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A história do bairro que se originou de uma pista de cavalos

Proximidade com o centro fez surgir um crescimento vertical e o comércio.


Pesquisa e Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel

Um dos bairros mais tradicionais de Maceió, o Prado entra na era do crescimento vertical, com
o surgimento de arranha-céus, a exemplos dos edifícios Ômega, Antares, Vega e Maison
Chateaubriand. Sua localização, entre a praia do Sobral e o Centro da cidade, propicia o
surgimento do comércio. Casas antigas são transformadas em lojas de peças, material de
construção, bebidas e mercadinhos.
A proximidade com todos os serviços básicos da capital fez surgir uma verdadeira
especulação imobiliária. Alugar uma casa ou apartamento no Prado é tarefa difícil e cara. Por
mais simples que seja uma casa, não se consegue alugar por menos de R$ 200,00. Os
moradores não utilizam ônibus para ir ao comércio central, nem ao Mercado da Produção.
Há cerca de 30 anos, o Prado era só residencial. E, para a população de baixa renda. Aos
poucos foram surgindo novos moradores de classe média, que construíram suas residências
amplas. Na avenida Siqueira Campos, a principal do bairro, vários bangalôs foram edificados,
desde a praça Afrânio Jorge (praça da faculdade de medicina) até o Trapiche, quando termina
a larga avenida de pista dupla.
Para os moradores, escola não é problema. Lá funcionam: colégio sagrada Família, Adonay,
pio X, Ferroviários e várias escolas de alfabetização de 1º grau menor. Para se abastecer de
alimentos, tudo é perto. Em cada esquina do Prado tem uma mercearia, padaria ou
mercadinho, que também vende hortigranjeiros. Os mortos também não trazem problemas
financeiros para os familiares. O enterro é feito como antigamente: todos acompanham o
defunto a pé, pois os dois principais cemitérios da cidade ficam no bairro. Se precisar ir para o
necrotério, já sai de lá direto para o cemitério. É no Prado que fica o Instituto Estácio de Lima (
Medicina Legal ).

Avenida Siqueira Campos servia para o povo praticar hipismo

Tudo começou com uma pista de corrida de cavalos, que saia do Centro da cidade para as
margens da Lagoa Mundaú, no Trapiche da Barra, com suas casas residenciais, o cemitério, e
depois o Quartel do Exercito (hoje Faculdade de Medicina da UFAL). O próprio nome do bairro
lembra sua origem: um hipódromo ou pista de corrida e, ainda campo coberto de plantas.
Hoje, o bairro é o mais central da Capital, com suas ruas pavimentadas e mais recentemente,
saneadas.
Ainda no século passado, o Prado era quase um arrebalde. Poucas casas de taipa e o
cemitério que ficava onde hoje é a praça Custódio de Melo, construído para enterrar as vítimas
da Varíola. No local, também havia uma capela, que foi destruída com o passar dos anos, e
suas imagens levadas para a igreja de Nossa Senhora das graças, na levada. Depois surgiu o
chamado campo Santo, que deu origem a povoação.
As ruas mais antigas do bairro são: Avenida Siqueira Campos (antigo prado, pista de
corrida de cavalos) ruas São Francisco, Sargento Jayme, Tamandaré, Caramurus, 21 de abril,
Ceará, Xavier de Brito, Agnelo Barbosa, Manaus e Amazonas. Todas estão pavimentadas e
saneadas. As antigas casas de taipa deram origem a residências modernas, com jardins e
varandas. Restam poucos becos e vilas, que também já se modernizaram.

Saudosistas não esquecem cine colonial e as figuras típicas

Quem viveu a infância e a adolescência nas décadas de 50 e 60, no bairro do Prado, ainda
guarda na memória o velho cinema colonial, as aulas no “frango assado”, as “peladas” no
Sobral ou mesmo nas ruas (ainda sem o calçamento), e as escapulidas para um passeio pela
praça Deodoro, a Rua do comércio (para ver as vitrines) ou para assistir filmes no Ideal ou São
Luis.
No cotidiano do bairro de 30 anos atrás, existiam figuras típicas que faziam a alegria da
garotada. Quem não lembra do “Boi Tabaco”, um bêbado e meio maluco, que corria atrás das
crianças que chamasse por seu apelido. Também tinha o negro “Sapoti” que fazia medo aos
menos afoito. Famosa era a “Meu Bem”, uma preta velha, alcoólatra, que não admitia ser
chamada pelo apelido, mas dizia se chamar Maria Cardoso, prima do então deputado Oséas
Cardoso. Corria atrás da garotada que a chamava de “Meu Bem”.
As lembranças dos pradenses, hoje cinqüentões e quarentões, não param por aí. O “Hélio
doido” era outra atração a parte, assim como a “Coruja”, uma paraibana que escolheu as ruas
do Prado para fazer suas diabruras, depois de muita cachaça tomada nos botecos do bairro.
Uma figura famosa do prado, que ainda hoje é lembrada por quem viveu a infância e
adolescência nas ruas próximas à beira-mar, era Maria Laura, moradora da Rua Caramurus.
Sua casa era uma festa eterna. Criava muitos gatos, e fazia os aniversários deles, com bolo,
guaraná, bombons e música. Mas a festa maior mesmo era no seu aniversário. Convidava todo
o pessoal da Rádio Difusora e contratava uma orquestra. Os vizinhos não se preocupavam com
o barulho a noite inteira. Era querida por todos, principalmente pelas crianças que ela levava
para participar dos programas de rádio.

Bairro era reduto dos doidos e dos festeiros

Quem hoje passa pela praça Afrânio Jorge e se depara com três “arranha –céus”,
edifícios de 12 andares, cada, não imagina que naquele local existia um verdadeiro
“campo de tortura”, com gritos intermináveis todos os dias. Era o Asilo dos Doidos,
que abrigava doentes mentais de vários pontos do Estado. Quando um conseguia fugir, era dia
de pânico para os moradores do Prado. Até o início da década de 60, o velho prédio continuava
lá. Depois foi transferido para o Farol (Hospital Portugal Ramalho) e o terreno ficou
abandonado por vários anos, até que construíram os Edifícios Ômega, Antares e Vega,
mudando o visual da área, que ficou mais valorizada.
Ao lado do “Asilo dos doidos”, até a década de 40, funcionava o Quartel do Exército (depois
Faculdade de Medicina). A praça servia para as festas de Natal, os circos e ainda área de lazer
para a garotada do bairro. Construíram o chamado “panteon”, que serviria para os restos
mortais dos alagoanos Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, os dois primeiros presidentes
da República. Mas nunca os seus conterrâneos conseguiram. Os descendentes dos “marechais
de ferro” não autorizaram. Nas festas natalinas, armavam uma lapinha no local. Hoje, a praça
está arborizada, iluminada e com espaço para prática de esportes.
O Parque da Pecuária, atualmente com muitos melhoramentos, sempre foi outro ponto de
atração do Prado. Lá, são realizadas exposições de animais e outros eventos. Nos festejos
juninos, transforma-se num imenso arraial.
Nas festas de Natal e ano Novo, as famílias que residiam na Praça da Faculdade, reuniam-
se nas calçadas para as comemorações, enquanto a sala de jantar era decorada para a ceia.
Assim faziam os Athayde, os Callado, os Barbosa, os Codá, os Tenório, os Cintra e outras
antigas famílias.

Famílias antigas ainda permanecem no bairro

Eles fazem parte da história do bairro do Prado. São moradores antigos que ajudaram em seu
desenvolvimento e ainda continuam morando por lá, usufruindo, hoje, de uma melhor infra-
estrutura, com as ruas pavimentadas, um comércio em franco desenvolvimento e observando
o crescimento vertical, com edifícios de mais de dez andares, transformando a paisagem do
bairro.
São integrantes das famílias: Athayde, Tenório, Correia, Codá, Sant’Anna, Almeida, Monte,
Cavalcante, Queiróz, Lins,Callado, Barbosa e outras,que ainda preservam a tradição de formar
grupos de familiares e vizinhos nas calçadas, “jogando conversa fora”.
Das mais antigas do bairro, é a família Barbosa Callado, oriunda de Paulo Jacinto, que
chegou ao bairro na década de 30, adquirindo o imenso sitio de coqueiros à beira-mar, onde
ainda mantinha uma vacaria.O velho João Duda Barbosa Callado, falecido no início da década
da 70, transformou a paisagem do bairro construindo duas ruas nas proximidades da Praia do
Sobral, onde mantinha o seu sitio, com casas padronizadas para aluguel. A casagrande,
ainda hoje preservada, fica na Praça Afrânio Jorge, lá, ele viveu mais de 40 anos, criando seus
filhos: três médicos(Luiz Duda Callado,Oswaldo Barbosa Callado e Hélio Barbosa Callado) e
ainda Hercílio Barbosa Callado, José Duda Barbosa Callado, Hilda Barbosa Callado Aguiar e
Maria Barbosa Callado Moreira.
Também na praça Afrânio Jorge (Praça da Faculdade), ainda hoje, permanece com toda
sua originalidade a velha residência da família Athayde, com varanda lateral e jardim. Na
calçada, os athayde ainda conservam o hábito de conversas de fim de tarde, observando o
cenário bem diferente de 40 anos atrás, com o intenso movimento de veículos em demanda ao
Trapiche ou ao Centro.
Dessas famílias e de outras, que fazem parte da história do Prado, saíram: médicos,
dentistas, advogados, engenheiros, jornalistas, professores, políticos, empresários e outros
profissionais. Alguns ainda residem no bairro ou tem familiares por lá. Outros esqueceram as
origens e nem lembram mais das “peladas” no Sobral; do Cine Colonial; do velho “frango
assado” (o Grupo Escolar Dr. José Maria Correia das Neves); da palmatória do professor “Galo
Cego”, do Externato João pessoa das festas de Natal na Praça de Faculdade.

O menino que morreu de tuberculose é “santificado” pelos moradores

Os dois principais cemitérios de Maceió e o único necrotério público ficam no Prado. “Até para
morrer, quem mora aqui, não dar trabalho”, confessa dona Maria Viana, moradora do bairro há
40 anos.O cemitério de Nossa Senhora da Piedade, onde estão sepultados vultos históricos
como o ex-governador Muniz Falcão, é o mais antigo da cidade. . Mas, é no cemitério de São
José, já na divisa com o Trapiche, que fica o túmulo do “menino Petrúcio”, que os católicos
antigos consideram como um verdadeiro santo.
No Dia de finados, o túmulo do “menino Petrúcio” é o mais visitado e florido cemitério.
Para lá se deslocam centenas de fiéis adeptos da crença de que aquela criança pobre e que
morreu de tuberculose, aos 11 anos de idade, faz milagres e é um verdadeiro santo. O “anjo
Petrúcio”, que muitos chamam, faz milagres, dizem seus devotos.
O Cemitério de São José ou “cemitério do caju” enterra os mais pobres de Maceió. Ainda
dispõe de muito espaço para novos túmulos. No Nossa Senhora da Piedade, é onde estão
sepultados muitos integrantes das mais tradicionais famílias alagoanas, como os: Tavares
Bastos, Paiva, Mendonça, Quintella, Guimarães, Mello, Gatto e tantas outras. A lotação está
esgotada, restando poucos espaços para quem não dispõe de mausoléus, que são enterrados
em “gavetas” no muro, e depois de três anos, retirando os ossos.

Publicado em O JORNAL em 02 de junho de 1996

São Sebastião

São Sebastião não é bairro oficial foi incorporado ao Prado,


lei municipal 4.952/2000
Pesquisa e texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel

Antigo Reduto de marginais vira nome de santo

Ouricuri, bairro pobre, encravado entre o Prado e a praia do Sobral, sempre foi sinônimo de
violência, drogas e prostituição. Até a década de 70, ninguém queria nem ouvir falar nesse
nome. Quem morava no Prado ou Ponta Grossa, para ir à praia, nunca passava pelas ruas
estreitas e com gente mal encarada do velho Ouricuri. A Igreja chegou e mudou tudo. Hoje, a
população respira a paz e o ar puro da beira-mar, até mesmo o mau-cheiro exalado da Usina
de Beneficiamento da Casal, não existe mais. As ruas foram pavimentadas, foram construídas
escola, quadra esportiva, lavanderia pública, centro comunitário, posto de saúde e outras
benfeitorias. Os moradores mais antigos nem querem mais ouvir falar no tempo em que o
bairro se chamava Ouricuri. A gandaia do seu João Carlos, as bocas de fumo, os barracos onde
se alojavam marginais e os constantes assassinatos, são coisas do passado, que todos querem
esquecer. O bairro modernizou-se, ganhou casas comerciais, residências modernas e novas
famílias, que aproveitam a comodidade de residirem próximas ao Centro e à beira-mar. A praia
não é mais poluída como no tempo da “usina da merda” e a prefeitura vem realizando o
saneamento das ruas, um sonho que ninguém acreditava fosse se concretizar. O bloco
carnavalesco Sai da Frente, campeão de vários carnavais, vez por outra dar o ar de sua graça,
puxando os foliões para as ruas. “Seu Manuelzinho”, o presidente do bloco, hoje sabe que seus
seguidores já não mais vão enfrentar a violência do bairro. Mas toda esta mudança deve-se
mesmo à catequese. Com a construção da Igreja de São Sebastião, a população foi sendo
conscientizada da importância da fé cristã, e começou a freqüentar as missas e ouvir os
sermões do padre contra a violência. Aos poucos, foram se convertendo, e a paz chegou com a
fé católica.

Gandaia era o ponto de encontro dos biriteiros

Biritar, no linguajar boêmio, significa tomar uma cachaça, que ainda é conhecida como pinga,
lapada e água que pinto não bebe. A gandaia do Ouricuri servia mais esse tipo de bebida.
Afinal, seus freqüentadores não podiam se dar ao luxo de tomar cerveja gelada, uísque ou
conhaque. As prostitutas eram mal vestidas, cheiravam a “roia briá” e se pintavam com o mais
vermelho do batom, para chamar a atenção. Nos tempos da introdução da minissaia, elas
procuravam andar na moda, exibindo seus “cambitos”, que bem ou mal, atraiam a atenção dos
biriteiros.
No salão da gandaia, a música alta e o cheiro de perfume forte, a fumaça de cigarro careta
ou baseado e, constantemente, uma briga surgia, às vezes ciúme entre o amante certo de
uma das raparigas, ou mesmo por questões entre o dono da gandaia e o freqüentador. Quando
aparecia um visitante de outro bairro, a confusão era maior.
Situada na principal rua do bairro, a gandaia do “seu” João Carlos chamava a atenção de
todos, por estar sempre com o som ligado e as prostitutas sempre na calçada, de dia ou de
noite. Quando começava a farra, sempre depois das 22 horas, era sinal de que tinha briga no
ar. Os soldados da delegacia do Prado, sempre eram acionados, e dificilmente saiam de lá
sozinhos. Sempre levavam algum brigão para o xilindró.
Essa zona de baixíssimo meretrício, ainda funcionou até a década de 80, já com o velho
Ouricuri se modificando para chegar à atual fase: um verdadeiro bairro organizado, com uma
população trabalhadora e honestas, sem mais a violência do tempo da gandaia e dos biriteiros
e marginais.

Bloco Sai da Frente sempre foi o campeão do carnaval

Carnaval de rua em Maceió, que não tivesse a participação do bloco Sai da Frente, não tinha
animação. Os foliões contagiavam o público com gingado do autêntico frevo, demonstrando
toda a tradição de um verdadeiro carnaval. O bloco sempre teve a frente do festeiro
Manuelzinho, que nunca deixou de participar dos desfiles, mesmo enfrentando dificuldades
financeiras para confecção das fantasias. Dava um jeito, criava alternativas, mas o bloco
estava na rua.
Pelas ruas do antigo Ouricuri e do Prado, o som do frevo do Sai da Frente era bem
recebido por toda a população, que, da calçada acenava para os participantes, do bloco e
acompanhavam o ritmo. Os ensaios sempre eram feitos na rua, para que os passistas
pudessem exibir toda alegria do frevo. Quando o carnaval de rua era realizado no comércio
central ou na praia da Avenida, o Sai da Frente já sai do bairro tocando frevo pelas ruas, com
todos os participantes exibindo as fantasias. No desfile contagiava os foliões com sua afinada
orquestra. Era o tempo em que existia mesmo o autêntico carnaval, sem os trios elétricos.
Moradores se abastecem no Mercado da Produção

Quem mora no bairro de São Sebastião não precisa andar muito para se abastecer de
alimentos. O Mercado da Produção fica próximo, e dar para ir a pé mesmo. Lá, eles compram
frutas, verduras e legumes, além de cereais. Mas existem pequenas mercearias, que oferecem
o básico para o dia-a-dia.
O comércio no bairro é restrito a pontos de venda de alimentos, além de bares e uma padaria.
Como o bairro é pequeno, seus moradores utilizam mais o Prado, o mais próximo e com um
intenso movimento comercial. Para se utilizar do transporte coletivo, têm que se dirigir à
Avenida Siqueira Campos, onde pegam o ônibus e vão até o Centro ou os bairros mais
afastados. Mas a preferência mesmo é ir até o comercio central a pé. É só atravessar parte do
Prado e chegar a linha férrea para chegar ao Centro. É também no Prado e Centro, que
estudam crianças e adolescentes do bairro, freqüentando colégios como Ferroviários, Adonay e
São Pio X.

Igreja Católica mudou a imagem do bairro

Foi depois da construção da Igreja São Sebastião, que o Ouricuri transformou-se, deixando
de ser um bairro violento, e passando a se construir numa verdadeira comunidade. No início
havia uma rejeição muito grande para com a Igreja. Aos poucos, o padre Silvestre e as
missionárias, foram catequizando as pessoas e mostrando a importância da fé cristã. A Igreja
mantém a liderança da religião no bairro. Suas missas do domingo, sempre são bem
freqüentadas, tanto pela população do bairro como do Prado. No salão paroquial, os
responsáveis pela evangelização, se reúnem constantemente, cadastram os católicos que se
responsabilizam para colaborar financeiramente com a manutenção da Igreja, enquanto
senhoras preparadas pelo vigário, dão a comunhão a doentes, sempre aos domingos, visitando
a casa de cada um. A cada janeiro, comemora-se a festa do padroeiro com novenas e a
procissão pelas ruas do bairro. O santo é venerado por todos os católicos, que decidiram
homenageá-lo trocando o nome de Ouricuri para São Sebastião.

Publicado em O JORNAL, Maceió, domingo, 03 de novembro de 1996.

Fonte: http://www.bairrosdemaceio.net/site/index.php?Canal=Bairros&Id=37

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