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RELATÓRIO ANÁLISE INTERCASO

Disciplina: Práticas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde - SMS

Prof. Dr. Miguel Luiz Ferreira Ribeiro

Prof. M.Sc. Antonio Fernando Navarro

I. INTRODUÇÃO:

Nesta seção apresentam-se considerações a respeito dos princípios, metodologias,


estratégias e ações empreendidas pelos estaleiros nacionais “B” e “C” e internacionais “E”,
“G”, “H” e “I”, relevantes e voltados aos processos de SMS, adotados especificamente em
cada um dos sites visitados, objetos de estudo através da aplicação de protocolos de pesquisa
entre os meses de março e novembro de 2009. Esses empreendimentos foram considerados
representativos da indústria nacional e internacional na realização de atividades de fabricação
e montagem voltadas à indústria de Óleo e Gás. Dessas visitas realizadas foram aplicados os
protocolos de pesquisa em dois empreendimentos nacionais e quatro empreendimentos
internacionais.
A estratégia definida no projeto foi de, em primeiro lugar, analisar as condições
existentes em cada local, preenchendo-se planilhas de visita compostas das perguntas
formuladas para cada tópico, definidas pelos professores e aprovadas pelo Grupo de Trabalho
– GT, com o resultado das entrevistas, a análise crítica da mesma questão à luz da
documentação disponibilizada e da visita de campo. A seguir, foi feita a consolidação dessas
informações em um relatório de visita. Para os empreendimentos nacionais cruzaram-se as
informações de modo a se estabelecer o padrão Nacional, apresentado em um Workshop
específico. A mesma seqüência de atividades foi estabelecida para as visitas internacionais.
Agora, pretende-se apresentar a conclusão das análises dos vários empreendimentos.
As análises individuais foram confrontadas entre si para a obtenção do resultado
comum e essas em análises intra-casos. A seguir foram feitas as análises entre casos, na
medida em que se avaliaram os pontos convergentes (em primeiro lugar, do cenário nacional,
seguido pelo cenário internacional). Por fim, utilizando-se o instrumento de pesquisa
composto de relatório com perguntas abertas, estruturadas e aprovadas pelo Grupo de
Trabalho do projeto 27.4, de aplicação presencial, as avaliações e percepções dos professores
durante as visitas e análises decorrentes dessas, em suas várias disciplinas e do confronto com
a literatura pesquisada, eventualmente de literatura suplementar, chegou-se à análise inter
caso. Desta forma, tem-se uma análise comparativa dos resultados à luz da literatura
pesquisada.
Compreende-se uma análise intra-caso como aquela onde é feita a descrição e
análise de cada caso – visita – separadamente. A análise entre casos é a que avalia as análises
dos pontos convergentes ou não e suas diferenças. As análises inter-casos são a confrontação
dos casos – visitas, realizadas pelos professores visitantes com o contido na literatura e nos
documentos, visitas, realizadas pelos professores visitantes com o contido na literatura e nos
documentos, definindo-se uma triangulação de dados.
Os resultados de cada um dos tópicos foram divididos por temas, seguindo-se a
mesma itemização dos protocolos de pesquisa, com as respostas de cada tema apresentadas
em linguagem corrente.

I.1 COMPREENSÃO DAS ANÁLISES EFETUADAS:

Na avaliação de desempenho dos estaleiros com relação à disciplina de Segurança,


Meio Ambiente e Saúde, verificaram-se alguns aspectos relevantes como:
1. Todos os empreendimentos visitados já tinham experiências anteriores com relação às
atividades quando foram contratados para os atuais projetos;
2. Todos os empreendimentos seguem algumas das normas de gestão ISO 9001, ISO 14001
e OHSAS 18001. Exceto pelo empreendimento “H” os demais possuem um sistema
integrado de gestão.
3. O empreendimento “C” foi percebido como aquele onde há ações mais profundas quanto
às questões da saúde do trabalhador, seja com a incorporação de assistentes sociais e
nutricionistas em seus quadros, seja com a incorporação de médicos do trabalho com
outras especialidades médicas, os quais, ao longo das semanas dão o necessário suporte
aos trabalhadores.
4. No que diz respeito às ações de responsabilidade social, destacam-se os empreendimentos
“B” e “E”, da mesma maneira que os mesmos empreendimentos, agregando-se o “C”, têm
forte atuação nas questões ambientais.
5. Exceto pelo empreendimento “H”, em todos os demais as equipes de fiscalização já se
encontravam estruturadas, sendo essas vinculadas à gerencia do empreendimento ou à
gerência de produção, o que, em última análise não apresenta qualquer óbice ao
desempenho da equipe. No empreendimento “B” cada site possui um gerente de QSMS,
os quais são vinculados hierarquicamente aos gerentes dos sites e tecnicamente ao gerente
corporativo de QSMS.
6. Percebeu-se em todos os sites uma tendência de se reduzir ao máximo as movimentações
de carga nos canteiros, principalmente em função dos aspectos de segurança dos
trabalhadores, como também dos tempos gastos nessas atividades. Nos empreendimentos
“G” e “I” que atuam mais fortemente em reparos e na construção de embarcações, os
transportes e montagens são realizados por blocos, já montados e posteriormente
encaixados nas outras seções.
7. As movimentações quando em maiores percursos, são realizadas em veículos ou
equipamentos mais baixos.
8. Há o emprego mais freqüente do uso de robôs nas atividades onde a presença humana seja
mais difícil ou apresente maiores riscos.
9. Foi interessante observar-se que naqueles empreendimentos onde os níveis de
estruturação, subordinação e atividades são perfeitamente definidos há uma tendência de
cada profissional executar somente aquilo a que foi contratado. P.Ex. o soldador é
somente soldador e atua nessa disciplina. Nos empreendimentos “E”, “G” e “I” os
procedimentos de SMS são incorporados aos procedimentos de execução das atividades e
os trabalhadores são responsáveis não só por executar seus serviços com qualidade, mas,
principalmente, de executá-los com segurança. Os profissionais são responsáveis por suas
próprias seguranças.
10. Outra questão relevante nos processos é a que diz respeito à estruturação e capacitação das
equipes. Exceto pelos empreendimentos “B” e “C”, ambos atuando para o mesmo cliente
e sob legislações mais severas do que as dos demais países, e com algumas restrições
operacionais, por dispositivos contratuais, em todos os demais as equipes principais são
permanentes. Havendo necessidade de ampliação dos quadros essa pode ocorrer através
da terceirização de profissionais capacitados, que já possuam registros de capacitação
atualizados, ou por meio de empresas especializadas. Cessada a demanda ocorre a
desmobilização. Todavia, a estrutura principal continua unida. Isso porque os contratos
têm continuidade e os empreendimentos estão com fortes demandas.
11. A questão da capacitação dos profissionais é vista pelos empreendimentos da mesma
forma. Todos investem fortemente nessa área. Os empreendimentos “G”e “I” além de
terem suas “escolhinhas” de treinamento interno capacitam e certificam seus empregados.
O ponto dissonante é o que diz respeito às avaliações desses profissionais. Exceto pelos
empreendimentos “G” e “I” as avaliações são pela atuação dos profissionais, enquanto
nos primeiros esses são submetidos a testes e avaliações várias vezes ao longo dos
projetos.
12. Pelo fato das questões de SMS não serem vistas de modo isolado, e sim, como parte
integrante de um mesmo processo, há uma maior preocupação para com a segurança do
trabalhador, fazendo com que esse passe a utilizar equipamentos de proteção individual,
mais cômodos e eficientes.
13. Os empreendimentos onde há ações governamentais de fiscalização das atividades, tanto
nos quesitos ambientais quanto nos que envolvem a segurança dos trabalhadores são: “B”,
“C”, “E” e “G”. Nos dois restantes ou não há nenhuma interferência ou essa é mínima.
14. Os empreendimentos que possuem um maior nível de interferência dos clientes nos
projetos e processos são: “B”, “C” e “E”.
15. Os empreendimentos onde há algum tipo de controle estatal, inclusive através de
participação acionária são: “E”, “H” e “I”.
16. Em todos os empreendimentos, exceto pelo “H”, há campanhas motivacionais para que os
trabalhadores apresentem alternativas, relatem situações de desvios e se envolvam mais
com a gestão de SMS.
17. No empreendimento “E” a cada semana um dos gerentes do empreendimento passa a ser o
responsável pela gestão de SMS. Isso também foi observado, não com a mesma
intensidade, no empreendimento “G”.
18. Em todos os empreendimentos, exceto no “H”, periodicamente os gerentes visitam as
frentes de serviços e desenvolvem ações de SMS, principalmente identificando situações
de riscos.

I.2 RESULTADOS OBSERVADOS:

Visando obter-se um padrão de comparação entre os vários empreendimentos


visitados, analisaram-se as respostas dadas às perguntas formuladas, confrontando-as com as
informações obtidas pelos professores das várias disciplinas que estiveram em todos os locais,
obtendo-se um padrão de respostas, as quais, aplicando-se Likert, foram tabuladas conforme a
seguir. O critério de pontuação adotado foi:
1 – Não aderente
2 – Com baixa aderência
3 – Medianamente aderente
4 – Com grande aderência
5 – Totalmente aderente

Empreendimentos
Itens das perguntas do protocolo de SMS
B C E G H I
Planejamento das atividades de SMS 4,0 3,5 4,0 5,0 2,0 4,5
Atuação das equipes nas frentes de serviços 4,0 4,0 5,0 5,0 2,0 5,0
Campanhas Motivacionais de SMS 5,0 4,0 4,5 5,0 3,5 4,5
Gestão das atividades de SMS 4,5 3,5 4,5 5,0 2,0 4,5
Qualificação de pessoal 4,0 4,0 4,5 5,0 3,0 5,0
Documentação Técnica 4,5 4,0 4,5 5,0 2,0 4,5
Atuação pró-ativa no controle dos acidentes 4,0 3,5 4,5 4,5 2,0 5,0
Cultura de SMS 4,5 4,5 5,0 5,0 3,0 5,0
Campanhas motivacionais de SMS 5,0 4,0 5,0 5,0 3,5 4,5
Apoio às ações de SMS pelas demais gerências 4,5 4,0 5,0 5,0 3,5 5,0
Totais 44 39 46,5 49,5 26,5 47,5

Destacam-se que as notas ponderadas obtidas foram produto de uma avaliação


pontual, que podem significar “o retrato de um momento” e não o desempenho continuado
das atividades dos empreendimentos ao longo do contrato. Como dito anteriormente, muitos
desses empreendimentos atuam continuamente a longos anos, fabricando todo o tipo de
embarcações, com estruturas operacionais e instalações adequadas, enquanto que outros,
como no caso dos empreendimentos “B” e “C” tiveram longos períodos de baixa atividade em
seus sites, resultado de baixa oferta de contratos. Também se deve destacar as características
do empreendimento “H”, que de uma grande área disponibilizada a terceiros, está se
estruturando para oferecer serviços e produtos diferenciados, utilizando o apoio estratégico da
Shell, que está organizando um grande processo de gestão. É importante que essa visita seja
realizada daqui a um ano para se avaliar os avanços conseguidos em cada uma dessas
disciplinas, em função do Mapeamento do Estado da Arte.
Empreendimentos
Itens das perguntas do protocolo de SMS
G I E B C H
Desempenho global 49,5 47,5 46,5 44 39 26,5

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE SMS:

A estruturação e planejamento das atividades de fiscalização de SMS é a base de


todo o processo de gestão como pode ser observado na literatura específica. Esse
planejamento é decorrente de fatores como: características dos contratos; exigências
específicas quanto às questões de SMS; prazos das obras; efetivo de pessoal; características
dos bens fabricados; facilidades ou disponibilidades dos canteiros de obra, incluindo o
emprego de equipamentos especiais.

Segundo Araujo (2008) a experiência tem demonstrado que a ineficácia do


sistema de gestão de SMS muitas vezes está relacionada às dificuldades dos gestores em se
antecipar aos problemas, assim como planejar, organizar e implementar ações consistentes,
normalmente estruturadas em um programa de SMS. Os processos de gestão são dependentes
do ser humano, por isso da necessidade de se criar um ambiente organizacional suscetível a
mudanças de hábitos e atitudes comportamentais. Os valores de SMS são partes da cultura
organizacional, e, em assim sendo, devem ser incorporados aos conceitos de desenvolvimento
sustentável, os quais devem estar inseridos nos programas de sistemas de gestão. De modo
geral, existe uma série de barreiras ao sucesso de um sistema de gestão. Muitas destas
barreiras estão relacionadas a limitações humanas e tecnológicas que permitem entender que
os sistemas complexos se caracterizam por incertezas que geram vulnerabilidades.

Uma das dificuldades observadas na implantação dos processos é que a prioridade


dessa estruturação volta-se mais para a atividade de produção e, por conseguinte, para a
entrega do objeto do contrato no prazo determinado, por ser a atividade fim. Afora isso, deve-
se levar em consideração a cultura da organização – empreendimento – que não se traduz,
necessariamente, pela política prevencionista determinada nas legislações aplicadas, a qual, de
certa modo, define a espinha dorsal de todo o processo de gestão de SMS. Todavia, percebeu-
se uma elevada adesão das ações ao planejamento estabelecido, motivado principalmente pela
gestão do Gerente do Projeto.

A revisão da literatura permite-nos perceber que: (...) a cultura de uma


Organização pode ser vista como um conceito que descreve os valores compartilhados que
influenciam as atitudes e comportamentos dos empregados. A cultura de segurança é uma
parte integrante da cultura da Organização e é vista como aquela que afeta as atitudes e
crenças dos acionistas em termos do desempenho nessa área. Os gerentes de SMS, quando
questionados à respeito das principais ações desenvolvidas foram unânimes em responder que
a alta gerência não só os apoiava em suas ações como também participava ativamente do
processo, visitando as áreas periodicamente. Essas visitas passam a todos os empregados que
o compromisso para com as questões de Segurança, Meio Ambiente e Saúde não é só deles,
empregados, mas de toda a empresa. (Cooper, 2000). (...)
Percebe-se pelos relatos dos professores, das fotografias obtidas, das respostas
dadas e da evidenciação das ações tomadas pelos empreendimentos quanto à gestão dos
processos de SMS que as empresas visitadas possuem larga experiência no processo de
fabricação e montagem de embarcações e componentes para a indústria de Óleo e Gás. Essa
experiência é traduzida por centenas de embarcações, sejam plataformas, suplay boats, FPSO
e outros tipos de embarcações, atuando em várias partes do mundo. E, em assim sendo, é
natural que o planejamento das ações de SMS não seja um fato novo ou a ser implantado no
processo, pois na fase atual já se encontra implementado. As equipes de SMS existem e são
atuantes nesses locais. O diferencial talvez resida no fato de que há empreendimentos onde a
gestão é feita com o emprego maciço de sistemas informatizados, observado em todos eles,
em maior ou menor escala, em outros, os procedimentos são incorporados ao processo de
fabricação (empreendimentos “E”, “G”, “H” e “I”), outros onde a fiscalização é mais
intensiva e presente nas frentes de serviços, por fim, pequenas variações não tiram os méritos
do processo de gestão, mas representam diferenciais, percebidos pelos empregados, em todos
os cantos dos sites. Quanto à questão da informatização dos processos, destarte a questão da
inserção dessas questões no mesmo sistema relativo às atividades de produção.

Conforme Bruzon et al. (2005) a segurança dos trabalhadores representa uma


elevada importância na questão da produtividade. Um profissional que se sinta “seguro” fica
mais motivado, resultando com isso em melhoria de seu desempenho. No processo de
implantação da cultura de SMS em uma deve-se levar em consideração a participação de
todos os atores nesse processo, sejam esses os gerentes, responsáveis pelas “idéias”,
orientações, apoio e controle, até os funcionários, os maiores interessados, por estarem mais
suscetíveis a acidentes. Os funcionários ao perceberem que a adoção das práticas de SMS faz
com que sejam menos afetados pelos acidentes, ou seja, passam a se sentir mais seguros,
terminam por transferir essa sensação ao seu trabalho, imprimindo dessa maneira um maior
ritmo, que se reflete na qualidade do que produzem. Pode-se dizer que os custos com
segurança são investimentos na medida em que a produtividade aumenta. Pelo contrário, a
falta de segurança dos funcionários costuma significar gastos futuros com questões médicas,
aposentadoria por invalidez, doença ou morte, gastos com a substituição do acidentado, danos
à imagem da empresa, eventuais prejuízos com a queda do valor das ações, multas ou sanções
dos órgãos de fiscalização. Em uma avaliação preliminar, de um lado encontra-se o
funcionário sentindo-se seguro e produzindo mais e do outro as despesas havidas com as
ocorrências de acidentes. Essa equação tende a apresentar só um resultado, o da prevenção.
Destaca-se que no empreendimento “C” o planejamento das ações de SMS se
inicia, antes do projeto, com a realização do kick-off meeting, reunião entre a empresa
contratada e os gestores do empreendimento, ocasião na qual o projeto é oficialmente
apresentado aos representantes das várias disciplinas. Nessa fase todos têm a oportunidade de
fazer seus comentários e estabelecer os planos de ação necessários. No início dos contratos
são realizadas avaliações, principalmente dos pontos críticos que deverão ocorrer ao longo do
contrato. Após essas avaliações são tomadas as medidas necessárias de mobilização e
treinamento de pessoal de SMS. Excetuando-se os estaleiros nacionais, nos demais esses tipos
de obras são corriqueiras e os empreendimentos possuem grande experiência, razão pela qual
os planejamentos são apenas revistos em função das características dos projetos.

Em todos os empreendimentos e até mesmo pelo histórico de atuação comentada


no parágrafo anterior, há procedimentos relativos a SMS, que contemplam, em primeiro lugar
a Política de SMS da Organização. Essa deve estar alinhada à filosofia da mesma e ao
atendimento legal. A partir dessa Política são definidos os procedimentos a serem seguidos
levando-se em conta as determinações legais, contratuais e aquelas expedidas pelas
Sociedades Classificadoras. Os empreendimentos “B” e “C” são regidos por uma rigorosa
política prevencionista governamental, afora as exigências de seu principal contratante de
serviços, exigências essas que, em algumas questões, passa a ser maior ou mais rigorosa do
que as exigências governamentais. Os empreendimentos “F”, “G” e “H”, priorizam as
exigências estabelecidas pelas Sociedades Classificadoras e, em menor escala, as dos clientes.
O empreendimento “E”apresenta uma característica diferenciadora, pois utiliza largamente os
processos de modularização e terceiriza bastante suas atividades, em sites localizados em
vários países. E, em assim sendo, possui um nível de exigência maior, quase sempre definidas
tendo como balizadores as normas de gestão ISO 9001 e 14001 e OHSAS 18001.

As normas de gestão empregadas nos vários empreendimentos são:

B C E G H I
NBR ISO 9001 NBR ISO 9001 Mark Assmann ISO 9000 ISO 9000 ISO 9000
NBR ISO NBR ISO 14001 ISO 14000 Petronas ISO 14000
14001 14001 OHSAS 18001 ISRS OHSAS 18001
OHSAS 18001 OHSAS 18001
SA 8000

O controle do atendimento às normas ocorre quase que invariavelmente através de


vistorias e inspeções nas frentes de serviços para avaliação dos níveis de atendimento às
normas e procedimentos, com registros em formulários específicos. Nos empreendimentos
“E” e “G”, periodicamente esses registros são analisados e avaliados em conjunto com os
demais sites da organização, através de reuniões específicas, divulgando-se os resultados
através da WEB. Os sites são avaliados em termos de performance e recebem “notas”,
anualmente. Isso de certa maneira estimula a boa competição entre esses.

O repasse das informações a todos os envolvidos sejam esses empregados,


contratados ou subcontratados, prestadores de serviços ou visitantes ocorre através de
ambientações, treinamentos, briefings, Diálogos Diários, apresentações de vídeos por ocasião
da visita aos sites, e fornecimento de cartilhas, folders e banners.

Tanto as Políticas de SMS quanto as normas de gestão são divulgadas e permeadas


em todos os níveis da organização como também repassadas nos procedimentos. Nos
empreendimentos “B”, “C” e “E” os mais elevados níveis gerenciais, da pirâmide de
decisões, vão periodicamente às frentes de serviços, acompanhados pelos demais gerentes,
avaliar as condições gerais, verificar a adesão às políticas da organização, conversar com os
trabalhadores e, eventualmente, interagir com esses, abordando-os à respeito de questões
relativas a SMS ou mesmo aos processos de produção.

Exceto pelo empreendimento “H”, cujo processo de gestão está sendo


desenvolvido, em todos os demais há autorizações para o início das atividades, sejam essas
permissões de trabalho, ordens de serviços ou análises específicas de riscos. O diferencial
observado, notadamente nos empreendimentos “B”, “E” “G” e “I”, é que as autorizações são
concedidas pelos próprios encarregados, após a análise das condições locais de trabalho. A
equipe de SMS, nesses casos, atua como assessora desses encarregados.

Quanto ao dimensionamento das equipes de SMS, deve-se analisar a questão sob


dois pontos de vista: há empreendimentos onde existem exigências legais mais fortes e onde
as pressões exercidas pelo contratante dos serviços (cliente) também é grande – o cliente não
apenas “compra” um produto como também acompanha a construção, algumas vezes
interferindo no processo, e em outros empreendimentos as pressões não são tão fortes assim, e
as estruturas são montadas para o acompanhamento do processo ao invés do acompanhamento
dos serviços. Essa grande diferença faz com que os profissionais passem a analisar o
atendimento ao determinado nos procedimentos, ao invés de ficar no campo fiscalizando a
execução dos serviços, atividade essa que é de responsabilidade dos encarregados pelos
serviços. Nos empreendimentos “H” e “I” as pressões governamentais a esse respeito são
praticamente inexistentes. Nos empreendimentos “B” e “C” as pressões exercidas tanto pelos
órgãos governamentais quanto pelos clientes é maior. Não se percebeu que haja uma relação
direta entre a quantidade de membros das equipes de fiscalização de SMS e a redução das
ocorrências de acidentes. Contudo, há essa relação entre a Cultura de SMS da Organização e
os acidentes. Onde há equipes formalizadas de fiscalização e gestão de SMS são designados
profissionais que atuam especificamente em cada uma dessas áreas. No empreendimento “E”
há engenheiros do trabalho, por formação de graduação, com conhecimento de meio
ambiente. Assim, foram encontrados profissionais desse tipo de formação acumulando as
questões de segurança do trabalho à de meio ambiente. A relação entre os profissionais de
SMS e o total de trabalhadores fica bem mais clara nos empreendimentos “B”, “C” e “G”.

O aspecto da capacitação de pessoal é outro ponto bem interessante, quando se


avalia o desempenho das organizações. Nos empreendimentos “B” e “C” os profissionais de
SMS não são tecnicamente avaliados através de testes ou provas. Nos empreendimentos “E”,
“G” e “I” há avaliações feitas na própria empresa. No empreendimento “G” não pôde ser feita
essa verificação em função do fato da empresa estar implantando um sistema de gestão
voltado às questões de segurança e saúde ocupacional. No momento a única certificação é
para a ISO 9001.

Para a definição dos níveis de capacitação e de experiência dos membros de sua


equipe de SMS a empresa elabora o levantamento das demandas e necessidades do canteiro.
Em função dessas, são definidas as exigências quanto à formação e capacitação do pessoal.
Após isso, são repassadas para a Contratante as experiências e perfis dos candidatos para a
aprovação do currículo, como ocorre nos empreendimentos “B” e “C”. Ainda nesses as
contratações são feitas após a análise curricular e o atendimento às necessidades de trabalho.
As empresas procuram mesclar o conhecimento dos membros de sua equipe, até mesmo para
“oxigenar” os conhecimentos. Assim, tem profissionais de maior nível de capacitação e outros
que são capacitados ao longo do contrato pelos próprios técnicos mais capacitados.

O plano de treinamento é implementado de acordo com as demandas. Isso tem


ocorrido, principalmente, em função da alta demanda por profissionais mais experientes,
motivadas pelo grande volume de obras. Nos empreendimentos “B” e “C” os processos de
contratação levam em consideração as experiências profissionais e capacitações específicas.
Ao longo do tempo de permanência nas empresas esses profissionais são reciclados
periodicamente. Nos demais empreendimentos também ocorre esse processo de contratação
mas os empreendimentos podem formar seus próprios profissionais.

Em todos os empreendimentos há critérios específicos de avaliação do


desempenho dos profissionais de SMS, seja pelo resultado do trabalho, traduzido pelos
indicadores de gestão, seja pela aplicação de testes específicos. A tendência das avaliações
pelos resultados e a aplicação de testes específicos é maior nos empreendimentos
internacionais.

Vários são os fatores que conduzem a um eficaz processo de avaliação dos


profissionais. De acordo com Araujo (2008) A experiência tem mostrado que a ineficácia do
sistema de gestão de SMS muitas vezes está relacionada às dificuldades dos gestores em se
antecipar aos problemas, planejar, organizar e implementar ações consistentes normalmente
estruturadas num programa de SMS. Os processos são dependentes do ser humano, por isso a
necessidade de criar um ambiente organizacional suscetível a mudanças de hábitos e atitudes
comportamentais.

No empreendimento “E” o planejamento das ações de SMS é estabelecido desde a


concepção do projeto básico, sendo que os membros da equipe e os demais empregados do
estaleiro tomam conhecimento desse durante os programas de treinamento, encontros
técnicos, orientações verbais e as divulgadas através de quadros de aviso e mídia eletrônica.
Durante o horário do almoço são repassadas orientações básicas de SMS nos aparelhos de
televisão nos refeitórios. As questões relativas a SMS são vistas sob diferentes ângulos:
quando relativas ao projeto são consideradas como “SMS técnica”; quando voltadas a
aspectos de canteiros de obras e realização das atividades, analisadas como “proteção pessoal”
e “valores” (P.Ex. trabalhos em ambientes confinados, trabalhos em altura, movimentação de
cargas, etc.). Desconstruindo a análise, sob a ótica do processo de trabalho em si, como
arranjos produtivos, emprego de equipamentos e processos, dispositivos de montagem e de
movimentação de cargas, entre outros, são questões que envolvem o planejamento das
atividades de SMS durante a fase do planejamento das atividades e projeto. As questões
relativas ao emprego de Equipamentos de Proteção ou de ferramentas de trabalho, por
exemplo, são relacionadas à cultura de SMS da Organização. O entendimento dessa questão é
importante para a avaliação da permeabilidade da cultura de SMS em toda a organização.
Assim, discutem-se ainda na fase do projeto os aspectos maiores relativos ao planejamento
das ações. Os outros aspectos são repassados continuamente a todos os trabalhadores em
várias etapas do projeto.

Generalizando, os empreendimentos visitados procuram incorporar ao


planejamento de suas ações de SMS não só as experiências passadas anteriormente pelos
profissionais incorporados ao processo como também as orientações transmitidas pelas
demais unidades da organização. Os empreendimentos “E”, “G” e “I” tem melhores
estruturas de gestão nessa área visto possuírem unidades espalhadas por vários países. Assim,
as experiências vivenciadas passam a ser incorporadas ao processo. No empreendimento “G”
além desse repasse de informações os sites são avaliados anualmente quanto ao seu
desempenho. Essa política gera a competitividade sobre qual empreendimento terá melhor
desempenho no próximo ano.

No empreendimento “H” o planejamento das atividades de SMS é realizado pelos


próprios clientes, nas atividades que não contem com o envolvimento dos empregados do
próprio empreendimento. As atividades desenvolvidas com o apoio do empreendimento ou
utilizando suas instalações fabris são antecedidas de uma planejamento das atividades, que
busca ajustar não só as necessidades do empreendimento e dos clientes, como também no
atendimento à Política de SMS desse. A norma de certificação e gestão adotada é a ISO 9001.
Como o empreendimento está desenvolvendo ações no sentido da busca em excelência estão
em desenvolvimento estratégias para a implantação das normas ISO 14001 e OHSAS 18001.

O controle do atendimento legal, nos países onde é forte a interferência estatal, é


feita através de softwares desenvolvidos pelos próprios empreendimentos, que analisam
alterações da legislação e outras.

O empreendimento “I” controla o controle o atendimento às normas e ou


regulamentos legais e contratuais através de programas (softwares), que integram as normas
de gestão na qual a organização é certificada (ISO 14001 e OHSAS 18001), com os demais
procedimentos e regulamentos operacionais, dentre os quais se destacam como principais:

• Ações de saúde;
• Andaimes;
• Campanhas motivacionais;
• Controle de resíduos, e outras ações mais;
• Cuidados com o meio ambiente;
• Isolamento e sinalização;
• Plataformas elevatórias de trabalho;
• Segurança contra incêndio;
• Segurança contra radiações;
• Segurança no escritório;
• Segurança para trabalhos com equipamentos elétricos;
• Sistema de codificação com as cores do mês;
• Sistema de permissão para o trabalho, aplicado a trabalhos em espaço confinado, trabalho
a quente e trabalho com argônio e nitrogênio;
• Trabalho em altura.

Junto a esses são incorporados os quesitos de SMS definidos pelo empreendimento


e pelos clientes, integrados em um único sistema de gestão. Isso faz com que o plano
estabelecido seja cumprido por todos. Nessa ocasião são identificadas as tarefas críticas e
criados registros de riscos. Assim, reconhecem-se quais são as atividades críticas e que
impactos trarão para a segurança e saúde dos trabalhadores. Esse planejamento é realizado
antes do início de quaisquer atividades de fabricação e montagem.

A responsabilidade de execução / cumprimento dos requisitos de SMS no projeto


recai sobre toda a estrutura organizacional. O Gerente de SMS também tem a
responsabilidade pela análise e auditoria dos processos. O repasse das informações aos
envolvidos ocorre antes do início das atividades, através de palestras, treinamentos e diálogos
de segurança. Esse repasse reforça o que já foi estabelecido nos procedimentos de produção,
os quais incorporam as ações de SMS.

As melhores práticas e os avanços observados na área estão contemplados de


várias formas. O empreendimento estabelece qual é a melhor prática com base em sua
experiência anterior e atual baseada em projetos semelhantes. Qualquer incidente que ocorra é
relatado e investigado, isso como rotina da empresa. A partir do relatório de investigação o
empreendimento identifica as lições aprendidas, destacam os aspectos relevantes e as soluções
possíveis transmitindo a todos os colaboradores por meio da internet, livretos de instruções de
segurança e outros meios.

Quando escreve à respeito do planejamento e gestão das atividades de SMS,


Araujo (2008) apresenta as seguintes considerações: De uma forma geral, as pessoas possuem
dificuldades de antecipação de problemas, organização, planejamento e implementação. O
acidente começa no pensamento, na tomada de decisão equivocada sobre o caminho
tecnológico ou na forma de realizar as atividades laborais.

Em todos os níveis da organização as pessoas estão tomando decisões.


Concluindo, Araujo (2008) diz que a difícil questão para o grupo gestor é saber qual o nível
de maturidade do sistema de gestão de SMS desejado, por isso o emprego sugere indicadores
realistas para avaliar-se se os recursos disponibilizados estão sendo empregados de forma
adequada para alcançar os resultados desejados.

O sistema de gestão integrado deve ser amplamente divulgado a todos os


empregados, em vários níveis como: palestras de integração; cartilhas e folders; DDSMS –
Diálogos Diários de Segurança, Meio Ambiente e Saúde; cartazes, faixas e banners
disponibilizados nos principais pontos de trabalho; instruções em quadros de aviso, assim
como nos treinamentos específicos.

A respeito do processo de comunicação, tão importante para a divulgação dessas


questões, e sua eficácia, Cooper (1998), citado por Collins et.al. (2002), esclarece que o
processo de comunicação pode ser melhorado pelas organizações através de canais como:
instruções de segurança, fóruns de segurança, caixa de sugestões, palestras e encontros,
quadros de aviso ou placas, boletins, e-mail e etc..

Condições de organização e limpeza em área de estocagem de produtos, com sinalização


eficiente destacando os riscos que encontram-se envolvidos no processo.
Os controles de atendimento às normas e ou regulamentos legais e contratuais se
dão através de várias formas e momentos: auditorias internas e externas nos documentos e nos
processos de trabalho; análise dos indicadores adotados pelo sistema de gestão; avaliação dos
resultados das análises críticas desenvolvidas; análise dos registros elaborados pelos auditores
externos e cliente. Os indicadores empregados pelos empreendimentos “B” e “C” são: Taxa
de Freqüência de Acidentes com Afastamento (TFCA), Taxa de Freqüência de Acidentes sem
Afastamento (TFSA), Taxa de Gravidade (TG), Indicadores Ambientais, como o de Coleta
Seletiva, e indicadores de Saúde, como índice de absenteísmo provocado por LER/DORT.
Afora os indicadores reativos mencionados os empreendimentos estão passando a utilizar
indicadores pró-ativos, como por exemplo, a quantidade de desvios observados nas rondas ou
patrulhas de SMS.

Notou-se uma maior preocupação com as análises preventivas, ou pró-ativas dos


riscos nos locais de trabalho, por meio de patrulhas ou rondas de SMS, realizadas pelas
equipes de SMS. Semanalmente, a alta gerência do empreendimento acompanhada pelos
demais gerentes, visita as áreas, aborda e conversa com os empregados e providencia soluções
para os desvios observados naquela ocasião, Essas ações têm influenciado a obtenção de
resultados positivos dos indicadores, constituindo-se um diferencial no processo de gestão de
SMS.

Existem campanhas de divulgação dos indicadores de Objetivos e Metas, inclusive


com palestras de reforço ministradas pelo gerente SMS do empreendimento. Pode-se dizer
que essas ações terminam por consolidar uma cultura de SMS nos empreendimentos. A esse
respeito, a revisão da literatura menciona:

Dedobbeleer e Beland (1998) em uma revisão de exames do clima de segurança


encontraram a evidência para dois fatores principais, um que eles identificaram como o
compromisso da gerência. As atividades dos gerentes incluem as percepções das atitudes e
comportamentos da força de trabalho quanto aos aspectos de SMS, das atividades de
produção e demais áreas.

Os empreendimentos “B”, “C” e “E” têm programas motivacionais, traduzidos


como uma excelente ferramenta de incentivo ao cumprimento das obrigações trabalhistas, e
também da melhoria de desempenho profissional. Como os critérios de avaliação são claros
para todos e bem simples, através do preenchimento das LVs pelos superiores hierárquicos, os
empregados passam a ter pleno conhecimento do resultado da avaliação e do que deverá ser
feito para o aprimoramento do desempenho para as próximas avaliações. Essa política é
contrária, e, portanto, mais positiva do que observado na análise da literatura, quando se
apresenta: Heinrich (1959, citado por Cooper, 1998) observa que as pressões para o aumento
da produção podem reforçar o comportamento inseguro dos funcionários, já que essas podem
ser a única forma de se assegurar que um trabalho seja feito. Verificou que a inexistência de
acidentes poderia induzir as chefias de que as preocupações da área de SMS talvez não
fossem tão importantes assim.

As pressões são normais e sempre irão ocorrer. Entretanto, dosar-se pressão pelo
término do trabalho com a pressa pela conclusão de uma tarefa são duas questões bem
distintas. O que se observa nos empreendimentos é que há pressão, mas envolve a todos e
pode ser traduzida como uma pressão responsável, e não uma pressa irresponsável que tende a
“passar por cima” das normas e procedimentos.

Observou-se que em todos os locais visitados o planejamento das ações de SMS


era feito conjuntamente com o planejamento das ações de execução dos projetos, o que era de
se esperar. No empreendimento “E” o planejamento segue junto com a fase de projeto. Em
parte isso se deve ao fato daquele empreendimento diversificar bastante suas unidades de
fabricação e montagem, inclusive em vários países, seja devido a custos, qualidade,
oportunidades comerciais ou outras razões. Dessa maneira, seus pedidos, por entrarem na
carteira de outras empresas, precisam de um tempo maior de maturação. Outra questão
observada é a que diz respeito ao processo de certificação e de implantação de sistemas de
gestão. Todas as seis áreas visitadas trabalham com algum tipo de sistema de gestão.

Há empreendimentos onde seus países não são tão exigentes com relação a essa
questão, deixando as empresas mais livres para gerirem seus próprios negócios. Nesses casos
o nível de exigência é menor. Há uma grande preocupação com a questão ambiental, através
de certificação, Políticas formais ou compromissos, preocupação também com a questão da
segurança do trabalhador. Quanto ao mais, a visão de as empresas certificadoras à respeito
dos processos é bem mais crítica e profunda do que o preconizado pelas normas. Como todos
esses empreendimentos precisam do respaldo ou aval de suas certificadoras é natural que o
peso dessa questão seja maior, o que não tira o mérito das empresas que possuem certificação
nas três normas de gestão habituais, como a ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, à
exemplo dos empreendimentos “B”, “C” e “E”.
Quando escreve à respeito do planejamento e gestão das atividades de SMS,
Araujo (2008) apresenta as seguintes considerações: De uma forma geral, as pessoas possuem
dificuldades de antecipação de problemas, organização, planejamento e implementação. O
acidente começa no pensamento, na tomada de decisão equivocada sobre o caminho
tecnológico ou na forma de realizar as atividades laborais. Em todos os níveis da organização
as pessoas estão tomando decisões. Concluindo, Araujo (2008) diz que a difícil questão para o
grupo gestor é saber qual o nível de maturidade do sistema de gestão de SMS desejado, por
isso o emprego sugere indicadores realistas para avaliar-se se os recursos disponibilizados
estão sendo empregados de forma adequada para alcançar os resultados desejados.

ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES E SERVIÇOS:

As orientações e ou capacitações dos trabalhadores sobre os riscos de SMS e


formas de proteção são promovidas a partir de treinamentos prévios (gerais e específicos) e
disponibilização de procedimentos de gestão de SMS. Nesses, são ressaltados aspectos como
realização de trabalhos a quente, serviços em altura, em espaços confinados, serviços com
eletricidade, içamento de carga, dentre outros. Os empreendimentos “E”, “G” e “I” têm suas
próprias “escolinhas” de formação e certificação de mão de obra, possibilitando aos
trabalhadores uma contínua ascensão profissional

A paralisação das atividades por razões de insegurança ou presença de perigos é


um dos aspectos mais considerados na revisão da literatura, principalmente quando essas se
dão através dos próprios empregados, demonstrando não só um elevado grau de percepção de
riscos como também de liberdade para esse tipo de providência, sem que isso possa implicar
em sanções ou punições contra esses.
Encarregado orientando o trabalhador na execução de uma atividades, esclarecendo as
dúvidas de acordo com o projeto e procedimentos

Exceto pelo empreendimento “H”, que está em fase de implantação de sistema de


gestão, em todos os demais há programas onde os empregados são estimulados a relatar
situações de riscos ao trabalho ou ao meio ambiente. Nesses foram adotadas posturas pró-
ativas frente a essas situações, fornecendo cartilhas aos empregados, com questionários para
serem preenchidos relatando existência de desvios. Afora isso, há campanhas motivacionais
para a avaliação das equipes pelos profissionais de SMS. A equipe que mais se destaca recebe
prêmios, sorteados entre seus membros, como no caso dos empreendimentos “B” e “C”. Em
todos os empreendimentos, se o risco for grave e iminente é paralisada a atividade. Caso isso
não ocorra, é feita a comunicação para o encarregado da área para as providências
necessárias. Nesse caso, se persistirem as situações observadas é feita a paralisação das
atividades.

Bruzon et.al. (2005) ao analisarem a questão da segurança dos trabalhadores


concluem dizendo que a segurança dos trabalhadores constitui num elevado grau de
importância na questão da produtividade. Alegam que um profissional que se sinta “seguro”
sente-se mais motivado, o que gera seu melhor desempenho. Assim, todas as vezes que o
empregado tem um nível de conscientização mais elevado ele próprio participa não só de sua
própria segurança como também da de seus companheiros, sem precisar somente do apoio dos
profissionais de SMS para isso. Assim, o grau de segurança da obra, como um todo, passa a
ser mais elevado e essa passa a ter uma tendência de menor ocorrência de acidentes.
As inspeções ou avaliações das máquinas, painéis e ferramentas empregadas, são
realizadas aplicando-se o plano preventivo de manutenção de equipamentos e instalações em
geral. A periodicidade das inspeções depende do grau de complexidade do equipamento,
painel ou ferramenta em questão e do grau de disponibilidade do mesmo. As máquinas de
solda e equipamentos de movimentação de cargas recebem etiquetas ou selos adesivos.
Alguns empreendimentos, como o “G”, são adotadas, além das orientações por treinamento,
cartazes como do tipo a seguir:

Não é uma prática comum a inspeção de segurança dos equipamentos com a


identificação dos mesmos através do selo com a cor do mês, bimestre ou trimestre, a menos
dos acessórios de içamento e movimentação de cargas são inspecionados pelas equipes de
operação com a presença de representantes de SMS. Afora a verificação dos acessórios a
equipe de SMS realiza inspeções visuais diárias e aplica check-lists. Nos empreendimentos
“B” e “C” as inspeções são realizadas, principalmente, pelos profissionais de SMS e pelos
almoxarifes. Nos demais empreendimentos as inspeções são feitas pelos encarregados das
frentes de serviços e pelos próprios trabalhadores, cabendo aos almoxarifes a tarefa das
inspeções para reparos.
Há uma nítida preocupação com as condições de uso e as orientações, como pode
ser observado nas fotografias à seguir:

Indicação dos procedimentos para a movimentação das cargas e da cor do mês,


correspondente à inspeção do dispositivo de içamento.

Percebeu-se que em todos os empreendimentos há uma preocupação com as


questões de ordem, arrumação e limpeza das áreas, da mesma forma que quanto à sinalização
de segurança.

Aspectos de organização e limpeza no entorno das obras


Nos empreendimentos “B” e “C” as condicionantes para a manutenção das frentes
de serviços limpas, organizadas, desimpedidas e sinalizadas são estabelecidas à partir da
avaliação de aspectos e impactos/perigos e riscos, base de elaboração dos procedimentos
vigentes. Nessas condicionantes os critérios, campanhas e ações de estímulo para o
housekeeping das áreas são: rondas periódicas, reuniões diárias (DDSMS) das equipes da
força produtiva, para a devida adesão ao preconizado como boas praticas de arrumação e
limpeza, inspeções, patrulhas de SMS e auditorias. Observaram-se várias ações de incentivo
aos trabalhadores para a manutenção de suas áreas de trabalho sempre limpas e organizadas,
como os programas:

Segurança Total – estimula que os trabalhadores mantenham suas áreas de trabalho limpas e
desimpedidas. Nesse programa o estímulo é para o trabalhador, o qual recebe um bloco de
anotações com folhas para serem preenchidas.

PLR – programa de participação nos lucros e resultados que gera estímulos, através do
aumento dos ganhos do trabalhador, para que esse adote posturas seguras e possa com isso,
incentivar seus colegas a adotarem posturas semelhantes;

Show de Prêmios – programa que adota a análise do desempenho das equipes para a
premiação de todos. Neste programa as equipes agem como times, onde um componente
fiscaliza o outro, tudo objetivando cometer a menor quantidade possível de desvios e assim
participar da premiação de brindes. A verificação de campo é feita na penúltima semana de
cada mês. Como critério de penalização, tem-se as seguintes hipóteses: funcionário que falta
sem justificativa aceitável e funcionário cuja equipe não atinja o índice mínimo de 85% nas
LVs, por duas vezes nos últimos 12 meses, ou venha a se desligar da empresa por motivos
desabonadores.

As atividades mais críticas ou de maior risco são monitoradas pela equipe de SMS
através da utilização de um maior contingente de ferramentas de gestão, caso a caso. Por
exemplo, para um içamento de maiores proporções com cargas acima de 50 ton., ou que
tenham grandes dimensões ou complexas geometrias, são elaborados planos de rigger, ou
planos elaborados pelas Sociedades Classificadoras; para ensaios de gamagrafia são
estabelecidos procedimentos e checagem “in loco” mais rigorosas. Para atividades realizadas
em espaços confinados há, além do acompanhamento dos profissionais de SMS, o
cumprimento dos procedimentos específicos.
Orientação dada para a movimentação da carga, com a indicação do peso e dimensões da
peça, a indicação da mesma, para a montagem e a carga do guindaste necessária.

Exceto pelos empreendimentos “B” e “C” todos os demais inserem os


procedimentos relativos às questões de SMS junto com os procedimentos de execução das
tarefas, ou seja, nos procedimentos executivos os trabalhadores já sabem quais são os
cuidados que devem ter para com as questões de SMS. Isso é interessante pois foram
observadas várias atividades onde a responsabilidade pelas ações de SMS era dos próprios
encarregados e dos trabalhadores. No empreendimento “E” foi observado um trabalhador
executando uma solda em um trecho de tubulação onde não havia a presença de nenhum
profissional de SMS e, mesmo assim, o trabalhador estava atendendo a todos os requisitos
exigidos para área para a execução da atividades.
Uma das muitas salas de treinamento existentes no empreendimento, para o repasse de
informações e capacitação de pessoal

O monitoramento das atividades das equipes de SMS se dá através da participação


da gerência de SMS em reuniões gerenciais onde são repassadas as informações relevantes.
De posse dessas, a gerência organiza as atividades e planos de ação necessários. Independente
disso são realizadas reuniões constantes com as equipes de produção para a avaliação dos
riscos das tarefas.

Exceto pelos empreendimentos “B” e “C” em todos os demais a maior parcela de


responsabilidade pelo sucesso das tarefas, quanto às questões de SMS recai sobre os
encarregados e os próprios trabalhadores. Essa mudança de visão da questão, da
responsabilidade recair principalmente sobre os membros das equipes de SMS, como nos
empreendimentos “B” e “C”, deve-se ao longo esforço no aprimoramento da cultura dos
trabalhadores para com essas questões. Além deste fato, outro que é bem mais importante é o
que diz respeito à rotatividade de pessoal. Nesses estaleiros as equipes trabalham juntas por
longo período de tempo, fruto não só das estratégias empresariais de retenção da mão de obra
especializada como também pela continuidade dos negócios.

Por décadas os estaleiros internacionais têm tido uma carteira de contratos


constante, enquanto que no Brasil, só recentemente os estaleiros passaram a ter um volume
maior de contratos e, mesmo assim, intermitentemente. Essa permanência de contratos
permite não só a uma solidificação da cultura de SMS como também a de procedimentos que
propiciam aos trabalhadores compreenderem melhor os resultados de seus atos.

Para o armazenamento, transporte e manuseio de produtos perigosos, seguem-se o


preconizado nos requisitos da norma ISO 14001/2004, exceto pelo empreendimento “H” o
qual está em fase de implantação de seu sistema de gestão. Mesmo assim, a Política de SMS
estruturada para esse empreendimento reflete uma preocupação para com as questões
ambientais, como pode ser observado no seguinte quesito: (...) todas as atividades devem ser
conduzidas de forma a salvaguardar a saúde, segurança e bem estar de todas as pessoas e
preservar o meio ambiente natural, tanto como quanto possível (...). No item específico é dito
- Proteger e preservar o meio ambiente.

Como ponto básico, ressalva-se: áreas específicas de armazenamento de produtos


(tintas, central de gases); monitoramento de conservação das baias de armazenamento;
identificação dos produtos com suas FISPQs (Ficha de Informação de Segurança de Produto
Químico), ou o seu equivalente nos demais empreendimentos que não “B” e “C”, e o controle
de saída de material a partir de emissão de Manifestos de Resíduos para Transporte, esses
manifestos são exigidos pela legislação brasileira.

Para a contenção dos vazamentos são distribuídos estrategicamente kits de


mitigação adequadamente sinalizados e dispositivos para a contenção de óleo no mar –
barreiras de contenção. No empreendimento “B”, por exemplo, qualquer embarcação, após
atracar no cais, deve ter posicionada ao seu redor barreiras de contenção.

As ações corretivas de SMS e o desempenho são verificados e avaliados a partir


dos respectivos indicadores de desempenho e informações associadas. Os resultados são
divulgados por meio eletrônico, DDSMS, quadros de aviso e outros.

Para a realização de atividades fora do escopo inicial são promovidas reuniões de


nivelamento de SMS. As reuniões também ocorrem quando vão ser iniciadas as atividades
críticas, como por exemplo, pintura de estruturas com spray no campo. Em algumas
circunstâncias discute-se até o horário em que serão realizadas as atividades, a fim de
preservar a saúde e segurança dos trabalhadores.

Em todos os empreendimentos visitados as ações de SMS são estabelecidas dentro


do planejamento das atividades de condução das obras e fiscalização de SMS. Não há
improvisos. Quando o trabalho não está planejado são promovidas reuniões específicas não só
para o estudo das questões principais como também para a orientação dos trabalhadores.

Os trabalhadores são orientados a paralisar qualquer atividade que possa por em


risco a vida humana, o meio ambiente ou patrimônio próprio ou de terceiros. Todos recebem
orientações para o preenchimento de formulários de relato de desvios ocorridos nas áreas.
Esses relatos, sob a forma de formulários acondicionados em cadernos de bolso são entregues
ao profissional de SMS do local após serem preenchidos. Esse profissional avalia a questão e
providencia as correções necessárias, caso essa iniciativa não tenha sido tomada
anteriormente pelo próprio trabalhador. Os desvios e as providências tomadas são apropriados
em sistemas próprios de gestão, para o acompanhamento futuro e ou divulgação a outros sites.

Os trabalhadores são continuamente orientados e estimulados a relatar situações


de riscos ou a paralisar atividades onde exista um Risco Grave e Iminente. Para tal, há revistas
do empreendimento, DDSMS repassados pelos encarregados nas frentes de serviços e
orientações repassadas através de televisores, por meio de filmes de curta duração durante o
horário de almoço no refeitório, procedimentos básicos distribuídos sob a forma de cartilhas e
livretos de bolso, livreto fornecido durante o briefing e formulários de comunicação de
desvios.

As mudanças, temporárias ou permanentes, são identificadas e avaliadas, visando a


eliminação e/ou minimização de riscos decorrentes de sua implantação, a partir de revisão de
procedimento e reforço em treinamento às equipes produtivas. São realizadas inspeções in
loco para a detecção das mudanças executadas e das necessárias.

No tocante à orientação e capacitação dos trabalhadores quanto aos riscos de SMS


esses passam por um processo de Integração, cuja carga horária varia de empreendimento
para empreendimento. Afora esse momento, nos DDSMS são apresentadas questões gerais,
para conhecimento e divulgação dos riscos e medidas de prevenção para as atividades mais
críticas. Os empreendimentos “G” e “I” têm seus próprios critérios de certificação e
capacitação de pessoal, aprovados pelas Sociedades Classificadoras e pelos Clientes, com
locais apropriados para o repasse do conhecimento. Foram observadas durante a visita
instalações para treinamentos de solda, pintura e montagem elétrica. Também nesses
empreendimentos há o largo emprego da tecnologia 3D para o treinamento de pessoal,
inclusive quanto à montagem e o transporte de peças de maiores dimensões.

Para a liberação dos serviços há Permissões de Trabalho ou Ordens de Serviços,


emitidas pelos profissionais de SMS ou pelos encarregados, dependendo do empreendimento.
Somente no empreendimento “C” as emissões ainda são realizadas pela equipe de SMS. Nos
demais, os próprios encarregados são os responsáveis pela liberação e orientação aos
trabalhadores, com ótimos resultados. Ocorrendo alguma irregularidade observada pelas
rondas ou inspeções de SMS o documento fica retido pela equipe e o serviço suspenso. Como
os encarregados e supervisores são os principais interessados na continuidade das atividades,
criam um ambiente propício para que não ocorram problemas e nem descumprimentos dos
procedimentos. Independentemente dessas ações a cultura da organização e dos empregados
para com as questões de SMS é um dos fatores mais importantes para o sucesso.

Para Pidgeon (1998) a existência de muitas culturas de SMS em uma só


organização sugere a ausência de uma só cultura coerente de SMS. Por conseguinte, é
questionável a adoção da mudança de cultura nas organizações sem se levar em conta as sub-
culturas em vigor, como elas interagem entre elas e como elas podem interagir com a nova
cultura a ser implantada. Por essa razão, é importante que a cultura de SMS do
empreendimento seja sólida, respeitada e permeie todas as camadas hierárquicas da
organização. Exceto pelo empreendimento “H”, onde isso não pôde ser observado, por razões
mais de tempo, em todos os demais a gerência maior do empreendimento demonstra esse
comprometimento através de visitas periódicas nas frentes de serviços e da interação com os
trabalhadores, nessas ocasiões.

GESTÃO DAS ATIVIDADES DE SMS:

Os critérios preponderantes de meio ambiente que estruturam as ações no


empreendimento quanto a produtividade são: coleta seletiva, descarte de resíduos, avaliação
de riscos ambientais, avaliação dos simulados. Nessa questão os empreendimentos
encontram-se bem estruturados, com coletores devidamente identificados e posicionados nos
principais locais, afora os treinamentos e reciclagens que ocorrem continuamente, e a ampla
divulgação de orientações e campanhas nos principais quadros de aviso.

Nos empreendimentos “C” e “G” estão sendo empregados os conceitos de


construção verde (green building) em novos projetos no canteiro de obras.

Cooper (1998) sugere que a baixa qualidade dos processos de organização e


limpeza pode ser uma conseqüência das pressões extremas de produção associadas a limitadas
condições de armazenamento e operação. Esses fatores podem fazer com que os empregados
passem a acreditar que as atividades de organização e limpeza não sejam tão importantes
assim.

Exceto pelo empreendimento “H”,onde os espaços são locados a vários clientes


para serviços variados, desde pequenos reparos, pintura, serviços de troca de equipamentos
até montagens mais complexas, todos os demais têm uma estrutura organizacional rígida, que
supervisiona todos os espaços dos empreendimentos. Desta forma, como há sempre vários
contratos ativos, em paralelo, as instalações, espaços e áreas de circulação são mantidas de
modo organizado e controlado. Para isso, é importante as questões de ordem, arrumação e
limpeza. Nos empreendimentos “E”, “G” e “I”, os materiais são depositados em áreas
específicas identificados por código de barras e localizados por sistema GPS. Assim,
depositam-se os materiais nas proximidades dos locais onde serão empregados e localizam-
nos rapidamente, evitando custos desnecessários de transporte a acelerando o processo de
emprego dos mesmos no projeto.

De acordo com Hilder (1991) as empresas podem ser mais motivadas em manter
os locais de trabalhos limpos e organizados se compreenderem que esse processo age
positivamente sobre o processo de produção, através da manutenção das áreas de trabalho
limpas e organizadas.

Existem campanhas voltadas à prevenção de riscos de Segurança, Meio Ambiente


e Saúde, com periodicidades de acordo com os cronogramas dos projetos e ações sugeridas
pelo contratante dos serviços. Dentre as ações destacam-se: álcool e drogas, AIDS, Meio
Ambiente, programas de controle de desperdícios, 5S, entre outras. Tais eventos servem para
informar aos trabalhadores uma parte da cultura da empresa a respeito dessas questões e ao
mesmo tempo como momentos de reflexão.

As lições apreendidas e o aprimoramento das técnicas e procedimentos adotados


ao longo da obra são perenizados no processo de gestão, através da contínua troca de
informações com os funcionários envolvidos em projetos anteriores, e reuniões com gestores
de SMS de outras bases e sites. Os empreendimentos “E”, “G” e “I”, por terem atuação
internacional, participam de programas de intercâmbio de avaliações e de divulgação de
resultados.

No processo de aquisição de bens e serviços são considerados sempre os


resultados anteriores, como também o desempenho em outras obras, afora a qualificação de
fornecedores em função da prática dos procedimentos vigentes, e a emissão de especificações
quando o assunto for especifico de SMS. A participação da equipe de SMS em todo esse
processo se dá não só por meio das reuniões havidas com os representantes das várias áreas da
empresa, como no estudo e pesquisa e contato com profissionais de SMS de outras empresas.

As ações de fiscalização de SMS nos fornecedores e parceiros onsite e offsite se


iniciam com o input sendo dado pelo setor responsável pela contratação dos serviços. A partir
daí define-se se o acompanhamento será contínuo ou não, ou se será designado profissional da
empresa para permanecer no site do fornecedor. A documentação legal das empresas é
avaliada pela equipe de SMS, para a análise da aderência à filosofia da mesma.

As questões relacionadas a drogas e álcool são identificadas e tratadas de várias


formas e em vários momentos. Inicialmente há avaliação médica do trabalhador na admissão,
dando-se seqüência na integração e nos programas de treinamento, com esclarecimentos,
orientações específicas e conversas. No empreendimento “E”, a identificação e tratamento
das questões relacionadas a drogas e álcool na organização se dão principalmente através de
ações da área de saúde. Há um serviço de saúde composto por médico e enfermeira, com
programas para ajudar os trabalhadores a parar de fumar ou apoiá-los com as questões
envolvendo drogas e álcool, em colaboração com as autoridades. O empreendimento conta
com um programa de tolerância zero nos sites para o álcool e as drogas. A filosofia não é
demitir o trabalhador, mas sim fazer com que o trabalhador consiga superar o problema e
recuperar-se. No empreendimento “G”, as questões relacionadas a drogas e álcool na
organização são identificadas e tratadas através da política de Tolerância Zero. Os
trabalhadores são orientados, esclarecidos e advertidos sobre as questões e as implicações que
isso pode causar em sua empregabilidade. Em função de todos esses alertas, e pela disciplina
imposta nos sites da empresa, não são tolerados esses tipos de desvios, pelas implicações que
causam, sociais e de responsabilidades.

De acordo com Moraes et al. (2005), mesmo apresentando elevado potencial


intelectual, uma pessoa pode correr sérios riscos de problemas com drogas, alcoolismo,
criminalidade, isolamento, depressão etc., por deficiência de controle emocional sobre sua
vida. Decisões mal feitas podem ser resultado da perda de acesso ao aprendizado emocional,
pois ele pode enviar sinais que facilitam a decisão, eliminando algumas opções e destacando
outras. A faculdade emocional pode trabalhar junto com a mente racional ou de forma
contrária, incapacitando-a. Cooper (1997) avança afirmando que assim como a razão pode ser
esmagada por fortes emoções, o raciocínio pode ser catastrófico na ausência de sentimentos.
As possíveis situações de emergências são identificadas e tratadas conforme o
contido no Plano de Atendimento a Situações de Emergências que contemplam as tratativas
em situações ambientais. Nas emergências ambientais há empresa que presta esse tipo de
serviço para o empreendimento. São propostas situações emergenciais distintas e realizados
simulados.

A equipe de SMS adota os treinamentos, palestras, DDSMS, emissão e divulgação


das PTs, como forma de orientação e alerta aos trabalhadores para os riscos decorrentes da
execução das atividades e os meios de proteção mais eficazes.

Dickety et al. (2002) verificaram que os trabalhadores regulares podem estar se


envolvendo em acidentes e desvios mais graves por se sentirem mais confiantes, encarando os
desvios existentes em suas atividades como normais. Nesses casos, os cursos de reciclagem e
os retreinamentos podem modificar esses comportamentos de riscos.

Os procedimentos que o empreendimento adota para a avaliação das condições


físicas e orgânicas dos trabalhadores que executam atividades com maior nível de risco
abrangem uma bateria de exames determinados no PCMSO. São realizadas avaliações
periódicas e, eventuais, quando o trabalhador procura o posto de atendimento médico.

Para a identificação dos trabalhadores associando-os às tarefas são empregadas


sinalizações específicas, como por exemplo selo afixado ao capacete, para os capacitados na
NR-10, como nos empreendimentos “B” e “C”.

Há monitoramento de grupos de hipertensos e de diabéticos, assim como para os


que executam atividades que representem maiores riscos de segurança.

As práticas adotadas na redução e mitigação dos riscos de acidentes envolvem a


aplicação das boas práticas e das lições apreendidas, motivadoras para a mudança do
processo. Para o repasse dessas experiências são feitas reuniões formais e informais, inclusive
com as equipes de SMS de outras unidades da empresa. As Rondas Gerenciais semanais e as
inspeções contínuas pela equipe de SMS, afora a PLR, Programa de Segurança Total e
campanhas são indutores da manutenção de um ambiente mais seguro. Depois da implantação
dessa prática percebeu-se um maior número de denúncias de ocorrências de desvios e a queda
do número de acidentes, procedimentos esses adotados nos empreendimentos “B” e “C”. No
empreendimento “E”, o principal estímulo dado aos empregados do estaleiro é o de que para
todos esses as questões de SMS são consideradas como “valor”. Todos se envolvem nas ações
preventivas de SMS, pois a gestão do processo é em linha e não depende apenas da atuação
do profissional de SMS alocado para a área. Isso pode ser observado com a incorporação das
recomendações de SMS aos procedimentos executivos, do programa SMS no Topo, e outras
ações, como a contínua divulgação de mensagens curtas nos televisores localizados nos
refeitórios e locais de descanso.

As ferramentas de análise de riscos empregadas para a avaliação das condições e o


desenvolvimento de planos de ação de trabalho dependem das tarefas a serem executadas. A
equipe de SMS realiza avaliações de riscos e estratégias no início dos contratos. Após essas
avaliações são tomadas medidas necessárias de mobilização e treinamento de pessoal de SMS.
São utilizadas reuniões específicas para a identificação dos riscos dos processos, servindo
também para a divulgação das ações necessárias de planejamento e controle das atividades.

Segundo Hambleton (2007), o mais importante do que se saber “quem” deu causa
ou “como” se processou o evento é se compreender o “por quê?” ocorrem os acidentes. A
autora chama a atenção para a importância das ferramentas Análise da Causa Básica e Análise
do Modo de Falha e Efeito que podem fornecer subsídios valorosos para compreensão dos
eventos dos acidentes. No entanto, ela acrescenta que uma necessidade básica para se obter o
máximo dessas ferramentas e, se entender efetivamente o seu uso, é conhecer os fatores
humanos e a abordagem sistêmica dos processos das falhas. São realizadas ações para evitar a
ocorrência de impactos na produção decorrentes de paralisações de atividades devido a
acidentes ou riscos graves e iminentes.

Os aspectos de sazonalidade causam algum impacto porque afetam a qualificação


da mão-de-obra, já que os trabalhadores buscam alternativas de trabalho, enquanto o
empreendimento está sem obras, problema esse que afeta hoje a grande maioria das empresas,
principalmente aquelas que se dedicam a produção técnica e com mão-de-obra bastante
especializada.

Na revisão da literatura, Collinson (1999) (apud Collins et.al. 2002) observou que
a principal influência numa organização é exercida pelo gestor de mais alto posto no site.
Altos executivos que normalmente baseiam-se em sites distintos podem até desenvolver e
aplicar as políticas de SMS da Organização, mas suas influências na condução da
implementação dessas políticas são menores. A presença dos mesmos é fator preponderante
de sucesso para a implementação das políticas.
QUALIFICAÇÃO DE PESSOAL:

A estrutura das equipes de SMS é sempre vista com uma estrutura formal,
subordinada a um gestor do processo ou da Organização, que tem como principal objetivo o
acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos empregados da própria empresa ou por
terceiros, sejam esses de empresas contratadas, subcontratadas ou prestadores de serviços. Em
geral essas equipes são vistas como compostas por funcionários com “perfil de campo”, isto é,
de profissionais que permanecem no campo acompanhando a execução das atividades. Esse
conceito, como disseminado ao longo do tempo, é distinto em função dos empreendimentos
visitados, como se poderá observar a seguir, ao longo do texto apresentado.

O dimensionamento da equipe de SMS é feito baseando-se nas exigências legais


do País e na diretriz contratual. A equipe mínima é definida em função dessas exigências. Nos
empreendimentos “B” e “C” a regra é a das exigências contidas nos anexos contratuais, bem
mais exigentes do que as exigências legais. No empreendimento “G” há um supervisor para
cada grupo de 20 empregados. Nos empreendimentos “E” e “I” não há número específico.

No empreendimento “C” na estruturação das equipes incluíram-se as funções de


Assistente Social e Nutricionista. Nesse mesmo empreendimento os médicos possuem
especializações adicionais além de medicina do trabalho, atuando em ações preventivas.

Os requisitos mínimos de capacitação, recrutamento e avaliação da competência de


pessoal em função das atividades desempenhadas são traçados a partir da descrição dos
requisitos para a função, atendimento aos requisitos contratuais, e outros. A avaliação pessoal
e feita através de entrevistas. Os treinamentos necessários são definidos em reuniões com os
supervisores e gerentes.

No empreendimento “E” a noção de uma estrutura de fiscalização dita tradicional


perde um pouco do seu sentido, na medida em que as equipes de SMS são organizadas para o
acompanhamento das atividades de acordo com as características dos projetos. Os
engenheiros de SMS, com graduação em engenharia de segurança, atuam nas questões
relacionadas a SMS no estaleiro, e não nas questões relativas a engenharia ou técnicas de
produção, ou seja, responsabilizam-se pelas análises e acompanhamento das ações de SMS. A
estrutura de SMS conta com um gerente para o estaleiro, gerentes para os diferentes projetos,
e um ou dois engenheiros por projeto. Há equipe de SMS dedicada ao site e equipes por
projeto. Organização básica da estrutura é a de um engenheiro de SMS, duas enfermeiras, um
médico e um tradutor, devido às diferentes nacionalidades dos trabalhadores nos canteiros de
obras. Há trabalhadores normais que também atuam como inspetores de SMS, tendo recebido
treinamento específico.

No empreendimento “G” a responsabilidade de execução / cumprimento dos


requisitos de SMS no projeto recai sobre toda a estrutura organizacional. Normalmente, no
empreendimento, há pessoas dedicadas às atividades de SMS, com papéis e responsabilidades
específicas. Em particular, o Gerente de SMS é responsável pela identificação e
documentação dos requisitos de SMS no projeto, e execução das análises de SMS e estudos
como o QRA, a fim de assegurar que as premissas básicas de SMS sejam adequadamente
atendidas em todas as atividades. O Gerente de SMS também tem a responsabilidade pela
análise e auditoria dos processos. Como o empreendimento emprega contratações e
subcontratações para várias etapas de seu processo de fabricação e montagem, essas empresas
devem estruturar suas próprias estruturas de SMS, subordinando-se às práticas e regulamentos
determinados pelo empreendimento.

No empreendimento “H” a sua estruturação de SMS fica restrita às atividades que


são desenvolvidas na empresa para terceiros, como por exemplo, a fabricação de vasos de
pressão, turrets, estruturas e equipamentos diversos. Pelo fato da área do empreendimento ser
utilizada, basicamente, para atividades diversas desenvolvidas por terceiros, esses devem
estruturar suas próprias equipes. Há que se considerar que o empreendimento pertence ao
governo Malaio, o qual não tem nenhuma exigência específica no que diz respeito à
estruturação dessas equipes. O empreendimento utiliza sua Política de SMS como
estruturadora para os sistemas de SMS das empresas clientes.

O empreendimento “I” possui uma estrutura de SMS subordinada ao gerente do


projeto, a qual volta-se para a gestão e fiscalização das atividades desenvolvidas no
empreendimento, caracterizado por um grande número de berços de atracação nos vários cais
e de um grande número de embarcações que podem ser dispostas nas três docas existentes.

As atribuições e responsabilidades da equipe de SMS, para cada uma das funções


desempenhadas, são estabelecidas desde o processo de contratação de pessoal, específicas
para as funções que irão desempenhar. Os empreendimentos “E”, “G”, “H” e “I” possuem
seus critérios próprios de qualificação e certificação de pessoal, avalizados pelos clientes e
pelas Sociedades Classificadoras.
“Escolinha” de qualificação de soldadores

Painel da “escolinha” de capacitação de eletricistas e instrumentadores

As gerências dos empreendimentos ressaltam como valor para os membros de suas


equipes, a comunicação dos acidentes e desvios observados nas obras, estimulando as equipes
a apontarem situações de riscos a seus encarregados. De acordo com o empreendimento “E”,
os trabalhadores são orientados a paralisar qualquer atividade que possa por em risco a vida
humana, o meio ambiente ou patrimônio próprio ou de terceiros. Todos recebem orientações
para o preenchimento de formulários de relato de desvios ocorridos nas áreas. Esses relatos,
sob a forma de formulários acondicionados em cadernos de bolso são entregues ao
profissional de SMS do local após serem preenchidos. Esse profissional avalia a questão e
providencia as correções necessárias, caso essa iniciativa não tenha sido tomada
anteriormente pelo próprio trabalhador. Os desvios e as providências tomadas são apropriados
em sistemas próprios de gestão, para o acompanhamento futuro e ou divulgação a outros sites.

Em entrevistas realizadas com trabalhadores da área offshore Collinson (1999)


concluiu que os trabalhadores criticaram as tentativas das empresas de vincular a segurança
com as avaliações de desempenho, o que, em última análise, afetava os pagamentos. Foram
relatadas situações de trabalhadores penalizados pelos gerentes e supervisores por haverem
sofrido acidentes. Essa vinculação da segurança com a avaliação de desempenho transformou-
se na “cultura de culpa” fazendo com que os trabalhadores ficassem relutantes em relatar os
acidentes, lesões ou falhas cometidas por terceiros.

Collinson (1999) sugere que a percepção dos funcionários e a cultura de culpa teve
um impacto maior sobre seu comportamento do que a cultura de segurança promovida pela
própria organização.

Para o empreendimento “I” a cultura é representada por um conjunto de ações.


Todos os funcionários próprios e contratados que atuam no site devem ter conhecimento,
compreender e praticar as determinações do sistema de gerenciamento de SMS, contendo
códigos de boas práticas, normas e regulamentos. Após a integração os funcionários e
visitantes recebem um livreto de bolso do HSE Handbook, o qual contém a Política de HSE, e
os seguintes temas:

• Yard Layout;
• Emergency Response;
• General Safety Guideline (PPR, Yard Traffic, Housekeeping, Smoking, Alcohol &
Drug);
• Safety at Work (Working at Height, Signages & Barricades, Fire Safety, Yard Color
Coding System, Permit yo Work System, Scaffolding, Radiation Safety, Electric
Equipment Safety, Office Safety);
• Introduction of HSE Activity (Health, Safety, Environment);
• Comunication (SHI/Owners HSE Alliance, HSE Window);
• Reminder.

DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA:
Havendo existência de conflitos entre normas utilizadas emprega-se a Diretriz
Contratual de SMS como referência, por ser mais restritiva, ou consultas técnicas. Em função
dos conflitos existentes são agendadas reuniões específicas com o contratante para discussão.

Para a maioria dos empreendimentos no exterior, não se observa a existência de


“conflitos” entre normas utilizadas no empreendimento, pois não há procedimentos especiais
aplicados aos contratos do tipo desenvolvido pelo empreendimento. Quase sempre essas
questões são solucionadas nas reuniões iniciais e na fase do planejamento das atividades. A
equipe de SMS possui profissionais acompanhando a aplicação das soluções negociadas, das
normas e regulamentos utilizados, reportando o que foi observado através de relatórios
mensais como parte das reuniões das gerentes. Esses empreendimentos adotam as normas
internacionais. Alguns seguem além das normas internacionais e daquelas determinadas pelas
Sociedades Classificadoras, as normas de gestão ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001.

Os documentos específicos para a gestão das atividades de SMS são elaborados e


encaminhados à contratante para aprovação. Para tal, empregam-se as informações contidas
nos instrumentos contratuais. Após aprovados pelo contratante, os documentos são inseridos
em sistemas específicos de gerenciamento de documentos da contratante.

Para o empreendimento “I” o controle de atendimento às normas e ou


regulamentos legais e contratuais de dá através de softwares que integram as normas de
gestão nas quais a organização é certificada (ISO 14001 e OHSAS 18001), com os demais
procedimentos e regulamentos operacionais, dentre os quais se destacam como principais:

• Ações de saúde;
• Andaimes;
• Campanhas motivacionais;
• Controle de resíduos, e outras ações mais;
• Cuidados com o meio ambiente;
• Isolamento e sinalização;
• Plataformas elevatórias de trabalho;
• Segurança contra incêndio;
• Segurança contra radiações;
• Segurança no escritório;
• Segurança para trabalhos com equipamentos elétricos;
• Sistema de codificação com as cores do mês;
• Sistema de permissão para o trabalho, aplicado a trabalhos em espaço confinado, trabalho
a quente e trabalho com argônio e nitrogênio;
• Trabalho em altura.

Junto a esses são incorporados os quesitos de SMS definidos pela Organização e


pelos clientes, integrados em um único sistema de gestão. Isso faz com que o plano
estabelecido seja cumprido por todos.

Os elementos relevantes na composição dos indicadores de gestão de SMS


encontram-se divididos em:

Indicadores Reativos:

• Medição da taxa de freqüência de acidentes (ocorrências por 1.000.000 horas/homem


(M1);
• Indicadores da OSHA (Occupational Safety and Health Administration) para cada
200.000 h/homem);
• Taxa de gravidade de acidentes;
• Dias perdidos e dias debitados.
• Tempo perdido com as lesões provocadas pelas atividades laborais;
• Casos de tratamento médico e ferimentos que tenham necessitado de primeiros socorros;
• Incidentes com alto potencial de risco;
• Derramamentos de petróleo afetando o meio ambiente.

Indicadores Pró-ativos:

• Número de vezes que os gerentes seniores e gerentes de projeto efetuam inspeções de


segurança - "Safety Walk Through" nas frentes de serviços;
• Número de riscos relatados pelos supervisores, trabalhadores, contratantes, etc.;
• Observação da quantidade de atos e condições inseguras, com o armazenamento das
informações em bancos de dados, atualizados a cada mês assim como a quantidade de
descumprimentos à IPE, e.g. incapacidade de hook-up quando trabalhando em altura.
• Sistema de comunicação de condições que poderiam ter evitado incidentes indesejados;
• Incentivos à comunicação e relato dos desvios observados no canteiro de obras;
• Emprego de indicadores através do balanced scorecard;
• Realização de diálogos de SMS todas as manhãs pelos encarregados das equipes, antes do
início das atividades;
• Realização de palestras mensais com maior duração, e
• KPIs estabelecidos para a gestão de SMS, no qual pode ser avaliada a “qualidade” das
inspeções realizadas pelas equipes, pontuadas de 1 (ruim) a 5 (perfeito).

As empresas subcontratadas são avaliadas através de check-lists específicos,


verificando, dentre outras coisas: como lidam com as questões de SMS. Quanto a isso, antes
de qualquer subcontratação e avaliado o perfil e as qualificações das empresas, principalmente
nas questões relacionadas a SMS, realizando auditorias periódicas antes de oferecer um
contrato definitivo. Após a contratação são estabelecidas auditorias regulares. O de comum é
o fato de que a maioria dos procedimentos, quando pertinentes, contém lista dos requisitos
legais a serem atendidos ao longo do contrato. São adotadas instruções técnicas para situações
nas quais as normas existentes não sejam suficientes. As boas práticas relatadas são
incorporadas aos procedimentos e normas.

De acordo com Araújo (2008), a experiência tem mostrado que a ineficácia do


sistema de gestão de SMS muitas vezes está relacionada às dificuldades dos gestores em se
antecipar aos problemas, planejar, organizar e implementar ações consistentes normalmente
estruturadas num programa de SMS. Os processos são dependentes do ser humano, por isso a
necessidade de criar um ambiente organizacional suscetível a mudanças de hábitos e atitudes
comportamentais.

Os trabalhadores tomam conhecimento das normas, procedimentos, rotinas e boas


práticas de SMS através de treinamentos em procedimentos, participação em DDSMS gerais
ou específicos, notícias contidas nos jornais internos, divulgação de Alertas de Segurança e
outros meios de comunicação. Também tomam conhecimento dos riscos através da
divulgação das Permissões de Trabalho, emitidas pelo empreendimento, quando então serão
alertados, mais uma vez, dos riscos das tarefas e das condições de proteção que deverão ser
adotadas.

DIRETRIZES CONTRATUAIS:

Para o atendimento às exigências contratuais estabelecidas são promovidas


alterações necessárias nos documentos. Ao longo do contrato, havendo impossibilidade de
atendimento por razão específica são realizadas reuniões com a contratante para dirimir-se as
dúvidas.

Para o empreendimento “E”, existem procedimentos específicos para todas as


operações, mas não necessariamente exclusivas para SMS, pois esse tipo de questão
normalmente já faz parte dos trabalhos normais. P. Ex. nos procedimentos de soldagem as
questões relativas a SMS já estão contempladas. Dessa forma o trabalhador sabe exatamente
como proceder para executar sua atividade de soldagem, seja quanto aos procedimentos
operacionais, questões relacionadas ao atendimento às exigências de qualidade e aspectos de
SMS. Essa integração de critérios e disciplinas em um mesmo procedimento facilita a
execução da atividade e a fiscalização de SMS, que passa a ser apenas consultoria e ou
orientadora no processo.

Há situações menos e mais restritivas. Para tal, há procedimentos que vigoram


para todo o empreendimento e outros somente para determinadas atividades ou situações, isso
porque há empreendimentos com mais de um site. Se no projeto houver restrições maiores
criam-se normas específicas ou instruções técnicas.

Todos os planos relativos aos contratos são discutidos com os gerentes envolvidos
nos projetos, através de palestras, realizadas durante uma semana. As eventuais mudanças nas
legislações pertinentes são, depois de detectadas, inseridas nos documentos e reenviadas para
a contratante dos serviços. Desta forma, não há conflitos entre as normas e as diretrizes de
SMS específicas. Afora isso, as diretrizes são de cunho geral e não abordam essas questões
com maior profundidade.

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