Professional Documents
Culture Documents
Xeolóxico de Laxe
Coruña. 2004. Vol. 29, pp. 299-330
CHAMINÉ, H.I.1,3; GOMES, A.2; TEIXEIRA, J.3, FONSECA, P.E.4; PINTO de JESUS, A.5;
GAMA PEREIRA, L.C.6, SOARES de ANDRADE, A.A.7; FERNANDES, J.P.5, MOÇO, L.P.5;
FLORES, D.5; ARAÚJO, M.A.2 & ROCHA F.T.3
Abstract
The aim of this study is to characterise the regional tectonostratigraphy,
geomorphology and geological mapping of the structural domains Caldas de S.
Jorge–Carvoeiro and Soutelo–Arrancada do Vouga (NW of Portugal). These
domains take the form of a narrow N–S strip of the Lower Palaeozoic age, which
is included in a major crustal–scale shear zone, the Porto–Coimbra–Tomar–
Ferreira do Alentejo shear zone. This is a dextral transcurrent mega-structure
belonging to the Iberian Variscan belt (Portugal). The tectonostratigraphic
300 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
(1) Departamento de Engenharia Geotécnica, Instituto Superior de Engenharia do Porto. Rua Dr. António
Bernardino de Almeida, 431, P-4200-072 Porto, Portugal. (hic@isep.ipp.pt)
(2) Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (GEDES). Via Panorâmica,
s/n, 4150-564 Porto. Portugal.
(4) Departamento de Geologia da Universidade de Lisboa e LATTEX. Ed. C6-2º piso, Campo Grande. 1749-
061 Lisboa, Portugal.
(5) Departamento de Geologia e Centro de Geologia da Universidade do Porto (GIPEGO). Praça de Gomes
Teixeira. 4099-002 Porto, Portugal.
(6) Departamento de Ciências da Terra e Centro de Geociências (GMSG) da Universidade de Coimbra. 3000-
272 Coimbra, Portugal.
Figura 1. Mapa geológico regional da área entre Caldas de S. Jorge e Carvoeiro (Leste de Albergaria-
a-Velha), faixa de cisalhamento de Porto–Coimbra–Tomar (adaptado de CHAMINÉ, 2000a).
304 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
Figura 3. Perfis topográficos longitudinais ao longo dos alinhamentos quartzíticos e perfis topo-
gráficos transversais ao longo das cristas quartzíticas (compartimento morfotectónico a Norte do rio
Caima). Para a legenda dos perfis T1 e T2 confrontar com a legenda da figura 1.
ardosíferos ou filitos acinzentados, por vezes de campo e da análise crítica sobre estudos
muito deformados, atribuidos ao Ordovícico geológicos regionais. Assim, foram conside-
médio e quartzitos maciços do tipo rados dois domínios estruturais distintos
Armoricano do Ordovícico inferior. Esta para o sector, i.e., o domínio estrutural de
reinterpretação assentou, por um lado e Caldas de S. Jorge–Carvoeiro e o domínio
fundamentalmente, na utilização de critérios estrutural do autóctone do CXGB. Segundo
litológicos, estratigráficos, tectónicos e esta sistematização o domínio estrutural de
cartográficos e na correlação estratigráfica Caldas de S. Jorge–Carvoeiro (corresponde
com as unidades do Paleozóico (especial- genericamente à designada “faixa
mente com os domínios do anticlinal de blastomilonítica de Oliveira de Azeméis”;
Valongo e do sinclinal do Buçaco), e por cf. RIBEIRO et al., 1979, 1980) é constituí-
outro, e no estudo do registo macro- e do por (CHAMINÉ, 2000a): i) unidades
micro-paleontológico, dos elementos metassedimentares imbricadas, fora de
cronoestratigráficos e do enquadramento sequência estratigráfica (“out-of-sequence
tectónico regional, por outro. units”, cf. MORLEY, 1988), do Paleozóico
As primeiras descrições (CHAMINÉ, inferior da ZCI; ii) rochas gnáissico-
2000a) desta unidade não incluiram a sua migmatíticas da ZOM (Unidade
subdivisão formal dado que os estudos parautóctone de Pindelo); iii) granitóides
tectonoestratigráficos e paleontológicos de blastomiloníticos muito deformados (pre-
detalhe estavam ainda numa fase inicial. coces e/ou ante-variscos). As rochas aflorantes
Contudo, do ponto de vista informal neste domínio encontram-se intensamente
(NACSN, 1983; ISSC, 1994) distinguiu-se, deformadas e foliadas, caracterizadas por
na base a Unidade do Quartzito Armoricano uma deformação heterogénea, dúctil, por
de Caldas de S. Jorge e, no topo, a Unidade cisalhamento simples. Assim, geraram-se
de Carvoeiro. Estas unidades pertencem ao corredores de deformação intensa onde se
Paleozóico inferior, e contactam, podem observar a maioria dos tipos de
tectonicamente, a Oeste com as unidades milonitos e estruturas típicas de faixas de
tectonoestratigráficas do Proterozóico su- cisalhamento (e.g., estruturas C-S, C’-S).
perior da ZOM (CHAMINÉ, 2000a). No A deformação dúctil varisca induz
seu limite oriental, contactam com uma também a presença de altos gradientes
possante sequência ‘flyschóide’ do autóctone metamórficos que afectam as isogradas do
com estrutura turbíditica referenciada como metamorfismo regional. A deformação con-
Complexo Xisto-Grauváquico do Grupo das centra-se numa estrutura desenraizada na
Beiras (CXGB) indiferenciado, da ZCI sua parte basal (Megaestrutura alóctone de
(PEREIRA et al., 1980; AGUADO & MAR- Carvoeiro–Caldas de S. Jorge ) que provoca
TÍNEZ-CATALÁN, 1994). Este limite a sobreposição ao autóctone da ZCI, mas
geotectónico é referido, unicamente, para diminui em direcção a níveis estruturais
um entendimento do quadro tectonoestra- superiores, ou seja, das litologias xistentas
tigráfico regional e foi caracterizado, funda- do Ordovícico médio da Unidade de
mentalmente, através de reconhecimentos Carvoeiro (RIBEIRO et al., 1995). Nos
312 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
Figura 6. Esboço geológico regional da área entre Brunhido e Arrancada do Vouga (faixa de
cisalhamento de Porto-Coimbra-Tomar).
COSTA 1950; HENRY & THADEU, 1971; extrema deformação patenteada por estes
TEIXEIRA, 1981; YOUNG, 1988). quartzitos. Em C. RIBEIRO (1860) e em
TEIXEIRA (1955, 1981) pode ser encon-
Unidade de Caldas de S. Jorge trada uma descrição minuciosa dos diversos
retalhos de afloramentos ordovícicos. Estes
Estes quartzitos apresentam, geralmente, autores, genericamente, consideram a
uma tonalidade clara, com raras intercalações existência de dois alinhamentos quartzíticos,
xistentas, e ocorrem, habitualmente, próxi- entre Caldas de S. Jorge e Carvoeiro
mo do contacto com os xistos ardosíferos e (Albergaria-a-Velha), que correspondem
com os filitos. Ocasionalmente, esta claramente ao traço cartográfico do
distribuição sugere a existência de uma dobramento regional. RIBEIRO et al. (1995)
transição gradual. O alinhamento oriental e CHAMINÉ (2000a), consideram, então,
apresenta, do lado Oeste, os xistos ardosíferos uma sinforma deitada e ligeiramente
acinzentados e, do lado Leste, a sequência mergulhante para Oeste. De referir que
metassedimentar do CXG. É de referir a DELGADO (1908) já se tinha referido ao
314 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
2000a,b; GOMES, in prep.; TEIXEIRA, in contacto entre a ZOM e a ZCI, i.e., a faixa de
prep.) levaram (figura 6): i) à constituição de cisalhamento de Porto–Coimbra–Tomar
uma primeira sistematização tectonoestra- (s.str.). Foram reconhecidos uma série de
tigráfica do substrato metassedimentar; ii) afloramentos descontínuos, muito estirados
ao traçado do limite geotectónico local, e mecanizados, constituíndo dois
entre a ZOM e a ZCI, da faixa de cisalha- alinhamentos quartzíticos que correspondem
mento de Porto–Coimbra–Tomar (s.str.); ao traço cartográfico do dobramento regio-
iii) e, ao estabelecimento do arranjo nal muito apertado. Assim, os alinhamentos
morfotectónico regional da região. Os quartzíticos prolongam-se desde os arredo-
levantamentos de campo e os trabalhos res de Soutelo até Águeda (Gravanço),
laboratoriais desenvolvidos no domínio passando por Vale da Louriceira, Beco,
estrutural de Soutelo–Arrancada do Vouga Brunhido, Arrancada do Vouga e Veiga. O
(Águeda) proporcionaram, assim, informação alinhamento ocidental destes quartzitos
inédita e vital para o melhor entendimento contacta, tectonicamente, a oeste com as
do complexo limite geotectónico (figura 6) unidades metapelíticas (Unidades de Ara-
da faixa de cisalhamento de Porto–Coimbra– da, de S. João-de-Ver e de Albergaria-a-
Tomar (s.str.). A estes resultados, foram Velha) da ZOM (cf. CHAMINÉ, 2000a), e,
associados criticamente os elementos a Leste, os quartzitos contactam, por acidente
geológicos que se encontravam dispersos tectónico, com o CXGB — ramos oeste e
nos trabalhos de SHARPE (1849), DEL- leste do megacisalhamento de Porto–
GADO (1905, 1908), SOUZA-BRANDÃO Coimbra–Tomar, respectivamente. O nú-
(1914, 1915/16), SOARES de CARVALHO cleo da estrutura é constituído, em regra,
(1944, 1945, 1946a,b, 1947, 1949), CA- por material muito deformado de filitos e
RRÍNGTON da COSTA (1950), SEVERO filonitos de tonalidade cinzenta. Os
GONÇALVES (1974), COURBOULEIX afloramentos fundamentais, analisados nes-
(1974) e COURBOULEIX & ROSSET te trabalho, são os cartografados na região de
(1974). Na presente síntese, é apresentada Soutelo (a Sul da margem esquerda do Rio
uma proposta para uma sistematização es- Vouga), de Arrancada do Vouga (especial-
tratigráfica regional — Unidade de Arran- mente entre as ribeiras do Vale das Cubas e
cada do Vouga e Unidade de Veiga — para do Gorgulhão, onde foram reconhecidas e
este domínio estrutural. A figura 7 permite cartografadas imponentes cristas quartzíti-
visualizar diversos aspectos das litologias e cas; figuras 5, 6 e 7) bem como a Sul da
da deformação patente nas unidades que a localidade de Veiga.
seguir se descrevem. O quartzito ‘Armoricano’, intensamente
deformado, apresenta uma tonalidade clara,
Unidade de Arrancada do Vouga com raras intercalações filitosas. Na maioria
dos locais observou-se, no contacto mecânico
Corresponde a uma estreita banda de entre esta litologia e os metassedimentos da
rochas metassedimentares, intensamente ZOM, uma zona intensamente esmagada,
deformadas, do Paleozóico inferior — estru- argilizada, com caixa de falha de dimensão
tura em sinforma de Soutelo–Arrancada do métrica. A geração desta estreita faixa de
Vouga — que materializa, localmente, o deformação corresponderá às diferenças
316 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
Figura 7. Aspectos de campo das litologias e da deformação patente nas unidades quartzíticas, da área
entre Soutelo (Sul do Rio Vouga) e Arrancada do Vouga (Norte de Águeda). Afloramentos quartzíticos:
A, B, C (Soutelo, SE de Albergaria-a-Velha); D, E (Arrancada do Vouga); F (Brunhido, Valongo do
Vouga).
CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004) Geologia, geomorfologia e estratigrafia 317
série metassedimentar, presente em territó- em regime transpressivo, que gera uma bacia
rio português, cobre grande parte das Bei- cuja abertura é concomitante com a
ras, algumas zonas limitadas do Minho, e a colmatação.
parte leste de Trás-os-Montes e do Alto
Alentejo. BERNARDO de SOUSA (1982, O CXGB a oriente das unidades do
1983, 1985) considera o CXG como um Paleozóico inferior
Super-Grupo, subdividido em duas unida-
des litoestratigráficas, o Grupo do Douro e Os relevos de quartzito ‘Armoricano’
o Grupo das Beiras. que marcam geomorfologicamente o flanco
O Complexo Xisto-Grauváquico foi in- leste das estruturas regionais de Caldas de S.
terpretado como resultado de uma Jorge–Carvoeiro–Arrancada do Vouga
sedimentação numa estrutura de tipo contactam tectonicamente com a série
aulacógeno, limitada por falhas activas, que metassedimentar do CXGB da ZCI (Grupo
sofreu uma inversão tectónica por das Beiras indiferenciado). Na proximidade
transpressão direita, com dobramento e sem do contacto, o CXGB é composto essencial-
produção de foliação, e apresentando vulca- mente por intercalações centimétricas de
nismo bimodal (ROMÃO & RIBEIRO, filitos e de metagrauvaques típicas de uma
1992). Contudo, para QUESADA (1992, série ‘flyschóide’. Os afloramentos do CXGB,
1996) a sedimentação do CXG ter-se-ia a oriente da faixa metassedimentar do
efectuado numa bacia do ante-país (“foreland Paleozóico inferior podem ser, generica-
basin”) desenvolvida no final da orogenia mente, descritos como sequências metasse-
cadomiana, sendo referido como testemunho dimentares relacionadas com sedimentação
sedimentar de tal episódio o facto de as turbidítica proximal, com baixo grau meta-
unidades mais basais do CXG (Precâmbrico mórfico, formadas por alternâncias de xistos
superior?), as quais se encontram apenas e de metagrauvaques. Localmente, foram
representadas em Espanha, estarem referenciadas bancadas conglomeráticas e
subjacentes a uma descontinuidade interna quartzíticas. Os metagrauvaques são de grão
do CXG. No entanto, RIBEIRO et al. (1990) fino a médio e têm matriz quartzo-micácea
interpretam a parte precâmbrica do CXG abundante, a qual é constituída por clastos
como uma sequência turbidítica sinorogénica quartzo-feldspáticos e por raros elementos
desenvolvida sob a forma de uma bacia do líticos (SCHERMERHORN, 1956,
ante-país no fim da orogenia cadomiana, MEDEIROS et al. 1964; SEVERO
enquanto que a parte câmbrica inferior, GONÇALVES, 1974, PEREIRA et al.,
separada da anterior por descontinuidade 1980; AGUADO, 1992). AGUADO &
sedimentar de primeira ordem, seria já o MARTÍNEZ-CATALÁN (1994) propõem
reflexo das primeiras etapas extensivas rela- para o CXG desta região uma divisão em
cionadas com o orógeno cadomiano. SILVA duas unidades, superior e inferior, estando a
(1996) refere-se às duas hipóteses anterio- base da primeira correlacionada com a
res, sobre a geração e preenchimento desta Formação de Bateiras do Grupo do Douro
bacia, como sendo complementares, ou seja, (BERNARDO de SOUSA, 1982).
admitindo a actuação precoce de um sentido Na região do baixo Rio Douro, a SE do
de um cisalhamento tangencial ao orógeno, Porto, a sequência turbidítica tem caracte-
CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004) Geologia, geomorfologia e estratigrafia 319
rísticas algo distintas, uma vez que apresenta ardosíferos cinzentos e/ou filitos-filonitos
numerosas intercalações de metaconglome- negros).
rados, contendo, entre outros, calhaus de Em termos de correlação estratigráfica
liditos negros semelhantes aos que ocorrem com as unidades do sector de Valongo (RO-
na ZOM (FERREIRA da SILVA et al., 1995). MANO & DIGGENS, 1973/1974; RO-
Estes afloramentos do CXG situados a MANO, 1982; COUTO et al., 1997) e do
ocidente do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão Buçaco (e.g., HENRY & THADEU, 1971;
(SCDB), dado o seu elevado grau metamór- YOUNG, 1988; OLIVEIRA et al., 1992a),
fico, são de difícil correlação com o Grupo considerou-se que a parte basal da sequência
do Douro definido por BERNARDO de estratigráfica — Unidades de Caldas de S.
SOUSA (1982). Para além disso, há ainda a Jorge e de Arrancada do Vouga — corres-
considerar que os níveis conglomeráticos e ponde à Formação de Santa Justa (Valongo)
quartzíticos, que são comummente utiliza- e à Formação do Quartzito Armoricano
dos como guias cartográficos para (Buçaco), enquanto que a parte superior —
identificação do CXG, foram reconhecidos e Unidades do Carvoeiro e da Veiga — se
cartografados apenas até próximo do equipara à Formação de Valongo e à Formação
granitóide do Monte da Virgem, em Vila da Fonte da Horta (Grupo de Cácemes;
Nova de Gaia, inflectindo, nas proximida- Buçaco). A figura 8 mostra a coluna estrati-
des desta mancha granítica, segundo um gráfica reconstituída para os domínios
lineamento estrutural com direcção NNE- estruturais supracitados, bem como a sua
SSW, e, terminando lenticularmente próxi- correspondência com as colunas esquemáti-
mo a Valongo, surgindo em afloramentos cas definidas para os sectores do anticlinal de
dispersos ao longo do SCDB (vide Valongo e do sinclinal do Buçaco.
MEDEIROS et al., 1964; OLIVEIRA et al., Como se referiu anteriormente foram
1992b; PINTO de JESUS, 2003). encontrados fósseis nos xistos ardosíferos da
Unidade de Carvoeiro, o que apoia as
3.3. Um ensaio de correlação estrati- correlações litológicas e estratigráficas entre
gráfica a região de Caldas de S. Jorge–Carvoeiro e as
regiões de Valongo e do Buçaco (figura 9).
A redefinição da estratigrafia dos Nomeadamente, assinalaram-se na área de
domínios estruturais de Caldas de S. Jorge Mouquim–Carvoeiro restos de braquiópodes
–Carvoeiro e de Soutelo–Arrancada do (“Orthis noctilio Sh.”) que corroboram a pri-
Vouga (Águeda) permitiu estabelecer um meira descrição paleontológica, feita por
quadro de correlação local entre estes DELGADO (1908), na localidade do
domínios e os sectores de Valongo e do Carvoeiro (Leste de Albergaria-a-Velha). Nos
Buçaco (ZCI). Com base nos estudos mesmos níveis dos “xistos com Orthis noctilio
desenvolvidos, para cada domínio estrutural, Sh.” foram reconhecidos e identificados, na
podem considerar-se as seguintes unidades região de Mouquim, macrófosseis, muito
geológicas: i) Unidades de Caldas de S. deformados, constituídos por um céfalo de
Jorge e de Arrancada do Vouga (quartzito uma trilobite (CALYMENIDAE?) e um molde
‘Armoricano’ maciço e filitos intercalados); interno de equinoderme (CYSTOIDEA?), bem
ii) Unidades de Carvoeiro e da Veiga (xistos como microfósseis, acritarcas e quitinozoários
320 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
Figura 8. Coluna estratigráfica reconstituída das Unidades do Carvoeiro e de Caldas de S. Jorge e sua
correspondência com as definidas para os sectores de Valongo e do Buçaco (adaptado de CHAMINÉ,
2000a).
várias, no contexto da geologia Penínsular, Por fim, é com enorme gratidão e humil-
tidas com os Professores A. Marcos (Ovie- dade que dedicamos este trabalho à memó-
do), A. Ribeiro (Lisboa), M. J. Lemos de ria de dois pioneiros da geologia regional —
Sousa (Porto), J. M. Munhá (Lisboa), R. Dias General Eng. Joaquim Filippe Nery da
(Évora), E. Sousa Pereira (S. Mamede Infes- Encarnação Delgado (1835-1908) e Professor
ta), B. Barbosa (S. Mamede Infesta), C. Coke Doutor Luís Severo Marques Gonçalves (1937-
(Vila Real), A. Araújo (Évora), J. Piçarra 1999) — que lançaram as bases da complexa
(Beja), A. Pérez-Alberti (Santiago de Com- geologia do cristalino da região entre Oliveira
postela), C. Quesada (Madrid), C. Gomes de Azeméis–Albergaria-a-Velha e o Buçaco.
(Aveiro), F. Sodré Borges (Porto), G. Soares
de Carvalho (Braga) e M. Robardet (Rennes), Recibido: 20-5-2004
foram importantes para o refinamento das Aceptado: 23-7-2004
ideias deste artigo.
CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004) Geologia, geomorfologia e estratigrafia 325
of middle and upper Palaeozoic black shales from sédimentologiques sur le massif ancien et sa
the Porto–Tomar–Ferreira do Alentejo shear zone couverture à l’Est de Coimbra. Vol. I- Le Bassin
(W Portugal): new perspectives on the Iberian Sédimentaire; Volume II- L’évolution du relief.
Massif. Geobios, 36, 6: 649-663. Memórias Centro Estudos Geográficos, Lisboa, 8: 1-
CHAMINÉ, H. I., GAMA PEREIRA, L. C., FON- 450.
SECA, P. E., NORONHA, F. & LEMOS DE DELGADO, J. F. N. (1877) - Terrenos paleozóicos de
SOUSA, M. J. (2003c) - Tectonoestratigrafia da Portugal. Estudo sobre os bilobites e outros fósseis das
faixa de cisalhamento de Porto–Albergaria-a- quartzites da base do Systema Silúrico de Portugal.
Velha–Coimbra–Tomar, entre as Zonas Centro- Commissão dos Trabalhos Geológicos de Portu-
Ibérica e de Ossa-Morena (Maciço Ibérico, W de gal, Lisboa. 74 pp.
Portugal). Cadernos Lab. Xeol. Laxe, A Coruña, DELGADO, J. F. N. (1905) - Contribuição para o
28: 37-78. estudo dos terrenos paleozóicos. Commun. Commiss.
CHAMINÉ, H. I., RIBEIRO, A. & PEREIRA, E. Serv. geol. Portg., Lisboa, 6: 56-122.
(1995) - Cartografia geológica e estratigrafia da DELGADO, J. F. N. (1908) - Système Silurique du
faixa precâmbrica do sector Espinho-Albergaria- Portugal. Etude de Stratigraphie paléontologique.
a-Velha (ZOM). In: SODRÉ BORGES, F. & Commission du Service Géologique du Portugal,
MARQUES, M. (coords.), Mem. Mus. Lab. Min. Lisbonne. 245 pp.
Geol. Fac. Ciênc. Univ. Porto, 4: 329-333. DIAS, R. & RIBEIRO, A. (1993) - Porto-Tomar
COELHO, A. (in prep.) - Depósitos de caulinos associados shear zone, a major structure since the beginning
a faixas de cisalhamento e de fracturação: of the variscan orogeny. Comun. Inst. Geol. Min.,
constrangimentos geológicos-estruturais, morfotectónicos Lisboa, 79: 31-40.
e geofísicos. Universidade de Aveiro (Tese de FERNANDES, J. P.; FLORES, D.; ROCHA, F. T.;
mestrado, em preparação). GOMES, C.; GAMA PEREIRA, L. C.; FONSE-
CARRÍNGTON da COSTA, J. (1950) - Notícia sobre CA P. E. & CHAMINÉ, H. I. (2001) - Devonian
uma carta geológica do Buçaco, de Nery Delgado. and Carboniferous palynomorph assemblages of
Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos black shales from the Ovar–Albergaria-a-Velha–
de Portugal, Lisboa. 27 pp. Coimbra–Tomar (W Portugal): tectonostratigra-
COUTO, H. & GUTIÉRREZ-MARCO, J. C. (1999) phic implications for the Iberian Terrane.
- Nota sobre algunos Diploporita (Echinodermata) Geociências, Rev. Univ. Aveiro, 15: 1-23.
de las pizarras de la Formación Valongo FERREIRA DA SILVA, A. & RIBEIRO, A. (1985) -
(Ordovícico Medio, Portugal). Temas Geológico- Tectónica tangencial de idade Sarda no Alto
Mineros ITGE, Lisboa, 26: 541-545. Douro (NE de Portugal). Comun. Serv. Geol. Portg.,
COUTO, H., PIÇARRA, J. M. & GUTIÉRREZ- Lisboa, 71, 2: 151-158.
MARCO, J. C. (1997) - El Paleozóico del anticlinal FIGUEIREDO, A. A. (1996) – Contributo para o
de Valongo (Portugal). In: GRANDAL conhecimento das cristas qquartzíticas a Leste de Oliveira
D’ANGLADE, A., GUTIÉRREZ-MARCO, J. de Azeméis. Universidade de Coimbra. 150 pp.
C. & SANTOS FIDALGO, L. L., Eds, Libro de (Tese de mestrado).
Resúmenes y Excursiones XII Jornadas de Paleontologia FLEURY, E. (1919/22) - Les plissements hercyniens
“Fósiles de Galícia”/ V Reunión Internacional Proyec- en Portugal (ridements calédoniens et dislocations
to 351 PICG “Paleozoico inferior del Noroeste de atlantiques). Comun. Serv. Geol. Portg., Lisboa, 13:
Gondwana”, A Coruña. pp. 270-290. 65-83.
COURBOULEIX, S. (1974) - Etude géologique des FONSECA, P. E. (1995) - Estudo da sutura Varisca no
régions de Anadia et de Mealhada. I – Le socle, le SW Ibérico, nas regiões de Serpa-Beja-Torrão e Alvito-
primaire et le trias. Comun. Serv. Geol. Portg., Viana do Alentejo. Universidade de Lisboa. 325
Lisboa, 58: 5-37. pp. (Tese de doutoramento).
COURBOULEIX, S. & ROSSET, J. (1974) - Etude FORTEY, R. A., HARPER, D. A. T., INGHAM, J.
géologique des régions de Anadia et de Mealhada. K., OWEN, A. W. & RUSHTON, A. W. (1995)
II – La tectonique. Comun. Serv. Geol. Portg., - A revision of Ordovician series and stages from
Lisboa, 58: 39-45. the historial type area. Geological Magazine, 132:
DAVEAU, S., BIROT P. & RIBEIRO O. (1985/ 15-30.
1986) – Les bassins de Lousã et d’Arganil: FREIRE DE ANDRADE, C. (1937) - Os vales subma-
recherches géomorphologiques et rinos portugueses e o diastrofismo das Berlengas e da
CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004) Geologia, geomorfologia e estratigrafia 327
Estremadura. Serviços Geológicos de Portugal, In: SALVADOR A., Ed., 2nd Ed., International
Lisboa. 236 pp. Union Geological Sciences, Geological Society of
FREIRE DE ANDRADE, C. (1938/40) - Algumas America. Trondheim, 214 pp.
considerações sobre a geologia dos arredores de JULIVERT, M., FONTBOTÉ, J. M., RIBEIRO, A.
Espinho e das Caldas de S. Jorge. Bol. Mus. Lab. & CONDE, L. E. N. (1974) - Mapa Tectónico de la
Min. Geol. Fac. Ciênc. Univ. Lisboa, 7-8 (3ª série): Península Ibérica y Baleares, Escala 1:1000.000.
23-35. Memoria Explicativa. Instituto Geologico y Mi-
GAMA PEREIRA, L. C. (1987) - Tipologia e evolução nero de España, Madrid. 113 pp.
da sutura entre a Zona Centro Ibérica e a Zona Ossa KISCH, H. J. (1991) – Illite crystallinity:
Morena no sector entre Alvaiázere e Figueiró dos Vinhos recommendations on sample preparation, X-ray
(Portugal Central. Universidade de Coimbra. 331 diffraction settings, and interlaboratory samples.
pp. (Tese de doutoramento). J. Metamorphic Geol., 9: 665-670.
GIRÃO, A. A. (1922) – Bacia do Vouga: estudo geográ- KÜBLER, B. (1964) – Les argiles, indicateurs de
fico. Universidade de Coimbra. 190 pp. (Tese de métamorphisme. Rev. Inst. Fr. Pétrole, 19: 1093-
Doutoramento). 1112.
GONÇALVES A. C., ROCHA F. T., GOMES, C. & LEFORT, J. P. & RIBEIRO, A. (1980) - La faille
NOGUEIRA P. (2003) - Minerais argilosos em Porto–Badajoz–Cordoue a-t-elle contrôllé
geotermometria de áreas de metamorfismo de l’evolution de l’océan paléozoique sud-
baixo grau: resultados preliminares do sinclinal armoricain?. Bull. Soc. géol. France, 22, 3: 455-
do Buçaco. In: Actas VI Congresso Nacional de 462.
Geologia. Ciências da Terra, UNL, 6 (edição Cd- LOTZE, F. (1945) – Zur Gliederung der Varisziden
Rom): B44-B47. der Iberischen Meseta. Geotekt. Forsch., 6: 78-92.
GOMES, A. (in prep.) – Evolução geomorfológica da (Tradução de J. M. Rios: Observaciones respecto a la
plataforma litoral entre Espinho e Águeda. Departa- division de los variscides de la Meseta Iberica. Inst. L.
mento de Geografia, Universidade do Porto. (Tese Mallada, Publ. Extrangeras, V (27). Geol. España,
de Doutoramento, em preparação). 5, Madrid, 1950, p.149-166.)
GUTIÉRREZ-MARCO, J. C., RÁBANO, I., SAN McDOUGALL, N., BRENCHLEY, P.J., REBELO,
JOSÉ, M. A.. HERRANZ, P. & SARMIENTO, J.A. & ROMANO, M. (1987) - Fans and fan
G. N. (1995) - Oretanian and Dobrotivian stages deltas, precursors to the Armorican Quartzite
vs. “Llanvirn-Landeilo” series in the Ordovician (Ordovician) in western Iberia. Geological Maga-
of the Iberian Peninsula. In: COOPER, J. D., zine, 124 (4): 347-359.
DROSER, M. L. & FINNEY, S. C., Eds., Ordovician MEDEIROS, A. C., PILAR, L. & FERNANDES, A.
Odissey. Pacific Section Society Sedimentary P. (1964) - Carta geológica de Portugal, na escala de
Geology, 77: 55-59. 1/50000. Notícia Explicativa da Folha 13-B (Cas-
GUTIÉRREZ-MARCO, J. C., RÁBANO, I., SAR- telo de Paiva). Serviços geológicos de Portugal,
MIENTO, G. N., ACEÑOLAZA, G. F., SAN Lisboa. 61 pp
JOSÉ, M., PIEREN, A. P., HERRANZ, P., MOÇO, L. P.; CHAMINÉ, H. I.; FERNANDES, J.
COUTO, H. & PIÇARRA, J. M. (1999) - Faunal P.; LEMOS DE SOUSA, M. J.; FONSECA, P. E.
dynamics between Iberia and Bohemia during & RIBEIRO, A. (2001) - Organic metamorphism
the Oretanian and Dobrotivian (late Middle- level of Devonian black shale from Albergaria-a-
earliest Upper Ordovician), and biogeographic Velha region (NW Portugal): Tectonostratigra-
relations with Avalonia anda Baltica. Acta Univ. phic implications. Gaia, Rev. Mus. Hist. Nat.
Carolinae, Geologica, 43, 1/2: 487-490. Lisboa, 16: 195-197.
HENRY, J-L. & THADEU, D. (1971) - Intérêt MOÇO, L. P., CHAMINÉ, H. I., ROCHA, F. T.,
stratigraphique et paléogéographique d’un FONSECA, P. E., GAMA PEREIRA, L. C.,
microplancton à acritarches découvert dans GOMES, C. & LEMOS DE SOUSA, M. J. (2001)
l’Ordovicien de la Serra de Buçaco (Portugal). C. - Novas descobertas relativas à Unidade de
R. Acad. Sci., Paris, 272: 1343-1346. Albergaria-a-Velha (faixa de cisalhamento de
ISSC – INTERNATIONAL SUBCOMMISSION ON Porto–Tomar–Ferreira do Alentejo):
STRATIGRAPHIC CLASSIFICATION (1994) metamorfismo orgânico, mineralogia e
- International Stratigraphic Guide: a guide to geoquímica de argilas e tectónica. In: Actas do VI
stratigraphic classification, terminology, and procedure. Congresso de Geoquímica de Países de Língua Portu-
328 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)
guesa, Universidade do Algarve, Faro. pp. 571- QUESADA, C. (1996) - Evolución geodinámica de la
575. zona Ossa-Morena durante el ciclo cadomiense.
MORLEY, C. K. (1988) - Out-of-sequence thrusts. In: ARAÚJO, A.& PEREIRA, M.F., Eds., Estudo
Tectonics, 7, 3: 539-561. sobre a Geologia da Zona de Ossa-Morena (Maciço
NORONHA, F. & LETERRIER, J. (2000) - Com- Ibérico), Livro de homenagem ao Prof. Francisco
plexo metamórfico da Foz do Douro (Porto): Gonçalves. Universidade de Évora. pp. 205-230.
Geoquímica e geocronologia. Revista Real Acade- REBELO, F. M. S. (1975) – Serras de Valongo: estudo
mia Galega Ciencias, Santiago de Compostela, 19: de geomorfologia. Suplementos de Biblos, Universi-
21-42. dade de Coimbra, 9: 1-194. (Tese de Doutora-
NACSN – NORTH AMERICAN COMMISSION mento).
ON STRATIGRAPHIC NOMENCLATURE REBELO, F. M. S. (1984) – Adaptações e inadaptações
(1983) - North American Stratigraphic Code. às cristas quartzíticas do Noroeste Português. In:
Amer. Assoc. Petr. Geolog. Bull., 67, 5: 841-875. Livro de Homenagem a Orlando Ribeiro. Centro
OLIVEIRA, J. T., PEREIRA, E., PIÇARRA, J. M., de Estudos Geográficos, Lisboa, 1: 321-331.
YOUNG, T. & ROMANO, M. (1992a) - O REMANE, J. et al. (2000) – Explanatory note to the
Paleozóico Inferior de Portugal: síntese da International Stratigraphic Chart. IUGS,
estratigrafia e da evolução paleogeográfica. In: International Union of Geological Sciences/UNESCO,
GUTIÉRREZ MARCO, J. G., SAAVEDRA, J. Division of the Earth Sciences. 16 pp., 1 chart.
& RÁBANO, I., Eds, Paleozóico Inferior de Ibero- RIBEIRO, A., ANTUNES, M. T., FERREIRA, M.
América, Universidad de Extremadura. pp. 359- P., ROCHA, R. B., SOARES, A. F.,
375. ZBYSZEWSKI, G., ALMEIDA, F. M.,
OLIVEIRA, J. T.; PEREIRA, E.; RAMALHO, M.; CARVALHO, D. & MONTEIRO, J. H. (1979)
ANTUNES, M. T. & MONTEIRO, J. H. [coords.] - Introduction à la géologie générale du Portugal.
(1992b) - Carta Geológica de Portugal, escala 1/ Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa. 114 pp.
500000, 5ª edição. Serviços Geológicos de Portu- RIBEIRO, A.; PEREIRA, E.; CHAMINÉ, H. I. &
gal, Lisboa. (2 folhas). RODRIGUES, J. (1995) - Tectónica do
PALÁCIOS, T. (1983) - Primeros microfosiles de megadomínio de cisalhamento entre a Zona de
pared orgânica extraídos en el olistostroma del Ossa-Morena e a Zona Centro-Ibérica na região de
membrillar (Proterozoico superior del Centro de Porto–Lousã. In: SODRÉ BORGES, F. & MAR-
España). Revista Española Micropaleontología, 15, QUES, M., Coords., IV Congresso Nacional de
3: 511-517. Geologia, Porto. Mem. Mus. Labor. miner. geol. Fac.
PARIS, F. (1978) - Distribution des chitinozoaires Ciênc. Univ. Porto, 4: 299-303.
dans l’Ordovicien supérieur du Synclinal de RIBEIRO, A.; PEREIRA, E. & SEVERO
Buçaco (Portugal). Palinologia, 1 (N.E.): 367- GONÇALVES, L. (1980) - Análise da deformação
368. da zona de cisalhamento Porto-Tomar na trans-
PEREIRA, E., GONÇALVES, L. S. & MOREIRA, A. versal de Oliveira de Azeméis. Comun. Serv. Geol.
(1980) - Carta Geológica de Portugal à escala de Portg., Lisboa, 66: 3-9.
1:50000. Notícia Explicativa da Folha 13-D RIBEIRO, A.; QUESADA, C. & DALLMEYER,
(Oliveira de Azeméis). Serviços Geológicos de Por- R.D. (1990) - Geodynamic evolution of the Iberian
tugal, Lisboa. 68 pp. Massif. In: DALLMEYER, R. D. & MARTÍ-
PINTO de JESUS, A. (2003) - Evolução sedimentar NEZ-GARCÍA, E., Eds, Pre-Mesozoic Geology of
e tectónica da Bacia Carbonífera do Douro Iberia. Springer Verlag. Berlin, Heidelberg. pp.
(Estefaniano C inferior, NW de Portugal). Cadernos 397-410.
Lab. Xeol. Laxe, A Coruña, 28: 107-125. RIBEIRO, C. (1860) - Memória sobre o grande filão
QUESADA, C. (1992) - Evolución tectónica del metallifero que passa ao nascente d’Albergaria a
Macizo Ibérico (una historia de crecimiento por Velha e Oliveira d’Azemeis. Mem. Acad. Real
acrecencia sucesiva de terrenos durante el Ciênc., N.S., 2, II: 5-105.
Proterozoico superior y el Palaeozoico). In: RIBEIRO, C., SHARPE, D., SALTER, J. W., JONES,
GUTIÉRREZ MARCO, J. G., SAAVEDRA, J. T. R. & BUNBURY, C. J. F. (1853) - On the
& RÁBANO, I., Eds., Paleozoico inferior de Ibero- Carboniferous and Silurian formations of the
América. Universidad de Extremadura. pp. 174- neighbourhood of Bussaco in Portugal. Quart. J.
190. Geol. Soc. London, 9, 1: 135-161.
CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004) Geologia, geomorfologia e estratigrafia 329
RIBEIRO, O., ALMEIDA, J. P. & PATRÍCIO, A. SEVERO GONÇALVES, L. (1974) - Geologie und
(1943) - Nota preliminar sobre a morfologia do petrologie des gebietes von Oliveira de Azeméis und
maciço da Gralheira. Bol. Soc. Geol. Portg., Porto, Albergaria-a-Velha (Portugal). Freien Universität
3 (1/2): 81-85. Berlin. 261 pp. (Tese de Doutoramento).
ROBARDET, M. (1980) - Evolution geodynamique SEVERO GONÇALVES, L. (1984) - Excursão
du Nord-Est du Massif Armoricain au Geológica na região de Albergaria-a-Velha-
Paléozoïque. Mém. Soc. Géol. Minér. Bretagne, 20: Oliveira de Azeméis. In: Livro-Guia das Excursões
1-342. da VI Reunião do Grupo Ossa-Morena. Museu e
ROCHA, F. T. (1993) - Argilas aplicadas a estudos Laboratório Mineralógico e Geológico da Univer-
litoestratigráficos e paleoambientais na Bacia Sedi- sidade de Coimbra. 14 pp.
mentar de Aveiro. Universidade de Aveiro. 398 pp. SHARPE, D. (1849) - On the Geology of the
(Tese de Doutoramento). neighbourhood of Oporto, including the Silurian
ROCHETTE CORDEIRO, A. M. (1992a) – Alvéolos Coal and Slates of Vallongo. Quart. J. Geol. Soc.
graníticos do Centro-Norte de Portugal: génese e London, 5: 142-153.
tipologia. In: Actas do VI Colóquio Ibérico de SIBSON, R. H., 1975. Generation of pseudotachylite
Geografia, Publicações da Universidade do Porto, 2: by ancient seismic faulting. Geophys. J. Roy.
689-697. Astronom. Soc., 43: 775-794.
ROCHETTE CORDEIRO, A. M. (1992b) – O peso SILVA, J. B. (1996) - Geodinâmica ante-mesozóica
do factor estrutural no desenvolvimento do relevo do sector Oeste da Zona de Ossa-Morena e regiões
granítico ligado à erosão diferencial (o exemplo limítrofes: síntese com base em recentes
dos alvéolos do Centro-Norte de Portugal). In: observações. In: ARAÚJO, A. & PEREIRA, M.
Actas do VI Colóquio Ibérico de Geografia, Publicações F., Eds., Estudos de Geologia da Zona de Ossa-
da Universidade do Porto, 2: 699-706. Morena, Livro de Homenagem ao Prof. Francisco
ROMÃO, J. C. & RIBEIRO, A. (1992) - Thrust
Gonçalves, Universidade de Évora. pp. 231-262.
tectonics of sardic age in the Rosmaninhal area
SOARES de CARVALHO G. (1944) - Algumas
(Beira Baixa, Central Portugal). Comun. Serv. Geol.
considerações sôbre os aspectos petrográficos da
Portg., Lisboa, 78, 2: 87-95.
região de Oliveira de Azemeis. Mem. Not., Coimbra,
ROMANO, M. (1982) - The ordovician
12, 1: 3-31.
biostratigraphy of Portugal: a review with new
SOARES de CARVALHO G. (1945) - Observações
data and re-appraisal. Geological Journal, 17:
89110. para a interpretação da tectónica da região de
ROMANO, M. (1991) - Lower to middle Ordovician Oliveira de Azemeis (distrito de Aveiro). Mem.
trace fossils from the Central Iberian Zone of Not., Coimbra, 16: 23-42.
Portugal and Spain. In: BARNES C. R. & SOARES de CARVALHO G. (1946a) - Considerações
WILLIAMS S. H., Eds., Advances in Ordovician sobre dois perfis geológicos da região de Oliveira
geology. Geol. Surv. Can., 90-9: 191-204. de Azemeis. Arquivo Distr. Aveiro, 46: 5-14.
ROMANO, M. & DIGGENS, J. N. (1973-74) - The SOARES de CARVALHO G. (1946b) - Subsídios
stratigraphy and structure of Ordovician and para o estudo das formações geológicas do Distri-
associated rocks around Valongo, north Portugal. to de Aveiro. O Alto da Pedra Aguda e uma
Comun. Serv. Geol. Portg., Lisboa, 57: 23-50. memória de Carlos Ribeiro. Mem. Not., Coimbra,
San JOSÉ, M. A., PRUNEDA, J. R. P., MINONDO, 15, 1: 5-15.
L. V. & ARAUJO, R. P. H. (1974) - Las series SOARES de CARVALHO G. (1947) - Microtectónica
ordovicicas y preordovicicas del sector central de do antecâmbrico do distrito de Aveiro. Mem. Not.,
los Montes de Toledo. Bol. Geol. Min., Madrid, Coimbra, 19: 17-44.
85, 1: 21-31. SOARES DE CARVALHO, G. (1949) - Subsídios
SCHERMERHORN, L. J. G. (1955) - The age of the para o estudo das formações geológicas do Distri-
Beira schists (Portugal). Bol. Soc. Geol. Portg., to de Aveiro. Depósitos de sopé no Concelho de
Porto, 12: 77-100. Oliveira de Azeméis. Arquivo Distr. Aveiro, 15: 5-
SCHERMERHORN, L. J. G. (1956) - Igneous, 10.
metamorphic and ore geology of the Castro Daire SOUZA-BRANDÃO, V. (1914) - A faixa occidental
– São Pedro do Sul – Sátão region (Northern das phyllites porphyroblásticas do precâmbrico
Portugal). Comun. Serv. Geol. Portg., Lisboa, 37: 5- do districto de Aveiro. Comun. Comm. Serv. Geol.
617. Portg., Lisboa, 10: 78-143.
330 Chaminé et al. CAD. LAB. XEOL. LAXE 29 (2004)