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Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros – Wikipédia, a enciclopédia livre 11/03/01 10:16

Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Serras de Aire e Candeeiros
O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros é
uma área protegida criada em 4 de Maio de 1979 pelo Categoria V da IUCN
Decreto-Lei Nº 118/79 [1] e tem por objectivo a (Paisagem/Costa Protegida)
protecção dos aspectos naturais assim como a defesa do
património arquitectónico existente nas serras de Aire e
Candeeiros; possui uma área de 38 900 hectares,
abrangendo os municípios de Alcobaça e Porto de Mós
no Distrito de Leiria e Alcanena, Rio Maior, Santarém,
Torres Novas e Ourém no Distrito de Santarém.

Índice
1 Geografia
2 Clima
3 Geologia
3.1 Recursos hídricos
4 Biodiversidade
4.1 Fauna
4.1.1 Mamíferos
4.1.2 Aves
4.1.3 Répteis
4.1.4 Anfíbios
4.1.5 Insectos e outros
invertebrados
4.2 Flora
5 Património
5.1 Pegadas de dinossáurios
5.2 Polje de Mira-Minde Localização Santarém e Leiria
5.3 Cavidades cársicas Coordenadas 39° 30' 42" N 8° 47' 58" O
5.4 Cisternas
Área 389 km²
6 Estruturas de apoio
6.1 Centros de interpretação Criação 4 de Maio de 1979
7 Cronologia
8 Ver também
9 Referências
10 Ligações externas
11 Bibliografia

Geografia

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O parque está enquadrado no Maciço Calcário Estremenho, abrangendo as duas serras que lhe dão o nome
e ainda o planalto de Santo António e o planalto de São Mamede. Pode dizer-se que o parque abrange 3
unidades morfológicas de altitude:

1. Planalto de Santo António, localizado a sul e centro do parque


2. Serra dos Candeeiros, localizada a oeste
3. Planalto de São Mamede (a norte) e Serra de Aire (a leste)

Derivado das movimentações tectónicas e da modelação do terreno, estas unidades encontram-se


delimitadas por unidades geológicas resultantes da formação de falhas: depressão de Alvados, polje de
Mira-Minde e depressão da Mendiga.

Clima
A área abrangida pelo parque encontra-se numa situação de transição entre influências mediterrâneas e
atlânticas. Por ano, o número de horas de sol descoberto é de cerca de 2350 horas. O valor mensal de
insolação poderá ser três vezes maior no Verão, em relação aos meses de Inverno.

No que diz respeito à ocorrência de precipitação anual, esta varia entre 900 mm e 1300 mm. Durante cerca
de dois a três meses do ano, poderão ocorrer geadas, normalmente entre o fim do Outono e o fim do
Inverno.

Geologia
A rocha é um elemento sempre presente na paisagem do Parque
Natural das Serras de Aire e Candeeiros que ocupa mais de dois
terços do Maciço Calcário Estremenho (no Maciço Calcário
Mesozóico) que é a mais importante zona calcária de Portugal.

Ao longo do tempo, através de processos geomorfológicos, os


elementos naturais foram modelando a rocha, sobretudo de
origem calcária, dando origem a mais de mil e quinhentas
grutas. À superfície, outros elementos geológicos de relevo são
os algars, os campos de lapiás, as dolinas, as uvalas e os poljes.
O Maciço, como qualquer formação montanhosa, teve origem
nos movimentos tectónicos da crusta terrestre que, após Grutas de Mira D'Aire.
milhares de anos de movimentações das placas continentais e
oceânicas, emergiu da superfície.

Poljes:
Polje de Minde
Polje de Alvados
Polje de Mendiga
Dolinas:
Dolinas de Arrimal

Uma grande parte das estruturas geológicas existentes teve a sua origem no Jurássico Médio. Outras, de
génese mais recente, são constituídas por materiais detríticos e sedimentares. É de referir ainda a presença

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de terra rossa, sobretudo em zonas de depressão.

Possui ainda das poucas salinas de origem não marinha existentes em Portugal. De especial relevo as
salinas da Fonte da Bica, localizadas em Rio Maior.

Recursos hídricos
A água, pouco visível à superfície, abunda no subsolo, fazendo
desta zona um dos maiores, ou mesmo o maior reservatório
subterrâneo de água doce do país; este reservatório que vai de
Rio Maior até Leiria e conta com cerca de sessenta e cinco mil
hectares, é alimentado principalmente pela chuva que,
infiltrando-se rapidamente no subsolo, forma ribeiras
subterrâneas, restituindo depois o excedente à superfície,
formando uma nascente cársica como é o caso das nascente dos
Centro Ciência Viva do Alviela -
Olhos de Água do Alviela, a mais importante de todas e alvo de CARSOSCÓPIO.
captação por parte da EPAL para fornecimento de água a
Lisboa desde 1880.

Biodiversidade
Fauna

Mamíferos

Devido à existência de grande quantidade de grutas e outro tipo de cavidades rochosas, não é de estranhar
que existam no parque algumas espécies de morcegos. Cabe salientar a presença das seguintes:

Morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii)


Morcego-lanudo (Myotis emarginatus) - (único local de reprodução no país)
Morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale)

As espécies de morcego permitem a subsistência de uma fauna específica nas cavidades rochosas em que
se refugiam. São eles que fornecem alimento (em forma de matéria orgânica: fezes e outros) a esta fauna
cavernícola (crustáceos, aracnídeos e vários tipos de vermes).

Em termos da presença de mamíferos cabe ainda salientar a presença da geneta (Genetta genetta), raposa
(vulpes Vulpes), javali (sus srofa), texugo (meles meles), gato bravo (felis silvestris) e o coelho bravo
(oryctolagus cuniculus)Também cabe salientar a presença do Corço (capreolus capreolus) em algumas
áreas do parque.

Aves

Derivado da heterogeneidade dos habitats existentes no parque, não é de estranhar a existência de uma
diversidade de aves que se encontram adaptadas a condições particulares.

Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) que nidifica somente nas inúmeras cavidades


rochosas existentes no parque. Esta espécie também está dependente da existência de sistemas agro-

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pastoris, cada vez mais raros devido ao abandono progressivo das práticas agrícolas.
Bufo-real (Bubo bubo)
Águia de asa redonda (buteo buteo)
Águia de Bonelli (hieraaetus fasciatus)
Águia cobreira (Circaetus gallicus)
Corvo (corvus corax)
Gavião (accipiter nisus)
Peneireiro (Falco tinnunculus)
Coruja das torres (tyto alba)
Águia Calçada (Hieraaetus Pennatus)
Ógea (falco subteo)
Coruja do mato (strix aluco)
Mocho galego (Athene noctua )

Répteis

Chalcides chalcides - Fura-mato ou cobra-de-pernas-tridáctila


Vipera latastei - Víbora-cornuda (presente em habitats rochosos)

Nos ambientes aquáticos ocorrem ainda duas espécies de cobras-de-água:

Natrix natrix
Natrix maura.

Anfíbios

O parque alberga uma quantidade apreciável de espécies de anfíbios (cerca de treze), que dependem da
existência de charcos temporários e de lagoas (ex.: Lagoa de Alvados) para a sua reprodução. Algumas das
espécies de anfíbios existentes no parque são:

Salamandra-de-fogo (Salamandra salamandra)


Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)
Tritão-marmoreado (Triturus marmoratus)
Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes)

A grande diversidade biológica é sustentada pela existência de uma heterogeneidade de habitats. Os


principais são os habitats aquáticos, rochosos e os arrelvados calcícolas.

Insectos e outros invertebrados

Este parque constitui um dos melhores locais em Portugal onde se podem observar muitas espécies de
insectos associados a zonas calcárias e habitats calcícolas pela sua extensão e diversidade de locais. Assim,
estão reconhecidas mais de 300 espécies de borboletas (Lepidoptera) entre as quais a rara Branca-
Portuguesa (Euchloe tagis) cuja população aqui é a mais a Norte em Portugal; a Cupido lorquinii e a
Crocallis auberti. Recentemente têm sido descritas espécies novas para a ciência de diversos grupos entre
os escaravelhos hipógeos e cavernícolas (Coleoptera)e aranhas também associadas ao sistema cársico do
Parque.

Flora

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Mais de seiscentas espécies vegetais podem ser encontradas no parque — o que representa cerca de um
quinto do total das espécies em Portugal — e muitas delas não se encontram em mais nenhum local (são
endemismos). Para além de 25 espécies diferentes de orquídeas, podem encontrar-se o narciso, o alecrim, a
pimenteira, o carvalho ou a azinheira, entre muitas outras. A maior parte da superfície do Parque é ocupado
por matagais, muitos deles considerados na Rede Natura 2000 como um tipo de habitat prioritário e
exemplos únicos no mundo. Ao longo dos tempos, o coberto florestal original foi sendo substituído por
outros tipos de vegetação. Actualmente ainda existem relíquias do coberto vegetal primitivo, sobretudo sob
a forma de carvalhais constituídos por carvalho-cerquinho (Quercus faginea).

A zona do parque está sujeita, com menor ou maior intensidade, a fogos florestais. Muitas das espécies
botânicas existentes estão dotadas de características que lhes permitem sobreviver mais adequadamente ao
fogos. Algumas delas, como é o caso das orquídeas, têm a sua floração estimulada quando ocorre este tipo
de evento.

Alguma da flora característica do parque

Azinheira Carvalho-português Alecrim

Património
Pegadas de dinossáurios
O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire, mais
conhecido apenas por Pegadas da Serra de Aire foi criado em 1996. Situa-se na
Serra de Aire, no concelho de Ourém e ocupa uma área de cerca de 20 hectares.

Antes de terem sido descobertas as pegadas, em 4 de Julho de 1994, funcionava aí


uma pedreira (Pedreira do Galinha). Realizaram-se depois alguns estudos que
culminaram na classificação como Monumento Natural. Vista da pedreira.

Possui 20 trilhos de saurópodes, com uma idade de 175 milhões de anos. São os
trilhos de saurópodes maiores, mais antigos e dos mais nítidos que se conhecem.

Polje de Mira-Minde
O Polje de Minde foi incluído, em 2 de dezembro de 2005, na Lista
das Terras Húmidas de Importância Internacional no âmbito da
Convenção de Ramsar.[2] Trata-se de uma depressão cársica que,
nos anos de maior pluviosidade, fica inundada durante vários meses.

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Cavidades cársicas
Na área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros estão
inventariadas mais de 1500 cavidades, [3] resultantes da infiltração
da água através de falhas e diaclases e consequente acção de
Foto do Polje de Mira-Minde
meteorização química sobre a rocha calcária. Deste processo resulta inundado.
uma vasta e complexa rede de cursos de água subterrâneos que vai
abrindo galerias de desenvolvimento horizontal (grutas) e de
desenvolvimento vertical (algares). A água que circula nestas galerias, acaba por depositar o calcário que
precipita, originando uma variedade de espeleotemas que se traduzem em formas de grande beleza como
estalactites, estalagmites, colunas e mantos calcíticos.

Cisternas
Devido à natureza calcária do solo, os poços não eram uma opção; essa dificuldade obrigou as populações a
inventar outras formas de reter as águas pluviais. As cisternas eram construídas nas reentrâncias das rochas
ou em pequenos algares, dada a sua impermeabilidade; nas habitações, a chuva era recolhida dos telhados e
transportada para as cisternas através de caleiras.

Estruturas de apoio
Centros de interpretação
Tendo em vista o estudo científico e a constituição de pólos de lazer, o Parque instituiu a figura do "Centro
de Interpretação":

Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta do Almonda: localiza-se no Cabeço das Pias (Torres
Novas)
Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta Algar do Pena: o Algar do Pena foi acidentalmente
descoberto aquando de actividades de extracção de pedra; tem actualmente a maior cavidade sala
conhecida no país.
Antigo Centro de Interpretação das Nascentes do Alviela, agora Centro Ciência Viva do Alviela-
Carsoscópio

Cronologia
Segue-se uma cronologia relativa a alguns enquadramentos legais que afectam o parque:

Criação do parque a 4 de Maio de 1979 pelo Decreto-Lei Nº 118/79 [1]


(http://dre.pt/pdfgratisa5/1979/05/10200.pdf)
Aprovação do Plano de Ordenamento e do Regulamento do PNSAC a 12 de Janeiro de 1988 pela
Portaria Nº 21/88 [2] (http://www.diramb.gov.pt/data/basedoc/TXT_LN_1376_2_0001.htm)
Regulamento de Construções, aprovado no Conselho Geral do Parque a 20 de Junho de 1990: tem
como objectivo a gestão e controlo do espaço construído.
Resolução do Conselho de Ministros nº 76/00, de 5 de Julho: criação do Sítio "Serras de Aire e
Candeeiros" (para integração como Sítio de Interesse Comunitário na rede Natura 2000) [3]
(http://www.diramb.gov.pt/mainframes.htm) .

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Ver também
Pegadas da Serra de Aire

Referências
1. ↑ Diário da República electrónico (http://dre.pt/pdfgratisa5/1979/05/10200.pdf)
2. ↑ The List of Wetlands of International Importance (http://www.ramsar.org/sitelist.pdf) (em English). Página
visitada em 2008-12-19.
3. ↑ 25 anos - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, ICN - Parque Natural das Serras de Aires e
Candeeiros ISBN 972-775-136-9

Ligações externas
Página oficial do Monumento Natural das pegadas de dinossáurios
(http://www.pegadasdedinossaurios.org)
Página Oficial do Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO
(http://www.alviela.cienciaviva.pt)

Bibliografia
Guia das áreas protegidas próximas de Lisboa, Instituto de Conservação da Natureza ISBN 972-
8402-54-0
25 anos - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, ICN - Parque Natural das Serras de Aires
e Candeeiros ISBN 972-775-136-9

bnvm,c.-

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Categoria: Parques naturais de Portugal

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