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Em 1822, durante uma aula experimental, o professor de física dinamarquês Hans Christian Oersted descobriu que uma corrente

elétrica passando por


um fio deslocava a agulha de uma bússola que estava por perto. Essa foi uma das mais importantes descobertas da eletricidade, possibilitando, a
seguir, a construção de motores e geradores que fazem parte essencial da vida moderna.
CAMPO MAGNÉTICO
Assim como uma barra de plástico carregada produz um Definição de B
campo elétrico E em todos os pontos do espaço ao seu Determinamos o campo elétrico E em um ponto
redor, um imã produz um campo magnético B em todos os colocando uma partícula teste de carga q em repouso
pontos ao seu redor. neste ponto e medimos a força elétrica que atua sobre a
Uma bobina é um tipo familiar de ímã produzido a partir partícula. Assim, definimos E = F / q.
do enrolamento de um fio ao redor de um núcleo de ferro. Se houvesse um monopólo magnético poderíamos definir
Uma corrente é enviada através da bobina, e determina a B da mesma maneira. Como não temos, vamos defini-lo
intensidade do campo magnético. Tais cargas são de outra forma, em termos da força magnética exercida
chamadas de fato, de monopólos magnéticos, porém sua sobre uma partícula teste eletricamente carregada de carga
existência nunca foi confirmada. q em movimento com uma velocidade v.
Comparativamente ao estudo das cargas elétricas, espera- Suponha que uma partícula carregada q seja disparada em
se que uma carga magnética crie um campo magnético ao várias direções num ponto no qual B deve ser definido.
seu redor capaz de afetar outras cargas magnéticas. Porém,
como são criados os campos magnéticos ? A força F é proporcional à q, a v, e é perpendicular ao
campo magnético B e à velocidade v. F é proporcional a
1 - ) Partículas carregadas eletricamente em movimento ´ sin θ.
corrente em um fio criam campos magnéticos.
• é nula se a carga é zero ou se a partícula estiver
2 - ) Partículas elementares tais como o elétron possuem estacionária, ou ainda, se v e B forem paralelos (φ = 0 °)
um campo magnético intríseco ao seu redor. ou antiparalelos (φ = 180 ° );
Quando uma partícula carregada se move através de um • atingirá um máximo quando v e B forem
campo magnético, uma força devida ao campo pode atuar perpendiculares um ao outro.
sobre a partícula
CAMPO MAGNÉTICO

Podemos resumir esses resultados na equação vetorial FB nunca possui uma componente paralela a v, por isso
nunca consegue alterar a velocidade escalar da partícula, mas
pode alterar a direção de v, podendo com isto, acelerar a
Sabemos que o produto vetorial v x B é um vetor partícula. Unidades no SI:
perpendicular aos dois vetores, v e B, que pode ser obtido
através da regra da mão direita. Logo, além da magnitude da
força, é possível conhecer a direção e o sentido da força, Uma unidade mais antiga ainda em uso:
usando corretamente a regra da mão-direita.
A direção do vetor c obtido através do produto vetorial é Linhas de campo magnético
sempre perpendicular ao plano formado pelos vetores a e b e Podemos representar campos magnéticos com linhas de cam-
seu sentido é dado pela regra da mão direita . Nesta regra po. ( 1 ) A direção da tangente a uma linha de campo magné-
deve-se apontar os dedos da mão direita na direção de a e tico em qualquer ponto fornece a direção de B nesse ponto;
curvar na direção do vetor b pelo menor ângulo possível ( 2 ) o espaçamento entre as linhas representa a intensidade
entre eles. Mantendo o polegar estendido; o do campo.
polegar apontará no sentido do produto vetorial a × b.
Pólos
A regra da mão magnéticos
direita diz que o iguais se
dedo polegar da repelem, e
mão direita aponta
na direção v x B
contrários se
quando os outros atraem.
dedos giram v
fazendo-o As linhas de campo entram por uma extremidade do imã
coincidir com B. (pólo sul) e saem pela outra extremidade (pólo norte).
CAMPO MAGNÉTICO

Partícula carregada descrevendo círculo A frequência de revolução f, a frequência ângular e o


Uma partícula carregada com massa m e carga q se movendo período T são dados por
com velocidade v perpendicular a um campo magnético
uniforme B desenvolve uma trajetória circular. Aplicando a
segunda lei de Newton ao movimento circular tem-se, A figura abaixo mostra um feixe de elétrons projetado
para dentro de uma câmara por uma pistola de elétrons G.
Os elétrons entram no plano da tela com velocidade escalar
Podemos determinar o raio do círculo: v e depois se deslocam em uma região de campo magnéti-
Uma aplicação importante: o espectômetro de massa co B, dirigido para for a deste plano. Uma força magnética
deflete continuamente os elétrons, fazendo-os seguir uma
trajetória circular.

A trajetória dos
elétrons é o círculo
reluzente, e é visível
porque os àtomos de
gçs na câmara
emitem luz quando
alguns dos elétrons
circulando colidem
com eles.
CAMPO MAGNÉTICO

Força magnética sobre um fio conduzindo corrente


Um campo magnético exerce uma força lateral sobre
elétrons que se movem em um fio. Esta força deve ser
transmitida ao próprio fio, pois os elétrons de condução não
conseguem escapar para fora do fio. Esta força é

Supondo que existam N elétrons no segmento L do fio


(seção reta A), tem-se que a densidade eletrônica será
n = N / LA
Uma vista superior
Sabemos que J = nev, logo, detalhada de uma
A partir desses resultados, a força sobre um elétron resulta seção do fio da figura
ao lado. O sentido da
Um fio flexível passa entre as corrente é para cima, o
e a força sobre o segmento de fio é dada por faces dos pólos de um ímã. Sem que significa que os
L é um vetor
corrente no fio, o fio permanece elétrons são arrastados
comprimento
que possui reto. Por outro lado, com uma para baixo. Um campo
A expressão geral é dada por intensidade L e corrente para cima, o fio é magnético que emerge
aponta no defletido para a direita. Com uma do plano da página faz
No limite diferencial podemos escrever sentido da com que os elétrons e
corrente para baixo, a delexão é
corrente. o fio sejam defletidos
para a esquerda.
para a direita.
EFEITO HALL
Com o tempo, cargas negativas acumulam-se na face
Um feixe de elétrons no vácuo pode ser defletido por um inferior, e cargas positivas na face superior. O excesso de
campo magnético. Em 1879, Edwin H. Hall descobriu que, os cargas positivas e negativas, funciona como um capacitor
elétrons de condução à deriva num fio condutor também de placas paralelas, com um campo elétrico conhecido
podem ser defletidos por um campo magnético. Este como campo Hall.
fenômeno ficou conhecido como efeito Hall, e nos permite
descobrir se os portadores de carga de um condutor estão Quando a força Hall equilibra a força magnética, temos
positiva ou negativamente carregados, além de nos fornecer o
número de tais portadores por unidade de volume.
Usando a equação J = nqv, e a definição da densidade de
O efeito Hall é extremamente útil na indústria microeletrôni- corrente, J = i/A, obtém-se EH = iB/nqA.
ca. A figura abaixo esquematiza o arranjo experimental para
o estudo do efeito Hall. Considere uma fita condutora com Por outro lado, EH = VH / d. Resulta daí que (A = Ld )
seção reta A ( = L.d ) através da qual circula um feixe de (1)
elétrons com velocidade v.
O efeito Hall permite a obtenção de dois resultados
importantes. Primeiramente, é possível determinar o sinal
da carga dos portadores, bastando medir a diferença de
potencial entre as superfícies superior e inferior. Em
segundo lugar, a eq. ( 1 ) fornece o valor da densidade de
Aplicando-se um campo magnético na direção horizontal, portadores.
conforme indicado na figura acima, surge uma força Esses dois resultados são de extrema importância na
magnética na direção perpendicular ao movimento eletrônico, indústria eletrônica, pois permite a fabricação de
no sentido de cima para baixo. Esta força faz com que o dispositivos que dependem do tipo (elétrons ou lacunas) e
movimento dos elétrons seja desviado para baixo. da quantidade de portadores.
MOVIMENTO DE PARTíCULAS CARREGADAS EM CAMPOS MAGNÉTICOS

Trajetórias Helicoidais - Suponha que uma partícula Garrafa magnética - quando uma partícula carregada se
carregada entre num campo magnético uniforme com uma move entre os extremos do campo magnético mostrado na
velocidade que não é perpendicular a B. A Fig. (a) mostra o figura (c), que é intenso nas extremidades e fraco na região
vetor velocidade de uma partícula decomposto em duas central, a partícula fica confinada e se move para frente e
componentes, uma paralela à B e outra perpendicular à B. A para trás, espiralando em torno das linhas de campo.
componente paralela determina o passo p da hélice. A com- Fenômeno semelhante é o da oscilação de íons entre o pólo
ponente perpendicular determina o raio da hélice, Fig. (b). norte e pólo sul da Terra, nos cinturões de Van Allen
Elétrons e prótons estão desta maneira aprisionados pelo
campo magnético terrestre; as partículas aprisionadas
A Fig. (c) mostra formam os cinturões de Van Allen, que se deslocam em
uma partícula laços bem acima da atmosfera terrestre entre os pólos
carregada geomagnéticos da norte e sul da Terra. Quando uma grande
movendo-se em erupção solar lança prótons e elétrons adicionais de alta
espiral em um
energia para dentro dos
campo magnético
cinturões, um campo elétrico é
não-uniforme. As
produzido na região onde os
linhas de campo
elétrons normalmente se
com menor
refletem. Este campo elimina a
espaçamento nos
reflexão e em vez disso empurra
lados direito
os elétrons para baixo, para
e esquerdo indicam que o campo magnético é mais intenso dentro da atmosfera, onde eles
nessas regiões. A partícula pode ficar confinada, movendo-se colidem com átomos e
em espiral de um lado para outro entre as regiões de campo moléculas de ar, fazendo com
forte, em ambas as extremidades. que esse ar emita luz.
AURORA AUSTRAL E BOREAL

A palavra ‘aurora’ tem, pelo menos, dois significados auroras aparentarem


distintos: um é a claridade da iluminação solar indireta que cortinas de várias
precede o despontar do Sol no horizonte; o outro é o clarão cores e tons, agitadas
com formas e cores variadas, observado no céu das regiões pelo vento. A
polares. A aurora austral refere-se ao segundo significado e ocorrência de auroras
representa o fenômeno observado em região próxima ao aumenta a cada 11
pólo Sul da Terra. anos quando o Sol
fica mais ativo, isto é,
Aurora austral e aurora boreal consistem no mesmo
com mais manchas na
fenômeno físico, apenas ocorrem na proximidade de pólos
sua superfície.
geográficos opostos. A Terra possui um campo magnético
global. É a esse campo que as bússolas respondem. Por
outro lado, o Sol emite partículas o tempo todo na forma de As auroras também geram ondas de rádio que podem ser
vento solar e mais intensamente durante as explosões detectadas. Ocorrem também em outros planetas do
solares. Ao se aproximarem da Terra, pelo fato de serem Sistema Solar que tenham campo magnético.
eletricamente carregadas, essas partículas se deixam As miragens de deserto consistem em fenômeno distinto
aprisionar no campo magnético da Terra como que em uma das auroras. Quando há uma variação sensível da
‘garrafa magnética’. Partículas provenientes de explosões temperatura entre duas camadas de ar, estas atuam como
solares podem ser canalizadas verticalmente em ambos os uma superfície refletora da luz ou espelho que produz
pólos magnéticos. Ao colidirem com átomos de oxigênio e uma imagem invertida da paisagem. Quanto à influência
moléculas de nitrogênio e oxigênio da atmosfera terrestre da localização geográfica sobre o fenômeno, as auroras
entre 100 km e 1.000 km de altitude, esses átomos e são observadas nas regiões polares porque os pólos
moléculas podem ser energizados. Mas, em seguida, eles se magnéticos se encontram perto dos pólos geográficos.
desfazem da energia adicional emitindo luz, fazendo as
O MAGNETISMO DA TERRA

A Terra pode ser considerada um imã gigantesco. O


magnetismo terrestre é atribuído a enormes correntes
elétricas que circulam no núcleo do planeta, constituído de
ferro e níquel no estado líquido, devido às altas temperaturas.
Podemos detectar o campo magnético da Terra com uma
bússola, que é uma barra fina imantada apoiada sobre um
pivô com atrito reduzido.
Por convenção, chamamos de pólo norte da agulha de uma
bússola, aquele que aponta para o pólo norte geográfico.
Entretanto, como sabemos, pólos de mesmo nome se repelem
e de nomes contrários se atraem. Então podemos concluir
que:

1 - ) se a agulha aponta para o pólo norte geográfico,


então nessa região existe um pólo sul magnético;
2 - ) se a agulha aponta para o pólo sul geográfico, então
nessa região existe um pólo norte magnético.
TORQUE SOBRE UMA ESPIRA DE CORRENTE

As forças que um campo magnético exerce sobre um fio que os seus lados mais curtos não estejam. Fios de ligação que
transporta corrente pode agora ser estendida para o estudo de permitam a corrente entrar e sair são necessários, mas por
uma única espira transportando corrente imersa num campo simplicidade não são mostrados. Para definirmos a
magnético. A figura ao orientação da espira no campo magnético, usamos o vetor
lado mostra um motor normal n, que é perpendicular ao plano da espira.
elétrico simples, formado Aponte ou curve seus dedos
por uma única espira ( apenas os quatro dedos, e não o
transportando polegar ) da sua mão direita no
corrente imersa em sentido da corrente em qualquer
um campo magnético ponto da espira. Seu dedo polegar
B. As duas forças estendido aponta na direção e no
F e -F produzem sentido do vetor normal.
um torque sobre a espira, tendendo a girá-la em torno do seu
eixo central. Considere agora Na figura abaixo o vetor normal da espira é mostrado
a espira retangular ao lado fazendo um ângulo θ com a direção do campo magnético.
de lados a e b, transportando Queremos determinar a força
uma corrente i que resultante e o torque resultante
atravessa um campo que atuam sobre a espira nesta
magnético B. Suponha orientação.
que a espira seja colocada A força resultante sobre
de modo que seus lados a espira é a soma vetorial
mais compridos, 1 e 3, das forças que agem sobre
estejam perpendiculares os seus quatro lados.
à direção do campo, mas
TORQUE SOBRE UMA ESPIRA DE CORRENTE

Para o lado 2, o vetor L aponta na direção da corrente e O torque tende a girar a espira de modo a alinhar o seu
possui intensidade b. O ângulo entre L e B para o lado 2 é vetor normal n com a direção do campo magnético B. Esse
igual a 90º - θ. torque possui um braço de alavanca igual (b/2) sin θ, em
torno do eixo central da espira. A intensidade do torque
F4 possui a mesma intensidade de F2 mas em sentido
devido à F1 e F2 é
contrário. Assim F2 e F4 se cancelam. Sua força resultante é
nula, e como a sua linha de ação comum passa pelo centro da
espira, seu torque também é nulo.
Nos lados 1 e 3 a situação é diferente.
L é perpendicular à B,
então as forças F1 e F3
possuem a mesma
intensidade iaB. Como
estas duas forças possuem
mesma direção mas
sentidos opostos, elas não
tendem a mover a espira
nem para cima nem para
baixo, pois estas forças
não compartilham a
mesma linha de ação, logo
elas produzem um torque
resultante.
TORQUE SOBRE UMA ESPIRA DE CORRENTE

Suponha que seja substituída agora a única espira de


corrente por uma bobina de N espiras - bobina plana. O
torque total sobre a bobina é

A = ab é a área delimitada pela bobina.


Uma bobina plana transportando corrente colocada em
um campo magnético tenderá a girar de modo que n tenha
a mesma direção do campo.
Em um motor a corrente é invertida quando n começa a se
alinhar com o campo, de modo que um torque continue a
girar a bobina.
Essa inversão automática da corrente é feita através de um
comutador que conecta eletricamente a bobina girante
com os contatos estacionários nos fios que fornecem a
Momento de Dipólo Magnético
corrente a partir de alguma fonte.
Uma bobina que transporta corrente pode ser descrita pelo
vetor momento de dipólo magnético µ. A direção de µ é a
mesma do vetor normal ao plano da bobina:

Energia potencial magnética:


As descobertas de Oersted em 1819 e os trabalhos de Ampére ao longo do ano de 1820 levaram ao aparecimento de um novo tipo de instrumento de
medida, o galvanômetro. Ampére, ao realizar as suas experiências, logo percebeu que o comportamento da agulha magnética, sob a acção de uma
corrente, podia ser utilizado para avaliar a intensidade da corrente no fio condutor.

O conhecimento do efeito corrente. Ao girar, o eletroíma comprime uma mola de


magnético da corrente formato espiral; assim, o ponteiro estabiliza-se quando as
elétrica possibilitou a forças magnética e elástica se equilibram.
construção de aparelhos Esse conjunto, funcionando dessa maneira, é denominado
medidores que utilizassem galvanômetro. A base de funcionamento dos instrumentos
ponteiros. A figura ao lado analógicos é o galvanômetro de bobina móvel ou
mostra o arranjo básico de galvanômetro de D'Arsonval, um medidor de correntes
um medidor desse tipo: um muito baixas cujo movimento básico é geralmente
eletroíma (bobina móvel), identificado como movimento D’Arsonval (inventor do
fixado a um eixo que pode mecanismo), no qual uma bobina pode se
girar. O ponteiro é preso a movimentar entre os pólos de um imã.
este eixo, e um ímã Quando um
permanente é colocado . galvanômetro é
próximo ao eletroíma, fixo à utilizado para medir a
Galvanômetro corrente elétrica em
carcaça. Quando uma D'Arsonval um circuito, o fio do
corrente elétrica é eletroíma deve ser
estabelecida no fio que conectado em série a
forma o eletroíma, este criará na região um outro campo ele. Para medir ten-
magnético, havendo uma superposição desse campo com o são em um circuito, o
eletroíma deve ser
campo criado pelo ímã na região. A força magnética de
conectado em
interação entre o ímã permanente e o eletroíma moverá este paralelo a ele. Um
último por estar fixado ao eixo móvel, deslocando consigo o amperímetro é um
ponteiro. Como a intensidade da força magnética depende da Galvanômetro com a
corrente elétrica, o ponteiro gira mais quanto maior for a escala ampliada.
GALVANÔMETRO

Quando uma corrente circula pela bobina haverá uma Como já foi dito, o galvanômetro está presente em todos
interação entre o campo do imã fixo e do eletroímã fazendo os medidores elétricos que utilizam ponteiros, como
aparecer forças que provocarão um deslocamento da bobina medidores de tensão (voltímetros) e de corrente elétrica
móvel, deslocando junto um ponteiro o qual dará uma (amperímetros).
indicação. Quanto maior a corrente, maior a torção. Fixando-
se um ponteiro à espira (ou a um conjunto de espiras), pode-
se medir a intensidade da corrente elétrica. O ângulo
deslocado será proporcional à intensidade da corrente através
da bobina . A leitura é exibida por meio da deflexão de um
ponteiro sobre uma escala. Se calibrarmos a escala
poderemos efetuar uma medida de corrente. Em eletrônica,
basicamente existem três grandezas a serem medidas, a
tensão (V), a corrente(i) e a resistência (R). Os instrumentos
usados para medir estas grandezas, são, respectivamente, o
voltímetro, o amperímetro e o ohmímetro.

Princípio de
funcionamento do As principais características de tal aparelho são:
galvanômetro: a mola se
opõem à rotação da
resistência interna (Ri), corrente de fundo de escala (iGM)
espira permitindo a e a sensibilidade (S) definida como sendo S =1/ iGM
medida da corrente sendo especificada em KΩ/V. Assim é que um instrumento
elétrica que a percorre. que tem fim de escala de 50µA, terá uma sensibilidade de
1 /50µA = 20KΩ/V.
GERADORES

O gerador de corrente alternada é uma aplicação da indução


eletromagnética, que deverá ser estudada ainda nos próximos A energia de uma queda d'água é usada para colocar em
capítulos, mas usaremos como motivação para os estudos rotação estes geradores, transformando, então, grandes
posteriores. Por meio desse dispositivo, consegue-se quantidades de energia mecânica em energia elétrica.
converter energia mecânica em energia elétrica. Nas bicicletas, as pernas do ciclista fazem girar um imã
Um gerador de corrente alternada é constituído basicamente permanente dentro de uma bobina de fio elétrico. A
de uma espira (ou um conjunto de espiras) girando numa variação do campo magnético à volta do imã giratório
região onde existe um campo magnético. Enquanto a espira induz na bobina uma corrente elétrica, suficiente para
gira, podemos perceber que há uma variação do fluxo acender as lâmpadas dianteira e traseira.
magnético através dela. Isto ocorre porque a inclinação da
espira, em relação ao campo magnético, está variando
continuamente. Então uma força eletromotriz é induzida na
espira, gerando uma corrente que serç indicada pelo
amperímetro. Durante uma meia-volta da espira, o fluxo
magnético através dela está aumentando e, ao efetuar a meia-
volta seguinte, o fluxo está diminuindo. Por esse motivo, a
corrente induzida aparecerá, no circuito, ora em um sentido,
ora em sentido contrçrio. Em outras palavras, a espira
girando dentro de um campo magnético gera uma corrente
alternada, coma se pode perceber pela indicação do
amperímetro. Os grandes geradores de corrente alternada,
encontrados nas usinas hidrelétricas, funcionam de maneira
semelhante à que acabamos de descrever.
CURIOSIDADE
Michael Faraday
1791 - 1867
“Tome, meu rapaz. Com estas entradas você poderç assistir às quatro últimas palestras de Sir Davy!” O garoto ficou
emocionado com tamanho presente, pois se tratava de ninguém menos do que o famoso cientista da “Royal Institution”
Sir Humphry Davy. Todo o contato que esse garoto teve com cientistas como Sir Davy foi através de livros que ele
mesmo encadernou, pois trabalhava numa livraria. Em princípio, ficou muito triste por ter de deixar os estudos aos treze
anos para trabalhar, mas com o tempo passou a adorar seu trabalho. Ele era aprendiz de encadernação na livraria de
Mr. Riebau, e o melhor: seu patrão não se importava se ele lesse os livros que encadernava e vendia.
Esse garoto, como você jç deve ter adivinhado, era Michael Faraday, nascido no dia 22 de setembro de 1791, nos
arredores de Londres. Seu pai era um ferreiro que não teve condições de manter seu filho na escola. Foi assim que
Faraday começou a trabalhar cedo.
De todos os livros que leu durante seu trabalho, os que mais lhe interessaram foram os de Química e Eletricidade. Daí,
seu contentamento em ganhar as entradas para as palestras.
Faraday ficou tão fascinado com as palestras que, com suas notas, elaborou um texto ilustrado e por ele mesmo
encadernado e o enviou a Davy na esperança de conquistar uma vaga para trabalhar na “Royal Institution”. Apesar de
lisonjeado pela admiração daquele jovem, Davy lhe respondeu que não havia vagas para assistentes. Somente um ano
depois, em 1813, Faraday conseguiu ser contratado como assistente de Davy, auxiliando-o em suas trabalhos.
Em pouco tempo, ele passou a elaborar seus próprios estudos e muitas foram as suas contribuições, tanto para a
Química quanto para Física. Desses trabalhos podemos destacar a elaboração das leis da eletrólise (mais de sessenta
anos antes de Thomson descobrir o elétron), o estudo da descarga elétrica nos gases, a distribuição de cargas em uma
superfície (desenvolvendo o que hoje é conhecido como “gaiola de Faraday”), diamagnetismo, polarização da luz, entre
muitos outros.
Mas, os trabalhos mais famosos de Faraday encontram-se na çrea da Eletricidade. Em 1820, o físico dinamarquês Hans
Christian Oersted fez uma descoberta que revolucionaria as idéias da eletricidade e do magnetismo: a de que as
correntes elétricas geram campos magnéticos.
A importância dessa descoberta deve-se ao fato de que, até então, acreditava-se que a eletricidade e o
magnetismo eram fenômenos distintos e sem relação. Coube a Faraday, onze anos mais tarde, descobrir como
ocorre o contrçrio, ou seja, como gerar eletricidade a partir do magnetismo. Em 1831, Faraday realizou uma série
de experiências sobre o fenômeno da indução magnética e, em outubro desse ano, realizou a sua mais famosa
experiência. Construiu uma bobina utilizando um cilindro oco, enrolando nele um longo fio de cobre e ligando as
extremidades desse fio a um galvanômetro, a fim de medir a corrente que passaria por este fio. Ao redor dessa
bobina, ele colocou outra, sem que ela tocasse a primeira, e ligada a uma bateria. No momento em que a bateria
era ligada ou desligada, a agulha do galvanômetro dava um “salto” e, em seguida, parava, indicando que a
indução de corrente ocorria quando havia variação do campo magnético (gerado pela corrente da bobina ligada à
bateria). Faraday percebeu então que para obter uma corrente contínua na bobina, bastava ficar variando
constantemente o campo magnético.
Outra forma de variar o campo magnético dentro da bobina era inserindo e retirando um ímã dentro dela. Ao fazer
isso, Faraday percebeu que a agulha do galvanômetro também se movia. Com isso, ele enunciou as leis da
indução magnética, introduzindo a idéia de linhas de campo, que mais tarde seriam comprovadas
matematicamente por Maxwell. Essa inovação foi rapidamente explorada pela indústria de motores elétricos.
Em 1837, Faraday descobriu que num sistema composto por duas placas metçlicas separadas por um isolante
(capacitor), este poderia receber mais ou menos cargas dependendo do material utilizado como isolante, quando
ligado a uma fonte de tensão constante. Faraday chamou de “capacidade elétrica” a proporção de cargas que o
capacitor é capaz de receber e, em sua homenagem, esta grandeza recebeu seu nome para a unidade: “farad”.
Em 1849, ele buscou uma ligação entre a eletricidade e a gravitação, porém, não encontrou.
Faraday incentivava a divulgação e a popularização da ciência. Foi responsçvel pela criação de espaços, na
“Royal Institution”, para jovens e foi também um dos primeiros defensores do ensino de Ciências.
Faraday morreu em 25 de agosto de 1867, aos 75 anos, e foi enterrado na Abadia de Westminster, ao lado de
Isaac Newton.
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