Caso Clínico

Bráquetes estéticos – considerações 2

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clínicas 5
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Liliana Ávila Maltagliati*, Renata Feres**, Márcio Antonio De Figueiredo***, 8
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Danilo Furquim Siqueira****
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Resumo 21
O objetivo do trabalho é demonstrar as dôntico estético, destacando-se aspectos 22
características dos bráquetes estéticos dos materiais de composição, caracterís- 23
disponíveis no mercado, dando ênfase aos ticas físicas, friccionais, procedimentos de 24
aspectos de interesse clínico. Por meio de colagem e descolagem, vantagens e des- 25
uma pesquisa comercial e de revisão da vantagens do tratamento com bráquetes 26
literatura, discutiu-se informações úteis estéticos, Construiu-se uma tabela de 27
que possibilite maior conhecimento no consulta, contendo a maioria dos mate- 28
manejo clínico destes bráquetes, intensi- riais disponíveis atualmente e suas prin- 29
ficando a eficiência do tratamento orto- cipais características. 30
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Palavras-chave: Ortodontia. Bráquetes estéticos. Descolagem. Fricção.
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* Professora Titular do Programa de Pós Graduação em Odontologia (Mestrado em Ortodontia) da Universidade Metodista de São Paulo e Coordenadora do curso de Especialização em Ortodontia da Universidade Metodista de 46
São Paulo e da ABCD-SP.
** Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Área de Concentração em Ortodontia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP. 47
*** Especialista em Ortodontia e Mestrando do Programa de Pós - Graduação em Odontologia Área de Concentração em Ortodontia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP.
**** Professor do programa de Pós-Graduação em Odontologia (Mestrado em Ortodontia) da Universidade Metodista de São Paulo. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Sociedade Paulista de Botucatu.
48

Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 3 - jun./jul. 2006 89

Bráquetes estéticos – considerações clínicas

Introdução de preparo da base para colagem com as resinas comuns3,21 e a 1

A utilização dos bráquetes estéticos tem indicação no tratamen- alta fricção com os fios ortodônticos. Feldner et al.8 analisaram as 2
to ortodôntico principalmente em pacientes adultos, que refutam a características de torque e deformação dos bráquetes de plástico 3
colocação de aparelho ortodôntico, pela aparência indesejável dos e os resultados mostraram que os bráquetes de plástico apre- 4
bráquetes metálicos. Segundo Khan, Horrocks16, dois são os princi- sentaram valores maiores de deformação do que os bráquetes 5
pais fatores desmotivadores do uso de aparelhos ortodönticos por de metal. 6
parte dos adultos: tempo prolongado de tratamento e aparência Para solucionar os problemas de deformação e descoloração, 7
anti-estética dos bráquetes. Em função da crescente demanda des- a sua composição original foi modificada, com a incorporação de 8
ses pacientes nos consultórios de Ortodontia, a indústria dos ma- reforços com partículas de cerâmica e vidro e a incorporação de 9
teriais têm buscado oferecer alternativas de tratamento estético, canaleta de metal para diminuir a fricção6,7,8. Portanto, atualmente 10
desenvolvendo tecnologias e técnicas de tratamento específicas, os bráquetes de policarbonato são reforçados com partículas de 11
como a Ortodontia lingual, o tratamento com alinhadores transpa- cerâmica ou vidro e podem apresentar canaletas metálicas, numa 12
rentes e o uso de bráquetes estéticos, de coloração transparente ou tentativa de reduzir estes problemas (Fig. 1). 13
esbranquiçada. Dos materiais que compõem a Ortodontia estética, Mesmo reforçados, os bráquetes estéticos de policarbonato, 14
este é o mais viável economicamente e que permite a realização de denominados compósitos, ainda apresentam inconvenientes de- 15
um procedimento ortodôntico convencional. correntes de sua composição plástica básica, que são descolora- 16
No entanto, trata-se de um material com particularidades e ca- ção, deformação e desgastes, ainda que bem menores que os de 17
racterísticas com as quais o ortodontista deve estar familiarizado gerações anteriores. Feldner et al.8, demonstraram que os brá- 18
para que possa utilizá-los com consciência de suas limitações e quetes de policarbonato apresentam deformação significativa e 19
aproveitando suas qualidades, obtendo cuidados clínicos e selecio- menor torque quando comparados com outros bráquetes e que a 20
nando os casos mais indicados para tratamento com o bráquete incorporação de metal na canaleta melhorou a leitura do torque. 21
estético. Desta forma, recomenda-se a utilização clínica destes bráquetes 22
As vantagens e desvantagens dos bráquetes de policarbonato e com critério, limitando aos casos de tratamento mais curto, em 23
cerâmicos, têm sido discutidas por meio de pesquisas e testes em função da descoloração e dos desgastes e que, preferencialmen- 24
laboratório, levantando questões como problemas com colagem, te, não necessite da incorporação de torques, pela deformação 25
descolagem, resistências friccionais, descoloração e considerando e menor eficiência de leitura das inclinações. Porém, quando for 26
cuidados que possibilitam a utilização clínica satisfatória desses necessário o uso de fios retangulares, deve-se dar preferência pe- 27
bráquetes. los de canaleta de metal, considerando que a leitura, ainda assim, 28
será deficitária. 29
Bráquetes de Policarbonato Atualmente existem várias marcas comerciais no mercado, e 30
O primeiro bráquete não metálico foi apresentado por New- entre as mais conhecidas no Brasil estão os bráquetes: Spirit (Or- 31
man20, em 1969, quando publicou um estudo com colagem de mco - EUA), Aesthetic-Line (Forestadent - Alemanha), Envision 32
bráquetes estéticos de policarbonato, manufaturados através de (Ortho organizers), Silkon (American Orthodontics – EUA), Plastic 33
um processo de injeção de moldes do material plástico na forma Miura (Rocky Mountain – EUA), Élation (GAC Orthomax – EUA) e 34
do bráquete específico, apresentando precisão suficiente para re- Composite (Morelli – Brasil). Além desses, encontramos bráquetes 35
produzir pequenos detalhes requisitados. O policarbonato consti- auto-ligados de policarbonato, como o Opal (Ultradent) e Oyster 36
tui-se em uma resina de ótima dureza, próxima a do aço, por isso (GAC). 37
foi o material eleito para gerar os primeiros bráquetes estéticos. 38
Suas propriedades físicas e características, que permitiram sua 39
aplicabilidade, clinica são: atoxicidade, resistência à abrasão e ao 40
impacto relativamente altas, coloração e translucidez adequados; 41
alem disso, trata-se de um material inodoro e insípido20. Entre- 42
tanto, eram visíveis as inconveniências deste material e apesar 43
de apresentar estética muito favorável, vários estudos apontaram 44
problemas clínicos. Alguns deles foram citados por Dobrin5 em 45
1975, como a descoloração quando da exposição dos alimentos 46
e líquidos, desgaste do bráquete, absorção de água e saliva e o 47
controle pobre do torque. Além disso, destaca-se a necessidade Figura 1 - Exemplo de bráquete estético de policarbonato. 48

90 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 3 - jun./jul. 2006

 Liliana Ávila Maltagliati, Renata Feres, Márcio Antonio De Figueiredo, Danilo Furquim Siqueira

Bráquetes de Cerâmica Estes bráquetes, de composição cerâmica, embora superiores 1

Em 1986, surgiram os primeiros bráquetes cerâmicos com a aos de policarbonato pela maior resistência, maior estética e por 2
intenção de eliminar as desvantagens dos bráquetes de policar- não apresentar descoloração ou desgaste, apresentam alguns in- 3
bonato32. A base de fabricação é a cerâmica, material moldado e convenientes como alta fricção com os fios ortodônticos e possibi- 4
endurecido pelo calor, como o vidro, argila, pedras preciosas ou lidade de fraturas, pela friabilidade do material. 5
óxidos metálicos. No caso dos braquetes estéticos, o material em- No início da popularização dos bráquetes estéticos, nos anos 6
pregado é o óxido de alumínio (Al2O3), cujas características são: alta 90, época em que ortodontistas não tinham muito domínio so- 7
dureza, resistência a altas temperaturas e degradabilidade química bre estes bráquetes, muitos utilizavam sua experiência clínica e 8
e friabilidade, apresentando propagação de falhas por imperfeições buscaram o modo de melhor empregá-los. Em grande parte dos 9
ou impurezas. casos durante a montagem do aparelho, optava-se por utilizar os 10
Por ser um material friável, não é o mais recomendado para o bráquetes cerâmicos apenas em dentes anteriores. A maior parte 11
design necessário de um braquete, pois apresenta ângulos vivos dos ortodontistas selecionava a região entre caninos superiores e 12
que aumentam a sua fragilidade, necessitando, portanto, serem inferiores para seu uso, nos outros dentes utilizava-se bráquetes 13
mais volumosos que os metálicos. Além disso, pela constituição metálicos10. Porém esta opção que aos olhos dos especialistas na- 14
do seu material, são mais duros que o esmalte o que pode causar quela época era a melhor alternativa, gerava alguns problemas e 15
facetas de desgaste se ocorrerem contatos oclusais e apresentam alterações na mecânica. Verificou-se que ao utilizar peças metáli- 16
potencialmente maior coeficiente de atrito com os fios ortodônti- cas nos dentes posteriores e cerâmicas nos anteriores, a diferença 17
cos. de material gera diferentes níveis de fricção causando efeitos como 18
De acordo com o processo de fabricação, os braquetes estéticos o aumento do overbite e perda de ancoragem, o que em certos 19
de cerâmica podem ter dois tipos de composição: monocristalina casos é indesejável20. 20
e policristalina . Atualmente, para compensar os problemas friccionais, alguns 21
Os braquetes cerâmicos policristalinos, ou de alumina policris- modelos apresentam canaleta de metal em todos os bráquetes e 22
talina, constituem-se de cristais de óxido de alumínio fusionados outras apresentam preparo na superfície da canaleta, propiciando 23
a altas temperaturas que permite a moldagem de vários braque- maior lisura de superfície e arredondamento das bordas para faci- 24
tes simultaneamente. Dentre os braquetes estéticos, estes são os litar o deslize dos fios23,24,30. 25
mais comuns e populares, pela qualidade de seu material e pela Na escolha de bráquetes estéticos, portanto, as opções são: 26
relativa facilidade de produção em comparação com os braquetes bráquetes de policarbonato ou cerâmico, mono ou policristalino, 27
de alumina monocristalina, sendo comercializado pela maioria das com ou sem canal de encaixe metálico, com ou sem preparo da ca- 28
empresas que vendem braquetes ortodônticos (Fig. 2). naleta. Independente do braquete escolhido, algumas importantes 29
Os braquetes de cerâmica monocristalina constituem-se em considerações devem ser feitas a fim de que a melhor performance 30
uma massa fundida a alta temperatura (2100oC), formando um possa ser alcançada com estes bráquetes 31
único cristal de óxido de alumínio que resultará na fabricação de 32
um único bráquete, tornando a produção mais cara que os poli- Fricção 33
cristalinos. Entretanto, esta forma de usinagem confere às peças Desde de que o aparelho ´´straight-wire`` foi desenvolvido, po- 34
menor opacidade, tornando-as especialmente estéticas e também pularizando as mecânicas de deslize, em substituição às alças, a 35
com maior resistência à tensão, pois apresenta menor incorpora- fricção passou a ser um fator fundamental na mecânica ortodôn- 36
ção de impurezas no processo de fabricação. (Fig.3) tica e boa parte da literatura discorre sobre este aspecto17,21,23,26,27,29. 37
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Figura 2 - Exemplo de bráquete estético monocristalino. Figura 3 - Exemplo de bráquete estético policristalino. 48

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Bráquetes estéticos – considerações clínicas
O bráquete metálico apresenta uma quantidade de fricção muito
baixa, pois é confeccionado com o mesmo material dos fios orto-
dônticos e apresenta lisura de superfície significativamente supe-
rior aos materiais plásticos e cerâmicos. Por este motivo, muitas
empresas inseriram, aos bráquetes estéticos, canaletas metálicas
de aço ou de ouro4,17. Outras realizaram tratamentos na superfície
da canaleta, conferindo grande lisura de superfície, que promove
diminuição na resistência friccional, principalmente nos bráque-
tes cerâmicos monocristalinos23,30. Pela importância da lisura de
superfície, os bráquetes monocristalinos, que apresentam menor
incorporação de impurezas, parecem apresentar menor coeficiente
de fricção que os policristalinos. Estes, ao microscópio eletrônico
de varredura (MEV), apresentam maior rugosidade na superfície do
canal de encaixe23.
Entretanto, a literatura relata que, mesmo com canaleta de
metal ou com lisura de superfície, bráquetes estéticos conferem
maior fricção quando comparados aos metálicos, principalmente
em situações de desnivelamento, onde o fio sofre angulações nas
canaletas17,18,21,24,23.
Neste contexto, cabe também ressaltar o efeito do tipo de li-
gadura. Sabe-se que a ligadura de metal em contato com o fio de
nivelamento gera menor força de atrito que as ligaduras elásticas12.
Portanto, em casos clínicos com extração ou que requerem pro-
cedimentos de retração e mecânicas de deslize, os bráquetes ce-
râmicos monocristalinos ou policristalinos com canaleta de metal
devem ser preferidos aos de policarbonato ou cerâmicos policris-
talinos sem canaleta de metal ligados com amarrilhos metálicos.
Entretanto, em locais onde essa movimentação não for necessária,
a ligadura elástica deverá ser o método de escolha por razôes a
Figura 4 - Angulações nos fios, decorrentes do desnivelamento que aumen-
tam a fricção estática e dinâmica. Combinação que gera o maior coeficiente
de atrito – bráquetes cerâmicos + fio estético + ligadura elástica, produzindo
o binding effect.
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serem tratadas a seguir, relativas à friabilidade do material cerâ- 1
mico17. 2
3
Fratura do bráquete 4
Em relação à fratura, considera-se esta, uma característica ine- 5
rente aos bráquetes cerâmicos, pois este material apresenta alta 6
friabilidade, sua resistência à fratura chega a ser de 20 a 40 vezes 7
menor que a do aço17. Nos policristalinos, no momento da fundição 8
dos vários cristais de óxido de alumínio pode ocorrer incorporação 9
de impurezas ou imperfeições na fundição, que promove fulcros de 10
estresse no interior do material, tornando-o ainda mais frágil. Os 11
monocristalinos, por serem mais puros, apresentam maior resis- 12
tência à fratura19. A propagação do estresse e conseqüente fratura 13
pode ocorrer em dois momentos: durante o curso do tratamento e 14
no momento da descolagem. 15
O local mais comum de quebra da peça é na base das aletas, pois 16
nesta região, a estrutura do bráquete é mais fina e corresponde ao 17
local de maior manipulação do ortodontista para inserir e remover 18
fios, sendo constantemente tocado por instrumentos, criando mi- 19
cro-ranhuras que micro-rachaduras, tornando-os mais propícios 20
à quebra10,17,25. Para diminuir os riscos de fratura é importante ter 21
cuidado na maneira de ligar o fio ao bráquete. As ligaduras metáli- 22
cas são eficientes na movimentação, porém nocivas à estrutura do 23
bráquete cerâmico25. Portanto, sempre que o dente não for subme- 24
tido à movimentação (áreas de ancoragem, dentes já alinhados), 25
recomendamos dar preferência às ligaduras elásticas. Além disso, 26
ao utilizar o instrumento para remover as ligaduras, atenta-se para 27
o fato de fazê-lo evitando-se riscar a estrutura do acessório com 28
a ponta do instrumento, movimentando-o de dentro para fora do 29
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Figura 5 - Exemplos de fratura de aletas de bráquete cerâmico, dificultando 46
amarração do fio e determinados movimentos, como o de torque e de rota-
47
ção.
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 Liliana Ávila Maltagliati, Renata Feres, Márcio Antonio De Figueiredo, Danilo Furquim Siqueira

bráquete, de preferência nas porções mesial ou distal do bráquete. Portanto, diante da fratura de aletas de bráquetes estéticos, o 1
A quebra das aletas e conseqüente aspiração ou deglutição pode ideal é a troca dos mesmos para não prejudicar controles de nive- 2
apresentar riscos à saúde do paciente17, além de dificuldades mecâ- lamento como movimentos verticais e de rotação. E recomenda-se, 3
nicas que impedem o alinhamento, nivelamento e principalmente ao utilizar bráquetes estéticos, que se dê preferência para apare- 4
deslizamento adequados18, podendo atrasar o tratamento. Por ser lhos pré-ajustados, escolhendo a prescrição mais indicada para 5
a região das aletas, o ponto mais frágil do corpo do bráquete cerâ- cada caso, no intuito de minimizar a necessidade de incorporação 6
mico, determinadas dobras no fio que geram pressão nas paredes de torque nos fios, que poderia elevar a probabilidade de fratura 7
das aletas podem aumentar a susceptibilidade à fratura. Segundo do bráquete. 8
Karamouzos; Athanasiou; Papadopoulos17 e Lindauer et al.19, as ati- 9
vações no fio de segunda ordem não costumam causar fratura do Descolagem 10
braquete cerâmico, a menos que o mesmo tenha sido previamente A descolagem de bráquetes cerâmicos foi, por muitos anos, 11
enfraquecido por um trauma direto ou pela introdução de defeitos a etapa mais preocupante do tratamento para a maior parte dos 12
superficiais durante o tratamento, entretanto, dobras de terceira ortodontistas e pesquisadores que estudaram esses bráquetes. 13
ordem, poderiam mais facilmente causar fraturas, embora os brá- Devido às propriedades físicas do material plástico e cerâmico, 14
quetes fabricados atualmente tenham melhor performance que os não é possível a adesão com resinas convencionais de colagem11. 15
modelos mais antigos e suportem torções maiores nos fios antes Para tornar a colagem possível, era realizda, na base da maio- 16
de se fraturarem1. ria dos bráquetes, um preparo com sílica e silano, de forma a 17
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Tabela de consulta 21
Nome Tipo de Canaleta de Base de 22
Marca Comercial Comercial material metal retenção Prescrição 23
Abzil Lancer Intrigue Policristalino Não mecânica Edgewise/ Roth 24
American Orthod Virage Policristalino Sim Mecânica Bioprogressiva/ MBT/Pro torque/ Roth 25
American Orthod 20/40 Policristalino Não Mecânica Edgewise/ Roth 26
American Orthod Silkon Plus Policarbonato Não Mecânica Edgewise/ MBT/Roth
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Dentaurum Fascination 2 Policristalino Não Mecânica Roth
29
Dentaurum Elegance Policarbonato Sim Mecânica e Química Edgewise/ Roth
30
Forestadent Brillant Polioximetileno Não Mecânica Bioprogressiva/ Edgewise/ Roth
31
GAC Mystique Policristalino Não Mecânica Bioprogressiva/ Edgewise/ Roth
32
GAC Vogue Policarbonato Não Mecânica Bioprogressiva/ Edgewise/ Roth 33
GAC Elation Policarbonato Sim Mecânica Bioprogressiva/ Edgewise/ Roth 34
GAC Oyster Policarbonato Auto-ligado Mecânica Roth 35
Morelli Composite Policarbonato Não Mecânica Roth 36
Ortho Organizers Illusion Plus Policristalino Sim Mecânica MBT/Roth 37
Ortho Organizers Envision Policarbonato Não e Ouro Mecânica Bioprogressiva/ Roth 38
Ormco Inspire Ice Monocristalino Não Mecânica Straight-wire (fabricante) 39
Ormco Spirit MB Policristalino Sim Mecânica Straight-wire (fabricante) 40
Rock Mountain Luxi II Policristalino Sim Mecânica Roth 41
Rock Mountain Signature III Policristalino Sim Mecânica Bioprogressiva/ Edgewise/ Roth
42
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TP Orthodontics MXI Policristalino Não Mecânica Begg/ Roth
44
TP Orthodontics In Vu Policrisalino Não Mecânica Roth/ MBT
45
Ultradent Opal Policarbonato Auto-ligado mecânica Roth
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Unitek 3M Transcend Policristalino Não Química MBT/Roth
47
Unitek 3M Clarity Policristalino Sim Mecânica MBT/Roth
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Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 3 - jun./jul. 2006 93

Bráquetes estéticos – considerações clínicas
formar uma ligação química com a resina9. Esse preparo con-
feria ao conjunto bráquete/resina/esmalte forças de adesão ex-
tremamente elevadas, que dificultava a remoção completa do
bráquete, levando, em determinadas situações à fratura do brá-
quete e inclusive, da superfície de esmalte, além do desconforto
experimentado pelo paciente14. Estes inconvenientes ocorrem
em função da adesão química entre bráquete e resina, deixan-
do para a interface esmalte/resina, a área de maior fragilidade
na união e portanto, sendo o local de fratura quando da força
de remoção, potencializando o risco de danos ao esmalte. Vi-
sando esta condição clínica iatrogênica, a maioria das empresas
mudaram o sistema de colagem de seus bráquetes estéticos de
química para mecânica, por meio de retenções criadas na base
dos bráquetes13. Neste sistema, a interface de união mais fragil
é a braquete/resina, promovendo a fratura nesta região, prote-
gendo o esmalte. Além disso, a retenção apenas de origem me-
cânica diminuiu a força necessária de descolagem e, portanto,
minimiza o risco de fratura do bráquete. Conforme demonstrou
Wang, Meng, Tarng31, o braquete cerâmico com base de retenção
mecânica tem a vantagem de boa estética, boa rigidez e força de
adesão suficiente, sem apresentar danos ao esmalte depois de
sua remoção e, portanto, consideramos ser o tipo de base mais
adequado para tratamento com bráquetes estéticos. Entretanto,
decorrente da fragilidade e friabilidade do material cerâmico,
quando estes forem removidos, depois de meses em utilização,
a fratura pode ocorrer em partes do bráquete. Neste caso, reco-
menda-se retirar o remanescente com brocas diamantadas, em
alta rotação sempre com irrigação abundante.
Existem diversos métodos de descolagem, entretanto, o mais
comum é o manual, com utilização de alicate de remoção que deve
ser indicado pelo fabricante do bráquete que se optou utilizar17,28.
A indústria tem trabalhado muito para melhorar os problemas com
a remoção, lançando no mercado bráquetes com bases modifica-
das que fraturam com facilidade na remoção, protegendo ambos,
94 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 3 - jun./jul. 2006
bráquete e esmalte e linhas de fratura na base dos bráquetes que 1
facilitam a remoção. 2
3
Abrasão 4
Devido a uma de suas propriedades físicas, a dureza da ce- 5
râmica, pode ocorrer desgaste em dentes antagonistas às peças, 6
quando um contato oclusal for estabelecido e especialmente em 7
pacientes com hábitos parafuncionais11 e/ou com trauma oclusal, 8
por isso deve-se evitar o uso de bráquetes cerâmicos nestes pa- 9
cientes, ou associar ao tratamento ortodôntico o uso de placas de 10
mordida. Uma possível solução para pacientes com sobremordida 11
profunda, é o emprego de bráquetes metálicos no arco inferior e 12
estéticos no superior, ou pelo menos, nos pré-molares e molares 13
inferiores. Deve-se ter atenção redobrada em casos de retração de 14
caninos e pré-molares superiores, que ao início, antes da retração 15
não fazem contato, mas ao retrais passam a estabelecer contato 16
com o antagonista, gerando facetas de desgaste. 17
18
Conclusão 19
Na atualidade, os bráquetes estéticos, e em especial os cerâ- 20
micos, apresentam características muito satisfatórias. Os materiais 21
sofreram grandes modificações desde sua introdução no mercado 22
e hoje possibilitam efetuar qualquer tratamento ortodôntico, inde- 23
pendente da quantidade de movimentação. Porém deve-se ter cui- 24
dado na seleção do material, na maneira de manipulá-lo durante 25
o tratamento e durante a remoção, deste modo é possível realizar 26
um tratamento com qualidade. Em especial, sugere-se opção por 27
policristalinos com canaleta de metal ou monocristalinos para tra- 28
tamentos mais prolongados e que requerem mecânicas de deslize; 29
bráquetes pré-ajustados para casos em que a incorporação de tor- 30
que é necessária; utilização de ligaduras metálicas nas mecânicas 31
de deslize e elásticas para situações outras em que a fricção não 32
seja fator importante; bráquetes com base de retenção mecânica e 33
descolagem com alicates próprios fornecido pelo fabricante. 34
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1
Nonononon 2
3
4
Abstract 5
This work aim at demonstrating the characteristics of Many aspects is pointed out, such as composition mate- 6
aesthetic brackets available in the market, emphasizing rials, physical and frictional characteristics, bonding and 7
clinical aspects. By means of a commercial and literature debonding procedures, orthodontic treatment with aes- 8
research, useful information are discussed, providing thetic brackets advantages and disadvantages. A con- 9
better clinical management of these brackets and thus sulting table was constructed, with most contemporary 10
intensifying esthetic orthodontic treatment efficiency. available materials and its main characteristics. 11
key words: Orthodontics. Aesthetic brackets. Debonding. Friction. 12
13
14
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16
17
18
19
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Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 3 - jun./jul. 2006 95