ler a sua história?

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