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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


Departamento de Engenharia Química

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO IV:


SEDIMENTAÇÃO

Laboratório de Processos Químicos


Profª. Dra Edinalda Augusta Moreira
Profª. Dra Rosineide Gomes da Silva

Fábio Nihari Nogueira RA 296759


Felipe Milhardo dos Santos RA 296937
João Paulo Urbano RA 296902
Lucas Eidi Sasahara RA 296899
Marcelo Almeida Pina RA 297356
Mauro Mileta Menacho RA 271152

São Carlos
Maio de 2010
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................1
2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................4
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................5
4. CONCLUSÃO ......................................................................................................7
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................7
6. MEMORIAL DE CÁLCULOS ............................................................................7
7. GRÁFICO ANEXO ..............................................................................................9
1. INTRODUÇÃO

Objetivo
Realizar ensaios em proveta utilizando uma suspensão, verificar a influência da
concentração no ponto crítico (Zc e θc) e aplicar o Método de Talmadge-Fitch da
determinação da área de um sedimentador contínuo.

Fundamentação Teórica
A separação de uma suspensão pela deposição dos sólidos por gravidade até a
obtenção de um fluido límpido e uma lama com maior teor de sólidos é denominada de
sedimentação. O mecanismo da sedimentação pode ser mostrado em ensaio com
suspensão em provetas.

Figura 1 – Zonas durante um experimento de sedimentação em proveta

Na Figura 1, podem-se identificar quatro zonas distintas:


A – Líquido clarificado;
B – Suspensão com concentração uniforme, igual à inicial;
C – Zona de transição e concentração não-uniforme, aumentando de cima para baixo;
D – Zona de compressão, que aumenta com o passar do tempo;
Com o passar do tempo, as alturas de cada zona variam. Ocorre inicialmente
uma diminuição de B com um aumento simultâneo de C e D. Passado algum tempo, as
zonas B e C desaparecem e todos os sólidos encontram-se na zona D. Esse ponto
denomina-se Ponto Crítico ou ponto de compressão. A altura da zona de compressão é
denominada Zc e a respectiva concentração é denominada C c. Deste ponto em diante
ocorre a compressão lenta dos sólidos com a suspensão do líquido retido.
Método de Talmadge-Fitch
O método de Talmadge-Fitch (1955) baseia-se na determinação do ponto crítico (Zc,
θc) através de análise da curva de sedimentação como mostra a Figura 2:

Figura 2: Método gráfico de Talmadge-Fitch

Onde:
Zc: Altura da interface no ponto crítico
θc: Tempo necessário para se atingir o ponto crítico
θe: Tempo necessário para o espessamento

Etapas:
1. Traçar a tangente à curva de sedimentação na zona de clarificação;
2. Traçar a tangente à curva de sedimentação na zona de espessamento;
3. Traçar a bissetriz entre as 2 retas;
4. Localizar o ponto crítico;
5. Traçar a tangente à curva de sedimentação passando pelo ponto crítico.
6. Identificar Z1, Zc, e θc.

Lembrando que no ensaio de proveta a massa de sólidos é constantemente que no


processo de espessamento ocorre a remoção de uma certa quantidade de líquido para
que ocorra a alteração da concentração, têm-se que:
C0.Z0.A = Cc.Zc.A = Ce.Ze.A (1)
Vlíquido = A(Zc – Ze) (2)
θdescarga = θc - θe (3)
Onde C0 e Z0 são a concentração e altura iniciais, Cc e Zc são a concentração e altura
no ponto crítico, Ce e Ze são a concentração e altura ao final do período de
espessamento, Vlíquido é o volume de líquido expelido durante o espessamento e θ descarga
é o tempo necessário para descarga do volume Vlíquido.
A vazão volumétrica de sedimentação pode ser obtida a partir da velocidade V c, de
sedimentação no instante θc:

(4)

Em condições de escoamento contínuo, o escoamento ascendente de líquido límpido


deve ser igual ao escoamento descendente de sólidos para que seja possível o
espessamento. Logo, tem-se
Vazão volumétrica de líquido expelido = Vazão volumétrica de sedimentação

(5)

(6)

A partir dos dados de um ensaio de sedimentação em proveta, a determinação da


área mínima de um espessador contínuo se baseia no fato de que de posse de C0, Z0, Ze
(a altura final da zona de espessamento), determina-se Ce, pela Eq. (1) e, utilizando-se a
Eq.(6) e Cc e Zc, encontra-se θe. Para a operação estacionária do sedimentador contínuo,
a velocidade de sedimentação (massa/tempo) na camada de compressão de sólidos (que
é a camada de velocidade de sedimentação mais lenta e que, portanto, requer a maior
área do sedimentador) deve ser a mesma vazão mássica de sólidos alimentada, dada por
Q0.C0:
(7)

(8)

Sendo que A é a área da seção reta do decantador e Q 0 é a vazão volumétrica de


alimentação do sedimentador contínuo.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
No experimento é utilizada uma proveta graduada, cronômetro e uma suspensão
composta por KH2PO4, MgSO4.7H2O e CaO, na proporção 3:2:1.
O procedimento experimental seguido foi:
1) Homogeneizar bem a suspensão. Em seguida, retirar uma alíquota de 5 mL e
transferi-la para uma forma de alumínio previamente pesada. A forma de
alumínio contendo a amostra deve então ser colocada em estufa para secagem.
2) Homogeneizar bem a suspensão, disparar o cronômetro e anotar a altura da
interface da suspensão na proveta (Z0).
3) Acompanhar o decaimento da altura da interface (Z) formada entre o líquido
límpido e a região de lama em deposição com o tempo. Na primeira hora de
experimento, anotar o valor de Z em intervalos de 3 minutos. A partir da
segunda hora de experimento anotar a altura Z a cada 6 minutos. A obtenção da
altura da região de espessamento deve ser realizada 24 horas após o início do
experimento.
4) Após o término do experimento, retirar a forma da estufa e pesar e calcular a
concentração inicial da suspensão.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Depois de homogeneizar a suspensão, retirou-se uma alíquota de 5 mL para a
determinação da concentração inicial, obtendo-se um valor de C0= 40 g/L.
Imediatamente após cessar-se a agitação da suspensão, foi observada a altura do
líquido límpido ao longo do tempo, revelando a altura da fase concentrada. A altura da
fase concentrada foi medida em intervalos de 3 minutos durante a primeira hora, de 6
minutos durante a segunda hora e houve uma última medida passadas cerca de 24 horas
do término do experimento.
Tabela 1 – Dados obtidos experimentalmente

t (min) h (cm) t (min) h (cm)


0 39,0 48 12,3
3 36,7 51 11,8
6 34,3 54 11,5
9 32,1 57 11,3
12 29,9 60 11,1
15 27,8 66 10,8
18 25,9 72 10,5
21 24,1 78 10,2
24 22,4 84 10,0
27 20,9 90 9,8
30 19,5 96 9,6
33 18,2 102 9,5
36 16,9 108 9,4
39 15,6 114 9,2
42 14,2 120 9,1
45 13,2 1652 6,7

O último valor da tabela é a altura da região de espessamento Ze = 6,7 cm.


Em seguida foi construído o gráfico da altura da interface Z pelo tempo θ. Este
gráfico tem por finalidade servir de base para a aplicação do Método de Talmadge-
Fitch, para a determinação da área do sedimentador.
Como o experimento em questão consiste em um ensaio de proveta, admite-se
que o sedimentador projetado será alimentado a uma vazão de 1,0 m³/h e que o lodo
deve ser concentrado até a concentração C e, correspondente à altura de espessamento
experimental Ze = 6,7 cm, proveniente do ensaio.
O método de Talmadge-Fitch é gráfico, e, portanto, decidiu-se realizado
manualmente. O gráfico com a aplicação do método encontra-se em anexo no final do
relatório.
A seguir, plotou-se os valores da tabela de dados experimentais em um gráfico,
para evidenciar a curva do comportamento da altura da fase concentrada da suspensão
ao longo do tempo e para fins de visualização.

40

35
Altura da Interface Z (cm)

30

25

20

15

10

0
0 20 40 60 80 100 120
Tempo Θ (min)

Gráfico 1 – Altura da Interface Z x Tempo

Da aplicação do Método de Talmadge-Fitch pôde-se encontrar o ponto crítico da


sedimentação, a partir do qual se inicia a zona de compressão. Da observação da altura
passadas 24 horas obteve-se a altura da zona de espessamento. Obteve-se os seguintes
valores para as variáveis Zc, θc, Cc, Ce e θe:
Zc = 13,5 cm
θc = 43,5 min
Cc = 115,56 g/L
Ce = 232,84 g/L
θe = 67,6 min
Os respectivos cálculos encontram-se no memorial.
Aplicando o valor obtido de θe, juntamente com a vazão Q0 = 1,0 m³/h e a altura
inicial da interface Z0 = 39,0 cm, obtém-se o seguinte valor para a área do
sedimentador:
4. CONCLUSÃO
O método de Talmadge-Fitch mostrou-se eficaz, possibilitando a determinação
da área de um sedimentador a partir de um ensaio de proveta.
Partindo de uma suspensão de concentração inicial de 40 g/L, projetou-se a área
de um sedimentador de alimentação de 1,0 m³/h, buscando uma concentração final do
lodo de 232,84 g/L. Esse sedimentador deve possuir uma área mínima de 2,89 m².
É interessante observar que o Método de Talmadge-Fitch permite que um ensaio
de proveta, que é um processo em batelada, permita estimar a área de um sedimentador,
que atua em processo contínuo. A diferença fundamental entre as duas situações é que
no ensaio a altura das fases é variável com o passar do tempo e já no sedimentador as
fases possuem sempre as mesmas alturas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Procedimento experimental.
- Notas de aula.

6. MEMORIAL DE CÁLCULOS

Cálculo da concentração inicial da solução – C0


Volume da alíquota da suspensão: 5 mL
Massa da forma com o sólido seco: 3,82 g
Massa da forma: 3,62 g

Cálculo da Concentração no Ponto Crítico - Cc


Concentração Inicial (C0): 40 g/L
Altura Inicial (Z0): 39,0 cm
Altura no Ponto Crítico (Zc): 13,5 cm

Cálculo da Concentração de Espessamento - Ce


Concentração Inicial (C0): 40 g/L
Altura Inicial (Z0): 39,0 cm
Altura no espessamento (Ze): 6,7 cm

Cálculo do Tempo de Espessamento – θe


Do gráfico, Z1 = 25,75 cm
Altura no Ponto Crítico (Zc): 13,5 cm
Altura no espessamento (Ze): 6,7 cm
Concentração no Ponto Crítico (θc): 43,5 min

Cálculo da Área do Sedimentador


Vazão volumétrica de alimentação: 1,0 m³/h
Tempo de Espessamento (θe): 67,65 min
Altura Inicial (Z0): 39,0 cm
ANEXO: Aplicação do Método de Talmadge-Fitch

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