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Orientador: Prof. Msc. Antônio Eugênio Silva
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Avaliador: Prof. Msc. Nilton Alves Maia
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Avaliador: Profª. Patrícia Takaki Neves
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Prof. Msc. Luiz Carlos Pires dos Santos
Coordenador de Projetos
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ........................................................................................................... i
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................ii
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................iii
LISTA DE QUADROS ................................................................................................iv
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... v
RESUMO .................................................................................................................vii
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8
2. ESTRUTURA DE REDE.................................................................................... 12
2.1 MODELO DE REFERÊNCIA TCP/IP ............................................................ 12
2.1.1 CAMADA DE APLICAÇÃO .................................................................... 13
2.1.2 CAMADA DE TRANSPORTE ................................................................ 13
2.1.3 CAMADA DE INTER-REDE ................................................................... 14
2.1.4 CAMADA DE HOST/REDE .................................................................... 15
2.2 O PROTOCOLO IP ..................................................................................... 15
2.3 PROTOCOLOS DE TRANSPORTE (TCP X UDP) ......................................... 16
2.4 PROTOCOLO UDP ..................................................................................... 18
2.4.1 CABEÇALHO UDP ............................................................................... 18
2.4.2 PSEUDOCABEÇALHO UDP ................................................................. 19
3. QUALIDADE DE SERVIÇO (QoS) ..................................................................... 20
3.1 CENÁRIO PARA QUALIDADE DE SERVIÇO (QoS) ...................................... 20
3.2 VAZÃO ...................................................................................................... 23
3.3 LATÊNCIA (ATRASO) ................................................................................. 24
3.4 JITTER ...................................................................................................... 26
3.5 PERDAS .................................................................................................... 27
3.6 DISPONIBILIDADE ..................................................................................... 28
3.7 SEGURANÇA ............................................................................................. 28
3.8 CONFIABILIDADE ...................................................................................... 29
4. QoS - ALTERNATIVAS TÉCNICAS.................................................................... 30
4.1 CONTROLE E INIBIÇÃO DE CONGESTIONAMENTO................................... 31
4.1.1 FIFO - FIRST IN FIRST OUT ................................................................. 31
4.1.2 ENFILEIRAMENTO FAIR QUEUEING .................................................... 31
4.1.3 ENFILEIRAMENTO PRIORITY QUEUEING ............................................ 32
4.1.4 ENFILEIRAMENTO CUSTOM QUEUEING ............................................. 32
4.1.5 A DETECÇÃO RANDOM EARLY DETECTION (RED) ............................. 33
4.2 EFICIÊNCIA EM CONEXÕES ...................................................................... 34
4.2.1 COMPRESSÃO RTP ............................................................................ 34
4.2.2 FRAGMENTAÇÃO E INTERLEAVING.................................................... 35
4.3 CONFORMIDADE E POLICIAMENTO DE TRÁFEGO .................................... 35
4.3.1 GENERIC TRAFFIC SHAPING .............................................................. 35
4.3.2 POLICIAMENTO OU COMMITTED ACCESS RATE (CAR) ...................... 36
5. VOZ SOBRE IP (VoIP) ...................................................................................... 38
5.1 LIMITAÇÕES DAS REDES IP PARA TRANSMISSÃO DE VOZ ...................... 40
5.1.1 FONTES DE ATRASO EM TRANSMISSÃO DE VOZ EM REDES DE
PACOTE ...................................................................................................... 42
5.2 A ARQUITETURA DO PADRÃO H.323 ......................................................... 44
5.2.1 PILHA DE PROTOCOLOS .................................................................... 45
5.3 PROTOCOLOS PARA TEMPO REAL........................................................... 50
5.3.1 REAL-TIME TRANSPORT PROTOCOL (RTP) ........................................ 50
5.3.2 REAL-TIME TRANSPORT CONTROL PROTOCOL (RTCP) .................... 51
6. PROTOCOLO SIP E AS TENDÊNCIAS FUTURAS ............................................. 52
6.1 SIP X H.323................................................................................................ 53
7. CONCLUSÕES ................................................................................................ 56
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS ...................................................................... 59
DEDICATÓRIA
i
AGRADECIMENTOS
ii
LISTA DE FIGURAS
iii
LISTA DE QUADROS
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
v
RAS - Regitration Admission and Status
RDSI - Rede Integrada de Serviços Digitais
RED - Random Early Detection
RSVP - Resource reSerVation Protocol
RTCP - Real Time Control Protocol
RTP - Real Time Protocol
RTPC - Rede telefônica Comutada
SIP - Session Iniciation Protocol
SIPP - Simple Internet Protocol Plus
SBM - Subnet Bandwidth Management
SMDS - Switched Multimegabit Data Service
SMTP - Simple Mail Transfer Protocol
SNMP - Simple Network Management Protocol
SSL - Secure Sockets Layer
TCP - Transmission Control Protocol
TDM -Time Division Multiplexing
UDP - User Datagram Protocol
VoIP - Voz sobre IP
WAN – World Area Network
WFQ - Weighted Fair Queueing
WRED - Weighted Random Early Detection
vi
RESUMO
vii
1. INTRODUÇÃO
Ao longo das três últimas décadas do século XX e início desse século XXI, a
prestação de serviços de telecomunicações em todo o mundo sofreu algumas profundas
mudanças. Houveram alterações significativas na estrutura institucional que servia de
base para a prestação de serviços de telecomunicações, principalmente após as
privatizações desses setores que antes pertenciam aos governos de estado. Porém, seria
errôneo, contudo avaliar as transformações enfrentadas pelo setor apenas a partir do
campo institucional. Essa mudança, na verdade, caminhou lado a lado com a tecnologia.
Primeiro a tecnologia digital, e depois o emprego da fibra óptica promoveram uma
verdadeira revolução na capacidade e velocidade de transmissão de informações através
do sistema, seja por meio de voz, sons, dados ou imagem. Alguns especialistas
identificaram, em meio às transformações tecnológicas, o início de uma nova era,
propagada na mídia como a era da tecnologia da informação. A disseminação do uso do
computador pessoal, ao longo dos anos 80, bem como a chegada da Internet, em meados
dos anos 90, coroaram a chegada desses novos tempos.
Aqui no Brasil, as transformações institucionais e tecnológicas só tiveram início a
partir dos anos 90. Na parte institucional, a principal transformação consistiu no fim do
monopólio público sobre o setor e na conseqüente privatização do sistema brasileiro de
telecomunicações. Quanto à tecnologia, a retomada do nível de investimentos do setor
vem permitindo ao país ampliar e modernizar sua infra-estrutura de telecomunicações,
mediante inclusive o emprego de tecnologias de ponta como a fibra óptica.
Com esse avanço tecnológico, surgiram também diversas mídias de
comunicação e conseqüentemente para viabilizar sua implantação, torná-las disponíveis
aos usuários e operacionalizáveis, foram necessárias criações de redes distintas, com
características distintas das mídias na qual seriam transmitidas. Como por exemplo, têm-
se as redes telefônicas para o tráfego de voz; as redes de comutação de pacotes para o
tráfego de dados; e as redes de difusão ou a cabo, incluindo nesta, o vídeo, rádio e a
televisão. Cada uma dessas redes foi projetada para aplicações específicas e se adaptam
mal a outros tipos de serviços.
Com o grande desenvolvimento da tecnologia digital, os diferentes tipos de
informação passam a ser processados de forma integrada, dando origem aos sistemas
multimídia. O avanço dos equipamentos para o processamento e armazenamento de
informações associado ao sistema de telecomunicações, motivou o conceito de redes de
8
serviços integrados, dando origem às redes convergentes, ou seja, trata-se da redução
para uma única conexão de rede, capaz de fornecer todos os serviços de
telecomunicações, como tráfego de voz, dados, vídeo, rádio e televisão. Esse novo
conceito permite a redução dos custos de instalação, de manutenção e de gerência de
redes paralelas, cada uma, dedicada ao suporte de um único serviço, necessitando assim
de equipamentos, técnicas e de recursos humanos específicos [SILVA, 2003].
Para que essa integração seja possível de acontecer, faz-se necessário
introduzir mecanismos adicionais que permitam suportar os novos serviços com qualidade
assegurada, a isso damos o nome de Quality of Service (QoS), em português, Qualidade
de Serviço. Trata-se da idéia de que a taxa de transmissão, a taxa de erro, e outras
características de tráfego, como o atraso sofrido pelos pacotes ou células de um fluxo de
dados, possam ser medidos, melhoradas e, em alguns casos, garantidas de modo a
atender às expectativas dos diversos perfis de usuários. Essas expectativas tendem a ser
mais bem observadas quando se diz respeito ao tráfego de voz em redes de pacotes
[SILVA, 2003].
A voz é um dos principais meios de comunicação e é um instrumento crucial
para a troca de informações entre pessoas. Como muitas vezes as pessoas não se
encontram no mesmo lugar, há uma necessidade de que ocorra uma conversação mesmo
que à distância.
Porém realizar conversações telefônicas a longa distância através da rede de
telefonia atual tem um custo bastante elevado se comparado com ligações de curta
distância. Este trabalho visa mostrar que tais ligações podem continuar sendo feitas,
porém com a utilização de técnicas para a implantação de qualidade de serviço em uma
tecnologia denominada Voz sobre IP.
Com a digitalização da rede telefônica, a voz passou a ser transmitida como
dados entre as centrais telefônicas, mantendo-se, ainda, a rede de terminais analógicos
para os usuários finais. A tecnologia de Voz sobre IP permite a digitalização e codificação
da voz e o empacotamento em pacotes de dados IP (Internet Protocol) para a
transmissão em uma rede que utilize TCP/IP, (arquitetura que tem como objetivo ligar
várias redes e será apresentada com maiores detalhes no capítulo 2). O IP é um
protocolo mundialmente utilizado que tem como característica principal o envio de dados
através de pacotes [SITOLINO, 1999].
As operadoras de telefonia convencional, por causa de seu histórico
monopolista e do controle exercido pelo governo federal, ainda que privatizadas, tendem
9
a ser mais lentas na implantação dessa nova tecnologia, que deverão ser analisadas
quanto aos impactos na rede instalada, bem como o estágio de padronização da
tecnologia. E ao que se observa hoje, para se manterem no mercado, essas empresas
operadoras de serviços, poderão optar pela convergência de suas redes, devido: [SILVA,
2003]
• aos novos negócios com a Voz sobre IP (Voice over IP – VoIP), que segundo
os analistas, ocupará em torno de 15% do tráfego de voz de longa distância;
• às desregulamentações atuais e previstas para o setor; e
• aos custos de implantação de telefonia sobre as tradicionais centrais de
comutação de circuito versus os custos de implantação da telefonia sobre as
redes de comutação de pacotes.
Contudo, tráfego de dados e voz são de difícil conciliação em uma única rede,
pois possuem características bem diferentes. Enquanto no primeiro caso o tráfego tende a
ser em rajada (burst), consumindo grande banda passante em curtos intervalos de tempo,
no segundo, o tráfego de voz exige baixos atrasos fim-a-fim, provocando um entrave
quanto à integração generalizada de serviços com requisitos de tempo real. As redes de
voz não suportam, de forma eficiente, as rajadas do tráfego de dados e possuem baixo
aproveitamento de banda, pois trabalham com multiplexação determinísticas
(Multiplexação por Divisão de Tempo – TDM1), porém apresentam atrasos baixos e com
variações (jitter) pequenas.
Para resolver o problema da integração generalizada de serviços e atender o
transporte de tráfegos com taxa de bits constantes, isso com requisitos de QoS nas redes
convergentes de banda larga, tem-se atualmente no mercado das telecomunicações, as
redes estatísticas (Asynchronous Transfer Mode) ATM, com diversas classes de serviços,
as redes IP (Internet Protocol) com serviços diferenciados/integrados e o (Multiprotocol
Label Switching) MPLS, bem como o misto das redes IP e ATM utilizando mapeamento
de serviços.
Esse trabalho apresenta um estudo sobre a tecnologia de transmissão de Voz
sobre IP e mecanismos para implantação de qualidade de serviço na mesma, bem como,
controle e inibição de congestionamento, técnicas de controle de tráfego com
classificação e priorização de fluxo. Existem ainda limitações das redes IP para
1
Time Division Multiplexing (TDM): É um sistema de multiplexação onde cada canal de
informação é associado à um intervalo de tempo, para que se possa fazer esta associação, cada
canal de informação é informação em buffer de memória.
10
transmissão de voz e nesse trabalho destacam-se as tecnologias desenvolvidas com o
objetivo de contornar estas limitações e os padrões que envolvem a transmissão de Voz
sobre IP. Além de apresentar alternativas para utilização da infra-estrutura de rede na
comunicação entre usuários que não dependa da infra-estrutura de telefonia tradicional,
possibilitando que empresas, por exemplo, obtenham uma sensível redução de custos
operacionais. Assim com base nas pesquisas realizadas faze-se um questionamento:
• a qualidade de serviço em Voz sobre IP trás realmente vantagens para
os usuários em relação à telefonia convencional, ou as limitações dessa
tecnologia são mais poderosas e não deixam com que essa ela seja
disseminada?
Para facilitar o entendimento quanto à linha de raciocínio a ser seguida no
trabalho, o segundo capítulo apresenta a estrutura da rede TCP/IP e seus protocolos, em
que trafegam as aplicações de Voz sobre IP, tendo como destaque à camada de
transporte e suas funcionalidades.
O terceiro capítulo há as fundamentações da qualidade de serviço, que é um
fator determinante na implantação de uma solução de Voz sobre IP. Tal capítulo
apresenta também os parâmetros para se aplicar à qualidade de serviço.
O quarto capítulo descreve algumas das principais alternativas técnicas para se
implantar, controlar e garantir a qualidade de serviço em diversas redes e em específico
na transmissão de pacotes.
No quinto capítulo apresenta uma fundamentação do tema VoIP, demonstrando
uma visão geral do assunto, além de alguns protocolos que são essenciais para a
transmissão da voz. O capítulo também informa como eles interagem entre si e em que
casos devem ser utilizados para melhorar a qualidade do serviço de voz.
No sexto capítulo são apresentadas algumas breves considerações quanto a um
novo protocolo que poderá futuramente vir a substituir o padrão atual H.323. Apresenta-se
novas tendências quanto sua utilização e compara-se as características dos dois
protocolos.
Por fim, no sétimo capítulo é onde são descritas as conclusões.
11
2. ESTRUTURA DE REDE
Para ser transmitida a partir de uma rede para o seu ponto de destino, a voz
necessita ser digitalizada. Tal transmissão envolve a utilização de vários protocolos de
comunicação.
A seguir serão apresentadas algumas características e funcionalidades de
alguns dos principais protocolos de comunicação do modelo de referência TCP/IP,
principalmente no que diz respeito aos protocolos da camada de transporte e de inter-
redes.
O Modelo de Referência TCP/IP, cujo nome vem de seus dois mais conhecidos
protocolos TCP e IP, foi criado com o objetivo de ligar várias redes, pois houve vários
problemas quando surgiram redes de satélite e rádio que deveriam se comunicar com a
Advanced Research Projects Agency (ARPANET)2. [TANENBAUM, 1997]
Tal modelo é decomposto em quatro camadas como mostra o quadro 1.
IP INTER-REDE
LAN HOST/REDE
2
ARPANET – Rede desenvolvida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante a
década de 70, a Arpanet foi criada para resistir a ataques nucleares com o objetivo de investigar a
utilidade da comunicação de dados em alta velocidade para fins militares. Essa rede foi colocada
fora de operação em 1990.
12
2.1.1 CAMADA DE APLICAÇÃO
13
caminho ou rota que foi usado para a transmissão do pacote são reservados e todos os
outros pacotes devem ser transmitidos por este mesmo caminho.
Já o encerramento da conexão é a liberação dos canais que compunham o
caminho que estava reservado para o transmissor e receptor.
Garantir a qualidade de serviço (QoS – Quality of Service): Segundo
[TANENBAUM, 1997] a qualidade de serviço pode ser definida por um número específico
de parâmetros. Como mostra o quadro 2.
Throughput
Retardo de trânsito
Proteção
Prioridade
Resiliência
Fonte: Redes de Computadores [TANENBAUM, 1997]
14
2.1.4 CAMADA DE HOST/REDE
2.2 O PROTOCOLO IP
15
• aumentar a importância da informação sobre o tipo de serviço, principalmente
para os serviços de tempo real;
• possibilitar a evolução do protocolo;
• possibilitar a compatibilidade entre a nova versão e o IPv4.
Opcional
Cabeçalho
Cabeçalho Cabeçalho de
de Extensão ... Dados...
Fixo Extensão 6
1
3
Os endereços são constituídos por uma palavra de 32 bits, sendo estruturados em classes de
modo a identificar a rede e a estação dentro das quais se refere o endereço em questão.
16
Ambos os protocolos estão situados na camada de transporte do modelo de
referência TCP/IP. O primeiro (TCP), por ser orientado à conexão, apresenta uma maior
confiabilidade na entrega dos dados. Já o segundo (UDP) é mais simples e permite que
os dados sejam transmitidos com uma maior velocidade, porém sacrificando a
confiabilidade.
O TCP também é responsável pelo controle de erro (fim-a-fim) e de fluxo. Além
de possuir várias outras características, como: comunicação full-duplex4 fim-a-fim,
ordenação de mensagens, multiplexação de IP (utilizando várias portas), etc.
A conexão é caracterizada pelo par: (endereço origem, porta origem) e
(endereço destino, porta destino).
4
Full-Duplex: Transmissão de dados simultânea em ambas as direções.
17
2.4 PROTOCOLO UDP
5
São os bits de controle que são enviados no pacote e que não fazem parte dos dados.
Overhead = nº de bits de controle ÷ nº de bits transmitidos.
18
2.4.2 PSEUDOCABEÇALHO UDP
19
3. QUALIDADE DE SERVIÇO (QoS)
20
rede tem-se equipamentos tipo LAN Switch, roteadores, gateways, pois passou da
utilização da telefonia pública (comutação de circuitos) para a telefonia de Voz sobre IP
(comutação de pacotes).
Os mecanismos de QoS devem atuar nestes equipamentos de forma cooperada,
juntamente com as camadas de protocolo e entidades. Uma das atribuições dos gerentes
de Tecnologia da Informação (TI) é justamente a escolha e implementação adequada dos
mecanismos de QoS discutidos adiante num cenário como o da figura 3.
21
A qualidade de serviço deve ser fim-a-fim, ou seja, considerando o modelo
acima, o tráfego tem que ser tratado inicialmente na rede local (LAN) de origem, depois
no próprio roteador (controle de descarte de pacotes, por exemplo), posteriormente nas
World Area Network – WAN (conexões de longa distância) e roteadores intermediários, no
roteador destino, e finalmente na rede local destino.
Os atrasos de comunicação e as perdas de pacotes influenciam na interatividade
dos usuários e na qualidade da aplicação. Considerando números, se esta aplicação gera
uma vazão (fluxo de dados) de 64 Kbps, mesmo a utilização de uma Linha Privada (LP)
em rede WAN de 256 Kbps pode não ser suficiente. Neste caso, os atrasos e perdas
decorrentes da operação podem prejudicar a qualidade da aplicação. Diz-se então que a
aplicação exige uma qualidade de serviço da rede.
Na uma telefonia pública atual o desperdício de banda é muito grande como
mostra na figura 5, com uma utilização de 50 a 60% (por cento), apesar de não haver
congestionamento, pois a banda é garantida.
22
Figura 6 – Características e utilização da telefonia IP
3.2 VAZÃO
23
Como discutido, o atendimento do requisito vazão para a qualidade de serviço é
um dos aspectos levados em conta no projeto da rede.
24
redes locais (LANs), as velocidades de transmissão são normalmente bastante elevadas,
tendendo a ser tipicamente superior à 10 Mbps dedicada por usuário (p. ex.: utilizando
LAN Switches).
Em se tratando de redes de longa distância (Redes corporativas estaduais e
nacionais, redes metropolitanas, intranets metropolitanas, etc.) as velocidades de
transmissão são dependentes da escolha de tecnologia de rede WAN (Linhas privadas,
Frame Relay, satélite, ATM, dentre outras). Embora exista obviamente a possibilidade de
escolha da velocidade adequada para garantia da qualidade de serviço, observam-se
neste caso restrições e/ ou limitações nas velocidades utilizadas, tipicamente devido aos
custos mensais envolvidos na operação da rede. Além desse fator, observam-se também
algumas restrições quanto à disponibilidade tanto da tecnologia quanto da velocidade de
transmissão desejada. Em termos práticos, trabalha-se em WAN tipicamente com vazões
da ordem de alguns megabits por segundo (Mbps) para grupos de usuários.
O resultado das considerações discutidas é que a garantia de QoS é certamente
mais crítica em redes metropolitanas (MAN) e redes de longa distância (WAN) pelo
somatório de dois fatores, ambos negativos:
• trabalha-se com velocidades (vazão) mais baixas;
• a latência (atrasos) é muito maior quando se compara com o cenário das redes
locais.
O terceiro fator que contribui para a latência da rede é a contribuição de atraso
referente ao processamento realizado nos equipamentos. A título de exemplo, numa rede
IP os pacotes são processados ao longo do percurso entre origem e destino por:
• roteadores (comutação de pacotes)
• LAN Switches (comutação de quadros)
• servidores de acesso remoto (RAS) (comutação de pacotes, outros)
• firewalls (processamento no nível de pacotes ou no nível de aplicação)
Considerando que a latência é um parâmetro fim-a-fim, os equipamentos finais
(hosts) também têm sua parcela de contribuição para o atraso. No caso dos hosts, o
atraso depende de uma série de fatores, a saber:
• capacidade de processamento do processador;
• disponibilidade de memória;
• mecanismos de cache;
• processamento nas camadas de nível superior da rede (Programa de
aplicação, camadas acima da camada IP, etc.);
25
• Outros
Em resumo, observe-se que os hosts são também um fator importante para a
qualidade de serviço e, em determinados casos, podem ser um ponto crítico na garantia
de QoS.
Esta consideração é particularmente válida para equipamentos servidores
(Servers) que têm a tarefa de atender solicitações simultâneas de clientes em rede.
3.4 JITTER
O jitter é um outro parâmetro importante para a qualidade de serviço. No caso, o
jitter é importante para as aplicações executando em rede cuja operação adequada
depende de alguma forma da garantia de que as informações (pacotes) devem ser
processadas em períodos de tempo bem definidos. Este é o caso, por exemplo, de
aplicações de voz e fax sobre IP (VoIP) e aplicações de tempo real.
Do ponto de vista de uma rede de computador, o jitter pode ser entendido como
a variação no tempo e na seqüência de entrega das informações (p. ex.: pacotes)
(Packet-Delay Variation) devido à variação na latência (atrasos) da rede.
Conforme discutido no item anterior, a rede e seus equipamentos impõem um
atraso à informação (p. ex.: pacotes) e este atraso é variável devido a uma série de
fatores, a saber:
• tempos de processamento diferentes nos equipamentos intermediários
(roteadores, switches, etc.);
• tempos de retenção diferentes impostos pelas redes públicas (Frame Relay,
ATM, X.25, IP) e outros fatores ligados à operação da rede.
A figura 7 ilustra o efeito do jitter entre a entrega de pacotes na origem e o seu
processamento no destino. Caso houvesse uma taxa de transmissão constante com
intervalo de 20 ms entre a transmissão de um pacote e outro tais pacotes deveriam
chegar ao destino com intervalo de 20 ms. Porém como cada pacote pode trafegar na
rede por diferentes rotas e diferentes meios esse tempo de chegada pode variar. Fato
este que diminuiria a qualidade do serviço.
26
Figura 7 - Variação de tempo da chegada dos pacotes no destino
O jitter causa não somente uma entrega com periodicidade variável (Packet-
Delay Variation) como também a entrega de pacotes fora de ordem. Em princípio, o
problema dos pacotes fora de ordem poderia ser resolvido com o auxílio de um protocolo
de transporte como o TCP que verifica a seqüência das mensagens e faz as devidas
correções. Entretanto, na prática tem-se que a grande maioria das aplicações multimídia
optam por utilizar o UDP ao invés do TCP pela maior simplicidade e menor overhead
deste protocolo. Nestes casos, o problema de sequenciamento deve ser resolvido por
protocolos de mais alto nível normalmente incorporados à aplicação como, por exemplo, o
RTP (Real Time Transfer Protocol).
O jitter introduz distorção no processamento da informação na recepção e deve
ter mecanismos específicos de compensação e controle que dependem da aplicação em
questão. Genericamente, uma das soluções mais comuns para o problema consiste na
utilização de buffers (Técnica de "buffering").
3.5 PERDAS
27
De maneira geral, as perdas de pacotes em redes IP são um problema sério
para determinadas aplicações como, por exemplo, a voz sobre IP. Neste caso específico,
a perda de pacotes com trechos de voz digitalizada implica numa perda de qualidade
eventualmente não aceitável para a aplicação. O que fazer em caso de perdas de pacotes
é uma questão específica de cada aplicação em particular.
Do ponto de vista da qualidade de serviço da rede (QoS) a preocupação é
normalmente no sentido de especificar e garantir limites razoáveis (Taxas de Perdas) que
permitam uma operação adequada da aplicação.
3.6 DISPONIBILIDADE
3.7 SEGURANÇA
28
Como a rede utiliza o protocolo IP existem métodos de tornar as informações
mais confiáveis e menos suscetíveis a ataques através da utilização de criptografia que já
é suportada nativamente pela versão 6 do IP (IPv6).
3.8 CONFIABILIDADE
29
4. QoS - ALTERNATIVAS TÉCNICAS
30
4.1 CONTROLE E INIBIÇÃO DE CONGESTIONAMENTO
31
A classificação dos fluxos de dados pode ser realizada de diversas formas: por
endereço fonte ou destino, por protocolo, pelo campo precedência IP, pelo par
porta/socket, etc. A quantidade de filas é configurável e a ponderação pode ser
estabelecida por precedência IP, ou em conjunto com outros protocolos de QoS como o
Resource reSerVation Protocol (RSVP), ou ainda em tráfego Frame Relay, como VoFR
(Voice over Frame Relay) por exemplo, através dos parâmetros Forward Explicit
Congestion Notification (FECN), Backward Explicit Congestion Notification (BECN) e
Discard Eligible (DE).
32
O algoritmo CQ controla o tráfego alocando uma determinada parte da fila para
cada fluxo classificado. As filas são ordenadas ciclicamente num esquema round-robin,
onde, para cada fila, é enviado a quantidade de pacotes referente à parte da banda
alocada antes de passar para a fila seguinte. Associado a cada fila, há um contador
configurável que estabelece quantos bytes devem ser enviados antes da passar para a
próxima fila.
Até 17 filas podem ser definidas, mas a fila zero é reservada para mensagens
dos sistemas como sinalização, keep-alive, etc. A classificação CQ pode ser feita por
endereço fonte ou destino, por protocolo (p. ex. IP), por precedência IP, por interface de
entrada e ainda por listas de acesso.
A seguir, apresenta-se algumas considerações sobre a escolha de qual método
utilizar. De fato, estas são as diretrizes básicas nas considerações iniciais de um projeto
VoIP, porém, na prática o que prevalecerá será o método e a configuração dos
respectivos parâmetros que se enquadrem nas condições do projeto. Então se deve ter
disponibilidade de banda nas conexões WAN, topologia do backbone, roteamento estático
ou dinâmico, etc. e que produzir uma boa qualidade subjetiva do sinal de voz.
33
caso, antes que ocorra uma situação de congestionamento, os fluxos de menor prioridade
nas sessões RSVP serão descartados antes dos outros de maior prioridade.
WRED é útil em qualquer interface na qual a possibilidade de congestionamento
seja eminente. Entretanto, é geralmente utilizado em roteadores centrais de backbone
(core routers), com a precedência IP habilitada pelos roteadores de acesso (edge
routers).
Obter a melhor eficiência nas conexões com voz sobre IP significa, neste caso,
fazer um melhor uso da banda com os protocolos associados às aplicações de voz, com
uma boa qualidade. Utilizando protocolos de compressão de dados, pode-se obter uma
maior economia de banda e, com tecnologias para fragmentação e interleaving, obtém-se
uma melhor qualidade do sinal de voz. Os protocolos descritos a seguir realizam tais
funções.
34
A operação CRTP é simples. O tráfego total destinado a uma determinada
interface é classificado, e o que for RTP é separado para compressão. O tráfego RTP é,
então, processado num compressor e colocado novamente na fila para ser transmitido.
A compressão CRTP é bastante útil em conexões de baixa velocidade (64 Kbps,
p. ex.), mas também possui desvantagens. Se for habilitada compressão RTP, o roteador
só funcionará em process switch em vez de fast switch, o que, combinado com a
sobrecarga da execução CRTP, pode causar queda de desempenho do mesmo. Portanto,
o uso do CRTP não é sugerido em enlaces de alta velocidade, uma vez que a relação
custo versus benefício pode não compensar.
35
filtros conhecidos como token bucket6, limitando o tráfego de saída de uma interface a
uma determinada taxa. O tráfego classificado vai para um buffer limitador, sendo liberado
sob regras pré-definidas de acordo uma política de controle de tráfego, que pode ser
configurada pelo administrador ou derivada da interface.
Conformidade de tráfego pode ser útil em vários casos. Por exemplo, para limitar
o tráfego de rajada de forma a não prejudicar o tráfego prioritário, reduzindo assim a
latência; ou, em situações de congestionamento, para limitar um determinado tipo de
tráfego não sensível a retardo, como transferência de arquivos, eliminando possíveis
gargalos.
A GTS aplica-se apenas em interfaces de saída, com o uso de listas de acesso
para classificar e selecionar o tráfego. Funciona com qualquer tecnologia de enlace (nível
2) como Frame Relay, ATM (Asyncronous Transfer Mode), Switched Multimegabit Data
Service (SMDS) e Ethernet.
6
Token Bucket é uma definição formal para taxa de transferência. Possui três componentes: um
amanho de rajada em bits (burst size), também chamado de committed burst (BC) que especifica o
quanto pode ser enviado num determinado intervalo de tempo; uma taxa média (mean rate) em
bps, também chamada de CIR (Committed Information Rate), que especifica o quanto de dados,
na média, pode ser enviado por unidade de tempo; e um intervalo de tempo (TC) em segundos,
intervalo de medida que especifica o tempo por rajada.
36
toma uma ou várias ações. Ou seja, pode transmitir o pacote, descartá-lo ou reclassificá-
lo com outro nível de prioridade, etc.
Os tokens são inseridos no balde na mesma taxa CIR. A profundidade do balde
é o tamanho da rajada (burst size). Se houver tokens suficientes quando o tráfego chega
ao balde, então o tráfego é dito estar em conformidade e a quantidade correspondente de
tokens é removida. Se não houver tokens suficientes, então o tráfego é dito excessivo.
Os critérios de seleção de tráfego podem ser baseados em todo tráfego IP, em
precedência IP, em listas de acesso (padrão ou estendida), em endereço MAC ou, ainda,
em grupos de QoS. O endereço MAC e a precedência IP podem ser definidos através de
listas de acesso rate-limit.
Com o CAR, pode-se limitar o tráfego por aplicação (Web, FTP, etc), por
interface (p. ex., uma conexão serial a 2 Mbps, mas com acesso limitado em 512 Kbps),
por endereço MAC (p. ex., controle de tráfego em Pontos de Troca de Tráfego (PTT)), ou
pode-se classificar ou reclassificar todo o tráfego de entrada num backbone a partir dos
roteadores de borda, para tratamento diferenciado em termos de qualidade de serviços. O
quadro 5 abaixo apresenta as diferenças entre CAR e GTS:
Quadro 5 - Comparação entre CAR e GTS
CAR GTS
Pode marcar pacotes (ex: precedência IP) Não possui essa funcionalidade
Em Frame Relay, não suporta FECN e nem Suporta FECN e BECN em Frame
BECN Relay
Não suporta uso com RSVP Suporta RSVP quando usa WFQ
37
5. VOZ SOBRE IP (VoIP)
Durante a explosão da internet, nos anos 90, a rede pública telefônica de linha
discada era amplamente utilizada para o fluxo de dados. Com o advento e a evolução dos
canais de banda larga surgiu a possibilidade do tráfego de voz na rede de dados. Esse é
o princípio de funcionamento da mais recente tecnologia surgida no mercado da
telecomunicação, denominada telefonia IP (Internet Protocol). Na figura 9 mostra-se a
telefonia pública atual. Uma conexão de voz igual a 64 Kbps e um canal E1(G703/G704)
igual a 30 conexões de voz.
PBX PBX
Telefonia
Pública
Figura 9 – Rede telefônica tradicional usa canais TDM para transporte da voz
Já existem hoje alguns órgãos que padronizam o tráfego de voz sobre ATM,
sobre IP e sobre Frame Relay, além de seus protocolos, como mostra o quadro abaixo,
porém não serão dadas, no projeto, características desses órgãos e nem especificidades
que venham a ocorrer em suas tecnologias, diferentes da tecnologia IP, apresentando no
máximo algumas comparações entre as mesmas. [BASTOS, 1999]
Órgão de
ATM Fórum IMTC7 Frame Relay Forum
Padronização
H.323
AAL1/CES
RTP FRF.11
Padrões AAL2
MGCP FRF.12
AAL5
SIP
7
International Multimedia Telecommunications Consortium (IMTC) é uma corporação fundada para
promover a criação e adoção de padrões internacionais para "Multipoint videoconferencing" e
"Document Conferencing".
38
Quadro 7 – Comparativo das tecnologias de rede para a transmissão de voz
8
Public Switched Telephone Network (Rede Comutada de Telefonia Pública) - é a rede de
telecomunicações que torna possível chamadas telefônicas.
39
Figura 10 - Codificação e encapsulamento do fluxo de voz em pacotes IP.
40
A comutação de circuitos é uma técnica de comunicação, onde a principal
característica é a necessidade de se estabelecer um caminho fim-a-fim, antes que
qualquer dado possa ser enviado. É reservada estaticamente a largura de banda
necessária com antecedência e o que não for utilizada em circuito alocado é
simplesmente desperdiçada.
A comutação de pacotes é uma técnica de comunicação, onde a largura de
banda somente é usada quando é preciso e a banda não utilizada pode ser utilizada por
outros pacotes entre origens e destinos não associados, pois os circuitos nunca são
dedicados. [TANENABAUM, 1997]
Nas redes de comutação de circuitos, um caminho fim a fim é estabelecido ao se
efetuar a conexão entre o transmissor e o receptor. É estabelecida uma banda e demais
recursos da rede, que por sua vez ficam dedicados somente durante àquela conexão,
sem compartilhamento. Assim garante-se qualidade de serviço (QoS - Quallity of Service),
mas perde-se na eficiência dos recursos da rede, pois mesmo se não for transmitido nada
na banda alocada, ela se encontrará inutilizada, pois não há compartilhamento de
recursos.
As redes de comutação de pacotes compartilham recursos entre os diversos
usuários que desejam transmitir. E como não é alocado um caminho dedicado a uma
conexão cada pacote pode percorrer uma rota diferente, ou seja, geralmente perde-se a
seqüência dos pacotes transmitidos. Nessa rede também é preciso o processamento dos
nós intermediários de uma conexão.
Outra dificuldade para a voz, a qual exige cadência, está relacionado ao fato de
as redes IP trabalharem com o "melhor esforço" (best effort). Assim, todos os pacotes são
tratados de forma igual, sem prioridades entre eles ou discriminação entre os diversos
tipos de tráfegos. Quando um pacote chega na fila do roteador, FIFO (First In First Out)
primeiro que entra é o primeiro que sai, ele não pode "furar" fila. Se houver espaço nos
buffers dos roteadores, o pacote é armazenado para transmissão e, caso contrário, ele é
descartado. [DELFINO, 1999]
Atrasos são outras barreiras para os pacotes de voz. Eles podem ser de dois
tipos: fixos ou variáveis (jitter). Os atrasos fixos causam desconforto na conversação e os
variáveis, atrapalham a cadência na transmissão da voz.
Os atrasos fixos podem ocorrer por diversos motivos:
• compressão: tempo gasto na codificação da voz;
• entre processos: atraso em devido aos handoffs entre os roteadores da rede;
41
• transmissão: limitações de velocidade dos enlaces;
• rede: uma função da capacidade da rede;
• buffer: em função do tamanho do buffer;
• descompressão: tempo gasto na descompressão.
Os atrasos variáveis são decorrentes do tráfego e do congestionamento da rede.
Estes são causados principalmente pelo enfileiramento dos pacotes nos roteadores.
Atrasos da ordem de 150ms (para alguns, 250ms) são considerados intoleráveis para
transmissão de voz, pois causam perda de interatividade. Valores mais altos do que isto,
porém, podem ser atingidos, em algumas situações, na Internet.
42
técnicas que aceleram o fluxo dos pacotes de voz. Os algoritmos de priorização podem
limitar dinamicamente o tamanho dos quadros de dados, se há presença de pacotes de
voz, podendo assim se conseguir um enfileiramento de pacotes de dados à frente de
qualquer pacote de voz. Consegue-se assim, diminuir os tempos de enfileiramento dos
pacotes de voz, garantindo um bom desempenho por parte da transmissão de dados,
caso o fluxo de voz não esteja em uso. Já quanto ao controle de congestionamento,
alguns métodos como a priorização de pacotes UDP, estão emergindo para garantir o
tráfego de voz fluindo suavemente.
Além disso, os roteadores devem empregar técnicas de bufferização e
ocultamento de erros, para compensar os atrasos e perdas de pacotes que ocorrem de
forma inevitável. Buffer na extremidade receptora enfileiram uma pequena quantidade de
pacotes, antes de sua execução, eliminando as variações de atrasos que podem ocorrer
na rede. Podem ser implementados métodos de estimação do conteúdo de pacotes
perdidos baseados nos pacotes previamente enviados, de forma a repor a informação
ausente.
Como forma de melhorar a banda deve-se empregar algoritmos de compressão
de voz e supressão de silêncio. Com a compressão, consegue-se obter áudio de boa
qualidade numa banda menor. Os algoritmos de compressão empregam a supressão de
silêncio, eliminando as pausas, que ocupam até 40% da conversação telefônica, e
ocupando a banda por outros pacotes quando intervalos de silêncio ocorrem. Entretanto,
há que se levar em consideração que com a compressão, os pacotes de voz aumentam a
sensibilidade a perdas, donde vemos a importância dos mecanismos que evitam tais
características.
Outro problema que pode irritar o ouvinte durante a conversação telefônica é o
eco. Assim, deve-se empregar algoritmos de cancelamento de eco de forma a evitar tais
incômodos. Os algoritmos mais modernos modelam padrões matemáticos da
conversação humana e subtraem no caminho de transmissão. Para funcionar de forma
eficiente, esta técnica deve ser empregada no mesmo roteador que faz a codificação de
voz.
Os mecanismos que estão implementados, ou são assuntos de pesquisa no
ambiente Internet, para garantir QoS para a transmissão de voz são:
• Resource reSerVation Protocol (RSVP): primeiro padrão industrial para garantir
QoS em redes heterogêneas. O RSVP é um protocolo de sinalização que tem
a capacidade de requisitar um determinado nível de QoS através da rede. Ele
43
carrega o pedido pela rede visitando cada nó que a rede usa para carregar o
fluxo. O RSVP deve ser implementado nó a nó, implicando em problemas de
escalabilidade.
• Real Time Transport Protocol (RTP) e Real-Time Control Protocol (RTCP): O
RTP é constituído por uma parte de dados e outra de controle, RTCP. Realiza
a reconstrução de temporização, a detecção de perdas e identificação de
conteúdo. O RTCP dá suporte a conferência em grupo, ou seja, identificação
de fontes e suporte a roteadores de nível 2 (bridges) para áudio e vídeo,
também dá suporte a tradutores de multicast para unicast. Como a sobrecarga
do uso do IP-UDP-RTP é grande, 40 octetos, é adotada a verão CRTP, com
compressão de cabeçalho para um valor de 2 a 4 octetos.
• Suavização de Tráfego: Taxa Média = (Tamanho de Rajada) / (Intervalo). Por
definição, a taxa de transmissão não excederá a taxa média.
• Política de escalonamento - Prioridades Weighted Fair Queuing (WFQ) e
Random Early Detection (RED): O tráfego entrante é associado a uma fila. A
fila com maior prioridade é servida até que se esvazie e assim pacotes nas
outras filas vão sendo servidos. Os tráfegos críticos vão ficar com maior banda
causando prejuízo aos outros tráfegos (starvation). O WQF evita que o tráfego
chegue a uma situação de starvation, pois ele divide a banda com "justiça".
Esse mecanismo diminui o jitter. O RED é um algoritmo de prevenção contra
congestionamento. Pode-se também implementar pesos (WRED) configurados
no campo ToS (Type of Service) do datagrama IP.
9
Internation Telecom Union (ITU-T), organismo que define padrões para redes de computadores e
telecomunicações. Estas redes incluem TCP/IP em cima de Ethernet, Fast Ethernet e Token Ring.
44
• interoperabilidade com outros terminais de voz, como telefonia convencional,
Rede Integrada de Serviços Digitais (RDSI), voz sobre ATM (Asynchronous
Transfer Mode), e outros, permitindo assim a construção de gateways;
• elementos ativos do sistema e suas funções.
Aplicações de
Aplicações de Vídeo Controle e Gerenciamento
áudio
G.711 H.225.0
H.245
G.723
H.261 Canal RAS
G.728 Canal de
H.263 RTCP Canal de
G.729 Sinalização de
H.225 Controle
Chamada
RTP X.224 Classe 0
UDP TCP
Nível de Rede (IP)
Nível de Enlace
Nível Físico
Fonte: Implementação de transporte robusto de voz em rede baseadas em
protocolos IP [BARROS, 1999]
45
Aplicação e Áudio Codecs e Vídeo Codecs - utiliza o protocolo Real Time
Control Protocol (RTP) para transmissão de pacotes.
H.225.0: RAS Registration, Admission and Status – o canal RAS é usado
para comunicação entre pontos finais e o gatekeeper (componente que age como ponto
central para todas as chamadas dentro de sua zona, além de provê controle de chamada
entre estações). Uma vez que as mensagens RAS são enviadas utilizando-se o UDP (um
protocolo não confiável), o uso de timeouts e retransmissão de mensagens é
recomendado. Os procedimentos definidos por um canal RAS são:
a) descoberta do gatekeeper: este é o processo utilizado pelos pontos finais para
determinar o gatekeeper no qual eles devem se registrar;
b) registro de ponto final: este é o processo pelo qual um ponto final junta-se
uma zona e informa ao gatekeeper sobre seus endereços e de transporte;
c) localização do ponto final: um ponto final ou gatekeeper que possui um
endereço alias de um ponto final e deseja determinar suas informações de
contato pode utilizar uma mensagem específica;
d) mensagens: o canal RAS também é usado para transmissão de mensagens
de admissão, mudança de largura de faixa, status e desligamento.
RTP/RTCP Real Time Protocol / Real Time Control Protocol -usado para
transporte do fluxo de pacotes multimídia, com características de tempo real, executando
também funções de estatísticas de qualidade de serviços, mais detalhes sobre esses
protocolos serão apresentados posteriormente.
H.225.0: Sinalização de chamada - o canal de sinalização de chamada é usado
para carregar mensagens de controle H.225. Em redes que não possuem uma
gatekeeper, as mensagens de sinalização de chamadas são passadas diretamente entre
o ponto que chamou e o que foi chamado, utilizando-se um endereçamento de sinalização
de chamada.
Em redes que contem um gatekeeper, as trocas de mensagens de admissão
iniciais são feitas entre o ponto que chama e o gatekeeper, através de mensagens de
endereçamento RAS.
H.245: Controle de conferência e mídia - o H.245 é o protocolo de controle de
mídia que os sistemas H.323 utilizam depois que a fase de estabelecimento de chamada
foi completada. O H.245 é usado para negociar e estabelecer todos os canais de mídia
conduzidos pelo RTP/RTCP.
46
O H.245 é usado para possibilitar o uso de canais, o Q.931 é usado para a
sinalização e o estabelecimento da chamada, o RTP é o protocolo de transporte em
tempo real que carrega os pacotes de voz enquanto que o RAS é usado para interação
com o gatekeeper. As funcionalidades oferecidas são as seguintes:
a) determinação de mestre e do escravo: o H.245 designa um Controlador de
Multiponto (MC) que é responsável pelo controle central em caos onde uma
chamada é estendida a uma conferência.;
b) troca de capacidades: o H.245 é usado para negociar as capacidades quando
uma chamada é estabelecida. A troca de capacidades pode ocorrer em qualquer
momento durante a chamada, portanto possibilitando renegociar a qualquer
momento;
c) controle do canal de mídia: após os pontos finais de uma conferência terem
trocado capacidades, eles podem abrir e fechar um canal lógico de mídia;
d) controle de conferência: em conferências, o H.245 fornece aos pontos finais
anúncios mútuos e estabelece o modelo de fluxo de mídia entre todos os pontos
finais.
Q.931 – Mensagem trocadas entre terminais para sinalização de chamada
Multipoint Control Unit (MCU) – o MCU é um ponto final da rede que fornece a
capacidade de três ou mais terminais e gateways de participarem de uma conferência
multiponto. O MCU consiste de um Controlador Multiponto (MC) e Processadores
Multiponto (MP). O MC determina as capacidades comuns dos terminais usando o H.245,
mas ele não executa a multiplexação de áudio, vídeo e dados. A multiplexação dos fluxos
de mídia é feita pelo MP sobre o controle do MC.
É importante observar ainda que os protocolos RTP, RTCP e RAS utilizam na
camada de transporte de protocolo não orientado a conexão User Datagram Protocol
(UDP), ao contrário da dupla H.245/Q.931, que utiliza o protocolo orientado a conexão
TCP.
A recomendação H.323 tem como uma de suas características a flexibilidade,
pois pode ser aplicada tanto à voz, quanto a vídeo conferência e multimídia. Aplicações
H.323 estão se tornando populares no mercado corporativo por várias razões, dentre elas
pode-se citar:
47
a) o H.323 define padrões de Voz para uma infra-estrutura existente, além de ser
projetada para compensar o efeito de latência em LANs, permitindo que os
clientes possam usar aplicações de voz sem mudar a infra-estrutura de rede;
b) as redes baseadas em IP estão ficando mais velozes, além da largura de
banda para redes com arquitetura Ethernet estarem migrando de 10 Mbps para
100 Mbps, e a Gigabit Ethernet está fazendo progressos no mercado;
c) o H.323 provê padrões de interoperabilidade entre LANs e outra redes;
d) o fluxo e dados em redes podem ser administrados. Com o H.323, o gerente
de rede pode restringir a quantidade de largura de banda disponível para
conferências e voz. O suporte à comunicação Multicast também reduz
exigências de largura de banda;
e) a especificação H.323 tem o apoio de muitas empresas de comunicação e
organizações, incluindo a Intel, Microsoft, Cisco e IBM. Os esforços destas
companhias estão gerando um nível mais alto de consciência no mercado.
De acordo com [NÓBREGA, 2001], a ITU-T propôs o padrão H.323, sendo mais
difundido atualmente, especialmente por ser o precursor da Telefonia IP e ser o primeiro
padrão a tratar deste tema. As principais características deste padrão são:
a) especifica algoritmos padrões de compressão que devem ser implementados
de forma a garantir compatibilidade, conhecidos como áudio codecs ou
vocoders;
b) cria protocolos utilizados para o controle da chamada, estabelecimento dos
canais de comunicação e negociação de qualidade de serviço;
c) permite a interoperabilidade com outros terminais de voz, como telefonia
convencional, Rede Integrada de Serviços Digitais (RDSI), voz sobre ATM e
outros, permitindo assim a construção de gateways;
d) descreve elementos ativos do sistema e suas funções.
Terminal H.323 – Computador onde está implementado o serviço de telefonia
IP, atuando como terminal de serviço de telefonia IP, como terminal de voz, vídeo e
dados, através de recursos multimídia. Esses são os clientes da Local Area Network –
LAN (redes locais) que fornecem comunicação em tempo real e nas duas direções. Todos
os terminais H.323 têm que suportar o H.245, Q.931, Registration Admission and Status
(RAS) e Real Time Protocol (RTP).
48
Os terminais H.323 podem também incluir o protocolo de conferencia de dados
T.120, codificadores de vídeo e suporte para Multipoint Control Unit (MCU). Um terminal
H.323 pode comunicar com outro terminal, um gateway ou um MCU;
Gateway H.323 – Elemento situado entre uma rede IP e outra de
telecomunicações, como o sistema telefônico convencional (RTPC), rede integrada de
serviços digitais (RDSI), rede de telefonia celular; de forma a permitir a interoperabilidade
entre as duas redes.
Um gateway H.323 é um ponto final da rede que fornece comunicação em tempo
real nas duas direções entre terminais H.323 em uma rede IP e outros terminais ITU em
uma rede comutada ou para outro gateway H.323. Eles executam a função de translação
entre diferentes formatos de dados.
Os gateways são opcionais em uma rede local (LAN) onde os terminais se
comunicam diretamente, mas quando os terminais precisam se comunicar com um ponto
final em outra rede, a comunicação se faz via gateway através dos protocolos H.245 e
Q.931.
Gatekeeper – Ele é o componente mais importante de um sistema H.323 e
executa a função de gerente. Ele atua como ponto central para todas as chamadas dentro
de sua zona (é a agregação do gatekeeper e dos terminais registrados nela), e fornece
serviços aos pontos finais registrados. Algumas das funcionalidades que os gatekeepers
fornecem são:
a) tradução de endereços: tradução de um endereço alias (o endereço alias
fornece um método alternativo de endereçamento de um ponto, ele pode ser um
endereço de e-mail, um número telefônico ou algo similar) para um endereço de
transporte. Isto é feito usando-se uma tabela de tradução que pode ser
atualizada através de mensagens de registro;
b) controle de admissão: o gatekeeper pode permitir ou negar acesso baseado
em autorização de chamada, endereço de fonte e destino, etc;
c) sinalização de chamada: o gatekeeper controla o processo de sinalização
entre dois pontos finais que querem se conectar;
d) autorização de chamada: o gatekeeper pode rejeitar chamadas de um
terminal devido às falhas de autorização através do uso de sinalização H.225. As
razões para rejeição poderiam ser acessos restritos durante alguns períodos de
tempos ou acesso de certos terminais ou gateways;
49
e) gerenciamento de largura de faixa: Controle do número de terminais que
podem acessar simultaneamente a rede. Através do uso da sinalização H.225, o
gatekeeper pode rejeitar chamadas de um terminal devido à limitação de largura
de faixa;
f) gerenciamento da chamada: O gatekeeper pode manter uma lista de
chamadas H.323 em andamento. Essa informação pode ser necessária para
indicar que um terminal chamado está ocupado, e fornecer informações para a
função de gerenciamento de largura de faixa.
O protocolo RTP provê serviços de entrega fim-a-fim para dados que possuem
características de tempo-real. Suporta transferência de dados para múltiplos destinos,
usando distribuição multicast e também possui habilidades como: reconstrução de
sincronismo, detecção de perda de datagramas, segurança, entre outras. Porém não
implementa as funcionalidades de garantia de qualidade de serviço e garantia de entrega.
As aplicações geralmente usam o RTP juntamente com o UDP, porém pode ser usado
com outros protocolos de transporte.
A Figura 11 mostra como fica um pacote IP utilizando os protocolos ideais para a
transmissão de voz.
50
O campo payload type inclui o esquema de codificação usado pelo media
gateway para digitalizar a voz. Isso auxilia o receptor a reconstruir a voz de acordo com o
algoritmo especifico de codificação que foi utilizado pelo transmissor.
RTCP é um protocolo que pode ser usado juntamente com o RTP, porém sua
utilização não é necessária para que o RTP funcione. Trata-se de um protocolo opcional
cuja principal função é transmitir periodicamente pacotes de controle para os participantes
de uma conversação com o objetivo de monitorar a qualidade de serviço e transportar
informações úteis de tais participantes. Trata-se de um protocolo bastante utilizado em
aplicações de vídeo-conferência.
Embora as informações retornadas pelo RTCP não informem onde determinado
problema está ocorrendo (somente informa que está ocorrendo um problema), elas
podem servir como ferramenta para localizar o problema. Pois as informações podem ser
geradas por diferentes gateways em uma rede. Isso ajuda a delimitar a área da rede em
que o problema pode estar ocorrendo.
A quantidade de largura de banda utilizada pelo RTCP deve ser pequena para
que não atrapalhe no transporte dos dados (no caso a voz). Algumas especificações do
IETF recomendam que a fração de largura de banda que deve ser usada pelo RTCP deve
ser 5% da largura utilizada pelo RTP.
51
6. PROTOCOLO SIP E AS TENDÊNCIAS FUTURAS
Neste capítulo, faz-se uma comparação entre o protocolo padrão atual o H.323 e
um outro que vem ganhando força e confiabilidade o Session Iniciation Protocol mais
comumente chamado de SIP.
Assim, passam a existir dois padrões principais: H.323 e o SIP. O primeiro
oficializado em 1996 pelo ITU-T, enquanto o SIP nasceu três anos depois, das mãos do
IETF. Ambos foram criados com o mesmo objetivo: possibilitar o tráfego de voz e
multimídia sobre IP.
É importante lembrar que ao contrário de outros protocolos que se baseiam no
modelo centralizado, o H.323 e o SIP utilizam a inteligência dos equipamentos na ponta.
Mas as similaridades entre os dois param por aí. Aliás, há uma competição saudável dos
protocolos.
Como o H.323 tem mais tempo de estrada, está hoje em vantagem, sendo
utilizado por grande parte das operadoras tradicionais do mercado VoIP. No entanto, o
SIP vem ganhando cada vez mais espaço no setor, principalmente nos EUA e Europa,
por sua facilidade de permitir o desenvolvimento de aplicações. Vale ainda frisar que o
pouco tempo de vida do protocolo não significa imaturidade do mesmo. Muito pelo
contrário. O fato de o SIP ser três anos mais novo que seu principal concorrente lhe dá
vantagens, em termos de flexibilidade e pelo fato de rodar nos padrões da Internet.
Na prática, um dos problemas sentidos nos projetos corporativos está
exatamente nessa dificuldade de fazer com que equipamentos de marcas diferentes
conversem entre si. Nesse sentido, o H.323 tende a perder espaço com o tempo, por ser
um protocolo fechado. [TRADESYS, 2005]
A tendência é que as empresas partam para o SIP, pois o protocolo é aberto e
permite a criação de novas aplicações corporativas. O SIP é uma evolução natural do
mundo de VoIP, pois permite uma interoperabilidade entre os dois protocolos.
Os fornecedores, por seu lado, não ignoram tal tendência. Para abocanhar um
pedaço do crescente mundo de voz sobre IP, os fabricantes vêm lançando produtos
compatíveis com o SIP. A principal justificativa desses novos produtos é ter que lidar com
um legado de equipamentos antigos, que rodam nativamente H.323, mas que, por outro
lado, tendem a adotam ambientes compatíveis com aplicações mais avançadas rodando
SIP. Portanto, considera-se que os padrões como complementares. A tendência é que,
gradativamente, o H.323 saia de cena e o SIP seja largamente implementado por todas
52
as operadoras como o novo padrão de mercado. Independente do desfecho dessa
batalha de protocolos, as empresas já estão sendo beneficiadas pela competição, a qual
cria um leque mais extenso de produtos.
Uma das formas de definir o padrão mais adequado para o ambiente de cada
empresa é avaliar, do ponto-de-vista técnico, os benefícios e as carências dos dois
protocolos. na comparação de escalabilidade, por exemplo, em ambientes com alto
tráfego de chamadas, o SIP exige menos ciclos de processamento para gerar a
sinalização de mensagens. Com isso, o servidor tem condições de, teoricamente,
manusear mais transações do que o H.323, que usa mensagens definidas no H.225 para
ajustar o Gatekeeper a executar o balanceamento de carga.
Para os que estão interessados em aplicações de videoconferência, por outro
lado, o H.323 suporta inteiramente conferência de vídeo e dados. Os procedimentos estão
alocados para fornecedor controle para as reuniões virtuais, assim como a sincronização
de áudio e vídeo. Uma vantagem em relação ao SIP, que apresenta suporte limitado a
imagens e não conta com protocolos de conferência de dados, com o T.120.
Em compensação, o SIP sai na frente no quesito de segurança, ao utilizar
autenticação por HTTP (Hypertext Transfer Protocol), SSL (Secure Sockets Layer) e PGP
(Pretty Good Privacy), sendo bastante escalável, termos esses que não serão explicados
nesse trabalho, somente citados para efeito didático. Já o H.323 usa apenas o H.235
(Gateway to Gatekeeper) como descritos anteriormente.
Quadro 9 - Comparativo entre H.323 e SIP
H.323 SIP
53
Protocolos RAS/Q.931 SIP
H.245 SDP
Transferência de Sim Sim
chamadas
Captação de ligação Sim Sim
Chamada em espera Sim Sim
Indicação de chamada em Sim Não
espera
Finalização de chamada Sim Sim
Intrusão de chamada Sim Não
Sinalização Multicast Sim, por meio de location Sim, por meio do group
requests (LRQ) e auto invites
gatekeeper discovery (GRQ)
Controle de chamadas de Sim Sim
terceiros
Conferência Sim Sim
Grade quantidade de O controle de chamadas O controle de chamada por
chamadas H.323 pode ser ser implementado de vários
implementado de vários modos. O SIP suporta N para
modos. o Gateway tem N entre as UAs e servidores,
capacidade para usar também exige menos ciclos
mensagens definidas no de CPU para gerar a
H.225, ajudando o sinalização de mensagens e
Gatekeeper a executar o com isso pode teoricamente
balanceamento de carga manusear mais transações.
nos gateways. O protocolo tem um método
específico para
balanceamento sob o
mecanismo DNS SRV.
Internacionalização Sim, o H.323 usa Unicode Sim, o SIP usa Unicode (ISO
(BMPString com ASN.1) 10646-1), codificado como
para algumas informações UTF-8 para todos os
textuais (h323-id), mas caracteres.
geralmente tem poucos
parâmetros
Segurança Define mecanismos de O SIP suporta autenticação
segurança e facilidade de de chamadas com
negociação com o H.235 e mecanismos HTTP. A
pode ainda usar SSL. autenticação segura e
encriptação é suportada por
SSL/TSL.
54
Tarifação Mesmo com o modelo de Se o proxy SIP quiser coletar
chamada direta do H.323, a informações de faturamento,
capacidade de tarifar não é não tem nenhuma escolha a
permitida porque o cliente não ser permanecer na
informa ao Gatekeeper o chamada sinalizando o
começo e o fim da chamada caminho para a duração
via protocolo do RAS. inteira, de modo a captar
quando termina.
Codecs O H.323 suporta qualquer O SIP suporta qualquer
codec, proprietário ou codec IANA ou outro codec
padrão, não apenas os cujo nome mutuamente é
codecs da ITU-T. Os tipos concordado entre ambos. Os
de carga podem estar tipos de carga podem estar
especificados estaticamente especificados estaticamente
ou dinamicamente. ou dinamicamente.
Divisão de chamada O H.323 codifica As mensagens SIP são
mensagens em um formato codificadas no formato ASCII
binário compacto que
combina com conexões
banda larga e estreita
Endereçamento Mecanismo de O SIP apenas entende
endereçamento flexível, endereços do tipo URL
incluindo URL e E.164
Conferência de vídeo e O H.323 suporta O SIP tem suporte limitado
dados inteiramente conferência de para vídeo e não tem suporte
vídeo e dados. Os para protocolos de
procedimentos estão conferência de dado com o
alocados para fornecer T.120. O SIP não tem
controle para a conferência protocolos para controlar
assim como a sincronização conferências e muito menos
de áudio e vídeo. mecanismos de
sincronização.
Fonte: O que é o protocolo SIP [TRADESYS, 2005]
55
7. CONCLUSÕES
56
Simplificação: A integração da infra-estrutura que suporta todas as formas de
comunicação permitirá uma maior padronização e redução nos investimentos em
equipamentos. Esta infra-estrutura compartilhada pode aperfeiçoar o uso da largura de
banda e a minimização dos custos de redundância da topologia de rede. As diferenças
nos padrões de uso de voz e dados oferecem oportunidades adicionais para melhor a
eficiência das redes de comunicações.
Consolidação: Uma vez que pessoas estão nas extremidades das redes,
qualquer oportunidade para combinar operações, eliminar pontos de falhas e consolidar
atividades que gerem custos. Nas empresas, o uso de sistema de gerenciamento de rede
centralizado, monitorando voz e dados trazem excelentes benefícios tanto de redução de
custos como de agilidade na determinação de problemas.
Aplicação Avançada: Embora os serviços básicos de telefonia e fax sejam as
aplicações iniciais do VoIP no longo prazo é esperado o uso de aplicações multimídia e
aplicações multiserviços. Por exemplo, as soluções de e-commerce combinadas com
acessos a Web e sendo atendido pelo call-center.
A evolução da tecnologia VoIP, segundo a International Data Corporation – IDC
(empresa no ramo da tecnologia da Informação e está presente em mais de 46 países)
tomará grande parte do mercado. Ou seja, mesmo com a estabilização ou queda do
mercado de telecomunicações, esses serviços crescem por substituir, com muito mais
economia, as tradicionais opções de linhas de telefonia convencional. A tecnologia VoIP
não causará o fim da utilização da telefonia convencional em ambientes corporativos, mas
certamente será responsável por uma fatia considerável em ligações de longa distância.
Assim, os investimentos em técnicas de qualidade de serviço como as
apresentadas nesse trabalho (controle e inibição de congestionamento, compressão de
RTP, fragmentação e policiamento de tráfego, etc.) são fundamentais para o atendimento
tanto das grandes quanto das médias empresas. As de maior porte geralmente possuem
departamentos de telecomunicações com capacidade de gerenciamento para
acompanhar os níveis de serviço. No entanto, a pressão para diminuir custos de ligações
tende aos poucos a transferir essa função à operadora. Já as de menor porte não
possuem pessoal nem orçamento para essa finalidade e têm de conviver com o mínimo
possível de problemas.
Também surge nesse contexto o SIP, abordado nesse trabalho de forma
superficial, mas que promete ter grande impacto na maneira como nos comunicaremos
em tempo-real: com celulares ou telefones comuns, via mensagens instantâneas, ou
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utilizando qualquer dispositivo baseado em IP. O SIP é um protocolo que pode ser
composto e gerenciado em qualquer dessas sessões, independente do tipo de dispositivo
utilizado (chamada telefônica, mensagens instantâneas, jogos, ou até em vídeo ao vivo).
De fato, o potencial do SIP extrapola a sua simplicidade e flexibilidade e já é bastante
utilizado em pesquisas substituindo de forma satisfatória o H.323.
Conclui-se neste trabalho que a tecnologia de voz sobre IP, em tempo real pode
ocorrer de maneira satisfatória dentro de áreas metropolitanas ou de redes corporativas.
Como a estrutura da rede IP é bastante simples e utilizada no mundo todo, isso ajuda
muito a perceber as vantagens que voz sobre IP pode proporcionar para as empresas,
utilizando-a, por exemplo, para o serviço de voz. Entretanto quando distâncias maiores
são consideradas, os problemas de degradação da qualidade de comunicação podem
comprometer significativamente ou mesmo inviabilizar a realização da conversão. Nesse
sentido, a QoS permitirá a oferta de gerenciamento e banda por demanda, além de outros
serviços disponíveis no mercado, que está muito mais avançado nessa área.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
BASTOS, Pedro. Voz sobre IP. Wireless Brasil. 1999. Disponível em:
http://www.wirelessbrasil.org/. Acessado em 18/11/2004.
SILVA, Antônio Eugênio. Avaliação dos Serviços CES e VLL para tráfego com taxa de
bits constante em redes multisserviço. 2003. (Dissertação de Mestrado em Engenharia
Elétrica) – Universidade de Brasília, Brasília/DF.
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SITOLINO, Cláudio Luis. Voz sobre IP – um estudo experimental – Disponível em:
http://www.inf.ufrgs.br/pos/SemanaAcademica/Semana99/sitolino/sitolino.html. Acessado
em 14/05/2005.
SOARES, Luiz Fernando (et al). Das Lans, Mans e Wans às Redes ATM. Ed. Rio de
Janeiro: Campus, 1995.
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