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A. Origem e evolução da língua portuguesa
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vasta contribuição da língua estrangeira vizinha. As mudanças mais visíveis nesta
camada no português são as fonéticas, como por exemplo, a perda do -l e do -n
entre vogais de palavras como luna.
Em 711 d.C., a Península Ibérica foi novamente invadida, mas desta vez por
árabes. Os árabes conviveram quase oito séculos ao lado de cristãos e tiveram uma
grande influencia na língua, na cultura e na ciência. O que caracteriza o adstrato
árabe é o bilinguismo, falam duas línguas diferentes e estas sofrem influências uma
da outra, enriquecendo-as. No português, o adstrato árabe contribuiu
generosamente em oito séculos com cerca de 1000 vocábulos, usados até hoje. A
maioria das palavras portuguesas que têm origem árabe, têm alguns traços bem
característicos, como a presença do artigo -al no início das palavras, como se
verifica nas palavras alfazema e Algarve.
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português tenha recebido (e continue a receber) empréstimos de outras línguas
modernas. Assim, incorporaram-se ao nosso léxico palavras provenientes do francês
(chefe, hotel, jardim, paisagem, vitral, vitrina); do inglês (futebol, bife, pudim,
repórter, sanduíche, piquenique); do italiano (adágio, alegro, andante, gazeta,
macarrão, piano, mortadela, serenata, salame); do alemão (valsa, manequim,
vermute). Nos tempos actuais, o inglês tem servido de fonte de inúmeros
empréstimos, sobretudo nas áreas técnicas, o que demonstra a estreita ligação que
o processo de mudança linguística tem com a história sócio política e cultural de um
povo. A língua foi evoluindo e sofrendo alterações e às palavras que vão perdendo o
seu uso até desaparecerem totalmente de uma língua, chamamos nós de
arcaísmos. Contudo, para que umas palavras desapareçam, outras têm de ir
surgindo para ocupar o lugar das primeiras. Além disso, num mundo em constante
alteração e crescimento, vão também aparecendo novos conceitos e objectos que
precisam de ser nomeados. Chamamos a estas novas palavras de neologismos.
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B. Camões – contexto político-cultural da época em que viveu
Existiu uma crise agrícola por volta dos fins do século XIII, quando a
produtividade já dava claros sinais de declínio, prenunciando uma provável falta de
alimentos, devido ao esgotamento dos solos, enquanto a população apresentava um
elevado crescimento. Agravaram-se as contradições entre a cidade e o campo, a
população agrícola não respondia às exigências das cidades em crescimento. Nos
séculos XI e XII e na primeira metade do século XIII, a utilização de novas terras e
as inovações técnicas permitiram uma ampliação da produção. Na última década do
século XIII já não existiam terras para ocupar gerando uma baixa produtividade.
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elaboração de uma obra em que se iriam por os acontecimentos mais relevantes da
história de Portugal, desde a fundação da nacionalidade até á conclusão da viagem
de Vasco da Gama e a sua frota, ligando pela primeira vez a Europa à Índia em
1498. Fugindo à habitual epopeia, Camões, imprime um cunho nomeadamente lírico
a alguns episódios históricos e de deuses da mitologia greco-romana.
as suas fontes históricas de Camões nos Lusíadas, foram Duarte Galvão, Rui
de Pina, Fernão Lopes, Zurara, João de Barros, André de Resende, novelas de
cavalaria e narrativas histórica trágico-marítima. E as suas fontes literárias foram
Vírgilio, Eneida; Ovidio, Metamorfoses; Homero, Ilíada e Odisseia; Ariosto, Orlando
furioso; António Ferreira, A castro; Garcia de Resende, trovas de D.Inês e canceiro
geral.