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“A Escolinha”

Trabalho da Obra Frei Luís Sousa

1. – No início de cada acto, é feita a descrição do cenário em que a acção


irá decorrer. Relê as didascálicas iniciais e preenche o quadro que se segue.

Actos Espaço Descrição Suscinta


É uma Câmara antiga, ornada com todo o luxo e
O 1º Acto passa-se no, caprichosa elegância portuguesa dos princípios do
Acto I Palácio de Manuel de século XII. É um espaço sem grades, amplamente
Sousa Coutinho, em aberto para o exterior, onde as personagens ainda
Almada. gozam a liberdade de se movimentarem guiadas pela
sua vontade própria. Através das grandes “janelas
rasgadas” pode-se ver uma paisagem vasta e reparar
que é fim de tarde.
Salão antigo, com um ambiente melancólico e
Palácio que era de D. pesado, com grandes retratos de família, muitos de
Acto II João de Portugal, em corpo inteiro, estão em lugar de destaque o de El-Rei
Almada, que agora D. Sebastião, o de Camões e o de D. João de
pertence a D. Portugal. Portas do lado direito para o exterior, do
Madalena. esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com
as armas dos Condes de Vimioso. Deixa de haver
janelas e o espaço fechar-se-á fazendo com que as
personagens não tenham tanta liberdade.
Parte baixa do Palácio Ausência de decoração. Os elementos presentes são
de D. João de Portugal, referências espirituais, próprias da igreja cristã. Dos
comunicando pela elementos existentes evidenciam um esquife, uma
porta à esquerda do grande cruz negra e uma toalha pendente como se usa
Acto espectador, com a nas cerimónias da semana Santa. Pouca luz, o cenário
capela da Senhora da é iluminado, apenas por tochas acesas e gastas.
III
Piedade na Igreja de S. Esses elementos fazem um ambiente de morte,
Paulo dos Domínicos martírio, sacrifício, mas a tolha leva-nos á
de Almada. ressurreição espiritual.

Português – 01-03-08
“A Escolinha”

2. - Partindo do texto e do conhecimento que tem da obra, diz qual destas


figuras escolherias para representar as mudanças de espaço, ao longo dos
três actos, e explica a tua escolha.

A figura que se adequa mais ás mudanças de espaço ao longo dos actos é o Triângulo.

A minha opinião é que é o Triângulo com 2 vértices em cima e 1 em baixo, pois ao


longo dos actos dá para reparar que se vai caminhando de um espaço amplo para um
espaço reduzido, pois no Acto I as cenas passam-se no Palácio de D. Manuel Coutinho,
o Acto II passa-se no Palácio de D. João de Portugal, pois o primeiro foi incendiado e o
Acto III o espaço é ainda mais reduzido é na Parte baixa do Palácio.
Pode-se reparar que ao longo dos Actos o espaço e a sua decoração vão anunciando a
desgraça que se aproxima ao passar dos actos.

Acto I – Palácio de D. Manuel


Coutinho.
+ Decoração, + Luz.
Acto II – Palácio de D. João de
Portugal
Decoração Pesada;
Menos Luz.
Acto III – Parte baixa do Palácio
De D. João de Portugal,
Capela.
Pouca Decoração;
Pouca Luz.

3.
3.1– Relê a cena I do Acto II e comenta o valor simbólico do retrato
de D. Sebastião.

O retrato de D. Sebastião na cena I do Acto II, simboliza o mito do


sebastianismo, e leva ao pensamento da sua família e amigos que ele pode-se
voltar, com isso traria infelicidade á família actual de Madalena, destruindo-a e
fazendo uma vítima inocente, esta é Maria, que morreria de desgosto.

Português – 01-03-08
“A Escolinha”

3.2 - Explica a atitude de terror de Madalena perante o que aconteceu ao


retrato de Manuel de Sousa, no final do acto I, em confronto com a forma
como lhe aparece o retrato de D. João de Portugal no momento em que ela
entra no seu palácio.

Madalena ficou aterrorizada ao ver o Retrato do seu marido ser devastado pelas chamas,
Miranda e outro criado ainda tentaram retirar de lá o quadro mas não conseguirão, o que
levou a uma enorme tristeza pela sua parte, pois o retrato dele representava a existência
dele ao seu lado e na sua mente e quando ela vai para o seu antigo Palácio e vê o retrato
de D. João de Portugal receou logo a seu possível regresso que destruiria sua família, o
que levou a que ela ficasse ainda mais aterrorizada.

4- Escolhe um dos monólogos da obra, de entre aqueles aqui propostos e


sintetiza o seu conteúdo em uma ou duas frases.

Eu escolhi o monólogo de Manuel de Sousa, Acto I, Cena XI

Manuel de Sousa fala acerca da morte do seu pai e da efemeridade da vida, o que leva a
pensar que a vida é mais curta que nós pensamos.

5- Relê, na cena II do acto I, a que se referem, no texto, os números


dezassete, sete, catorze e vinte e um.

Sete  Corresponde aos sete dias da semana, aos sete planetas, á totalidade do universo
em movimento, á criação do mundo por Deus em seis dias e fazer do sétimo dia
sagrado. Primeiro ciclo dos três existentes de 7 anos.

Catorze  Tempo em que Madalena e Manuel vivem com afecção, segurança e felizes.
Segundo ciclo de 7 anos. (7+7=14)

Vinte e um  Faz vinte e um anos depois da batalha de Alcácer Quibir no dia 4 de


Agosto de 1599. Passados vinte e um anos o Romeiro mostra a sua verdadeira
identidade, levando á destruição da família e á morte de Maria. Último ciclo de 7 anos
da história. (7+7=14 + 7 = 21).

5.1- Explica por palavras tuas, por que é que Madalena conta o dia em que
conheceu Manuel de Sousa como uma das infelicidades da sua vida.

Madalena conta que o dia em que conheceu Manuel de Sousa foi uma das infelicidades
da sua vida, porque foi a partir daí que ela vive num mundo cheio de medos, de terrores
sucessivos devido ao possível regresso do seu antigo marido. Num mundo de mentiras
pois esconde da filha parte do seu passado, o que faz com que ela não viva em paz e
sossego.

Português – 01-03-08
“A Escolinha”

6- Num texto expositivo – argumentativo, que tenha entre cento e oitenta e


duzentas palavras, comprova a justeza da afirmação de Garrett, pondo em
evidência os elementos que aproximam Frei Luís de Sousa da tragédia
Clássica.

“Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama; (…) porque se na
forma desmerece da categoria, pela índole há-de ficar pertencendo sempre ao antigo
género trágico.”

Almeida Garrett defende que a sua obra tem todas as características para ser uma
tragédia, mas como podemos observar esta não obedece á estrutura formal de uma
tragédia clássica. Pois podemos ver que a estrutura da obra não está em verso mas
em prosa, não tem cinco actos, não respeita o tempo e o lugar. (50)
Mas na minha opinião seguindo os elementos trágicos presentes na obra quase
podias-mos chamar de tragédia clássica. Pois inclui elementos desta como o, Ananké
pois é o destino que vai originar os acontecimentos, encontramos também o Hybris
pois á presença do desafio do destino por exemplo quando Madalena se casa sem ter
a certeza que o seu antigo marido esteja morto, o Cilmax é outro elemento pois á
aumento da tensão emocional desde a primeira cena até á última sobre Madalena,
causando sofrimento ao resto da família, aqui está presente outro elemento Phatos, no
reconhecimento do Romeiro está presente o (100)Anagnórise, podemos encontrar o
Agón quando os conflitos interiores vividos pelas personagens se revelam, na parte
final da peça podemos encontrar mais dois elementos da tragédia clássica o Cathársis
quando o casal é purificado e vai para o convento e Maria morre de desgosto
encontra-se a Katastrophé.
É verdade que encontramos todos estes elementos da tragédia clássica mas por
outro lado também encontramos muitas características do Romantismo, o que faz com
que a obra seja classificada como um Drama Romântico e não uma Tragédia Clássica.

Trabalho Realizado por:


Rui Lopes

Português – 01-03-08

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