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Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.

João Novaes – Lisboa - Portugal 2

INTRODUÇÃO

Os remédios homeopáticos, fitoterápicos, a acupunctura, a auriculopunctura, e outras


terapias em geral, tentam equilibrar a energia vital própria do ser humano, o
cumprimento das leis da vida saudável, permite a maioria das vezes conservar a
saúde e recuperar em caso de doença. Estas leis, que são regras de higiene
características da nossa espécie, são poucas e fáceis de seguir. Dirigem-se
essencialmente à alimentação, à respiração, ao exercício físico e ao equilíbrio ácido-
base.

A alimentação

A anatomia comparada e a observação clínica mostram que o homem é claramente


omnívoro. A sua dentadura é idêntica à dos macacos, que se alimentam
especialmente de frutos, larvas de insectos e de ovos de pequenos pássaros. O tubo
digestivo é pela sua estrutura e desenvolvimento, intermédio entre o dos carnívoros
e o dos herbívoros. Se é verdade que o homem pode viver sem consumir carne, não
é menos verdade que os vegetarianos podem ter uma tonicidade enfraquecida,
podem fazer alcalose e acabarem por se tornar dispépticos, com o estômago dilatado
devido à grande quantidade de alimentos que devem ingerir, onde se conclui que o
vegetarianismo estrito não deve ser aplicado, excepto em alguns casos patológicos
ou por alternância.

A respiração

Os fenómenos mecânicos e físico-químicos respiratórios têm uma grande


importância, não somente porque asseguram a oxigenação dos tecidos, mas também
porque regularizam a actividade cardíaca e estimulam os órgãos de digestão; por
isso, o homem deve tentar aumentar a sua capacidade torácica e respirar um ar tão
puro quanto possível, isto é, praticando regularmente exercícios de respiração
profunda e evitar o ar poluído das grandes cidades.

O exercício físico

O exercício físico bem realizado e perfeitamente doseado é um dos melhores meios


que o homem dispõe para assegurar o equilíbrio vital. Estimula a nutrição, purifica o
sangue, regulariza a função respiratória, digestiva e excretora, assegura o
desenvolvimento muscular e tonifica o sistema nervoso.
No entanto, em caso algum, deverá ser competitivo e exagerado, uma vez que esses
excessos provocam uma sobrecarga e conduzem, inevitavelmente à degradação do
organismo e à redução do tempo de vida. Muitos atletas são tão frágeis como os
doentes e a maior parte dos grandes desportistas morrem muito cedo.
O exercício físico deverá consistir essencialmente em jogos para as crianças e para os
adultos, movimentos de ginástica e certos desportos como a marcha, o ciclismo e a
natação.
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O equilíbrio ácido-base do sangue

O pH sanguíneo e urinário

O sangue humano tem um pH igual a 7,35 e a fisiologia diz-nos que uma alteração
significativa deste valor é incompatível com a vida. Se o pH for inferior a 7, o
indivíduo entra em coma; se ultrapassa 8 registam-se crises convulsivas. O regime
alimentar à base de carne tende a acidificar, e inversamente uma alimentação
vegetal acarreta sais orgânicos alcalinos (malatos, tartáratos ou citratos de potássio
ou sódio) cujo ácido é oxidado e eliminado sob a forma de ácido carbónico pelos
pulmões, desde que a base fique no sangue.
O ácido clorídrico gástrico forma-se a partir do cloreto de sódio sanguíneo:
imediatamente apôs a refeição produz-se no estômago uma secreção ácida; em
contrapartida, o sangue apresenta uma acentuada reacção alcalina. O trabalho
muscular, produz ácido carbónico e também ácido láctico que pode passar ao
sangue.
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Os dez seguimentos do Naturólogo/Naturopata/Homeopata Clássico

1. A saúde é o estado de normalidade funcional do corpo humano, em todas as suas


funções e nos níveis físico, mental e psíquico. A missão do Naturólogo/Naturopata é
ajudar a conservar e recuperar esta normalidade funcional.

2. A saúde deteriora-se e perde-se pela transgressão das leis da natureza. O


Naturólogo/Naturopata conhecerá, praticará e divulgará as leis.

3. A natureza cura. O Naturólogo/Naturopata só ajuda a encontrar os caminhos que


facilitam à natureza o restabelecimento da normalidade funcional do organismo.

4. O corpo humano é a mais perfeita criação de Deus. Por tal motivo merece o maior
respeito, e o Naturólogo/Naturopata deverá conhecê-lo perfeitamente e fugir de
realizar em toda a classe de ensaios, abusos ou mutilações.

5. Não há doenças mas sim pessoas doentes. O Naturólogo/Naturopata não luta


contra as doenças, mas ajuda o doente a encontrar o seu caminho para a
recuperação da normalidade funcional.

6. “Que o alimento seja a tua medicina e a medicina seja o teu alimento”. O


Naturólogo/Naturopata deve conhecer as indicações e propriedades de todos os
alimentos que a natureza oferece e estabelecer as plantas individualizadas para cada
caso particular.

7. A recuperação da normalidade funcional do corpo humano, requer a eliminação do


mesmo de todas as substâncias que são tóxicas e repelir as que actuam produzindo
febre e dor. O Naturólogo/Naturopata aplicará com prudência e conhecimento de
causa os diferentes procedimentos que a natureza lhe oferece.

8. Existe no corpo humano uma força vital que tende à recuperação da saúde. É
indispensável desejar que esta força vital possa actuar sem entraves evitando os
erros que possam constrangê-la ou paralisá-la.

9. “Leva uma vida sã e natural e não perderás o dom precioso de saúde”. O


Naturólogo/Naturopata com a sua vida e conduta deverá dar o exemplo com o seu
próprio corpo dos seus ideais e dos seus ensinamentos.

10. A febre, a dor, a inadaptação e a abulia, são sintomas de que existe alguma
irregularidade funcional. Melhor que aliviar ou combater o sintoma, o
Naturólogo/Naturopata deve investigar os erros e transgressões que se cometem e
propor a correcção dos mesmos e o regresso à vida sã e natural.
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Guia de plantas terapêuticas de A a Z

NOME COMUM: Abeto branco.


NOME BOTÂNICO: Abies alba Miller.
FAMÍLIA: Pináceas.
GEOGRAFIA: Regiões montanhosas da Europa Central e Meridional. Na América
existem espécies similares.
PARTES EMPREGADAS: As gemas e a resina (terebintina).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, óleo essencial, terebintina e
provitamina A.
PROPRIEDADES: Balsâmica, anti-séptica e expectorante (indicada nas afecções das
vias respiratórias: sinusite, traqueíte, bronquite, pneumonia e asma), facilita a
expulsão das mucosas e regenera a mucosa que reveste as vias respiratórias.
Revulsiva (atrai o sangue para a pele e descongestiona os órgãos e os tecidos
internos – anti-reumática e vulnerária (sara as feridas e as contusões). Alivia as
dores reumáticas, a ciática, o lumbago e o torcicolo. Desinflama as articulações que
tenham sofrido um entorse, assim como as contusões e dores musculares em geral.
Limpa as feridas infectadas e as úlceras da pele.
Ingerida por via oral, a terebintina do abeto, ou a sua essência actuam de forma
igualmente benéfica sobre os órgãos respiratórios. Além disso é diurética, anti-
séptica urinária, e usa-se como preventivo da formação de cálculos e areias nas vias
urinárias.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 30 a 40 g de gemas por litro de
água, de que se ingerem 3 a 4 chávenas (xícaras) diárias. As gemas do abeto são
pegajosas por conterem muita terebintina, especialmente durante a Primavera.
Terebintina ou a sua essência, 3 a 5 gotas, três vezes ao dia.
Uso externo: Terebintina ou a sua essência: aplica-se em forma de banhos (de
grande alívio para reumáticos e asmáticos), fricções, banhos de vapor ou inalações.
ATENÇÃO: A inalação ou ingestão de terebintina em doses excessivas, ou da sua
essência, pode produzir irritação do sistema nervoso central, especialmente nas
crianças.
OUTROS ABETOS: Abies balsamea Miller = Abies canadensis (abeto do Canadá que
é criado na América do Norte).

NOME COMUM: Abacate.


NOME BOTÂNICO: Persea gratissima L.
FAMÍLIA: Lauríneas.
GEOGRAFIA: Pérsia e América Meridional. Cultivado no Brasil. Também existe,
aclimatado em Portugal, na ilha da madeira e em várias regiões de África.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possuí vitamina A, B e C, taninos, numerosos sais e
açucares.
PROPRIEDADES: Diuréticas, colagogas (para a vesícula), estimulante hepático,
antidiarreico.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas por litro de água. Infusão, depois de ligeira
fervura, 30 a 60 minutos. Coar. Para tomar no intervalo das refeições e em jejum
(três vezes ao dia). Também é usado em forma de extracto fluído e em tintura.
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NOME COMUM: Abelmosco, Hibisco de flor vermelha.


NOME BOTÂNICO: Hibiscus abelmoschus L.
FAMÍLIA: Malváceas.
GEOGRAFIA: Originário da Índia, encontra-se com bastante frequência nas regiões
tropicais da América Central. Cultiva-se nas Antilhas e na Guiana.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm um óleo essencial.
PROPRIEDADES: Efeito antiespasmódico, ou seja, capaz de relaxar os músculos das
vísceras ocas espasmadas. Emprega-se com êxito para acalmar as cólicas intestinais,
biliares ou renais, assim como os espasmos uterinos que acompanham a
menstruação dolorosa (dismenorreia). Também tem um efeito sedativo sobre o
sistema nervoso.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 50 g de sementes por litro de
água. Tomar 2 ou e chávenas (xícaras) diárias.
HISTÓRIA: As sementes são muito apreciadas pelos perfumistas hindus e árabes,
que as utilizam, além disso, como afrodisíaco. Pela acção do calor ou da fricção,
soltam um intenso aroma a almíscar a âmbar. Em alguns lugares da América Central,
juntam-nas ao café, para que este fique mais aromático.

NOME COMUM: Abóbora.


NOME BOTÂNICO: Curcubita pepo L.
FAMÍLIA: Cucurbitáceas.
GEOGRAFIA: América central.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm mucilagem, aleurona, óleo fixo, um
princípio activo, a peporresina, que se encontra na película verde que envolve a
semente. Vitaminas A, B e C.
PROPRIEDADES: Muito útil nas doenças de estômago e intestinos. Tem
propriedades laxativas e emolientes, e também é usada em forma de cataplasma nas
queimaduras. As sementes te acção eficaz tenífuga, para expulsar a ténia.
MANEIRA DE PREPARAR: 120 gramas (não tirar a película verde que envolve a
pevide); açúcar, 40 gramas. Pisar tudo num almofariz, de forma que fique reduzido a
uma pasta. Pode juntar algum café ou cacau. Cinco horas depois da ingestão do
remédio, tomar um purgante. Para crianças somente a metade das doses
referenciadas.

NOME COMUM: Abrótano fémea.


NOME BOTÂNICO: Santolina chamaecyparissus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa e encontra-se especialmente nos lugares
pedregosos e argilosos, sendo espontânea desde as proximidades do mar até ao
interior, verificando-se a sua existência mesmo em altitudes de 2000 metros.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: é rico em essência. Contém cetona, santolinona, álcool,
em parte livre, em parte em forma de éster, ácido acético.
PROPRIEDADES: Tónicas e estimulantes, antiespasmódicas e digestivas, febrífugas,
vermífugas. Anti-séptico e estimulante externo de úlceras.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 20 gramas por litro de água, em forma de infusão,
a tomar como tónico, estimulante e antiespasmódico. Como febrífuga, os antigos
ervanários misturavam esta planta ao fel-da-terra (Centaurea maior) e à casca do
salgueiro (Salix Alba).
Também é empregada como vermífuga, em forma de pó. Das folhas, 3 a 4 gramas
em leite quente, para tomar em jejum.
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NOME COMUM: Abrótano macho, erva-lombrigueira.


NOME BOTÂNICO: Artemísia variabilis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Europa meridional.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e sumidades floridas.
PROPRIEDADES: Tónico e vermífugo. Estimulante e febrífugo, anti-helmíntico (para
expulsar os vermes intestinais).
MANEIRA DE PREPARAR: 15 gramas da planta seca (ou 20 gramas da planta
verde) para 1 litro de água. Infusão: 30 minutos. Coar. Para tomar duas a três
chávenas (xícaras) por dia.
Dentro dos armários esta planta afasta os insectos das roupas.

NOME COMUM: Arruda.


NOME BOTÂNICO: Ruta graveolens L.
FAMÍLIA: Rutáceas.
GEOGRAFIA: Originária dos países mediterrâneos e da Ásia Menor, onde prefere os
terrenos secos e pedregosos. Cultivou-se noutras regiões temperadas da Europa, e
também na América.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Essência rica em metilnonilcetona; rutina ou rutósido
(vitamina P).
PROPRIEDADES: Antiespasmódicas e anti-sépticas: a essência da arruda é
administrada para acalmar as cólicas abdominais.
Anti-hemorrágica: aumenta a resistência dos vasos capilares e pode deter algumas
hemorragias internas.
Anti-reumática: externamente é revulsiva e usa-se em compressas para acalmar as
dores reumáticas.
Afecções dermatológicas: pela sua acção revulsiva torna-se útil em certas doenças da
pele: sarna, psoríase, eczemas, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 2-5 g de plantas por litro de
água, de que se ingerem duas chávenas (xícaras) por dia. Para os transtornos
menstruais, toma-se unicamente na semana que precede a menstruação.
Essência: recomenda-se ingerir 2-3 gotas diariamente.
Uso externo: compressas empapadas numa infusão concentrada (10-20 g por litro de
água), que se aplicam sobre a pele da zona afectada.
ATENÇÃO: Em doses elevadas é abortiva e tóxica, pelo que é contra-indicada
durante a gravidez. O contacto da planta com a pele pode provocar reacções
alérgicas.
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NOME COMUM: Abrunheiro bravo.


NOME BOTÂNICO: Prunus spinosa L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente nas encostas exposta ao sol e nas bermas
dos caminhos das regiões montanhosas de toda a Europa. Naturalizada no continente
americano.
PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos (abrunhos).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém amigdalina (gicósido cianogenético), derivados
da cumarina e flavonoglicósidos.
Os frutos (abrunhos) contêm tanino, flavonóides, ácido málico, pectina, goma e
vitamina C.
PROPRIEDADES: Laxantes, diuréticas e depurativas; o seu efeito laxante é suave,
mas eficaz, e faz-se acompanhar de uma acção antiespasmódica (relaxante) da
musculatura que cobre o intestino grosso. Indicadas na prisão de ventre espástica
que se produz no chamado cólon irritável.
Os frutos têm propriedades adstringentes, pelo que se tornam mais úteis em casos
de diarreia vulgar e de desarranjo intestinal. São eupépticos (estimulam os processos
digestivos), aperitivos e tonificantes do organismo em geral.
O líquido resultante da decocção dos abrunhos utiliza-se para fazer parar as
epistaxes (hemorragias nasais), aplicadas com um tampão nasal embebido no
mesmo. Serve ainda para fazer gargarejos nos casos de gengivite e faringite.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se com 60 g de flores por
litro de água. Toma-se uma chávena (xícara) por dia de manhã.
Frutos: podem comer-se frescos ou então fervidos em água (só dois minutos), para
lhes tirar o gosto áspero.
Xarope: prepara-se com meio quilo de frutos, meio quilo de açúcar e um copo de
água. Ferve-se esta mistura durante 15 minutos. O xarope resultante, de cor
vermelha, e sabor agradável, filtra-se com um filtro de café (de papel) e tomam-se
várias colheres de sopa por dia. Usado para combater as diarreias e para abrir o
apetite.
Decocção: põem-se a ferver 100 g de frutos num litro de água, durante 10 minutos,
em lume brando. Filtrar o líquido resultante e tomar algumas colheres de sopa
durante o dia.
Uso externo: tampões nasais com gaze ou algodão empapados na mesma decocção
que se recomenda para uso interno.
Bochechos e gargarejos: com a mesma decocção.
ATENÇÃO: As amêndoas que estão dentro dos caroços dos abrunhos, como as de
muitos frutos da família das rosáceas, libertam ácido cianídrico, que é um poderoso
tóxico, pelo que não se devem comer nem mastigar.
A casca dos ramos e da raiz contém ácido prússico, que também é tóxico.
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NOME COMUM: Adónis de Itália.


NOME BOTÂNICO: Adonis vernalis L.
FAMÍLIA: Ranunculáceas.
GEOGRAFIA: Europa central e meridional.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: todas as partes da planta contêm dois tipos de glicósidos
cardiotónicos, semelhantes aos da dedaleira – o adonidósido e o adoniversódio.
PROPRIEDADES: Possui propriedades cardiotónicas (aumenta a força das
contracções cardíacas), dilatadoras das artérias coronárias (combate a angina de
peito), diuréticas e ligeiramente sedativas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 8 g de sumidades floridas em 200 ml
de água a ferver, em que se deixam até arrefecer. A dose habitual é de 4 a 6
colheres de sopa por dia.
NOTA: É empregue em homeopatia sem nenhuma contra-indicação.

NOME COMUM: Acelga, beterraba.


NOME BOTÂNICO: Beta vulgaris L cv. Vulgaris.
FAMÍLIA: Quenopodiáceas.
GEOGRAFIA: Europa Central e Meridional, e América do Norte, são as principais
zonas produtoras.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Provitamina A e ferro.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os talos.
PROPRIEDADES: Obesidade (reduz o apetite). Depurativa e alcalinizante do
sangue. Digestiva e laxante (usada em casos de gastrite, prisão de ventre e
hemorróidas). Anemia.
MANEIRA DE PREPARAR: Folhas cozidas, tenras.

NOME COMUM: Açafrão.


NOME BOTÂNICO: Crocus sativus L.
FAMÍLIA: Irídeas.
GEOGRAFIA: Originário do Oriente e cultivado em vários países da Europa,
particularmente no sul da França e em Espanha, e aclimatado em Portugal. Encontra-
se nos jardins do Rio de janeiro.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém água, goma, açúcar, matéria corante
(pricrococina), uma essência à base de terpeno: o safranol, sais de potássio, de cal e
magnésio.
PARTES EMPREGADAS: Os estigmas.
PROPRIEDADES: antiespasmódico, sedante e emenagogo e digestivo.
MANEIRA DE PREPARAR: É empregado em infusão, na dose de 10 a 15
centigramas para 200 ml de água. Dose superior tem efeito abortivo perigoso. Como
a planta apresenta certa toxicidade e tem contra-indicações (hipertensão, excitação
nervosa, erectismo cardíaco), deve consultar um profissional de saúde da área
natural, evitar a automedicação.
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NOME COMUM: Acerola.


NOME BOTÂNICO: Malpighia glabra L.
FAMÍLIA: Malpigiáceas.
GEOGRAFIA: A acerola é originária da região das Caraíbas, e acha-se espalhada por
toda a América Central, desde o México até à Venezuela.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C (até 2520mg/100g), cerca de 50 vezes mais
do que no limão.
PROPRIEDADES: Todo o tipo de infecções, especialmente nas de origem vírica
(gripes, constipações, etc.), e como complemento na prevenção e tratamento do
cancro.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua, suco, doces.

NOME COMUM: Açofeifa.


NOME BOTÂNICO: Ziziphus jujuba Mill.
FAMÍLIA: Ramnáceas.
GEOGRAFIA: Originária do Extremo Oriente, posivelmente do Norte da China, de
onde foi trazida para os países mediterrêneos.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C (69 mg/100g). Mucilagens e ácidos orgânicos.
Taninos.
PROPRIEDADES: Afecções brônquicas (acção emoliente e balsâmica sobre as
mucosas respiratórias. Facilitam a expectoração). Usado na tosse bronquite ou asma.
Prisão de ventre (devido às mucilagens).
MANEIRA DE PREPARAR: Frescas: Os frutos colhem-se no Outono e comem-se
cruas, ao natural.
Secas: Assim conservam-se durante vários meses. Secam-se ao ar, como as uvas ou
as tâmaras. Doces: preparam-se com os frutos frescos, triturando a polpa e
acrescentando açúcar mascavo. Decocção: Prepara-se com um punhado de frutos
por litro de água. Ferver até que a água fique reduzida a metade. Tomar meio copo
depois de cada refeição. Não precisa levar açúcar.

NOME COMUM: Açucena.


NOME BOTÂNICO: Lilium candidum L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Originária do Oriente, muito cultivada em jardins.
PARTES EMPREGADAS: As flores e o bolbo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O bolbo e as flores contêm diversas substâncias
aromáticas.
PROPRIEDADES: É hoje pouco usada em medicina. Os antigos usavam-na (os
bolbos) fervidos em leite, fazendo cataplasma, muito empregada nos furúnculos,
abcessos, nas queimaduras.
Aplicadas localmente, possuem uma importante acção emoliente (calmante da pele e
das mucosas inflamadas), cicatrizante e anti-séptica.
O óleo é um bom remédio para queimaduras, gretas dos mamilos e eczemas.
Também dá bons resultados em caso de otite ou dores dos ouvidos, aplicando umas
gotas no canal auditivo.
MANEIRA DE PREPARAR: É só aplicada externamente.
Uso externo: óleo de açucena: obtêm-se macerando as pétalas de 10-12 flores num
litro de azeite (de oliveira), durante 9 dias. De três em três dias, filtra-se o azeite e
acrescentam-se novas pétalas.
Cataplasmas: cozem-se 100-200 g de bolbos durante 10-15 minutos. Depois de
esmagados, colocam-se sobre um pano de algodão e aplicam-se quentes, sobre a
zona afectada, durante 15-30 minutos.
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Esta cataplasma pode aplicar-se 2 ou 3 vezes por dia, até se conseguir o


amadurecimento do abcesso ou furúnculo.
ATENÇÃO: Pelo seu perfume penetrante, não se deve ter esta planta nos quartos de
dormir.

NOME COMUM: Agripalma.


NOME BOTÂNICO: Leonorus cardiaca L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Pouco frequente na Europa e na América do Norte. Em Espanha só se
encontra nos Pirinéus. É rara em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas e as folhas frescas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial, um princípio
amargo (a leonurina), um alcalóide (leunurinina), glicósidos e taninos.
PROPRIEDADES: Cardiotónica e sedativa – tonifica o músculo cardíaco. Acalma a
taquicardia de origem nervosa e as palpitações. Recomenda-se aos hipertensos e aos
que sofrem de angina de peito.
Emenagoga – estimula as contracções uterinas e favorece o fluxo menstrual. Usa-se
nas dismenorreias.
Adstringente – pelo seu conteúdo em tanino, e carminativa (elimina os gases
intestinais).
Cicatrizante – a infusão utiliza-se para limpar e curar as feridas.
MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: infusão com 30 a 50 g de sumidades
floridas e folhas por litro de água, da qual se ingerem 3 ou 4 chávenas (xícaras)
diárias.
Extracto fluído: 10 gotas, três vezes ao dia.
Uso externo: lavagem das feridas com a mesma infusão que se usa internamente.
ATENÇÃO: Não exceder as doses indicadas, pois a sua acção sobre o coração
poderia tornar-se demasiado intensa, devido aos glicósidos que esta planta possui.

NOME COMUM: Agrião.


NOME BOTÂNICO: Sisymbrium nasturium L.
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente nos lugares húmidos. Também é cultivado.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui diversas vitaminas, entre as quais algumas do
complexo B, C e E. Também possuí vitaminas A e D. Contém ferro, iodo, enxofre,
fosfatos e outros sais alcalinos. A sua essência pode ser considerada uma
combinação de enxofre e sulfocionogénio. O agrião possuí segundo as últimas
pesquisas em fitoquímica, princípios antibióticos sobre os rins e pulmões.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
PROPRIEDADES: Combate a atonia dos órgãos digestivos, como estimulante no
escorbuto, na escrofulose e raquitismo, como expectorante e peitoral, catarro
pulmonar e dos brônquios (nas formas crónicas). Alguns Naturopatas consideram o
agrião depurativo do sangue, com particular importância nas doenças da pele, isto
talvez pelo enxofre que contém. Os doentes dos pulmões devem usar a salada e
xarope de agriões. Para secar o agrião e não perder as suas propriedades, deve
secar-se à sombra.
MANEIRA DE PREPARAR: 50 gramas da planta para 1 litro de água. Infusão: 1 a 2
horas. Antes da infusão, 2 a ou 3 minutos de fervura em lume brando. O agrião é
contra-indicado em pacientes que tenham afecções da próstata.
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NOME COMUM: Agrimónia.


NOME BOTÂNICO: Agrimonia eupatoria L.
GEOGRAFIA: A agrimónia existe na flora portuguesa e em outras floras da Europa.
Encontra-se nos lugares herbosos. Próximo das culturas, nos caminhos, entre os
bosques, e junto de árvores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém tanino associado a um óleo essencial, substância
amarga, ácido salicílico, ácido nicotídico, ácido escórbico, vitamina H, quercitina,
ácidos pálmico, oléico e arídico e fitosterina. Contém outros elementos vitamínicos.
PROPRIEDADES: Estimulante do apetite, tónica, em particular sobre o sistema
nervoso, activadora da função renal, hepática e vesicular. É adstringente, muito útil
na inflamação da garganta. Acção digestiva, antidiarreica.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas da planta por litro de água fervente. 20
a 30 minutos de infusão. Coar. Gargarejar, lavagens à boca e garganta; Para uso
externo, úlceras e feridas: 30 gramas por litro, com fervura de 1 a 3 minutos.

NOME COMUM: Aipo.


NOME BOTÂNICO: Apium graveolens L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Existe em quase toda a Europa. Muito parecido com a salsa nas folhas.
PARTES EMPREGADAS: Especialmente a raiz e as sementes, mas há quem
empregue o caule e as folhas na culinária, e como remédio.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glucósido, a apilina, essência, vitaminas A, B
e C. As raízes e tuberosidade do Aipo contêm alguma essência, e no suco, 7% de
manita tirosina, esparagina, colina. Os frutos, além da essência, contêm
hidrocarbonos, salineno.
PROPRIEDADES: O aipo é estimulante do metabolismo; melhora as afecções dos
rins (nefrite); combate a astenia (debilidade nervosa); estimula a função hepática;
melhora a digestão gástrica e intestinal. É útil nas doenças da pele, é anti-reumático.
Melhora o estado das feridas e úlceras, aplicado em lavagens e compressas.
MANEIRA DE PREPARAR: Raízes: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de
cozimento (3 a 4 minutos). Infusão: 1 a 2 horas. Coar e tomar 5 chávenas (xícaras)
por dia antes das refeições. Frutos (sementes): colher de café ou de chá por chávena
(xícara) em forma de infusão.

NOME COMUM: Alcachofra.


NOME BOTÂNICO: Cynra scolymus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: cultiva-se nas regiões temperadas do mediterrêneo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono (5,11%), proteínas (3,27%).
Cinarina (trata-se do ácido 1,5-di-cafeilquínico, que tanto actua sobre os hepatócitos
– células do fígado – fazendo que estes aumentem a produção da bílis, como sobre
as células do rim, provocando uma mior excreção de urina). Cinarósido.
Cinaropicrina, ácidos orgânicos (málico, cítrico, glicólico e glicérico). Esteróis (beta-
sitosterol e estigmasterol).
PARTES EMPREGADAS: O capítulo floral.
PROPRIEDADES: Anti-inflamatórias. Afecções do fígado em geral. Tem um efeito
hepatoprotector. Afecções biliares (colagoga), em caso de dispepsia biliar,
disquinésia biliar ou litíase biliar. Afecções renais (elimina a ureia). Edemas e
oligúria.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua: os corações fundos da alcachofra tenra podem ser
usados, temperados com azeite e limão. Assada no forno. Cozidas. Ou então em
cápsulas.
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NOME COMUM: Alcachofra das hortas (a brava).


NOME BOTÂNICO: Cynara cardunculus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Europa, particularmente no mediterrâneo. Muito cultivada na Europa
ocidental.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas, os caules e as raízes (não os capítulos) contêm
substâncias amargas e aromáticas, cristolina, a cinarina, taninos e numerosas
enzimas e vitaminas, entre as quais A e D. Possui ainda numerosos sais.
PROPRIEDADES: Estimulante hepático, vesicular e renal de grande valor. É um
bom remédio para a arteriosclerose, sendo uma planta reputada como um dos
melhores vegetais para evitar o excesso de colesterol e promover a eliminação deste,
quando em excesso. São as grandes folhas que partem da haste que interessam, e
não a bráctea comestível. A raiz é febrífuga.
PARTES EMPREGADAS: Talos e folhas (parte polposa). As folhas grandes, que
partem da haste da planta, usam-se em forma de cozimento, nas doenças do fígado,
rins, pele, arteriosclerose, reumatismo.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 30 gramas por litro de água. Tomar 4
chávenas (xícaras) por dia.
Noutros tempos, foi empregada para coalhar o leite, isto devido a uma enzima, a
cinarase. Por sua riqueza em ferro, tem oportunidade na anemia.

NOME COMUM: Alcaçuz ou Regalis.


NOME BOTÂNICO: Glycirriza glabra L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Flora portuguesa e mais regiões da Europa. Também na Ásia.
PARTE EMPREGADA: Raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém glicirrizina ou açúcar de alcaçuz, óleo,
esparagina, albumina, sais, amido, matéria azotada, fosfato, cal e magnésio, óleo
resinoso (basorina).
PROPRIEDADES: ligeiro laxante, emoliente das vias respiratórias, para acalmar a
tosse, sendo muito empregado para adoçar os medicamentos expectorantes, no
combate à inflamação da bexiga, da vesícula. Pela experiência clínica de muitos
Naturopatas e Homeopatas, sabe-se que tem acção cicatrizante sobre úlceras da
mucosa gástrica e duodenal. O extracto e o cozimento concentrados, actuam
notavelmente nas glândulas supra-renais, com efeito, quase semelhante à
desoxicorticosterona (hormona produzida pelas cápsulas supra-renais), de notável
importância em todo o organismo. Parece que esta actividade está ligada à
glicirrizina. Quanto à sua acção na úlcera gástrica, supõe-se que se deve também, e
especialmente, a outros elementos químicos contidos na planta, aliás, no seu
extracto.
Atenção: em alta dose, o Alcaçuz aumenta a tensão arterial, isto devido à sua acção
sobre as supra-renais.
MANEIRA DE PREPARAR: Em extracto, maceração e cozimento (decocção).
Maceração: 30 gramas de raízes, cortadas aos pedaços, para 1 litro de água fria.
Ficará assim a noite toda. De manhã coar por um filtro de papel (filtro de café). Para
tomar, depois de aquecido, três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
Convém raspar, antes da maceração, a parte exterior da raiz.
Extracto: à venda nas ervanárias, casas de produtos naturais e farmácias. Uma
colher de sopa em meio copo de água antes das refeições. Decocção: 30 gramas de
raízes para 1 litro de água. Deixar ferver uns minutos. Infusão: 30 gramas para 1
litro de água fervente, estando de infusão 2 horas. Coar. Tomar quente, com mel ou
açúcar mascavo. A decocção ou infusão fazem com que a tisana tenha sabor amargo.
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NOME COMUM: Alcarávia.


NOME BOTÂNICO: Carum carvi L.
FAMÍLIA: Umbelífera.
GEOGRAFIA: Europa, crescendo nos prados húmidos, nas montanhas; floresce
depois de maio.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: (as sementes): contêm uma essência, composta de
carvene e carval, açúcar, cera, matérias tónicas, produtos resinosos. O aroma das
sementes ou frutos deve-se ao carval da essência.
PROPRIEDADES: Tem propriedades estomáquicas e carminativas e, por isso,
próprias para expulsar os gases do aparelho digestivo (estômago e intestinos).
Combatem as fermentações. Por estimularem os intestinos, promovem não somente
a descarga dos gases, como favorecem a evacuação das fezes.
MANEIRA DE PREPARAR: uma colher de café por chávena (xícara) de água
fervente. 20 minutos de infusão. Coar e adoçar, querendo. Para tomar após refeições
ou foras delas. Esta planta acalma as dores dos intestinos, motivadas pelos gases.
Há quem faça licor digestivo com as sementes.

NOME COMUM: Alecrim.


NOME BOTÂNICO: Rosmarinus officinalis L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: É planta vivaz indígena de Portugal, dos Açores e de Cabo Verde.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria amarga e resinosa, óleo essencial (nas folhas e
sumidades floridas), tem grande quantidade de tanino, um glucósido. A essência está
formada especialmente por pineno, canfeno, cineol, cânfora. Conforme a época do
ano e os terrenos onde se encontra, assim a sua maior ou menor quantidade de
essência.
PROPRIEDADES: Planta estimulante, antiespasmódica, ligeiramente diurética,
óptimo estimulante vesicular (talvez igual ou superior ao Boldo, que poderá substituir
na falta deste). É também utilizado nos casos patológicos ligados ao engrossamento
do sangue. Pode agir como colagogo (na vesícula) e por isso é empregado com
grande proveito nos casos de disquinésia vesicular (deficiente função da vesícula). É
igualmente, estimulante da célula hepática.
Em uso externo, serve para melhorar as feridas e úlceras de mau carácter. Nestes
casos, lavam-se as partes afectadas e aplicam-se compressas embebidas na infusão
da planta.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 gramas da planta para 1 litro de água. Infusão: 20 a
30 minutos. Coar e adoçar. Emprega-se em dispepsia, clorose, na bronquite. Para
uso externo: 20 a 30 gramas, com o mesmo tempo de infusão e fervura prévia de
um minuto. Para fricções: 60 gramas da planta para ½ litro de álcool. 6 a 8 dias de
maceração. Filtrar e juntar 5 gramas de cânfora.
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NOME COMUM: Alface comum.


NOME BOTÂNICO: Lactuca sativa L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Própria da Ásia menor.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Muito rica em água (94,9%). Provitamina A: 100 g de
alface contêm 260ug ER (microgramas equivalentes de retinol.
Vitaminas B1,B2 e C. minerais (Zinco, cobre e manganês)
PARTES EMPREGADAS: As folhas e talos.
PROPRIEDADES: Usada em: transtornos funcionais do sistema nervoso, insónia,
transtornos digestivos, prisão de ventre, obesidade, diabetes.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua: é a melhor maneira de disfrutar da sua frescura e
do seu agradável sabor. Tempera-se com um pouco de azeite e umas gotas de limão.
As folhas verdes são muito mais nutritivas que as brancas do interior.
Cozinhada: As folhas mais duras podem ser cozinhadas como qualquer outra
verdura.
NOTA: A alface-romana cultivada ao ar livre, é muito mais rica em provitamina A,
folatos e ferro que as outras variedades. As alfaces de estufa são mais brancas mas
menos nutritivas, e além disso contém mais nitratos devido ao uso de químicos.

NOME COMUM: Alface da terra, Canónegos.


NOME BOTÂNICO: Valerianella locusta Betcke
FAMÍLIA: Valerianáceas.
GEOGRAFIA: Procede das ilhas mediterrânicas Córsega e Scilia. Os principais países
produtores são a França, a Itália e a Alemanha.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (2%): quase o mesmo que as batatas (2,07%).
Provitamina A (709 ug ER/100g): mais do que os espinafres (672 ug ER). Vitamina
B6 (0,273 mg/100 g): mais do que o ovo (0,139 mg). Vitamina C. cobre.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e talos.
PROPRIEDADES: Antianémica.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua: saladas temperadas com azeite e limão.
Cozinhada: em sopas e omeletas.

NOME COMUM: Alface-brava maior.


NOME BOTÂNICO: Lactuca virosa L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Disseminada pelos terrenos secos e encostas pedregosas da Europa
Central e Meridional.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e o látex.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm clorofila, sais minerais, vitaminas e um
princípio amargo.
PROPRIEDADES: Sedativas: semelhantes às do ópio, embora, ao contrário deste, a
alface seja isenta de efeitos nocivos, de modo que se pode usar inclusivamente para
as crianças pequenas, a quem acalma o sono e ajuda a conciliar o sono.
Anti-afrodisíacas: ajuda a controlar a excitação sexual. Dioscórides dizia que “atalha
os sonhos venéreos e reprime o desordenado apetite de fornicar”.
Antitússicas: a alface é especialmente indicada nas tosses irritantes e na tosse
convulsa.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção durante 10 minutos, com 100 g
de alface por litro de água, da qual se ingerem três chávenas (xícaras) adoçadas com
mel durante o dia, e outra antes de deitar.
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NOME COMUM: Alfafa, luzerna.


NOME BOTÂNICO: Medicago sativa L.
GEOGRAFIA: China, América, África do Norte, Rússia. Esta planta é cultivada em
toda a Europa, incluindo Portugal.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas completas (com aminoácidos essenciais);
hidratos de carbono; fermentos; numerosos sais minerais, gordura, vitaminas A, C e
D. É rica também em vitamina K, de alta importância na alimentação e terapêutica.
PROPRIEDADES: Anemia por deficiências vitamínicas ou minerais. Raquitismo e
desnutrição. Úlcera gastroduodenal. Dispepsia e fermentações intestinais, pela sua
riqueza em enzimas. Prisão de ventre, pelo seu conteúdo em fibra vegetal.
MANEIRA DE PREPARAR: Como alimento associado, em forma de farinha, à
farinha de cereais. A planta tenra substitui os espinafres. Usa-se o suco da planta
diariamente (clorofila), 30 a 50 gramas. Emprega-se na debilidade geral, raquitismo,
tuberculose, escorbuto. A planta fresca tem mais valor. A planta seca pode fazer
parte das tisanas reconstituintes e de preparações vegetais hemostáticas (pela sua
riqueza em vitamina K).
ATENÇÃO: Contra-indicada ao grupo sanguíneo “0”.

NOME COMUM: Alfarrobeira.


NOME BOTÂNICO: Ceratonia siliqua L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Própria dos países mediterrânicos. Conhecem-se algumas variedades
na América.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (alfarrobas) e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa dos frutos, contém açúcares abundantes
(sobretudo sacarose) e pectina, assim como amido (3,8%), proteínas (4%), gorduras
(0,5%), celulose e sais minerais. As sementes contêm mucilagem.
PROPRIEDADES: As alfarrobas frescas são laxantes. Em contrapartida, a sua
farinha seca é antidiarreica, e além disso possui a propriedade especial de absorver
as toxinas do tubo digestivo. Dá um excelente resultado nas diarreias infantis, ao
ponto de ser um dos tratamentos mais utilizados nas gastroenterites dos lactentes.
Pode obter-se das sementes a goma da alfaroba, a qual forma no estômago um gel
viscoso que, devido ao seu grande aumento de volume de absorção de líquidos no
estômago, proporciona uma sensação de saciedade e tira o apetite, pelo que
costuma ser usada nas curas de emagrecimento. No intestino, a goma de alfarroba
tem um efeito emoliente (suavizante) e laxante.
MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: Farinha: vende-se em casas de produtos
naturais, e com ela prepara-se uma papa de sabor agradável que, ao mesmo tempo
que corta a diarreia, alimenta.
Goma: também se vende nas farmácias em cápsulas. A dose normal (salvo indicação
de preparados farmacêuticos) para tirar o apetite é de 0,5 a 1,5 g de goma de
alfarroba, meia hora antes de cada refeição, tomada juntamente com um copo de
água.
OUTRAS ALFARROBAS: Na Argentina cria-se a Alfarrobeira negra (Prosopis Nigra
L.) e na América Central e do Sul a chamada Alfarrobeira das Antilhas (Hymenaea
courbaril L.).
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NOME COMUM: Alfavaca-de-cobra.


NOME BOTÂNICO: Parietaria officinalis L.
FAMÍLIA: Urticáceas.
GEOGRAFIA: Cresce entre as gretas das rochas e dos muros. Difundida por toda a
Europa e regiões secas da América do Sul.
PARTES EMPREGADAS: Os caules e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os seus princípios activos são o nitrato potássico e os
flavonóides e as mucilagens.
PROPRIEDADES: Diurética, antiinflamatória e emoliente. Afecções das vias
urinárias, cólicas renais (ajuda a eliminar os cálculos), cistites e oligúria (urina
escassa). Ao mesmo tempo em que provoca um aumento na produção de urina,
descontrai, suaviza e desinflama os órgãos urinários. Externamente usa-se para
curar feridas, queimaduras, gretas dos lábios, da pele e do mamilo, e fissuras anais.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 40 a 60 gramas de planta (melhor se for fresca)
por cada litro de água, tomar 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: cataplasmas
da planta fresca esmagada, que se aplicam sobre a zona afectada.

NOME COMUM: Alfazema.


NOME BOTÂNICO: Lavandula officinalis, Lavandula stoechas L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Regiões meridionais da Europa e África. Floresce na primavera e no
Verão.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sumidades floridas contêm: resina, tanino, princípio
amargo, óleo essencial canforado, um glucósido e uma saponina, álcool terpénico
(linanol), ésteres, carbonato, valerianato.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas e, também, as folhas e os talos.
PROPRIEDADES: É digestiva, estimulante, antiespasmódica (contra as cólicas dos
intestinos), combate a putrefação dos intestinos, é antimicrobiana, tónica dos nervos
e do coração (coração nervoso), combate a tendência aos vómitos. Também é
empregada exteriormente no reumatismo (óleo de alfazema, tintura, etc.).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 30 a 40 gramas de sumidades floridas
e folhas, por cada litro de água. Tomar três chávenas (xícaras) por dia, adoçadas
com mel, depois das refeições.
Extracto fluído: ingerem-se 30 gotas, 3 vezes ao dia; Essência: a dose habitual é de
3 a 5 gotas, duas ou três vezes por dia.
Uso externo: essência de alfazema: algumas gotas espalhadas e esfregadas sobre a
pele; lavagens e compressas: emprega-se a mesma infusão utilizada para uso
interno, embora se possa preparar mais concentrada. Lavar directamente com ela as
úlceras e feridas, e embeber depois uma compressa que se coloca sobre a zona
afectada, durante 15 a 30 minutos.
HISTÓRIA: Desde tempos muito antigos, a alfazema é utilizada como produto de
beleza e de higiene. Durante o Império Romano, os patrícios e os cidadãos distintos
acrescentavam alfazema à água dos seus banhos.
ÓLEO DE ALFAZEMA: Dissolvem-se 10 gramas de essência em 100 gramas de
azeite de Oliveira e aplica-se como loção sobre a zona dorida. Também se pode
preparar deixando 250 gramas de planta seca em maceração durante duas semanas
num litro de azeite, filtrando-o depois.
ÁGUA DE ALFAZEMA: Dissolvem-se 30 gramas de essência num litro de álcool a
90º. Depois de deixar repousar a mistura por 24 horas, passa-se por um filtro de
papel e guarda-se em frascos bem vedados. Pode-se diluir com água, se se achar
que está demasiado concentrada.
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NOME COMUM: Alforva, Feno-grego.


NOME BOTÂNICO: Trigonella foenum graecum L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal, Espanha e outros países, parecendo ser oriunda da
Ásia, onde se cultiva em grande escala. Também existe no Norte de África.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes da Alforva contêm hexona, elemento dos
glúcidos (amidos, açúcares), dando mais de 5% de manosa, um alcalóide inócuo
chamado trigonelina (existindo nas sementes, flores e raízes); colina (aminoácido),
uma substância resinosa muito amarga; óleo graxo; saponina; 27% de proteínas,
mucilagem.
PROPRIEDADES: É altamente reconstituinte. O uso deste admirável vegetal faz
aumentar o apetite, o peso, a energia física e mental. O cozimento concentrado em
banhos de semicúpio, combate o hemorroidal, as fissuras do anus e alterações das
mucosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Fazer uma mistura em partes iguais, de sementes de
Alforva, associada com mel e azeite virgem, ou se se tolerar o gosto, óleo de fígado
de bacalhau. Para tomar uma colher de chá da mistura, em meio copo com água
morna, podendo ser adoçado com mel.

NOME COMUM: Aljôfar.


NOME BOTÂNICO: Lithospermum officinalis L., Lithospermum erythorryzon Sieb -
Zucc.
FAMÍLIA: Borragináceas.
GEOGRAFIA: Frequente em terrenos calcários de toda a Europa. Em Portugal surge
espontâneo nos arredores de Bragança e Vimioso. Pouco conhecido na América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é rica em cálcio, além de mucilagens e
pigmentos.
PARTES EMPREGADAS: As sementes e as folhas.
PROPRIEDADES: Utilizada para dissolver os cálculos urinários. É um potente
diurético uricosúrico (facilita a eliminação de ácido úrico). Dissolve as areias da urina
e pode chegar a dissolver um cálculo renal, especialmente se for composto por
uratos. Muito recomendada em caso de cólica renal e de gota.
Propriedades digestivas, pelo seu sabor amargo, é um tónico de todos os órgãos
digestivos: abre o apetite e facilita a digestão.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50-100 g por litro de água, da
qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias. Antigamente ingeriam-se as
sementes trituradas.
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NOME COMUM: Alperce, damasco.


NOME BOTÂNICO: Prunus armeniaca L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: A sua origem é do Norte da China, ainda se encontra em estado
selvagem.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Rica em sais minerais alcalinos, sendo de salientar a sua
pobreza em sódio e a sua riqueza em potássio. Contém vários oligoelementos, como
o manganés, o flúor, o cobalto e o boro. É rico em açúcares (levulose e glucose).
Nos alperces secos (em passas), as proteínas atingem um valor importante (até
5%); o mesmo acontecendo com o ferro, que é um dos seus principais minerais. No
entanto, o componente mais notável dos alperces, tanto frescos como secos, é o
beta-caroteno ou provitamina A.
PROPRIEDADES: Usado na secura da conjuntiva, prurido ou irritação crónica da
conjuntiva, perda da acuidade visual devido à atrofia da retina e cegueira nocturna.
Anemia ferropénica. Afecções da pele e mucosas. Aumenta a resistência às infecções.
Recomenda-se em caso de faringite crónica, sinusite e eczemas.
Afecções nervosas (astenia, depressão, nervosismo e inapetência. Afecções
digestivas: frutos secos (em passas) são laxantes, os frutos maduros são
adstringentes.
MANEIRA DE PREPARAR: Fresco e bem maduro. Seco (em passas). Conserva
(compotas e doces). Cura de damascos (faz-se comendo, durante 15 dias, meio quilo
de alperces bem maduros por dia, de preferência ao jantar como prato único. Podem
ser acompanhados com torradas).
HISTÓRIA: Foi trazida da Grécia por Alexandre, o Grande, no regresso das suas
conquistas na Índia. Da Grécia passou a Roma, de onde o seu cultivo se estendeu
para toda a zona mediterrânica.

NOME COMUM: Alga perlada.


NOME BOTÂNICO: Chondrus crispus Lyngb.
FAMÍLIA: Gigartináceas.
GEOGRAFIA: Vive nas rochas submarinas do Atlântico Europeu, desde a Irlanda até
ao Sul da Península Ibérica.
PARTES EMPREGADAS: Os talos (toda a alga).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Além de 80% de mucilagem, o talo contém iodo,
provitamina D e sais minerais. O seu princípio activo mais importante é a mucilagem.
PROPRIEDADES: Emolientes, expectorantes e laxantes. O seu uso também é
indicado nos casos de bronquite e catarros, pois facilita a expectoração, alivia a tosse
e desinflama as vias respiratórias. Indicado também em caso de gastrite, inflamação
intestinal por colite ou prisão de ventre crónica. Indicado para combater as úlceras
provocadas pela Helico bacter pylori (cura as úlceras no grupo sanguíneo “O” e “B”,
pois são os grupos com mais prê-disposição mórbida a úlceras).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 10 g de alga por litro de água.
Faz-se ferver durante 5 minutos. Bebem-se dois ou três copos por dia.
HISTORIA: Esta alga começou a ser usada na Irlanda em meados do século passado
e, desde essa altura, têm aumentado as suas aplicações medicinais.
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NOME COMUM: Aliária.


NOME BOTÂNICO: Alliaria officinalis Andrz.
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Frequente em regiões montanhosas e frias da Europa. Também se
encontra no continente americano.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira fresca, sem a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém glicósidos sulfurados semelhantes
ao alho, além de sinigrina (glicósido também presente na mostarda) e óleos
essenciais.
PROPRIEDADES: Propriedades diuréticas, estimulantes e anti-sépticas. Útil em:
astenia e fadiga primaveris. Muito apropirada para fazer uma cura depurativa.
Recomendada especialmente aos obesos, gotosos, artríticos e hipertensos.
Feridas renitentes e úlceras da pele. Depois de lavadas com suco fresco de aliária,
cicatrizam mais rapidamente, graças à acção revitalizante e desinfectante da planta.
Depois de se lavar a ferida, para reforçar o efeito cicatrizante, pode-se colocar sobre
ela uma compressa no mesmo líquido (água com suco fresco de aliária).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: suco fresco: a melhor forma de aproveitar
ao máximo as suas virtudes é utilizar o suco fresco da planta. Para isso tritura-se
num almofariz e espreme-se num pano de algodão ou, de maneira mais rápida,
usando um aparelho de fazer sucos. Tomar duas colheres de suco depois de cada
refeição.
Uso externo: lavagens: as feridas e úlceras da pele lavam-se com água fervida, a
que se acrescentam duas colheres de suco fresco por cada copo.
Compressas: depois de lavada a ferida, coloca-se-lhe em cima um pano de algodão
embebido nessa mesma água com suco fresco.

NOME COMUM: Alho.


NOME BOTÂNICO: Allium sativum L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: O alho é oriundo da Ásia e chegou ao Oriente há 4000 anos,
aproximadamente. Presentemente o alho é cultivado em todas as partes do mundo
oriental e ocidental.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui vitamina A e C. Contém uma essência, formada
por três essências: uma oxigenada e as outras duas sulfurosas. O sulfureto é o
principal elemento químico do alho e muito activo. Por acção de um fermento contido
nos dentes, a alinase converte-se em alicina e, depois, em dissulfureto de alilo, já
com o odor característico do alho. A substância chamada alicina não tem odor;
porém, possui propriedades antimicrobianas (acção bacteriostática), paralisando a
virulência de certos tipos de micróbios patogénicos. Pode mesmo matar estes.
PROPRIEDADES: Tem acção sobre as artérias, combatendo a esclerose. É diurético,
combate a putrefação intestinal, estimula a função dos intestinos, é microbicida, sem
afectar a flora normal dos intestinos nem os elementos químicos defensivos das
células (interferons, etc);
É vermicida, é vasodilatador, dissolve o ácido úrico, combatendo o reumatismo
artrítico e, mesmo, o reumatismo infeccioso; é, como a cebola (Allium cepa),
fluidificante do sangue; é útil em todas as doenças de origem microbiana, icluindo o
tifo, a tuberculose, a cólera, o coli, a pneumonia, tosse e bronquite.
MANEIRA DE PREPARAR: O alho cru é o que reúne todas as suas virtudes. Cozido,
perde muito dos seus valores terapêuticos e condimentares. A parte empregada são
os chamados dentes de alho; raras vezes as folhas. Cozimento: 25 gramas de
cabeças por litro de água, para tomar adoçado com mel várias vezes ao dia, fora das
refeições. Usado cru, tomam-se dois, quatro ou seis dentes por dia. Ninguém tolera
maior quantidade. Na bronquite purulenta ou fétida, ou na tuberculose, reumatismo,
tensão arterial, na verminose, etc. É preferível usar o alho cru ou em tintura. As
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 21
pessoas que têm gastrites, úlceras e dispepsias devem evitar o alho cru e
trocar por cápsulas ou alho homeopatizado na dose 5 CH, cinco vezes ao dia antes
das refeições.
A tintura de alho usa-se na dose de 15 a 20 gotas, duas vezes por dia (reumatismo,
tensão arterial).
NOTA: O alho envelhecido e tomado em cápsulas tem mais propriedades
terapêuticas do que o alho comum.

NOME COMUM: Alho-porro, alho francês.


NOME BOTÂNICO: Allium porrum L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Próprio das regiões do sul da Europa e do Oriente, onde continua a
crescer de modo espontâneo.
PARTES EMPREGADAS: Caules.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono (12,3%), mais ácido fólico (64,1
mg/100g). Cálcio (59 mg/100g), o magnésio (28mg/100g) e o ferro (2,1 mg/100g).
PROPRIEDADES: Artrite úrica: o nosso organismo produz diariamente ácido úrico
como resíduo do metabolismo das proteínas, que se elimina com a urina. Quando se
produz em excesso, o ácido úrico tende a depositar-se nas articulações, causando
inflamação e dor (arrtrie). É um bom alcalinizante e diurético. Bronquite e sinusite,
pela sua acção mucolítica (fluidifica a mucosidade) e anti-séptica da sua essência.
Prisão de ventre, pela acção laxante da sua fibra. Pode produzir flatulência intestinal.
MANEIRA DE PREPARAR: Cru em salada. Cozido ao vapor. Cozinhado: usado em
sopas.
NOTA: Contra-indicada ao grupo de sangue “0”.

NOME COMUM: Almeirão.


NOME BOTÂNICO: Chicorium intybus.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em quase toda a Europa e em certas outras partes do mundo
de clima temperado, mediterrânico.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui certo teor vitamínico. As raízes contêm inulina
(não confundir com insulina), açúcares, particularmente levulosa, e um princípio
amargo. As folhas contêm inulina e levulosa, além de muitos sais, entre eles os de
potassa. As flores possuem cicoridina, em forma de glucósido, de gosto muito
amargo. A planta deve conservar-se seca, em lugar seco e frasco ou caixa tapada. É
que ela atrai fortemente a humidade, através do ar atmosférico, que prejudica
grandemente as suas propriedades e, consequentemente, a conservação da planta.
PROPRIEDADES: a raiz e as folhas são usadas nas doenças de fígado, reumatismo,
na falta de apetite, nas doenças das vias urinárias, na gota (artritismo), cálculos, na
prisão de ventre (laxante suave). É neutralizante dos ácidos do estômago e do
sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: em infusão e decocção: 20 a 30 gramas das raízes ou
folhas, para 1 litro de água. Para tomar no intervalo das refeições, duas a três vezes
ao dia.
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NOME COMUM: Alteia (malvaisco).


NOME BOTÂNICO: Althaeia officinalis.
FAMÍLIA: Malváceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se, em especial, perto dos lugares húmidos, dos lagos e de
outros locais.
PARTES EMPREGADAS: Sobretudo a raiz, devendo ser colhida quando a planta
tenha atingido suficiente plenitude. As raízes devem ser raspadas, até que fiquem
brancas. As folhas também são usadas medicinalmente, assim como as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Mucilagem, pectina, amido, sacarose, galactose, óleo,
asparagina, ácido málico, matéria corante, albumina, sais diversos.
PROPRIEDADES: Emoliente, laxante mucilaginoso, peitoral, anti-hemorroidal (nas
hemorróidas inflamadas), na úlcera gástrica e intestinal, misturada com Alcaçuz.
Misturada ainda com verbasco, tussilagem e alcaçuz, proporciona uma bela tisana na
inflamação dos brônquios, na tosse, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 25 a 30 gramas por 1 litro de água, em forma de
cozimento, seguido de infusão durante 1 a 2 horas. Para tomar com mel ou açúcar,
durante o dia, fora das refeições, 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia. Folhas e flores:
20 gramas por litro. Infusão: 1 hora.

NOME COMUM: Alquemila, Pé de leão.


NOME BOTÂNICO: Alchemilla vulgaris L.
FAMÍLIA: Rosáseas.
GEOGRAFIA: Prados e pastagens húmidas de regiões montanhosas da Europa,
América do Norte e parte sul da América do Sul.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta, incluindo a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém abundante tanino, assim como
ácido salicílico e diversos ácidos gordos.
PROPRIEDADES: Transtornos ginecológicos: a sua principal aplicação são as dores
menstruais (dismenorreia) e o corrimento vaginal (leucorreia). Neste último caso
aplica-se em irrigações vaginais.
Problemas do aparelho digestivo: diarreia, colite crónica, gastrite, e também quando
existe inapetência.
Irritação da garganta: aplica-se por meio de gargarejos, além de ingerir a decocção.
Feridas e úlceras cutâneas: em forma de compressas e lavagens.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: colocar toda a planta e ferver em meio litro
de água. Tomar 4 chávenas (xícaras) ao dia.
HISTÓRIA: A Alquemila já foi estudada por Dioscórides no século I d.c. Andrés de
Laguna (séc. XVI), seu tradutor e comentarista, recomendava os banhos no
cozimento desta planta para “apertar e cerrar as partes baixas”, garantindo que
assim se restituía a virgindade perdida. O famoso médico espanhol prescrevia
também a decocção para as mulheres porque “torna as tetas como maçãzinhas”.
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NOME COMUM: Amieiro negro.


NOME BOTÂNICO: Rhamnus frangula L.
FAMÍLIA: Ramnáceas.
GEOGRAFIA: Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca, quando seca, contém glucofrangulina e
frangulina, emodina e outros derivados glucósido. Constituintes activos
condicionadores dos seus efeitos terapêuticos. A casca fresca ou recentemente
cortada é de débil valor terapêutico, em relação à casca envelhecida, com mais de
um ano, porque os elementos químicos da casca recente, considerados princípios
activos, antroglucósidos e outros derivados, não apresentam o valor químico da
casca seca, que, com a oxidação produzida à custa de um fermento chamado
ramnus-diástese, forma os já mencionados glucósidos antraquinónicos. A oxidação
natural transforma o glucósido glucofrangulina em franguloemodina. A dita oxidação
dá origem a modificações que permitem que a casca (quando recente), em vez de
vomitiva, se transforme em laxante-colagogo, de apreciado valor terapêutico. A
transformação feita pelo fermento é muito lenta, levando quase um ano. Portanto a
casca do Amieiro, quando verde, é vomitiva; quando seca, é laxativa e colagoga. As
folhas do Amieiro possuem, além de outros elementos químicos, viatmina C.
PROPRIEDADES: A casca seca é muito parecida com a Cascara sagrada (Rhamnus
purshiana) da América do Norte. O seu principal emprego é na prisão de ventre
crónica e na deficiência vesicular.
MANEIRA DE PREPARAR: O cozimento da casca velha é a preparação mais activa:
2 a 4 gramas para 2 decilitros de água, fervendo 2 minutos, estando 1 a 2 horas de
infusão, até arrefecer. Coar. Para tomar por duas vezes, metade em jejum e a
restante metade ao deitar.

NOME COMUM: Amor de Hortelão.


NOME BOTÂNICO: Gallium aparine L.
FAMÍLIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: Margens dos rios e noutros locais. Encontramos esta planta nos
arredores de Lisboa, incluindo Sintra e outros lugares.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glucósido, chamado asperulósido,
substâncias sapónicas, vitamina C, sais.
PROPRIEDADES: Antiescorbútica e diurética. Alguns Homeopatas empregam-na nas
formações nodulares da língua, considerando-a como anticancerosa.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas por litro de água. Depois de ferver 2 minutos,
deverá estar uma hora de infusão. Para tomar três chávenas (xícaras) por dia.
Em Homeopatia, é empregada a tintura feita com a planta verde em álcool a 70
graus.
É recomendada a infusão em lavagens à boca, no cancro (câncer) da língua e úlceras
de mau carácter.
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NOME COMUM: Ananás.


NOME BOTÂNICO: Ananás comosus Merr.
FAMÍLIA: Bromeliáceas.
GEOGRAFIA: Cultiva-Se nas regiões tropicais da América, Ásia e da Oceânia. As
ilhas do Havai, a Tailândia e o Brasil são os seus principais produtores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono (11%). Vitaminas C, B1 e B6.
Minerais (manganês, cobre, potássio, magnésio, ferro. Ácidos cítrico e málico.
Bromelaína (enzima ou fermento de acção proteolítica, ou seja, capaz de “romper as
moléculas das proteínas deixando livres os aminoácidos que as formam). Ajuda na
digestão.
PARTES EMPREGADAS:
PROPRIEDADES: Anti-acido. Hipocloridria (falta de sucos gástricos), que se
manifesta por digestão lenta e peso no estômago. Ptose gástrica, causado pela
incapacidade do estômago para esvaziar o seu conteúdo (atonia gástrica). Obesidade
(diurético e digestivo). Esterilidade. Cancro do estômago (foi demonstrado que o
ananás é um potente inibidor de formação de nitrosaminas).
MANEIRA DE PREPARAR: Cru: sobremesa para auxiliar na digestão. Suco: deve
ser bebido lentamente devido à sua acidez. Em conserva: continu a ter as suas
vitaminas, minerais e fibras, mas é pobre na sua enzima bromelaína.
ATENÇÃO: Não se recomenda o ananás durante a fase activa da úlcera
gastroduodenal, pois neste caso existe habitualmente um excesso de sucos gástricos.

NOME COMUM: Anémona hepática.


NOME BOTÂNICO: Anemone hepatica L, Hepatica nobilis L.
FAMÍLIA: Ranunculáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se em terrenos calcários e montanhosos de toda a Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém glicósidos, saponina e anemonol,
substância tóxica quando a planta está fresca.
PARTES EMPREGADAS: As folhas secas.
PROPRIEDADES: Anti-inflamtória e descongestiva do fígado, pelo que se trata de
mais um remédio a ter em conta no caso de afecções hepáticas (icterícias, hepatites,
cirroses, etc). Também é diurética.
Externamente, utiliza-se como vulnerária e cicatrizante em caso de feridas e úlceras
da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: maceração: prepara-se com 30 g de folhas
secas num litro de água, durante 12 horas. Tomam-se 2 a 3 chávenas (xícaras)
diárias, adoçadas com mel.
Compressas: empapadas no líquido resultante da maceração. Aplicam-se sobre a
zona da pele afectada.
HISTÓRIA: As folhas desta pequena e linda planta, que parecem lembrar os lóbulos
anatómicos do fígado, terão possivelmente inspirado os médicos renascentistas a
utilizá-la nas doenças hepáticas.
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NOME COMUM: Anona, graviola.


NOME BOTÂNICO: Annona cherimola L.
FAMÍLIA: Anonáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se espontaneamente nos planaltos dos andinos do Equador e do
Peru, entre 1000 e 2000 metros de altitude. Cultiva-se actualmente em toda a
América Central, no Sudeste Asiático e nos países mediterrâneos.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Rica em açúcares (mais de 21,6%). Entre eles
predominam os açúcares frutose e sacarose. Baixo conteúdo em proteínas e em
gorduras. Vitaminas B1 e B2. Minerais (cálcio, fósforo, ferro e potássio). O seu
conteúdo energético é de 94Kcal/100g.
PROPRIEDADES: Usado para a insuficiência cardíca. Diurética. Afecções do
estômago (gastrite e úlcera gstroduodenal). Obesidade (cria saciadade).
MANEIRA DE PREPARAR: Fruto fresco: é a forma habitual de comer a anona.
Assim se disfruta plenamente o seu sabor delicado e aproveitam-se todas as suas
propriedades dieto-terapêuticas.
OUTRAS ANONAS: Guanabano (annona muricata L – adstringente, colagogo e
digestivo. Usado em prisão de ventre, obesidade, hipertensão, doenças cardíacas e
diabetes). Ata (Annona squamosa L). Fruta-do-conde (Annona reticulata).

NOME COMUM: Anis verde ou Erva-doce.


NOME BOTÂNICO: Pimpinela anisum L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Existe aclimatada em Portugal e em outros países da Europa,
crescendo espontaneamente.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm resina, clorofila, óleo essencial fixo. O
cheiro do anis deve-se, especialmente, ao anetol e ao metil. Também contém
produtos de oxidação, aldeído e pequenas quantidades de cetona, anísico (fenona).
PROPRIEDADES: É expectorante, tónica e estomacal; activa a formação do leite às
senhoras que amamentam; estimula a função menstrual e favorece a eliminação dos
gases (às crianças e adultos).
MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá com sementes por chávena (xícara) com
água fervente, estando 20 minutos de infusão, com o recipiente bem tapado, para
não perder o aroma. A infusão pode ser enriquecida com outras sementes
aromáticas.

NOME COMUM: Anis estrelado.


NOME BOTÂNICO: Ilicium anisatum L.
FAMÍLIA: Magnoliáceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A mesma do anis verde.
PARTES EMPREGADAS: frutos (estrelas).
PROPRIEDADES: Emprega-se nos mesmos casos do Anis verde.
MANEIRA DE PREPARAR: a mesma indicada para o Anis verde.
ATENÇÃO: Contra-indicada em diabéticos.
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NOME COMUM: Antenária.


NOME BOTÂNICO: Antennaria dioica Gaerth.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Difundida pelos prados das montanhas de toda a Europa. Também se
encontra na costa ocidental da América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: Os capítulos florais fêmeas (rosados) secos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, mas especialmente os capítulos florais
fêmeas, contêm mucilagem a que se deve a sua acção béquica (alivia a irritação da
garganta), expectorante e anti-inflamatória sobre as vias respiratórias. Na sua
composição também se encontram flavonóides.
PROPRIEDADES: A sua principal aplicação: as afecções respiratórias: faringite e
laringite (alivia o ardor e a irritação na garganta), tosse seca e catarros brônquicos
(abranda a mucosidade e facilita a expectoração).
Também se pode usar em disquinésias (vesícula preguiçosa ou atónica), em
combinação com outras plantas sobre as vias biliares.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 a 40 g de capítulos florais
fêmeas, secos por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias,
adoçadas com mel.
Uso externo: gargarejos de 5 a 10 minutos, 3 vezes por dia, com a mesma infusão
que se usa internamente, procurando não engolir o líquido.
HISTÓRIA: Também conhecida como “pé de gato”, toda esta planta evoca a
suavidade desse animal. As suas flores fazem lembrar a almofada que encobre as
garras do felino.
É usada desde o século XVIII. Durante algum tempo, atribuiram-lhe propriedades
anticancerosas e curativas da tuberculose, que não puderam ser demonstradas.

NOME COMUM: Alquequenje.


NOME BOTÂNICO: Physalis akekengi L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Cresce na Europa Central e Meridional, assim como em regiões
temperadas da América Central e do Sul. Cresce perto das vinhas e dos bosques.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (bagas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As bagas são muito ricas em vitamina C (mais do que o
limão), assim como em ácidos orgânicos (cítrico e málico), caroteno (provitamina A),
fisalieno (corante vermelho), e apresentam indícios de alcalóides.
PROPRIEDADES: Litíase urinária: favorece a dissolução dos cálculos de sais úricos e
a eliminação de areias. Impedem que os sedimentos urinários se precipitem para
formar novos cálculos.
Gota e artrite úrica: facilitam a eliminação do ácido úrico (acção uricosúrica).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: bagas frescas ou secas, à razão de 10 a 20
pela manhã, outras tantas ao meio-dia.
Decocção: de 50 a 100 g de bagas por litro de água, de que se tomam 3 ou 4
chávenas por dia.
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NOME COMUM: Arando ou uva-do-monte, mirtilos.


NOME BOTÂNICO: Vacinium myrtillus L.
FAMÍLIA: Ericáceas.
GEOGRAFIA: Habita em Portugal. É abundante na serra do Gerez e na serra de
Sintra. Existe me vários países da Europa. Na Grécia e na Itália, somente nas
montanhas elevadas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido tânico, quercelina, arbulina, ácido quínico, ericolina
(substância amarga, de natureza glucósida), vitamina C, açúcares, ácidos orgânicos e
outros valiosos elementos químicos, permitindo efeitos terapêuticos valiosos em
numerosas doenças.
PROPRIEDADES: A arbustina, que é rica, permite que o Arando seja um bom
desinfectante das vias urinárias, da bexiga e na colite em que haja putrefações,
gases, etc. Também favorece a expulsão de pequenos vermes (oxiúros).
É empregada há muitos anos nas diabetes, dando óptimo proveito nesta doença,
especialmente nos casos menos graves. Os elementos químicos que contém são de
efeito estimulante sobre a secreção mistilina pancreática. As folhas e também as
bagas, possuem uma substância activa, que alguns autores classificam de insulina
vegetal. A mistilina não é somente estimulante pancreática, como também actua à
semelhança da insulina.
Parece que a hidroquinona livre das folhas do Arando desempenha um grande papel
na diminuição da taxa de glicose do sangue, o Arando tem também acção
hemostática, servindo nos casos de hemorroidal com sangue, nas colites mucosas e
sanguíneas, nas úlceras dos intestinos e estômago, diarreia, etc. Deve-se esse efeito
à acção adstringente das folhas e bagas.
MANEIRA DE PREPARAR: Podem ser usadas as folhas e as bagas conjuntamente
na mesma preparação (cozimento). Dose: 1 colher de sopa cheia com folhas e
algumas bagas, por chávena (xícara). Ferver 2 ou mais minutos. Infusão: 30 minutos
a 1 hora. Coar. Três chávenas (xícaras) por dia, para tomar perto das refeições.
Também é usada a tintura (20, 40 ou 50 gotas por dia) ou a alcoolatura: 30 gotas,
duas vezes ao dia. É também utilizado nas flebites e outras doenças das veias.

NOME COMUM: Arenária.


NOME BOTÂNICO: Arenaria rubra ou Arenaria sperguliaria.
FAMÍLIA: Cariofiláceas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora Europeia e existe em diversas regiões do mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém princípios aromáticos, diuréticos e anti-sépticos.
PROPRIEDADES: Emprega-se na cistite catarral, areias nos rins e bexiga, cólicas
renais, cálculos.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água. Cozimento de 2
minutos. Infusão: 1 a 2 horas. Coar. A planta seca tem mais propriedades. Também
pode ser tomada em forma de xarope, tintura e extracto fluido.
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NOME COMUM: Argentina.


NOME BOTÂNICO: Potentilla anserina L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Europa, salvo a costa mediterrânea. Comum em todo o continente
americano. Encontra-se nos solos ricos e húmidos.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, flavonóides, ácidos
orgânicos, colina, princípios amargos e glícidos.
PROPRIEDADES: antiespasmódicas: acalma as cólicas, especialmente as intestinais,
mas também as biliares e nefríticas. Emprega-se no caso de dismenorreia e
espasmos uterinos.
Antidiarreica: mostra-se muito eficiente nos casos de gastrenterite e diarreias
infecciosas.
Aperitiva e digestiva: abre o apetite e facilita a digestão.
Externamente aplica-se em compressas sobre as hemorróidas, para desinflamá-las e
reduzir-lhes o tamanho.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 a 50 g de planta por litro
de água. Tomar de 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias.
Uso externo: compressas: aplicar a mesma decocção que se usa internamente, para
empapá-las. Colocam-se sobre as hemorróidas durante 5 a 10 minutos, 2 ou 3 vezes
ao dia.

NOME COMUM: Arnica.


NOME BOTÂNICO: Arnica montana L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa, sendo espontânea nas diferentes
regiões das nossas províncias. Existe na América central, Meridional e do Norte, Na
Ásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém matéria resinosa unida ao princípio aromático da
planta; ácido gálico, goma, óleo corante azul, saponina e sais diversos. Substâncias
heterosódicas flavónicas.
PARTES EMPREGADAS: Capítulos e rizomas.
PROPRIEDADES: Febres intermitentes, paralisia de origem cerebral (favorece a
reabsorção dos derrames), debilidade geral, desinteria, tosse convulsa, etc.
Exteriormente é utilizada para edemas em pomadas, gel ou compressas (atenção, se
na região afectada tiver feridas ou escoriações da pele, não utilizar Arnica, mas sim a
Calêndula officinalis, pois esta é para edemas com feridas).
MANEIRA DE PREPARAR: Nos derrames cerebrais, sempre seguidos de paralisia, a
tintura, usada internamente, 5, 10 a 20 gotas por dia, é por vezes um efeito
prodigioso. Infusão das flores: 4 gramas por litro de água.
NOTA: A tintura de Arnica, associada à tintura de Crataegus, tem um efeito
terapêutico sobre o coração e artérias.

NOME COMUM: Arroz.


NOME BOTÂNICO: Oryza sativa L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: É o cereal mais disseminado em todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: Os grãos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O arroz integral tem mais Proteínas, gorduras, hidratos
de carbono, vitamina B1, B2, B6 e niacina.
PROPRIEDADES: Diarreias em geral. Hipertensão arterial. Afecções cardíacas.
Colesterol.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozinhado. Flocos de arroz (galetes), água de arroz para
as diarreias. Bebida de arroz.
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NOME COMUM: Assa-fétida.


NOME BOTÂNICO: Ferula assafoetida L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Planta originária do continente asiático. Cresce especialmente no Irão
(Irã), na Turquia e no Afeganistão, mas é conhecida em todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: A goma ou resina que escorre do tronco e da raiz da
planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial sulfuroso, que lhe dá a sua fetidez.
PROPRIEDADES: Antiespasmódico e sedativo. Alivia de forma imediata as cólicas,
as flatulências e contorções intestinais. É também muito eficaz em caso de asma,
tosse convulsa, espasmo da laringe com sensação de asfixia (o chamado crupe ou
garrotilho) e palpitações nervosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: lágrimas: a assa-fétida apresenta-se em
forma de grãos de goma, chamados “lágrimas”, de que se tomam até 8 por dia. Para
atenuar o seu insuportável fedor, amassam-se com miolo de pão e engolem-se como
uma pílula.
Uso externo: enemas: contra os espasmos digestivos, é preferível aplicá-la em forma
de enema (clister), que se prepara com uma infusão com 4 a 5 g de assa-fétida em 2
litros de água a ferver.

NOME COMUM: Artemísia (Artemísia verdadeira).


NOME BOTÂNICO: Artemísia vulgaris L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora Portuguesa e estrangeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo volátil e princípio amargo. A essência
contém cineol, além de outros elementos químicos. Encontram-se também pequenas
quantidades de ademina e colina.
PROPRIEDADES: Estimulante geral, estomáquica, febrífuga, anti-helmíntica,
antiespasmódica e emenagoga, muito empregada nos acidentes nervosos.
Externamente é empregada em lavagens e irrigações, úlceras e inflamações da
vagina.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 10 a 15 gramas por litro de água. Coar. Para
tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia. Não deve ser tomada havendo
suspeita de gravidez.

NOME COMUM: Ásaro.


NOME BOTÂNICO: Asarum europaeum L.
FAMÍLIA: Aristoloquiáceas.
GEOGRAFIA: Ocorre nos bosques de árvores frondosas do continente europeu.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém asarina, que é um poderoso
irritante das mucosas digestivas; óleo essencial, taninos, resinas e flavonóides.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz.
PROPRIEDADES: Emético: pode-se usar para provocar o vómito em caso de
intoxicação oral, dá bons resultados na intoxicação por álcool etílico.
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NOME COMUM: Aveia.


NOME BOTÂNICO: Avena sativa L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Originária do Sul da Europa. A sua cultura estendeu-se aos cinco
continentes.
PARTES EMPREGADAS: A palha e os grãos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os grãos contêm 60 a 70% de amido e outros glícidos
(hidratos de carbono); 14% de proteínas; 7% de lípidos (gorduras), entre os quais se
encontra uma proporção significativa de lecitina; vitaminas do grupo B; ácido
pantoténico; enzimas, minerais, sobretudo cálcio e fósforo; oligoelementos diversos;
e um alcalóide (avenina).
O farelo de aveia é rico em silício e em vitaminas A e B.
PROPRIEDADES: Os grãos têm efeitos tonificantes e equilibradores sobre o sistema
nervoso; é por isso que é indicada nos casos de depressão, nervosismo, insónia e
esgotamento físico ou mental. Os que sofrem de stress ou impotência sexual.
Problemas de gastrite, de colite e de outras afecções digestivas.
O farelo de aveia tem efeito sedativo sobre o sistema nervoso, tanto ingerido por via
oral em forma de infusão, como aplicado externamente na água do banho. Tem
efeito redutor sobre o nível de colesterol no sangue. Esta diminuição afecta o
colesterol chamado nocivo (LDL), enquanto que não influi sobre o colesterol protector
ou “bom” (HDL), que, como recentemente se descobriu, actua evitando a
arteriosclerose.
MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: os flocos (sementes prensadas) cozinhados
com leite de soja ou caldo de hortaliça.
Infusão: prepara-se com uma colher de sobremesa por chávena (xícara). Tomam-se
duas a três chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: banho relaxante – a infusão serve também para acrescentar à água do
banho na proporção de um litro por banheira de tamanho médio, com o que se
obtém um efeito relaxante.

NOME COMUM: Asclépia.


NOME BOTÂNICO: Asclepias tuberosa L.
FAMÍLIA: Asclepiadáceas.
GEOGRAFIA: Planta originária da América do Norte, onde se cria em solos secos
arenosos. Na Europa, cultivam-se algumas espécies similares como plantas
ornamentais.
PARTES EMPREGADAS: A raiz seca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O princípio activo mais importante desta planta é a
asclepiadina, um glicósido semelhante ao da dedaleira. Também contém óleo
essencial, resina, amido, mucilagens e tanino.
PROPRIEDADES: A raiz da planta possui um acentuado efeito expectorante e
sudorífico. Associando-se a outros tratamentos, obtêm-se com esta planta bons
resultados nos casos de catarro brônquico, bronquite aguda e crónica, e peneumonia.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de uma colherada de raiz seca e
triturada por cada chávena (xícara) de água. Tomar 1 ou 2 chávenas (xícaras)
diárias.
ATENÇÃO: As folhas e o caule podem produzir intoxicações se forem ingeridos
frescos, devido a conterem um glicósido tóxico que desaparece com a secagem.
Outras espécies:
Asclepias curassavica L.
Asclepias incarnata L.
Asclepias speciosa Torr., Asclepias syriaca L.
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NOME COMUM: Aveleira.


NOME BOTÂNICO: Corylis avelano L.
FAMÍLIA: Betuláceas.
GEOGRAFIA: Nas regiões montanhosas da Europa e da América do Norte. Cultiva-se
nos países mediterrânicos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A avelã contém óleo, com glicerídeos de ácido oléico,
esteárico e palmítico. Possui também fitosterina, uma proteína (corilina), sacarose. A
casca dos ramos contém igualmente, entre outros elementos químicos, matérias
tânicas, um hidrocarboneto, etc. O pólen contém gordura, açúcar invertido e enzimas
ou fermentos, amidose, etc. A avelã (fruto ou noz da avelã) contém, além do já
referido óleo, vitaminas A, B e C. As folhas são ricas em tanino e outros elementos
químicos.
PROPRIEDADES: A avelã é um alimento de grande valor (gordura, azoto, proteínas,
etc.). Em lavagens nas hemorróidas, hemorragias, corrimento vaginal, na
cicatrização das feridas, em forma de loção e compressas. Parece que a avelã contém
uma substância química que faz aumentar a tensão arterial, pelo que os hipertensos,
na opinião de Naturopatas e especialistas, não deveriam usar este fruto, ao contrário
dos que sofrem de tensão baixa (hipotensos). Quem tem prisão de ventre não deve
usar a casca e as folhas da Aveleira, pois com o seu emprego aumentariam a
obstipação.
A avelã possui radioactividade, sendo útil nos pacientes que tenham cancro (câncer).
MANEIRA DE PREPARAR: As folhas e as cascas usam-se em cozimento - 30 a 40
gramas por litro de água, em lavagens nas hemorróidas, hemorragias, corrimento
vaginal, na cicatrização das feridas, em forma de loção e compressas.

NOME COMUM: Avenca (capilária).


NOME BOTÂNICO: Adiantum capilus-veneris L.
FAMÍLIA: Polipodáceas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa (continente), existindo também nos
Açores e em Cabo Verde. Encontra-se em lugares húmidos, nas fontes e poços.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui quantidade imponderável de essência, matéria
tânica (tanino), mucilagem, um princípio amargo, etc.
PROPRIEDADES: É usada para combater os catarros brônquicos e pulmonares,
estando, por isso, indicada como peitoral (tosses, bronquites, etc).
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da planta: 20 gramas por litro de água, adoçar
com mel. Para tomar quente, às chávenas (xícaras), durante o dia.
Uma mistura de Avenca com Pulmonária, Tussilagem e Verbasco constitui uma boa
tisana, muito útil nas doenças do aparelho respiratório.
Xarope de avenca: 200 gramas por 1 litro de água. Deixar ferver por algum tempo.
Coar. Juntar quantidade de açúcar mascavado ou escuro em peso igual ao do
conjunto obtido. Voltar a levar ao lume, fervendo alguns minutos. Juntar algumas
colheradas de mel. Para tomar às colheres de sopa durante o dia.
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NOME COMUM: Azedas.


NOME BOTÂNICO: Rumex acetosa L.
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Comum nos prados montanhosos de toda a Europa. Também se
encontra nas regiões temperadas e frias do continente americano.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém 1,3% de oxalato de potássio, assim
como ácido oxálico, glicósidos antraquinónicos em pequena quantidade, vitamina C e
sais de ferro.
PROPRIEDADES: Aperitiva, antiescorbútica, refrescante e tonificante. Facilita a
digestão. Recomendável aos debilitados por doenças infecciosas e aos anémicos.
Emoliente e cicatrizante em aplicação externa: alivia a acne e as erupções cutâneas.
O seu sumo (suco) fresco limpa as úlceras e as feridas infectadas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 30 g de folhas por litro de água, à
razão de 2 a 3 chávenas (xícaras) diárias.
Uso externo: loção de sumo (suco) fresco sobre a zona da pele afectada.
Cataplasmas de folhas cozidas.
ATENÇÃO: Não exceder as doses indicadas. Se se comerem fervidas, aconselha-se a
deitar fora o caldo, pela grande quantidade de ácido oxálico que contém. Evitar usar
em caso de gota, artrismo ou litíase renal.

NOME COMUM: Alface.


NOME BOTÂNICO: Lactuca sativa.
FAMÍLIA: Compositae.
GEOGRAFIA: Originária da Ásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O suco contém vitaminas A, B e C, sais minerais,
albumina, asparagina, lactucina.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
PROPRIEDADES: Sedativas, digestivas, acalma as palpitações e alivia os
reumáticos.

NOME COMUM: Amendoim.


NOME BOTÂNICO: Arachis hipogaea.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Medra no Brasil e trópicos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A semente de amendoim tem aproximadamente 44% de
óleo, 20% de carbonatos, tanino, ácido araquídico, minerais.
PARTES EMPREGADAS: A semente.
PROPRIEDADES: Indicado como afrodisíaco, digestivo, combate anemia, e estados
de desnutrição.
ATENÇÃO: Contra-indicado ao grupo “0”.

NOME COMUM: Abacaxi.


NOME BOTÂNICO: Ananas sativus L.
FAMÍLIA: Bromeliáceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, tanino, cálcio, glicose, vitaminas A, B, C, E e
potássio.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurético, vermífugo e digestivo.
MANEIRA DE PREPARAR: usado nas refeições para facilitar as digestões.
ATENÇÃO: Em excesso provoca pruridos, urticária e eczema.
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NOME COMUM: Abio, Caimito do peru, Abiu, abi-iba.


NOME BOTÂNICO: Lacuma caimito
FAMÍLIA: Sapotaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, sais, óleo, glucose.
PARTES EMPREGADAS: fruto, folhas.
PROPRIEDADES: Tónico, antidiarreico, cicatrizante, útil nas afecções biliares.
MANEIRA DE PREPARAR: infusão das folhas ou o suco do fruto.

NOME COMUM: Abricó do Pará.


NOME BOTÂNICO: Mammea americana
FAMÍLIA: Gutiferaceae.
PARTES EMPREGADAS: frutos, brotos, resina, casca, raiz.
PROPRIEDADES: Insecticidas, digestivos, cicatrizantes, antielméticos e febrífugos.
MANEIRA DE PREPARAR: A polpa dos frutos é consumida crua, em compota ou em
marmelada. Com os brotos fermentados é preparada a bebida vinhosa “Toddy” ou
“Momin”.

NOME COMUM: Alcaparra.


NOME BOTÂNICO: Capparis spinosa
FAMÍLIA: Capparidaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: princípios amargos
PARTES EMPREGADAS: Flores, fruto.
PROPRIEDADES: Aperitivas, diuréticas, age nas cloroses e nas caquexias.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da casca. Usada como condimento conservado
em vinagre.

NOME COMUM: Amêndoa.


NOME BOTÂNICO: Prunus amygdalus L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteína vegetal (13,3%), tendo em conta de que se
trata de um produto vegetal (a carne e o peixe têm entre 15 e 20 g de proteínas por
cada 100 g) e aminoácidos essenciais. Gordura (ácidos gordos monoinsaturados e
poliinsaturados – 11%, linoleico). Vitaminas B1, B6 e E. minerais (cálcio, fósforo,
magnésio, potássio e ferro). O conteúdo de cálcio na amêndoa (247 mg/100 g)
ultrapassa muito o do leite (119 mg/100 g)
PARTES EMPREGADAS: A semente do fruto.
PROPRIEDADES: Afecções do sistema nervoso, stress, depressão, fadiga intelectual
e física. Usado para baixar o colesterol elevado. Antioxidante. Afecções cardíacas e
arteriosclerose. Afecções ósseas (osteoporose e desmineralização óssea). Diabetes
(pelo seu baixo conteúdo em hidratos de carbono). Gravidez e lactação. Galactagogo
(aumenta a secreção do leite).
MANEIRA DE PREPARAR: Frescas: as amêndoas, recém colhidas da árvore.
Comem-se cruas, depois de partido o caroço ou casca. São de mais fácil digestão do
que as secas.
Secas: algum tempo depois de colhidas, as amêndoas reduzem a sua percentagem
de água e endurecem. Podem comer-se cruas.
Leite de amêndoas: obtém-se habitualmente acrescentando água ao creme de
amêndoas, uma pasta de cor castanha clara elaborada industrialmente com
amêndoas e açúcar (frutose). Também se pode preparar artesanalmente em casa.
NOTA: As amêndoas secas mastigam-se e digerem-se melhor se forem postas de
molho durante uma noite. Na manhã seguinte terão amolecido e, depois de se lhes
tirar a pele que as envolve, tem-se a sensação de terem sido acabadas de colher da
árvore. Também se podem pelar facilmente as amêndoas secas, vertendo água
quente sobre elas (escaldando-as). As amêndoas peladas digerem-se melhor.
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O leite de amêndoa é uma bebida nutritiva e refrescante muito recomendada
para as crianças em época de crescimento.

NOME COMUM: Amêndoa da Índia.


NOME BOTÂNICO: Terminalia catappa
FAMÍLIA: Combretaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, óleo denominado “sebo de Catappa”.
PARTES EMPREGADAS: As amêndoas.
PROPRIEDADES: Antidesintérica, antifebril, hepática e diurética.
ATENÇÃO: O excesso de consumo das amêndoas cruas provoca diarreia
sanguinolenta.

NOME COMUM: Andá-açu.


NOME BOTÂNICO: Joannesia princeps.
FAMÍLIA: Euphorbiaceae.
GEOGRAFIA: Nativa nas guianas, Pará, Bahia, São Paulo e Minas Gerais.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm Johanesina, considerada venenosa.
Contém substância amarga, tanino.
PROPRIEDADES: É usada com cautela em doses mínimas como diurético,
cicatrizante e antidiarreico.

NOME COMUM: Araçá.


NOME BOTÂNICO: Psidium grandifolium L.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Arbusto nativo de Angola, encontrado aclimatado nos Estados do Rio
de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácidos, glucose, tanino, sais minerais, vitamina C.
PARTES EMPREGADAS: frutos e folhas
PROPRIEDADES: Antiescorbútico, diurético e antidiarreico.

NOME COMUM: Abutua grande.


NOME BOTÂNICO: Chondodendron platyphyllum.
FAMÍLIA: Menispermaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (beberina, buxina, chondodendrina,
condrofolina, curina, isobeberina, isochondodendrina, isococlaurina, pelosina, d-
tubocurarina) e mucilagens.
PARTES EMPREGADAS: Raízes e a casca do caule.
PROPRIEDADES: Usada no tratamento das cólicas renais resultantes de processos
litiásicos (afecções das vias biiares) e menstruação, dispepsia, Prisão de ventre,
dores de origem reumática, anemia carencial, quadros febris.
O seu uso externo é indicado no tratamento de varizes. Tem uma acção diurética
potente.
ATENÇÃO: Pode provocar aborto. O seu uso indiscriminado pode levar à morte, por
isso não deve ser usado sem a consulta de um especialista.
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NOME COMUM: Azevinho.


NOME BOTÂNICO: Ilex aquifolium L.
FAMÍLIA: Aquifoliáceas.
GEOGRAFIA: Comum nos bosques frondosos (soutos, faiais) da Europa. Também se
encontra nas regiões montanhosas e frias da América do Norte e do Sul. Cultiva-se
para fins ornamentais.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm ilicina, teobromina (substância
semelhante à cafeína, que também se encontra no cacaueiro), dextrose, ácidos
ursólico e iléxico, rutina, resina e sais minerais (especialmente de potássio e
magnésio).
PROPRIEDADES: Anti-reumáticas: pelo seu efeito depurativo, recomenda-se o
azevinho aos artríticos e reumáticos, para limpar o sangue dos produtos ácidos dos
resíduos do metabolismo.
Febrífugas e sudoríficas: por isso se emprega para baixar a febre, especialmente em
caso de gripe, catarro ou bronquite.
Diuréticas e laxantes: tem em conjunto uma acção depurativa sobre o organismo,
pois estimulam todas as funções de eliminação.
Tonificantes do coração e estimulantes, devido ao seu conteúdo em obromina, cujos
efeitos são semelhantes aos da cafeína.
A casca tem sido usada para evitar os ataques epilépticos, ainda sem fundamento
científico. Em geral, o azevinho é pouco usado como planta medicinal, pois requer
um doseamento muito preciso e, mesmo assim, pode provocar náuseas e intolerância
gástrica.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção ou infusão com 40-60 g de folhas
por litros de água, do qual se tomam, com um pouco de mel, até três chávenas
(xícaras) por dia.
ATENÇÃO: As bagas vermelhas são muito venenosas. Provocam náuseas fortes,
vómitos e diarreia; em grandes doses, provocam convulsões e inclusive a morte.
As crianças são particularmente susceptíveis de intoxicar-se com estas bagas
atraentes que, no entanto, servem de alimento aos animais do bosque.
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NOME COMUM: Aloé, Babosa.


NOME BOTÂNICO: Aloe vera (L.) Webb.; Aloe barbadensis Miller
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Originário do Sul de África, mas expandido pelas regiões quentes e
desérticas da América (Antilhas e América Central) e Ásia. Em Portugal foram
introduzidas cerca de 5 espécies, algumas das quais bem representadas nos
arredores de Lisboa, principalmente na margem direita do rio Tejo.
PARTES EMPREGADAS: O suco das folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Das folhas suculentas obtém-se dois produtos principais:
o azebre e o gel de aloé.
O azebre: ao cortar a superfície das folhas das diversas espécies de aloés, obtêm-se
um suco viscoso de cor amarela e sabor amargo, que se concentra ao calor do sol, ou
por ebulição. Transforma-se assim numa massa amorfa de cor escura e sabor muito
amargo, que é o azebre.
O azebre contém de 40 a 80% de resina, e até 20% de aloína, glicósido
antraquinónico que é o seu princípio activo.
O gel ou suco de aloé: obtêm-se da polpa das suas folhas carnudas, que deitam um
suco pegajoso, quase transparente e de sabor insípido. A ela se deve a fama que o
gel de aloé tem adquirido nos últimos anos, especialmente pela sua acção curativa
sobre a pele. É formada por uma mistura complexa de mais de 20 substâncias, como
polissacáridos, glicósidos, enzimas e minerais. Contém acemanan, uma substância
imunoestimulante (que aumenta as defesas).
PROPRIEDADES: O azebre tem as seguintes aplicações:
Até 0,1 g é aperitivo, estomacal e colagogo, facilitando a digestão; a partir de 0,1 g,
actua como laxante e como emenagogo (aumenta o fluxo menstrual);
Doses de 0,5 g (máximo diário), actua como purgante energético e também ocitócico
(provoca contracções uterinas).
Aplicado ocalmente, são muitas as afecções sobre as quais o aloé pode exercer
efeitos benéficos. As mais inportantes são as seguintes:
Feridas, quer sejam limpas quer infectadas. O suco aplica-se em compressas,
embora também se possa colocar directamente a polpa da folha sobre a ferida.
Facilita a limpeza da ferida e acelera a sua cicatrização, reduzindo, além disso, a
cicatriz.
Queimaduras: o gel ou suco aplica-se em compressas durante os dias seguintes à
queimadura. Em queimaduras de primeiro grau, bastam dois ou três dias de
aplicação. Em casos mais graves, convém consultar um especialista. O aloé consegue
acelerar a regeneração da pele danificada e reduzir ao mínimo a cicatriz.
Têm-se obtido bons resultados nas queimaduras cutâneas causadas por radiações
ionizantes, assim como na radiodermite (afecção da pele causada pelas radiações).
Afecções da pele: o suco de aloé aplicado em loção tem uma acção favorável em
casos de psoríase e eczemas da pele, assim como na acne, pé de atleta (infecção por
fungos) e herpes, entre outras. Para reforçar o efeito, recomenda-se tomá-lo
também por via oral.
Nas crianças, a loção do suco de aloé emprega-se no tratamento do eczema causado
pelas fraldas, e para alliviar a comichão (coceira) e facilitar a cicatrização da pele nas
doenças exantemáticas como o sarampo, a rubéola e a varicela.
Beleza da pele: o aloé revitaliza a pele, conferindo-lhe uma maior pureza, resistência
e beleza. Aplicado sobre a pele, melhora o aspecto das cicatrizes inestéticas e das
estrias. Também se emprega no cuidado do cabelo e unhas.
Ingerido por via oral, o suco de aloé é depurativo e tonificante. Emprega-se como
digestivo e também no tratamento da úlcera gastroduodenal.
NOTA: Verificou-se experimentalmente que o acenaman contido no suco de aloé tem
a faculdade de estimular as defesas do organismo. O seu uso por via interna activa
os linfócitos, células que, entre outras funções, têm a de destruir as células
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cancerosas, assim como aquelas que tenham sido infectadas pelo vírus da
SIDA (HIV). Por isso está a ser investigado o seu emprego nestas duas pragas do
nosso tempo, sem que, até ao momento, se tenham podido obter resultados
concludentes.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: azebre: utiliza-se em forma de cápsulas
preparadas farmaceuticamente. Como laxante ou purgante, o azebre do aloé actua
lentamente, pelo que se administra à noite para obter o efeito no dia seguinte.
Gel ou suco de aloé: tomam-se 1 a 2 colheres de sopa, 3 ou 4 vezes ao dia,
dissolvidas em água., suco de frutas. Normalmente, toma-se com as refeições. Em
caso de úlcera gastroduodenal, recomenda-se tomá-la meia hora antes de cada
refeição, e antes de se deitar para dormir.
Uso externo: compressas com o suco: devem-se manter durante todo o dia,
humedecendo-as com suco cada vez que sequem. À noite pode aplicar-se um creme
hidratante, pois o suco de aloé resseca a pele.
Loção com suco de aloé: aplica-se 2 ou 3 vezes por dia sobre a pele afectada.
Convém combinar o seu uso com o de algum emoliente (suavizante).
Cremes, unguentos e outros preparados farmacêuticos à base de aloé.
Em queimaduras solares pode aplicar-se pulvizando diluido em água.
PRECAUÇÕES: O suco de aloé é contra-indicado ao grupo sanguíneo “0” e “B” (a sua
ingestão).
O gel ou o suco de aloé pode provocar reacções alérgicas, quando se aplica sobre a
pele. Uma de cada 200 pessoas, aproximadamente, é alérgica ao aloé. Se, poucos
minutos depois de espalhar umas gotas de suco de aloé sobre a pele das costas,
aparecer um ligeiro rubor e comichão (coceira), é sinal de alergia ao cacto: ter-se-á
de recorrer a outro remédio.
O azebre não deve ser utilizado como purgante pelas mulheres durante a
menstruação, nem pelas grávidas, pois provoca congestão dos órgãos pélvicos e
contracções uterinas. Também não é recomendável para quem sofra de hemorróidas
(pode fazê-las sangrar). Não se deve administrar às crianças. Não exceder a dose de
0,5 g por dia.

NOME COMUM: Acónito.


NOME BOTÂNICO: Aconitum napellus L.
FAMÍLIA: Ranunculaceae.
GEOGRAFIA: É originária da Europa e encontrada com maior frequência na
Península Ibérica, bem como nas montanhas da Europa Central, Suécia e Noruega.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (aconina, aconitina, napelina, picroaconitina),
glicósidos flavónicos (luteolina, apigenina), inositol, ácido aconítico, manitol, amido e
resinas.
PARTES EMPREGADAS: As raízes e as folhas.
PROPRIEDADES: usada somente em Homeopatia sem ter problema de
toxicidade.
ATENÇÃO: Se for ingerida em grande quantidade, principalmente quando verde,
poderá causar efeitos extremamente tóxicos.
NOTA: Usada em Homeopatia (ver Matéria Médica Homeopática).
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NOME COMUM: Actea.


NOME BOTÂNICO: Actaea spicata L.
FAMÍLIA: Ranunculaceae.
GEOGRAFIA: Originária da Europa Central e Meridional.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém cimicifugina, protoanemonina (sementes) e
resinas.
PARTES EMPREGADAS: As raízes e a planta seca são utilizadas.
PROPRIEDADES: Pode ser usada como auxiliar no tratamento das asma brônquica e
de infecções das vias aéreas superiores. Também tem acção cardiotónica.
ATENÇÃO: O seu uso empírico é contra-indicado, pois há possibilidade de ocorrer
envenenamento grave. Os frutos são venenosos.

NOME COMUM: Agoniada, Jasmim manga, quina mole.


NOME BOTÂNICO: Plumeria lancifolia.
FAMÍLIA: Apocynaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glicósidos (agoniadina), plumerina e ácido plumeritânico.
PARTES EMPREGADAS: A casca.
PROPRIEDADES: Usada nas cólicas menstruais, quadros febris, prisão de ventre,
asma brônquica, bronquite crónica, bem como em estados de ansiedade. Outro sítio
de acção é o sistema linfático (nos casos de linfadenopatias).

NOME COMUM: Amor do campo.


NOME BOTÂNICO: Desmodium diureticum.
FAMÍLIA: Leguminosae papillionaceae.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
PROPRIEDADES: Usado na prisão de ventre, bronquite crónica e asma brônquica.
Externamente é usada no herpes simples e outras moléstias da pele. É conhecido o
seu efeito diurético, anti-inflamatório e regulador das funções intestinais.

NOME COMUM: Angelicó.


NOME BOTÂNICO: Aristolochia brasiliensis.
FAMÍLIA: Aristolochiaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido aristoláquico, ácido aristidínico, ácido aristínico,
ácido cimbífero, aristoloquina, cimbiferina, cassauína, terpenos, esteróides, lignanas,
alcalóides, taninos, mucilagens e resinas.
PARTES EMPREGADAS: As raízes, o caule e as folhas.
PROPRIEDADES: usada em quadros de ansiedade, anorexia, febris (raiz), dores
reumáticas, distúrbios gastrointestinais (folhas e raiz) e parasitoses intestinais.
ATENÇÃO: Pode provocar o aborto.

NOME COMUM: Assa peixe.


NOME BOTÂNICO: Bohemeria caudata.
FAMÍLIA: Urticaceae.
GEOGRAFIA: Nativa do Brasil, desenvolvendo-se bem nos estados da Bahia, Espírito
Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de janeiro e São Paulo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóide, flavonóides (velutina, genkwanina), glicósidos,
óleo essencial e sais minerais.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
PROPRIEDADES: Casos de gripe, bronquite, asma brônquica e cálculos renais.
Externamente é indicado em hemorróidas. E tem acção diurética.
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NOME COMUM: Alga laminária, laminária.


NOME BOTÂNICO: Laminaria saccharina Lam.
FAMÍLIA: Laminariáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se nas rochas submarinas da costa atlântica da Europa e da
América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: O talo (corpo da alga).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém alginatos (gelatina vegetal que se obtém das
algas), glícidos (hidratos de carbono), minerais (especialmente iodo, cálcio e sódio),
e vitaminas A e B.
PROPRIEDADES: Os alginatos possuem a capacidade de aumentar até seis vezes o
seu volume quando absorvem água. Por isso, no estômago, produzem uma sensação
de saciedade, que se torna muito útil para acalmar o apetite nos tratamentos contra
a obesidade. Também se usam em ginecologia para dilatar o colo do útero, colocando
no seu interior um fragmento de alga devidamento esterilizado.
São tonificantes e estimulantes do metabolismo, pelo seu conteúdo em iodo. Por isso
se recomenda aos obesos e àqueles que sofrem de hipotiroidismo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como acompanhamento de saladas e
diversos pratos cozinhados.
Decocção com 30 g de algas em 200 ml (um copo) de água, que se põe a ferver
durante uns 5 minutos, e se toma antes de cada refeição. Pode-se ingerir só o
líquido, só as algas, ou ambas as coisas ao mesmo tempo.
Existem diversos preparados farmacêuticos à base de algas, cujo emprego e
dosificação vêm indicados nos respectivos folhetos informativos.

NOME COMUM: Alga vesiculosa, Bodelha.


NOME BOTÂNICO: Fucus vesiculosus L.
FAMÍLIA: Fucáceas.
GEOGRAFIA: Rochas e praias da costa atlântica europeia, desde a Noruega até à
Península Ibérica, onde abunda especialmente nas rias galegas e na foz do rio Tejo.
Frequente nas praias de toda a costa portuguesa.
PARTES EMPREGADAS: O talo (corpo da alga).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: a alga seca contém cerca de 65% de glícidos, entre os
quais se destaca o ácido algínico (12 a 18%) e a fucoidina (polissacárido
mucilaginoso); 15% de sais minerais, especialmente iodo, assim como potássio e
bromo; 5% de proteínas e 1 a 2% de lípidos. Também contém carotenos e vitaminas
A, B, C e E. É possível que contenha ainda pequenas quantidades de vitamina B12.
Iodo e iodetos orgânicos: 150 mg por quilograma de alga (para obter esta mesma
quantidade de iodo da água do mar, seriam precisos uns 3000 litros).
PROPRIEDADES: A alga tem propriedades antiescorbúticas, nutritivas,
remineralizantes, depurativas e laxantes suaves; mas actua sobretudo ajudando o
emagrecimento, reduzindo a celulite, e tonificando a glândula tiróide.
Absorvente e anorexigénia (tira a fome): têm a faculdade de absorver a água numa
quantidade de até seis vezes o seu próprio peso. Graças a esta propriedade, incham
o estômago e produzem sensação de saciedade. Deste modo torna-se um remédio de
grande utilidade no tratamento da obesidade causada por bulimia (excesso de
apetite).
Digestiva: Absorve o suco gástrico, diminuindo a acidez. Convém em caso de gastrite
e refluxo esofágico, hérnia do hiato, e outras causas de pirose ou hiperacidez.
Nutritiva, remineralizante e antiescorbútica: fornece sais minerais, vitaminas,
proteínas e outros elementos nutritivos, os quais evitam que, durante as curas de
emagrecimento prolongadas, se produzam estados carenciais ou de desnutrição.
Laxante suave: a acção desta alga contra a obesidade é forçada pelo seu efeito
ligeiramente laxante e emoliente, devido à sua grande riqueza em mucilagem.
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Tonificante da tiróide: esta alga possui uma elevada concentração de iodo e de


iodetos orgânicos. O iodo torna-se imprescindível para que a glândula tiróide produza
a tiroxina, hormona que facilita a combustão dos nutrientes que ingerimos e activa
assim o metabolismo. Pelo seu conteúdo em iodo orgânico, utiliza-se como
tratamento complementar do hipotiroidismo, associado ou não ao bócio. Nestes
casos, recomenda-se o conselho de um especialista. A alga pode tomar-se por via
oral em qualquer das suas formas de preparação. Além disso podem-se aplicar sobre
o pescoço compressas empapadas com a sua decocção.
Emoliente: em aplicação externa sobre a pele, sob a forma de compressas ou de
cataplasmas, a alga é suavizante e anti-inflamatória, favorece a eliminação de
cloretos e ajuda a reduzir o volume do tecido adiposo. Tudo isto a torna muito útil
em caso de celulite, rugas, estrias e flacidez da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: alga fresca: come-se à maneira de verdura,
embora o seu sabor não agrade a toda a gente.
Decocção ou infusão de extracto seco da alga, à razão de 15-20 g por litro de água.
Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia.
Pó: administra-se em cápsulas. A dose habitual é o 0,5-2 g de uma a três vezes ao
dia.
Nas curas de emagrecimento, deve tornar-se de qualquer das formas indicadas,
quinze minutos antes das refeições. Assim consegue-se que exerça uma maior acção
anorexigénia (que tira o apetite). Nos restantes casos, pode-se tomar com a refeição
ou depois da mesma.
Uso externo: compressas empapadas no liquido da decocção, aplicadas quentes
sobre as zonas afectadas, 2 ou 3 vezes ao dia, durante 10 a 15 minutos.
Cataplasmas preparadas com a alga fresca, previamente aquecida numa caçarola
com água. Aplicam-se quentes sobre a pele afectada durante 10 a 15 minutos, 3 ou
4 vezes por dia.

NOME COMUM: Aristolóquia, Cipó mil homens.


NOME BOTÂNICO: Aristolochia clematitis L.
FAMÍLIA: Aristoloquiáceas.
GEOGRAFIA: Frequente nos vinhedos e terrenos cálcarios da Europa Central e
Meridional. Ocasionalmente também se encontra em algumas zonas temperadas da
América.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores e a raiz seca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém ácido aristolóquio e aristoloquina, um
alcalóide tóxico semelhante à colquicina; além de óleo essencial, tanino, resina e um
princípio amargo.
PROPRIEDADES: Aplicada internamente possui propriedades emenagogas (estimula
a menstruação) e ocitócicas (estimula as contracções uterinas durante o parto).
Também tem sido usada em casos de artrite e reumatismo.
Actualmente apenas se recomenda em aplicação externa, pelas suas propriedades
vulnerárias (cura feridas e contusões) e cicatrizantes. Está indicada nas úlceras
varicosas, bolhas dos pés e unhas encravadas.
Tem-se utilizado contra mordeduras de serpentes, ainda que com resultados
duvidosos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de folhas com flores
e/ou raiz seca (a raiz fresca é muito tóxica). A dose diária é de 1 ou 2 chávenas
(xícaras).
Uso externo: compressas: a mesma decocção do uso interno também se aplica sobre
a zona afectada por meio de compressas de algodão.
PRECAUÇÕES: Não se deve usar a raiz fresca, já que assim é muito tóxica.
Não deve ser usada internamente senão sobre estricta vigilância de um especialista.
Em doses altas torna-se abortiva.
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HISTÓRIA: Hipócrates já utilizava esta planta nos partos difíceis, há quase 2500
anos.

NOME COMUM: Algodoeiro.


NOME BOTÂNICO: Gossypium herbaceum L.
FAMÍLIA: Malváceas.
GEOGRAFIA: Planta originária da Ásia, embora se encontre cultivada nas zonas
quentes de quase todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores, as sementes e a casca da raíz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os filamentos das sementes do algodoeiro, o algodão,
são praticamente celulose pura, com uma finíssima camada de substâncias gordas e
de ácidos orgânicos.
As sementes contêm 20% de óleo rico em ácidos gordos poliinsaturados.
As folhas das flores do algodoeiro são ricas em mucilagens.
PROPRIEDADES: As folhas e as flores têm propriedades emolientes (calmantes da
pele e mucosas inflamadas) e peitorais. Utilizam-se em infusão nos casos de catarro
brônquico, para amolecer as secreções e desinflamar as vias respiratórias. Também
são úteis no caso de disenteria ou de colite, pelo seu efeito emoliente e anti-
inflamatório sobre a mucosa intestinal.
A casca da raiz estimula as contracções uterinas. Antigamente administrava-se nos
partos difíceis, e também para fazer parar as hemorragias uterinas, pois contraindo o
útero impedem-no de continuar a sangrar. Possui também efeito emenagogo, isto é,
provoca e ajuda a menstruação. As sementes são recomendáveis para quem sofra de
excesso de colesterol no sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: óleo das sementes: usa-se em diversos
preparados farmacêuticos e alimentares.
Infusão com as flores e as folhas, na proporção de 10 g por litro de água. É costume
acrescentar-se também um punhado de sementes. Tomam-se 3 a 4 chávenas
(xícaras) diárias.
NOTA: O algodão é a fibra têxtil mais saudável e de maior utilidade. É ideal para
peças de roupa interior, que estão em contacto directo com a pele. É com esta fibra
que se fabrica o algodão hidrófilo, indispensável no tratamento de feridas e para
aplicação dos mais diversos produtos cosméticos ou medicinais sobre a pele. As
tradicionais ligaduras de algodão continuam a ser as mais higiénicas e de mais fácil
utilização.

NOME COMUM: Ameixa preta, amarela, vermelha e verde.


NOME BOTÂNICO: Prunus domestica L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Própria dos países do Cáucaso e da Ásia Menor (Turquia). Os gregos e
os romanos introduziram a sua cultura na Europa, de onde passou à América do
Norte, Argentina, Chile e Austrália. Actualmente o estado norte-americano da
Califórnia é um dos maiores produtores mundiais de ameixas passadas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto e as ameixas secas (passas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pectinas (hidrato de carbono que absorve a água no
intestino, aumentando assim o volume das fezes e favorecendo a evacuação).
PROPRIEDADES: Prisão de ventre, excesso de colesterol, afecções crónicas
(arteriosclerose, excesso de ácido úrico, gota, afecções degenerativas das
articulações – reumatismo, artrose, hepatopatias – hepatite crónica, cirrose).
Prevenção do cancro do cólon.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua. Secas. Preparações culinárias (compotas, doces,
geleias).
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NOME COMUM: Amor-perfeito bravo.


NOME BOTÂNICO: Viola tricolor L.
FAMÍLIA: Violáceas.
GEOGRAFIA: Comum em terrenos baldios de montanha, prados e searas de toda a
Europa. Em Portugal, abunda desde Trás-os-Montes até ao Baixo Alentejo.
Naturalizado na América.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida, de preferência seca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém mucilagens, taninos, flavonóides, saponinas,
ácido salicílico e vitamina C.
PROPRIEDADES: Diuréticas e depurativas. Laxantes, febrífugas (baixam a febre),
sudorífico, ligeiramente antitússico e fluidificante do sangue.
A aplicação mais importante do amor-perfeito bravo é a afecção cutânea. Actua tanto
no interior do organismo, depurando o sangue dos resíduos tóxicos que intoxicam a
pele, como no exterior, pela sua acção cicatrizante e anti-inflamatória. Emprega-se
com éxito em todos os tipos de eczemas, inclusive no dos lactentes (crostas de
leite); nas erupções alérgicas, acne, impetigo, infecções diversas, dermatose senil
(atrofia da pele dos idosos), psoríase e herpes.
Usa-se em loções e lavagens como cosmético, contra a secura, as estrias e as rugas
da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 40 ou 50 g de planta seca por
litro de água, durante 10 minutos. Tomam-se 3 chávenas (xícaras) diárias. Às
crianças dá-se a beber 10 a 20 ml por quilo de peso por dia, dessa mesma infusão.
Não tem perigo de toxicidade.
Uso externo: loções e lavagens com a mesma infusão de uso interno.

NOME COMUM: Açafroa, açafrão bastardo.


NOME BOTÂNICO: Carthamus tinctorius L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Planta originária da região mediterrânea, embora se tenha cultivado
em toda a Europa e na América. Hoje é uma planta silvestre nas regiões onde se
cultivava.
PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm diversos pigmentos de tipo glicosídico,
entre os quais a cartamina é o mais importante.
Os frutos são muito ricos em óleo, compostos dos ácidos linoleico, oleico, e em
menores quantidades, palmítico e esteárico. Ácidos gordos insaturados.
PROPRIEDADES: As flores são sudoríficas e diuréticas. Usam-se nos casos de gripe
ou constipação (resfriados).
O óleo tem um forte efeito purgativo e baixa o nível de colesterol no sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 60 g de flores por litro de água.
Tomam-se 1 ou 2 chávenas (xícaras) por dia.
Óleo: uma colher de sobremesa em jejum, tem efeito purgativo.
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NOME COMUM: Batata.


NOME BOTÂNICO: Solanum tuberosum L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Própria do Peru (Andes) e Bolívia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono. Proteínas. Aminoácidos. Minerais
(potássio, sódio, ferro, fósforo, magnésio, zinco, cobre e manganês).
PARTES EMPREGADAS: O tubérculo.
PROPRIEDADES: Tem um efeito anti-ácido. Afecções do estômago (ptose gástrica,
neurose gástrica – nervos no estômago, dispepsia). Afecções cardíacas, afecções dos
rins (artrite úrica – gota), diabetes, obesidade, desnutrição.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozinhadas no vapor, cozidas em água, assadas
no formo, fritas e suco cru. Suco de batata crua: baixa a acidez do estômago.
Deve descascar-se a batata antes de fazer o suco e não um dia ou horas
antes. Tomar duas colheres de sopa antes das refeições.
ATENÇÃO: O grupo “0” só deve comer a batata de casca branca.

NOME COMUM: Batata-doce.


NOME BOTÂNICO: Ipomoea batatas (L.) Poir
FAMÍLIA: Convolvuláceas.
GEOGRAFIA: Cultiva-se em todas as regiões tropicais e subtropicais do planeta.
Prcisa de verões longos e relativamente secos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono (21,3% do seu peso). Amidos e
açúcares (principalmente a sacarose). Provitamina A.
PARTES EMPREGADAS: O tubérculo.
PROPRIEDADES: Obesidade (sensação de fome). Arteriosclerose. Aumento das
energias dos desportistas.
MANEIRA DE PREPARAR: Assada no forno, cozida, puré com sumo de soja e
doçaria.
ATENÇÃO: Os diabéticos devem evitar o seu consumo devido à abundância de
hidratos de carbono. As pessoas que sofram de fermentações intestinais com excesso
de gases.

NOME COMUM: Bardana ou Pergamassa.


NOME BOTÂNICO: Arctium lappa L.; Lappa major e lappa menor L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe mais ou menos em todas as regiões de Portugal,
particularmente no Norte, fazendo parte das diferentes floras da Europa, Oriente.
PARTES EMPREGADAS: A raiz e as folhas verdes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: a raiz da Bardana contém: inulina (princípio
hidrocarbonado, nada tendo a ver com a insulina), pequenas quantidades de
essência, ácido pálmico, fitosterina, um hidrocarbono de 26 átomos de carbono,
diversos sais, matéria cero-oleaginosa esverdeada, um glucósido: a arctione, com
propriedades anti-infecciosas, comportamento fitoterápico com semelhança aos
antibióticos de acção electiva sobre estafilococos e estreptococos, na opinião de
alguns Naturopatas e especialistas.
PROPRIEDADES: Tem acção sobre a vesícula, possui propriedades depurativas,
sudoríficas, diuréticas, etc. Está indicada na insuficiência hepato-vesicular, na
furunculose, reumatismo, doenças da pele (incluindo o eczema e a psoríase),
adjuvante nas preparações anti-sifiliticas.
MANEIRA DE PREPARAR: A planta quando fresca, reúne os seus melhores valores
terapêuticos; quando seca, perde muita das suas propriedades. Quando estabilizada
sob a acção dos vapores de álcool quente, e outras formas, a planta não perde as
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suas propriedades curativas. Cozimento: 50 a 60 gramas da raiz para 1 litro
de água. Para tomar às chávenas (xícaras), duas, três ou quatro por dia, fora das
refeições.

NOME COMUM: Barosma.


NOME BOTÂNICO: Barosma betulina Thumb.
FAMÍLIA: Rutáceas.
GEOGRAFIA: Planta oriundada África do sul, que também se desenvolve na América
do Sul. É conhecida na Europa.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um óleo essencial (diosfenol), que é o
seu princípio activo mais importante.
PROPRIEDADES: Diurética, anti-séptica urinária e como anti-inflamatória dos
órgãos genitais e urinários, especialmente da bexiga e da próstata. É uma das
plantas mais eficientes para tratar as doenças inflamatórias dos órgãos urinários.
Indicada em:
Pielonefrite (inflamação da cavidade do rim). Cistite: alivia rapidamente a comichão
(coceira) e a dor que se sente ao urinar.
Uretrite (inflamação da uretra ou canal da urina), seja ou não de origem venérea
(blenorragia). Regenera a mucosa urinária e faz desaparecer os incómodos. Dá
resultado, tanto tomada em infusão como aplicada em lavagens à uretra.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50 g de folhas por litro de
água. Ingerem-se 3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: lavagens à uretra: com a mesma infusão que se aplica no uso interno
podem fazer-se lavagens à uretra, no caso de uretrite.

NOME COMUM: Baunilha.


NOME BOTÂNICO: Vanilla planifolia Andrews
FAMÍLIA: Orquídeas.
GEOGRAFIA: Originária do México, a sua cultura desenvolveu-se por outras regiões
tropicais da América (Colómbia, Venezuela, Antilhas), África (Madagáscar) e Ásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O princípio activo é o vanilosido, glicósido, que durante o
processo de dissecação dá lugar à vanilina.
PARTES EMPREGADAS: O fruto (vagem) antes de amadurecer.
PROPRIEDADES: Estomacais e digestivas, coleréticas (aumenta secreção da bílis), é
um estimulante suave, e, segundo alguns, um afrodisíaco.
HISTÓRIA: Os Astecas do México usavam a baunilha desde tempos muito remotos,
como aromatizante para a sua bebida favorita, feita à base de grãos de cacau com
farinha de milho. Os espanhóis introduziram-na na Europa nos fins do século XVI,
mas não conseguiram que se reproduzisse. Em 1836, um botânico belga descobriu
que a planta só podia ser polinizada por um insecto que habita no México, e que fora
dali era preciso polinizá-la artificiamente.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: usa-se em forma de açúcar baunilhado,
xarope ou tintura. No entanto a maneira mais vulgar de se obter o seu autêntico
aroma é fervendo as vagens juntamente com o produto a aromatizar: chocolate,
sobremesas, infusões ou preparados de outras plantas.
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NOME COMUM: Bellis perenis, Bonina.


NOME BOTÂNICO: Bellis perennis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Originário do Centro da Europa, acha-se aclimatada por todo o
continente. Também se encontra no continente americano, sobretudo no Norte.
Cresce nos prados e lugares onde haja erva.
PARTES EMPREGADAS: As flores e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Nas folhas, e especialmente nas flores, concentra-se a
maior parte dos seus princípios activos terapêuticos: saponinas, tanino, ácidos
orgânicos (málico, tartárico, acético, oxálico, etc.), sais minerais, inulina, e um óleo
essencial.
PROPRIEDADES: sudorífica, febrífuga e expectorante.
Tonificante e aperitiva. Vulnerária (cicatriza as feridas e cura as contusões), quando
aplicada externamente.
O uso desta planta é indicado nos seguintes casos: doenças febris e infecciosas
(gripe, bronquite, catarros, sarampo, escarlatina, parotidite, etc.). facilita a
eliminação das toxinas e resíduos produzidos pela infecção (como o suor e a urina), e
tonifica o organismo, encurtando o período de convalescença.
Além disso faz baixar a febre e ajuda a expectorar. Em casos de febre alta,
recomenda-se colocar sobre a testa compressas com a decocção de flores e/ou
folhas, além de ingeri-las por via oral.
Traumatismos, contusões, entorses, furúnculos, chagas e, em geral, qualquer lesão
da pele ou dos tecidos moles em que tem uma acção anti-inflamatória e cicatrizante.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como verdura, especialmente crua, em
saladas e outros pratos.
Infusão com uma colher de sopa de flores e/ou folhas por cada chávena (xícara), de
que se ingerem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: compressas com uma decocção de 50-60 g de flores e/ou folhas por
litro de água. Ferver durante 2 minutos, e deixá-la repousar durante um quarto de
hora antes de a coar. Aplicam-se sobre a zona da pele afectada, mudando-as de hora
a hora.

NOME COMUM: Berbéris.


NOME BOTÂNICO: Berberis vulgaris L.
FAMÍLIA: Berberidáceas.
GEOGRAFIA: Espontânea do território português e outras floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: As bagas e a casca da raiz; menos vezes as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanto as folhas como a casca do lenho contém, além de
outros elementos químicos, os alcalóides beberberina e oxiacantina. O fruto contém
glucose, ácido málico e outros ácidos livres. Os alcalóides da Berbéris tomados
isoladamente são tóxicos; porém toda a planta usada não apresenta tal
inconveniente.
PROPRIEDADES: A raiz (casca) é tónica do estômago e vesícula, muito útil nas
dispepsias crónicas, deficiência vesicular e do baço. As folhas são aconselhadas, por
alguns autores, contra o escorbuto, diarreias, etc. Os frutos são indicados como
refrigerantes nas febres. De um modo geral a planta é usada como tónica, diurética,
colagoga, estimulante do apetite, eliminadora do ácido úrico, cálculos, catarros das
vias urinárias.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento da casca: 10 gramas por litro de água. Dose:
duas a três chávenas (xícaras) por dia. Tintura: 10 a 40 gotas por dia.
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NOME COMUM: Beringela.


NOME BOTÂNICO: Solanum melongena.
PROPRIEDADES: É rica em vitaminas. Usa-se como alimento e as folhas são
empregadas em cataplasmas e emolientes nas queimaduras. O sumo (suco) do fruto
actua como diurético, dai ser utilizado na obesidade. O suco total da beringela é
utilizado para baixar o colesterol.
MANEIRA DE PREPARAR: para emagrecer eliminando toxinas: Suco de beringela
no liquidificador antes de tomar o pequeno-almoço (café da manhã).

NOME COMUM: Baptisia tinctória (Índigo).


NOME BOTÂNICO: Baptisia tinctoria. Podalíria tinctoria.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: América do Norte, México, Canadá.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Citisina (baptimosina), ulexina, suforina, glucósidos
flavónicos.
PROPRIEDADES: Febrífugas, com oportunidade na febre tifóide, para-tifóide, na
colibacilose (óptimo remédio), na febre dos tuberculosos, nas febres malignas,
incluindo a peste. Também é usada como tónico nas úlceras e em gargarejos. As
suas propriedades antiinfecciosas são de alto valor, particularmente em conjunto com
a Echinácea e outros meios de cura natural (hidroterapia, dietética). Os doentes com
sensibilidade alérgica aos antibióticos podem usar esta planta como recurso valioso.
MANEIRA DE PREPARAR: Tintura: 10 a 40 gotas por dia. A tintura é muito usada
em Homeopatia. Também pode ser usada alternadamente com a Echinácea, de três
em três horas: 10 gotas de cada vez, num total de 60 gotas (ao todo) por dia. As
tinturas são diluídas em água: 1 colher de sopa em meio copo de água, a tomar fora
das refeições. Nas doenças infecciosas, os Naturopatas aplicam clisteres de Eucalipto
(Eucalyptus globulus) e sumo (suco) de limão (um), enriquecidos com algumas gotas
de Baptisia.

NOME COMUM: Beladona.


NOME BOTÂNICO: Atropa Belladonna L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se espontaneamente em bosques montanhosos e sombrios da
Europa Central e Meridional, e da América do Sul.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, particularmente as folhas, contêm
potentes alcalóides (atropina e hiosciamina).
A atropina é um parassimpático, isto é, uma substância que bloqueia a transmissão
do impulso nervoso nos terminais do sistema parassimpático.
PROPRIEDADES: Midriática: provoca a dilatação das pupilas.
Antiespasmódica: faz relaxar os músculos do tubo digestivo e dos canais urinários,
aliviando os espasmos e as cólicas.
Anti-secretora: reduz a secreção de todas as glândulas digestivas, incluindo as
salivares (produz secura da boca).
Antiarrítmica: utiliza-se no caso de bradicardia (pulso lento) e para normalizar o
ritmo cardíaco.
Antiasmática: relaxa os músculos dos brônquios, aumentando-lhe o diâmetro (acção
broncodilatadora).
MANEIRA DE PREPARAR: Usado somente em Homeopatia e em farmacologia.
ATENÇÃO: Não se recomenda o seu emprego em forma de infusão, nem de
decocção. É muito usada em Homeopatia em diferentes situações sem perigo (a
partir da 5ª dinamização).
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NOME COMUM: Beldroega.


NOME BOTÂNICO: Portulaca Oleracea L.
FAMÍLIA: Portulacáceas.
GEOGRAFIA: Terrenos arenosos próximos de rios ou terrenos de cultura
abandonados, de toda a Europa. Muito comum no continente americano.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os caules frescos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém mucilagem em abundância. Possui
também vitamina C.
PROPRIEDADES: Emolientes, anti-inflamatórias e laxantes. Diuréticas e
depurativas. Aplica-se no caso de prisão de ventre crónica. Como diurética e
depurativa torna-se muito recomendável em caso de obesidade ou de alimentação
sobrecarregada. Pela sua acção suavizante e anti-inflamatória, também se torna de
grande utilidade nas cistites e nos cálculos urinários. Externamente emprega-se em
cataplasmas nos casos de blefarite (inflamação das pálpebras) e de conjuntivite.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como verdura de salada, temperada com
sal, azeite (azeite de oliva) e limão.
Decocção: 100 g por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias.
Uso externo: cataplasmas da planta fresca esmagada.

NOME COMUM: Betónica.


NOME BOTÂNICO: Stacchys officinalis (L.) Trevisan
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Europa central.
PARTES EMPREGADAS: toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém matérias tânicas, uma substância amarga,
estoquidrina, colina, betaína. Também possui uma pequena quantidade de essência.
PROPRIEDADES: Vulnerária: ajuda a sarar feridas, chagas e úlceras. Dá bons
resultados quando se aplica localmente sobre as úlceras varicosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo – compressas: uma decocção de 100
gramas da planta para 1 litro de água. Aplicar localmente várias vezes ao dia, uma
compressa sobre a pele afectada, mantendo-a cerca de 15 minutos.
NOTA: Não se recomenda o seu uso interno, uma vez que pode provocar distúrbios
digestivos.
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NOME COMUM: Bétula (vidoeiro).


NOME BOTÂNICO: Bétula pubescens, Bétula verrucosa L.
FAMÍLIA: Betuláceas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal e nas regiões temperadas e frias do hemisfério
boreal. Marrocos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm óleo, mais ou menos abundante. As
folhas, e, sobretudo, a casca, possuem matérias tânicas e, poucos glucósidos.
Nas folhas da Bétula verrucosa encontram-se: metil-pentosanos, resina, matérias
tânicas, princípios amargos, essências, substâncias sapónicas, etc. Na casca: batulina
ou cânfora de Abdul, um heterósido chamado betulósido, um dos raros
monoglucósidos encontrados no reino vegetal. A casca contém ainda matérias
tânicas, glucose e outros elementos químicos, conforme a época do ano (mais na
Primavera do que no Outono). Nas gemas (ou renovos), encontram-se maiores
quantidades da essência, ácido acético e fórmico. Também um corante amarelo-
flavona, que produz ácido anísico.
PROPRIEDADES: A Bétula verrugosa – a mais medicinal, como se disse, tem as
seguintes propriedades: As folhas são diuréticas, com acção muito pronunciada na
insuficiência renal, mesmo de origem cardíaca, particularmente, nestes casos,
enriquecida com Crataegus e Cactus grandiflorus (Pilriteiro). A Bétula tem efeito
irritativo sobre o parênquima renal (Dr Huchard). Deve-se ao ácido betulorreico a
apreciável acção diurética do Abdul. Alguns autores recomendam juntar um pouco de
bicarbonato de sódio à infusão de Bétula, dizendo que o referido ácido betulorreico se
dissolve melhor em água ligeiramente alcalina.
O alcatrão obtido pela destilação da casca é empregado em dermatologia (doenças
da pele), com indicação na psoríase, certos tipos de eczema.
Fundamentalmente, a Bétula é diurética, eliminando o ácido úrico e a uréia em
excesso, anti-reumático e anti-gotoso, muito útil nas afecções cutâneas, com origem
na sobrecarga tóxica do sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: As gemas do renovo e folhas: 10 a 20 gramas por litro
de água, em regime de duas a três chávenas (xícaras) por dia.

NOME COMUM: Bico de cegonha, maria-fia.


NOME BOTÂNICO: Erodium cicutarium (L.) L’Hérit.; Geranium cicutarium L.
FAMÍLIA: Geraniáceas.
GEOGRAFIA: Originária da região mediterrânea, mas amplamente distribuida por
todo o continente americano. Prefere os solos secos e arenosos.
PARTES EMPREGADAS: O sumo da planta fresca e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm matérias tânicas, fenol, flavonóides e sais de
potássio.
PROPRIEDADES: Hemostática: esta é a sua propriedade mais importante. Actua
especialmente sobre o útero. Por isso é eficaz para parar hemorragias uterinas
(metrorragias), e para reduzir o fluxo menstrual excessivo.
Ligeiramente diurética e anti-inflamatória: usa-se nos casos de nefrite e como
antiespasmódica nas cólicas urinárias.
Adstringente e vulnerária: aplica-se externamente para ajudar a curar feridas,
úlceras e chagas da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: suco da planta fresca: este pode obter-se
usando uma liquidificadora ou esmagando num almofariz 30 a 60 g de planta. Toma-
se duas ou três vezes por dia. O suco tem de ser tomado acabado de extrair. Pode
adoçar-se com açúcar escuro, melaço ou mel.
Uso externo: compressas: aplicam-se sobre a região afectada cerca de 50 g de folhas
esmagadas de cada vez.
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NOME COMUM: Bisnaga (paliteiro).


NOME BOTÂNICO: Ammi visnaga L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Egipto, Algéria, Marrocos, e todas as zonas do mediterrâneo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui entre outros elementos: a quelina, o quelol e a
visnagina. A quelina é considerada a mais importante princípio activo desta planta,
que possui ainda outros elementos químicos.
PROPRIEDADES: Usada como diurética e contra cálculos, exercendo acção
relaxante sobre os músculos da uretra e outros condutos orgânicos. A quelina dilata
os vasos sanguíneos, incluindo as coronárias. Também serve para activar os rins e
dilatar as suas artérias, sendo muito útil na esclerose renal. Combate os cálculos
renais e é muito eficaz pela sua acção antiespasmódica, na asma e cólicas intestinais.
Tem valiosa oportunidade na fitoterapia da angina de peito e no enfarto do
miocárdio.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão dos frutos: 25 a 30 gramas para um litro de
água. Ligeira fervura. Retirar do lume e deixar estar até arrefecer. Para tomar: três
chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Bistorta.


NOME BOTÂNICO: Poligonum bistorta L.
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Habita em todas as províncias de Portugal e faz parte de várias floras
da Europa, do Médio Oriente, etc. Em Portugal, esta planta apresenta-se com
abundância nas províncias do Norte.
PARTES EMPREGADAS: Os rizomas, vulgarmente raízes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém ácidos gálico, oxálico e málico; glucose,
parabina, matéria corante, oxalato de cálcio. O tanino da bistorta encontra-se
especialmente no rizoma, sendo a sua quantidade variável, condicionada pela
existência de uma oxidosa (fermento ou diástase).
PROPRIEDADES: tem grande importância terapêutica na diarreia, isto, em virtude
da sua riqueza em tanino (0,5%). Tem elevada acção sobre as mucosas, sendo, por
isso, indicada nas estomatites e na faringite. Também usada no corrimento vaginal,
na uretrite, no hemorroidal.
MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 20 a 25 gramas por litro de água.
Maceração: 2 a 4 horas. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
Para uso externo: (feridas, chagas, gargarejos, irrigações, lavagens, etc): decocção:
50 gramas do rizoma para 1 litro de água.

NOME COMUM: Bolsa de pastor.


NOME BOTÂNICO: Capsella bursa pastoris L.
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Flora europeia e outras floras do mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui amino-álcool, colina, aceticolina, amino-fenol,
tiromina, flavonas, sais de potássio, alcalóides.
PROPRIEDADES: Possui propriedades hemostáticas. Usa-se especialmente nas
hemorragias uterinas, mesmo nos casos de tumor maligno ou benigno; nas
dismenorreias, na idade crítica das senhoras, nos corrimentos sanguíneos do
aparelho digestivo. Também é usada na cistite e nas areias e pedras nos órgãos
urinários, em combinação com outras ervas medicinais. A planta perde o valor depois
de um ano.
MANEIRA DE PREPARAR: A tintura tomada às gotas (20, 30 ou mais por dia).
Também o extracto fluido. É uma planta muito usada em Fito-Homeopatia. Infusão:
15, 20 ou 25 gramas por ½ litro de água, fervendo 1 a 2 minutos e estando 1 hora
em infusão. Para tomar às chávenas (xícaras) durante o dia.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 50

NOME COMUM: Borragem.


NOME BOTÂNICO: Borrago officinalis L.
FAMÍLIA: Borragíneas.
GEOGRAFIA: Existe em todas as floras Europeias e em África. É espontânea em
todo o território português.
PARTES EMPREGADAS: Flores e folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém mucilagem, albumina, sais minerais combinados
de potássio e cal; quantidade de azoto de potassa.
PROPRIEDADES: Sudorífica, diurética, emoliente, expectorante, béquica (para a
tosse). A sua acção sobre a pele (fazendo suar) e sobre os rins (diurese) resulta
numa eliminação do excesso de toxinas no organismo. Esta planta ajuda na
constipação (resfriado), gripe, reumatismo, doenças da pele, bronquite, deficiência
urinária, hidropisia, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: 15 a 20 gramas da planta por litro de água, em forma de
infusão, depois de ligeira fervura. Para tomar durante o dia, no intervalo das
refeições. Em casos de constipação (resfriado), gripe e catarro agudo dos brônquios,
deve-se tomar esta planta quente e adoçada com mel. Quando se pretender na
constipação (resfriado) provocar forte sudação, convém tapar na cama bem o
paciente e aplicar um saco de água quente nos pés e, até, se necessário, dos lados
direito e esquerdo do corpo. Há vantagem de, antes deste cuidado (tomar a infusão),
aplicar um banho quente nos pés, com ou sem mostarda (contra-indicada no caso de
haver varizes nos pés e pernas na parte inferior), ou com sal marinho.

NOME COMUM: Brócolos.


NOME BOTÂNICO: Brassica oleracea L. var. italica
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: São de origem italiana. Cultivam-se em quase todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: Os caules.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Muito ricos em proteínas, em cálcio e em provitamina A
(beta-caroteno) e vitamina C. Ricos em potássio e pobres em sódio. Contém
elementos fitoquímicos sulfurdos de acção anticancerígena (prevenção no cancro do
cólon).
PROPRIEDADES: Afecções cardíacas (insuficiência cardíaca – favorece a eliminação
do excesso de líquidos, retidos nos tecidos – edemas – descongestionando assim os
sistema circulatório e o coração. Afecções cancerígenas.
MANEIRA DE PREPARAR: Os caules tenros devem comer-se crus ou ligeiramente
cozidos a vapor.

NOME COMUM: Bruco.


NOME BOTÂNICO: Combrentum micronthum.
GEOGRAFIA: Arbusto originário da África Austral.
PROPRIEDADES: Diurética, estimulante, balsâmica, etc. Útil na bronquite crónica,
inflamação da bexiga e próstata.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 gramas por litro de água, em forma de infusão (30
minutos). Para tomar duas chávenas (xícaras) por dia. Esta planta também é usada
como diaforética.
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NOME COMUM: Bruco do Alentejo, Bruco de Salvaterra.


NOME BOTÂNICO: Laserpitium pencedanóides.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Esta planta existe em todo o território português, mas é no sul do país
onde se apresenta em maior quantidade e com melhores propriedades.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, flores e raiz.
PROPRIEDADES: Diurética, litontrífica (por desfazer e expulsar as areias e cálculos
dos rins e da bexiga), etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Folhas ou flores: 20 a 30 gramas em forma de infusão (1
hora), para tomar no intervalo das refeições. Raiz: cozimento, 15 gramas por litro.
Para tomar da mesma forma. Em caso de cálculos nos rins de ácido úrico, é útil
juntar algum sumo (suco) de limão na infusão e cozimento.

NOME COMUM: Buglossa, Língua de vaca.


NOME BOTÂNICO: Anchusa officinalis L.
FAMÍLIA: Borragíneas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o território português e em outras floras da Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Iguais às da borragem.
PROPRIEDADES: Iguais às da borragem.
MANEIRA DE PREPARAR: Iguais às da borragem.

NOME COMUM: Buxo.


NOME BOTÂNICO: Buxus sempervirens L.
FAMÍLIA: Euforbeáceas.
PARTES EMPREGADAS: Casca da raiz e folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanto as cascas dos talos como as das raízes, assim
como as folhas, contêm um alcalóide chamado buxina, pouco solúvel na água,
parabuxina e outras três substâncias, cujos componentes ainda não são bem
conhecidos, tendo os seguintes nomes: buxidina, parabuxidina e buxinanaína.
PROPRIEDADES: Laxante, febrífugo (podendo substituir a Quina – Chinchona
officinalis – na falta desta), anti-sifilitico, anti-reumático, sudorífero, colagogo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 20 a 30 gramas por litro de
água, com ligeira decocção, e 30 a 60 minutos de infusão. O Buxo apresenta certa
toxicidade, pelo que seu emprego em Medicina Caseira somente se deve usar em
dose moderada. Também é utilizado em forma de vinho (como digestivo), em pó e
em tintura.
Uso externo: loções: fazem-se com uma decocção concentrada de folhas (80-100 g
por litro de água).
Usado em homeopatia com muito sucesso em algumas infecções urinárias.
ATENÇÃO: Não exceder a dose indicada. Em doses elevadas, pode provocar vómitos
e transtornos nervosos.
Recomenda-se evitar o seu emprego em caso de hipotensão, debilidade, gravidez ou
lactação. Não administrar a crianças.

NOME COMUM: Bacuri.


NOME BOTÂNICO: Platonia insignis.
FAMÍLIA: Gutiferaceae.
GEOGRAFIA: Nativo da Amazónia em solos de campos húmidos, encontra-se
também no Pará, Piauí, Goiás e Mato Grosso.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Resinas, glucose, sais minerais, “óleo de bacury”,
vitaminas, 9% de glicose e 5% de óleo nos caroços.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos, casca e resina.
PROPRIEDADES: Digestiva, diurética, antiescorbútica, cicatrizante.
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NOME COMUM: Banana.


NOME BOTÂNICO: Musa paradisiaca.
FAMÍLIA: Musaceae.
GEOGRAFIA: Brasil, Índia, Malásia e Filipinas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos, óleo, glucose, pectina, potássio, sais minerais,
vitaminas, A, B, C, B2, B1, E e H.
PARTES EMPREGADAS: Frutos.
PROPRIEDADES: Pode dissolver o ácido úrico da urina devido à sua acção alcalina.
Antianémica, antidiarreica, contra o escorbuto e linfatismo.
NOTA: É um dos frutos mais benéficos para o grupo sanguíneo “O”.

NOME COMUM: Boldo do Chile.


NOME BOTÂNICO: Veromia condensata.
FAMÍLIA: Monimiaceae.
GEOGRAFIA: Nativo do Chile, foi introduzido no Brasil pelos escravos africanos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides: boldina, boldoglucina, óleo, ácido cítrico,
materiais resinosos.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e o caule.
PROPRIEDADES: Analgésico, mais calmante que a aspirina, é eficaz na icterícia e
dores hepáticas, diurético e bom para o estômago.
NOTA: Não é igual ao Peumus boldus L, mas as propriedades são idênticas.

NOME COMUM: Boldo.


NOME BOTÂNICO: Peumus boldus Molina.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e o caule.
PROPRIEDADES: As folhas, são estimulantes das funções digestivas, tónicas e
colagogas (litíase biliar, icterícia, insuficiência hepática, prisão de ventre crónica,
etc).
MANEIRA DE PREPARAR: usa-se correctamente a infusão das folhas a 10 g por
litro de água (duas a três chávenas por dia a seguir às refeições).
Nota: fórmula drenadora e estimulante hepato-biliar: tintura para 1 litro (álcool a
96º): Boldo (Peumus boldus) 10g + Dente de leão (Taraxacum off.) 10 g + Burututu
(Cholospermum angolensis) 40 g + Cardo mariano (Carduus m.) 20 g + Alcachofra
(Cynara s.) 10 g + Bardana (Arctium lappa) 10 g. Deixar macerar por 15 dias em
local escuro. Tomar 15 gotas com água a seguir ao almoço e jantar. Tomar 3 meses
e parar 1 mês. E Vice-versa.

NOME COMUM: Barbatimão, barba de timão.


NOME BOTÂNICO: Stryphodendron barbatiman.
FAMÍLIA: Leguminosae-mimosaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácidos (elágico, gálico), flavonóides, taninos, alacalóides,
açúcares e mucilagens.
PARTES EMPREGADAS: A casca.
PROPRIEDADES: Indicada nos quadros diarreicos, diabetes mellitus, escorbuto e
flatulência. É aplicada externamente em ferimentos, em hemorróidas (acção
hemostática) e irritações vaginais.
NOTA: Além da sua aplicação medicinal, a casca do Barbatimão também é usada no
curtimento de couros.
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NOME COMUM: Benjoeiro, benjoim.


NOME BOTÂNICO: Styrax officinalis.
FAMÍLIA: Styracaceae.
GEOGRAFIA: Nativa de ilhas da Oceânia e da parte continental do Sudeste Asiático.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ésteres benzóicos, álcoois (siarresitanol e benzoirresinol),
ácido benzóico e vanilina.
PARTES EMPREGADAS: Utiliza-se a resina.
PROPRIEDADES: Infecções das vias aéreas superiores, asma brônquica, bronquite
crónica e regulação das funções intestinais (na flatulência e prisão de ventre). Como
uso externo é anti-séptico.
NOTA: A tintura de benjoim é utilizada com bastante sucesso nas escaras dos idosos
acamados. A tintura tem que ser diluída em água.

NOME COMUM: Brionia.


NOME BOTÂNICO: Bryonia alba L.
FAMÍLIA: Curcubitaceae.
GEOGRAFIA: O seu habitat é a Europa Central.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Curcubitacinas, ácidos graxos insaturados, alcalóides,
glicósidos (brionina, briogenina, brionidina), amido, mucilagens e resinas (brioresina
– resina roxa).
PARTES EMPREGADAS: As raízes.
PROPRIEDADES: Prisão de ventre, dores de origem reumática, bronquite crónica,
coqueluche, estados febris, parasitoses intestinais e como auxiliar no tratamento da
gota. Apresenta actividade diurética.

NOME COMUM: Buchinha do Norte.


NOME BOTÂNICO: Luffa operculata L.
FAMÍLIA: Curcubitaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Buchinina e curcubitacunas.
PARTES EMPREGADAS: O caule, as folhas, a polpa e o fruto.
PROPRIEDADES: Usada em casos de afecções hepáticas e biliares; em quadros de
sinusite (lavagens nasais), prisão de ventre, asma brônquica e bronquite crónica.
Tem também um efeito hipotensor.
ATENÇÃO: Pode provocar distúrbios gastrointestinais intensos e aborto.
NOTA: Usada em D4 e D6 em Homeopatia para rinites alérgicas.
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NOME COMUM: Cacau.


NOME BOTÂNICO: Theobroma cacao L.
FAMÍLIA: Esterculiáceas.
GEOGRAFIA: Originário do México e da América Central. O seu cultivo estendeu-se
às regiões tropicais de África e da Ásia.
PARTES EMPREGADAS: As sementes e a casca do fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm 40 a 50% de lípidos (gordura), 12 a
14% de proteínas, teobromina (1%), sais minerais e pequenas quantidades das
vitaminas A, B1 e B2.
A manteiga de cacau é rica em ácidos gordos saturados, semelhantes aos de origem
animal (pelo que se torna de difícil digestão e, além disso, favorece a produção do
colesterol).
PROPRIEDADES: Diurético e anti-inflamatório (usada nos casos de nefrite e
nefrose). Tonificante e ligeiramente estimulante, embora em grandes doses, ou em
pessoas sensíveis, pode produzir insónia e taquicardia.
A manteiga é utilizada em: gretas nos lábios produzidas pela secura ou pelo frio.
Gretas no mamilo das mães lactantes. Queimaduras, erupções e irritações da pele.
Para ajudar a nascer o cabelo. Hemorróidas e vaginite (ardor, irritação ou prurido na
vagina).
A casca é utilizada para a tosse, em forma de decocção.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção da semente: prepara-se com 10
ou 12 sementes por litro de água. Tomar 3 chávenas (xícaras) diárias.
Decocção da casca do fruto: prepara-se com 50 g por litro de água. Tomam-se 3
chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: manteiga de cacau: aplicar directamente como se fosse uma pomada,
sobre a zona da pele afectada, até 6 ou 8 vezes por dia.
Supositórios e óvulos de manteiga de cacau: preparados farmaceuticamente, usam-
se em caso de hemorróidas ou de vaginite.
Nota: O cacau em pó obtém-se por trituração das sementes de cacau secas. A
manteiga de cacau extrai-se por pressão das sementes torradas.

NOME COMUM: Cacto grandifloro.


NOME BOTÂNICO: Cactus grandiforus L, Cereus grandiflorus Miller.
FAMÍLIA: Cactáceas.
GEOGRAFIA: Originário das Antilhas e espalhado por toda a América Central. Não se
dá na Europa.
PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm glicósidos cardíacos, flavonóides e captina, um
alclóide muito activo sobre o coração. A polpa contém mucilagem
PROPRIEDADES: Cardiotónicas, antiarrítmicas (regularizam a pulsação) e
vasodilatadoras das artérias coronárias – pode complementar ou até substituir a
dedaleira (Digitalis dedaleira). São indicadas no caso de insuficiência cardíaca,
valvulopatias, transtornos do ritmo (palpitações e angina de peito (fazem
desaparecer a sensação de opressão no peito).
MANEIRA DE PREPARAR: Flores: o mais seguro é tomá-las em forma de
preparados farmacêuticos. Polpa dos frutos: podem ingerir-se de 2 a 10 por dia. Óleo
das sementes: de meia a uma colherada é suficiente para se obter o efeito purgante.
NOTA: Usado em Homeopatia com muito sucesso nas afecções cardíacas.
HISTÓRIA: As belas flores deste cacto da América Central têm uma vida muito
curta: numa mesma noite nascem, exalam o seu aroma e murcham.
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NOME COMUM: Café.


NOME BOTÂNICO: Coffea arabica L.
FAMÍLIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: Originário da Etiópia e do Sudão, onde ainda cresce espontaneamente.
Muito cultivado nas regiões subtropicais da América e de África, onde se criam muitas
espécies do género Coffea.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O componente activo mais importante do café é o
alcalóide trimetilxantina, ou cafeína, que constitui 1 a 2% do grão. Contém também
um óleo essencial; ácidos cafeico e clorogénico; substâncias gordas e nitrogenadas
que se oxidam e perdem as suas qualidades naturais durante o processo de
fermentação e torrefacção do grão de café. A cafeína é um alcalóide do grupo das
xantinas, muito semelhante quimicamente à purina e ao ácido úrico.
PROPRIEDADES: sobre o aparelho circulatório, o café produz um aumento da força
contráctil do coração e um ligeiro aumento da pressão arterial. Há que ter em conta
que doses repetidas produzem irritabilidade no músculo cardíaco, que se manifesta
por taquicardia e arritmias (alterações do ritmo). A cafeína ao aumentar o nível de
adrenalina no sangue, é um factor predisponente dos ataques cardíacos.
Sobre o aparelho digestivo, o café produz um aumento da secreção dos sucos
gástricos, o que pode facilitar a digestão num dado momento; mas o seu uso
continuado provoca acidez excessiva, gastrite e favorece o aparecimento de úlcera
gastroduodenal, assim como colite, devido também à acção irritante do óleo
essencial contido no café. O fígado sofre do mesmo modo uma sobrecarga quando se
ingere habitualmente café.
O emprego do café como medicamento pode justificar-se excepcionalmente, nos
seguintes casos, desde que não disponhamos de outros tratamentos com menos
efeitos secundários: Intoxicação alcoólica aguda, o café pode neutralizar ainda que
de modo incompleto, os efeitos depressivos do álcool sobre o sistema nervoso. Pode
usar-se como remédio caseiro para “despertar” parcialmente alguém que se tenha
intoxicado com bebidas alcoólicas. Um tratamento adequado da intoxicação etílica
requer, entre outras coisas, grandes doses de vitaminas do complexo B, coisa que
não existe no café.
Lipotimia (desmaio) desfalecimento por esgotamento físico e fadiga; o café pode
proporcionar um estímulo provisório, embora em nenhum caso seja curativo. O que
se deve fazer é aplicar o tratamento adequado para estes casos.
Cefaleia, enxaqueca, congestão cerebral por gripe ou afecções catarrais, febre.
ATENÇÃO: O café não se deve usar de forma continuada, nem sequer como
medicamento, pois, pelo seu conteúdo em cafeína, cria dependência (necessidade de
continuar a Tomá-lo) e tolerância (necessidade de aumentar a dose), como acontece
com qualquer outra droga.
O uso do café está contra-indicado nos seguintes casos: úlcera gastroduodenal,
gastrite, pirose, colite, nervosismo, hipertensão, cardiopatias, arritmias, gota,
gravidez (diminui o crescimento do feto) e lactação (a cafeína passa para o leite
materno). O grupo sanguíneo tipo “O” não deve beber café, pois é nocivo para este
grupo.
O uso habitual do café está muitas vezes relacionado com o cancro (câncer) da
bexiga, do pâncreas e do cólon, assim como o aumento do colesterol no sangue.
HISTÓRIA: No século XVI, os árabes difundiram a infusão do café.
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NOME COMUM: Cainito.


NOME BOTÂNICO: Chrysophyllum caimito L.
FAMÍLIA: Sapotáceas.
GEOGRAFIA: Oriundo das Antilhas. Encontra-se nas zonas tropicais do México e da
América Central.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos, as folhas e a casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa dos frutos contém 15 g de glícidos (hidratos de
carbono) por cada 100 g de parte comestível, 2 g de lípidos (gordura), e 1 g de
prótidos; além de sais minerais e pequenas quantidades de vitamina A, B e C.
PROPRIEDADES: As folhas aplicadas pela sua face inferior sobre as chagas, fazem-
nas supurar e depois cicatrizar; aplicadas pela parte superior sobre as feridas, detêm
a hemorragia.
A casca da árvore, as folhas e também os frutos, têm efeito balsâmico (suavizam as
mucosas respiratórias) e febrífugo, pelo que se utilizam nos casos de bronquite e
constipações (resfriados).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: frutos: podem comer-se à vontade.
Decocção da casca e folhas, á razão de 30 a 50 g por litro de água. Tomam-se 3 a 5
chávenas (xícaras) quentes por dia.

NOME COMUM: Caju.


NOME BOTÂNICO: Anacardium occidentalis L.
FAMÍLIA: Anacardiáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se nos climas quentes de todo o mundo, especialmente na
América Central e na bacia do rio Amazonas. Recentemente foi introduzido na Índia,
em Madagáscar e n Tanzânia. Não se aclimatou no sul da Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O caju é um fruto seco oleaginoso, de sabor doce e
agradável. É muito rico em ácidos gordos insaturados, como o oleico e o linoleico; em
vitaminas, como a B1, B2 e ácido pantoténico; e em minerais, como o magnésio (260
mg/100 g), potássio, ferro e fósforo.
PARTES EMPREGADAS: o fruto.
PROPRIEDADES: Em casos de: nervosismo, irritabilidade, depressão, debilidade e
cansaço anormais. Espasmos nos órgãos ocos: no cólon (cólon irritável), no útero
(dismenorreia), ou nas artérias coronárias (angina de peito).
MANEIRA DE PREPARAR: Semente torrada: come-se com ou sem sal, do emsmo
modo que os amendoins ou outro fruto seco.
Porção carnuda do fruto (pedúnculo ou pé de onde nasce a castanha de caju): é de
consistência polposa e um tanto áspera. Come-se fresco, em compota, doce ou suco.

NOME COMUM: Cálamo aromático.


NOME BOTÂNICO: Acorus calamus L.
FAMÍLIA: Aroídeas.
GEOGRAFIA: Europa, Ásia e América Boreal. Também existe no Oriente.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O cálamo (rizoma) contém alguma quantidade de tanino,
óleo volátil, resina, goma, uma essência, com um princípio activo (a ascrone), um
glicósido, acorina e o alcalóide calamina.
PROPRIEDADES: Aperitivo: aumenta o apetite. Eupéptico (facilita a digestão): útil
nos casos de digestão pesada, escassez de suco gástrico e gastrite crónica.
Carminativa: elimina os gases do tubo digestivo.
Relaxante muscular e sedativo suave do sistema nervoso quando se acrescenta a
decocção à água de um banho quente, em aplicação externa. Alivia as dores
reumáticas e ajuda a conciliar o sono. Calmante do prurido da pele no caso de
erupções e urticária.
MANEIRA DE PREPARAR: Pó: 1 a 2 gramas por dia. Infusão ou cozimento: 20
gramas por litro de água. Extracto: 1 a 2 gramas por dia.
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NOME COMUM: Calêndula, maravilhas.


NOME BOTÂNICO: Calendula officinalis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em todas as floras da Europa, especialmente na Europa central.
Floresce em todos os meses.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pigmentos caratenóides e flavónicos, sais, um princípio
amargo, saponinas, traços de essência, etc. Parece possuir, pelo conjunto químico
que reúne, acção algo semelhante à foliculina (hormona feminina).
PROPRIEDADES: Emenagoga, estimulante, sudorífica, vulneraria (favorecendo a
cicatrização das feridas e úlceras). Esta planta é muito utilizada em Medicina
Homeopática. Também existe um creme de Calêndula, para as borbulhas do rosto
(acne) e como agente da conservação da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas; água, 1 litro, em forma de infusão. Para
tomar às chávenas (xícaras), duas, três vezes por dia, fora das refeições. Também é
usada em forma de tintura, extracto, etc.

NOME COMUM: Calumba.


NOME BOTÂNICO: Cocculus palmatus Miers
FAMÍLIA: Menispermáceas.
GEOGRAFIA: Originária das regiões tropicais de África Oriental. Cultivada na
América do Sul, inclusive no Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém diversos alcalóides quimicamente
semelhantes à berberina e à morfina; princípios amargos (colombina); e diversas
substâncias inertes (pectina, amido e oxalato).
PARTES EMPREGADAS: A raiz cortada em rodelas e seca.
PROPRIEDADES: Tónico amargo, aperitivo e eupéptico (facilita a digestão).
Emprega-se na convalescença de doenças infecciosas ou debilitantes e nas más
digestões.
Antidiarreica e anti-séptico intestinal.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 10 a 15 g de raiz triturada
(uma colherada) por chávena (xícara) de água. Ferver durante 10 minutos e adoçar.
Tomam-se de 6 a 8 colheradas diárias do líquido resultante.

NOME COMUM: Camomila romana ou Macela.


NOME BOTÂNICO: Anthemis nobilis, Anthemis aurea.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Faz parte de todas as floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: Os capitulos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém entre outros elementos químicos, cânfora,
princípio gomo-resinoso, tanino, ácido antémico, óleo volátil, pigmentos flavónicos,
essência, etc.
PROPRIEDADES: Antiespasmódicos, calmantes, tónicas, nervinas, febrífugas,
vermífugas, emenagogas e digestivas e para mal-estar do estômago com ânsia de
vómito.
MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 10 gramas por litro de água, em
infusão de 10 a 15 minutos; ou uma colher de chá por chávena (xícara): 10 minutos
de infusão. Para tomar fora das refeições ou sobre estas. Para ficar com um sabor
mais agradável juntar à Macela umas folhas de hortelã-pimenta. A infusão
concentrada deve ser: 15 a 20 gramas por litro de água. Também se usa em forma
de pó, tintura, extracto, água destilada, esta às colheres (das de sopa), duas, três ou
quatro vezes ao dia.

NOME COMUM: Camomila alemã.


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NOME BOTÂNICO: Matricaria chamomilla L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Flora Europeia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As suas essências, camazuleno e bissabolol. Flavonóides
e cumarinas, assim como um princípio activo amargo tonificante.
PROPRIEDADES: Dores menstruais, antiinflamatória, sedativa e antiespasmódica,
tónica intestinal e carminativa, emenagoga, febrífuga e sudorífera. Analgésica,
antialérgica.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 5 a 10 gramas de capítulos florais por litro de
água. Tomam-se três a seis chávenas (xícaras) por dia.

NOME COMUM: Calaguala.


NOME BOTÂNICO: Polypodium calaguala Ruiz
FAMÍLIA: Polipodiáceas.
GEOGRAFIA: Comum nas Américas Central e do Sul. Não aparece na Europa. Cresce
nos lugares húmidos e sombrios, especialmente como parasita sobre o tronco de
algumas árvores.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma e a raiz.
PROPRIEDADES: Aumenta a produção de suor (sudorífica). Favorece a eliminação
do ácido úrico (diurético e uricosúrico). Depurativo. Estimulante e regulador da
imunidade celular (defesas). A sua aplicação mais importante é as erupções da pele e
as doenças auto-imunes (artrite reumatóide, colagenose, psoríase, dermatose, etc.).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção à base de 30 a 40 g de rizoma e
raiz triturados por litro de água. Ferver durante 10 minutos e tomar 2 ou 3 chávenas
(xícaras) por dia.

NOME COMUM: Cana vulgar.


NOME BOTÂNICO: Arundo donax L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Comum à beira dos rios e canais do Sul da Europa. Espalhada por todo
o continente americano.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrâneo) e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma e a raiz contêm um açúcar (sacarose) e
abundantes compostos de sílica.
PROPRIEDADES: Diurética: produz um aumento moderado da produção de urina,
favorecendo a eliminação de ureia, do ácido úrico e de outras substâncias residuais.
Recomendada para os que sofrem de cólicas renais e também que queiram fazer
uma cura depurativa.
Galactófuga: tomada durante alguns dias, detém a produção de leite nas mães que
amamentam. É útil para aquelas que, por alguma razão, desejem desmamar os seus
bebés.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com o rizoma ou a raiz da cana
cortada em fragmentos ou triturada. À razão de 50 g por litro de água. Ferver
durante 15 minutos e tomar 2 a 4 chávenas (xícaras) por dia.
HISTÓRIA: Dióscorides, o grande médico e botânico grego do primeiro século da
nossa era, já recomendava o uso da cana para aumentar a produção de urina.
Possivelmente, na antiguidade clássica, começou a usar-se com este fim pelo facto
de crescer junto a correntes de água. Detém a lactação.
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NOME COMUM: Cana-de-açúcar.
NOME BOTÂNICO: Saccharum officinalis L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Encontra-se nas regiões tropicais do Sul da Europa e na zona tropical
das Américas Central e do Sul, especialmente em Cuba.
PARTES EMPREGADAS: Os caules.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O suco da cana-de-açúcar contém 16 a 20% de sacarose,
glícido do tipo dos dissacarídeos. Contém, além disso, uma boa percentagem de sais
minerais e vitaminas, a maior parte das quais fica no melaço.
PROPRIEDADES: O suco da cana-de-açúcar e a decocção da polpa têm
propriedades peitorais, além de tonificantes e refrescantes. Beneficia quem sofre de
catarros bronquiais, bronquite crónica e asma.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: suco fresco: extrai-se triturando ou
esmagando os caules em máquina especial (pode ser artesanal).
Decocção: fervem-se 250 g de cana-de-açúcar descascada num litro de água. Beber
à vontade.
HISTÓRIA: A cana-de-açúcar é originária do Sudeste asiático. Os árabes
estenderam a sua cultura pelo mediterrâneo, e os portugueses e os espanhóis
levaram-na para a América no século XVI.

NOME COMUM: Canabis.


NOME BOTÂNICO: Cannabis sativa L.
FAMÍLIA: Moráceas.
GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central, estendeu-se a sua cultura pelas regiões
temperadas e húmidas de todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: um alcalóide “canabinol”.
PROPRIEDADES: As folhas: acalmam as dores nevrálgicas e reumáticas. As
sementes em infusão usam-se para baixar o colesterol no sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: uso externo: utilizada a tintura; uso interno: uma colher
de café dos frutos, que se deixam em infusão durante 10 minutos. Bebem-se 3 a 3
chávenas (xícaras) por dia.
ATENÇÃO: Esta planta deve ser usada com cautela. Usada em Homeopatia tem-se
mais sucesso na diátese reumática e gotosa.
HISTÓRIA: O cânhamo cultiva-se desde tempos primordiais, por proporcionar uma
fibra têxtil com a qual fabricavam cordas e tecidos. São bem conhecidas as
bebedeiras (porres) e os transtornos mentais que sofriam os operários que
trabalhavam com fibras de cânhamo. No século XIX descobriram-se os princípios
responsáveis pelo seu efeito estupefaciente, os quais se apresentam em maior
percentagem na Cannabis indica.

NOME COMUM: Cânfora, canforeira.


NOME BOTÂNICO: Cinnamomum camphora L, Laurus camphora L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 60
FAMÍLIA: Laureáceas.
GEOGRAFIA: Originária da Costa Oriental da Ásia (Japão, China), onde é muito
cultivada, assim como nos Estados Unidos.
PARTES EMPREGADAS: A essência da sua madeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A cânfora é uma substância branca cristalina, que se
obtém por condensação do óleo essencial que destila da madeira da canforeira. Do
ponto de vista químico, trata-se de uma cetona do hidrocarboneto aromático borneol.
PROPRIEDADES: Estimulante cardio-respiratória – estimula os centros nervosos da
respiração e da actividade cardíaca, aumentando a frequência e a profundidade da
respiração, e tonificando o coração (acção analéptica). Usa-se em casos de congestão
pulmonar (bronquite, pneumonia, asma), desmaios, lipotimias, hipotensão e
arritmias. Anti-séptica e febrífuga – útil em gripes e constipações (resfriados).
Anafrodisíaca – diminuí a excitação sexual. Anti-reumática e análgesica – o óleo ou
álcool de cânfora usam-se em aplicação externa.
MANEIRA DE PREPARAR: Em uso interno deve ser usada como remédio
homeopático por ser uma planta perigosa. Uso externo: loções e fricções com óleo ou
álcool canforados, que se preparam dissolvendo a cânfora a 10%, em azeite ou então
em álcool.
HISTÓRIA: A Canforeira é uma árvore milenária, que começa a produzir cânfora a
partir dos 30 anos. Na China conhecem-se exemplares com cerca de 2000 anos de
idade.

NOME COMUM: Carambola.


NOME BOTÂNICO: Averrhoa carambola L.
FAMÍLIA: Oxalidáceas.
GEOGRAFIA: Própria da Indonésia e da Malásia, cuja cultura estendeu-se a outros
países tropicais da Ásia e da América. Os principais países produtores são a
Tailândia, o Brasil e a Colômbia.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono, proteínas e gorduras. Provitamina
A. Vitaminas do complexo B, C e E. Potássio.
PROPRIEDADES: Prsião de ventre por falta de tónus intestinal que é o tipo mais
frequente. Duas a três carambolas de manhã facilitam a evacuação. Baixa o
colesterol.
MANEIRA DE PREPARAR: Frutos crus, conservas e bebidas.

NOME COMUM: Cardo santo.


NOME BOTÂNICO: Centaurea benedicta L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: É espontânea em todo o território nacional, e em outras floras
europeias, crescendo em terrenos calcários.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria gorda, verde; óleo volátil, goma, enicina,
enxofre, nitrato de potássio e outros sais.
PROPRIEDADES: Tónico, febrífugo, diurético, sudorífico, vermífugo e colagogo.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água, em forma de infusão,
para tomar antes das refeições (30 ou mais minutos).
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NOME COMUM: Cardo penteador.


NOME BOTÂNICO: Dipsacus sativus (L.) Scholler.
FAMÍIA: Dipsacáceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente nos solos frescos e argilosos da Europa
Central e Meridional. Cresce também em grande parte do continente americano.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e especialmente a raiz, contém um
glicósido chamado escabiósido, ácido salicílico e sais de potássio.
PROPRIEDADES: Diuréticas e sudoríficas (aumenta o suor). A raiz é um bom
depurativo do sangue. Toma-se para: excesso de líquidos nos tecidos: edemas ou
hidropisia de quaquer causa.
Excesso de ácido úrico (artritismo): favorece a eliminação do ácido úrico e de outras
substâncias residuais que circulam pelo sangue.
Acne, eczemas e erupções: aumenta a produção de suor, e com ele a eliminação de
substâncias que irritam a pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 40-50 g de raiz triturada em
dois litros de água. Ferver até que o líquido fique reduzido a metade. Filtrar e adoçar
com mel. O tratamento deve durar vários meses.

NOME COMUM: Cardo corredor, Gravatá do campo.


NOME BOTÂNICO: Eryngium campestre L.
FAMÍIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Frequente em prados secos, encostas expostas ao sol e pousios de
toda a Europa. Também se pode encontar no continente americano.
PARTES EMPREGADAS: A raiz (colhe-se na Primavera ou no Outono), os brotos
tenros e as folhas (colhem-se no Verão).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A sua raiz contém saponinas, além de taninos, açúcares e
um óleo essencial.
PROPRIEDADES: Diurético: em caso de edemas, especialmente os que se
produzem nas pernas e tornozelos.
Em caso de excesso de ácido úrico (artrismo) e de areias na urina, casos em que
interessa “limpar” os rins.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Salada: os seus brotos e folhas tenras são
muito apreciados por aqueles que gostam de verduras silvestres.
Infusão: com um punhado de raiz triturada (30-40 g) por litro de água. Deixar
repousar até que esteja bem fria, e tomar duas ou três chávenas (xícaras) diárias.
Não guardar a infusão de um dia para outro, pois perde as suas propriedades. O
cardo só deve ser utiizado três dias e depois de uma semana de descanso, voltar a
tomar mais três dias.

NOME COMUM: Carlina.


NOME BOTÂNICO: Carlina acaulis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Vegeta nos prados abertos de zonas montanhosas. Frequente nos
Pirinéus e na Europa Central.
PARTES EMPREGADAS: A raiz (muito profunda: 1 a 2 m) e o capitulo floral
(alcachofra).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém inulina (glícido), resina, tanino e um óleo
essencial, entre cujos componentes encontra-se o carlinóxido.
PROPRIEDADES: Sudorífica e algo diurética: isto torna-a útil nos casos de gripe,
constipações (resfriados) e catarros.
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Vermífuga: tomada em jejum durante quatro ou cinco dias seguidos, é eficaz
contra parasitas intestinais (ténias e lombrigas).
Tonificante do estômago e colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar). É
portanto indicada sempre que se trate de estimular os processos digestivos:
inapetência, digestões pesadas, gastrites.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com a raiz triturada (20-30 g por
litro de água). Tomam-se 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia, mas sem exceder a
dose, já que pode provocar náuseas.
Como hortaliça: o interior da carlina (o receptáculo floral carnudo) pode-se comer
cozido com batatas ou assado. O seu sabor lembra o da Alcachofra, e é muito
apreciado em algumas regiões de França, onde a planta é conhecida como Alcachofra
silvestre. Contém o mesmos princípios activos que a raiz, embora em menor
proporção.

NOME COMUM: Caroba.


NOME BOTÂNICO: Jacarandá procerea L.
FAMÍLIA: Bignoneáceas.
GEOGRAFIA: Brasil, muito usada nas regiões do sertão brasileiro.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e a casca da raiz têm um princípio activo
cristalizado: a carobina. Também possui além de outros elementos químicos, resina
balsâmica: a carobona.
PROPRIEDADES: Sífilis, reumatismo, doenças da pele. As folhas são usadas em
forma de cozimento, para lavar feridas ulcerosas, e são muito diuréticas. A casca da
raiz, além de outras propriedades, é sudorífera. Emprega-se também a casca da raiz
no tratamento da blenorragia.
Em Homeopatia, emprega-se este vegetal, não somente como anti-sifilitico e anti-
reumático, como nas dores dos ossos, de qualquer origem, e nas diferentes
manifestações do artritismo.
A caroba é uma das plantas que os pagés (curandeiros do sertão brasileiro)
revelaram ao mundo médico.
A caroba faz parte de numerosas composições vegetais europeias, sendo Portugal o
país da Europa que mais a emprega (desde o tempo das descobertas). Alguns
estrangeiros, de visita a Portugal, procuram ervanários, para que lhes vendam
plantas exóticas (África, Brasil e Índia), dizendo que se destinam a herbários e valer
a pena vir ao nosso país somente para adquirir vegetais simples de terras distantes,
o que, afirmam, não é fácil obter em seus países.
MANEIRA DE PREPARAR: Casca da raiz e folhas: 25 a 30 gramas por litro de água,
em forma de cozimento; dois a três copos por dia.

NOME COMUM: Cardo de Santa Maria, Cardo mariano.


NOME BOTÂNICO: Silybum marianum (L.) Gaerth, Carduus marianus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Espécie tipicamente mediterrânea, mas que se aclimatou em
Inglaterra e na América do Norte.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Flavonolignanos, estes compostos resultam da união de
um flavonóide (a taxifolina) com uma molécula de tipo fenilpropanóide (o álcool
coniferílico). A mistura dos diversos tipos (isómeros) de flavonolignanos recebe o
nome de silimarina.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (sementes), as folhas e a raiz.
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PROPRIEDADES: Degenerescência gorda do fígado, quer seja causada por
álcool quer por outros tóxicos. Inflamação do fígado. Intoxicação por substâncias
hepatotóxicas, como o tetracloreto de carbono, os insecticidas organofosforados e os
cogumelos venenosos.
Hepatite vírica aguda, hepatite crónica, hepatite alcoólica.
Insuficiência e congestão hepáticas com ou sem icterícia. Cirrose hepática.
Enxaquecas e nevralgias. Esgotamento e astenia. Cinetose (enjoos e vómitos nas
viagens), tomar uma chávena (xícara) ou xarope antes de sair.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: salada: as folhas tenras sem espinhos,
assim como o interior das alcachofras, podem comer-se em salada crua.
Infusão ou decocção com 30 – 50 g de frutos esmagados ou triturados, a que podem
acrescentar –se folhas ou raízes. Tomam-se de 3 a 5 chávenas (xícaras) por dia. Esta
dose pode ultrapassar-se sem nenhum perigo, já que a planta não apresenta nenhum
tipo de efeito tóxico.
NOTA: A similarina (alcalóide principal) é capaz de estimular a regeneração das
células hepáticas danificadas por tóxicos como o álcool etílico ou o tetracloreto de
carbono, assim como a faloidina, substância contida no amanita falóides (Amanita
phalloides), o mais tóxico de todos os cogumelos. A similarina estimula a síntese de
proteínas nas células hepáticas, e tem além disso uma acção antiinflamatória
importante sobre o mesênquima (tecido fibroso de suporte) do fígado.

NOME COMUM: Carvalho.


NOME BOTÂNICO: Quercus robur L.
FAMÍLIA: Copulíferas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português, fazendo parte de outras floras
da Europa.
PARTES EMPREGADAS: A casca e as bolotas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Casca: contém ácido gálico e tânico, açúcar, pectina,
tanatos de cal, de magnésio, de potassa, e quercina, substância semelhante à
salicina, solúvel na água, no álcool e no éter. As bolotas contêm: fécula, óleo graxo,
resina, goma, tanino, legumina, princípio extractivo amargo, sais de potassa, de cal,
de alumina, etc. A quercina é uma substância muito amarga, inalterável ao ar,
solúvel na água e no álcool.
PROPRIEDADES: Adstringente muito poderoso para o uso interno, em dose
moderada.Estomatite e faringite, efeito anti-inflamatório e analgésico.
Uso externo: Afecções do anus ou do recto (banhos de assento ou clisteres),
Gengivite, parodontose, piorréia (gargarejos), Hemostático (epistaxes – tampões
com algodão embebido), Conjuntivite e blefarite (Banhos oculares).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: 10 a 15 gramas por litro nas diarreias.
Externamente: 50 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento.

NOME COMUM: Cáscara-sagrada.


NOME BOTÂNICO: Rhamnus purshiana L.
FAMÍLIA: Ramnáceas.
GEOGRAFIA: Estados Unidos da América e Canadá.
PARTES EMPREGADAS: A casca seca do tronco e dos ramos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca da árvore contém: glicósidos antraquinónicos
(emodina, crisofina) semelhantes aos do Amieiro negro, assim como outros glicósidos
(aloína, crisaloína). O seu intenso efeito purgativo, é mais drástico do que o do
Amieiro negro, deve-se à combinação de todos estes princípios activos.
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PROPRIEDADES: Ideal para casos de prisão de ventre crónica ou atonia
intestinal (pode-se usar durante longos períodos de tempo, coisa que não acontece
com outros laxantes químicos). Purgante energético que não provoca contracções
fortes e nem colite.
MANEIRA DE PREPARAR: Duas cápsulas ao almoço e duas cápsulas ao jantar.
Infusão: 3 gramas de casca por chávena (xícara). Tomar até três chávenas (xícaras)
por dia, com o estômago vazio.
ATENÇÃO: Usar com prudência na gravidez, lactação, menstruação, e durante a
crise hemorroidal (produz congestão da pelve).

NOME COMUM: Castanheiro.


NOME BOTÂNICO: Castanea sativa (L.) Mill.
FAMÍLIA: Fagáceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente, tanto no centro e no Sul da Europa como na
América.
PARTES EMPREGADAS: A casca, as folhas e as sementes (castanhas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca da árvore e, em menor proporção, as folhas, são
muito ricas em tanino, além de conterem açúcares, pectina, óleo essencial e outros
princípios activos. As castanhas são ricas em glícidos (mais de 40%), e contêm
pequenas quantidades, vitaminas A, B e C, e sais minerais.
PROPRIEDADES: Adstringente, (secam e desinflamam as mucosas, por isso são
úteis na diarreia. E para bochechar e fazer gargarejos nos casos de inflamação da
boca e da garganta. Antitússica, em forma de tisana, acalmam a tosse rebelde
devido à irritação das vias respiratórias (acção béquica). A casca e as folhas do
castanheiro também se usam com êxito no caso da tosse convulsa.
As castanhas fornecem substâncias alcalinizantes, que neutralizam o excesso de
ácidos no sangue e facilitam a sua eliminação na urina, o que se torna especialmente
útil a quem sofra de reumatismo por excesso de ácido úrico (artritismo) e aos que
consomem carne em abundância. Um conteúdo muito baixo de sódio (1 mg por 100
gramas de parte comestível) e elevada proporção de potássio (710 mg por 100
gramas). Por isso são muito úteis na dieta dos hipertensos e dos cardíacos.
A farinha de castanha torna-se muito apropriada para a preparação de papinhas para
bebes, especialmente em caso de diarreia.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção: com 50 gramas de casca
triturada e outros 50 gramas de folhas, por cada litro de água. Também se pode
fazer só com folhas, caso em que se põem 100 gramas por litro de água. Ferver
durante 15 minutos. Filtrar e adoçar, de preferência com mel. Tomar três ou quatro
chávenas (xícaras) por dia, até que desapareça a diarreia ou a tosse.
As castanhas podem-se comer cruas, assadas ou cozidas. Para as crianças pequenas
prepara-se uma papa muito nutritiva com castanhas bem cozidas e esmagadas.

NOME COMUM: Castanheiro-da-índia.


NOME BOTÂNICO: Aesculus hipocastanum L.
FAMÍLIA: Hipocastanáceas.
GEOGRAFIA: Esta árvore é originária da Ásia Menor, mas cultivada como
ornamento, em Portugal e outros países. É muito empregada em marcenaria.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui amido em grande quantidade, assim como óleo.
Tem como princípios activos: pigmentos flavónicos e saponinas. A casca contém
tanino, um heterósido.
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PROPRIEDADES: Emprega-se nas hemorróidas, hipertrofia da próstata
(geralmente dá-nos um sinal de hemorroidal), varizes e outras doenças venosas
(estase venosa). Na hipertrofia da próstata, é associada à Virga aurea ou vara-de-
ouro (em tisana), tintura ou extracto fluído: 20 a 30 gotas por dia.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento dos ramos novos: 15 a 20 gramas por litro de
água; duas chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa a tintura e
o extracto.

NOME COMUM: Camará.


NOME BOTÂNICO: Lantana camara.
FAMÍLIA: Verbenáceas.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém alcalóides (lantanina), terpenos e mucilagens.
PROPRIEDADES: Emprega-se em quadros febris, tosse, asma brônquica e bronquite
crónica, tendo também propriedades anti-diarreicas e anti-espasmódicas.
Uso externo: escabiose (sarna) e auxiliar no tratamento de dores de origem
reumática.
ATENÇÃO: Poderá provocar reacções de fotossensibilidade. A ingestão excessiva
poderá causar vómitos, diarreia, midríase e, em casos extremos, coma.

NOME COMUM: Cana do Brejo.


NOME BOTÂNICO: Costus spicatus.
FAMÍLIA: Zingiberáceas.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sitosterol, ácido oxálico, potássio, magnésio, saponinas,
tanino, mucilagens e pectina.
PROPRIEDADES: É indicada como coadjuvante no tratamento de afecções renais e
das vias urinárias (nefrites, cólicas renais), por seu efeito diurético importante.
Como uso externo é utilizada no tratamento de úlceras de pele.

NOME COMUM: Carqueja (de flor amarela e de caule grosso).


NOME BOTÂNICO: Baccharis trimera L.
FAMÍLIA: Asteráceas.
GEOGRAFIA: Cresce da Bahia ao Rio Grande do Sul (Brasil). Existe em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém flavonóides, lactonas, polifenóis, taninos,
esteróides, saponinas, terpenos (carquejol, acetato de carquejila), nopineno, resinas
e pectinas.
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PROPRIEDADES: Indicada na dispepsia, afecções hepáticas, gripe, como
coadjuvante no tratamento da diabetes mellitus, nas dores de origem reumática,
como auxiliar no tratamento da gota, na anemia carencial, parasitoses intestinais,
quadros diarreicos, obstipação, quadros de astenia, anorexia, náuseas e, sob a forma
de gargarejo, nas inflamações bucofaríngeas. O uso tópico restringe-se à acção
cicatrizante. Apresenta propriedade diurética e reguladora das funções intestinais. Foi
observada acção hipoglicemiante, moluscicida (contra Biomphalaria glabatra,
hospedeiro intermediário do verme Schistosoma mansoni, causador da
esquistossomose) e anti-Trypanosoma cruzi (causador da moléstia de chagas).

NOME COMUM: Catuaba.


NOME BOTÂNICO: Anemopaegma mirandum.
FAMÍLIA: Bignoniáceas.
PARTES EMPREGADAS: A casca e o rizoma.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Substâncias aromáticas, lípidos, resinas e taninos.
PROPRIEDADES: Útil nos quadros de astenia, ansiedade, bronquite crónica e asma
brônquica.
ATENÇÃO: Doses excessivas poderão causar midríase, taquicardia ou arritmias.
Contra-indicada em crianças e gestantes.

NOME COMUM: Cirtopódio.


NOME BOTÂNICO: Cyrtopodium Punctatum.
FAMÍLIA: Orquidáceas.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
PROPRIEDADES: É utilizada em casos de infecções das vias respiratórias superiores
e bronquite crónica. Como agente externo, é aplicado sobre abcessos e furúnculos.
Apresenta uma acção cicatrizante.

NOME COMUM: Cavalinha do campo.


NOME BOTÂNICO: Equisetum arvensis L.
FAMÍLIA: Equisetáceas.
GEOGRAFIA: Esta planta existe em várias regiões de Portugal, quase em todo o
país. Faz parte da flora da Europa, bem assim como do Oriente (China, Japão) e
Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém silício em grande quantidade, porém não tanto
como a erva pulmonária (Pulmonária officinalis). São numerosos os sais que se
encontram neste vegetal, como o ácido aconítico, o mesmo que ácido equisético.
Também um saponósido chamado equisetonósido. De um modo geral, os
equisitáceos contêm sais de potássio, ácido gálico, uma resina cílica, etc.
PROPRIEDADES: Remineralizantes do organismo depauperado, especialmente dos
tuberculosos, cujos parênquimas pulmonares estão afectados lesionalmente;
hemostático, diurético, digestivo, depurativo, etc. Indicações: tuberculose e doentes
dos ossos, úlcera gástrica e intestinal, perdas de sangue (recto, nariz, boca), nos
casos de urina com sangue, nas pessoas que urinam com dificuldade.

MANEIRA DE PREPARAR: Planta fresca, infusão: 20 a 50 gramas por litro de água,


depois de ferver 2 ou mais minutos. Para tomar três ou mais chávenas (xícaras) por
dia. Também se usa o extracto fluído.

NOME COMUM: Cebola.


NOME BOTÂNICO: Allium cepa L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
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GEOGRAFIA: Planta originária da Pérsia e do Médio Oriente, que se encontra
cultivada em todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: O bolbo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém uma essência volátil rica em
glicósidos sulfurados, dos quais o mais importante é o bissulfureto de alilopropilo.
Contém igualmente enzimas abundantes (fermentos), de acção dinamizadora sobre a
digestão e o metabolismo; oligoelementos (enxofre, potássio, magnésio, flúor, cálcio,
manganésio e fósforo); vitaminas (A, complexo B, C, E); flavonóides de acção anti-
diarreica, a glicoquinina.
PROPRIEDADES: antibióticas: o sumo (suco) da cebola crua comporta-se como um
autêntico antibiótico – usa-se para curar feridas e furúnculos, abcessos, queimaduras
(evita que se infectem e acelera a sua cicatrização), gretas da pele e acne. Em todos
estes casos aplica-se esmagada em forma de cataplasma, ou então o sumo (suco)
fresco em loção ou em compressas. Para fazer amadurecer os abcessos, pode-se
aplicar também uma cataplasma quente de cebola cozida ou assada.
Expectorante e peitoral: pela sua acção antibiótica e mucolítica (facilita a expulsão da
mucosidade, tornando-a mais fluída), antiinflamatória, ideal no caso de afecções
respiratórias: catarros das vias respiratórias, sinusite, laringite, bronquite, tosse,
asma brônquica, enfisema pulmonar (usar o xarope).
Hipotensora, diurética e depurativa: muito recomendável para os hipertensos, os
obesos, os reumáticos, os artríticos, os gotosos, assim como para os doentes renais.
Apropriada também nos casos de nefrose e albuminúria, retenção de líquidos, areias
e cálculos urinários. Alcaliniza notavelmente o pH (reduz a acidez) da urina, com o
que favorece a eliminação do ácido úrico e de outros resíduos tóxicos do organismo.
Fluidificante do sangue: para os que sofrem de trombose (tendência para a formação
de coágulos ou trombos no sangue), fazendo com que o sangue seja mais fluído e
que circule melhor – isto deve-se a que a cebola contém substâncias fibrinolíticas,
que desfazem os coágulos sanguíneos e impedem que se formem em excesso.
Também está demonstrado que a cebola actua como um antiagregante plaquetário,
impedindo a tendência excessiva das plaquetas sanguíneas se agruparem formando
trombos ou coágulos (muito útil ao sangue tipo “A” e tipo “O”.
Vermífuga: eficaz contra os ascarídeos (lombrigas) e os oxiúros (pequenos vermes
brancos que causam ardor no anus das crianças), neste caso tem que ser comida
crua.
Hipoglicemiante: pela acção da glicoquinina, faz descer o nível da glicose no sangue.
Tonificante: digestiva e geral do organismo: aumenta todas as secreções digestivas
(gástrica, intestinal, pancreática), com o que melhora a digestão dos alimentos. Por
isso mesmo não convém aos que sofram de hiperacidez e de úlcera gastroduodenal
em fase de actividade. Estimula a função metabólica e desintoxicadora do fígado,
pelo que se torna altamente recomendável aos que sofram de alguma doença de
fígado: hepatite crónica, doença gorda do fígado, cirrose e insuficiência hepática.
Pela sua acção antibiótica e anti-séptica, regula a flora intestinal travando os
processos de putrefacção em que se libertam substâncias tóxicas muito irritantes,
como o indol e o escatol. Estas substâncias relacionam-se com o aparecimento de
cancros (câncer) do cólon e recto. Dai o efeito preventivo da cebola contra o cancro
(câncer) intestinal.

MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: crua: sempre que se possa, e que o


estômago a tolere (convém acostumá-la com doses progressivas), deve-se comer a
cebola crua, pois é como produz maior efeito. Geralmente come-se cortada ou ralada
em salada (com azeite de oliveira e limão). A dose terapêutica mínima recomendável
é de uma cebola média diária, e, a máxima, segundo a tolerância.
Sumo (suco) fresco: obtida com uma trituradora, misturada com limão, com mel ou
com sumo (suco) de cenoura ou tomate, e tomado ás colheradas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 68
Toma-se meio copo, duas ou três vezes por dia.
Cebola cozida ou assada: perde completamente a acidez e o ardor, pelo que é
muito bem tolerada por todos os estômagos, ainda que à custa da perda de uma
percentagem dos princípios activos, e, sobretudo de uma redução do seu efeito
antibiótico. No entanto, assim tem a vantagem de poder ser consumida em maior
quantidade sem rejeição. Se as cebolas forem cozidas em água, deve-se beber o
caldo, que é muito rico em princípios activos. A dose mínima recomendada, no caso
das cebolas cozidas ou assadas, é de duas ou três cebolas por dia, juntamente com o
seu caldo.
XAROPE DE CEBOLA: prepara-se cozendo várias cebolas cortadas às rodelas com
um pouco de água e bastante mel ou açúcar (de preferência mascavo), quando
formar uma pasta homogénea tomar algumas colheres durante o dia (útil contra as
afecções respiratórias).

NOME COMUM: Celidónia, celidónia maior.


NOME BOTÂNICO: Chelidonium majus L.
FAMÍLIA: Papaveráceas.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um heterósido amargo, a erythrocentaurina,
matéria ceróide. A matéria amarga é o seu principal agente activo. Também contém
goma, alguns sais, ácido livre, etc.
PROPRIEDADES: Tónica, febrífuga, estomáquica, colagoga e estimulante do
pâncreas, etc. Das suas propriedades podemos concluir que esta planta tem
oportunidade nos dispépticos, diabéticos, doentes da vesícula (disquinésia biliar), na
febre, etc. Também é vermífuga. Usa-se ainda no reumatismo.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão de 20 a 30 gramas por litro de água, para tomar
duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Cersefi-bastardo.


NOME BOTÂNICO: Tragopogon pratensis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Prados húmidos e bermas de caminhos de toda a Europa.
PARTES EMPREGADAS: A raiz e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz tem um sabor adocicado e algo mucilaginoso.
Contém diversos glícidos (hidratos de carbono), como o inositol e o manitol, e
também pequenas quantidades de prótidos e lípidos (gordura).
PROPRIEDADES: É um bom aperitivo, e também um diurético, sudorífico (aumenta
a sudorese) e depurativo.
É benéfico, especialmente aos que sofram de arteriosclerose, reumatismo, gota e
hipertensão arterial. Favorece a eliminação de resíduos tóxicos do metabolismo. Os
diabéticos podem tomá-lo sem restrição, devido a que os hidratos de carbono desta
planta não elevam o nível de glicose no sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: raiz: a melhor maneira de aproveitar as
suas qualidades e comer a raiz crua, cortada ás rodelas em salada. Também se pode
cozinhar.
Folhas tenras: comem-se também em salada; o seu gosto lembra o da escarola e da
chicória.

NOME COMUM: Cenoura.


NOME BOTÂNICO: Daucus carota L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: é cultivada em todos os continentes.
PARTES EMPREGADAS: As raízes e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém pectina em abundância, substância glicídica
de acção absorvente e antidiarreica; sais minerais diversos, especialmente de
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potássio e fósforo, assim como oligoelementos que a tornam remineralizante e
diurética. Óleo essencial, que lhe confere o seu aroma peculiar e os seus efeitos
vermífugos; e vitaminas do grupo B, um pouco da C e, sobretudo caroteno (4500 ug
por cada 100 g). rica em provitamina A (o caroteno ou provitamina A, é o princípio
activo mais valioso da cenoura. No fígado transforma-se em vitamina A ou retinol).
PROPRIEDADES: utilizada nos transtornos da visão (perda da acuidade visual,
hemeralopia – dificuldade para ver durante a noite ou com pouca luz; secura do pólo
anterior do olho, blefarite – inflamação das pálpebras; queratite – inflamação da
córnea.
Alterações da pele (secura, rugas, atrofia, acne); fortalece também as unhas e o
cabelo, ao qual dá mais brilho.
Alterações das mucosas (útil na prevenção da litíase urinária e biliar, pois está
provado que uma mucosa sã impede a formação de cálculos no interior dos canais
urinários ou biliares). A vitamina A tem valor também como preventivo de catarros
nasais, sinusais, faríngeos e bronquiais, pois além de fortalecer as mucosas, aumenta
as defesas. Também melhora a função da mucosa gástrica, normalizando a produção
de sucos (útil nas gastrites) e colabora na cicatrização das úlceras. Acalma as dores
do estômago e o excesso de acidez.
Transtornos metabólicos e endócrinos (anemia, atraso do crescimento,
hipertiroidismo – regula a função da tiróide; dismenorreia, depressão nervosa, etc.
diarreia e colite (especialmente nas crianças, devido à acção da pectina – administra-
se ralada ou fervida).
Parasitas intestinais (o óleo essencial que a cenoura contém é especialmente activo
contra os oxiúros – comer em jejum duas cenouras todas as manhãs).
Curas depurativas (a cenoura é alcalinizante do sangue, com o que compensa e
elimina os resíduos ácidos do metabolismo – ácido úrico e outros).
Curas de desintoxicação (torna-se muito apropriada para quem deseje deixar de
fumar, pois acelera a eliminação da nicotina e, pelo seu conteúdo em vitamina A,
regenera as mucosas do aparelho respiratório).
As sementes de cenoura contêm um óleo essencial de acção carminativa – evita os
gases intestinais; emenagoga – favorece as regras; e um tanto diurética.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: crua: a cenoura, em rodelas ou cortada em
tiras; sumo que se toma acabado de fazer para evitar a oxidação se for feito de um
dia para o outro. Infusão de sementes – 20-30 gramas por litro de água. Ingerem-se
diariamente 3 ou 4 chávenas (xícaras).
Uso externo:
HISTÓRIA: No papiro de Ebers, escrito no ano de 1500 a.C. no Egipto, já se
recomendava a cenoura como cosmético, aplicadas em rodelas sobre o rosto.

NOME COMUM: Centeio.


NOME BOTÂNICO: Secale cereale L.
FAMÍLIA: Gamíneas.
GEOGRAFIA: Próprios de terrenos frios do Nore e do Leste da Europa. A Rússia, a
Polónia e a Alemanha são os principais países produtores. Há dados históricos que
mostram que o centeio já se cultivava na Alemanha no século IV a.C.
PARTES EMPREGADAS: O grão.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O seu conteúdo energético é de 331 Kcal/100 g, também
próximo do do trigo (335 Kcal/100g). Hidratos de carbono, proteínas, vitaminas B1,
B2, B6, niacina e folatos. Minerais (fósforo, magnésio, ferro, zinco e selénio).
PROPRIEDADES: Arteriosclerose e afecções coronárias. Hipertensão arterial. Prisão
de ventre. Prevenção do cancro do cólon.
MANEIRA DE PREPARAR: Bolachas de centeio, farinha para pão, grãos cozidos e
inteiros.
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NOME COMUM: Cevada.
NOME BOTÂNICO: Hordeum vulgaris L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Própria das zonas montanhosas do Sudoeste da Ásia. Os principais
produtores são a Rússia, a Alemanha e o Canadá.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (12,5%), hidratos de carbono (56,2%),
Vitamina A, B1, B2. Minerais (fósforo, magnésio, ferro, zinco). Fibras.
PARTES EMPREGADAS: Os grãos.
PROPRIEDADES: Afecções digestivs (gastrite, dispepsia, úlcera gastroduodenal,
gastroenterite e colite). Excesso de colesterol. Arteriosclerose e doenças coronárias.
Diabetes. Afecções do cólon (prisão de ventre).
MANEIRA DE PREPARAR: Cevada descascada integral como sopa. Flocos de
cevada. Farinha. Água de cevada (café de cevada). Malte.
ÁGUA OU CALDO DE CEVADA: 100 g de grãos de cevada, de preferência polida, na
quantidade de água necessária pra que depois de cozer durante meia hora, fique um
litro de caldo. Usado em diarreias, dispepsia e doenças febris.
ATENÇÃO: Contra-indicada ao grupo de sangue “0”.

NOME COMUM: Chá da China, Chá preto.


NOME BOTÂNICO: Thea sinensis L.
FAMÍLIA: As folhas.
GEOGRAFIA: Originário do Sudeste Asiático, China e Índia. Onde ainda aparece
espontaneamente. É cultivado amplamente nestes dois países e também no Brasil e
na África Tropical.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm de 1 a 4% de cafeína (chamada teína
para diferenciar a sua origem); taninos (15 a 20%) e uma essência.
PROPRIEDADES: Os seus efeitos são muito semelhantes aos do café, ainda que
menos intensos. O chá provoca excitação do sistema nervoso, do coração e do
sistema circulatório. Aumenta a secreção de sucos ácidos no estômago.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30-50 gramas por litro de
água, de que se podem tomar, como máximo, até 5 chávenas (xícaras) diárias.
HISTÓRIA: Os chineses já usavam o chá há 4000 anos, embora a sua difusão na
Europa se tenha verificado só a partir do século XVII.
ATENÇÃO: O chá não se deve usar de forma continuada, nem sequer como
medicamento. Desaconselha-se o uso do chá no caso de úlcera gastroduodenal,
gastrite, acidez no estômago, nervosismo, hipertensão arterial ou afecções do
coração.

NOME COMUM: Chagas.


NOME BOTÂNICO: Tropaeolum majus L.
FAMÍLIA: Tropeoláceas.
GEOGRAFIA: Vulgar nas regiões temperadas da maior parte da América e da
Europa. Cultiva-se como planta ornamental em vasos e jardins.
PARTE EMPREGADA: As folhas, as flores e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as partes da planta contêm um glicósido sulfurado,
a glicotropeolina, que, pela acção da mirosina, uma enzima contida na mesma
planta, e que se liberta quando esta é partida ou triturada, produz, entre outras
substâncias, um óleo essencial sulfuroso de acção antibiótica muito potente.
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PROPRIEDADES: Infecções das vias respiratórias: sinusite, rinite, faringite, e
especialmente bronquite, tanto agudas como crónicas. Também se torna útil em
gripes e constipações (resfriados), devido a que o seu princípio activo de acção
antibiótica impregna todo o aparelho respiratório, descongestionando os brônquios e
acalmando a tosse.
Infecções das vias urinárias: pielonefrite (da pelve renal e do rim), e cistite (da
bexiga).
Favorece as funções da pele, devido ao seu elevado conteúdo de enxofre. Aplicada
localmente, tem um efeito cicatrizante sobre as feridas e úlceras. Regenera e devolve
o aspecto saudável à pele seca; mas sobretudo estimula o bulbo piloso (a raiz do
pêlo), revitalizando o cabelo e inclusivamente fazê-lo crescer. Por isso é uma das
plantas que mais se usam nos tratamentos contra a calvície.
Tonificante e revigorante: talvez pelo seu elevado conteúdo em vitamina C (285 mg
por cada 100 g de folhas frescas, enquanto, por exemplo, o limão tem 50 mg por 100
g de polpa).
Reguladora menstrual: os banhos de assento com flores ou frutos regulam e
normalizam as regras.
Afrodisíaca: além do mais, atribuem-lhe efeitos afrodisíacos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: salada (como tonificante e aperitivo):
usam-se as flores e as folhas bem tenras. Combina muito bem com a alface.
Infusão ou decocção: prepara-se com 30 g de flores, folhas e frutos por cada litro de
água. Bebe-se uma chávena (xícara) de quatro em quatro horas.
Uso externo: banho de assento: um punhado de flores ou de frutos por cada litro de
água. O banho tem que ser quente.
Loções: triturar dois punhados (cerca de 100 g) de folhas, flores e sementes frescas.
Deixam-se macerar em meio litro de álcool de 96 graus, durante duas semanas.
Pode-se acrescentar à maceração 10 folhas de urtiga, 5 folhas de Buxo e uma colher
de sopa de alecrim. Filtra-se e, com o liquído obtido, esfrega-se energeticamente o
couro cabeludo.

NOME COMUM: Choupo negro.


NOME BOTÂNICO: Populis nigra L.
FAMÍLIA: Salicáceas.
GEOGRAFIA: Comum em bosques húmidos de toda a Europa. Cultivado na Europa e
na América.
PARTES EMPREGADAS: As gemas primaveris, a casca e madeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As gemas foliares (brotos tenros) e, em menor
proporção, a casca dos ramos, contêm um óleo essencial, glicósidos flavonóides e
fenólicos (salicina e populina) e tanino.
PROPRIEDADES: Sudoríficas, febrífugas e diuréticas.
Anti-inflamatórias e anti-reumáticas: no uso interno recomendam-se contra os
ataques de reumatismo, as poliartrites (inflamação de várias articulações) e as dores
reumáticas em geral.
Balsâmicas e expectorantes: administram-se nos casos de bronquite aguda e crónica,
assim como em todo o tipo de catarros brônquicos. Desinflamam a mucosa bronquial
e facilitam a produção de uma mucosidade mais fluida, que assim se elimina com
facilidade.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção durante 10 minutos com 30-40 g
de brotos tenros (gemas) de choupo por litro de água. Também se podem
acrescentar uns fragmentos de casca. Coar, adoçar a gosto, e tomar 3 ou 4 chávenas
(xícaras) por dia.
Uso externo: unguento: prepara-se com 50 g de brotos tenros de Choupo, que se
esmagam num almofariz e se misturam com 150 g de gordura (manteiga sem sal ou
vaselina). Coloca-se em banho-maria durante 2-3 horas, ao fim das quais se deve
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coar com uma gaze ou um lenço fino. Aplicá-lo como loção, 3 ou 4 vezes ao
dia, sobre a região afectada.

NOME COMUM: Cocleária.


NOME BOTÂNICO: Cochlearia officinalis L.
FAMÍLIA: Crucíferas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Resina amarga, clorofila, iodo. Os seus princípios activos
são: a coclearina, princípio amargo e um óleo essencial sulfurado (enxofre).
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
PROPRIEDADES: Antiescorbútica muito valiosa, estimulante geral.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 30 a 40 gramas das folhas por litro de água.
Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa o xarope
e a alcoolatura.

NOME COMUM: Cogumelos, Champignon.


NOME BOTÂNICO: Agaricus bisporus L.
FAMÍLIA: Agaricáceas.
GEOGRAFIA: A França é o principal país produtor do mundo.
PARTES EMPREGADAS: Cogumelos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (2,1%), (25 kcal/100g). Vitaminas B1, B2,
niacina e folatos. Minerais (potássio, fósforo, ferro).
Antidiabético. Quem tem gota não deve comer.
MANEIRA DE PREPARAR: Crus, cozinhados ou em conserva.

NOME COMUM: Cerejeira.


NOME BOTÂNICO: Prunus avium L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Comum nas zonas temperadas de ambos os hemisférios.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos e os seus pedúnculos (pés).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glícidos: açúcares facilmente assimiláveis (inclusive pelos
diabéticos) em forma de levulose ou frutose, cuja quantidade oscila entre 3% e 15%.
Vitaminas: carotenos (provitamina A) em quantidade apreciável, assim como
pequenas quantidades de vitaminas do grupo B e de vitamina C.
Minerais: ferro, cálcio, fósforo, enxofre, sódio e, sobretudo, potássio, assim como
uma ampla gama de oligoelementos (zinco, cobre, manganésio, cobalto, etc.).
Ácidos naturais: málico, succínico e cítrico.
Fibra vegetal solúvel: pectina em pequena quantidade (acção laxante).
Flavonóides (acção diurética).
Ácido salicílico em pequena proporção (cerca de 2 mg por quilo de cerejas (acção
anti-inflamatória e antidiarreica).
Os pedúnculos dos frutos contêm sais minerais (sobretudo potássio) e flavonóides.
PROPRIEDADES: A cura de cerejas (à base de frutos e de tisanas de pedúnculos) é
recomendada a sãos e doentes. Graças à sua acção depurativa, contitui uma das
melhores formas de libertar o organismo das impurezas acumuladas durante os
meses do Inverno, e tonificá-lo para os meses estivais.
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Usado para: obesos e pletóricos, a quem fará emagrecer sem risco de
desnutrição ou de desequilíbrio mineral. Além disso, as cerejas têm a propriedade de
atenuar a sensação da fome.
Artríticos e gotosos, a quem fará descer os níveis de ácido úrico no sangue e aliviará
as dores nas articulações.
Os que sofram de inflamação das vias urinárias (pielonefrite ou cistite) devido a
infecção crónica ou litíase.
Os que sofram de prisão de ventre crónica, devido à preguiça ou atonia intestinal.
MANEIRA DE PREPARAR: Cura de cerejas: faz-se comendo como único alimento
meio quilo de frutos maduros, 4 a 5 vezes por dia, durante um ou dois dias. Se as
cerejas forem bravas, recomenda-se tomar uma quantidade menor, pois contêm uma
maior proporção de princípios activos. Os que sofram de debilidade gástrica ou de
digestões lentas deverão comer as cerejas cozidas. Recomenda-se intercalar entre as
refeições de frutos várias chávenas (xícaras) de tisana de pedúnculos (pés de
cereja).
Decocção de pedúnculos: fervem-se 50 g de pés de cereja (frescos ou secos) durante
5 minutos. Bebem-se várias chávenas (xícaras) por dia, quer isoladamente, quer em
combinação com uma cura de cerejas.
NOTA: A Ginjeira (Prunus cereasus L.), igualmente conhecida como Ginjeira galega,
dão frutos muito apreciados na confecção de sobremesas e da aguardente de Ginga
(bebida muito vendida em Portugal).

NOME COMUM: Cerejeira da Virgínia.


NOME BOTÂNICO: Prunus serotina Poir.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Cresce em zonas de bosques da América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: A casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca desta árvore contém um glicósido cianogenético
(prunasina), ácido cumárico, tanino, escopoletina e óleo essencial.
PROPRIEDADES: Expectorante e antitússica. Facilita a eliminação da mucosidade
das vias respiratórias e acalma a tosse. Torna-se especialmente útil nos catarros e
bronquites.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se deitando uma colher de
sobremesa de casca triturada numa chávena (xícara) de água quente.
ATENÇÃO: As folhas são venenosas, pois contêm ácido cianídrico.

NOME COMUM: Chicória, endívia.


NOME BOTÂNICO: Chichorium intybus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Muito comum nas margens dos caminhos, ribanceiras e terrenos
secos. Própria das zonas temperadas da Europa e da América.
PARTES EMPREGADAS: As folhas tenras e a raiz.
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PROPRIEDADES: Aumenta a secreção dos sucos gástricos; favorece a
secreção da bílis, necessária para a digestão de gorduras. Além disso, activa a
circulação portal e descongestiona o fígado.
No intestino, activa os seus movimentos (acção laxante). uma chávena (xícara) de
manhã ao levantar, em jejum, ajuda a vencer a preguiça intestinal e a prisão de
ventre.
Indicada também em: inapetência, ptose gástrica, digestões difíceis, dispepsia biliar
por funcionamento deficiente da vesícula biliar, congestão hepática, hipertensão
portal e parasitas intestinais. É diurética e depurativa, pelo que se torna útil na gota
e artritismo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: salada: as folhas cruas, cortadas antes da
floração, têm um sabor amargo agradável. Podem-se preparar com elas belas
saladas silvestres altamente aperitivas, nas quais de podem incluir dente de leão e
alho, temperado-as com azeite e limão.
Suco fresco: obtém-se espremendo com um liquidificador. Tomar meio copo antes de
cada refeição, para abrir o apetite.
Infusão: com folhas e raiz frescas à razão de 30 g por litro de água. Tomam-se 2 a 3
chávenas (xícaras) por dia: como aperitivo, antes das refeições, como digestivo,
depois. Não deve ser adoçada.
NOTA: A raiz de chicória, que se arranca no Outono, seca, torrada e moída serve
para preparar o “café de Chicória”. Pode-se misturar com malte, o que lhe dá um
sabor ainda mais agradável.
HISTÓRIA: Conhecida desde o tempo dos egípcios e utilizada pelos faraós, esta
planta foi qualificada por Galeno, médico grego do século II, como “amiga do fígado”.

NOME COMUM: Chufa.


NOME BOTÂNICO: Cyperus esculentus L.
FAMÍLIA: Ciperáceas.
GEOGRAFIA: Requer clima temperado e terra fin. Cultivada nas hortas próximas do
mar, especialmente em Valência.
PARTES EMPREGADAS: O tubérculo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono (açúcares e amido). Ácidos gordos
insaturados (linoleico). Contém todos os aminoácidos essenciais. Vitamina B1 e E.
minerais (cálcio, magnésio, ferro). Enzimas.
PROPRIEDADES: Nutritiva, digestiva, adstringente e combate as fermentações
intestinais. Dispepsia, colite e diarreia.
MANEIRA DE PREPARAR: Os tubérculos da chufa podem ser comidos
directamente, bem mastigados, depois de terem estado de molho durante várias
horas.

NOME COMUM: Cola, Noz cola.


NOME BOTÂNICO: Cola acuminata L.
FAMÍLIA: Esterculiáceas.
GEOGRAFIA: África tropical ocidental. Na África portuguesa. É espontânea na Guiné
e na Coreia, tendo sido introduzida na Indonésia e na Jamaica.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA: São ricas em amido. As nozes contêm, como
princípios activos, os tanóides, vermelho de cola e bases púricas, representadas em
especial na cafeína (1,5 a 2 g %). Oxalato de cal e outros valiosos elementos
químicos.
PROPRIEDADES: Em África, a Noz cola é empregada como estimulante do sistema
neuro-muscular, permitindo aos indígenas longas caminhadas, sem necessidade, por
largo tempo, de outros alimentos, pelo que é considerada, cientificamente, alimento
de poupança. Em virtudes dessas propriedades, a Noz cola é empregada para
estimular as forças nervosas, mentais, musculares e sexuais.
CONTRA-INDICAÇÕES: No erectismo cardíaco, palpitações, em certas formas de
doença cardíaca, nos nervosos excitáveis, nas pessoas com tensão arterial elevada e
naquelas que sofrem de insónia, de aortrite, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: O pó de Noz cola é usado em dose de 1 a 5 gramas; o
extracto fluído, de 1 a 4 gramas.

NOME COMUM: Cólquico.


NOME BOTÂNICO: Colchicum autumnale L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Planta pouco frequente, que prefere as regiões húmidas e
montanhosas de toda a Europa. Cultivada para a indústria farmacêutica nos Estados
Unidos e no Canadá.
PARTES EMPREGADAS: O bolbo e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém colquicina, um alcalóide muito
activo. A colquicina actua sobre o núcleo das células, detendo e impedindo o
processo de divisão celular, conhecido em biologia como mitose. Por esta razão se
tem tentado empregá-la no tratamento do cancro (câncer), se bem que os seus
efeitos tóxicos sobre o organismo são demasiado intensos para permitir o seu uso
terapêutico.
PROPRIEDADES: Em doses terapêuticas, tem um acentuado efeito anti-inflamatório
e analgésico. É também diurética. A sua aplicação mais importante, em que é
praticamente insubstituível, dado o seu efeito rápido e energético, é o tratamento do
ataque agudo da gota. Acalma de forma espectacular as dores violentas da artrite
gotosa, que com frequência se localiza no dedo grande do pé.
MANEIRA DE PREPARAR: Preparados farmacêuticos: constituem a maneira mais
recomendável de usar o princípio activo do Cólquico. Apresentam-se em forma de
comprimidos de colquicina, cuja dose é de 0,5 a 2 mg diários.
Homotoxicologia: usado em doses balançeadas na potenciação de D6, D12, D30,
D200 (dores dos gotosos e diátese cancerígena).
ATENÇÃO: Trata-se de uma planta muito venenosa. Duas flores, apenas já podem
provocar a morte de uma criança.
NOTA: usada em Homeopatia sem contra-indicações.

NOME COMUM: Colútea, Sene bastardo, Cilantus.


NOME BOTÂNICO: Colutea arborescens L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
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GEOGRAFIA: Cresce nos terrenos cálcarios e montanhosos da Europa e da
Ásia Ocidental.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um óleo essencial, ácido coluteico, sais
minerais e vitamina C.
PROPRIEDADES: Diuréticas e laxantes. O seu efeito laxante é suave, menos intenso
do que outras plantas laxantes; tem também um efeito diurético e depurativo, o qual
se torna recomendável para quem tem prisão de ventre e ao mesmo tempo de
obesidade ou excesso de ácido úrico.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 100 g de folhas por litro de
água. Adoça-se com mel e tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, de
preferência antes das refeições.
ATENÇÃO: As sementes desta planta, que se encontram dentro das vagens, de
aspecto semelhante às lentilhas, são ligeiramente tóxicas, e a sua ingestão pode
provocar vómitos.

NOME COMUM: Courgete.


NOME BOTÂNICO: Cucurbita pepo L. var. oblonga.
FAMÍLIA: Curcubitáceas.
GEOGRAFIA: Cultiva-se nos países mediterrânicos, na Holanda e na América do
Norte.
PARTES EMPREGADAS: O fruto em baga.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pobre em gorduras, em sódio e em calorias.
PROPRIEDADES: Emolientes sobre o aparelho digestivo. Diurética. Dispepsia,
gastrite, cólon irritável, colite. Usado em curas de emagrecimento. Afecções
cardiovasculares (hipertensão, arteriosclerose e afecções coronárias).
MANEIRA DE PREPARAR: Cozinhada ou em creme.

NOME COMUM: Cicuta.


NOME BOTÂNICO: Conium maculatum L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente em toda a Europa e América. Abundante em
lugares frescos e húmidos, nas margens dos rios e beiras dos caminhos.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as partes da planta, e em especial os frutos,
contêm vários alcalóides (coniina, coniceína, conidrina e pseudo-conidrina), além de
um óleo essencial e glicósidos flavonóides e cumarínicos. A conitina é o princípio
activo mais importante da cicuta que se encontra presente numa proporção de 2%
nos frutos, e de 0,5% nas folhas.
PROPRIEDADES: dores persistentes como nevralgias.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: prepara-se com 1 grama de frutos
triturados por cada 9 gramas de dissolvente gordo. Usa-se como anestésico local em
caso de nevralgias e dores intensas. Tenha-se sempre presente que a colina se
absorve pela pele.
ATENÇÃO: Planta muito tóxica. Deve só ser usado como remédio homeopático.
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NOME COMUM: Cinco em Rama.


NOME BOTÂNICO: Potentilla reptans L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Comum em prados húmidos e beiras dos caminhos, tanto na Europa
(Potentilla reptans) como na América do Norte (Potentilla canadensis).
PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrêneo) e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma e a raiz contêm diversos glícidos, e
especialmente taninos do grupo das catequinas.
PROPRIEDADES: anti-sépticas, hemostáticas, adstringentes e cicatrizantes. Faz
diminuir a secreção das mucosas, especialmente as digestivas e as genitais, ao
mesmo tempo que as desinflama e cicatriza. Torns-se muito benéfica nos seguintes
casos:
Gastrenterites e diarreias infecciosas, especialmente quando acompanahadas de
disbacteriose (alteração da flora microbiana intestinal). Planta ideal para combater as
diarreias estivais devido a contaminações de água ou dos alimentos.
Vómitos devido a gastrite ou indigestão.
Leucorreia (fluxo vaginal anormal) devido a inflamação da vagina ou do cólo do
útero. Aplica-se em irrigações vaginais, com um cânula especial.
Hematúria (sangue na urina) ou hemoptise (sangue na expectoração). Nestes casos
o melhor é procurar o seu médico.
Inflamações na boca e faringe: faringite, amigdalite, aftas, piorreia e, em geral, todo
o tipo de inflamações da mucosa da boca e da garganta. Nestes casos aplica-se em
forma de bochechos ou gargarejos.
Furúnculos e espinhas: a decocção da raiz aplica-se em forma de cataplasma quente
sobre a região afectada, que se renova a cada duas ou três horas. Facilita o seu
amadurecimento e a eliminação das substâncias residuais que possam conter.
Também se pode conter em forma de loção, molhando a pele frequentemente com o
líquido da decocção.
Frieiras: as compressas com decocção da raiz de cinco em rama ou os manilúvios
(banhos de mãos) são eficazes contra as feridas e outros transtornos circulatórios
dos tecidos dérmicos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 50 g de rizoma e de raiz
fresca ou seca, por litro de água. Ferver durante 15 minutos e filtar. Tomam-se 4 a 6
chávenas (xícaras) diárias até que a diarreia desapareça.
Uso externo: irrigações vaginais com a mesma decocção que para o uso interno,
muito bem filtrada.
Bochechos ou gargarejos com esta mesma decocção.
Compressas, loções, lavagens e banhos com o líquido da decocção, que se aplicam
sobre a zona da pele afectada.
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NOME COMUM: Cinoglossa.


NOME BOTÂNICO: Cynoglossum officinalis L.
FAMÍLIA: Boragináceas.
GEOGRAFIA: Difundida por toda a Europa e naturalizada nas regiões temperadas do
continente americano, embora pouco. Prefere as beiras dos caminhos, os escombros
e os terrenos incultos.
PARTES EMPREGADAS: A raiz seca e as folhas frescas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz da planta contém alcalóides (cinoglossina), um
glicósido tóxico (consolidina), mucina, alantoína e tanino em abundância.
PROPRIEDADES: Adstringentes e sedativas. Em aplicação externa é emoliente
(acalma a pele e as mucosas inflamadas) e cicatrizante.
Utiiza-se em infusão como anti-diarreica e como peitoral, mas a sua aplicação
principal é externa, como cicatrizante nos casos de gretas cutâneas, queimaduras,
úlceras persistentes e feridas de difícil cicatrização.
Os manilúvios com a decocção de Cinoglossa suavizam e hidratam a pele das mãos.
São de grande utilidade no caso destas ficarem demasiado secas por acção do frio ou
pelo contacto com produtos químicos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com uma colher de sobremesa da
raiz triturada, por chávena (xícara).
Uso externo: cataplasmas com folhas esmagadas, que se aplicam sobre a pele
afectada durante meia hora.
Compressas: aplicam-se com o suco fresco da planta ou com a decocção da sua raiz.
Manilúvios (banhos de mãos): com uma decocção, que se prepara com 50 g de
folhas e de raiz por litro de água, postas a ferver durante 5 minutos.

NOME COMUM: Cipreste.


NOME BOTÂNICO: Cupressus sempervirens L.
FAMÍLIA: Coníferas.
GEOGRAFIA: O Cipreste é plantado junto dos cemitérios.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as bagas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Além de outros elementos químicos, contém tanino.
PROPRIEDADES: Antidiarreico e vaso-constrictor, tendo oportunidade nas diarreias,
varizes, hemorróidas, flebites; também metrorragias (perda de sangue pelo canal
vaginal).
MANEIRA DE PREPARAR: 25 a 30 gramas por litro de água, em forma de
cozimento leve, seguido de infusão. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por
dia, nas referidas doenças. Externamente: para lavagens às hemorróidas externas,
em forma de irrigações (corrimentos vaginais – 40 gramas pr litro de água); Extracto
fluído e a tintura, na dose de 20 gotas antes das refeições em meio copo de água,
antes das refeições.
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NOME COMUM: Coca.


NOME BOTÂNICO: Erythroxylon coca Lam.
FAMÍLIA: Lináceas.
GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente nas montanhas dos andes do Peru e da
Bolívia, entre os 500 e os 1800 m de altitude. Cultivada na América do Sul e no
sudeste asiático.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Na folha de coca encontram-se diversos alcalóides, entre
os quais predomina a cocaína; uma essência aromática; taninos, heterósidos e
diversas substâncias inactivas, como o oxalato de cálcio.
PROPRIEDADES: A cocaína actua sobre: o sistema nervoso: produz uma acentuada
excitação, com aumento da actividade intelectual, facilidade de palavra, euforia e
aumento da força muscular. Se a dose for aumentada, produzem-se tremuras,
nervosismo e até convulsões. Apôs a fase de excitação, quando desaparece o efeito,
sobrevem outra fase de depressão com esgotamento e abatimento, que induz a
ingerir nova dose. Está provado que, a seguir ao consumo de cocaína, aumenta a
eliminação de ureia, devido ao consumo e à degradação das próprias proteínas do
organismo. O estímulo que produz é obtido à custa de um empobrecimento e
esgotamento físico, não recebendo o corpo os nutrientes necessários para compensar
o esforço realizado.
Sobre o aparelho circulatório: produzem-se, com doses médias, taquicardia e
hipertensão; com doses elevadas, arritmias, síncope, podendo-se inclusive chegar
até à paragem cardíaca.
Sobre a parte sexual: produz alterações na líbido e impotência (acção
anaffrodisíaca).
MANEIRA DE PREPARAR: Não se deve utilizar em fitoterapia em uso interno. Muito
usado em Homeopatia.
HHISTÓRIA: Segundo uma antiga lenda inca, Foi manco Capac, o filho do sol e
fundador do império dos Incas, quem deu as folhas de coca aos humanos como um
remédio divino para consolar os aflitos, dar forças ao cansado e saciar os famintos.
Quando Francisco Pizarro chegou ao que é hoje o Peru, no começo do século XVI,
encontrou estabelecido entre os Incas o costume de mascar folhas de coca.

NOME COMUM: Cominhos.


NOME BOTÂNICO: Cominum cyminum.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Existe, cultivada e espontânea, em Portugal e outros países da Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes dos cominhos contêm uma essência
amarela, fluida, acre, composta de um hidrocarboneto, a cimena e o cominol,
isomérico da essência do anis.
PROPRIEDADES: Digestivo, estomáquico, carminativo, estimulante e emenagogo.
Esta planta – as sementes – é empregada como condimento (em pó) e em licores.
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MANEIRA DE PREPARAR: 5 a 10 gramas de semente por litro de água, em
forma de infusão. Também se usa o pó, a essência, 10 a 20 gotas em poção, a
tintura etérea, etc.
Esta planta tem a propriedade de estimular a secreção Láctea das senhoras e
combater as cólicas devido a gases.
A infusão – 20 ou mais minutos, por litro de água – usa-se sobre as refeições ou fora
destas, como digestiva e para fazer expulsar os gases e combater as dores devido a
estes. Colher (das de café ou chá) por chávena (xícara) com água a ferver. 10 a 15
minutos de infusão.
ATENÇAÕ: A essência não deve ser dada a crianças pequenas, já que pode
provocar-lhes convulsões.

NOME COMUM: Canafístula. Cássia purgante.


NOME BOTÂNICO: Cassia fistula L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Própria das regiões tropicais: Índia, Sudeste Asiático, Antilhas,
América Central. Não se dá na Europa.
PARTES EMPREGADAS: A polpa dos frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa negra, espessa e doce dos seus frutos contém,
além de diversos açúcares e mucilagens, uma pequena quantidade de derivados
antraquinónicos, entre os quais predomina a reína.
PROPRIEDADES: Laxante suave, isenta de efeito purgante ou irritante sobre o
intestino. É portanto muito útil em todo o tipo de prisão de ventre e, especialmente,
pela benignidade da sua acção, no caso de crianças ou de pessoas idosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: polpa diluída: à razão de 30 a 60 g por litro
de água a ferver. Coar e tomar uma ou duas chávenas (xícaras) pela manhã.
Polpa ingerida directamente: bastam 5 g para que se produza um efeito laxante.

NOME COMUM: Cassia ocidental, Fedegoso.


NOME BOTÂNICO: Cassia occidentalis L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: América Central e do Sul. Cresce nas bermas dos caminhos de zonas
temperadas. Também se cultiva em hortas e quintais.
PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e as sementes.
PROPRIEDADES: As raízes são utilizadas como anti-espasmódicas. Utilizadas na
dismenorreia (menstruação dolorosa), que costuma ser provocada por espasmos do
útero. As mulheres que sofrem de regras dolorosas devem tomar infusão uns dias
antes da menstruação.
As sementes toma-se em infusão como sucedâneo do café e, nas regiões do
continente americano usam-se contra transtornos da próstata.
As folhas fazem desaparecer inflamações e inchaços (efeito resolutivo); utilizam-se
em cataplasmas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção da raiz esmiuçada à razão de 30-
50 g por litro de água. Ferver até que fique reduzida a uma terça parte. Coar e
adoçar com mel ou açúcar mascavo. Administram-se duas colheres de sopa a cada
refeição (3 vezes ao dia).
Infusão de sementes torradas e moídas como o café ou a cevada (uma colher de
sobremesea por cada chávena (xícara) de água.
Uso externo: cataplasma das folhas.
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NOME COMUM: Condurango.


NOME BOTÂNICO: Gnobulus condurango L.
FAMÍLIA: Asclepidáceas.
GEOGRAFIA: América central (Equador, Cordilheira dos Andes, Venezuela e
Colômbia).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Esta planta contém tanino, resina, vários glucósidos
(conduranginas), etc.
PROPRIEDADES: Tónico estomáquico, estimulante da célula hepática e pancreática,
estimulante do apetite (anti-aneróxica), etc. Alguns Naturopatas e Fitoterapeutas
empregam Condurango em casos de cancro (câncer) e úlcera gástrica, em conjunto
com Ipê roxo (Tecoma violacea), Glycirriza glabra, cataplasmas de argila e dietética
apropriada, magnésio, etc, com óptimos resultados.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 15 gramas para 360 gramas de água. Deixar
cozer até ficar reduzido a 250 gramas. Para tomar por três vezes ao dia, perto das
refeições. Vinho de Condurango: 10 gramas de casca para 100 gramas de vinho da
Madeira, em maceração. Duas a três colheres por dia. Pó: 1 a 3 gramas por dia.
Também se usa a tintura ou o extracto fluido.
O Condurango pode ser substituído, na sua falta, por casca de laranja amarga, Fel da
terra, Camomila, Angélica, etc.

NOME COMUM: Congossa ou Pervinca.


NOME BOTÂNICO: Vinca Major L.
FAMÍLIA: Apocináceas.
GEOGRAFIA: Difundida por toda a Europa Central e do Sul. Cultivada na América do
Norte com fins medicinais.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém tanino, flavonas e uma pequena quantidade de
alcalóides e curtos elementos a aproveitar em terapêutica.
PROPRIEDADES: Usa-se como tónico amargo; para secar o leite das mães que têm
de deixar de amamentar; na diarreia, nas perdas de sangue pela boca, anus, útero;
em gargarejos nas anginas, no corrimento vaginal.
O alcalóide vicamina tem, além de outras propriedades, efeitos fisiológicos
vasodilatadores e hipotensos, sendo empregada a planta nos casos de angina de
peito, tensão elevada.
Como faz reduzir os glóbulos brancos, quando em excesso, usa-se também na
leucemia e no linfosarcoma (doença maligna dos gânglios).
Nas doenças cancerosas, a Pervinca poderá ser associada ao Pau d’arco (Tecoma
violacea).
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas para um litro de água. Três chávenas
(xícaras) por dia, fora das refeições. Extracto fluído: 2 a 5 gramas.

NOME COMUM: Consolda maior.


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NOME BOTÂNICO: Symphytum officinalis L.
FAMÍLIA: Borragíneas.
GEOGRAFIA: Indígena das Américas e de numerosas outras floras da Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém: tanino, princípio extractivo, um alcalóide,
mucilagem, malatos, etc.
PROPRIEDADES: Adstringente, peitoral, etc. Tem acção na úlcera gástrica, melena
(sangue saído pelo recto junto com as fezes que se apresentam de cor negra), na
hemoptise (sangue pela boca, proveniente dos pulmões) e na hematemese (sangue
provindo do estômago). Externamente, emprega-se em forma de cataplasma,
lavagens, assim como em compressas nas borbulhas, acne, abcessos, etc. Empregue
internamente para ajudar a cicatrizar as fracturas dos ossos.

MANEIRA DE PREPARAR: Decocção: 40 gramas de raiz para 1 litro de água. 2


horas de infusão. Também pode ser feita somente em forma de infusão: 50 a 60
gramas por litro de água; 2 ou mais horas de infusão. Tomar fora das refeições.

NOME COMUM: Convalária, Lírio dos vales.


NOME BOTÂNICO: Convalaria maialis L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: É espontânea da Europa. Nasce especialmente nos bosques e lugares
sombrios.
PARTES EMPREGADAS: Folhas e flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém uma essência, um princípio corante amarelo,
mucilagem e dois glucósidos: a convalarina (nas flores e nos rizomas) e a
convalamarina (localizada nas flores), glucósido muito amargo.
PROPRIEDADES: Usado desde a antiguidade nas doenças do coração e hidropisia,
originada de doenças cardio-renais.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão, extracto aquoso de toda a planta e os princípios
activos isolados (a convalarina e a convalamarina). A infusão das flores seria da
forma de 2 ou 3 gramas para 200 gramas de água fervente, com 10 minutos de
infusão.

NOME COMUM: Copaiba.


NOME BOTÂNICO: Copalifera officinalis L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Regiões tropicais da América do Sul, especialmente o Brasil, a
Colómbia, a Venezuela e as Antilhas.
PARTES EMPREGADAS: A resina extraida do seu tronco.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O bálsamo da copaíba contém um óleo essencial e uma
resina, em cuja composição predomina o ácido copaíbico, que se elimina pelos rins e
actua como anti-séptico e anti-séptico sobre as mucosas genitais e urinárias.
PROPRIEDADES: É eficaz contra a blenorragia masculina e feminina, doença
venérea que se manifesta com inflamação e irritação da uretra (conduto pelo qual se
elimina a urina para o exterior). Também é usado como balsâmico para a bronquite.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: bálsamo de copaiba: toma-se uma colher
de sobremesa (5 g), uma ou duas vezes por dia.
ATENÇÃO: Não ultrapassar a dose indicada. Não tomar durante mais de 10 dias
seguidos, pois pode provocar erupções cutâneas, nefrites e transtornos digestivos.

NOME COMUM: Couve Bersa (no Norte de Portugal).


NOME BOTÂNICO: Brassica oleracea.
FAMÍLIA: Crucíferas.
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GEOGRAFIA: Natural da Europa, onde se encontra em estado silvestre nas
costas do canal da Mancha, do Atlântico e do Mediterrâneo Ocidental. Cultiva-se em
todo o mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui numerosos sais medicinais, vitaminas A, B, C, D, E
e K3, água fisiológica, muita celulose, clorofila, etc.
PROPRIEDADES: A couve pela sua riqueza em minerais alcalinos desempenha
grande papel em dietética, sempre que há necessidade em remineralizar o sangue e
tecidos, isto é, de fornecer ao organismo elementos químicos minerais,
reconstituintes e neutralizantes dos ácidos provenientes do metabolismo dos
alimentos protéicos, que em excesso conduzem à acidose, com expressão nas
doenças artríticas: reumatismo, doenças da pele, etc.
Anti-ulcerosa (por via interna o seu sumo é recomendado contra a úlcera
gastroduodenal, cicatrizando-a).

MANEIRA DE PREPARAR: Uso Interno: Sumo (suco) da planta fresca: de meio a


um copo (100-200 ml), três ou quatro vezes por dia, antes das refeições, ou seja,
com o estômago vazio – tomar durante três semanas; apôs 4 ou 5 dias desaparecerá
a dor de estômago. Esta cicatrização deve-se à acção antiulcerosa da vitamina U.
Uso externo: Aquecem-se as folhas de couve crua com um ferro de passar e aplicam-
se sobre a pele em forma de emplastro ou cataplasma.

NOME COMUM: Crataegus, Pinheiro-alvar, pilriteiro


NOME BOTÂNICO: Crataegus oxyacantha L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Existe em várias regiões de Portugal e em outras floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: As flores e as folhas e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores do Crataegus contêm uma essência (aldeído
anísisco), pigmentos flavónicos e outros elementos condicionadores das suas
propriedades terapêuticas.
PROPRIEDADES: Calmante, antiespasmódica, cardiotónica, nas nevroses do
coração e debilidade deste órgão, na tensão arterial elevada, angústia, vertigens de
origem nervosa, insónia, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Folhas e flores (em especial flores): 15 a 25 gramas por
litro de água, em forma de infusão, para tomar duas a três chávenas (xícaras) por
dia, fora das refeições. Também se usa a tintura ou extracto fluído: 20 gotas antes
do almoço e do jantar. A usar vinte dias cada mês.

NOME COMUM: Cravinho, Cravo-da-índia.


NOME BOTÂNICO: Syzygium aromaticum L.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
GEOGRAFIA: Originário das ilhas Molucas (Proximidades da China) e Filipinas,
embora actualmente se cultive noutras zonas tropicais da Ásia e da América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores do cravinho contêm 15 a 20% de essência,
constituída na sua maior parte por eugenol, juntamente com pequenas quantidades
de acetileugenol, cariofileno e metilamilcetona. A esta essência se deve o seu aroma,
assim como as suas propriedades.
PROPRIEDADES: Estimulante, digestivo, aperitivo, anti-séptico, etc. A essência
deste vegetal é usada em odontologia, como analgésica e caústica.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão: 2 ou 3 cravinhos por chávena
(xícara) de água, para tomar a cada refeição. Essência: de 1 a 3 gotas antes de cada
refeição.
Uso externo: Elixir bucal: fazer bochechos com um copo de água a que se tenham
acrescentado umas gotas da essência de cravinho. Refresca e desinfecta a cavidade
bucal. Dor de dentes: para acalmá-la, aplicar uma gota da essência no dente dorido.
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ATENÇÃO: Quem sofra de úlcera gastroduodenal e gastrite deverá abster-se
do cravinho, como planta medicinal e como condimento. Em doses elevadas tem
efeitos irritantes sobre o aparelho digestivo, que se manifestam por náuseas, vómitos
e dores de estômago.
NOTA – a sua aplicação no nervo dentário pode lesionar o mesmo.

NOME COMUM: Cravo.


NOME BOTÂNICO: Dianthus caryophyllus L.
FAMÍLIA: Cariofiláceas
PARTES EMPREGADAS: As pétalas.
PROPRIEDADES: Tónica, peitoral (na tosse, etc.), ligeiramente excitante e um
pouco diaforética.

NOME COMUM: Cuscuta, linho de cuco, cipó chumbo.


NOME BOTÂNICO: Cuscuta epithymum Mur.
FAMÍLIA: Cuscutáceas.
GEOGRAFIA: Comum nos montes de toda a Europa. Também se encontra em
regiões montanhosas e temperadas ou frias do continente americano.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido amorfo (cuscutina),
resina, tanino e goma.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
PROPRIEDADES: Por via interna, é laxante e diurética. Ao mesmo tempo favorece o
esvaziamento da vesícula biliar (acção colagoga) e estimula os processos digestivos.
É recomendada aos que sofrem de cálculos biliares ou de transtornos no
esvaziamento da vesícula biliar.
Aplicada externamente em forma de cataplasma, é cicatrizante e anti-séptico. Dá
bons resultados no caso de úlceras varicosas e de feridas infectadas ou de
cicatrização lenta.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 g de planta por litro de
água. Tomar duas chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: cataplasmas: fervem-se durante meia hora, de 60 a 100 g de planta
por litro de água. Triturar até conseguir uma massa pastosa, que se aplica sobre a
região da pele afectada.

NOME COMUM: Cabeluda.


NOME BOTÂNICO: Eugenia tomentosa.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Nativa do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, sais minerais e glucose.
PARTES EMPREGADAS: Polpa da fruta e a casca.
PROPRIEDADES: Antidiarreica, fadiga, stress.

NOME COMUM: Caimito.


NOME BOTÂNICO: Chrysophyllum caimito.
FAMÍLIA: Sapotaceae.
GEOGRAFIA: Originário das Antilhas.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Gelatina, glucose, proteína, potássio, ácido
fosfórico, cloro, ácido sulfúrico, ferro, tanino.
PARTES EMPREGADAS: Fruto e casca.
PROPRIEDADES: A casca é tónica, antifebril, o fruto é diurético e emoliente.

NOME COMUM: Cajá manga.


NOME BOTÂNICO: Spondias dulcis.
FAMÍLIA: Anacardiceae
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitaminas, resinas e glucose.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Tratamento das inflamações da garganta, calmante e
antidiarreica.

NOME COMUM: Cajú.


NOME BOTÂNICO: Anacardium occidentalis L.
FAMÍLIA: Anacardiaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glucose, taninos, sais minerais e concentração de
vitamina C, ácido cardol e anacárdico.
PARTES EMPREGADAS: Fruto e casca.
PROPRIEDADES: Preparado em sucos, licores, vinhos, doces e pastas.
A casca é usada para gargarejos e cicatrizações.
O suco é diurético, antifebril, antidiabético, anti-sifilítico, antiescorbútico e calmante.

NOME COMUM: Cambucá.


NOME BOTÂNICO: Eugenia eudulis.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Nativo do Brasil no Estado do Rio de Janeiro.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pectina, Sais minerais, vitaminas, potássio e tanino.
PARTES EMPREGADAS: A baga (fruto).
PROPRIEDADES: Diurético, antidiarreico e antifebril.

NOME COMUM: Cana de macaco, Cana do brejo.


NOME BOTÂNICO: Costus spicatus.
FAMÍLIA: Zingiberaceae.
GEOGRAFIA: Encontrada no Amazonas, Pernambuco, Rio de janeiro.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A seiva contém ácido oxálico, tanino, etc.
PARTES EMPREGADAS: A seiva, as raizes e as flores.
PROPRIEDADES: Diurético, tónico, depurativo, abortivo, nos cálculos renais e
nefrites, etc.

NOME COMUM: Canela.


NOME BOTÂNICO: Cinnamomum ceylanicum L.
FAMÍLIA: Lauraceae.
GEOGRAFIA: Árvore nativa do Sirilanka (antigo Ceilão) e Índia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sacarose, tanino, amido, manita, óleo, resinas, eugenol,
felandreno, cimol, linabol, aldeído cumínico, , aldeído cinâmico.
PARTES EMPREGADAS: A casca da árvore.
PROPRIEDADES: Estimulantes, aromáticas, tónicas, digestivas, cardiotónicas,
diuréticas. É indicado como linimento, anti-reumático, antiespasmódico, escorbuto.

NOME COMUM: Capim limão, chá príncipe.


NOME BOTÂNICO: Andropogon schoenanthus L.
FAMÍLIA: Graminae.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 86
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial aromático, essências aromáticas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
PROPRIEDADES: Calmante, antiescorbútica, útil no tratamento da diabetes.
NOTA: As folhas reduzidas a pó e queimadas são insecticidas.

NOME COMUM: Carambola.


NOME BOTÂNICO: Averrhoa carambola.
FAMÍLIA: Oxalidaceae.
GEOGRAFIA: Presume-se ser nativa da Índia, encontrada na América Tropical.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido oxálico, sais e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
PROPRIEDADES: Antiescorbútica, antifebril, nas erupções cutâneas, manchas, etc.
NOTA: A sua concentração de ácido oxálico permite branquear tecidos e suprimir
manchas de ferrugem.

NOME COMUM: Carqueja amarga (carqueja grossa de folhas amareladas).


NOME BOTÂNICO: Baccharis gemistelloides.
FAMÍLIA: Compositae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido criptogâmico, absintina, santonina, matérias
resinosas pépticas.
PARTES EMPREGADAS: A seiva, as folhas.
PROPRIEDADES: A sua seiva é tónica, estomacal, hepática, anti-reumática,
antidiarreica, combate a diabetes, úlceras, lepra, verminose, febre, constipações
(resfriados). É indicada no combate à esterilidade e impotência.

NOME COMUM: Castanha do Pará, castanha do Brasil.


NOME BOTÂNICO: Bertholletia excelsa.
FAMÍLIA: Lecythidaceae.
GEOGRAFIA: Nativa da Amazónia
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, oleína, estearina, fécula, açúcar, celulose,
nitrogénio, sais minerais, fósforo, etc.
PARTES EMPREGADAS: As amêndoas.
PROPRIEDADES: Emoliente, antianémico, nutritivo.

NOME COMUM: Chuchu.


NOME BOTÂNICO: Sechium edule.
FAMÍLIA: Cucurbitaceae.
PARTES EMPREGADAS: o fruto e os brotos jovens.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Cálcio, potássio, fibras e sais minerais.
PROPRIEDADES: Os brotos novos são indicados para o tratamento da hipertensão.
São considerados diuréticos e digestivos.

NOME COMUM: Coco Açai.


NOME BOTÂNICO: Euterpe oleracea.
FAMÍLIA: Palmaceae.
GEOGRAFIA: Encontrado da Amazónia à Bahia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, tanino, ferro, fósforo, vitaminas, proteínas.
PARTES EMPREGADAS: o coco, as raízes.
PROPRIEDADES: As raízes são depurativas. A bebida é considerada antianémica e
digestiva.

NOME COMUM: Confrei.


NOME BOTÂNICO: Symphytum asperum.
FAMÍLIA: Boraginaceae.
GEOGRAFIA: É nativa na Rússia.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 87
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alto teor de proteína, cálcio, ferro, simpetina, sais
minerais, vitaminas, colina, consolidina, fósforo e outros alcalóides.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as raízes.
PROPRIEDADES: Pode ser consumida, crua em saladas ou cozida (as folhas).
Aumenta a lactação, analgésico, antiasmático, anticanceroso, hepático, diurético,
controla o açúcar dos diabéticos, acalmas as tosses, bronquites.
É indicado em cosméticos como cicatrizante. Indicada nas hemorragias e pancadas
no globo ocular.

NOME COMUM: Coco da Bahia.


NOME BOTÂNICO: Cocus nucifera.
FAMÍLIA: Palmáceas.
GEOGRAFIA: Originário dos arquipélagos do Oceano pacífico.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, sais minerais, açúcar, proteínas, potassa, fósforo,
vitamina, etc.
PARTES EMPREGADAS: O coco.
PROPRIEDADES: Diurético, antiescorbútico, antigripal, antifebril, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Polpa madura, polpa gelatinosa, água de coco, leite de
coco, copra (polpa seca ao sol), óleo ou gordura de coco (extraído a presão a frio da
copra).

NOME COMUM: Coco dendê.


NOME BOTÂNICO: Elaeis guincensis.
FAMÍLIA: Palmáceas.
GEOGRAFIA: Nativo de África.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleos, ácidos diversos, ácido fosfórico, potássio, celulose,
azoto, sais minerais, açúcar.
PARTES EMPREGADAS: O coco.
PROPRIEDADES: Actua nas erisipelas, panarícios, tónico capilar, calmante,
digestivo.

NOME COMUM: Coco pupunha.


NOME BOTÂNICO: Guilielma speciosa.
FAMÍLIA: Palmáceas.
GEOGRAFIA: Nativo da Amazónia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas, sais e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: O coco.
PROPRIEDADES: Usado em pessoas anémicas e desnutridas.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua, cozida e tostada.

NOME COMUM: Couve-flor.


NOME BOTÂNICO: Brassica oleracea L. var botrytis
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Procedente da Europa mediterrânica, onde ainda se encontra em
estado silvestre em alguns países.
PARTES EMPREGADAS: Inflorescência da planta e talos.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 88
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém pequenas quantidades de hidratos de
carbono e de proteínas. Provitamina A (beta-caroteno), vitaminas B, C e E. muito rica
em potássio. Oligoelementos (crómio, zinco, manganês, cobre, selénio).
PROPRIEDADES: É rica em substâncias anticancerígenas. Afecções digestivas
(dispepsia, gastrite, úlceras duodenais e gástricas). Prisão de ventre, colite e
diverticulose. Doenças cardiovasculares (hipertensão e arteriosclerose). Obesidade e
diabetes. Afecções renais (diurética e depurativa). Insuficiência renal, artrite, gota,
edemas de causa renal e cálculos renais.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua: em salada, quando está tenra. Cozinhada: assada,
frita, estufada, gratinada e cozida. Para evitar flatulência deve ser cozinhada a vapor.
ATENÇÃO: Contra-indicada ao grupo de sangue “0”.

NOME COMUM: Cupuaçu.


NOME BOTÂNICO: Theobroma bicolor.
FAMÍLIA: Esterculiáceas.
GEOGRAFIA: Nativa da Amazónia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas, ferro, fósforo, ácidos e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurética e antiescorbútica.

NOME COMUM: Damiana.


NOME BOTÂNICO: Tumera diffusa Willd.
FAMÍLIA: Tumeáceas.
GEOGRAFIA: Sul dos Estados Unidos, México e Países da América Central. Não se
dá na Europa.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um óleo essencial (rico em cineol, cimol
e pineno), o glicósido arbutina, um princípio amargo, tanino e resina.
PROPRIEDADES: Tonificante nervoso: o seu uso dá bons resultados em caso de
astenia, debilidade, esgotamento físico ou intelectual e stress. Ao contrário do que
acontece com outros estimulantes, tem uma acção suave e não gera dependência.
Estimulante dos órgãos genitais: comprovou-se que produz um aumento no número
e na vitalidade dos espermatozóides. Na mulher regulariza o ciclo menstrual e
estimula as funções dos ovários. Em ambos os sexos têm um efeito revitalizante e
afrodisíaco que, ao contrário de outros estimulantes sexuais, não tem efeitos
secundários conhecidos. É indicado em caso de impotência masculina, ejaculação
precoce e espermatorreia (derramamento involuntário de sémen).
Diurético suave.

MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 60-90 g de folhas por litro de água.
Tomar 2 ou 3 chávenas (xícaras) diárias.
Extractos: sob a forma de diversos preparados farmacêuticos.

NOME COMUM: Dedaleira.


NOME BOTÂNICO: Digitalis dedaleira L.
FAMÍLIA: Escrofuláceas.
GEOGRAFIA: Comum em montanhas de terrenos siliciosos da Europa Ocidental.
Naturalizada no Continente Americano.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É complexa a composição química deste vegetal. Possuí
vários heterósidos cardiotónicos: digitalina cristalizada ou digitoxina, digoxina, etc.
PROPRIEDADES: Cardiotónica e cardiotónico-renal (diurética), com oportunidade
em vários tipos de afecção cardíaca e renal (com relação à patologia cardíaca).
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 89
HISTÓRIA: Esta planta foi revelada à ciência clínica e farmacológica por uma
camponesa curandeira, cujas curas surpreendiam os médicos da época, o que não
significa que não tivesse sido perseguida, claro, por motivo de interesse da classe!
Levou tempo que os homens da ciência aceitassem os “milagres” deste vegetal.
MANEIRA DE PREPARAR: Em infusão das folhas; em vinho, maceração, pó, tintura,
etc. As folhas devem ser bem trituradas.
Infusão: Faz-se com 1 g de pó obtido por trituração das folhas secas, em 100 ml de
água quente, sem que chegue a ferver. Deixar repousar durante 15 minutos, tomar
ao longo do dia três chávenas (xícaras).
O remédio Homeopático Digitalis é o mais indicado, pois não tem efeitos colaterais
como a tintura ou a infusão têm, isto quando tomado por muito tempo.

NOME COMUM: Dente de leão.


NOME BOTÂNICO: Taraxacum officinalis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Muito comum nos prados, campos e bermas dos caminhos de toda a
Europa e América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e a raiz contêm taraxacina, um princípio
amargo semelhante ao da chicória. As folhas contêm ainda flavonóides, cumarinas e
vitaminas B e C.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz.
PROPRIEDADES: Aperitivo, digestivo e tónico estomacal: aumenta as secreções de
todas as glândulas digestivas, facilitando deste modo a digestão e aumentando a
capacidade digestiva. Aumenta a produção da saliva, de sucos gástricos, intestinal e
pancreático, assim como da bílis. Ao mesmo tempo, estimula a musculatura de todo
o tubo digestivo. Por tudo isto, acelera e estimula todos os processos da digestão,
tanto físicos como químicos.
Colerético (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (facilita o
esvaziamento da vesícula biliar): a sua acção sobre o fígado e a vesícula biliar é a
mesma que sobre os restantes órgãos digestivos, ainda que mais intensa. Trata-se
por isso de uma das plantas mais activas sobre a função filiar, pelo que convém
especialmente aos que sofram de: insuficiência hepática, hepatite e cirrose: pode
chegar a triplicar a produção de bílis, descongestionando assim o fígado e facilitando
a sua função de desintoxicação; disquinésias biliares (vesícula preguiçosa e outros
transtornos do seu funcionamento); colelitíase (cálculos na vesícula biliar): embora o
dente de leão não seja capaz de dissolver os cálculos, permite um melhor
funcionamento da vesícula.
Diurético e depurativo: aumenta o volume da urina e favorece a eliminação de
substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o metabolismo. Tem utilidade para
os pletóricos, os gotosos e os artríticos.

Laxante suave, não irritante, especialmente útil nos casos de preguiça ou atonia
intestinal. O seu efeito laxante, unido ao depurativo, tornam esta planta um bom
remédio para casos de eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são
consequência de uma auto-intoxicação produzida pela prisão de ventre.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: o seu agradável sabor, ligeiramente
amargo, torna as suas folhas um ingrediente muito apropriado para saladas
primaveris, em que se procura sobretudo o efeito aperitivo e depurativo. Pode
temperar-se com azeite (de oliveira) e limão.
Suco fresco: obtém-se por pressão ou trituração das folhas e raízes. Tomam-se 2 ou
3 colheres de sopa antes de cada refeição. Para conseguir um efeito depurativo
importante, deve-se tomar diariamente durante um mês e meio, na Primavera.
Infusão: prepara-se com 60 g de folhas e raízes por litro de água. Toma-se cada
chávena (xícara) antes da refeição.
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NOTA: Sucedâneo do café: com as raízes torradas prepara-se uma infusão
que pode substituir o café, com a vantagem de não ter nenhum dos seus efeitos
nocivos.

NOME COMUM: Diabelha.


NOME BOTÂNICO: Plantago coronopus.
FAMÍLIA: Plantagíneas.
GEOGRAFIA: Planta existente em todas as floras da Europa, do Médio Oriente.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida.
PROPRIEDADES: Emoliente e algo adstringente (as folhas), a empregar, em forma
de gargarejos, com mel. Tem grande oportunidade em todas as formas de
inflamação da garganta e da boca. Este vegetal pode ser associado a outras plantas,
não somente para uso externo, como para uso interno, nos catarros dos brônquios.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: ou cozimento: 25 a 30 gramas por litro de
água. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Para gargarejos e
bochechos: a mesma percentagem. Convém adoçar com mel.

NOME COMUM: Dictamno, fraxinela.


NOME BOTÂNICO: Dictamnus albus L.
FAMÍLIA: Rutáceas.
GEOGRAFIA: Planta espontânea no Sul e no centro da Europa, embora pouco
frequente. Introduzida no continente americano. Cultiva-se como planta ornamental
em parques e jardins, e como planta medicinal.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e a casca da raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um óleo essencial rico em anetol e estragol,
saponinas, princípios amargos e colina, assim como dictamnina, um alcalóide que
actua sobre o útero.
PROPRIEDADES: Emenagogas, digestivas, antiespasmódicas, vermífugas e
diuréticas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com uma colher de sobremesa de
folhas frescas (5 g) ou uma colher de sopa de folhas secas por chávena (xícara) de
água. Podem-se acrescentar uns gramas de casca triturada. Tomar até duas
chávenas (xícaras), ao longo do dia.
ATENÇÃO: Em doses elevada, pode provocar hemorragias uterinas e abortos. É
contra-indicado na gravidez.

NOME COMUM: Diospiro, Caqui.


NOME BOTÂNICO: Diospyros kaki L.
FAMÍLIA: Ebenáceas.
GEOGRAFIA: Própria do Japão. A sua cultura têm-se estendido a regiões
semitropicais do Sul da Europa e do continente americano.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Açúcares (frutose, glucose e sacarose), pectina e
mucilagens (são hidratos de carbono complexos, responsáveis pela consistência
gelatinosa da sua polpa). Taninos. Provitamina A e vitamina C. Ferro.
PARTES EMPREGADAS: O fruto bem maduro.
PROPRIEDADES: Afecções intestinais (anti-inflamatório, adstrigentes e suavizantes
– diarreias e colites). Afecções do aparelho respiratório. Arteriosclerose, hipertensão
arterial. Anemia ferropénica. Diabetes.
MANEIRA DE PREPARAR: Cru e em puré.
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NOME COMUM: Doce-amarga, Dulcamara.


NOME BOTÂNICO: Solanum dulcamara L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Planta subarbustiva, vivaz, espontânea em Portugal, fazendo parte de
outras floras do mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: solanina e dulcamarina, princípio extractivo
doce-amargo; picroglício, extracto gomoso, glúten, cera verde, resina contendo ácido
benzóico, sais, etc. Os frutos, como outras partes da planta, apresentam certa
toxicidade.
PARTES EMPREGADAS: Os caules desfolhados, vulgarmente talos (para uso
interno). Para uso externo, usam-se as folhas em cozimento, ou as folhas frescas
esmagadas, como emolientes nas hemorróidas, queimaduras, herpes, etc.
PROPRIEDADES: Narcóticas, depurativas nas doenças da pele, reumatismo, sífilis,
nas doenças ligadas a uma constituição humoral viciosa, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 15 a 20 gramas para 1 litro de água.
Para tomar uma só chávena (xícara) por dia, em jejum. É preparada em forma de
infusão.
ATENÇÃO: Como a maioria das solanáceas, esta planta apresenta toxicidade;
quando usada em alta dose, origina transtornos sérios, podendo até causar a morte.

NOME COMUM: Douradinha.


NOME BOTÂNICO: Ceterach officinarum Lam.
FAMÍLIA: Polipodiáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se em muros e penhascos da Europa Ocidental. Aclimatada na
América.
PARTES EMPREGADAS: As frondes (folhas do feto).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: contêm tanino e ácidos orgânicos.
PROPRIEDADES: Peitorais, antitússicas, diurética e sudorífica. Proporciona uma
certa acção anti-inflamatória sobre as vias urinárias, pelo que se torna útil nos casos
de cistite e cólica renal.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30g de frondes por litro de
água. Deixa-se fermentar durante 15 minutos e tomam-se 5 chávenas (xícaras) por
dia. No caso de afecções bronco-pulmonares, toma-se bem quente e adoçada com
mel.
HISTÓRIA: Dióscorides já mencionou esta planta no século I d.C., com o nome de
scolopendrio, devido à semelhança das folhas com a escolopendra, pequeno réptil
que abunda nos muros velhos e no meio das rochas. Galeno chamou-lhe splenio,
porque acreditava que ela podia reduzir o volume do baço (splen grego).

NOME COMUM: Dormideira (papoila com as pétalas rosáceas).


NOME BOTÂNICO: Papayer somniferum L.
FAMÍLIA: Papaveráceas.
GEOGRAFIA: Originária do Oriente, porém, muito cultivada na Europa, e,
consequentemente, em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: As cápsulas, vulgarmente chamadas Cabeças-de-
Dormideira, as folhas e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um látex viscoso que, depois de solidificado,
fornece o ópio, produto narcótico com vários alcalóides, entre os quais a morfina, a
codeína, a papaverina, a morceína, etc.
PROPRIEDADES: Calmantes, hipnóticas, etc.
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MANEIRA DE PREPARAR: Para uso externo: lavagens, bochechos, etc. Como


calmantes, podem ser usadas as cabeças da dormideira, na percentagem de 10
gramas por litro de água. Também se usam as folhas e flores, igualmente como
calmantes.
Para uso interno: como planta narcótica e de efeitos tóxicos, o seu uso deve ser feito
somente por receita de Naturopata ou Especialistas que entendam da área natural.

NOME COMUM: Drosera, Morela-orvalhinha, Orvalho do sol.


NOME BOTÂNICO: Drosera rotundifolia L.
FAMÍLIA: Droseráceas.
GEOGRAFIA: Faz parte das floras da Europa, Ásia setentrional e América boreal.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Parece não terem sido encontrados alcalóides nem
glucósidos; porém, possui pigmentos flavónicos, algum tanino, sendo considerados
seus elementos mais activos: a naftoquinona ou plumbagona, considerada como
antibiótica sobre o estafilococo e o pneumococo.
PROPRIEDADES: Antiespasmódica, estando indicada nas tosses irritativas ou
espasmódicas, assim bem como em certo tipo de bronquites. Também na tosse
convulsa, na asma, vómitos espasmódicos, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Tintura de Drosera, entre 30 a 60 gotas ou mais gotas
por dia (para adultos); para crianças o melhor é a Drosera homeopática na dose 9
CH (3 vezes ao dia) ou 30 CH (1 vez ao dia) até cessarem os sintomas.

NOME COMUM: Equinácea.


NOME BOTÂNICO: Echinacea angustifólia L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: América do Norte, México, etc. Está espalhada pelo resto do mundo
nos jardins.
PARTES EMPREGADAS: raiz e folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo etéreo, resina, óleo oelico, pálmico, cerótico,
um glucósido (echinósido), echinacina, fermentos, flavonas, etc. Esta planta é de
grande complexidade química e foi estudada, farmacológica e medicinalmente, por
vários autores idóneos.
PROPRIEDADES: Efeitos bacteriostáticos. Anti-infeccioso, com oportunidade em
várias doenças, como na furunculose, antraz, infecções gonocócicas (blenorragia),
infecção do sangue, febres, granulomas, fístulas, etc.
Além da sua acção anti-microbiana, estimula as defesas naturais do organismo e,
consequentemente, os seus processos reactivos, face à infecção microbiana.
No reumatismo infeccioso tem grande oportunidade. Também pode ser associada a
outros meios terapêuticos, nos casos de cancros (câncer), como desintoxicante do
sangue (alterante). Pode ser associada ao pau d’arco (Tecoma violacea).
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 60 gotas por dia. Também é usado o extracto
fluido. Emprego local: pomada, com a seguinte fórmula:

Tintura de Echinácea ........................... 5 gramas.


Lanolina ............................................ 45 gramas.
50 gramas

Esta pomada está indicada nas feridas infectadas e nas úlceras varicosas de mau
carácter e de difícil cicatrização.
No cancro (câncer), a Echinácea pode ser aplicada, como remédio adjuvante, em
combinação com o Pau d’ arco (Tecoma violacea), Erva-de-são-roberto (Geranium
robertianum), etc.
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No cancro (câncer) do útero e na cervicite ulcerosa, emprega-se em conjunto com


Hidrastis (Hidrastis canadensis), Echinácea (Echinácea angustifólia) e Clorofila
(óvulos), em emprego local.

NOME COMUM: Efedra.


NOME BOTÂNICO: Ephedra distachya L.
FAMÍLIA: Anetáceas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora Europeia (Europa Central) e da Ásia, porém, pouco
vulgar.
PARTES EMPREGADAS: A parte externa da planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio activo: a efedrina, e ainda outros alcalóides. A
efedrina faz parte de vários medicamentos para o tratamento específico da asma
brônquica, da rinite alérgica, etc.
CONTRA-INDICAÇÃO: Quando há hipertensão arterial, na gravidez e diabetes.
PROPRIEDADES: É especialmente indicada na asma brônquica e nasal, e em certas
doenças cutâneas de origem alérgica, na tosse com expectoração.
Acção fisiológica: Estimula o sistema nervoso simpático e contrai os vasos. Tem
fortes propriedades antialérgicas, aumenta a tensão arterial, etc.
PREPARADOS FARMACÊUTICOS: Gotas, comprimidos, supositórios.
HISTÓRIA: A planta Efedra já era conhecida pelos chineses à mais de 5000 anos, no
tempo da dinastia Ma Huang. Em 1924, um químico chinês fez o estudo científico da
Efedra, sendo depois sintetizada pelo laboratório Merk (1924).

NOME COMUM: Embude, Prego do Diabo.


NOME BOTÂNICO: Oenanthe crocata L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
Trata-se de uma planta venenosa, florescendo no Verão, confundindo-se com a
Angélica (Angelica archangelica).
Em Medicina Homeopática, esta planta é empregada em alta diluição, em que já não
existem os elementos químicos tóxicos da planta, mas aquilo a que nós homeopatas
chamamos princípios dinâmicos, cuja existência é posta em dúvida por muitos
médicos alopatas. Usa-se esta planta na epilepsia.

NOME COMUM: Endro, Funcho bastardo.


NOME BOTÂNICO: Anethum graveolens L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Esta planta existe em toda a Europa.
PARTES EMPREGADAS: As sementes (ou mericarpos, o mesmo que aquênios).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as partes da planta, em especial as sementes,
contêm um óleo essencial amarelo-pálido, com cheiro penetrante, sabor doce e
quente.
PROPRIEDADES: Estimulante digestivo e carminativo (expulsando gases). Serve
também nos vómitos nervosos das crianças e dos adultos.
MANEIRA DE PREPARAR: Colher (das de chá) por chávena (xícara): 20 minutos de
infusão. Coar e adoçar. Para tomar apôs as refeições ou fora destas, se necessário.
Também se usa o pó: 1 a 4 gramas, e o óleo essencial: 2, 4 ou 6 gotas em água
simples; ou em infusão de Hortelã-pimenta (Mentha piperita) ou de Melissa (Melissa
officinalis), adoçados.
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NOME COMUM: Engos, Ébulo, Sabugueirinho.


NOME BOTÂNICO: Sambucus ebulus L. (não confundir com o Sabugueiro –
Sambucus nigra).
FAMÍLIA: Caprioláceas.
GEOGRAFIA: Existe espontânea em Portugal e noutras floras da Europa, da África
do Norte e da Ásia.
PARTES EMPREGADAS: Parte lenhosa da raiz ou casca desta, as folhas e as bagas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém sambunigrina, o mesmo glucósido cianogenético
do Sabugueiro. Contém ainda sacarose, açúcar reduzido e um pouco de essência. A
sambunigrina também se encontra nos nós das raízes. Os frutos contêm matérias
tânicas e princípios amargos, açúcares, ácidos málico, tartárico e valeriânico.
PROPRIEDADES: Purgativa e diurética. Deve ser usada em dose fraca, pois, além
de certos limites, actua como purgante violento, o que pode causar transtornos.
Como os frutos causam, por vezes, intoxicação, é preferível não os usar, pois os
remédios destinam-se a fazer bem e a não causar prejuízos à saúde e à vida. Alguns
autores dizem que o cozimento da planta é preferível à infusão, pois o elemento
activo que origina a acção drástica fica atenuado.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 20 gramas por litro de água.
Tomar 3 chávenas (xícaras) três vezes ao dia antes das refeições.

NOME COMUM: Énula-campana.


NOME BOTÂNICO: Enula helenium L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Planta vivaz da Europa setentrional.
PARTE EMPREGADA: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém resina, óleo volátil, cera, extractivo
amargo, goma, tanino, sais de potássio, de magnésio, de cal, inulina (não confundir
com insulina: hormona segregada pelo pâncreas), belenina ou cânfora da ínula
(empregada nas afecções pulmonares).
PROPRIEDADES: Tónicas e estimulantes, diuréticas, excitantes, sudoríferos,
expectorantes, depurativas, com oportunidade nas doenças da pele (eczema,
psoríase), tosse, anemia, vermífugo, febrífugo (foi empregado no passado para
combater a febre, na falta da Quina). Tem oportunidade, este valioso vegetal, no
tratamento das feridas e nas doenças da pele, em aplicações externas.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da raiz: 20 a 40 gramas por litro de água, para
ser tomada duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Tintura: 2 a 3
gramas por dia. Pó: 5 a 8 gramas por dia. Vinho: 70 gramas da raiz em bom vinho
tinto, com maceração de oito dias. Externamente (para loções, banhos, etc): 50
gramas por litro (cozimento).
Esta planta também é empregada no tratamento local da sarna (escabiose). Para o
efeito recomenda-se: pó de Ênula: 50 gramas em banha sem sal: 50 gramas (tudo
bem misturado).
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NOME COMUM: Espinheira santa.


NOME BOTÂNICO: Maytenus ilicifolia L.
FAMÍLIA: Celastráceas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém cafeína, macrólideos, terpenos (maitenina,
pristimerina B-amirina, maitensina, maitomprina, maitambutina e maitolidina),
flavonóides (chalconas, auronas, antocianinas), taninos, resinas, mucilagens e
açúcares.
PROPRIEDADES: Anorexia, úlceras pépticas, dispepsia, obstipação, astenia e asma
brônquica. Contraceptiva, diurética, analgésica, anti-séptica, cicatrizante e
reguladora das funções hepáticas. Foram constatadas actividades antibióticas e
antineoplásicas, não havendo comprovação das propriedades contraceptiva e
abortiva.
ATENÇÃO: É contra-indicada para lactantes, pois poderá reduzir a produção do leite.

NOME COMUM: Epilóbio.


NOME BOTÂNICO: Epilobium angustifolium L.
FAMÍLIA: Enoteráceas.
GEOGRAFIA: Difundido por toda a Europa e Ásia Setentrional. Encontra-se nas
serras do norte e centro da Península Ibérica e na serra Nevada. Cria-se nos bosques
frios da montanha.
PARTES EMPREGADAS: As flores, as folhas e a raiz secas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, pectina e mucilagem.
PROPRIEDADES: Adstringentes e emolientes (desinflama a pele e as mucosas).
Usado em diarreias, gastroenterites e, em geral, todas as inflamações da mucosa
digestiva. Anti-inflamatório. Corta a diarreia e faz desaparecer o mal estar
abdominal.
Estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite, faringite.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50 g de flores e raiz secas num
litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas por dia. Devem evitar-se as flores
frescas.
Uso externo: bochechos e gargarejos: fazem-se com a mesma infusão que se usa
internamente.

NOME COMUM: Eríssimo, Rinchão.


NOME BOTÂNICO: Erisimum officinalis L.
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal, na Madeira e nos Açores. E também existe nas
floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades.
PROPRIEDADES: Expectorante, estimulante, e usada contra a tosse,
antiescorbútica; útil nos catarros pulmonares, na rouquidão (uso interno e em
gargarejos, enriquecida a planta com Eucalipto e adoçada com mel).
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água. Suco: 15 a 30 gramas,
em água com mel. Deve ser usada fora das refeições, duas, três ou quatro vezes ao
dia, levando mel ou xarope de agrião.
Para gargarejos, a mesma infusão, adoçada com mel. Havendo pontos brancos no
fundo da boca (amígdalas, etc), também é útil gargarejos com mel e limão.
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NOME COMUM: Erva-coalheira, galião.


NOME BOTÂNICO: Galium verum L.
FAMÍLIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: Comum nos prados e bosques de toda a Europa. Naturalizada em
regiões temperadas do continente americano.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém asperulósido, glicósidos flavonóides
e cumarínicos, assim como pequenas quantidades de um fermento lácteo, cujo efeito
é reforçado pelo conteúdo da planta em ácidos cítrico e tânico.
PROPRIEDADES: Antiespasmódica: recomenda-se para dispepsias funcionais (má
digestão devido a nervosismo), pelo seu efeito relaxante e sedativo sobre a
musculatura dos órgãos digestivos.
Diurética: o seu uso é indicado nas afecções das vias urinárias (litíase renal, cistite),
hidropisia ou edemas e obesidade.
Vulnerária: aplicada externamente contribui para a cicatrização de feridas e a cura de
golpes e contusões.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 10 a 20 g de plantas por litro de água,
de que se tomam 3 chávenas (xícaras) por dia.
HISTÓRIA: As atraentes flores da erva-coalheira cheiram dedicadamente a mel.
Segundo a recomendação de Galeno, têm sido utilizadas desde à mais de vinte
séculos para coalhar o leite. Continuam a fabricar-se queijos com esta planta – o
queijo Chester.
NOTA: A erva-coalheira é muito semelhante a outra planta da mesma família, o
amor de hortelão (Galium aparine L.), embora este não tenha a capacidade de
coalhar o leite.

NOME COMUM: Erva-moura, Solano.


NOME BOTÂNICO: Solanum nigrum L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal, nos Açores, na Madeira, em Cabo verde, etc. Faz
parte de outras floras da Europa, Médio Oriente, etc.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém saponinas e gluco-alcaloides, do grupo das
solaninas. As bagas possuem maior dose de solanina e ácido málico.
PROPRIEDADES: Narcóticas, com acção no bolbo, medula, etc. Originando a
paralisia dos nervos sensitivos e motores. A Solanina é o principal agente activo da
planta (e tóxico).
MANEIRA DE PREPARAR: Devido à toxicidade desta planta não se deve usar
internamente.
Para uso externo: 40 a 50 gramas. Para lavagens, no prurido vulgar, aplicações
sobre feridas, queimaduras, hemorróidas, etc. Para acalmar as dores. Também se
empregam, para o efeito, folhas pisadas e aplicadas sobre o lugar afectado.

NOME COMUM: Erva-prata.


NOME BOTÂNICO: Criophytum cristalino, Paronychia argêntea.
FAMÍLIA: Carofiláceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Não é conhecida.
PROPRIEDADES: Diuréticas, adstringentes e vulnerárias, muito empregada nas
doenças dos rins, incluindo na albuminúria.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas por litro de água, em infusão, para tomar três
chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
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NOME COMUM: Escabiosa mordida.


NOME BOTÂNICO: Succisa pratensis Moench; Scabiosa succisa L.
FAMÍLIA: Dipsacáceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se frequentemente nos prados e encostas expostas ao sol,
em toda a Europa. Aparece em Portugal nos relvados e solos húmidos do Minho,
Beiras e Estremadura. Na América do Sul pode encontrar-se em regiões
montanhosas de clima temperado.
PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido (escabiósido),
saponinas e sais minerais, especialmente potássicos.
A raiz é particularmente rica em tanino. Saponinas.
PROPRIEDADES: Expectorantes e depurativas.
Lesões da pele: especialmente aquelas que provocam comichão (coceira), como no
caso da sarna. Também no herpes, na tinha e nos eczemas. Para se obter maior
efeito, recomenda-se combinar o uso interno (infusão) com o externo (compressas
sobre a pele).
Bronquite e asma, dado que fluidifica as secreções dos brônquios e facilita a
expectoração. Neste caso também se recomenda tomar a infusão, além de aplicar
compressas quentes sobre o peito.
Curas depurativas, pelo suave efeito diurético, tonificante e também sudorífico desta
planta.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50-60 g de flores, folhas e
raizes secas, num litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: compressas da mesma infusão que para o uso interno. Aplicam-se
quentes sobre a região afectada, combinando-as com o uso interno, com a finalidade
de reforçar o seu efeito.

NOME COMUM: Escolopêndrio, Língua cervina.


NOME BOTÂNICO: Escolpendrium.
FAMÍLIA: Polipodiáceas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal e em todas as floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: As folhas (frondes).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém tanino, mucilagem, matéria corante e outros
elementos químicos ainda não bem conhecidos.
PROPRIEDADES: Este vegetal faz parte das espécies béquicas (para a tosse, etc).
Tem propriedades peitorais, adstringentes, diuréticas, e é útil na expectoração com
sangue. Também é usado nas doenças do fígado, reumatismo, baço, rins, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: 15 a 20 gramas por litro de água, em infusão. Três
chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Erva-de-santa-maria.


NOME BOTÂNICO: Chenopodium ambrosioides L.
FAMÍLIA: Quenopodiáceas.
GEOGRAFIA: Originária do México e da América Central. A sua cultura estendeu-se
aos Estados Unidos, América do Sul (abundante no Brasil) e em alguns países do
mediterrâneo, especialmente em França.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A essência da Erva-de-santa-maria é constituída por
hidrocarbonetos terpénicos (cimeno, limoneno, terpineno, etc) e ascaridol.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores.
PROPRIEDADES: Tónico estomacal e carminativa (evita os gases intestinais): o seu
uso dá bons resultados nas indigestões, dores de estômago, flatulência e falta de
apetite.
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Anti-helmíntica e vermífuga: é altamente eficaz contra os Ascarídeos e os


anquilostomas, mas não tanto contra as ténias e os oxiúros – é a sua aplicação mais
importante.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão, com 15 a 20 g de folhas e flores
por cada litro de água. Como tónico estomacal, toma-se uma chávena (xícara) de
manhã em jejum, durante 3 dias. Para favorecer a expulsão de parasitas administrar
um laxante natural (Rícino, Aloé vera ou Cáscara sagrada), depois de cada toma de
Erva-de-santa-maria.
ATENÇÃO: Não exceder as doses indicadas, já que pode provocar intolerância
digestiva.

NOME COMUM: Estragão.


NOME BOTÂNICO: Artemisia dracunculus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central, embora se cultive e algumas vezes se
encontre em estado silvestre em alguns países do continente americano e em toda a
Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial rico em estragol,
felandreno e ocimeno, assim como em hidroxicumarinas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os capítulos florais.
PROPRIEDADES: Aperitivas, digestivas e carminativas. Anti-sépticas contra os
germes patogénicos do tubo digestivo. Vermífugas e emenagogas. Torna-se assim
indicado nos casos de inapetência, digestão lenta ou difícil, flatulência, fermentação
intestinal e parasitas intestinais.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: condimento: em saladas e todo o tipo de
pratos.
Infusão: 30 g de planta por litro de água. Tomar uma chávena (xícara) antes de cada
refeição, como aperitivo, e/ou depois das refeições, como digestivo.
Essência: a dose recomendável é de 3 a 5 gotas, 3 vezes por dia.

NOME COMUM: Escórdio, Camédrios da água.


NOME BOTÂNICO: Tenerium scordium L.
FAMÍLIA: Labiadas.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio activo: a escordina, substância aromática
amarela, muito amarga, insolúvel no álcool e solúvel na água fria.
PROPRIEDADES: Tónica, estimulante, carminativa, vermífuga, anti-séptica interna,
etc. Estando indicada na flatulência, dispepsia, catarros crónicos, doenças da vesícula
e do fígado, etc. E também na gripe.
Quando a planta já não tem o cheiro que lhe é característico (liliáceo), tem as suas
propriedades perdidas ou reduzidas.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água. Três chávenas
(xícaras) por dia, fora das refeições.
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NOME COMUM: Escrofulária.


NOME BOTÂNICO: Scrophularia nodosa L.
FAMÍLIA: Escrofuláceas.
GEOGRAFIA: Portugal e noutras floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os talos e as folhas contêm ácido cafetânico, cinâmico e
butírico; lecitina, hesperidina, dulcita e manita. À excepção do rizoma, todos os
órgãos da planta contêm, pequenas quantidades de saponina.
PROPRIEDADES: Desde a antiguidade que este vegetal é empregado na
escrofulose, nas doenças da pele, neste caso devido à sua saponina, com óptima
acção no eczema da face, no hemorroidal, sob a forma de ungüento (suco ou raspas
da raiz, em parte igual com manteiga fresca, sem sal). Este ungüento também tem
oportunidade nos engurgitamentos ganglionares, no herpes, etc. Os homeopatas
empregam esta planta em uso interno (tintura obtida da planta fresca), no
linfosarcoma (mal de hodgking) e também, externamente nos mesmos casos. A
doença em questão é de natureza cancerosa.
A Escrofulária também é usada como depurativa do sangue. Nas doenças malignas,
afectando os gânglios.
MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 15 gramas por litro de água. Para
lavagens e irrigações, a quantidade da planta pode ir até 40 gramas.

NOME COMUM: Espinheiro cerval. Espinha de veado.


NOME BOTÂNICO: Rhamnus cathartica L.
FAMÍLIA: Ramnáceas.
GEOGRAFIA: Originário da Ásia Setentrional. Encontra-se difundido pelos bosques e
regiões montanhosas da Europa e da América.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos são ricos em glicósidos antraquinónicos.
PROPRIEDADES: Acção purgativa enérgica (leva rapidamente à evacuação).
Também proporciona um certo efeito diurético.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: sumo (suco): espreme-se um punhado de
frutos maduros e, do sumo (suco) obtido, que se pode adoçar com mel ou açúcar,
tomam-se de manhã 2 ou 3 colheres de sopa.
Xarope: obtém-se acrescentando ao sumo (suco) fresco o seu mesmo peso em
açúcar e fervendo-o em lume brando até que fique espesso. Tomar 3 a 6 colheres
diárias.
NOTA: Desde o século XI que se encontram documentados os efeitos exercidos
sobre o intestino por esta planta, que também se utiliza em veterinária para purgar
os animais.
ATENÇÃO: Deve usar-se com prudência, isto é, em doses baixas, porque em
grandes quantidades pode provocar fortes contorções nos intestinos, vómitos e,
inclusivamente, hemorragias intestinais.

NOME COMUM: Estrela do Egipto.


NOME BOTÂNICO: Coreopsis tinctoria L.
PROPRIEDADES: É utilizado nas diabetes.
MANEIRA DE PREPARAR: Em forma de infusão: 4 a 5 gramas por chávena
(xícara), com água a ferver, estando 20 minutos de infusão. Tomam-se 4 chávenas
(xícaras) por dia antes das refeições.
NOTA: a Vagem do feijão encarnado possui um princípio químico algo semelhante à
insulina.
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NOME COMUM: Estrofantos.


NOME BOTÂNICO: Strophantus.
FAMÍLIA: Apocíneas.
PARTES EMPREGADAS: Os grãos (ou sementes).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém três heterósidos cardiotónicos: oubaína,
estrofantina e uabaína, todos muito tóxicos, evitar tomar esta planta sem um
aconselhamento de um especialista da área natural.
PROPRIEDADES: Tem acção no coração, artérias e rins; porém, apresenta contra-
indicações (doenças dos rins, coronárias e outras artérias), habitualmente é utilizado
sobre forma de tintura ou extracto.

NOME COMUM: Espargo, aspargo.


NOME BOTÂNICO: Asparagus officinalis L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Planta difundida por terrenos arenosos e leitos de rios da Europa
Central e Meridional, assim como de grande parte do continente americano. Cultiva-
se em muitos países da Europa e da América.
PARTES EMPREGADAS: Os caules tenros (espargos) e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os espargos contêm asparagina (substância que
comunica um cheiro particular à urina), glicósidos (coniferina e vanilina),
metilmercaptan, um óleo essencial, rutina e tanino.
A raiz contém ainda saponina e certos açúcares.
PROPRIEDADES: Diurética: os componentes citados actuam sobre o rim,
estimulando a sua função eliminadora, o que provoca um notável aumento na
produção de urina. O consumo de espargos é útil sempre que se queira estimular a
função renal, e especialmente nos casos de edemas (retenção de líquidos) e
obesidade (contém poucas calorias).
Depurativa: as curas de espargos têm dado bons resultados em casos de eczemas
crónicos, devido à sua acção estimulante sobre as funções eliminadoras da pele.
Laxante: a sua fibra faz aumentar o bolo fecal, o que é útil no caso de prisão de
ventre crónica.
A raiz tem o mesmo efeito diurético.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: os espargos silvestres ou cultivados
utilizam-se em diferentes preparações culinárias.
A raiz seca usa-se em infusão, à razão de 50 g por litro de água. Tomam-se 3
chávenas (xícaras) por dia.
ATENÇÃO: Em grandes doses, os espargos irritam o tecido renal, pelo que são
contra-indicados em casos de nefrite, glomerunefrite e outros estados inflamatórios
do rim.
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NOME COMUM: Evónio.


NOME BOTÂNICO: Evonymus europaeus L.
FAMÍLIA: Quelastráceas.
GEOGRAFIA: Comum em terrenos húmidos e bosques claros de toda a Europa. Em
Portugal é espontâneo em trás-os-Montes. Naturalizado nas regiões de bosques da
América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Em toda a planta, e especialmente nos frutos, encontra-
se o glicósido evonimina, que é o seu princípio activo mais importante, além de
tanino, ácidos orgânicos, pigmentos e vitamina C.
PROPRIEDADES: Não se recomenda o uso interno devido à sua toxicidade.
Aplicados externamente, os frutos utilizam-se como insecticida e contra diversos
parasitas do corpo humano, como a sarna e os piolhos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: lavagens com uma decocção de 30 g de
frutos por litro de água, aplicadas sobre a zona da pele afectada pelos parasitas,
inclusive na cabeça. Também se pode esfregar directamente a pele com os frutos
(nas fricções também).
ATENÇÃO: Por via interna, torna-se tóxico em doses superiores a 10 g de frutos,
provocando violentas diarreias e transtornos cardíacos.

NOME COMUM: Eucalipto.


NOME BOTÂNICO: Eucalyptus globulus L.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
GEOGRAFIA: Árvore originária do Oriente e cultivada em quase toda a Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A folha contém: óleo essencial, matéria resinosa,
princípio amargo neutro, ácido gálico e tânico, clorofila, celulose, sais calcários,
carbonatos alcalinos, etc. A essência do Eucalipto oxida-se, originando, por esse
motivo, o eucaliptol.
PROPRIEDADES: Tónico-febrífugo, antibronquítico, desinfectante das vias
respiratórias e urinárias. Emprega-se no tratamento da bronquite e da asma. O
Eucalipto é útil, ainda, na diabetes.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 25 a 35 gramas por litro de água. Para tomar
duas ou mais chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
Inalações com o cozimento: 40 gramas por litro de água.
Óleo essencial: administram-se de 4 a 10 gotas várias vezes ao dia
NOTA: O Dr. Pereira da Graça, numa tese médica apresentada há muitos anos na
Faculdade de Medicina do Porto, defendia a plantação do Eucalipto, para saneamento
e drenagem dos lugares pantanosos e insalubres.

NOME COMUM: Eufrásia.


NOME BOTÂNICO: Euphrasia officinalis L.
FAMÍLIA: Escrofulariáceas.
GEOGRAFIA: Pradarias e bosques montanhosos de toda a Europa e América.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém o glicósido aucubina, taninos, ácidos fenólicos,
flavonóides, vitaminas A e C e vestígios de essência.
PROPRIEDADES: Anti-sépticas, anti-inflamatórias e adstringentes, especialmente
eficazes sobre a mucosa conjuntival. Usada em caso de conjuntivite, blefarite,
queratite superficial e lacrimação ocular. Aplicada também em gargarejos e
bochechos em caso de estomatite e de faringite; usado em irrigações nasais em caso
de rinite – inflamação do interior do nariz.
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MANEIRA DE PREPARAR: uso externo: infusão com 40 g da planta por litro de


água. Para lavagens oculares: deixar cair o líquido de fora para dentro, ou seja da
fonte para o nariz. As lavagens oculares fazem-se sobretudo de manhã. Em colírio: 5
a 10 gotas em cada olho, quatro vezes por dia.

NOME COMUM: Estramónio.


NOME BOTÂNICO: Datura stramonium L.
FAMÍLIA: Solanaceas.
GEOGRAFIA: Originária das Américas Central e do Sul, embora se encontre
espalhada por quase todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contem alcalóides activos sobre o sistema
nervoso vegetativo (hiosciamina, atropina e escopolamina), alem dos ácidos cítrico e
malico, taninos e óleo essencial.
PROPRIEDADES: antiespasmódica: relaxa a musculatura do tubo digestivo, dos
brônquios, dos canais biliares e urinários.
Analgésica, sedativa e antitússica. Tem-se usado em todo o tipo de cólicas:
intestinais, biliares e renais; anti-asmático.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: por se tratar de uma planta tóxica, não se
deve usar internamente como tisana, mas pode ser usada como remédio
homeopático. Pó das folhas: a dose máxima e de 0,2 g de pó, três vezes ao dia.
Uso externo: cataplasma de folhas esmagadas: aplica-se sobre a articulação
afectada.
HISTÓRIA: O Estramónio era desconhecido na Europa durante a antiguidade e a
Idade Media, ate que, pelos fins do século XVI, foi trazido do México para a
Península. Distribuiu-se por toda a Europa, devido às suas propriedades singulares
sobre o sistema nervoso.
ATENÇÃO: Planta estupefaciente tóxica; produz alucinações e transtornos mentais.

NOME COMUM: Estaque.


NOME BOTÂNICO: Stachys silvatica L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Disseminada pelos bosques húmidos de toda a Europa, especialmente
na proximidade de faias e carvalhos.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial muito complexo.
PROPRIEDADES: Acção antiespasmódica (relaxa os músculos de contracção
involuntária), sedativas e emenagogas (regula e normaliza a menstruação).
A sua aplicação principal sãos as regras irregulares ou dolorosas (dismenorreia) e os
transtornos da menopausa. Alivia as contracções espasmódicas do músculo uterino e
acalma as dores provocadas pelos ditos espasmos.
MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: infusão com 20-30 g de sumidades floridas
num litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia,
especialmente durante a semana anterior à data em que é esperada a menstruação.
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NOME COMUM: Erigerão.


NOME BOTÂNICO: Erigeron canadensis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Originário da América do Norte. No século XVII foi trazido para a
Europa, onde se expandiu rapidamente.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, resinas, flavonóides, ácido
gálico e colina, além de um óleo essencial (óleo de pulicária) composto por limoneno,
dipenteno e terpinol.
PROPRIEDADES: hemostático. Utiliza-se sobretudo para deter as menstruações
demasiado abundantes ou prolongadas. Também é eficaz em alguns casos de
hematúria.
Antidiarreico: detém as diarreias simples, mas também é eficaz nas disenterias
(diarreia acompanhada de muco e sangue) e febre tifóide.
Diurético e anti-reumático: facilita a eliminação de ácido úrico com a urina. Indicado
nos casos de gota, hiperuricemia e de litíase renal.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão ou decocção com uma colher de
sopa de folhas secas, por chávena (xícara) de água. 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia.
Extracto seco: a dose habitual é de 1-2 g por dia, repartidos em 2 ou 3 tomas.
Uso externo: enemas (clisteres) com a mesma infusão ou decocção que se toma na
bebida.

NOME COMUM: Erva-de-são-roberto.


NOME BOTÂNICO: Geranium robertianum L.
FAMÍLIA: Geraniáceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente em lugares sombrios como muros, sebes e
barrancos de toda a Europa e América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: toda a planta contém uma substância amarga (geranina),
um óleo essencial que lhe comunica o seu cheiro típico, e importantes quantidades de
taninos, que determinam a sua acção adstringente.
PROPRIEDADES: Em uso interno: apresenta propriedades adstringentes, diuréticas,
fluidificantes do sangue e ligeiramente hipoglicimiantes. Utiliza-se em casos de
diarreia, edemas (retenção de líquidos), e como complemento no regime dos
diabéticos. Utiliza-se externamente: afecções dos olhos – irritação ocular, remelas,
conjuntivite; afecções bucais – estomatite, faringite, gengivite; erupções cutâneas –
herpes, eczemas e infecções da pele. Usada na diabetes (moderada). Tem
oportunidade na inflamação, com ou sem úlcera, do estômago, do duodeno, do colo
do útero, da garganta, etc. Há poucos anos, foi uma planta muito conceituada no
tratamento do cancro (câncer), havendo casos em que mostrou possuir valor
terapêutico. Pode ser empregada interna e externamente. Mostrou ser útil ainda na
úlcera do colo do útero (cervicite ulcerosa) e do estômago, etc. Doentes com
inflamação dos intestinos obtiveram melhoras com esta planta.
MANEIRA DE PREPARAR: Externamente: Decocção de 20 a 25 gramas por litro de
água, em forma de infusão. Internamente: 10 a 20 gramas por litro de água,
também em forma de infusão (folhas e caules). Para tomar duas a três chávenas
(xícaras) por dia, fora das refeições.
Uso externo: lavagens oculares e bochechos bucais, com uma decocção de 40 g da
planta por litro de água. Compressas, com a mesma medida da decocção.
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NOME COMUM: Erva-cidreira.


NOME BOTÂNICO: Melissa officinalis L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Originária dos países mediterrâneos, mas cultivada em toda a Europa
e regiões temperadas da América.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores e as folhas contêm cerca de 0,25% de óleo
essencial, rico nos aldeídos citral e citronelal.
PROPRIEDADES: Problemas nervosos: excitação, ansiedade, cefaleia devido a
tensão (dores de cabeça de origem nervosa); stress e depressão: é muito indicada
nos casos de stress e depressão nervosa, graças ao seu efeito sedativo suave e
equilibrador do sistema nervoso; insónia: tomada à noite ajuda a vencê-la; dores
menstruais: desde há séculos, é recomendada para aliviar estas dores. Também
pode ser utilizada em caso de palpitações, espasmos e cólicas abdominais,
flatulência, enjoos e vómitos.
Externamente, é anti-séptica, anti-fúngica (contra os fungos da pele), e anti-vírica,
de acção demonstrada contra os vírus do herpes e os mixovírus do grupo 2.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 20 a 30 gramas de planta por litro
de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Extracto seco: costuma
administrar-se 0,5 gramas, 3 vezes por dia.
Uso externo: compressas: aplicam-se com uma infusão preparada à razão de 30 a 50
gramas de planta por litro de água; Banhos: esta mesma infusão adicionada à água
do banho (2 ou 3 litros por banheira); fricções: aplicam-se com a essência diluída em
álcool (álcool de melissa).
HISTÓRIA: Já dizia Avicena, o grande médico árabe do século XI, que a melissa
“tem a admirável propriedade de alegrar e confortar o coração” desde os começos do
século XVII, os monges carmelitas descalços preparam com esta planta a famosa
“água dos carmelitas”, que foi um remédio muito popular contra os desmaios,
síncopes e crises de nervos (no Brasil chama-se água de melissa).

NOME COMUM: Erva-cidreira bastarda


NOME BOTÂNICO: Melittis melissophyllum L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Bosques de Carvalhos ou de Faias e terrenos ermos da Europa Central
e Meridional. Em Portugal é frequente na região montanhosa do Norte e Centro do
país.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém uma cumarina.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, excepto a raiz.
PROPRIEDADES: Diuréticas e depurativas, ligeiramente sedantes, emenagogas, e,
aplicada externamente, vulnerarias (cicatriza as feridas e cura as contusões). Além
disso, facilita a menstruação e acalma as dores que a acompanham em caso de
dismenorreia, embora não tão eficaz com a Erva-cidreira (Melissa officinalis L.).
Como vulneraria, usa-se em aplicação externa para curar feridas, que ajuda a
cicatrizar, e para aliviar a dor e a inflamação causadas por contusões e entorses.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-30 g por litro de água, de
que se tomam 3 chávenas (xícaras) por dia. Pode-se adoçar com mel.
Uso externo: lavagem das feridas com uma infusão mais concentrada do que a
preparada para uso interno (até 60 g por litro).
Compressas empapadas na infusão concentrada (até 60 g por litro). Aplicam-se
sobre a região afectada.

NOME COMUM: Ervilhas.


Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 105
NOME BOTÂNICO: Pisum sativum L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Próprio do Médio Oriente e da Ásia Central, onde se cultiva desde à
milénios.
PARTES EMPREGADAS: As ervilhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As ervilhas cruas contêm 78,9% de água. Hidratos de
carbono: contém 9,36%. Proteínas (5,42%). Vitamina B1, B2, B6, C. potássio (em
cada 100g contém 244mg), ferro, folatos, zinco e fibra. Provitamina A e vitamina E.
PROPRIEDADES: Afecções cardíacas (degeneração do musculo cardíaco, angina de
peito). Transtornos do sistema nervoso (depressão, insónia). Gravidez e lactação.
Diabéticos.
MANEIRA DE PREPARAR: Cruas, cozinhadas, secas e em conserva.

NOME COMUM: Espinafre.


NOME BOTÂNICO: Spinacea oleracea.
FAMÍLIA: Chenopodiaceae.
GEOGRAFIA: Presume-se que tenha sido introduzida em Espanha pelos árabes.
Originário da Pérsia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Clorofila, vitaminas A, B1, B2, C, D, ferro, cálcio,
magnésio, potássio.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e o caule.
PROPRIEDADES: Anemias, laxante suave. Como emplastro alivia inflamações.

NOME COMUM: Fel da terra.


NOME BOTÂNICO: Centaurium umbellatum Gilib, Centaurea maior L.
FAMÍLIA: Gencianáceas.
GEOGRAFIA: Existe nos prados e pastagens de toda a Europa, embora não seja
muito frequente. Encontra-se naturalizada em algumas zonas temperadas da
América, inclusive no Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém diversos princípios amargos do tipo
glicosídico.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
PROPRIEDADES: Tónico estomacal: tonifica os processos digestivos e abre o
apetite. Provoca o aumento da produção do suco gástrico e estimula os movimentos
de esvaziamento do estômago. Recomenda-se nos casos de gastrite crónica por
escassez de sucos gástricos, inapetência, digestões difíceis, fermentações intestinais
e vómitos. É colerética, e por isso usada em hepatopatias crónicas.
Hipoglicemiante: por reduzir o nível de glicose no sangue, é muito útil nos diabéticos.
Ligeiramente laxante e febrífuga.
Cicatrizante: limpa e cura feridas, chagas, úlceras e eczemas da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 g de sumidades floridas por
litro de água. Toma-se uma chávena (xícara) antes de cada refeição, se possível sem
adoçar.
Uso externo: compressas com uma decocção de 50 g de sumidades floridas por litro
de água. Aplicam-se sobre a pele afectada.

NOME COMUM: Faia.


NOME BOTÂNICO: Fagus silvatica L.
FAMÍLIA: Fagáceas.
GEOGRAFIA: Forma extensos bosques em toda a Europa, excepto no litoral
meditterânico. Naturalizado no continente americano.
PARTES EMPREGADAS: A madeira e a casca dos ramos.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 106
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Da madeira extrai-se o creosote e o gaiacol. A
casca contém taninos.
PROPRIEDADES: Combate as fermentações e gases intestinais, as colites e as
diarreias, pelo seu poderoso efeito absorvente e desinfectante. Anti-séptico e
expectorante das vias respiratórias.
É adstringente (recomendada nas diarreias e desinterias), vermífuga e tonificante.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: carvão: tomam-se 10 a 20 g do carvão, até
5 vezes ao dia, dissolvido em água ou mastigado tal como se encontra. Em casos
graves, podem tomar-se até 100 g de uma só vez.
Decocção da casca: 60 g de casca dos ramos por litro de água. É preciso deixar
ferver até que o líquido fique reduzido a metade, e tomam-se, durante 5 dias, 2
chávenas (xícaras) por dia, em jejum.

NOME COMUM: Fava.


NOME BOTÂNICO: Vicia faba L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Própria do Médio Oriente, cultiva-se desde à milénios nos países
mediterrânicos. A sua cultura estendeu-se a zonas de clima quente de todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: Sementes do fruto (favas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas de boa qualidade biológica (5,6%), hidratos de
carbono, sobretudo em forma de amido (7,5%), e quase nenhumas gorduras (0,6%).
Entre as suas vitaminas destacam-se a B1 (0,17 mg/100g), os folatos (96,3
ug/100g), assim como a vitamina C (33 mg/100g) de que contém aproximadamente
metade da contida no limão. O ferro é o mineral mais abundante nas favas (1,9
mg/100g), quase tanto como na carne.
PROPRIEDADES: Recomendadas em casos de anemi hipócroma ou ferropénica.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozinhadas ou secas.

NOME COMUM: Favária.


NOME BOTÂNICO: Sedum telephium L.
FAMÍLIA: Crassuláceas.
GEOGRAFIA: Europa Central e Norte. Em Portugal surge nos locais áridos e
pedregosos da Beira Alta e da Estremadura. É habitual encontrar-se nas vinhas,
crescendo entre as videiras.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, açúcares, mucilagens e um
glicósido (telefiósido).
PROPRIEDADES: Vulnerárias e emolientes. Aplicada em feridas, úlceras da pele
(chagas) e queimaduras. As compressas e lavagens com o suco fresco da planta
favorecem a cura das chagas, úlceras e queimaduras, especialmente se estiverem
infectadas ou sujas.
Calos e durezas da pele: amolece-os e desinflama-os, permitindo a sua fácil
extirpação.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: compressas e lavagens com o suco fresco
da planta. Aplicam-se directamente sobre a zona afectada da pele, 2 ou 3 vezes ao
dia.
As folhas podem-se conservar em azeite (de oliveira), como se fazia antigamente.
Aplicam-se sobre a zona afectada, depois de se lhes retirar a fina película que as
recobre pela face superior.

NOME COMUM: Feto-macho.


NOME BOTÂNICO: Dryopteris filix-mas L.
FAMÍLIA: Polipodeáceas.
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PARTES EMPREGADAS: Os rizomas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma do Feto-macho contém felicina, óleo volátil,
matéria gorda, ácidos gálico, tânico e acético, açúcar, matéria gelatinosa e
albuminóide, amido, sais, etc. É à felicina (ou ácido felícico), matéria graxa e óleo
volátil, que o Feto-macho deve a sua actividade tenífuga (para expulsar a ténia).
PROPRIEDADES: Tenífuga e vermífuga, de grande eficácia.
MANEIRA DE PREPARAR: Pó: 20 a 30 gramas por litro de água. Tomar 3 chávenas
(xícaras) por dia antes das refeições, adicionar mel.

NOME COMUM: Feto-real.


NOME BOTÂNICO: Osmunda regalis L.
FAMÍLIA: Polipodeáceas.
PROPRIEDADES: Contra as doenças do fígado e bexiga, nas areias e cálculos dos
rins.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento (rizoma): 30 a 50 gramas por litro de água.

NOME COMUM: Feijoeiro.


NOME BOTÂNICO: Phaseolus vulgaris L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Originária do México e América Central, espalhado por todos os países
do mundo.
PARTES EMPREGADAS: As vagens que envolvem as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As vagens contêm diversos aminoácidos, especialmente
arginina; vitaminas A, B e C; sais minerais e oligoelementos; fibra vegetal e amido.
PROPRIEDADES: Diurética: devido aos sais minerais e à arginina. Útil em caso de
edema por insuficiência cardíaca ou renal, e na retenção de líquidos pré-menstruais.
Também se usa em casos de gota e cálculos renais, pois favorecem a eliminação do
ácido úrico.
Cardiotónica: aumenta a força das contracções e o rendimento do coração.
Hipoglicemiante: a decocção das vagens usa-se para reduzir os níveis de glicose no
sangue.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como verdura: as vagens verdes cozidas
podem-se comer temperadas com azeite (de oliveira) e limão. Desta forma também
possuem efeito hipoglicemiente, embora menos intenso que o da decocção.
Decocção de 100 g de vagens de feijoeiro secas, num litro de água, até que esta
fique reduzida a metade. O líquido resultante vai-se tomando ao longo do dia.
ATENÇÃO: As sementes do feijoeiro, chamadas simplesmente feijões, cruas,
tornam-se tóxicas, por conterem fasina, uma toxoalbumina que desaparece com a
cozedura.
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Contra a diabetes: A arginina é um aminoácido que abunda nas vagens do
feijão. Tem uma acção semelhante à da glicoquina (insulina vegetal), que faz descer
os níveis de açúcar no sangue.

NOME COMUM: Figueira, figos.


NOME BOTÂNICO: Fícus carica L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Planta da flora portuguesa, habitando também nos Açores, na Madeira
e em cabo verde. Faz parte ainda de outras floras.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém muito açúcar, vitaminas A, B e outras do
complexo B, C, etc. Possui grande valor alimentar.
PROPRIEDADES: Os frutos, quando comidos frescos ou secos, são muito laxantes.
O cozimento da casca também é usado como adstringente externo (anginas) e
interno (diarreias). O suco látex dos ramos e folhas é empregado como tópico nas
verrugas para as destruir. Os figos secos são muito peitorais, podendo também ser
usados em forma de xarope ou cozimento, em água ou leite (nas tosses, etc).
Externamente, a cataplasma de figos é usado como calmante e resolutivo (abcessos,
tumores, etc). Usado também no esgotamento físico ou mental (acção tonificante).
MANEIRA DE PREPARAR: Figos secos: para combater a prisão de ventre, comem-
se de manhã, em jejum, uns 200 gramas de figos secos postos de molho, de
véspera.
Decocção: Uso interno: prepara-se com 10 a 12 figos secos num litro de água ou
leite. Deixa-se ferver até que o líquido se reduza a metade. Para combater as
afecções digestivas ou respiratórias ingerem-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia
deste líquido, quente. Os figos também se podem comer. Uso externo: cataplasma:
tritura-se um punhado de figos frescos, ou de figos secos postos de molho, e com a
pasta resultante prepara-se uma cataplasma, que se aplica envolvido num pano fino
de algodão sobre a zona afectada. Deixa-se ficar durante o dia e retira-se à noite,
lavando bem a pele. Também se pode aplicar directamente um figo aberto ao meio.
Látex: aplicar umas gotas sobre as verrugas, todos os dias, durante várias semanas.

NOME COMUM: Figueira-da-índia, Nopal.


NOME BOTÂNICO: Opuntia ficus-Indica (L.) Miller; Cactus ficus-Indica L.
FAMÍLIA: Cactáceas.
GEOGRAFIA: Originária do México e da América Central, mas amplamente difundida
por todo o litoral mediterrâneo. Cria-se em terrenos secos e pedregosos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As pás contêm mucilagem e celulose.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (figos de piteira), as flores e as pás.
PROPRIEDADES: Os frutos são adstringentes, e dão bom resultado para cortar
diarreias estivais. O seu suco usa-se em xarope, no México como calmante da tosse.
As flores são diuréticas e antiespasmódicas, e usam-se em caso de oligúria (escassa
produção de urina) e de cistite (inflamação da bexiga).
As pás são emolientes. Usam-se em cataplasmas para sarar feridas, contusões e
irritações da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: os frutos devem-se descascar com
precaução para não lhes tocar com os dedos, pois os seus numerosíssimos espinhos
cravam-se na pele com muita facilidade e tornam-se muito difíceis de tirar. Podem-se
comer frescos ou em xarope.
Xarope: prepara-se cortando os frutos às rodelas e cobrindo-as com açúcar escuro.
Dez horas depois extrai-se o xarope (o líquido resultante), passando-o por um coador
para separar as sementes. Toma-se quente, às colheradas.
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Infusão de flores: 20-30 g de flores por litro de água. Ingerem-se 3 a 4
chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: cataplasmas: as pás cortam-se pelo meio, aquecem-se um pouco no
forno e aplicam-se directamente sobre a zona da pele afectada.
HISTÓRIA: Os antigos indígenas mexicanos já usavam as pás da Figueira-da-índia,
ou nopal, como cataplasmas para curar feridas e contusões. Os colonizadores
espanhois trouxeram-na para Espanha, de onde se estendeu rapidamente por toda a
costa mediterrânica.

NOME COMUM: Fisale.


NOME BOTÂNICO: Physalis viscosa L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Própria do continente americano, especialmente das Américas Central
e do Sul. No México é bastante frequente. Não se encontra na Europa.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos, os caules e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os caules e as folhas da planta contêm saponinas e
enzimas (peroxidades).
PROPRIEDADES: Os frutos são diuréticos e suavemente laxantes.
A sua decocção utiliza-se externamente contra as erupções da pele, pelo seu efeito
cicatrizante e anti-inflamatório. Tem-se utilizado com êxito em casos de psoríase,
aplicando-se a sua decocção em loções.
Esta mesma decocção de caules e folhas, tomada por via oral, é expectorante e
antitússica.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de caules e folhas por
litro de água. Ferver durante 15 minutos. Tomam-se 2 ou 3 chávenas (xícaras) por
dia. Pode adoçar-se com mel.
Uso externo: compressas empapadas no líquido da decocção que se usa
internamente.
Loções sobre a parte doente da pele, com este mesmo líquido.

NOME COMUM: Fitolaca, Erva dos cachos, Tintureira vulgar.


NOME BOTÂNICO: Phytolacca americana L.
FAMÍLIA: Fitolacáceas.
GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, acha-se naturalizada na Europa desde
há três séculos. Cresce em terrenos frescos perto das costas.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém saponinas, fitolaquina, ácido fórmico,
tanino, resina e diversos glícidos.
PROPRIEDADES: É um purgante energético, com acção emética (provoca o
vómito). Possuí propriedades anti-inflamatórias, pelo que se tem usado com êxito em
casos de reumatismo. No entanto, devido aos seus efeitos indesejáveis sobre o
aparelho digestivo, recomenda-se o seu uso unicamente por via externa. Aplicada em
compressas sobre a pele, a sua raiz é indicada em diversas erupções, especialmente
as causadas por fungos (micoses) e parasitas (como a sarna e os piolhos). Também
se tem utilizado contra a acne.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: Compressas: prepara-se uma decocção
com 50 g de raiz cortada às rodelas num litro de água. Empapar nela compressas de
algodão e aplicá-la sobre a região afectada.
ATENÇÃO: Em doses elevadas é tóxica. Não ingerir as bagas que têm efeitos tóxicos
leves (vómitos e diarreias).
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NOME COMUM: Framboesa.


NOME BOTÂNICO: Rubus idoeus L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Cresce em toda a Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm bastante albumina e tanino. Os frutos,
além de vitaminas, possuem pigmentos antociânicos, açúcares, ácidos orgânicos, etc.
PROPRIEDADES: Adstringentes (as folhas), refrigerantes, remineralizantes,
vitamínicas, diuréticas, etc. Favorece a sudação e promove a eliminação tóxica pela
urina. A sua infusão é usada durante os estados febris. No teor vitamínico da
framboesa dominam as vitaminas A, B e C. As flores deste vegetal são diuréticas.
MANEIRA DE PREPARAR: As folhas em forma de cozimento (30 gramas por litro de
água), empregam-se nas estomatites, anginas, vaginites, corrimento, nas úlceras,
etc. Em forma de lavagens e irrigações. Também é usada a infusão das flores (20
gramas por litro de água), no sarampo e outras doenças em que há necessidade de
promover a sudação, para eliminação de toxinas.

NOME COMUM: Freixo, Freixo comum.


NOME BOTÂNICO: Fraxinus excelsior L.
FAMÍLIA: Oleáceas.
GEOGRAFIA: existe em todo o continente português.
PARTES EMPREGADAS: As cascas e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: as cascas, tanino; as folhas, algum tanino e
pigmentos flavónicos, e ácido salicílico. As cascas, além de tanino, possuem
derivados cumarínicos: fraxóside e esculóside. As folhas apenas possuem alguns
traços destes elementos activos.
PROPRIEDADES: Têm propriedades anti-reumáticas, laxantes, diuréticas,
refrescantes, febrífugas e tónicas (a casca). As folhas são muito empregadas como
anti-reumáticas. As flores também têm aplicação medicinal, nas doenças reumáticas
e gotosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das folhas: 25 a 30 gramas por litro de água
(três chávenas por dia). Cascas: 15 a 20 gramas por litro de água, com cozimento
(tónico e febrífugo).

NOME COMUM: Fumária.


NOME BOTÂNICO: Fumaria officinalis L.
FAMÍLIA: Fumariáceas.
GEOGRAFIA: Muito vulgar em Portugal, nos Açores, na Madeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém ácido fumárico, princípios extractivos, tanino,
resina, pequenas quantidades de alcalóides, etc. Extractivos alcalóides, etc.
PROPRIEDADES: Depurativas: também é usada na arteriosclerose, nas doenças
cutâneas, na escrofulose, na icterícia, nos rins (para promover a diurese), na atonia
gástrica. Também é usada, em lavagens da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Planta seca: 30 gramas por litro de água, em infusão.
Planta fresca: 30 a 40 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por
dia, fora das refeições. Também o extracto: 2 a 4 gramas por dia; suco depurado: 40
a 60 gramas por dia. Igualmente é usado o xarope: 60 gramas de Fumária, em
cozimento num litro de água. Coar e juntar 800 gramas de açúcar. Filtrar. Para
tomar várias colheres durante o dia. Para lavagens (eczema em adultos e em
crianças), o cozimento é de 50 a 60 gramas por litro de água.

NOME COMUM: Funcho.


NOME BOTÂNICO: Foeniculum vulgaris L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
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GEOGRAFIA: Existe em muitas floras.
PARTES EMPREGADAS: A raiz e, especialmente as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Essência (metol e fenol), etc. As sementes são as que
contêm a essência mais acentuadamente: 2 a 3%. Potássio (414 mg/100 g), folatos,
vitamina C (12 mg/100 g), cálcio (49 mg/100 g) e ferro (0,726 mg/100g). rica em
água (90,2%), contém uma certa quantidade de hidratos de carbono (4,19%) e de
proteínas (1,24%).
PROPRIEDADES: A raiz é diurética. As folhas são vulnerárias. As sementes são
carminativas, digestivas, vermífugas e galactogénicas (para estimular a secreção
láctica e melhorar a qualidade do leite nas mulheres que amamentam). Prisão de
ventre por atonia intestinal (preguiça).
MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 30 a 40 gramas por litro de água, em forma de
cozimento. Sementes: 10 gramas por litro de água, em forma de infusão. Também
pode ser uma colher de café por chávena (xícara), 15 a 20 minutos de infusão.
Tomar a seguir às refeições (nos casos de gases e dores devido a gases, digestões
demoradas).

NOME COMUM: Feijoa, Goiaba serrana, Araçá do rio.


NOME BOTÂNICO: Feijoa sellowiana.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
GEOGRAFIA: Nativa do Rio Grande do Sul (Brasil), Uruguai e Paraguai.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, Glucose, pectina, tanino, ferro, vitaminas A e C.
iodo (50 a 100mg/100g).
PARTES EMPREGADAS: As pétalas, as folhas e o fruto.
PROPRIEDADES: Antidiarreico e cicatrizante de feridas. Usado na gravidez pela sua
riqueza em folatos e iodo. Bócio por hipotiroidismo. Prisão de ventre.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua. Sucos e compotas.

NOME COMUM: Fruta-pão


NOME BOTÂNICO: Artocarpus incisa.
FAMÍLIA: Moraceae.
GEOGRAFIA: Nativa e cultivada no arquipélago Asiático até ao Equador.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteína, açúcar, graxa, celulose, dextrina, ácido málico.
PARTES EMPREGADAS: Polpa cozida, assada ou ensopada.
PROPRIEDADES: Alimento para convalescentes e anémicos, digestivo e proteico.
MANEIRA DE PREPARAR: Farinha: extrai-se da polpa seca. Misturada com farinha
de cerais, usa-se para fazer pão. As sementes comem-se assadas.
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NOME COMUM: Galega, Falso anil.
NOME BOTÂNICO: Galega officinalis L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Prados húmidos e margens de regatos da Europa Oriental e
Meridional. Frequente nos campos de arroz e locais húmidos do Centro e Sul de
Portugal. Cultivada na Europa e na América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida seca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém taninos, saponinas, um princípio
amargo, glicósidos flavónicos, um alcalóide (galegina) e glicoquina (insulina vegetal).
PROPRIEDADES: Galactagoga: pode aumentar a produção leiteira das vacas entre
35 a 50%. Nas mulheres que amamentam obtêm-se também bons resultados,
embora não tão espectaculares. É isenta de efeitos secundários sobre a criança
lactente.
Diurética: efeito suave e bem tolerado.
Hipoglicemiante: segundo investigações recentes, a galega faz baixar o nível de
glicose no sangue dos diabéticos, ainda que os seus resultados sejam bastante
variáveis. Convém administrá-la sobre a vigilância de um terapeuta.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: por cada litro de água, 20-30 g de
folhas e flores secas, que têm de ser colhidas enquanto a planta se encontra ainda
em floração. Tomar duas chávenas (xícaras) por dia, que se podem aromatizar
acrescentando uma colher de sobremesa de frutos de anis à infusão.

NOME COMUM: Galeopse.


NOME BOTÂNICO: Galeopsis dubia Leers
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Terrenos siliciosos e perto das plantações de cereais da Europa Central
e Meridional. Naturalizada no Continente Americano.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira seca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é muito rica em silício (como a cavalinha –
Equisetum arvensis L.), e contém também saponinas e taninos.
PROPRIEDADES: Mucolítica e expectorante: facilita a dissolução e a expulsão do
muco bronquial. O seu uso é indicado nos catarros brônquicos para aliviar a
congestão dos brônquios e a tosse.
Antianémica: Utilizou-se com êxito para aumentar a produção de glóbulos vermelhos,
possivelmente devido a fazer aumentar a absorção de ferro.
Antidegenerativa: devido ao seu conteúdo em silício, é indicado nas rugas e estrias
da pele, e nos casos de artrose, osteoporose e arteriosclerose; todos eles processos
em que existe degenerescência das fibras do tecido conjuntivo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 20 a 30 g de planta seca por litro
de água. Tomar 1 ou 2 chávenas (xícaras) por dia.
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NOME COMUM: Gatunha.
NOME BOTÂNICO: Ononis spinosa L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Bastante comum em campos cultivados e prados secos de toda a
Europa. Naturalizada na América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As raízes contêm ononina (glicósido flavonóide), tanino,
resina, amido e saponinas.
PARTES EMPREGADAS: A raiz, as fllores e as folhas.
PROPRIEDADES: Diuréticas e anti-inflamatórias sobre os órgãos urinários. É
indicada na cistite, nas infecções urinárias, cálculos renais (pode dissolvê-los) e
afecções da próstata.
As folhas e as flores, aplicadas localmente, têm propriedades anti-sépticas e
adstringentes. Utilizam-se em bochechos e gargarejos contra a amigdalite (anginas),
e em compressas como cicatrizante no caso de feridas de difícil cicatrização e úlceras
de pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção: 50-60 g de raiz coratada às
rodelas por litro de água, de que se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: gargarejos com uma infusão de 60-80 g de folhas e flores por litro de
água.
Compressas com esta mesma infusão.

NOME COMUM: Genciana.


NOME BOTÂNICO: Gentiana lutea L.
FAMÍLIA: Gencianeáceas.
GEOGRAFIA: Portugal (Serra da Estrela) e Europa.
PARTE EMPREGADA: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: pectina, heterósidos amargos, especialmente
genciopicróside, matérias corantes, glúten, princípio odorífero, sais, goma, ácidos
orgânicos indeterminados. A genciopicrina é o princípio amargo; o gencisino é o
princípio corante.
PROPRIEDADES: Tónicas, febrífugas, estomáquicas, estimulante geral, aperitivo,
etc. Tem oportunidade na debilidade geral, na astenia nervosa, na falta de apetite,
na febre, na deficiência da célula hepática, nas idéias fixas (neuroses)
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 5 gramas da raiz, bem cortada para 1 litro de
água, em forma de infusão ou de maceração, durante algumas horas. Tomar duas ou
três chávenas (xícaras) ao dia, antes das refeições.

NOME COMUM: Gengibre.


NOME BOTÂNICO: Zingiber officinalis Roscoe
FAMÍLIA: Zingiberáceas.
GEOGRAFIA: Oriundo da Índia e dos países tropicais do Extremo Oriente. Muito
abundante no México e nas Antilhas, especialmente na Jamaica.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém um óleo essencial com diversos
derivados terpénicos.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caules subterrâneos).
PROPRIEDADES: Acção digestiva e carminativa (impede a formação de gases no
aparelho digestivo), sudorífico. Recomenda-se em caso de esgotamento, inapetência
e de digestões pesadas e flatulentas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: condimento: em pequena quantidade, para
pratos crus e cozinhados.
Infusão: 2 g de rizoma triturado em meio litro de água. Desta bebe-se uma chávena
depois de cada refeição. Não se deve ultrapassar a dose prescrita.
ATENÇÃO: Como acontece em quase todas as especiarias, em doses altas produz
gastrite. Não é conveniente para os ulcerosos.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 114
Desaconselha-se o uso da tintura alcoólica de gengibre, por ser irritante para
o estômago.

NOME COMUM: Gergelim, Sésamo.


NOME BOTÂNICO: Sesamum indicum L.; Sesamum orientale L.
FAMÍLIA: Pedaliáceas.
GEOGRAFIA: Amplamente cutivado nos países do Médio Oriente e na Índia, de onde
é originário. Actualmente, a sua cultura estende-se a outras regiões tropicais e
subtropicais da América, de África e dos países mediterrâneos.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Lípidos ou gorduras (52%), praticamente todos eles
constituídos por ácidos gordos insaturados (baixam o colesterol no sangue).
Lecitina, que é um fosfolípido (gordura fosforada). A lecitina facilita a dissolução das
gorduras em meio aquoso. Uma das suas funções no sangue consiste em manter
dissolvidos os lípidos em geral, e especialmente o colesterol, evitando assim que se
deposite na parede das artérias (arteriosclerose).
Proteínas (20%) de alto valor biológico, formadas por 15 aminoácidos diferentes com
uma elevada proporção de metionina (aminoácido essencial).
Vitaminas, especialmente a E (tocoferol), a B1 ou tiamina (0,1 mg por 100 g) e a B2
ou riboflavina (0,24 mg por 100 g).
Minerais e oligoelementos, especialmente cálcio, fósforo, ferro e magnésio, cobre e
cromo. Mucilagens.
PROPRIEDADES: Problemas nervosos: esgotamento nervoso ou mental; stress;
perda de memória; melancolia, depressão nervosa; irritabilidade ou desequilíbrio
nervoso; insónia. É um excelente complemento nutritivo para quem esteja já
submetido a uma grande actividade mental ou intelectual e deseje manter um bom
rendimento.
Sobrecarga física: prática desportiva, gravidez, lactação (aumenta e dá-lhe
qualidade), convalescença após intervenções cirúrgicas ou doenças.
Fata de rendimento ou de capacidade sexual, tanto no homem como na mulher.
Excesso de colesterol no sangue; arteriosclerose; prevenção do infarto do miocárdio
e da trombose arterial.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: as sementes podem comer-se cruas ou
ligeiramente torradas. Para isso, primeiro deitam-se de molho em água e, depois de
se terem deixado repousar durante uns 15 minutos, passam-se por um coador,
procedendo de maneira a não despejar o que tiver assentado no fundo. Deste modo
eliminam-se as pedras e a terra que possam conter.
Seguidamente torram-se numa caçarola, revolvendo-as constantemente com uma
colher de pau para evitar que se queimem. Guardam-se num frasco de vidro, e
tomam-se 2 a 3 colheres de café depois do pequeno almoço e do almoço.
NOTA: maneiras tradicionais de preparar o Gergelim:
Óleo de gergelim: pode usar-se como qualquer outro óleo vegetal. É muito estável e
pouco sujeito a criar ranço.
Tahin: é uma pasta muito saborosa que se obtém moendo as sementes de gergelim.
Substitui com vantagem a manteiga ou a margarina.
Gomásio: pasta formada por 14 ou 15 partes de gergelim torrado triturado e uma de
sal marinho. Também se lhe dá o nome de sal de gergelim.

NOME COMUM: Giesta comum.


NOME BOTÂNICO: Spartima scoparium e Cytisus scoparius.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 115
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Existe na flora da Europa ocidental. Em Portugal, nos Açores e na
Madeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um princípio amargo particular, a escoparina, a
que se deve a sua propriedade. O principal alcalóide desta planta tem o nome de
cistina. Os alcalóides são de natureza tóxica.
PROPRIEDADES: As sementes são diuréticas, aconselhadas na albuminúria. A
infusão das flores em leite era empregada, no passado, contra as doenças da pele.
De um modo geral, a planta é diurética em pequenas doses e purgativa ou vomitiva
em doses altas.
MANEIRA DE PREPARAR: Planta tóxica que deve ser utilizada por um especialista
na medicina natural. Utilizada em Homeopatia sem ser tóxica.

NOME COMUM: Gilbardeira ou Gilbarbeira.


NOME BOTÂNICO: Ruscus aculeatus.
FAMÍLIA: Aspargíneas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal, especialmente na região do Douro.
PARTE EMPREGADA: O rizoma.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém sais de potássio, uma resina,
saponósidos esteródicos (ruscogenina), etc.
PROPRIEDADES: Diuréticas, muito úteis nas afecções das vias urinárias. Alguns
autores consideram esta planta (rizoma) anti-escrofulosa.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas do rizoma para 1 litro de água, em forma de
cozimento, para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. As
folhas são febrífugas, feitas na mesma percentagem.

NOME COMUM: Ginkgo.


NOME BOTÂNICO: Ginkgo biloba L.
FAMÍLIA: Ginkgoáceas.
GEOGRAFIA: Oriundo da China, do Japão e Coreia, espalhou-se como árvore
ornamental pelos parques públicos de algumas regiões temperadas da Europa e da
América.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: as folhas contêm glicósidos flavonóides, quercitina,
luteolina, catequinas, resina, óleo essencial, lípidos e certas substâncias do grupo dos
terpenos, específicas do ginkgo: bilobálido e ginkgólidos A, B e C.
PROPRIEDADES: Acção vasodilatadora: aumenta a perfusão (irrigação sanguínea)
diminuindo as resistências periféricas nas pequenas artérias. Compensa em parte os
transtornos produzidos pela arteriosclerose.
Acção protectora capilar: diminui a permeabilidade dos capilares, reduzindo o edema
(acumulação de líquidos nos tecidos).
Acção tónica venosa: tonifica as paredes das veias, diminuindo a acumulação de
sangue nelas e facilitando o retorno sanguíneo.
Insuficiência circulatória cerebral (falta de irrigação sanguínea no cérebro), que se
manifesta por vertigens, cefaleia, acufenos (zumbidos nos ouvidos), perda de
equilíbrio, transtornos da memória e sonolência, entre outros sintomas.
Sequelas de acidentes vasculares cerebrais (tromboses, embolias, etc): acelera a
recuperação e melhora a motilidade destes pacientes.
Arteriopatias dos membros inferiores (falta de irrigação nas pernas).
Angiopatias (doenças dos vasos sanguíneos) e transtornos motores: doença de
Raynaud, fragilidade vascular, acroparestesias (pés ou mãos dormentes), frieiras.
Varizes, flebites, pernas cansadas, edemas maleolares (tornozelos inchados).
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MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: 40 a 60 g de folhas por litro de
água. Tomam-se 3 chávenas (xícaras) por dia. Cápsulas de extracto seco de 300 mg,
duas cápsulas antes do almoço.

NOME COMUM: Ginseng.


NOME BOTÂNICO: Panax ginseng L.
FAMÍLIA: Arabiáceas.
GEOGRAFIA: Planta originária da Coreia e Manchúria.
PARTES EMPREGADAS: As raízes, cujo aspecto parece a forma humana.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Substância química, a que foi dado o nome de
panaquilona (glucósido). Saponósido (o panaxósido), óleo essencial, certas resinas,
mucilagem, ácidos gordos, vitaminas do complexo B, fitosteróis e hormonas, com
efeitos estrogénicos e androgénicos. Minerais e oligoelementos, entre os quais se
assinalam o enxofre, germânio, manganésio, magnésio, cálcio e zinco; vitaminas B1,
B2, B6, biotina e ácido pantoténico; enzimas, etc.
PROPRIEDADES: Tonificante: aumenta o rendimento físico e a resistência à fadiga
(isto não se deve a um efeito excitante, como acontece com a cocaína, café, o chá
preto e outras drogas, mas sim uma melhora nos processos metabólicos).
Diminui a concentração de ácido láctico no músculo, causador das dores musculares,
graças ao melhor aproveitamento da glicose; aumenta a produção de ATP (Adenosina
trifosfato), substância de grande capacidade energética para as células; melhora a
utilização do oxigénio pelas células; aumenta a síntese das proteínas (efeito
anabolizante); estimula a hematopoiese (produção de sangue) na medula óssea,
especialmente apôs as hemorragias.
Sistema nervoso: possui efeitos antidepressivos e ansiolíticos. Favorece a actividade
mental, aumentando a capacidade de concentração e de memória. Sistema
endócrino: tem uma acção anti-stress. Sistema reprodutor: favorece a
espermatogênese (aumenta a produção de espermatozóides); estimula as glândulas
sexuais (tanto masculinas como femininas), aumentando a produção de hormonas.
Esterilidade masculina e feminina.
MANEIRA DE PREPARAR: O Ginseng apresenta-se em cápsulas, em extractos ou
em ampolas bebíveis. Em cápsulas tomar 2 ao almoço e 2 ao jantar durante 2 meses
(descansar mais dois meses e voltar a tomar). Em ampolas tomar 1 antes do
pequeno-almoço (café da manhã).
ATENÇÃO: Doses excessivas podem produzir nervosismo. Não convém associar com
o café ou chá preto ou erva-mate (Ilex paraguarensis), uma vez que isso pode
provocar excitação nervosa. Contra-indicado em pessoas que tiveram AVC e
problemas cardíacos.
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NOME COMUM: Girassol.
NOME BOTÂNICO: Hellanthus annuus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Oriundo das regiões subtropicais da América, mas distribuído e
cultivado por todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: As flores, os caules tenros e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm um glicósido flavonóide (quercimetrina),
além de histidina e outras substãncias em menor quantidade.
Das sementes extrai-se um óleo de grande valor nutritivo, rico em ácidos gordos
insaturados (especialmente o linoleico), assim como vitaminas E, A e B.
PROPRIEDADES: As flores e os caules usam-se como balsâmicos e expectorantes,
para catarros bronquiais e afecções respiratórias.
O uso do óleo de girassol é particularmente indicado na arteriosclerose, para fazer
descer o nível do colesterol no sangue, assim como na diabetes, nas doenças do
fígado e em certas afecções da pele (eczemas e furunculoses).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 100 g de flores e caules tenros por
litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia.
Óleo das sementes usado como complemento dietético.
NOTA: Usando o óleo de girassol, de preferência, obtido por pressão a frio.
Esta terapia consiste simplesmente em fazer bochechos com óleo, provocando um
processo de cura, dentro do organismo. Desta forma, é possível curar,
simultaneamente, células, tecidos e órgãos do corpo humano, evitando a destruição
da microflora.
Por meio desta terapia, é possível curar: dores de cabeça; bronquites; tromboses;
artroses; eczemas; dor de dente; úlcera do estômago; problemas intestinais,
cardíacos, renais; encefalite e diversas doenças da mulher. É possível prevenir
moléstias crónicas do sistema circulatório, nervoso, digestivo e respiratório. Os
dentes moles ficam firmes, um sangramento da gengiva desaparece e os dentes
ficam mais brancos.
Método: Usar Uma colher de sopa ou de sobremesa durante 10 a 15 minutos. O óleo
é bochechado tranquilamente na boca, sugado através dos dentes, chupado de um
lado para o outro. É melhor bochechar com o óleo de girassol de manhã cedo, antes
de comer. Para acelerar o processo de cura, este método pode ser repetido três
vezes ao dia, antes das refeições, com o estômago vazio.
Às vezes é possível que ocorra uma piora aparente naquele doente que sofre de
várias moléstias. Esta sensação de agravamento ocorre, principalmente, quando um
foco de infecção começa a desfazer-se, ou a influir em foco que no futuro provocaria
uma doença grave. Por isso não há motivo para interrompermos o processo de cura,
mesmo aparecendo febre. Esta piora é sinal que o organismo está a reagir e a
recuperar-se. Problemas agudos costumam sarar em 2 a 4 dias; problemas crónicos
precisam, às vezes, de um ano inteiro.
Atenção: O óleo nunca deve ser engolido, pois no líquido encontra-se uma grande
quantidade de germes patogénicos e outras substâncias nocivas. Depois de acabar de
bochechar deitar no lixo e escovar bem os dentes.
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NOME COMUM: Globulária.
NOME BOTÂNICO: Globularia vulgaris L.
FAMÍLIA: Globulariáceas.
GEOGRAFIA: Europa Central e Meridional, distribuída por terrenos calcários, secos e
soalheiros.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido, a globulinarina, como
heterósidos, taninos, resina e vitamina C.
PROPRIEDADES: Emprega-se em casos de prisão de ventre crónica (quando os
laxantes mais suaves deixam de fazer efeito). Além do seu efeito purgante, bastante
energético, é colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar), sudorífica e
ligeiramente estimulante.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 40 a 50 g de folhas por litro de
água, que se põe a ferver durante 15 minutos. Toma-se uma chávena (xícara) à
noite, antes de deitar, e outra de manhã, em jejum.
ATENÇÃO: Não ultrapassar as doses indicadas, pois pode produzir vómitos e
diarreias fortes.
NOTA: Dentro do género botânico Globularia, existe uma outra espécie muito
semelhante à Globulária vulgar, ou seja a Globularia alypum, a que também se
chama Globulária, mas que é igualmente conhecida como Coronilha de frade.

NOME COMUM: Goiaba, Goiabeira.


NOME BOTÂNICO: Psidium guajaba L.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
GEOGRAFIA: Originária da zona tropical do continente americano, desde o México
até ao Brasil.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, a casca das raízes e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É uma das árvores mais rica em vitamina C, já que
algumas variedades têm cinco vezes mais desta vitamina do que a laranja. A casca
da raiz e as folhas da Goiabeira contêm abundantes substâncias tânicas.
Os frutos contêm mucilagens, pectinas, pequenas quantidades de prótidos e lípidos,
minerais (potássio, cálcio, ferro e, sobretudo fósforo) e vitaminas A, B e
especialmente C.
PROPRIEDADES: Combate as diarreias e a disenteria. Aplicada localmente, sob a
forma de bochechos e gargarejos, a sua decocção também se torna útil nos casos de
estomatite (inflamação da mucosa bucal) e de faringite.
Os frutos têm propriedades antiescorbúticas, remineralizantes e tonificantes. O seu
uso é especialmente indicado nos casos de esgotamento físico, desnutrição ou
debilidade. Proporcionam um ligeiro efeito laxante.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 50 gramas de folhas e casca
de raiz por litro de água. Ingere-se uma chávena (xícara) a cada 4 horas, até que a
diarreia tenha passado. Os frutos comem-se frescos, em geleia ou em doce.
Uso externo: bochechos e gargarejos, que se fazem com a mesma decocção descrita
para uso interno.
Nota: Se a diarreia não passar procurar um médico.
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NOME COMUM: Goiveiro ou Goivos amarelos.


NOME BOTÂNICO: Cheirantus cheiri.
FAMÍLIA: Coníferas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa e de outras floras do mundo.
PARTES EMPREGADAS: As flores e algumas vezes as folhas.
PROPRIEDADES: Adstringentes, emenagogas e antiespasmódicas.
MANEIRA DE PREPARAR: 5 gramas da planta para 30 gramas de água, em
infusão.
ATENÇÃO: O Goiveiro não deve ser tomado por mulheres grávidas.

NOME COMUM: Golfão branco, nenúfar.


NOME BOTÂNICO: Nynphea Alba.
FAMÍLIA: Ninfeáceas.
PARTES EMPREGADAS: Raiz (rizoma), folhas e flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém, além de outros elementos químicos, um
alcalóide (nufarina), com acção sobre o sistema nervoso.
PROPRIEDADES: O nenúfar é considerado sedativo do sistema nervoso e
moderador da excitação sexual. Também é empregado na insónia. O rizoma foi
usado na diarreia.
MANEIRA DE PREPARAR: Flores: 20 gramas por litro de água, como calmante dos
nervos e sedativo na tosse irritativa e no psiquismo sexual. Rizoma: dose de 40
gramas por litro.

NOME COMUM: Granza.


NOME BOTÂNICO: Rubia tinctorum L.
FAMILIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: Solos cálcarios da Europa Meridional, onde antigamente foi cultivada.
Na Península Ibérica abunda a leste e a sul. Conhecida na América do Sul.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém glicósidos antraquinónicos, citratos
alcalinos, ácido málico e tartárico.
PROPRIEDADES: Diurética: recomenda-se em todo o tipo de afecções renais
(cálculos, cólicas, infecções), assim como nas cistites.
É sedativa da dor e anti-séptica das vias urinárias, o que a torna muito útil nas
cólicas. Verificou-se que é capaz de dissolver certos tipos de cálculos renais.
Aperitiva: abre o apetite.
Colerética: indicada nos transtornos da vesícula biliar.
Emenagoga: facilita as regras e acalma as dores.
Laxante: favorece a evacuação intestinal.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30-40 g de raiz esmiuçada
num litro de água. Ferver durante 10 minutos. Bebem-se por dia, de 4 a 6 chávenas
(xícaras).
Pó de raiz: ingerem-se 2 a 4 g diários, repartidos em 3 tomas.
ATENÇÃO: Quando se usa a Granza como remédio, tingem-se de cor de rosa a
urina, as mucosidades e até o suor, o que não representa nenhum problema para a
saúde.
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NOME COMUM: Grama, Grama portuguesa, Grama das boticas.


NOME BOTÂNICO: Triticum repens e Cynodon dactilon.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Habita em todo o território português e em Cabo verde.
PARTES EMPREGADAS: Rizomas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanto a grama vulgar como a grama francesa contêm, no
rizoma, açúcar cristalizável, açúcar invertido, goma, substâncias azotadas, tricina,
etc.
PROPRIEDADES: Emolientes, diuréticas e refrigerantes. Esta planta é muito
empregada nas vias urinárias (inflamação dos rins e bexiga, etc.). Alguns
Naturopatas empregam esta planta na psoríase, em conjunto com Bardana, Labaça e
Salsaparrilha, alternada com espécies medicinais hepáticas.
MANEIRA DE PREPARAR: Decocção: 40 gramas para 1 litro de água. Tempo de
fervura: 3 a 5 minutos. Infusão: 1 hora. Para tomar três chávenas (xícaras) por dia,
fora das refeições.
A grama, associada à Uva-ursina e ao Tomilho (Thymus vulgaris) (45, 35 e 20
gramas de cada), é um bom remédio adjuvante no tratamento das afecções
colibacilares, do aparelho urinário.

NOME COMUM: Grama francesa.


NOME BOTÂNICO: Agropyrum repens (L.) Beauv.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Difundida pelos terrenos cultivados ou baldios de todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém uma substância mucilaginosa, a
triticina, assim como uma substância antibiótica, potássio, sílica e diversos glícidos.
PROPRIEDADES: Anti-séptico e anti-inflamatório nos casos de cistite, uretrite e
infecções urinárias em geral.
Diurético e depurativo, nos cálculos urinários, gota, artrismo e celulite.
Sudorífico em caso de doenças infecciosas que se manifestam com febre (gripe,
constipações – resfriados – sarampo, escarlatina).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 30-50 g de rizoma seco por
litro de água. Ferver durante 10 minutos. Tomam-se de 2 a 4 chávenas (xícaras)
diárias.

NOME COMUM: Grão-de-bico.


NOME BOTÂNICO: Cicer arietinum L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Índia, México, Turquia e países mediterrânicos.
PARTES EMPREGADAS: O grão.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Muito energético (364Kcal/100g), vitaminas B12, C e E.
provitamina A. Minerais (ferro, fósforo, magnésio, cácio, zinco)
PROPRIEDADES: Reduz o nível do colesterol; evita a prisão de ventre, fortalece o
sistema nervoso.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozido a vapor, cozinhado e tostado no forno. Usada a
sua farinha.

NOME COMUM: Gratiola ou Graciosa.


NOME BOTÂNICO: Gratiola officinalis L.
FAMÍLIA: Escrofuláceas.
PARTE EMPREGADA: A planta florida, em pó das folhas, sob a forma de infusão ou
decocção.
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PROPRIEDADES: Purgante enérgico. A infusão da planta fresca também é
empregada. A raiz é vomitiva.
ATENÇÃO: Trata-se de uma planta de acção violenta, contra-indicada em numerosos
casos. Não utilizar sem aconselhamento de um especialista.

NOME COMUM: Groselha preta.


NOME BOTÂNICO: Ribes nigrum L.
FAMÍLIA: Saxifragáceas.
GEOGRAFIA: Próprio dos climas frios, cresce em estado silvestre na Europa Central
e Setentrional. Actualmente é cultivada sobretudo na Alemanha, na Polónia e na
Rússia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C (181mg/100g), ferro (1,54mg/100g),
vitaminas do complexo B. Potássio, cálcio e magnésio.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos
PROPRIEDADES: Anti-oxidantes e anti-inflamatórias. As groselhas são além disso
protectoras das artérias, tonificantes digestivas e depurativas.
Afecções reumáticas: os extractos das folhas da groselheira têm uma actividade anti-
inflamatória semelhante à indometacina. Os frutos também produzem esta acção
mas menos intensa. O seu consumo trava os processos inflamatórios articulares e
alivia a dor. Além disso favorece a eliminação do ácido úrico, causador de artrite.
Arteriosclerose: investigadores franceses encontraram na groselha preta substàncis
que impedem a destruição do tecido elástico das artérias, protegendo-as assim.
MANEIRA DE PREPARAR: Cruas (fruto maduro), cozidas, em conserva (embora
perca muitas das suas propriedades), sucos.

NOME COMUM: Grindélia.


NOME BOTÂNICO: Grindelia robusta L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Esta planta é originária da Califórnia e encontra-se, especialmente,
nos lagos salgados da América do Norte. Também no México, etc.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém resina activa, uma essência de sabor acre,
saponinas, etc.
PARTES EMPREGADAS: Especialmente as sumidades floridas.
PROPRIEDADES: Balsâmicas, anticatarrais (catarros dos brônquios, etc),
estimulante das vias respiratórias e urinárias, tendo oportunidade na tosse convulsa,
tosse irritativa, asma, transtornos nervosos das vias respiratórias, afecções da
bexiga, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: A tintura: 20 a 60 gotas por dia. Também é usado o
extracto fluido.
A Grindélia é usada, com bons proveitos, em Homeopatia e em Naturopatia.

NOME COMUM: Groselheira espim.


NOME BOTÂNICO: Ribes uva-crispa L.
FAMÍLIA: Saxifragáceas.
GEOGRAFIA: Difundida por bosques e sebes de toda a Europa, sobretudo nos países
do Centro e nos escandinavos.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (bagas).
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 122
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm ácidos orgânicos, açúcares,
vitaminas A, B e C, e sais minerais.
PROPRIEDADES: Aperitivas, digestivas, remineralizantes, diuréticas e laxantes.
Tonificante nos casos de inapetência e de esgotamento, assim como na
convalescença de doenças debilitantes como as infecciosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: frutos frescos. Suco dos frutos: meio copo
de 12 em 12 horas. Geleia ou doce dos frutos.
ATENÇÃO: Evitar as bagas verdes, já que podem provocar intolerância digestiva.

NOME COMUM: Guaiaco, Guaco.


NOME BOTÂNICO: Guaiacum officinalis L.
FAMÍLIA: Zigofiláceas.
GEOGRAFIA: Oriundo da América Central, encontra-se especialmente no Sul do
México, Antilhas, Colômbia e Venezuela.
PARTES EMPREGADAS: A madeira triturada e a resina.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A madeira do Guaiaco ressuma uma resina cujo princípio
activo mais importante é o guaiacol ou gaiacol. Contém além disso, saponinas, goma
e um óleo essencial.
PROPRIEDADES: Balsâmica e expectorante, indicado em todo o tipo de afecções
respiratórias.
Diurética, sudorífica e depurativa: usa-se em caso de reumatismo, artritismo e gota,
pois actua eliminando do sangue o ácido e outras substâncias residuais. Também
convém aos hipertensos e arteriosclerosos, pelo seu efeito depurativo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção com 50 g de madeira triturada
por litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos, e tomar de 3 a 5 chávenas
(xícaras) diárias.
Preparados farmacêuticos, elaborados à base da sua resina e do seu princípio activo,
o gaiacol.

NOME COMUM: Graviola.


NOME BOTÂNICO: Anona muricata.
FAMÍLIA: Anonaceae.
GEOGRAFIA: É encontrada nas Antilhas, América Central, Venezuela e Amazónia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, resina, açúcar, fécula, sais, tanino, vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: A polpa, evitando a entrecasca que tem um gosto
desagradável.
PROPRIEDADES: Flores e brotos: antiespasmódicos, antidisentéricos, anti-
reumáticos, antidiabéticos, antinevrálgicos, diuréticos, peitorais, anti-inflamatórios.

NOME COMUM: Guabiroba.


NOME BOTÂNICO: Campomanesia xanthocarpa.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Nativa do Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, ferro, glucose, sais minerais, vitaminas A e C.
PARTES EMPREGADAS: Fruto e folhas.
PROPRIEDADES: Infusão para combater a diarreia, o escorbuto e a febre.

NOME COMUM: Grumixama.


Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 123
NOME BOTÂNICO: Eugenia brasiliensis.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Encontrada nativa no Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, potassa, tanino, glicose e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto, cascas e folhas.
PROPRIEDADES: Casca e folhas: adstringentes.
Indicado como anti-reumático, diurético, antidiarreico e antifebril.

NOME COMUM: Hamamélia.


NOME BOTÂNICO: Hamamelis virginica L.
FAMÍLIA: Saxifragáceas.
GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, frequente nas florestas húmidas,
tendo sido introduzida na Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, pigmentos flavónicos, tanino, potassa,
ferro, um glucósido, etc.
PROPRIEDADES: Tem acção no aparelho circulatório, descongestiva e sedativa do
sistema venoso. Actua nas hemorróidas, incluindo as sangrentas, na hemoptise,
hemorragias internas, varizes, flebites, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento das folhas: 30 gramas por litro de água. Duas
a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa a tintura ou o
extracto (20 gotas por dia).

NOME COMUM: Harpago, harpagófito.


NOME BOTÂNICO: Harpagophytum procumbens L.
GEOGRAFIA: Planta originária dos desertos da África do Sul e da Namíbia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Descobriram-se mais de 40 componentes activos, entre
os quais os glicósidos monoterpénicos do grupo dos iridóides (glucoiridóides),
harpagina, harpagido e procumbido.
PARTES EMPREGADAS: As raízes secundárias ou bolbos.
PROPRIEDADES: Dores reumáticas, problemas digestivos e febres.
Anti-inflamatórias e antireumáticas: especialmente eficaz nas dores reumáticas e
crónicas produzidas pela artrose. Obtêm-se resultados muito bons, confirmados pela
investigação clínica, nos casos de artrose cervical ou lombar, das ancas e dos
joelhos. Passados dois ou três meses de tratamento, melhora significativamente a
motilidade articular, e desaparece a dor. Verificou-se que é útil em todos os tipos de
reumatismo articular. Ao contrário da maior parte dos fármacos anti-inflamatórios, a
raiz do harpago não provoca nenhum efeito irritante sobre o aparelho digestivo. É
completamente isenta de efeitos secundários nas doses terapêuticas. Os maiores
efeitos conseguem-se combinando simultaneamente ambas as formas de aplicação.
Depurativo: facilita a eliminação, pela urina, dos resíduos ácidosdo metabolismo,
como o ácido úrico, responsáveis pela gota e por muitos casos de artrite.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 124
Antiespasmódico: tem um efeito relaxante sobre espasmos ou cólicas
intestinais, cólon irritável, cólicas biliares e renais.
Hipolipemiante: faz descer o colesterol no sangue, e regenera as fibras elásticas que
formam a parede arterial, pelo que se torna recomendável em caso de
arteriosclerose.
Cicatrizante: aplicado externamente, é um excelente cicatrizante de toda a espécie
de feridas e úlceras cutâneas.
MANEIRA DE PREPARAR: Tomar 3 ou 4 cápsulas por dia antes das refeições.
Uso interno: infusão: a dose habitual é de uns 15 g diários (uma colher de sopa) de
pó da raiz, infundidos em meio litro de água. Deixe repousar entre meia e uma hora.
Toma-se 3 ou 4 vezes por dia.
Compressas empapadas com a mesma infusão já descrita para o uso interno, embora
convenha trazê-la um pouco mais concentrada. Aplicam-se sobre as zonas afectadas
da pele, várias vezes por dia.
ATENÇÃO: Por precaução deve ser evitado durante a gravidez.
NOTA: É actualmente um dos remédios mais eficazes de que a fitoterapia dispõe
para o tratamento das doenças reumáticas.

NOME COMUM: Hera terrestre.


NOME BOTÂNICO: Glechoma hederaceum L.
FAMÍLIA: Labiadas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, um princípio resinoso amargo, goma,
amido, clorofila, tanino, traços de essência, etc.
PROPRIEDADES: É tónica peitoral, expectorante, com grande proveito na
tuberculose (remédio auxiliar), nos catarros pulmonares crónicos, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Só a planta: 15 gramas por litro de água, em infusão.
Para tomar, em qualquer dos casos, duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das
refeições. Adoçar com mel ou açúcar mascavo.

NOME COMUM: Hera, hera dos muros, hera trepadeira.


NOME BOTÂNICO: Hedera helix L.
FAMÍLIA: Araliáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se em lugares pedregosos de toda a Europa. Naturalizada na
América.
PARTES EMPREGADAS: As folhas jovens frescas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém saponinas triterpénicas, entre as
quais se destaca a hederina.
PROPRIEDADES: Aplicadas externamente, as folhas da hera são cicatrizantes e
analgésicas, são indicadas em: feridas de cicatrização difícil, úlceras e gretas da pele.
Aplicam-se em compressas e em cataplasmas.
Nevralgias e dores reumáticas: as folhas produzem um efeito relaxante sobre os
músculos e aticulações. Acalmam a dor e diminuem a inflamação, quer aplicadas em
compressas, quer em banhos com a sua decocção, quer ainda em cataplasmas.
Celulite: os banhos com decocção ajudam a desinflamar os tecidos subcutâneos.
Também se recomendam as compressas e as cataplasmas.
Em uso interno, as folhas já foram utilizadas como antitússico e como emenagogo
(desencadeiam a menstruação). No entanto não se recomendam a tomar devido à
sua toxicidade.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 125
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: Compressas: empapam-se no
líquido de uma decocção de 30 g de folhas por litro de água. Aplicam-se sobre a zona
afectada.
Banhos: acrescenta-se esta mesma decocção à água do banho para obter um efeito
relaxante e analgésico.
Cataplasmas: também se podem usar directamente as folhas, que se fixam sobre a
zona a tratar, por meio de uma ligadura de gaze.
ATENÇÃO: Os frutos ou bagas são especialmente tóxicos; bastam dois ou três para
provocar uma intoxicação grave numa criança. As folhas podem desencadear
reacções alérgicas.

NOME COMUM: Hibisco de flor amarela.


NOME BOTÂNICO: Hibiscus sabdarrifa L.
FAMÍLIA: Málvaceas.
GEOGRAFIA: Oriundo do Sudão, cultivado no Egipto, no Ceilão e em zonas tropicais
do México.
PARTES EMPREGADAS: As flores com o seu cálice.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sépalas das flores contêm ácido hibíscico, assim como
uma mistura de ácidos orgânicos (málico, cítrico e tartárico) e um corante vermelho.
PROPRIEDADES: Digestivas e tonificantes: tem efeito estimulante das funções
digestivas e tonificantes do organismo no seu conjunto.
Laxantes e suaves: acção emoliente (suavizante) sobre as mucosas do tubo
digestivo, pelo que facilita a evacuação intestinal.
Diuréticas: efeito suave diurético com utilidade para os obesos e para os que sofrem
do coração.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com um punhado de flores, com o
seu cálice, por cada litro de água. Adoçar com mel e beber a gosto, como refresco.
IMPORTANTE: O género Hibiscus, abrange umas 200 espécies, a maior parte das
quais se utiliza, pelas suas belas flores, como plantas ornamentais em parques e
jardins de todo o mundo. As mais utilizadas do ponto de vista medicinal, juntamente
com este, são o Hibiscus abelmoschus L.), a rosa-do-japão (Hibiscus rosa sinensis L.)
e a Milola (Hibiscus tiliaceus L.).

NOME COMUM: Hidrastis.


NOME BOTÂNICO: Hydrastis canadensis L.
FAMÍLIA: Ranunculáceas.
GEOGRAFIA: América, Canadá, etc.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As raízes (rizomas) e folhas, nas quais foram encontrados
os seguintes princípios activos (alcalóides): hidrastina, berberina e canadina.
Também mais alguns elementos químicos, como resina amarga, açúcar, albumina,
essência, etc.
PROPRIEDADES: Acção vaso-constrictora, com indicação nas hemorróidas, varizes,
flebites e hemorragias dos órgãos digestivos e do útero. Propriedades anti-catarrais,
acção sobre as vias biliares, etc. É muito empregada nas hemorragias da idade crítica
e, também, nas hemorragias tendo por causa tumores benignos ou malignos do
útero (como remédio sintomático).
Em Homeopatia usa-se a tintura na sinusite, em algumas formas de cancro (câncer)
e noutras doenças.
MANEIRA DE PREPARAR: Raiz, em forma de cozimento: 30 gramas por litro de
água, três a quatro chávenas (xícaras) antes das refeições. Tintura: 20, 40 ou 50
gotas por dia, antes das refeições.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 126
ATENÇÃO: Deve-se evitar o emprego do Hidrastis (planta vaso-constrictora)
na arteriosclerose, em que há tendência à constrição dos vasos.

NOME COMUM: Hipericão do Gerês.


NOME BOTÂNICO: Hypericum androsemum L.
FAMÍLIA: Labiadas (Gutíferas).
GEOGRAFIA: Esta planta é frequente do Gerês, mas existe em outras regiões de
Portugal.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Não contém alcalóides nem saponinas. Nos talos e folhas
encontram-se matéria graxa, com álcool cerílico, dois hidrocarburos cristalizados e
óleo vermelho. As sumidades floridas contêm pouca essência de Hipericão. As flores
possuem uma flavona (matéria corante). Os frutos contêm ácido oléico e linoleico.
PROPRIEDADES: Propriedades vulnerárias (para feridas com cortes profundos; tira
a dor quando há um dedo entalado numa porta ou portão, adormecendo os dedos ou
a região afectada.). diuréticas, colagogas, estimulante da célula hepática. Combate
os cálculos, a acidez gástrica, etc. A tintura é anti-tetânica.
MANEIRA DE PREPARAR: Como foi indicado para o Hipericão, o seu óleo ou
tintura, é utilizado em feridas (cicatriza e acalma as dores), é feito com sumidades
floridas, em maceração prolongada (duas ou mais semanas) em azeite puro. No final
da maceração coar. Para aplicar sobre as feridas. Usar a tintura diluída em água nas
feridas também. A infusão das folhas e mais partes da planta é tomada no intervalo
das refeições. Uma pitada da planta por chávena (xícara), 20 minutos de infusão, ou
25 gramas para 1 litro de água. Nas doenças hepáticas e vesiculares, três chávenas
(xícaras) por dia, em jejum e nos intervalos das refeições. Nos cálculos, três a quatro
chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições.

NOME COMUM: Hipericão vulgar, Erva de S.João, Hipericão Kneip.


NOME BOTÂNICO: Hypericum perforatum L.
FAMÍLIA: Hipericineáceas.
GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa, existindo em todo o continente, nos
Açores e na madeira, bem assim como em toda a Europa e outras partes do mundo.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas, as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo essencial, tanino, um pigmento vermelho,
hipericina, pigmentos flavónicos, etc.
PROPRIEDADES: Digestivas, diuréticas, colagogas, vermífugas; útil nos catarros
dos brônquios.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de infusão.
Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
NOTA: O Hipericão e a Hamamelis são usados em Homeopatia a partir da 5ª
dinamização, para tirar as dores (dores cancerosas e pós-cirúrgicas) – tem um efeito
superior à Morfina.

NOME COMUM: Hipofaé.


NOME BOTÂNICO: Hippophae rhamnoides L.
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FAMÍLIA: Eleagnáceas.
GEOGRAFIA: Espalhado pelas margens de rios e terrenos arenosos de toda a
Europa, mas difícil de encontrar-se em Portugal. Naturalizado no Continente
americano.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (bagas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As bagas contêm ácidos orgânicos, glicósidos flavónicos,
caroteno (provitamina A), vitaminas do grupo B, e sobretudo vitamina C (cerca de
600 mg por 100 g; dez vezes mais que o limão).
PROPRIEDADES: Anti-escorbútico e imuno-estimulante, devido ao seu contéudo em
vitaminas (especialmente a C). é indicado em casos de infecções repetidas
(diminuição das defesas), gripe, esgotamento físico, alimentação deficiente e, em
geral, sempre que se deseje aumentar o tónus vital do organismo.
Cardiotónico suave e activador do aparelho circulatório, devido ao seu conteúdo em
glicósidos flavónicos – ligeiramente diurético e aperitivo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: bagas: os frutos podem comer-se bem
maduros (três punhados por dia), embora tenham um sabor um tanto ácido.
Xarope: ferve-se o suco das bagas maduras durante 15 minutos, acrescentando-se
depois metade do seu peso em açúcar. Conserva-se bem tapado num recipiente de
vidro. Toma-se 3 colheradas diárias.

NOME COMUM: Hissopo.


NOME BOTÂNICO: Hissopus officinalis L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Existe em toda a Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: óleo essencial. Enxofre, hissopina, etc.
PROPRIEDADES: Vulnerária, emenagoga, estimulante, estomáquica, peitoral
(combate a tosse, etc).
MANEIRA DE PREPARAR: A planta, quando seca, perde algo do seu cheiro;
todavia, as suas propriedades curativas subsistem. Infusão: 20 a 30 gramas por litro
de água, estando 20 minutos de infusão. Ou: colher das de chá bem cheia, por
chávena (xícara). Como digestivo, sobre as refeições, e também fora destas.

NOME COMUM: Hoodia gordonii.


NOME BOTÂNICO: Hoodia gordonii.
FAMÍLIA: Asclepiadáceas.
GEOGRAFIA: Deserto da África do sul.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Fibras, material orgânico, antioxidantes e substâncias
biologicamente activas, incluindo esteróides glicosídicos, o chamado P57, ou seja,
uma molécula esteróide, ligada quimicamente a uma molécula de açúcae (glucose).
No entanto a molécula, a molécula P57 da Hoodia gordonii é 10.000 vezes mais
activa que a glucose, o que faz com que os receptores químicos do hipotálamo
(constituinte do sistema endócrino sendo o órgão alvo da molécula P57) recebam a
informação de que o estômago está cheio, mais rapidamente e com uma qualidade
ínfima de alimento.
PROPRIEDADES: Usada em regimes de emagrecimento como supressora do
apetite. Reduz o peso e compensa a deficiência em minerais e nutrientes.
Usado nas dores abdominais, hemorróidas, tuberculose, indigestão, hipertensão e
diabetes, como também para tratamentos de pequenas infecções.
MANEIRA DE PREPARAR: Usada como suplento alimentar.
NOTA: Não é aconselhada em caso de gravidez e em caso de hipertensão arterial
não controlada.
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NOME COMUM: Hortelã vulgar, Hortelã dos temperos.
NOME BOTÂNICO: Mentha viridis L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Existe em todas as floras da Europa, servindo para condimento e
remédio (excitante e vermífugo).
PARTES EMPREGADAS: As folhas e sumidades.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém além de outros elementos, grande quantidade de
óleo essencial, mistura de uma essência oxigenada e de um carbonato de hidrogénio.
PROPRIEDADES: Excitante, digestiva, vermífuga, febres intestinais, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: em infusão ou cozimento: 20 gramas por litro de água.
Beber 4 chávenas (xícaras) por dia depois das refeições.

NOME COMUM: Hortelã aquática.


NOME BOTÂNICO: Mentha aquática L.
FAMÍLIA: Labiadas.
PROPRIEDADES: As mesmas que a Hortelã vulgar.

NOME COMUM: Hortelã-pimenta, dos rebuçados.


NOME BOTÂNICO: Mentha piperita L.
FAMÍLIA: Labiadas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas. A dessecação da planta é
feita à sombra ou ao sol, neste caso protegida da acção directa deste. Assim, não fica
alterado o valor terapêutico da planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém princípio amargo, matéria resinosa, tanino e óleo
essencial. A essência da Hortelã-pimenta é uma mistura de dois corpos isoméricos.
PROPRIEDADES: Colagogas, tónicas, digestivas, antiespasmódicas, febres
intestinais.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 15 gramas por litro de água, por chávena (xícara)
com água quente. 10 minutos de infusão. Coar e adoçar. Pode ser tomada nas
refeições ou fora delas.
Nas afecções da vesícula (disquinésia vesicular), a Hortelã-pimenta, associada ao
boldo e à Camomila, constitui uma boa tisana para o caso.

NOME COMUM: Ingá.


NOME BOTÂNICO: Inga vera.
FAMÍLIA: Leguminosae-Mimosaceae.
GEOGRAFIA: Nativo na Amazónia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, tanino, glucose.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurética, hepática.
NOTA: Em excesso é purgativa.

NOME COMUM: Inhame.


NOME BOTÂNICO: Dioscorea alata L.
FAMÍLIA: Dioscoreáceas.
PARTE EMPREGADA: O tubérculo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Muito energético (118 Kcal/100g), vitaminas do grupo B,
vitamina C e minerais (potássio).
PROPRIEDADES: Diminui o colesterol e o nível dos triglicéridos.
Afecçõescardiovasculares, especialmente na arteriosclerose.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozido ou frito com farinha.
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NOME COMUM: Ipecacuanha.


NOME BOTÂNICO: Cephaelis ipecacuanha A. Rich.
FAMÍLIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: Originária das florestas húmidas e quentes do Brasil, Colómbia, Peru e
México.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém emetina e outros alcalóides, além de ácido
ipecacuânico e saponinas.
PARTES EMPREGADAS: A raiz triturada em pó.
PROPRIEDADES: emética: provoca facilmente o vómito. Emprega-se para esvaziar
o estômago em caso de intoxicação, quando não é possível realizar uma lavagem
gástrica.
Expectorante: em doses baixas, a emetina e as saponinas conferem-lhe uma intensa
acção expectorante, e por isso, entra na composição de diversos xaropes para os
brônquios.
Amebicida: a emetina destrói as amebas que causam disenteria amebiana e abcessos
amebianos no fígado.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó de raiz: 4 a 6 g dissolvidos em água.
Para as crianças, 0,1 g por ano de idade, usa-se como emético e expectorante.
Xarope: com uma ou duas colheres de sobremesa produz-se um vómito fácil.
Infusão: 8 g de raiz triturada em 250 ml de água. Tomam-se 4 a 5 colheres de
sobremesa de hora a hora com expectorante para evitar que se produzam vómitos.
ATENÇÃO: Com tantos expectorantes que existem evitar administrar esta raiz em
crianças. Em Homeopatia esta planta é usada com sucesso em tosse com vómitos e
cefaleia.

NOME COMUM: Ipê Roxo, Pau D’arco.


NOME BOTÂNICO: Tecoma violacea L., Tecoma curialis.
FAMÍLIA: Bignoniáceas.
PARTES EMPREGADAS: São utilizadas as folhas e a casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Lapachol, carobina, carobinase e taninos.
PROPRIEDADES: Úlceras pépticas, estomatite, sífilis e diabetes mellitus. Anti-
tumoral e anti-inflamatória. Tem propriedades analgésicas.
Usa-se também para aumentar as plaquetas sanguíneas (limpa o sangue – psoríase).
ATENÇÃO: Não deve ser usado por mulheres grávidas, pois pode produzir aborto e
mal formação do feto.
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NOME COMUM: Jaborandi.


NOME BOTÂNICO: Pillocarpus jaborandi L.
FAMÍLIA: Cusparídeas.
GEOGRAFIA: Esta planta é originária da América do Sul, sendo muito usada pelos
indígenas. Em Portugal é pouco usada, pois há substitutas.
Existem três espécies de Jaborandi, o Pillocarpus jaborandi, o Pillocarpus
pennatifolius e o Pillocarpus microphyllus.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas do Pillocarpus jaborandi contêm: óleo essencial,
tanino, vários alcalóides, entre os quais os mais importantes são a pilocarpina, a
pilocarpidina e a isopilocarpina.
PROPRIEDADES: A sua acção mais específica é provocar forte sudação e
ensalivação, tendo por esse motivo actuação, na gripe, bronquite, uremia, diabetes,
reumatismo, etc.
Externamente, a pilocarpina é empregada em oftalmia, para diminuir a tensão ocular
(glaucoma, etc). Também é usada esta planta em fricção (infusão, tintura, etc.), no
tratamento externo da calvície. Este vegetal tem a propriedade de estimular o bolbo
capilar (raiz do cabelo).
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 10 a 15 gramas das folhas para 1 litro de água.
Duas a três chávenas (xícaras) por dia, conforme indicação do Naturopata. Como
loção capilar, pode ser a Infusão com maior dose da planta (25 ou 30 gramas),
adicionando-lhe, depois de cada, 1 ou 2 decilitros de álcool, para não se alterar (uma
fricção diária). Esta loção ficará mais eficiente se for feita com água do cozimento da
casca da Quina: 30 gramas para 1 litro de água.
ATENÇÃO: Os diabéticos não devem usar esta planta, pois em tais doentes origina,
por vezes, transtornos desagradáveis. O Jaborandi apresenta certa toxicidade e
origina hipotensão arterial.

NOME COMUM: Jalapa.


NOME BOTÂNICO: Exogonium purga L.
FAMÍLIA: Convovuláceas.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Um glicósido resinoso (convolvulina ou jalapina) e
saponinas.
PROPRIEDADES: Obstipação e afecções pulmonares. Age como regulador das
funções intestinais.
ATENÇÃO: Poderá causar irritação da mucosa intestinal, dores abdominais e
vómitos. Cerca de 5 gramas da resina poderão levar à morte.

NOME COMUM: Jambeiro, Jambo, Jamboeiro e Jambosa.


NOME BOTÂNICO: Eugenia jambolanum.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 131
PROPRIEDADES: Tratamento da diabetes mellitus. Também usado na
obstipação, tosse e cefaleia.

NOME COMUM: Jamelão, Jalão, Jambolano, Jambolão e Jamboleiro.


NOME BOTÂNICO: Syzygium jambolanum.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
PARTES EMPREGADAS: A semente, a casca e o fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos, resinas (jambulol), terpenos (Alfa-pireno, Beta-
pireno, limoneno), ácidos (gálico, palmítico, esteárico, oleico), esteróides (fitosterol),
glicósidos saponínicos (antimelina) e flavonóides.
PROPRIEDADES: Usado no tratamento da diabetes mellitus, quadros diarreicos e
infecções das vias aéreas superiores. Propriedades anti-microbianas que já foram
evidenciadas.

NOME COMUM: Jujubeira.


NOME BOTÂNICO: Ziziphus vulgaris L.
GEOGRAFIA: Planta originária da Síria, muito cultivada em Portugal, especialmente
no Algarve.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: os frutos contêm açúcar, ácido vegetal (ácido málico),
sais, algumas vitaminas, princípio mucilaginoso, etc.
PROPRIEDADES: Peitorais, béquicas, emolientes, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Decocção: 50 gramas para 1 litro de água. Também se
usa em forma de xarope usando os frutos.

NOME COMUM: Jabuticaba.


NOME BOTÂNICO: Myrtus cauliflora.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Planta nativa em climas temperados do Brasil, Paraguai e Argentina.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, ferro, açúcar, sais minerais e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
PROPRIEDADES: Diurética, antidiarreica, nos tratamentos da erisipela e úlceras.

NOME COMUM: Jaca.


NOME BOTÂNICO: Polyphena jaca.
FAMÍLIA: Moraceae.
GEOGRAFIA: Aclimatada no Brasil (Rio de janeiro).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Açúcar, pectina, vitaminas, fosfato, sais minerais.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Fruta consumida in natura ou em compotas, vinhos.
Diurética, digestiva e antifebril.
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NOME COMUM: Jalapa.


NOME BOTÂNICO: Ipomoea jalapa, Convolvulus jalapa L.
FAMÍLIA: Convolvulaceae,
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A goma da batata ou resina encerra: jalapina
convolvulina, oxalato de cálcio, amido, óleo.
PARTES EMPREGADAS: Batata (raiz), folhas e flores.
PROPRIEDADES: Laxante drástico. Tem também efeito vermífugo e emenagogo
(estimula a menstruação).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó de raiz: 1 a 3 g dissolvidos em meio
copo de água quente adoçada com uma ou duas colheres de mel ou açúcar mascavo.
A dose infantil é de 50 mg (0,05 g) por quilo de peso corporal.
ATENÇÃO: Contra-indicado nos estados inflamatórios do aparelho digestivo.
Depurativo a ser usado com cautela. Não se deve administrar no caso de colite nem
durante a gravidez.
HISTÓRIA: Os nativos mexicanos utilizavam esta planta como purgante, e os
conquistadores espanhóis levaram-na para a sua pátria, a partir dai o seu uso
difundiu-se por toda a Europa.

NOME COMUM: Jambo rosa.


NOME BOTÂNICO: Eugenia jambos.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Nativa da Índia e Malásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, açúcares, vitaminas e ferro.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurético, digestivo e antifebril.

NOME COMUM: Jatobá.


NOME BOTÂNICO: Hymenaea courbaril.
FAMÍLIA: Leguminosae.
GEOGRAFIA: Originária do México, medra em todo o Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, ferro, proteínas.
PARTES EMPREGADAS: Flores e frutos.
PROPRIEDADES: Fazem-se unguentos contra inflamações, vermífugo, estomacal,
indicado nas tosses convulsas, bronquites, antianémico.

NOME COMUM: Jenipapo.


NOME BOTÂNICO: Genipa americana.
FAMÍLIA: Rubiaceae.
GEOGRAFIA: Nativa das Guianas, Brasil, Antilhas, Venezuela, Equador e Peru.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glicose-manita, celulose, óleo, ácido tartárico, tanino,
pentaglicose, féculas e potassa.
PARTES EMPREGADAS: frutos e pétalas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 133
PROPRIEDADES: Indicado como afrodisíaco, nas icterícias, hidropisia,
diurético, antianémico, nas afecções do baço e fígado.

NOME COMUM: Kiwi.


NOME BOTÂNICO: Actinidea chinensis Planch.
FAMÍLIA: Actinidiáceas.
GEOGRAFIA: nativo na China.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Em cada 100 g de fruta há 300 mg de vitamina C.
Vitamina E, B1, B2, B6 e A. Minerais (potássio, magnésio e ferro). Contém cobre.
Fibras solúveis (pectina e mucilagens)
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Antianémica e digestiva. Excesso de colesterol e arteriosclerose.
Antioxidante. Prisão de ventre.
MANEIRA DE PREPARAR: Cru em saladas.

NOME COMUM: Labaça.


NOME BOTÂNICO: Rumex patientia L, Rumex crispus L.
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Existe na Europa Central e em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: A raiz e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Raiz: contém enxofre, ferro, tanino e pequenas
quantidades de derivado de antrocénicos.
PROPRIEDADES: A raiz é utilizada como tónica, amarga, depurativa, etc., tendo
actuação também nas doenças da pele (eczema, psoríase, etc.), reumatismo, sífilis,
escrófulas e doenças de alteração do sangue, doenças do fígado, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 20 a 25 gramas para 1 litro de água, em forma de
cozimento. Flores: em forma de infusão (20 a 25 gramas por litro de água).

NOME COMUM: Laranjeira doce.


NOME BOTÂNICO: Citrus aurantium L.
FAMÍLIA: Rutáceas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores e os frutos.
GEOGRAFIA: Originária do Médio Oriente e da Ásia. Existe em quase todo o mundo.
Poucos anos depois dos descobrimentos, os Espanhóis levaram a Laranjeira para a
América, em particular para o México, a Flórida e a Califórnia, onde actualmente se
encontram os maiores laranjais do mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas, e, sobretudo as flores da laranjeira, contêm
uma essência composta por limoneno e linalol, entre outras substâncias aromáticas.
Das flores extrai-se a essência da flor de laranjeira ou néroli, e das folhas, a essência
chamada petit-grain.
A casca dos frutos, especialmente das laranjas amargas, é rica em glicósidos
flavonóides (naringina, hesperidina e rutina), de acção semelhante à vitamina P.
PROPRIEDADES: Acção antiespasmódica, sedativa e ligeiramente sonorífera. É
indicada na insónia (provoca uma sedação suave que facilita a chegada do sono),
nervosismo e irritabilidade, enxaquecas, dores de cabeça.Transtornos digestivos
(espasmos do estômago e dores gástricas de origem nervosa, assim como aerofagia
e arrotos). Palpitações cardíacas, desmaios e desfalecimentos. Dores das regras,
provocadas por espasmos uterinos. Devido à vitamina P, é usada nos casos de
fragilidade capilar e vascular (edemas, varizes, transtornos de coagulação). É um
bom tónico digestivo, que tem efeito aperitivo e ajuda a digestão. Possui também um
suave efeito sedativo.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 134
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão de folhas e/ou flores: 10 a 20 gramas
por litro de água (3 folhas ou 6 flores são suficientes para preparar uma infusão
sedativa). Ingerir 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, especialmente antes de deitar.
Decocção: ferver 30 gramas de casca de laranja, seca, cortada em pedaços, em meio
litro de água, durante 15 minutos. Pode-se adoçar com mel. Toma-se uma chávena
(xícara) pequena depois de cada refeição.
ATENÇÃO: As pessoas que sofram da vesícula biliar devem evitar comer laranjas de
manhã em jejum. Pela sua acção colagoga, provoca um esvaziamento brusco da
vesícula biliar, que pode causar ligeiros incómodos abdominais, como peso no
estômago ou sensação de distensão.

NOME COMUM: lentilhas.


NOME BOTÂNICO: Lens cullinaris Medik.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Planta do Oriente e do mediterrâneo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (28,1 g – 53%), fibra (30.5 g – 122%), vitamin
B1 (0,475 mg – 32%), vitamina B6 (0,535 mg – 27%), folatos (433 ug – 216%),
magnésio, ferro, potássio, zinco, cobre.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
PROPRIEDADES: Anemia, prisão de ventre, diabetes, aumento do colesterol,
gravidez.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozinhadas. Puré. Farinha.
ATENÇÃO: Contra indicada ao grupo sanguíneo “0”.

NOME COMUM: Levístico.


NOME BOTÂNICO: Levisticum officinalis Koch.
FAMÍIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Originário dos países do litoral mediterrêneo ocidental, foi amplamente
cultivado em toda a Europa e em algumas regiões da América.
PARTES EMPREGADAS: A raiz na Primavera, as folhas e as sementes nos começos
do Outono.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém um óleo essencial, cumarina, amido, tanino
e vitamina C.
PROPRIEDADES: É um bom diurético e tónico estomacal; facilita a digestão quando
há escassez de suco gástrico, como acontece na gastrite crónica e na atonia
digestiva. As folhas têm as mesmas propriedades, ainda que com menos intensidade.
As sementes são carminativas (eliminam os gases intestinais) e emenagogas
(aumentam o fluxo menstrual).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: condimento: as folhas e/ou a raiz em pó.
Infusão da raiz: 20 g por litro de água. Ingere-se uma chávena (xícara) depois de
cada refeição.
Infusão de folhas: 30 g por litro de água. Igualmente uma chávena (xícara) depois
de cada refeição.
Infusão de sementes: 30 g por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas (xícaras) por
dia.

NOME COMUM: Limoeiro (limoeiro de fruto amarelo).


NOME BOTÂNICO: Citrus limon L.
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FAMÍLIA: Rutáceas.
GEOGRAFIA: Oriundo da Ásia Central, Sul da China e regiões próximas do Himalaia.
Actualmente encontra-se em quase todo o mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas: são ricas numa essência aromática composta
por D-limoneno, L-inanol e outros hidrocarbonetos terpénicos em menor produção. A
casca contém: óleo essencial, cujo componente principal é o D-limoneno, além de
cumarinas e flavonóides.
PROPRIEDADES: Sedativas, antiespasmódicas. O seu uso é recomendado às
pessoas que sofram de nervosismo, insónia, palpitações, enxaquecas ou asma. São
úteis nos doentes febris (provocam a sudorese) e têm um efeito vermífugo. A casca
contém 0,5% de óleo essencial, que lhe dá as propriedades tonificantes sobre o
aparelho digestivo, e é recomendada aos que sofrem de inapetência, digestões
pesadas e mau funcionamento do estômago. É sudorífera e vermífuga.
Antiescorbútica.Dissolvente de cálculos renais: os citratos (sais de ácido cítrico)
contidos no sumo (suco), especialmente o citrato potássico, impedem a formação de
cálculos renais e facilitam a sua dissolução. Isto foi comprovado em experiências
científicas, tanto com cálculos de urato como de oxalato (os tipos mais frequentes).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão de folhas: 30 gramas por litro de
água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, adoçadas com mel. Infusão da
casca: esmaga-se a casca de um limão por cada copo de água e deita-se água
quente. Espera-se 3 minutos. Coar. Tomar 3 chávenas (xícaras) diárias, adoçadas
com mel.
Essência: 3 a 10 gotas, 3 vezes ao dia. Sumo (suco) de limão: meio limão num copo
de água morna, adoçado com mel antes do pequeno-almoço (café da manhã) e antes
do almoço.
NOTA: É útil aos que sofrem de dispepsia, e, por mais paradoxal que pareça, aos
que sofrem de acidez dom estômago. Apesar do seu sabor ácido, o limão comporta-
se quimicamente como um anfólito, e é capaz de neutralizar tanto o excesso de
álcalis como o de cálcio.
Outros limões:
A Cidra (Citrus medica), também chamada de limão doce.
A Lima (Citrus aurantifolia), também chamada de lima doce.
A toranja (Citrus máxima), também chamada por toranja e toríngia.

NOME COMUM: Lima da Pérsia, Bergamota.


FAMÍLIA: Rutaceae.
GEOGRAFIA: Originária da Índia e Sul da Ásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C, açúcar, sais minerais, glucose, óleo,
limoneno.
PARTES EMPREGADAS: A fruta.
PROPRIEDADES: Sedativa, anti-escorbútica, antifebril, estomacal e anti-histérica.

NOME COMUM: Linho.


NOME BOTÂNICO: Linium usitatissimum L.
FAMÍLIA: Lináceas.
GEOGRAFIA: Planta anual da Europa.
PARTES EMPREGADAS: As sementes, vulgarmente linhaça.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes do linho contêm: matéria extractiva,
misturada com alguns sais, açúcar, cera, resina mole, albumina vegetal, matéria
corante amarela, óleo graxo, alguns sais, ácido acético, vitaminas A, B, C, D, E e K.
PROPRIEDADES: Emolientes. Usa-se na inflamação do aparelho digestivo, dos
brônquios, vias urinárias, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento prolongado das sementes: 25 ou mais
gramas das sementes por litro de água, com duas ou mais horas de infusão. Para
tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia. Também pode ser a maceração em
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água fria, com seis ou mais horas de maceração. O óleo de linhaça com mel,
em partes iguais, serve como laxante: uma colher (das de sobremesa), uma a duas
vezes ao dia. Para maior efeito, pode-se comer, na ocasião e mastigando bem, três a
quatro ameixas secas. As sementes também podem ser tomadas simples: colher (de
sopa) com um pouco de água (de manhã e à noite, ao deitar).
Externamente, emprega-se a farinha de linhaça sob a forma de cataplasma (em
quente), nos abcessos, furúnculos, no peito e nas costas (nos catarros dos brônquios,
etc), no ventre (colite), sobre a bexiga (cistite).

NOME COMUM: Loendro.


NOME BOTÂNICO: Nerium oleander L.
FAMÍLIA: Apocináceas.
GEOGRAFIA: Vulgar nos países mediterrâneos, onde prefere as margens das
correntes de água. Cultivada como planta ornamental em toda a Europa e América.
PARTES EMPREGADAS: As flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores, e sobretudo as folhas do loendro, contêm
glicósidos, flavonóides, rutina, tanino e resinas. O seu princípio activo mais
importante é a folinerina, glicósido que, por hidrólise, se transforma em
oleandrigenina.
PROPRIEDADES: Potente cardiotónico, mais activa que a Dedaleira.
Externamente é aplicada para combater as sarna, quer em pomada, quer em
cataplasmas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: pomada contra a sarna: prepara-se uma
pomada com 250 g de manteiga sem sal, ou outro veículo gordo, e 150 g de flores
de Loendro, que se devem deixar a macerar durante 6 horas.
Cataplasmas de flores sobre a zona da pele afectada.
NOTA: Em uso interno deve-se usar só em Homeopatia.
ATENÇÃO: o Loendro é muito tóxico. A ingestão de apenas duas folhas pode ser
suficiente para matar um adulto.
Em caso de intoxicação deve recorrer-se imediatamente ao hospital.

NOME COMUM: Losna, absinto


NOME BOTÂNICO: Artemisia absinthium L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Próprio dos lugares montanhosos do Sul da Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo essencial rico em tuinona, sais minerais
(nitrato potássico) e taninos
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os pequenos capítulos florais.
PROPRIEDADES: Tónico gástrico: como todas as plantas amargas, desempenha um
efeito tónico sobre o estômago, aumentando o apetite e estimulando a secreção de
sucos gástricos. Por isso é útil aos que sofrem de inapetência ou de dispepsia.
Colerético: pelo facto de aumentar a secreção biliar, exerce sobre o fígado uma acção
favorável, descongestionante e estimulante das suas funções – insuficiência hepática
e na fase de convalescença das hepatites virosas.
Vermífugo potente: os adultos conseguem tomá-lo, as crianças não conseguem.
Emenagogo potente: actua sobre o útero provocando a menstruação; além disso,
normaliza os ciclos. É portanto recomendável para as jovens pálidas e debilitadas,
que geralmente sofrem de regras irregulares e dolorosas.
Externamente, usa-se a infusão de losna como insecticida.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 10 a 20 g de planta por litro de
água. Tomam-se 2 chávenas (xícaras) diárias.
Maceração: põem-se aproximadamente 100 g de flores secas num litro de óleo.
Deixar repousar durante um mês. Contra as afecções da vesícula biliar recomenda-se
tomar uma colher de sobremesa deste óleo em jejum e outra antes do almoço.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 137
Uso externo: insecticida: a infusão de losna é um insecticida eficaz. Podem
borrifar-se com ela os animais domésticos e as plantas. Como loção aplicada sobre a
pele, afugenta os mosquitos. E colocando em saquinhos de pano entre a roupa,
evita-se eficazmente a traça.
ATENÇÃO: Devem abster-se da losna as mulheres grávidas, devido ao seu efeito
abortivo, e as que amamentam, pois é eliminado juntamente com o leite e resulta
nocivo para a criança.
Também não é recomendado a quem sofra de úlcera gastroduodenal ou gastrite.

NOME COMUM: Lichia, Litchi.


NOME BOTÂNICO: Litchi chinensis Sonn.
FAMÍLIA: Sapindáceas.
GEOGRAFIA: Próprio do sul da China.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C (71,5mg/100g), superior à laranja e ao limão.
PROPRIEDADES: Anti-pirético, anti-inflamatório. Usado em doenças infecciosas
(estimula as defesas).
MANEIRA DE PREPARAR: Crua, seca e congelada.

NOME COMUM: Líquen da Islândia.


NOME BOTÂNICO: Cetraria islandica L.
FAMÍLIA: Cetrariáceas.
GEOGRAFIA: Bosques de coníferas e terrenos montanhosos de solos ácidos do Norte
da Europa e América. Em Portugal é raro, mas pode encontrar-se na Serra da
Estrela.
PARTES EMPREGADAS: o talo (corpo do líquen) seco.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém ácido cetrárico, de forte sabor amargo, que o
tornam aperitivo e tonificante; grande quantidade de mucilagem. E o ácido úsnico
(antibiótico natural), que se mostrou activo in vitro perante as microbactérias
responsáveis pela tuberculose.
PROPRIEDADES: Peitoral, expectorante e antitússico: na bronquite, catarros, asma,
traqueíte e laringite, dá excelentes resultados.
Antituberculoso: recomenda-se como complemento no tratamento da tuberculose
pulmonar.
Antiemético: ajuda a deter os vómitos na gravidez.

MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 10 a 20 g por litro de água


durante dois minutos. Para eliminar o seu sabor amargo, mudar a água e voltar a
ferver em 1,5 l de água, até que fique reduzida a um litro. Tomar 3 ou 4 chávenas
(xícaras) por dia, quentes e adoçadas com mel.
HISTÓRIA: Os líquenes, que não dispõem de folhas nem de raízes, são um perfeito
exemplo de sobrevivência. Adaptam-se ao frio rigoroso e à extrema secura, e podem
passar mais de um ano em estado de vida latente.
Os lapões do Norte da Escandinávia utilizam este líquen desde tempos antiquíssimos.
O grande botânico sueco Lineu recomendava-o como medicinal XVIII.

NOME COMUM: Lírio.


NOME BOTÂNICO: Iris germanica L.
FAMÍLIA: Iridáceas.
GEOGRAFIA: Originário da Europa Meridional, mas naturalizado em todo o
continente europeu. Cultivado em toda a Europa.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrâneo) seco.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Na raiz há 50% de amido, além de
mucilagem e um óleo essencial muito aromático, que lhe outorga o seu cheiro
a violeta. Em estado fresco, o rizoma é um purgante violento, mas não tão
intenso quando está seco.
PROPRIEDADES: Acção expectorante e antitússica. Diurética.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção: 5 a 20 g de pó de rizoma
seco, num litro de água, que se põe a ferver durante 10 minutos, e da qual se
bebem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia.
HISTÓRIA: Dióscorides dedica um longo parágrafo a esta planta, no primeiro
capítulo da sua Matéria Médica. Andrés de Laguna (século XVI), seu tradutor e
comentarista, insiste nas suas múltiplas propriedades, como a de “purgar
maravilhosamente o cérebro, sorvido o seu sumo pelas narinas”.

NOME COMUM: Lúpulo.


NOME BOTÂNICO: Humulus lupulus L.
FAMÍLIA: Canabináceas.
GEOGRAFIA: Comum em bosques húmidos e sebes da Europa e Europa do Norte.
Cultivado em muitas regiões de Portugal.
PARTES EMPREGADAS: Os cones (inflorescências da planta do lúpulo) e o lupulino
(pó que os cobre).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O pó que se desprende quando se sacodem os cones,
contém uma essência rica em hidrocarbonetos terpénicos; resina com princípios
amargos. Também existem flavonóides. O alcalóide principal é a lupulina.
PROPRIEDADES: Acção sedativa e soporífera (indutora do sono); acção tónica e
digestiva. Empregada no nervosismo, insónia e enxaquecas.
Hiperexcitação sexual nos jovens do sexo masculino (acção afrodisíaca). Digestões
difíceis e inapetência; dores de estômago e dores do tipo nevrálgico, aplicado
externamente em compressas ou cataplasma.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 10 a 20 g de cones por litro de
água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias. Esta mesma infusão
aplica-se quente, em compressas, sobre a região que sofre de nevralgia.
Extracto seco: ingerem-se até 2 g diários, repartidos por 2 a 3 tomas.
Uso externo: compressas quentes com a mesma infusão de cones de lúpulo que se
descreve para uso interno. Aplicam-se sobre a zona dorida.

Cataplasmas: preparam-se colocando um punhado (um mão quase cheia) de cones


de lúpulo num pano de algodão, de forma que fiquem envolvidos. Molhar com água
quente o pano contendo os cones, e aplicá-lo sobre a zona dorida (em geral sobre o
ventre).
HISTÓRIA: O Naturalista Plínio baptizou esta planta com o nome de lúpulo, porque
se apodera das hortas onde cresce, como se fosse um lobo (lupus em latim). Desde a
Idade Média, a lupulina é utilizada para aromatizar e conservar a cerveja, e têm-se
vindo a descobrir as suas numerosas propriedades.

NOME COMUM: Lichia.


NOME BOTÂNICO: Nephelium litchi.
FAMÍLIA: Sapindaceae.
GEOGRAFIA: Nativa na Ásia, introduzida e aclimatada no Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, glicose, celulose, vitaminas, ferro e resinas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: O fruto é diurético, antifebril e antiescorbútico.
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NOME COMUM: Macadâmia, noz.


NOME BOTÂNICO: Macadamia integrifolia L. Smith
FAMÍLIA: Protáceas.
GEOGRAFIA: É oriunda da Austrália.
PARTES EMPREGADAS: As sementes dos frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm 73,7% de gordura, 8,3% de proteínas. Cálcio,
vitaminas B1, B2 e niacina. O óleo extraído é semelhante ao azeite (58,2% ácidos
gordos monoinsaturados. Pode usar-se em frituras.
PROPRIEDADES: Ajuda a baixar o colesterol e facilita a circulação dos angue pelas
artérias coronárias.
MANEIRA DE PREPARAR: Cruas: têm que estar bem maduras, e têm de ser
mastigadas muito cuidadosamente. Algumas têm um gosto amargo.
Torradas: são mais saborosas e mais facilmente digeridas. Óleo de macadâmia para
fritar.

NOME COMUM: Macela.


NOME BOTÂNICO: Anacyclus aureus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal, na madeira e outras floras da Europa.
PROPRIEDADES: Tónica, digestiva, muito empregada para combater a falta de
apetite, antianoréxica, vermífuga, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Para abrir o apetite: dose de 5 a 10 gramas por litro de
água, em infusão de 20 minutos, ou três cabeças de macela para cada chávena
(xícara): 10 minutos de infusão. Para tomar: meia hora antes de comer.

NOME COMUM: Maçã.


NOME BOTÂNICO: Pirus malus L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Oriunda da Ásia Ocidental e amplamente distribuída por todo o
mundo, tanto cultivada como silvestre (Malus silvestris Miller). Prefere os climas frios
e as regiões continentais e nortenhas.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos, as flores e a casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: 12 a 15% de glícidos (dextrose, levulose sacarose),
menos de 0,5% de lípidos e prótidos. Minerais (potássio, cálcio, fósforo, magnésio,
ferro e pouco sódio). Vitaminas A, B1, B2, C e niacina. Ácidos málico, cítrico e
salicílico. Taninos, pectina e enzimas.
PROPRIEDADES: Anti-diarreica: tem a virtude de absorver as toxinas bacterianas
que se produzem nos intestinos, além de desinflamar a sua mucosa. São úteis em
todo o tipo de diarreias, quer sejam leves ou complicadas com colites, ou disenteria
(emissão de fezes com muco e sangue). Dão bons resultados nas enterecolites
produzidas por alimentos em mau estado (toxi-infecções alimentares), produzidas
frequentemente pelo microorganismo Salmonella.
Laxante: curiosamente a maçã tem um efeito regulador sobre a flora e o
peristaltismo intestinal, que lhe confere propriedades aparentemente contraditórias
(anti-diarreica e laxante): tomada pela manhã em jejum, dá bons resultados na
prisão de ventre crónica ou habitual.
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Diurética e depurativa: pela sua capacidade de absorver as toxinas
intestinais, dá também bons resultados nos eczemas crónicos de pele, que em certas
ocasiões se devem a uma auto-intoxicação do organismo. A maçã também facilita a
eliminação do ácido úrico, da ureia e de outros resíduos do metabolismo, pelo que é
boa para os artríticos, reumáticos, gotosos e quem sofra de cálculos urinários.
Pelo seu baixo conteúdo em sódio (sal), as maçãs recomendam-se na dieta dos
hipertensos, juntamente com o arroz (dieta de Kempner), com o que se obtem muito
bons resultados na descida da pressão arterial e na redução dos edemas por
retenção de líquidos.
Hipolipemiante: a pectina da maçã absorve os sais biliares no intestino, com o que
diminui uma das matérias-primas a partir das quais o organismo produz o colesterol.
Para se obterem resultados é necessário comer durante longos períodos (mais de
três meses), duas ou três maçãs por dia, além de seguir outras medidas dietéticas
contra o excesso de colesterol.
Tonificante e equilibradora do sistema nervoso: talvez devido ao seu conteúdo em
fósforo. É muito recomendável em caso de excitação, nervosismo, stress e fadiga
mental. O efeito é suave e lento, mas seguro.
A maçã é um alimento-remédio ideal em todas as doenças crónicas como: afecções
digestivas e respiratórias, arteriosclerose, artritismo, hepatopatias, afecções renais,
obesidade, cardiopatias, hipertensão. Muito recomendável para atrasar o processo de
envelhecimento.
A casca da Macieira é tonificante, febrífuga e adstringente. Já foi usada em
substituição da quinina. Actualmente emprega-se em doenças infecciosas como
febrífugo e tonificante, assim como na fase da convalescença.
As folhas e as flores da macieira são muito diuréticas e recomendam-se no caso de
cálculos renais ou de areias, de nefrite (Inflamação dos rins) e de hipertensão
arterial.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: maçãs cruas (raladas), assadas ou cozidas:
de meio a um quilo por dia. Convém sempre descascá-las, a não ser que procedam
de cultura biológica, e portanto não tenham sido tratadas com insecticidas ou outros
produtos químicos.
Sumo (suco): um copo diário de sumo (suco) de maçã, ao pequeno-almoço,
assegura uma forma física. Pode-se misturar com sumo de limão ou de cenoura para
obter melhores resultados revitalizantes.
Decocção: duas maçãs cortadas em pedaços e postas a ferver num litro de água,
durante meia hora. O líquido resultante, açucarado caso se queira, recomenda-se
especialmente aos doentes muito debilitados, antes de iniciar uma dieta sólida.
Decocção de casca de macieira: prepara-se com 50 a 100 g de casca da árvore por
litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas (xícaras) por dia, como tonificante,
febrífugo e adstringente.
Decocção de folhas e flores: faz-se com 50 g por litro de água. Tomam-se 4 ou 5
chávenas (xícaras) como diurético.
CURA DE MAÇÃS: Para reforçar o seu efeito em todas indicações que mencionamos,
recomenda-se tomar durante 3 a 5 dias, um a dois quilos de maçãs como único
alimento. Podem-se comer raladas, cozidas ou assadas, sem adoçar. Esta cura
repete-se de duas a quatro vezes por ano.
DIETA DE KEMPNER: Durante um mês come-se exclusivamente maçãs e arroz, de
preferência integral. Os resultados são excelentes em caso de hipertensão, excesso
de colesterol, obesidade e afecções renais.
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NOME COMUM: Madressilva.


NOME BOTÂNICO: Lonicera caprifolium L.
FAMÍLIA: Caprifoliáceas.
GEOGRAFIA: Floresce em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: As flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Entre outros elementos químicos, contém, como agentes
activos: uma substância amarga, a cilasteína, pectina e açúcares.
PROPRIEDADES: Diaforéticas, diuréticas e eméticas (para fazer vomitar), em
elevada dose. Antiespasmódica, na asma e como béquica, para combater a tosse. A
casca é usada nas doenças da vesícula, cálculos, gota, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Dose: 20 gramas por litro de água, em infusão. Para
tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
ATENÇÃO: Em dose elevada tem efeitos tóxicos.

NOME COMUM: Malmequer dos Brejos.


NOME BOTÂNICO: Caltha palustris L.
FAMÍLIA: Ranunculáceas.
GEOGRAFIA: Zonas pantanosas e bosques húmidos da Europa e costa da América
do Norte. Em Portugal, encontra-se em Trás-os-Montes e no Minho, nos regatos e
pauis.
PARTES EMPREGADAS: As folhas secas e os capítulos florais.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém protoanemonina, uma substância
irritante, saponinas e flavonas.
PROPRIEDADES: Revulsivas: em aplicação externa, provoca uma congestão e
enrubescimento da pele que desinflama os tecidos situados interiormente. Por isso é
usada em cataplasmas para a aliviar a inflamação das articulações afectadas pelo
reumatismo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplamas com várias folhas frescas
esmagadas, envolvidas num pano fino de algodão. Aplicá-la três vezes ao dia,
durante 10-15 minutos, sobre a articulação inflamada, até que a pele adquira uma
cor avermelhada. Depois é necessário lavar a pele com água.
ATENÇÃO: É desaconselhável o uso interno das suas folhas e flores, por causa do
seu efeito irritante sobre o aparelho digestivo.

NOME COMUM: Malva.


NOME BOTÂNICO: Malva silvestris e malva rotundifolia L.
FAMÍLIA: Malváceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Especialmente abundante em mucilagem, que se
decompõe em malvadina e glucose, sais, etc
PROPRIEDADES: tem virtudes emolientes, empregando-se sobre a forma de
lavagens, cataplasmas e irrigações. Interiormente é usada nos casos em que é
necessário exercer acção desinfectante (gastrite, colite, cistite, catarro brônquico,
tosse, etc). Exteriormente pode ser empregada sempre que a pele se encontre
inflamada ou congestionada, actuando nas feridas e úlceras, seja qual for a sua
origem.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno, a tisana de malvas: 30 a 40 gramas de
flores por litro de água, fervendo alguns minutos, ficando depois uma ou duas horas
de infusão, para que se apresente a mucilagem. Esta tisana actua na úlcera gástrica
e duodenal.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 142
HISTÓRIA: a Malva é empregada há mais de 2000 anos, pois era usada,
como alimento e medicinalmente, antes de Cristo. Dioscórides faz referências, nas
suas obras sobre Matéria Médica, a este vegetal, dando-lhe grande importância
medicinal. Esta planta é usada nas úlceras malignas em lavagens, como emoliente.

NOME COMUM: Manjericão grande.


NOME BOTÂNICO: Ocimum basilicum L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Originária da Índia e da Indonésia, onde cresce espontaneamente.
Desde tempos muitos antigos que se encontra aclimatado na Europa. Difundido pelas
regiões tropicais e subtropicais da América e de todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial rico em estragol
(como tem o Estragão) e eugenol (como tem o cravinho), assim como linalol e
terpenos.
PROPRIEDADES: Antiespasmódico: acalma os transtornos digestivos de origem
nervosa, como sejam os espasmos gástricos (nervos do estômago), a aerofagia
(excesso de gases e arrotos) e a dispepsia (digestões lentas devido à tensão
nervosa). Acalma também as enxaquecas, devido ou associadas à má digestão.
Tonificante do sistema nervoso e cardiovascular: recomenda-se nos casos de astenia,
esgotamento nervoso, fadiga e hipotensão arterial.
Galactagogo: aumenta a produção de leite nas mães lactantes.
Emenagogo: facilita a menstruação e diminui as dores devido a espasmos ou
congestão uterina.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20 a 30 g por litro de água, de
que se toma, depois de cada refeição, uma chávena (xicara) quente, adoçada com o
mel para maior efeito.
Essência: de 2 a 5 gotas, três vezes ao dia.
Uso externo: fricções tonificantes com a essência.
Banhos: junta-se à água do banho, para aproveitar os seus efeitos tonificantes.
ATENÇÃO: Em doses elevadas, a essência, no uso interno, pode provocar efeitos
narcóticos; e aplicada externamente, pode irritar as mucosas.

NOME COMUM: Manjerona.


NOME BOTÂNICO: Majorana hortensis L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Da Palestina. Existe em Portugal e em outras partes da Europa.
PARTES EMPREGADAS: Folhas e sumidades floridas.
PROPRIEDADES: Tónicas, excitantes e antiespasmódicas.
MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá por chávena (xícara). 20 minutos de
infusão. Coar e adoçar. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, a qualquer hora.

NOME COMUM: Marmeleiro.


NOME BOTÂNICO: Cydonia vulgaris e Cydonia oblonga.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: É originário da ilha de Creta, existindo também no Oriente, sendo
muito cultivado em todos os países da Europa.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém (a polpa dos frutos): Açúcar, tanino, ácido
málico, matéria azotada, pectina, água, etc. As sementes do marmelo contêm:
amigdalina, emulsina, óleo graxo, cidonina, etc.
PROPRIEDADES: Os frutos são adstringentes, aproveitados para combater a
diarreia (frutos e xarope). Por regra, os marmelos são comidos cozidos ou assados (é
feito doce e marmelada). As sementes empregam-se como emulsivas, usadas nas
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 143
tosses, em gargarejos, etc. As folhas são empregadas, por vezes com
sucesso, nos casos de uremia (excesso de uréia no sangue). Para o efeito, as folhas
do marmeleiro podem ser associadas à alfavaca-de-cobra (Parietaria officinalis). Na
esclerose renal: Marmeleiro, Parietária e Crataegus.

NOME COMUM: Mamoeiro, Papaia.


NOME BOTÂNICO: Carica papaya L.
FAMÍLIA: Caricáceas.
GEOGRAFIA: Originário do México e disseminada pelas regiões tropicais da América,
África e Ásia. Muito popular no Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O fruto, é rico em vitaminas A e C, embora contenha
pouca papaína.
PARTES EMPREGADAS: O látex, as folhas e o fruto.
PROPRIEDADES: O fruto é altamente recomendável no caso de colite (incluindo a
ulcerosa), cólon irritável e prisão de ventre crónica.
Tanto o látex como as folhas são para quem sofre de insuficiência de sucos
digestivos, geralmente em função da gastrite ou pancreatite crónica. Pelo seu efeito
vermífugo, são também muito úteis contra os parasitas intestinais, especialmente as
ténias.
MANEIRA DE PREPARAR: Látex: obtém-se por incisões sobre os frutos verdes e
sobre o tronco. Tomam-se de 10 a 20 g misturados com mel e água quente, depois
de cada refeição. Em seguida, caso se pretenda um efeito vermífugo, toma-se um
laxante potente.
Infusão: prepara-se com 30 g de folhas por litro, e tomam-se 3 chávenas (xícaras)
diárias.
Infusão das sementes: 15 a 20 gramas por litro de água, em forma de cozimento.
Folhas: 20 a 30 gramas por litro de água, em infusão, depois de ligeira fervura. Para
tomar às chávenas (xícaras): duas, três ou quatro por dia, fora das refeições.
NOTA: A papaína faz parte de diversos preparados farmacêuticos. Usa-se em cirurgia
ortopédica para dissolver o núcleo do disco intervertebral, no caso de hérnia de
disco.

NOME COMUM: Manga


NOME BOTÂNICO: Mangifera indica L.
FAMÍLIA: Anacardiáceas
GEOGRAFIA: Própria da Índia e dos países do Sudeste Asiático.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa da manga contém água (81,7%), açúcares
(glucose, frutose e sacarose). Provitamina A. Vitamina C e E. vitaminas B1, B2, B6 e
niacina. Potássio, magnésio e ferro. Fibra solúvel (pectina), ácidos orgânicos (cítrico
e málico) e taninos.
PARTES EMPREGADAS: O fruto
PROPRIEDADES: Afecções da pele, afecções da retina, arteriosclerose, hipertensão
arterial, diabetes.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua e em conserva.
ATENÇÃO: As mangueiras plantadas no Algarve têm mais vitaminas e minerais que
as que vêm de outros países tropicais.
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NOME COMUM: Marroio-branco.


NOME BOTÂNICO: Marrubium vulgaris L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém, como principais elementos activos: marrubina,
óleo essencial, tanino, saponinas.
PROPRIEDADES: Tónicas, expectorantes e emenagogas, estomáquicas, para falta
de apetite, diuréticas, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 20 gramas por litro de água, para tomar duas a
três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
Vinho de Marroio-branco: 50 gramas da planta em maceração num litro de vinho
branco (10 a 12 dias de maceração). Filtrar. Dose a tomar: 50 a 100 gramas por dia.
As sumidades floridas: 20 a 25 gramas.

NOME COMUM: Marroio preto.


NOME BOTÂNICO: Balota nigra L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Elementos de natureza alcaloideica, estaquinona, pectina,
etc.
PROPRIEDADES: Estimulantes, antiespasmódicas e vermífugas.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 gramas para 1 litro de água, em forma de infusão.
Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Na tosse
convulsa, o Marroio-negro é empregado especialmente sob a forma de alcoolatura.

NOME COMUM: Maracujá, Passiflora.


NOME BOTÂNICO: Passiflora incarnata L.
FAMÍLIA: Passifloráceas.
GEOGRAFIA: Arbusto originário da América, incluindo o Brasil. Esta planta é
cultivada na Europa. (existem 5 espécies de maracujá).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos são ricos em: provitamina A, vitamina C e
ácidos orgânicos.
PROPRIEDADES: Sedativas do sistema nervoso, contra a excitação nervosa,
insónias e outras formas de instabilidade do sistema neurovegetativo. Muito
empregado na depressão nervosa, como tranqüilizante, não tóxico. É usado em
forma de tisana, extracto fluido e tintura.
Dores e espasmos diversos: o Maracujá descontrai os órgãos abdominais ocos, cuja
contracção causa dor de tipo espasmódico, ou cólica: estômago, intestino (cólica
intestinal), vesícula e vias biliares (cólica biliar), vias urinárias (cólica renal) e útero
(dismenorreia). Na prática, o seu uso é indicado em qualquer tipo de dor, incluindo
nevralgias.
Epilepsia: como tratamento complementar, o Maracujá permite diminuir a frequência
e a intensidade das crises epilépticas.
Alcoolismo e dependência de drogas: esta planta permite que o síndrome de
abstinência seja mais bem tolerado, e com menor repercussão física sobre o
organismo. A sua acção sedativa faz com que o alccólico ou o toxicodependente
suporte melhor o desejo de consumir a droga, e possa vencer a ansiedade causada
pela falta da mesma.
MANEIRA DE PREPARAR: Preferível a tintura e o extracto fluído: 30 a 40 gotas por
dia.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 145
Uso interno: a forma mais conveniente de tomar a passiflora é a infusão de
flores e folhas. Prepara-se com 20 a 30 gramas por litro de água, e deixa-se em
infusão durante 2 ou 3 minutos. Convém tomar duas a três chávenas (xícaras)
diárias, podendo ser adoçadas com mel, e mais uma antes de deitar, no caso de
insónia.
Nas curas de desabituação do álcool ou das drogas: administram-se infusões mais
concentradas (até 100 gramas por litro), adoçadas com mel. A dose é regulada
segundo as necessidades dos doentes.
NOTA: Existem quatro espécies de Maracujá: O maracujá amarelo, o Maracujá roxo,
o Maracujá laranja e o Maracujá do mato.

NOME COMUM: Mate, erva-mate.


NOME BOTÂNICO: Ilex paraguayensis L.
FAMÍLIA: Ilicíneas.
GEOGRAFIA: É originária do Brasil.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém: óleo, clorofila, resina, tanino, matéria
corante, celulose, minerais e vitaminas. Sob o ponto de vista vitamínico, o Mate
contém, além de outros elementos do grupo de factores da vitamina B, ácido
ontotónico, de grande importância na nutrição. A mateína é o seu principal alcalóide
(estimulante).
PROPRIEDADES: Estimulante geral (músculos, nervos e cérebro). O seu uso
permite grandes esforços físicos e mentais, porém é menos estimulante do que o
café e a Cola; o que de certo modo é vantajoso. Activa a circulação e a digestão,
tendo igualmente acção diurética e estimulante sobre o pâncreas, o que permite
considerar-se útil aos diabéticos a sua infusão bebida. Os asténicos (débeis,
nervosos, etc.) obtêm bom proveito com o Mate, pois activa as funções gerais do
organismo, facilitando a assimilação dos alimentos e, consequentemente, a
recuperação das forças.

MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-40 gramas de folhas para
um litro de água. Não se devem ingerir mais de 3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: compressas: na medicina popular usam-se embebidas na infusão para
lavar feridas infectadas e no tratamento de queimaduras.
ATENÇÃO: O mate não se deve usar de forma continuada, nem sequer como
medicamento, pois o seu conteúdo em cafeína cria dependência e tolerância, como
acontece com qualquer outra droga que vicie.
O uso do mate é contra-indicado nos seguintes casos: úlcera gastro-duodenal,
gastrite, pirose, nervosismo, hipertensão, cardiopatias, arritmias, gota, gravidez e
lactação (reduz o crescimento do feto). Grupo sanguíneo “0”.

NOME COMUM: Medronheiro, árvore de morangos.


NOME BOTÂNICO: Arbutus unedo L.
FAMÍLIA: Ericáceas.
GEOGRAFIA: Bosques de azinheiras e montanhas baixas da Europa mediterrânica.
Conhecido em algumas regiões da América Central e do Sul. Encontra-se em quase
todo o continente português.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos, as folhas e a casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm açúcares, ácidos orgânicos, pectina e
tanino. As folhas e a casca do arbusto possuem até 36% de tanino, e arbutina um
glicósido.
PROPRIEDADES: Os frutos: adstringentes.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 146
As folhas e a casca: anti-sépticas e anti-inflamatórias sobre o aparelho
urinário. Usam-se para combater as infecções urinárias, as cistites, os cálculos e
cólicas renais, assim como em caso de diarreias e desinterias.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: os frutos (medronhos) comem-se frescos,
ou em doce.
Decocção com as folhas e a casca do arbusto secas, que se prepara com 30 g por
litro de água. Bebem-se 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia o caso de infecções
urinárias, e 4 ou 5 em caso de diarreia.
ATENÇÃO: Os frutos maduros do medronheiro podem atingir um certo grau
alcóolico, dado que o processo de fermentação se pode iniciar na própria árvore. Por
isso, e pelo seu notável efeito adstringente, não convém comer mais de um punhado
de medronhos por dia.

NOME COMUM: Melaleuca.


NOME BOTÂNICO: Melaleuca alternifolia.
GEOGRAFIA: Árvore originária da Austrália.
PARTES EMPREGADAS: As folhas para infusão e o óleo para uso externo.
PROPRIEDADES: De utilização maioritariamente externa, o seu espectro de
utilização é bastante alargado devido às suas características, pelo que, ao longo do
tempo, tem vindo a ser utilizado com êxito nas mais variadas afecções.
O óleo de Melaleuca possui um enorme poder germicida, capaz de eliminar vários
micro-organismos, nomeadamente alguns vírus (herpes), bactérias e fungos, sem
causar irritação nem inibir o crescimento e rejuvenescimento normal das células.
Aliás e, devido ao facto de possuir um grande poder solvente e penetrante, o óleo de
Melaleuca pode ser utilizado no combate ao acne e borbulhas. Este óleo penetra
profundamente na pele, ajudando a eliminar a acne aquando da sua formação e
evitando o agravamento e evolução da situação. Este óleo pode ser também aplicado
com resultados positivos no combate aos fungos, nomeadamente em casos de
candidíase e pé-de-atleta, entre outros. No caso da candidíase, que ataca
principalmente as mucosas da boca e da vagina.
MANEIRA DE PREPARAR: o óleo deverá ser diluído em água (cerca de 1 colher de
café para 2,5dl de água), sendo então utilizado para lavagens e irrigações das zonas
afectadas. Quanto ao pé-de-atleta e micoses das unhas, pelo facto de serem lesões
externas, o óleo de Melaleuca pode ser utilizado no estado puro. Tradicionalmente
este produto tem ainda sido empregue em casos de picadas de insectos, verrugas,
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 147
certas inflamações da pele, higiene dentária e ainda para cuidar o couro
cabeludo, nomeadamente em casos de existência de piolhos e lêndeas. No entanto,
estas aplicações deverão sempre evitar o contacto com os olhos.
Para além de existir no estado puro (óleo), é possível encontrar também loções,
cremes, champôs e sabonetes à base de Melaleuca, isto é, adequar o produto à
finalidade a que se destina.
Contudo, lembre-se que, no caso de lesões ou infecções persistentes, não deverá
descurar o conselho médico.
HISTÓRIA: Devido às suas qualidades curativas, o óleo de Melaleuca foi usado pelas
tribos aborígenes da Oceania durante milhares de anos. As folhas desta planta eram
esmagadas juntamente com lama, sendo a pasta assim obtida aplicada no
tratamento de cortes e infecções da pele. Chegavam mesmo a ser contadas histórias
sobre uma lagoa mágica com poderes curativos, onde as tribos se banhavam para
tratarem feridas, queimaduras e outras afecções. Na verdade, tratava-se apenas de
um pântano onde caíam as folhas de Melaleuca, dando origem a um banho de
propriedades anti-sépticas.
Em inglês esta planta tem a designação de "tea tree" - "árvore do chá", devido ao
famoso explorador britânico James Cook que, ao chegar à Austrália em 1770, deu a
beber aos seus tripulantes chá de folhas de Melaleuca, a fim de evitar o escorbuto.

NOME COMUM: Meimendro negro.


NOME BOTÂNICO: Hyoscyamus niger L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Encontra-se à beira de alguns caminhos e em terrenos baldios da
região mediterrânea e da Europa Central. Estendeu-se também ao continente
americano.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém alcalóides muito activos sobre o
sistema nervoso (atropina, hiosciamina e escopolamina).
PROPRIEDADES: É um potente antiespasmódico e analgésico e narcótico. Em doses
elevadas é estupefaciente e alucinogénio. Os seus fumos já foram utilizados na crise
da asma (acção broncodilatadora) e na dor de dentes.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão 10 a 15 g das folhas para um litro
de água. Tomar duas chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: cataplasma com folhas esmagadas que se aplica sobre a região dorida
durante uns minutos. Unguento: preparado oficialmente em laboratório farmacêutico.
NOTA: Utiliza-se em Homeopatia para o delírio erótico. Deve-se tomar com muitas
precauções em chá.

NOME COMUM: Meliloto.


NOME BOTÂNICO: Melilotus officinalis L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 148
GEOGRAFIA: Encontra-se em terrenos calcários e beiras dos caminhos de
toda a Europa. Naturalizado em algumas regiões temperadas do continente
americano, como o sul dos Estados Unidos e a Argentina.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glicósido, o melilotósido, que com a secagem
se transforma em cumarina, além de flavonóides, vitamina C, mucilagens e colina.
PROPRIEDADES: Tónico venoso e protector capilar – muito útil em caso de varizes,
edemas (retenção de líquidos), pernas cansadas e hemorróidas. Pela sua acção
anticoagulante, fluidificante do sangue e activadora da circulação, o meliloto está
indicado no caso de flebite (inflamação das veias), assim como para a prevenção da
trombose arterial e venosa.
Antiespasmódico: útil nas cólicas digestivas e nos espasmos gástricos ou intestinais.
Ajuda a vencer a insónia.
Emoliente: aplica-se externamente para lavagens oculares em caso de conjuntivite,
com muito bons resultados.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50 g de planta por litro de
água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: lavagens oculares: usa-se uma infusão, mas mais concentrada do que
para uso interno, à razão de uns 200 g por litro de água.

NOME COMUM: Mercurial, Urtiga-morta.


NOME BOTÂNICO: Mercurialis annua L.
FAMÍLIA: Euforbeáceas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: saponina, óleo essencial, um princípio amargo e
aminas: metilamina e trimetilamina.
PROPRIEDADES: Laxantes. Em Homeopatia, emprega-se a tintura no reumatismo.
MANEIRA DE PREPARAR: Decocção (cozimento): 25 gramas para 1 litro de água.
Duas chávenas (xícaras) por dia, de manhã e à noite (como laxante). Este vegetal
também tem acção como vermífugo: duas a três chávenas (xícaras) por dia. A planta
recente é mais activa.

NOME COMUM: Milfólio, Mil em rama, Milfolhada.


NOME BOTÂNICO: Achilea millefolium L.
FAMÍLIA: Compostas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Flavonas, esência, minerais, etc.
PROPRIEDADES: Tónicas, excitantes e antiespasmódicas, estimulante das funções
gerais do organismo, incluindo os órgãos sexuais femininos (facilitando a
menstruação). Externamente é empregada como vulneraria: feridas e úlceras.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 149
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da planta (toda a planta, incluindo a
raiz): 30 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia.

NOME COMUM: Milho.


NOME BOTÂNICO: Zea mays L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Oriundo do México e da América Central, mas cultivado em todo o
mundo como alimento e forragem. Já não existe como planta silvestre.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos, e os estiletes, por vezes incorrectamente
chamados estigmas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O grão de milho contém glícidos ou hidratos de carbono
(70 a 77%), proteínas (7 a 10%) e gorduras (3 a 5%), além de minerais e
oligoelementos (sobretudo flúor).
Os estiletes são ricos em potássio, em flavonóides e em alantoína.
PROPRIEDADES: O grão de milho: emoliente e protector da mucosa intestinal.
Reduz a actividade da glândula tiróideia, e portanto trava o metabolismo.
Recomenda-se aos que sofrem de hipertiroidismo e aos convalescentes, anémicos e
desnutridos, como reconstituintes. Redução do colesterol.
Os estiletes são usados para: diuréticos, sedativos e têm uma acção anti-
inflamatória.
Afecções circulatórias: edemas (retenção de líquidos); pernas inchadas
(inclusivamente na gravidez), afecções cardíacas, hipertensão arterial, excesso de sal
na dieta.
Litíase renal, quer devido a cálculos úricos quer de fosfato ou de oxalato; cólicas
renais.
Inflamações do rim (nefrite), da bexiga; albumina na urina (nefrose).
Gota (excesso de ácido úrico), artrismo, edemas suboculares (inchaço por baixo dos
olhos), e sempre que se queira eliminar o excesso de toxinas acumuladas no sangue
(por exemplo, depois de ter tido uma gripe).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: culinária: o milho e a sua farinha tomam-se
de muitas maneiras e em diferentes pratos como mais um alimento.
Infusão de estiletes: 30 g por litro de água. Toma-se quente ou fria, de manhã ou de
tarde, mas não à noite, à razão de 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias.

Óleo: obtém-se do gérmen do grão de milho. Usa-se como qualquer outro óleo de
cozinha, de preferência cru.
Uso externo: cataplasmas de farinha de milho: aplicam-se quentes sobre os rins ou a
bexiga. Tornam-se muito úteis em caso de cólica renal, se forem combinadas com a
ingestão de infusões de estiletes.
ATENÇÃO: Os estiletes do milho, pelo seu efeito diurético, são desaconselhados para
quem sofra de hipertrofia da próstata. O milho e o chá de barbas (estiletes) de milho
são contra-indicados ao grupo sanguíneo “0”.

NOME COMUM: Mineiro (chá), Chapéu de couro.


NOME BOTÂNICO: Echinodorus macrophylus L.
GEOGRAFIA: Originária do Brasil.
PROPRIEDADES: Possui propriedades diuréticas, activadoras do fígado e da
vesícula, sendo de grande utilidade para os reumáticos, pois promove a eliminação
das toxinas do sangue, purificando-o. Usado nas doenças dos rins e da pele (vitiligo).
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas por litro de água a ferver (infusão).
Várias chávenas (xícaras) ao dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Monarda. Chá da Pensilvânia.


NOME BOTÂNICO: Monarma didyma L.
FAMÍLIA: Labiadas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 150
GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, onde se cultiva como planta
ornamental. Também se cultiva para este uso na Europa Central.
PARTES EMPREGADAS: As flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm diversos óleos essenciais, princípios
amargos e uma antocianina (a monardeína).
PROPRIEDADES: Acalma as dores das regras e ajuda a normalizar o ciclo
menstrual.
São carminativas (eliminam os gases e flatulências). As flores facilitam a digestão e
acalmam as náuseas e os vómitos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com uma colher de sobremesa de
flores (cerca de 20 g) por chávena (xícara) de água, de que se bebem 2 ou 3
chávenas (xícaras) por dia.

NOME COMUM: Morangueiro, morangos.


NOME BOTÂNICO: Fragaria vesca L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal, também nos Açores, na madeira e em Cabo verde.
Faz parte ainda de outras floras.
PARTES EMPREGADAS: Os rizomas, folhas e frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém água, ácido málico, açúcar, matérias graxas e
albuminóides, tanino, um glucósido (a fragarianina).
PROPRIEDADES: Adstringentes, diuréticas, antidiarreicas, etc. Os frutos, além de
certo valor alimentar, são refrigerantes, muito úteis nas areias, no reumatismo
gotoso, etc. As folhas e os rizomas são as partes da planta de maior efeito diurético.
Este vegetal possui riqueza vitamínica, sendo os frutos os de maior percentagem em
valor bioquímico-vitamínico, pois possuem vitaminas A, B e K.
Os sais minerais são também, um dos valores químicos dos frutos que impõem este
vegetal, não somente como alimento de certo tipo com importância dieto-
terapêutico. Os nefríticos, reumáticos e gotosos devem usar, sem receio, este fruto,
também muito útil aos que sofrem de excesso de colesterol e de tensão arterial
elevada.
MANEIRA DE PREPARAR: lavar bem os morangos em água fria.
25 a 40 gramas de folhas e rizomas por litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas
(xícaras) por dia, antes das refeições.

NOME COMUM: Mostarda negra.


NOME BOTÂNICO: Brassica nigra (L.) Koch.
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Cresce em estado silvestre nos terrenos baldios e incultos de toda a
Europa. Naturalizada na América.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido (sinigrina) que, por
acção da enzima mironase, se transforma num óleo essencial sulfurado de forte
acção revulsiva.
As sementes contêm ainda mucilagens que compensam a acção revulsiva.
PROPRIEDADES: A farinha da mostarda usa-se sobretudo por via externa. Como
revulsivo, actua atraindo o sangue para a pele, descongestionando assim os tecidos e
órgãos internos. Aplicada em cataplasmas, torna-se muito eficaz em caso de
reumatismo, ciática, nevralgia, congestão pulmonar e bronquite aguda.
Os banhos de pés com farinha de mostarda são um remédio usado desde tempos
muito antigos para: dores de cabeça: aliviam a dor de cabeça, pois atraindo o sangue
para os pés descongestionam a cabeça. Recomendam-se especialmente em caso de
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 151
cefaleia causada por infecção vírica das vias respiratórias superiores (catarro
nasal, sinusite, gripe) ou por hipertensão arterial.
Hipertensão arterial: a mostarda provoca uma vasodilatação periférica (dilatação das
pequenas artérias dos membros), o que faz descer a pressão arterial.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplasmas: a farinha de mostarda aplica-
se em cataplasmas quentes, misturando-a com a de linhaça para se tornar menos
irritante. Estas cataplasmas aplicam-se uma ou duas vezes por dia, durante 10-15
minutos (mais tempo pode provocar empolas).
As cataplasmas de mostarda chamam-se sinapismos.
Banhos de pés: dissolvem-se 1 ou 2 colheradas de farinha de mostarda em 2 ou 3
litros de água quente. Tomam-se até dois banhos por dia, de 5 a 10 minutos de
duração cada um.
ATENÇÃO: Por via digestiva, a mostarda é um condimento irritante, do qual é
melhor prescindir. Devem abster-se completamente dela as pessoas que sofrem de
dispepsia ou úlcera gastroduodenal.
OUTRAS ESPÉCIES: Mostarda branca (Sinapis alba L.), que dá umas sementes
grandes de cor creme, usadas para produzir a mostarda de mesa.
Mostarda dos campos (Brassica kaber Wheeler = Brassica arvensis (L.) Rabenh. =
Sinapis arvensis L.), que tem umas sementes muito pequenas.

NOME COMUM: Muirapuama ou Murapuama.


NOME BOTÂNICO: Lyriosma odorata, Miers acanthea, Virilis simplocos.
FAMÍLIA: Estiracáceas.
GEOGRAFIA: Esta planta indígena, originária do Amazonas (Brasil), existe também
no território das Cordilheiras do Chile.
PARTES EMPREGADAS: O lenho dos talos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A composição química dos lenhos desta planta consiste
numa essência, tanino, flobáfeno, muiraquanina, resina, etc.
PROPRIEDADES: Tem acção no sistema nervoso, comportando-se como um
estimulante da esfera sexual (afrodisíaco) de certa importância. Actua também como
estimulante do apetite.
MANEIRA DE PREPARAR: 40 a 50 gramas do lenho, dos talos e raízes, para 1 litro
de água, em forma de cozimento, para tomar uma chávena (xícara) antes de cada
refeição, duas a três vezes ao dia. Também é usada em forma de tintura
(Homeopatia): 10 a 15 gotas, duas a três vezes ao dia, ou em forma de extracto
fluído.
ATENÇÃO: Este vegetal é considerado um bom tónico, estando isento de efeitos
secundários; todavia, as pessoas que sofrem de pressão arterial elevada e
palpitações no coração deverão utilizar a planta em dose moderada, suspendendo-a
caso vejam os seus sintomas agravados.
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NOME COMUM: Murta.
NOME BOTÂNICO: Myrtus communis L.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
GEOGRAFIA: Originária da Europa, embora também se crie no continente
americano.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as bagas contêm tanino, resinas, substâncias
amargas, e sobretudo mirtol, essência rica em cineol, de acção anti-séptica e
antibiótica na presença de germes gram-positivos.
PROPRIEDADES: Afecções respiratórias: rinites, sinusites, bronquites, por acção da
sua essência.
Diarreias, gastrenterites, dispepsias e infecções urinárias, pelo seu conteúdo em
taninos, tomada em forma de infusão.
Estomatites e faringites, aplicada em forma de gargarejos.
Leucorreia (fluxo vaginal anormal), aplicada mediante uma cânula especial, sob a
forma de lavagens ou irrigações vaginais.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se com 15 a 20 g de folhas
e de bagas, num litro de água. Coar e tomar de 3 a 5 chávenas por dia.
Essência: de 1 a 3 gotas, 3 vezes ao dia, antes das refeições.
Uso externo: gargarejos com a infusão que se emprega internamente.
Inalações da essência.
HISTÓRIA: A Alhambra de Granada, um dos monumentos mais visitados de
Espanha e talvez de toda a Europa, tem um lindo pátio dedicado às murtas. Nele se
conjuga o refinamento da arte árabe com a verdura e a fragrância do arbusto. Tanto
Dióscorides, o grande médico e botânico grego do século I a.C., como Avicena o
“Galeno” árabe do século XI, já recomendavam a murta pelas suas propriedades
adstringentes e anti-sépticas.

NOME COMUM: Manga.


NOME BOTÂNICO: Mangifera indica.
FAMÍLIA: Anacardiaceae.
GEOGRAFIA: Natural da Ásia tropical, muito popular na Índia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Terebintina, tanino, óleo, ferro, vitamina A, C, glucose e
sais minerais.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Laxativa, antigripal, contra a tosse, escorbuto, anemia e diurética.

NOME COMUM: Mangaba.


NOME BOTÂNICO: Harcornia speciosa.
FAMÍLIA: Apocinaceae.
GEOGRAFIA: Existe na Amazónia e no Centro-sul do Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, fósforo, pectina, sais e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
PROPRIEDADES: Antiescorbútico e antifebril.

NOME COMUM: Maracujá do mato, melão de São caetano.


NOME BOTÂNICO: Mormodica charantia.
FAMÍLIA: Curcubitáceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, alcalóide que contém o “mormódico”.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 153
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
PROPRIEDADES: Purgativo, febrífugo, anticatarral, anticarbunculoso, anti-
reumático, cicatrizante.

NOME COMUM: Marmelo.


NOME BOTÂNICO: Cydonia oblonga.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Natural da Pérsia, mas existente em quase todo o mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sacarose, pectinas, óleos, sais e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as folhas.
PROPRIEDADES: Calmante nas diarreias, enterites, nas irritações gastrintestinais.

NOME COMUM: Melancia.


NOME BOTÂNICO: Citrullus vulgaris.
FAMÍLIA: Curcubitáceas.
GEOGRAFIA: Natural de África.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glucose, sais minerais, potassa, vitamina A.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurética, vermífuga e antifebril. Doenças dos rins e das vias
urinárias (insuficiência renal, litíase, infecções). Diabetes.

NOME COMUM: Melão.


NOME BOTÂNICO: Cucumis melo.
FAMÍLIA: Cucurbitáceas.
GEOGRAFIA: Introduzida no litoral do mediterrâneo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glicose, potassa, sais minerais, vitamina A. Açúcar
(5,4%), gordura (0,1%), proteínas (0,9%). Vitaminas C, B1, B6 e folatos. Minerais
(ferro e potássio).
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurético, elimina o ácido úrico. Afecções urinárias (cálculos renais
e areias, cistite e pielonefrite). Prisão de ventre crónica ou devido a atonia intestinal.

NOME COMUM: Mulungu, Árvore de coral, Bico de papagaio, Murungu.


NOME BOTÂNICO: Erythrina mulungu.
FAMÍLIA: Leguminosas.
PARTES EMPREGADAS: Somente a casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (erisopina, erisodina, eritramina, eritracina),
glicósidos e esteróides.
PROPRIEDADES: Indicado nos quadros de ansiedade, insónia, agitação
psicomotora, como coadjuvante no tratamento de dores de origem reumática,
bronquite crónica, asma bronquica e inflamações hepáticas e esplénicas. Como uso
externo, auxilia no tratamento de gengivites (bochechos).
ATENÇÃO: As sementes são tóxicas.

NOME COMUM: Nabo.


NOME BOTÂNICO: Brassica napus e Brassica rapa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possuindo minerais diversos, traços de enxofre, açúcar,
vitaminas A, B e C. Como alimento é muito pobre.
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PROPRIEDADES: Usado nos catarros dos brônquios, tosses (incluindo tosse
convulsa). Gota (ácido úrico).
MANEIRA DE PREPARAR: Xarope obtido do Nabo: Cozimento do nabo com açúcar,
até este ficar no ponto, isto é, com uma densidade xaroposa. Obtido por frio, o
xarope é feito da seguinte forma: deitar num recipiente (tigela, por exemplo)
camadas de rodelas de nabos e camadas de rodelas de açúcar, alternadamente
(várias camadas destes dois produtos). Ficará assim algumas horas ou dias (um a
dois dias). Para tomar às colheres, das de sopa (para adultos) ou das de chá (para
crianças). Pode-se juntar, na ocasião de fazer, rodelas de cenoura. Depois de pronto,
juntar-lhe algum mel.
NOTA: As folhas do nabo contêm 190 mg/100g de cálcio, bastante mais do que o
leite.

NOME COMUM: Nêveda, Nêveda menor.


NOME BOTÂNICO: Calamintha nepeta e Thymus nepeta.
FAMÍLIA: Labiadas.
PARTES EMPREGADAS: A planta toda.
PROPRIEDADES: Antiespasmódicas e estimulantes.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de infusão.
Para tomar duas, três ou quatro chávenas (xícaras) por dia. Adoçar com mel ou
açúcar mascavado.

NOME COMUM: Nogueira. Noz.


NOME BOTÂNICO: Juglans regia L.
FAMÍLIA: Juglandáceas.
GEOGRAFIA: É uma árvore originária da Pérsia, encontrando-se em todo o mundo,
sendo bastante cultivada em Portugal.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 155
PARTES EMPREGADAS: As folhas, as cascas, os frutos e o pericarpo. As
nozes contêm as sementes, vulgarmente chamada de “Miolo de noz”.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O pericarpo contém, especialmente, amido, clorofila,
matéria acre e amarga, ácidos málico, tânico e cítrico, sais, etc. A noz – sementes –
apresenta: óleo (40 a 70%), sacarose, etc. Também foi encontrada vitamina C. A noz
é rica em azote (proteína).
PROPRIEDADES: As folhas e a parte exterior do fruto (casca verde) são tónicas,
depurativas e adstringentes, tendo actuação na escrofulose, sífilis, raquitismo,
doenças da pele, etc. Externamente, emprega-se em irrigações na leucorreia
(corrimento vaginal), nas fístulas, na ozena (doença de fundo escrofuloso ou sifilítico
da mucosa do nariz, com péssimo cheiro), etc. O óleo das nozes extraído a quente é
purgativo. As folhas, em forma de infusão – 30% - empregam-se no raquitismo, na
debilidade dos tecidos. A tintura da casca verde da noz (25%) emprega-se para tingir
o cabelo.
NOTA: A noz é um alimento de valor, pela sua gordura, proteínas, etc. A noz é um
alimento afrodisíaco (para estimular a potência sexual).
ATENÇÃO: As nozes têm contra-indicações em certas doenças dos intestinos,
estômago, fígado, bexiga, etc. As nozes comidas além de certos limites, podem
aumentar a tensão arterial.

NOME COMUM: Norça-preta.


NOME BOTÂNICO: Tamus communis L.
FAMÍLIA: Dioscoreáceas (em honra a Dioscórides).
GEOGRAFIA: Cria-se nos bosques e barrancos sombrios do Centro e do Sul da
Europa.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém um alcalóide, a diosgenina.
PROPRIEDADES: Aplicada localmente possuí notáveis propriedades vulnerárias:
cura as contusões e faz desaparecer os hematomas que se formam debaixo da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplasmas com a raiz triturada e cozida,
que se aplicam até 3 vezes por dia, sobre a zona contusa ou sobre os hematomas.
ATENÇÃO: Toda a planta é venenosa em uso interno, assim como os seus frutos. No
caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegetal em cápsulas ou
comprimidos.

NOME COMUM: Noni.


NOME BOTÂNICO: Morinda citrifolia.
GEOGRAFIA: Originária so Tahiti, ilha da Polinésia Francesa e no Hawai.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É rico em fibras, proteínas, ferro, vitamina C, cálcio e
zinco.
PROPRIEDADES: Anti-séptico natural, analgésico, anti-inflamatório, anti-
parasitário, regulador metabólico, regenerador de células danificadas, entre outras
características.
Modera o excesso de secreção das membranas mucosas: sinusite, asma, alergias,
broqnquite e corrimento nasal.
Modera o incremento da produção de ácidos estomacais: úlceras gástricas e
duodenais, gastrite e refluxo esofágico do ácido gástrico.
Infecções: herpes, inflamação pélvica, infecções produzidas por fungos (pé de atleta,
candidíase).
Aparelho respiratório: tosse, dor de garganta, tuberculose, cólera.
Aparelho digestivo: diarreia, parasitas intestinais, enjoo e intoxicação alimentar.
Sistema cardiovascular: hipertensão, hipertrofia do ventrículo esquerdo.
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Inflamação: artrite, tendinite e todas as infecções em geral, desde infecções
dos dentes e outras.
Afecções cutâneas e capilares: queimaduras, feridas, úlceras, celulite, caspa.
Febre: a maioria dos estados febris, independentemente da sua causa.
MANEIRA DE PREPARAR: Em chá ou em suco.

NOME COMUM: Noz-moscada.


NOME BOTÂNICO: Myristica fragans, Nux moschata L.
FAMÍLIA: Miristicáceas.
PARTES EMPREGADAS: A semente.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial (Alfa-pineno, nopineno, canfeno,
dipenteno, P-cimeno, eugenol, linalol, terpineol, borneol) e ésteres fenólicos
(miristicina – tóxico – safrol, eugenol e isoeugenol).
PROPRIEDADES: Usada em casos de flatulência, nos quadros de astenia e
dispepsia. Age como regularizadora das funções intestinais.
ATENÇÃO: Em doses altas poderá causar narcose e convulsão, além de provocar o
aborto.

NOME COMUM: Noz-vómica.


NOME BOTÂNICO: Strychnos nux vómica L.
FAMÍLIA: Loganiácea.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (estricnina, brucina), ácido clorogénico,
loganina, meliatina (glicósido) e ácido igasúrico.
NOTA: Só deve ser usado em Homeopatia.
ATENÇÃO: A planta é muito tóxica, por isso não se deve usar em fitoterapia.

NOME COMUM: Noveleiro, Viburno.


NOME BOTÂNICO: Viburnum opolus L.
FAMÍLIA: Capriofoliáceas.
GEOGRAFIA: Comum nas regiões de bosques, frias e húmidas, de toda a Europa.
Também se encontra na América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: A casca do caule seca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca contém flavonóides e cumarinas. Contém tanino,
salicina, resinas e uma pequena quantidade de viburnina, princípio amargo pelos
seus efeitos tóxicos e irritantes sobre o tubo digestivo.
Os frutos são muito mais ricos em viburnina, a isso se deve o facto de serem
venenosos.
PROPRIEDADES: A casca deste arbusto destingue-se pelo seu efeito espasmódico e
sedativo sobre o aparelho genital feminino. Relaxa a musculatura do útero e acalma
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as dores que se produzem quando este órgão se contrai de forma
espasmódica. É um dos remédios vegetais que mais intensamente actuam sobre o
útero. Usada em:
Dores menstruais (dismenorreia): acalma os espasmos dolorosos do útero, que se
produzem durante as regras.
Ameaça de aborto: relaxa o útero quando se apresenta uma ameaça de aborto
espontâneo, e pode evitar que ele se produza. Não se verificou que a sua casca
tenha efeitos negativos sobre o feto, pelo que não existe inconveniente na sua
utilização por mulheres grávidas.
Varizes e hemorróidas: tem um ligeiro efeito activador sobre a circulação venosa
(tónico venoso). Ajuda a descongestionar as varizes e as hemorróidas, especialmente
se for associada a outras plantas venotónicas.
OUTRAS ESPÉCIES: Viburno americano (Viburnum prunifolium L.): de aspecto
muito semelhante, mas cria-se nos bosques dos Estados Unidos e Canadá.
Viburno (Viburnum lantana L.): disperso pela Europa. Diferencia-se do Noveleiro por
ter folhas diferentes e pela cor azul escura dos frutos quando amadurecem, podem
encontrar-se frutos vermelhos, azuis e de todas as cores intermédias na fase de
maturação.
Folhado (Viburnum Tinus L.): comum na Europa. Destingue-se dos anteriores por ter
os frutos azuis. Não se deve confundir com o Arando.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de casca seca e
triturada, por cada litro de água, de que tomam 3 chávenas (chícaras) por dia.
PRECAUÇÕES: Todas as espécies do género Viburnum produzem frutos venenosos
em bagas. São irritantes para o tubo digestivo e provocam gastrenterites.
Em caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegetal.

NOME COMUM: Néspera.


NOME BOTÂNICO: Eriobotrya japónica L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Originária da Ásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Frutose e levulose (10,4%). Provitamina A (153 mg
ER/100g). Vitamina B, C e E. (47 kcal/100 g). Taninos (2,5%).
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurética e digestiva. Usada na diabetes. Afecções hepáticas (cura
de nêsperas). Diarreias do tipo infeccioso (gstrenterite, enterocolite e colite).
Afecções renais (gota, ácido úrico, cálculos ou areias). Constipação comum na
Primavera.
MANEIRA DE PREPARAR: Cruas. Compotas e doces.
Cura de nêsperas (Faz-se na Primavera, comendo como alimento principal 1 a 2 kg
de nêsperas diariamente, durante 2 a 3 dis. Podem ser acompanhads de pequenas
quantidades de pão de centeio integral ou bolachas).

NOME COMUM: Oliveira.


NOME BOTÂNICO: Olea europaea L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 158
FAMÍLIA: Oleácea-oleína arbórea.
GEOGRAFIA: Planta originária do Oriente, quase espontânea do continente
português e na Madeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém quatro espécies de óleo, obtidos do epicarpo, do
sarcocarpo, do endocarpo e da amêndoa. O sarcocarpo possui, especialmente, 20 a
30% de oleína (triglicerina de ácido oléico). Os frutos contêm um heteróxido amargo,
que diminui no decorrer da maturação. Também é presente nas folhas, as quais
possuem saponinas, vitaminas e sais diversos. O óleo da azeitona (azeite) é um bom
elemento a empregar na culinária. Obtido a frio, este óleo é de reduzida percentagem
em colesterol (óleo insaturado). A fervura torna-o hidrogenado, pelo que aumenta
extraordinariamente a sua taxa de colesterol, o que, aliás, acontece em quase todos
os outros vegetais, quando fervidos.
PROPRIEDADES: O óleo (azeite) é alimentar e medicinal, e emprega-se como
colagogo (estimulante da vesícula), laxante ligeiro, etc. Exteriormente, emprega-se,
com cânfora, em fricções anti-reumáticas.
As folhas, em cozimento, empregam-se para dilatar as artérias e fazer baixar a
tensão arterial. Também tem propriedades anti-diabéticas.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 30 gramas por litro de água. Infusão: 1
hora. Coar. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Olmo, Ulmeiro.


NOME BOTÂNICO: Ulmus campestris L.
FAMÍLIA: Ulmáceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, mucilagem, compostos amargos, sais, etc.
PROPRIEDADES: Casca: tónica, sudorífica, diurética, etc. Entrecasco: usa-se como
depurativo, nas doenças da pele (uso interno e em pomada). Folhas e sementes: na
gota e no reumatismo artrítico crónico.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 20 a 30 gramas por litro de água. Dois a três
copos por dia, fora das refeições. Para aplicações externas, a planta será em maior
percentagem. A pomada é feita com a tintura, extracto, etc.

NOME COMUM: Onagra.


NOME BOTÂNICO: Oenothera biennis L.
FAMÍLIA: Enoteráceas.
GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, naturalizada na Europa.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O óleo extraído das sementes de onagra é muito rico em
ácidos gordos essenciais poliinsaturados, entre os quais se destacam o ácido linoleico
(71,5%) e o linolénico (7-10%).
O ácido linolénico e o seu derivado imediato, a prostaglandina E1, são indispensáveis
para a estabilidade das membranas das células de todo o organismo, para o
desenvolvimento do sistema nervoso, para o equilíbrio do sistema hormonal e para a
regulação dos processos da coagulação sanguínea, entre outras funções.
PROPRIEDADES: O óleo de onagra é usado em:
Aumento de colesterol no sangue e, em geral, todas as hiperlipemias (aumento do
conteúdo gordo do sangue); transtornos circulatórios: hipertensão arterial e
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 159
tendência para trombose por aumento da agregação plaquetária. Pode actuar
como preventivo dos acidentes vasculares cerebrais (trombose e hemorragia
cerebral) e do infarto do miocárdio, pois dilata as artérias e impede a agregação
plaquetária e a formação de coágulos.
Transtornos genitais: dismenorreia, ciclos irregulares, síndrome prê menstrual,
esterilidade por insuficiência ovárica.
Afecções do sistema nervoso: doença de Parkinson, esclerose em placas, e, em geral,
todas as afecções causadas por degenerescência neuronal.
Reumatismo: artrite reumatóide e processos reumáticos em geral.
Transtornos de resposta imunitária: alergia, asma, eczema, dermatite atópica.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: cápsulas ou comprimidos, óleo de pressão a
frio. 2 Cápsulas por dia (1000 mg, tomar uma cápsula por dia).

NOME COMUM: Orégão.


NOME BOTÂNICO: Origanum vulgaris L.
FAMÍLIA: labiadas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português, na Madeira e nos Açores. É
planta comum em toda a Europa.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, contendo 16% de timol, cânfora, tanino,
sais, essência aromática, etc.
PROPRIEDADES: Expectorantes, antiespasmódicas, digestivas (atonia do
estômago), carminativas, galactogénicas, etc. Também é usada como condimento.

NOME COMUM: Ortossifão, Chá de Java.


NOME BOTÂNICO: Orthosiphon stamineus Benth.; Orthosiphon grandiflorus Bold.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Originário da ilha de Java (Indonésia), e espalhado pela Birmânia,
Tailândia, Filipinas e Nordeste da Austrália.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Encontram-se sais potássicos em abundância e derivados
terpénicos (ortossifonol), saponinas, colina e um óleo essencial.
PROPRIEDADES: Diurético energético, que favorece a eliminação de resíduos
orgânicos nitrogenados (especialmente a ureia). Recomenda-se na insuficiência
renal, na retenção de líquidos (edemas, ascites), e na litíase renal. A sua principal
aplicação é, porém, como complemento nas dietas de emagrecimento, devido à sua
acção diurética, depurativa e redutora do colesterol.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 160
Colagogo: usa-se nos transtornos da motilidade da vesícula biliar
(coledisquinesias), geralmente devido a atonia (preguiça) da vesícula. Pelo seu efeito
colagogo estimula o esvaziamento da bílis.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-30 g por litro de água, de
que se toma uma chávena (xícara) antes de cada refeição.

NOME COMUM: Papoila com as pétalas vermelhas.


NOME BOTÂNICO: Papayer rhoeas L.
FAMÍLIA: Papaveráceas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português, na Madeira e nos Açores.
Também em toda a Europa.
PARTES EMPREGADAS: As pétalas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui vários alcalóides: rhoeadina, rhoeagina, rhoeabina
e rhoerobina; mucilagem, sais, goma, albumina, etc.
PROPRIEDADES: Calmantes, emolientes, etc. As cápsulas são as mais activas e
podem, em certos casos, substituir as Dormideiras. Empregam-se para combater a
tosse, tosse nervosa, para acalmar a excitação nervosa, a insónia, asma, tosse
convulsa, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Pétalas: 5 gramas por litro de água, em infusão ou uma
colher de chá por chávena (xícara) de água. Infusão: 10 minutos. Adoçar com mel.

NOME COMUM: Papoila com as pétalas rosáceas.


NOME BOTÂNICO: Papayer somniferum L.
FAMÍLIA: Papaveráceas.
GEOGRAFIA: Originária dos países do Médio Oriente. Existe em todo o continente
português.
PARTES EMPREGADAS: As cápsulas, o seu látex e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tem um látex na cápsula quando se faz um corte fino.
Deixando-se secar ao ar, transforma-se numa massa gomosa de cor escura: o ópio.
Cerca de 25% do peso do ópio é formado por alcalóides (24 diferentes), que se
dividem em dois tipos segundo a sua estrutura química: Derivados do fenantreno
(morfina, o mais abundante), a codeína, a tebaína. Derivados de isoquinoleína
(papaverina e noscapina)
PROPRIEDADES: Acção analgésica (morfina), antitússica (codeína) e de acção
relaxante (tebaína). Acção antiespasmódica (papaverina e noscapina).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 2 a 4 cápsulas maduras de
dormideira por litro de água, durante 5 minutos. Administram-se 3 chávenas
(xícaras) diárias, uma antes de deitar.
Óleo de sementes: usam-se 1 a 2 colheres de café (15 a 30 ml) em cru, 1 a 2 vezes
por dia, para temperar a salada ou outro prato de verdura.

Uso externo: para bochechos, podem-se adicionar até 6 ou 8 cápsulas por litro, na
mesma decocção que usa para uso interno.
ATENÇÃO: Não ultrapassar as doses indicadas, não ingerir nenhum tipo de bebida
alcoólica juntamente, pois isto faz aumentar os seus efeitos tóxicos.

NOME COMUM: Parietária.


NOME BOTÂNICO: Parietaria officinalis L.
FAMÍLIA: Urticáceas.
GEOGRAFIA: Cresce entre as gretas das rochas e muros. Difundida por toda a
Europa e regiões secas da América do Sul.
PARTES EMPREGADAS: Os caules e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os seus princípios activos são o nitrato potássico e os
flavonóides. Mucilagens.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 161
PROPRIEDADES: no uso interno, a sua aplicação mais importante são as
afecões das vias urinárias: cólicas renais (ajuda a eliminar os cálculos), cistites e
oligúria (urina escassa). Ao mesmo tempo que provoca um aumento na produção da
urina, descontrai, suaviza e desinflama os órgãos urinários.
Externamente, usa-se para curar feridas, queimaduras, gretas dos lábios, da pele, do
mamilo, e fissuras anais.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 40-60 g da planta (melhor se for
fresca) por cada litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas (xícaras) por dia.
Suco fresco: toma-se meio copo, 3 vezes por dia. Pode-se aromatizar com casca ou
suco de limão.
Uso externo: cataplasmas da planta fresca esmagada, que se aplicam sobre a região
afectada.

NOME COMUM: Pedra-ume-caá


NOME BOTÂNICO: Myrcia sphaerocarpa; M. multiflora.
FAMÍLIA: Mirtáceas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos e glicoproteínas.
PROPRIEDADES: É indicada como coadjuvante no tratamento da diabetes mellitus
(folhas) e hipertensão arterial. Anti-diarreica. Usada em gastroenterites e aftas. Tem
acção diurética e hipotensora.

NOME COMUM: Pepino cultivado.


NOME BOTÂNICO: Cucumis sativus L.
FAMÍLIA: Curcubitáceas.
GEOGRAFIA: Planta originária da Tartária e da Judéia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É rica em vitamina C e possui traços de outras vitaminas,
minerais, mucilagem, etc. Entre outros minerais, possui cálcio, fósforo e magnésio.
PROPRIEDADES: O suco é empregado na preparação de cosméticos, sendo muito
conhecido a pomada e o creme de pepino, no tratamento das doenças ligeiras da
pele, especialmente na irritação, acne, assaduras, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Cru, cozinhdo e em vinagre.

NOME COMUM: Pepino-de-são-gregório.


NOME BOTÂNICO: Esbolium elaterium L.
É uma planta cujo fruto é pequeno e verde, as flores são amarelas. O fruto quando
se desprende, deita pelo orifício as sementes pretas e um líquido cáustico. Não deve
ser empregue internamente, pois tem uma acção purgativa e vomitiva.
A raiz fresca e pisada emprega-se, exteriormente, nos tumores escrofulosos e outras
doenças. Também cozida (a raiz) com banha de porco (sem sal), é um óptimo
remédio para a sarna, a aplicar em dias alternados: cinco a seis fricções são
suficientes para a cura da sarna.

NOME COMUM: Perpétua roxa.


NOME BOTÂNICO: Gomphrena globosa, Xeranthemum annum L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 162
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em quase todo o continente português.
PARTES EMPREGADAS: Os capitulos, vulgarmente flores.
PROPRIEDADES: Expectorantes, contra a tosse e inflamação da garganta, com ou
sem afonia, rouquidão.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 25 gramas por litro de água, em forma de infusão.
Coar e adoçar com mel. Três chávenas (xícaras) por dia, a última ao deitar, bem
quente. Adoçar com mel. Para gargarejos: a mesma dose e mel.

NOME COMUM: Pessegueiro.


NOME BOTÂNICO: Prunea pérsica L.
GEOGRAFIA: Árvore que existe em todas as províncias de Portugal.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm minerais, vitaminas A, B e C, açúcar,
etc.
PROPRIEDADES: Diuréticas e laxativas.
MANEIRA DE PREPARAR: As folhas do Pessegueiro são empregadas
medicinalmente como purgativas: 30 gramas para 1 litro de água, em forma de
cozimento rápido, seguido de infusão: ½ a 1 hora. Duas chávenas (xícaras) por dia
(de manhã e à noite). Infusão de flores: 30 gramas por litro de água. São laxantes
brandos para as crianças e idosos.

NOME COMUM: Phelandrio.


NOME BOTÂNICO: Phelandrinna aquaticum L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
PARTES EMPREGADAS: Os mericarpos ou aquénios.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém nos frutos um óleo essencial, em que se
encontra, entre outros elementos químicos, uma substância oleosa, de natureza
tóxica, com o nome de felandrina. Também possui iodo.
PROPRIEDADES: Para a tosse.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 gramas por litro de água. Usar este remédio depois
de consultar um Naturopata ou um Homeopata.

NOME COMUM: Pêra.


NOME BOTÂNICO: Pyrus communis L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Cultiva-se em todas as regiões temperadas.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Frutose, vitaminas C, E e B. Potássio e ferro, cobre, zinco
e manganês. Taninos.
PROPRIEDADES:
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 163
MANEIRA DE PREPARAR: Crua: convém mastigá-la bem, especialmente se
apresentar uma polpa dura ou de textura arenosa (deve lavar-se bem a casca
por causa dos químicos usados).
Cozida: Torna-se de mais fácil digestão para quem tenha um aparelho digestivo
debilitado, mas ao ser cozida perde a maior parte das suas vitaminas e minerais.
Compotas e doces.

NOME COMUM: Petasite.


NOME BOTÂNICO: Petasites hybridus (L.) Gaerth
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Lugares húmidos e margens de correntes de água, em regiões frias e
temperadas de toda a Europa.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma e as folhas contêm inulina, pectina e
mucilagens, que a tornam expectorante e emoliente. Glicósidos e um óleo essencial.
PROPRIEDADES: Afecções respiratórias: pelo seu efeito antiespasmódico, dá bons
resultados no caso de asma bronquial, evitando que se apresentem crises agudas.
Também se usa como antitússico e expectorante nas bronquites e
broncopneumonias.
Afecções da garganta: indicada nas laringites, afonia e traqueíte.
Sudorífica: indicada nos catarros brônquicos e na gripe.
Antiinflamatória: externamente, as folhas frescas, aplicadas directamente ou
esmagadas, em cataplasmas, em caso de flebite, furúnculos e adenopatias (gânglios
inflamados).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplasmas com as folhas verdes
esmagadas.
ATENÇÃO: A petasite contém quantidades variáveis de alcalóides que podem ser
tóxicos para o fígado. Pode ser usado como remédio homeopatico.

NOME COMUM: Pimenta


NOME BOTÂNICO: Capsicum annum, Capsicum frutescens L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: É cultivado em quase todos os países do mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as variedades de pimentões contêm o alcalóide
capsicina (os picantes em maior proporção), além de carotenos e vitaminas
(especialmente a C).
PROPRIEDADES: Estimula a produção de sucos gástricos e intestinais, activando
todos os órgãos digestivos. É bom para quem sofra de digestões lentas ou pesadas,
para quem sofra de ptose gástrica e para os que tenham falta de apetite (as
digestões lentas podem ser significado de úlcera ou outra afecção perigosa, se essa
digestão lenta permanecer por muito tempo com ardor e dor deve urgentemente
contactar um médico).

NOME COMUM: Pimenta d’ água.


NOME BOTÂNICO: Polygonum hydropiper L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 164
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Regiões temperadas e húmidas da Europa e da América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: Todas as partes aéreas da planta fresca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial rico em
terpenos, flavonóides (rutina) e tanino.
PROPRIEDADES: Hemostática – internamente usa-se com êxito para estancar as
hemorragias das vias respiratórias (hemoptises) e urinárias (hematúria).
Externamente pode aplicar-se sem riscos para curar feridas que sangrem ou estejam
infectadas. Além de deter a hemorragia, é um excelente diurético.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 gotas da tintura, 3 vezes ao dia.
HISTÓRIA: As folhas secas e trituradas desta planta utilizam-se como sucedâneo da
pimenta, sobretudo nas épocas em que esta espécie escasseia. Dióscorides, já a
recomendava como revulsiva, aplicada externamente.
PRECAUÇÕES: Não exceder as doses no uso interno, já que se torna irritante para o
aparelho digestivo.

NOME COMUM: Pimenta preta, pimenteira.


NOME BOTÂNICO: Piper nigrum. L.
FAMÍLIA: Piperáceas.
GEOGRAFIA: Originária da Índia e dos países tropicais do Sudeste Asiático. O seu
cultivo estende-se actualmente a todas as regiões tropicais de ambos os hemisférios.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos secos com casca (pimenta negra), ou sem ela
(pimenta branca).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os grãos da pimenta contêm 2% de essência formada por
diversos hidrocarbonetos, de 2 a 4% de resina, e o alcalóide de sabor picante
piperidina, que se encontra sobretudo na casca (razão pela qual a pimenta negra é
mais forte do que a branca).
PROPRIEDADES: Tónico estomacal e digestivo: em pequenas doses, aumenta a
produção de sucos digestivos (saliva, suco gástrico, pancreático, etc). é carminativa
(reduz a formação de gases).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como condimento, a pimenta misturada
com os alimentos.
Usada em homeopatia internamente para vários problemas (ver Matéria Médica
Homeopática).
ATENÇÃO: Em grandes doses é irritativa das mucosas gástrica e urinária (inclusive
sangue na urina), assim como um aumento da pressão arterial.
O seu uso é desaconselhado em caso de gastrite, úlcera gastroduodenal, pancreatite,
hemorróidas e hipertensão.

NOME COMUM: Pimpinela Menor.


NOME BOTÂNICO: Sanguisorba minor Scop.; Poterium sanguisorba L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: cresce em ribanceiras, bosques e lugares incultos de toda a Europa
Central e Meridional, mas falta no Norte do continente europeu. Também se encontra
na América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta, incluindo a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém quantidades importantes de tanino,
um óleo essencial e vitamina C.
PROPRIEDADES: Adstringente e hemostática. Seca e coagula as mucosas da pele.
Obtiveram-se bons resultados no tratamento das gastrites e gastrenterites agudas,
inclusive acompanhadas de evacuações sanguinolentas (disenteria), e no tratamento
das enterocolites mucomembranosas (uma forma grave de diarreia) dos lactentes.
Carminativa e digestiva: pelo efeito do seu óleo essencial, reduz o conteúdo gasoso
do intestino, e facilita a digestão.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 165
Diurética: efeito suave e bem tolerado. Cicatrizante: usa-se externamente
para curar feridas e úlceras da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: brotos crus em saladas e outros pratos.
Decocção com 50-100 g de raiz por litro de água, durante 15 minutos. Podem-se
juntar também as partes aéreas da planta. Ingerem-se 4 ou mais chávenas (xícaras)
por dia.
Uso externo: loções com a mesma decocção que se usa internamente.
Compressas empapadas com o líquido da decocção.

NOME COMUM: Pipinela oficinal.


NOME BOTÂNICO: Sanguisorba officinalis L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Prados húmidos da Europa e da América do Norte. Encontra-se na
metade norte da Península Ibérica.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, incluindo a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é muito rica em tanino. Contém igualmente
saponinas, flavonas e vitamina C.
PROPRIEDADES: Adstringentes. Anti-hemorrágicas e anti-inflamatórias. Pela sua
acção adstringente seca as células superficiais da pele e as mucosas, e coagula os
pequenos vasos sanguíneos.
Internamente, o seu uso torna-se apropriado em diarreias agudas e crónicas,
disenterias e gastrites (inclusivamente as hemorrágicas).
Externamente, tanto a decocção como o sumo (suco) fresco aplicam-se em
compressas, para curar feridas e úlceras da pele; em gargarejos nos casos de
estomatite e faringite. Em lavagens anais, contra as hemorróidas (desinflama-as e
trava a hemorragia); e em irrigações vaginais em caso de leucorreia e vaginite.
HISTÓRIA: Esta planta foi descoberta e utilizada a partir do renascimento. Devido
ao facto que os seus ramalhetes florais terem o aspecto de coágulos de sangue,
acreditou-se que a planta poderia ser útil para o tratamento das hemorragias. Foram
utilizadas com este fim vários séculos e, recentemente, pôde verificar-se o acerto
daquela intuição.

NOME COMUM: Pilriteiro.


NOME BOTÂNICO: Cactus grandiflorus L.
FAMÍLIA: Cactáceas.
GEOGRAFIA: existe em quase todo o território português.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores: contêm glicósidos cardíacos, flavonóides e
captina, um alcalóide muito activo sobre o coração.
PROPRIEDADES: É empregada na insuficiência cardíaca e aórtica, na hipotensão
arterial, palpitações de origem nervosa. Arritmia, taquicardia. Tónico do coração.
MANEIRA DE PREPARAR: Extracto fluído: 1 a 5 gramas; tintura: 15 ou mais gotas,
duas vezes por dia. Também se usa a infusão: colher de café ou de chá por chávena
(xícara), duas vezes por dia.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 166

NOME COMUM: Pinheiro, pinheiro bravo.


NOME BOTÂNICO: Pinus pinaster L.
FAMÍLIA: Pináceas.
GEOGRAFIA: O pinheiro existe em quase todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: As gemas (brotos antes de se formarem as pinhas) e a
resina.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Terebintina (é uma oleorresina contida nas gemas e nas
camadas exteriores da casca do pinheiro, de onde exsuda naturalmente ou por
sangria. É formada por uma essência (20 a 30%), também chamada aguarrás, rica
em hidrocarboneto pineno, que se obtém por destilação; e uma resina (70 a 80%),
que também se chama colofónia ou resina de violino. A resina é o resíduo sólido que
fica depois de se ter volatilizado a essência.
PROPRIEDADES: Esta resina (colofónia) emprega-se em emplastros, linimentos e
ungüentos de acção rubefaciente e anti-reumática. A terebintina e a sua essência
possuem propriedades balsâmicas, anti-reumáticas, anti-sépticas, diuréticas,
depurativas, e previnem a formação de cálculos nas vias urinárias. Nas afecções
respiratórias: inalada, em fricções, ou ingerida por via oral, é de grande utilidade em
todo o tipo de afecções do aparelho respiratório (bronquite, asma, etc), assim como
em casos de constipações (resfriados), rinite e sinusite. Os banhos quentes com
gemas de pinheiro, ou com essência de terebintina, proporcionam um grande alívio
para os asmáticos.
Acção anti-inflamatória: aplicada externamente em banhos e fricções, a terebintina
ou a sua resina (colofónia) faz ruborescer a pele, desinflamando os tecidos profundos
(acção revulsiva). Obtêm-se excelentes resultados em todo o tipo de dores
reumáticas, quer sejam articulares quer musculares (lumbago, torcicolo, dores
cervicais, etc.) quer ainda provocadas por pancadas ou contracções.
Acção tonificante: Provou-se recentemente que a terebintina do pinheiro tem a
propriedade de estimular as glândulas supra-renais, o que se traduz num efeito
tonificante e revitalizador de todo o organismo. As fricções com terebintina, ou com a
sua essência, melhoram a evolução dos catarros brônquicos, assim como das
bronquites, tanto das crianças como dos adultos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se com 20 a 40 gramas de
pinheiro por litro de água. Tomar 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia.
Essência de terebintina: ingerir de 2 a 5 gotas, 3 a 4 vezes ao dia.
Uso externo: banhos: prepara-se uma decocção com 500 gramas de gemas de
pinheiro em 4 litros de água. Ferver durante meia hora. Filtrar e acrescentar à água
do banho (quente). Também se pode preparar um banho medicinal acrescentando 40
a 50 gotas de essência de terebintina à água da banheira.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 167
Fricções: friccionar, com um pano de algodão molhado em terebintina (ou a
sua essência), o peito dos bronquíticos, até que a pele adquira uma cor vermelha
saudável. O mesmo se aplica igualmente sobre as articulações ou os músculos
inflamados e doridos.
Inalações de vapor: Numa caçarola com um ou dois litros de água, acrescentar um
punhado de gemas (30 a 50 gramas) ou umas gotas de essência de terebintina.
Aquecer num fogão, inalar profundamente o vapor.
ATENÇÃO: A inalação ou ingestão em doses excessivas de terebintina ou da sua
essência podem provocar uma irritação do sistema nervoso central, sobretudo nas
crianças.

NOME COMUM: Pilosela, Orelha-de-rato, morugem.


NOME BOTÂNICO: Hieracium pilosella L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Prados e clareiras de bosques de toda a Europa, excepto da costa
mediterrânica. Difundida pela costa atlântica da América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, fresca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém uma grande quantidade de tanino, flavonóides.
Um óleo essencial, mucilagem e uma substância cumarínica derivada da
umbeliferona.
PROPRIEDADES: usada em: diarreias e disenterias: detém as defecações
sanguinolentas.
Edemas e nefroses (albuminúria), insuficiência renal: além de aumentar o volume da
urina, favorece a eliminação da ureia e desinflama os rins.
Hemorragias: a sua acção forte adstringente faz que, aplicada localmente, detenha
as hemorragias nasais (epistaxe). Tomado internamente, em infusão, também se usa
contra as menstruações excessivas.
Brucelose: os seus princípios antibióticos actuam selectivamente contra a Brucella
mellitensis, bactéria causadora da brucelose ou febre-de-malta. Comprovou-se que o
gado que pasta nos prados onde abunda a pilosela não sofre de brucelose. Reduz a
febre e faz cessar a sudação característica desta doença. Deve ser tomada durante
vários meses.
MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: infusão com 50 a 60 g de planta fresca por
litro de água, de que se tomam 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias adoçadas com mel.
Uso externo: tampões nasais: fazem-se com uma gaze ou algodão embebido na
infusão descrita para uso interno, mas mais concentrada (100-150 g por litro).
NOTA: O uso desta planta, apesar de remontar à Idade Média, não se encontra
muito divulgado, talvez devido a que, uma vez seca, a planta perde as suas virtudes
medicinais.

NOME COMUM: Pimentos, pimentões.


NOME BOTÂNICO: Capsicum annuum L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Própria da América Central. Cultivada em quase todo o mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (0,89%) e hidratos de carbono (4,43%), e
quase nenhuma gordura (0,19%). Provitamina A (beta-caroteno). Licopeno
(antioxidante), vitamina C. Flavonóides (antioxidantes). Capsaína. Fibra vegetal
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 168
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Afecções do estômago (acção aperitiva, estimulante da produção
de sucos gástricos e anti-inflamatória), dispepsia. Diabetes e obesidade. Preventivo
do cancro digestivo e do cólon.
MANEIRA DE PREPARAR: Cru, cozinhado ou em pó. Usado em Homeopatia.

NOME COMUM: Pistáchio, Pistácio.


NOME BOTÂNICO: Pistacia vera L.
FAMÍLIA: Anacardiáceas.
GEOGRAFIA: Próprio da Síria e do Oriente, onde já se cultivava antes de Cristo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (até 20,6% do seu peso), hidratos de carbono
(até 14%). Minerais (potássio, magnésio, fósforo e cálcio).
PROPRIEDADES: Tem uma acção anti-anémica (consumir de preferência com fruta
para potencializar a sua acção terapêutica).
MANEIRA DE PREPARAR: Torrados. Usado em pastelaria, confeitaria e em geldos.

NOME COMUM: Piteira.


NOME BOTÂNICO: Agave americana L.
FAMÍLIA: Amarilidáceas.
GEOGRAFIA: Planta originária da América Central, própria dos terrenos altos e
semiáridos. Extensamente cultivada no vale de Osaxaca (México). Encontra-se
naturalizada nos países mediterrâneos, especialmentes em parques e jardins.
PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e a seiva.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as plantas do género Agave contêm glicósidos
esteróides, entre os quais se destaca a hecogenina, assim como saponinas.
PROPRIEDADES: O efeito diurético e depurativo deve-se à raiz e às folhas. Limpeza
do sangue e em caso de edemas e retanção de líquidos. Usa-se tradicionalmente em
doenças infecciosas, em transtornos digestivos e em casos de icterícia ou de
hepatite.
Exteriormente, o suco ou seiva que emana do caule é vulnerário e cicatrizante.
Aplica-se em compressas sobre contusões e feridas da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 g de raiz ou de folhas secas
trituradas num litro de água, de que se bebem 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia,
adoçadas com mel.
Uso externo: compressas com o suco ou a seiva das folhas, que se aplicam sobre a
região da pele afectada.

NOME COMUM: Podofilo, Mandrâgora americana.


NOME BOTÂNICO: Podophyllum peltatum L.
FAMÍLIA: Berberidáceas.
GEOGRAFIA: Prados e bosques húmidos da região atlântica da América do Norte.
Não aparece na Europa.
PARTES EMPREGADAS: A resina da raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Podofilina – Resina da raiz.
PROPRIEDADES: Em doses baixas actua como purgante energético, mas muito bem
tolerado. Tem além disso efeito colagogo (esvazia a vesícula biliar).
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 169
Descobriu-se recentemente que tem uma acção antimitótica (impede a
divisão das células), pelo que se começou a usar com êxito no tratamento de
condilomas acuminados, verrugas, papilomas e outras tumorizações víricas da pele.
Está a investigar-se a sua aplicação no tratamento do cancro.
ATENÇÃO: Em doses elevadas, o podofilo pode provocar diarreias violentas e
inclusive a morte.

NOME COMUM: Primavera.


NOME BOTÂNICO: Prímula veris L.
FAMÍLIA: Primuláceas.
GEOGRAFIA: Esta planta existe em todo o continente português, onde floresce na
Primavera.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm pigmentos flavónicos; as raízes,
saponinas e heterósidos geradores de essência.
PROPRIEDADES: Diuréticas e depurativas. Útil também na tosse, doenças com
tosse. O óleo de Prímula tem as seguintes indicações: combate a artrite, protege
contra doenças cardiovasculares, doenças de pele, utilizada com sucesso na TPM,
fazendo com que a mulher não sofra depressão, ansiedade, irritabilidade, desânimo e
agressividade, efeitos estes comprovados em períodos que antecedem a
menstruação, e estimulante imunológico.
MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: raiz: 20 a 30 gramas por litro de água,
em forma de cozimento. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
Esta planta também é usada exteriormente, em forma de cataplasma, em regiões
com dor (reumatismo, etc).
Os Naturopatas e Homeopatas utilizam o óleo de Prímula em Cápsulas (1000 mg,
tomar uma a duas cápsulas por dia).

NOME COMUM: Poejo.


NOME BOTÂNICO: Menta pulegium L.; Menta tomentella.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Habita em todo o continente português e em outros países da Europa.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém óleo essencial (0,5 a 1%) à base
de pulegona, uma cetona não saturada. Contém também mentona, limoneno e
outras cetonas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 170
PROPRIEDADES: Digestivo e tónico estomacal: facilita os processos
digestivos, aumentando a secreção de sucos (gástrico, intestinal e pancreático) e
estimulando a motilidade do estômago e do intestino delgado. É carminativo (elimina
o excesso de gases) e combate as fermentações intestinais, acalmando as dores de
cabeça de origem digestiva. Aumenta também a secreção da bílis (efeito colagogo).
Deste modo deve ser usada sempre que se trate de facilitar os processos digestivos;
na hipocloridria (falta de sucos no estômago); nas digestões pesadas; nos casos de
meteorismo (excesso de gases) e de transtornos da vesícula biliar (disquinésias
biliares – vesícula preguiçosa).
Expectorante e antitússico: de utilidade nos catarros e na tosse convulsa.
Emenagogo e antiespasmódico: facilita a menstruação e acalma as dores que podem
acompanhá-la. Vermífugo: para expulsar os parasitas intestinais toma-se uma
chávena (xícara) bem cheia em jejum, durante 5 dias seguidos.
Anti-séptico: muito útil para bochechar em caso de mau hálito ou piorréia, e para
lavar as feridas da pele.
Inseticida: colocado em saquinhos entre a roupa, afugenta as traças. Esfregando o
pêlo dos animais domésticos com uma infusão concentrada, mata os parasitas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: uma vez tirada a água do lume, e
fervida, acrescentam-se 10 a 20 gramas de Poejo por litro de água e deixa-se ficar
durante alguns minutos em repouso. Pode-se adoçar com mel.
Como tónico digestivo, toma-se uma chávena (xícara) depois de cada refeição. Nos
casos de afecções brônquicas ou de transtornos da menstruação, ingere-se uma
chávena (xícara) bem quente de duas em duas horas.
Uso externo: bochechos com uma infusão mais concentrada do que para uso interno
(30 gramas por litro de água). Lavagens com a infusão concentrada.
ATENÇÃO: Embora não seja contra-indicado no caso de úlcera gastroduodenal,
deve-se usar com prudência e fora das épocas de crise.

NOME COMUM: Polígala da Virgínia.


NOME BOTÂNICO: Polygaia senega L.
FAMÍLIA: Poligaláceas.
GEOGRAFIA: Terrenos pedregosos do Leste da América do Norte. Cultivadas em
outras partes do mundo como planta medicinal.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, especialmente a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e especialmente a raiz, é muito rica em
saponinas, substâncias vegetais que, como o sabão fazem com que a água se torne
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 171
espumosa, por diminuir a sua tensão superficial. As saponinas mais
importantes são o ácido poligálico e a senegina, substâncias que aumentam as
secreções bronquiais.
PROPRIEDADES: O efeito desta planta é fazer com que o muco bronquial patológico
se torne menos viscoso, mais espumoso e abundante. Desta forma facilita-se a sua
expulsão e, com isto, a regeneração das mucosas respiratórias – mucolítica e
expectorante.
Devido ao seu conteúdo em saponinas tem uma acção laxante, e em doses altas,
provoca o vómito (emética).
MANEIRA DE PREPARAR: 15-20 g da planta para meio litro de água. Ferver. Coar
e tomar 5 chávenas (xícaras) por dia. Adoçar com mel.
HISTÓRIA: Os antigos gregos deram o nome de polígala às espécies europeias
desta planta (de poly, muito, e gala, leite), pois empregavam-na para aumentar a
secreção láctea dos animais domésticos – vacas e cabras.
OUTRAS ESPÉCIES: Polygala amara L. – que se cria no Norte da Europa e na Ásia
Ocidental.
Polygala rupestris L. – que se encontra repartida pelo Sul da Europa.

NOME COMUM: Polipódio.


NOME BOTÂNICO: Polypodium vulgaris L.
FAMÍLIA: Polipodiáceas.
GEOGRAFIA: Comum em todas as regiões temperadas do hemisfério norte.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém um princípio amargo glicosídico, saponina,
mucilagem e açúcares.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma.
PROPRIEDADES: Laxante suave e colagogo: indicado na prisão de ventre crónica e
de insuficiência ou congestão hepática, assim como em transtornos da vesícula biliar.
Expectorante e antitússico. Útil em casos de catarros bronquiais e de tosse seca.
Vermífugo: faz expulsar os parasitas intestinais.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de raiz num litro de
água, fazendo-se ferver até que fique reduzida a metade. Deixa-se repousar durante
umas horas e bebem-se todos os dias 3 ou 4 chávenas (xícaras).
Uso externo: pó de raiz: a dose habitual é de um grama, de uma a três vezes ao dia.

NOME COMUM: Psílio, Zaragatoa Erva das pulgas.


NOME BOTÂNICO: Plantago psillium L.
FAMÍLIA: Plantagíneas.
PROPRIEDADES: É o mais rico em mucilagena e, por isso, o mais utilizado em
medicina natural, como emoliente e laxante, mas especialmente como laxante.
Também se emprega, em virtude da sua mucilagem, como protector da mucosa
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 172
gástrica e duodenal. Os Naturopatas e Homeopatas empregam este Plantago
psillium na úlcera gástrica e duodenal, em conjunto com o Alcaçuz (Glycirriza
glabra), com magnífico proveito terapêutico.
MANEIRA DE PREPARAR: Colher (das de sobremesa ou de sopa), em jejum, e, se
necessário, antes de jantar ou ao deitar, juntamente com água, adoçada com mel.
Constitui um bom laxante, não originando dores.

NOME COMUM: Pulmonária.


NOME BOTÂNICO: Pulmonaria officinalis L.; Pulmunaria angustifólia
FAMÍLIA: Borragíneas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português e em outras floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém mucilagem, uma saponina, tanino, muitos
minerais (sílicia, etc).
PROPRIEDADES: Emoliente, expectorante, adstringente e reconstituinte do
parênquima pulmonar lesado.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas da planta por litro de água, em forma de
cozimento rápido, e infusão de 30 a 60 minutos.

NOME COMUM: Pulsatila.


NOME BOTÂNICO: Anemone pulsatilla L.; Pulsatilla vulgaris Miller.
FAMÍLIA: Ranunculáceas.
GEOGRAFIA: Pouco habitual, mas pode encontrar-se em bosques ou prados secos
de terras calcárias da Europa Central e Meridional. Cultivada em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores e a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta fresca contém anemonina, substância
irritante para a pele e para as mucosas. Contém além disso quantidades moderadas
de saponinas e de taninos.
PROPRIEDADES: Sedante: os seus extractos usaram-se na antiguidade como
sedativos, nos casos de tosses espasmódicas (tosse convulsa) e de cólicas digestivas,
e para combater a insónia.
Dismenorreia (regras dolorosas): esta é a sua aplicação mais importante, e também
em caso de regras escassas. Faz desaparecer as dores e regula o ciclo menstrual.
Insuficiência ovárica: verificou-se, embora não se saiba bem qual o mecanismo, que
a Pulsatilla estimula a actividade ovárica, especialmente a que se refere à secreção
da hormona foliculina. Indicada nos casos de insuficiência funcional dos ovários e
esterilidade.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: A Pulsatilla deve ser usada unicamente de
uma das seguintes formas:
Extracto: 0,05-0,3 g diários.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 173
Pó de raiz: 1-3 g diários.
ATENÇÃO: A planta fresca é muito tóxica, mas seca ou em extracto é insenta de
toxicidade.

NOME COMUM: Pupunha, Palmeira.


NOME BOTÂNICO: Bactris gasipaes L.
FAMÍLIA: Palmáceas.
GEOGRAFIA: América do Sul, especialmente na Colômbia, Venezuela e Equador.
PARTES EMPREGADAS: O fruto da palmeira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono (40% do seu peso), Vitamina A em
forma de carotenóides. Vitamina B1, B2, C e niacina. Cálcio, fósforo e ferro.
PROPRIEDADES: Desnutrição, emagrecimento, convalescença de doenças
debilitantes.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua. Cozida e torrada.

NOME COMUM: Quaresmas.


NOME BOTÂNICO: Saxifraga granulata L.
FAMÍLIA: Saxifragáceas.
GEOGRAFIA: Cria-se em terrenos húmidos e montanhosos de toda a Europa.
Abunda nos Alpes e nos Pirinéus.
PARTES EMPREGADAS: A raiz, as flores e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e sobretudo a raiz, contém taninos,
resinas, glicósidos e vitamina C.
PROPRIEDADES: Tem um notável efeito diurético e, possivelmente devido à
faculdade de alcalinizar a urina, ajuda a dissolver e expulsar os cálculos urinários.
Recomenda-se o seu uso para facilitar a eliminação de urina, especialmente em caso
de litíase urinária, de areias na urina e de cólicas renais.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão ou decocção com 40-60 g de planta
por litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia.
NOTA: As Quaresmas são uma das plantas mais eficazes para dissolver os cálculos
urinários.

NOME COMUM: Quássia.


NOME BOTÂNICO: Quassia amara L.
FAMÍLIA: Rutáceas.
GEOGRAFIA: É originária da Venezuela, Brasil e Panamá.
PARTES EMPREGADAS: A madeira das raízes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Um glucósido: a quassina. Possui, também, outro
princípio activo: quassina cristalizada e quassina amorfa. Esta planta contém, ainda,
outros elementos químicos, mas os indicados são os mais activos.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 174
PROPRIEDADES: Promovem a salivação, aperitivas, tónicas, digestivas,
febrífugas, estimulantes, etc.
Usado na debilidade geral, febres, falta de apetite, dispepsia, estimulante da célula
hepática, anemia, clorose, catarro crónico do estômago, estimulante biliar, na
diarreia crónica.
MANEIRA DE PREPARAR: Pó: 1 a 3 gramas por dia. Tisana: infusão ou maceração,
5 gramas por 1 litro de água.
Também é usada a tintura: 2 a 5 gotas por dia. A água de Quássia é obtida deixando
o liquido algumas horas num copo feito de madeira de Quássia ou de vidro.
ATENÇÃO: Não deve ser usada na estenose da uretra.

NOME COMUM: Quiabo.


NOME BOTÂNICO: Hibiscus esculentus L.
FAMÍLIA: Malváceas.
GEOGRAFIA: Próprio da Etiópia, a sua cultura estendeu-se às regiões quentes de
todo o mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (2%). Provitamina A (66 ug ER/100g).
Vitaminas B1, C e E. fibras. Mucilagens.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Úlcera do estômago, gastrite e afecções do estômago em geral.
Colites, de todo o tipo, incluindo a ulcerosa.
Afecções da garganta e bronquite: bebe-se o seu líquido mucilaginoso quente, com o
qual também se podem fazer gargarejos.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozinhado com limão. Assado.

NOME COMUM: Pariparoba.


NOME BOTÂNICO: Heckeria umbellata, pipper hilarinum, patomorphe umbellada.
FAMÍLIA: Piperaceae.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
PROPRIEDADES: Actua no fígado, baço, prejudicado pelo impaludismo; é calmante,
antiepiléptica, antiescorbútica.

NOME COMUM: Pêra.


NOME BOTÂNICO: Pirus communis L.
FAMÍLIA: Rosaceae.
GEOGRAFIA: Nativa na Europa e Ásia Central.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pectina, glucose, potassa, tanino, sais minerais, vitamina
A, B1, B2 e C.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Indicada como calmante de vómitos, anticólera, diurética e
digestiva.

NOME COMUM: Pinhão do Pará.


NOME BOTÂNICO: Araucaria angustifolia.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 175
FAMÍLIA: Araucariaceae.
GEOGRAFIA: Nativo no Brasil, da Serra da Bocaina ao Rio Grande do Sul e Paraguai.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, potassa, óleo, fécula, açúcar, proteínas e ferro.
PARTES EMPREGADAS: O pinhão.
PROPRIEDADES: Revigorante, antidiarreico, indicado nas doenças pulmonares.

NOME COMUM: Pinhão de pinheiro.


NOME BOTÂNICO: Pinus pinea L.
FAMÍLIA: Pináceas.
GEOGRAFIA: Próprio dos países mediterrânicos, embora se tenha aclimatado muito
bem em regiões quentes do continente americano.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm 61% de gorduras formadas maioritariamente por
ácidos gordos poli-insaturados como o linoleico e o pinolénico, muito importantes na
formação do tecido nervoso e na redução do nível do colesterol sanguíneo.
São também ricos em proteínas (11,6%) de alta qualidade biológica (completas),
assim como em vitamina B1 e em ferro (3 mg por 100 g).
PARTES EMPREGADAS: Os pinhões.
PROPRIEDADES: Afecções do sistem nervoso (pelo seu conteúdo em vitamina B1 e
em ácidos gordos essenciais). É recomendado às pessoas sujeitas a stress,
deprimidas, assim como aos estudantes.
Anemias e estados de debilidade orgânica, pelo seu grande contéudo nutritivo e
mineral. Afecções cardíacas e arteriosclerose, pela acção benéfica dos seus ácidos
gordos sobre as artérias.
MANEIRA DE PREPARAR: Crus: os pinhões crus têm um sabor muito agradável.
Come-se um punhado bem mastigado. Usados em diversas preparações culinárias.

NOME COMUM: Pitanga.


NOME BOTÂNICO: Eugenia pitanga.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Nativa dos solos de São paulo ao Rio Grande do Sul.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, potassa, pitanguina, glucose, vitaminas, sais
minerais.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as folhas.
PROPRIEDADES: Indicada no tratamento da gota, rins, reumatismo, antifebril e
antidiarreico.

NOME COMUM: Pitomba.


NOME BOTÂNICO: Talisia esculenta.
FAMÍLIA: Sapindaceae.
GEOGRAFIA: Nativa do Brasil, encontrada do Maranhão a São Paulo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Potassa, tanino, vitaminas e ferro.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 176
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurética, antidiarreica, febrífuga e anti-reumática.

NOME COMUM: Pata de vaca, unha de vaca, unha de boi.


NOME BOTÂNICO: Bauhinia fortificata, Bauhinia candicans.
FAMÍLIA: Leguminosae.
GEOGRAFIA: Árvore ou arbusto Sul-americano
PARTES EMPREGADAS: Folhas, as raízes e flores, caule e casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém taninos, esteróides, pinitol, colina, trigonelina,
glicósidos, ramnosídeos, astragolina, flavonóides (Kaempferol, rutina e quercitina) e
mucilagens.
PROPRIEDADES: As raízes são vermífugas, as flores purgativas.
As folhas são procuradas para o tratamento da diabetes; são diuréticas, calmantes,
digestivas. A casca e o caule são expectorantes.
Usado na hipercolesterolemia, parasitoses intestinais, elefantíase e na prisão de
ventre.

NOME COMUM: Picão.


NOME BOTÂNICO: Bidens filosa.
FAMÍLIA: Compositae.
GEOGRAFIA: Nativo na Europa. Ásia, América do Sul.
PARTES EMPREGADAS: Folhas, fruto e caule.
PROPRIEDADES: As folhas são utilizadas em emplastros para aliviar inflamações,
abcessos, furúnculos.
É recomendado como hepático, diurético, antifebril, antigripal.

NOME COMUM: Quebra pedra.


NOME BOTÂNICO: Phylanthus niruri L.
FAMÍLIA: Euforbeáceas..
GEOGRAFIA: Planta brasileira que também existe em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, a raiz e o caule.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Filantina, tanino, matérias pépticas.
PROPRIEDADES: Emprega-se nas areias e pedras dos rins e da bexiga, na cistite e
no prostatismo. Também há quem use a planta nas diabetes.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 15 gramas por litro de água. Duas a três chávenas
(xícaras) por dia, fora das refeições.
NOTA: Em Homeopatia eu uso o Phylanthus niruri a 4 CH juntamente com o
Equinodorus grandiflorus a 4 CH (Chapéu de couro) para a litiase renal e vesicular
com óptimo sucesso.

NOME COMUM: Queiró.


NOME BOTÂNICO: Erica cinérea e Erica umbellata.
GEOGRAFIA: Flora Portuguesa e outras.
PARTES EMPREGADAS: sumidades floridas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 177
PROPRIEDADES: Propriedades diuréticas, litontríticas e anti-sépticas das
vias urinárias (doenças inflamatórias e na calculose dos rins e bexiga).
MANEIRA DE PREPARAR: Sumidades floridas: 20 a 30 gramas para 1 litro de água,
estando uma hora de infusão, depois de ter fervido alguns minutos. Tomar três
chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa o extracto fluido desta
planta nas doenças referidas, na dose de colher de café, diluída em água, e tomar
duas vezes por dia.
NOTA: O Queiro faz parte das espécies diuréticas e litontríticas, podendo substituir,
em caso de necessidade, a Arenária rubra, o Quebra pedras e outras plantas
empregadas nos cálculos e areias dos órgãos urinários.

NOME COMUM: Quenopódio-bom-henrique.


NOME BOTÂNICO: Chenopodium bonus-Henricus L.
FAMÍLIA: Quenopodiáceas.
GEOGRAFIA: Frequente nas bermas de caminhos e proximidade de lugares
habitados em zonas montanhosas de toda a Europa. O Chenopodium album L. é
frequente em Portugal.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é rica em saponinas; sais minerais,
especialmente de ferro; e vitamina C.
PROPRIEDADES: É depurativa, suavemente laxante e anti-anémica. Tem também
um efeito vermífugo.
A sua propriedade mais importante é a vulnerária e emoliente em uso externo. As
folhas aplicam-se esmagadas em cataplasmas, ou mesmo directamente sobre
abcessos (acelera a sua maturação), furúnculos, e sobre úlceras ou chagas de difícil
cicatrização.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: verdura: pode comer-se cru ou cozinhado.
Uso externo: cataplasmas: as folhas podem-se aplicar directamente sobre a pele
afectada, ou então esmagadas em cataplasmas, fixando-as com uma ligadura e
renovando-as em duas ou de três em três horas.

NOME COMUM: Quina.


NOME BOTÂNICO: Cinchona officinalis L.
FAMÍLIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: América do Sul, Equador, Bolívia, Peru, etc.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: matéria graxa, minerais, amido, goma, quinovina, ácido
químico quinotónico, quinidina, quinocidina, etc. O alcalóide mais importante é a
quinina.
PROPRIEDADES: tónicas, digestivas, febrífugas, etc.
Paludismo (malária): é provavelmente a doença que afecta o maior número de
pessoas do mundo. Caracteriza-se por acessos de febre alta e sudação,
acompanhados de sonolência, cefaleia, náuseas e anemia. É causada por diversos
protozoários do género plasmodium, que parasitam os glóbulos vermelhos do
sangue, depois de terem sido inoculados pela picada do mosquito anófele.
Os alcalóides da Quina são muito úteis para tratar a fase aguda do ataque palúdico:
baixam a febre, aliviam a dor de cabeça e as náuseas, e fazem desaparecer o mal-
estar geral produzido pela doença. A casca é utilizada para este fim desde o tempo
dos Incas.

Estados febris: a quina faz baixar a febre causada por muitas outras doenças
infecciosas, além do paludismo. O seu efeito benéfico torna-se mais eficiente devido
ao facto de favorecer a eliminação de toxinass anguíneas, tanto pela pele como pela
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urina (acção depurativa). O seu uso é indicado em gripe, nas infeções víricas
e em todo o tipo de infecções crónicas.
Inapetência: tem um efeito aperitivo e tonificante acentuado. Além disso são muito
digestivas e combatem as fermentações intestinais.
Cicatrizante: externamente é um bom anti-séptico e favorece a cicatrização. Usa-se
em bochechos e gargarejos em caso de estomatite, aftas, piorreia e faringite.
Tónico capilar: dá bons resultados em certos tipos de alopecia (queda do cabelo).
MANEIRA DE PREPARAR: Internamente é empregado o pó, o extracto fluído, o
vinho, a tintura, o xarope, etc.
Como cozimento ou maceração: Quina: 20 gramas; água: 1 litro. Pode ferver 2 a 4
minutos, estando de infusão 1 hora. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, às
refeições ou no intervalo destas.
Uso externo: compressas com uma decocção com 30-40 g de casca por litro de água.
Ferver durante 10 minutos. Com o líquido resultante, empapam-se compressas que
se colocam sobre a pele ou o couro cabeludo, durante 10 minutos, três vezes ao dia.
Gargarejos e bochechos com esta mesma decocção.

NOME COMUM: Quitoco.


NOME BOTÂNICO: Pluchea quitoc.
FAMÍLIA: Asteráceas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os caules.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Terpenos voláteis.
PROPRIEDADES: Casos de bronquite crónica. Dispepsia, flatulência, ansiedade,
insónia e nas dores de origem reumática.

NOME COMUM: Rábano rústico.


NOME BOTÂNICO: Cochlearia armoracea L.
FAMÍLIA: Crucíferas.
PARTE EMPREGADA: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo volátil acre, resina, princípio extractivo, açúcar,
goma, amido, sais minerais, albumina, ácido cítrico, acetato e sulfato de cal, enxofre,
vitaminas, etc.
PROPRIEDADES: antiescorbútico, diurético, anticatarral (brônquios), etc. Está
indicado na doença dos rins. É estimulante do estômago e excitante.Deve ser
empregado quando estiver fresca, pois a secagem faz-lhe perder propriedades.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 30 gramas por litro de água. Duas a três
chávenas (xícaras) por dia. Em salada: fatias finas, associadas à cenoura ralada,
alface, etc. Também se emprega o suco: 15 a 20 gramas por dia, diluído num pouco
de água.

NOME COMUM: Rabanete e rábano.


NOME BOTÂNICO: Raphanus sativus L.
FAMÍLIA: Crucíferas.
GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glicósido sulfurado (gluco-rafenina)
que, por hidrólise enzimática, se transforma em rafanol. Contém sais minerais e
vitaminas B e C.
PARTES EMPREGADAS: A raiz fresca.
PROPRIEDADES: Afecções hepatobiliares: aumenta a produção de bílis pelo fígado
(efeito colagogo), o que o descongestiona e desintoxica. Ao mesmo tempo melhora o
funcionamento da vesícula biliar, ao favorecer a evacuação correcta da bílis para o
duodeno. O rabanete é pois muito indicado nos casos de hepatite aguda e crónica,
doença gorda do fígado, cirrose, intoxicação hepática por fármacos, produtos
químicos ou cogumelos, assim como nas dispepsias biliares (vesícula preguiçosa).
Pode contribuir para regenerar o fígado na hepatite alcoólica e no caso de
degenerescência gorda produzida pelo álcool ou por outros tóxicos.
Afecções respiratórias: é mucolítico (amolece a mucosidade), expectorante e
antibiótico. Muito indicado em catarros brônquicos, bronquites e laringites, e de
modo especial nas sinusites. Trata-se de um remédio auxiliar nas curas de
desintoxicação do tabaco.
Aperitivo e diurético.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: cru em saladas, é um condimento saudável
e curativo.
Sumo (suco) fresco da raiz, à razão de 50 a 125 ml, três vezes por dia, antes das
refeições e adoçado com mel ou açúcar escuro.
Xarope de rabanete ou rábano: cortar às rodelas, depois acrescentar açúcar
mascavo, cortar mais rodelas e acrescentar açúcar, e continuar até fazer 5 camadas
com as rodelas e o açúcar. Deixar fermentar por 5 horas. Depois de fermentar vai
criar um liquido. Tomar várias vezes ao dia.
OUTRAS ESPÉCIES: O saramago, rábano-silvestre (Raphanus raphanistrum L.). as
suas propriedades não são as mesmas que as do rabanete vulgar (Raphanus sativus
L.); as sementes contêm um alcalóide, a sinalbina, que, pela acção da enzima que o
acompanha, se transforma em essência de mostarda.
O rábão-rústico (Armoracia rusticana Gaerth = Cochlearia armoracia L.), é também
chamado rábão maior. Obtêm-se dele um extracto conhecido como PDG (peróxido de
difenilglioxal). Administrado a doentes de esclerose múltipla.

NOME COMUM: Rauvólfia.


NOME BOTÂNICO: Rauwolfia serpentina Benth
FAMÍLIA: Apocináceas.
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GEOGRAFIA: Originária das regiões tropicais da Ásia, especialmente da
Índia, onde se cultiva para fins medicinais. Actualmente também se cultiva na
América Central.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz desta planta contém cerca de vinte tipos diferentes
de alcalóides, dos quais o mais importante é a reserpina.
PROPRIEDADES: hipotensoras (produz uma descida da pressão arterial) e sedativas
do sistema nervoso, tudo isto como resultado da sua acção depressora sobre os
centros subtropicais e talâmicos do cérebro.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó da raiz: a dose média é de 100-200 mg,
duas vezes ao dia. Ingere-se dissolvida num pouco de água. A dose máxima é de
1000 mg (1 g por dia).
HISTÓRIA: A Medicina Tradicional da Índia utiliza a raiz desta planta desde tempos
remotos, como antídoto contra picada de serpentes e aranhas, e para acalmar os
nervos.

NOME COMUM: Ratânia.


NOME BOTÂNICO: Krameria trianda.
FAMÍLIA: Poligáleas.
GEOGRAFIA: América do Sul.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz da Ratânia possui: cera, goma, açúcar, princípio
volátil (a ratanina), um glucósido, um princípio amorfo, o ácido rataniatânico, etc.
PROPRIEDADES: Propriedades adstringentes (apertando os tecidos e vasos
sanguíneos) têm oportunidades nas hemorragias uterinas, diarreias, fissura do anus.
MANEIRA DE PREPARAR: Em pó, tisana, em cozimento, extracto, xarope, tintura,
etc. As doses serão conforme a idade.
Extracto da Ratânia: 1 a 5 gramas em poção. Tintura: 3 a 5 gotas por dia, segundo
prescrição de um Naturopata ou Homeopata. Xarope: 10 a 60 gramas. Tisana: 20
gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento.

NOME COMUM: Ricínio.


NOME BOTÂNICO: Ricinus comunis L.
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FAMÍLIA: Euforbiáceas.
GEOGRAFIA: Originário da África tropical e difundido pelas regiões temperadas de
todo o mundo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm: cerca de 50% de óleo, ricinina (um
alcalóide) e ricina, uma glucoproteína muito tóxica (aglutina os glóbulos vermelhos
do sangue) que fica na polpa da semente depois de se extrair o óleo.
PROPRIEDADES: Nas doses recomendadas, o óleo de ricínio produz, algumas horas
depois de ingerido, um efeito purgante suave, não irritante, sem cólicas nem
contracções. Resolve eficazmente os casos de prisão de ventre, inclusive nas
crianças. No entanto, quando se trate de prisão de ventre crónica, é preferível
adoptar medidas dietéticas e outros laxantes mais suaves. É também útil para
expulsar parasitas intestinais.
Externamente, tanto o óleo como as folhas da planta são emolientes e cicatrizantes.
Aplicam-se em eczemas, herpes, erupções, feridas, queimaduras, e contra a calvície,
tanto em loções como em cataplasmas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como purgante, de 5 a 10 gramas de óleo
nas crianças, e de 15 a 30 gramas nos adultos, tomado de manhã em jejum.
Uso externo: loções com o óleo sobre a região da pele afectada. Cataplasmas com as
folhas frescas esmagadas.
ATENÇÃO: a ingestão de 3 sementes pode ser mortal para uma criança, e de 10 ou
15, para um adulto.
HISTÓRIA: Dioscórides, no século I d.c, já conhecia as propriedades purgativas do
óleo de ricínio, todavia, este só começou a ser usado na Europa a partir do século
XVIII.

NOME COMUM: Romãzeira, Romeira.


NOME BOTÂNICO: Punica granatum L.
FAMÍLIA: Punicáceas.
GEOGRAFIA: Originária da Mauritânia, existindo em todo o continente português.
PROPRIEDADES: A casca dos frutos e as membranas que os dividem internamente
também proporcionam uma certa acção vermífuga, ainda que menor do que a casca
da árvore. As flores e a casca do fruto (romã) são adstringentes e levemente
diuréticas. São indicadas nos seguintes casos: diarreias, gastrenterite e colite,
tomadas em infusão. Gengivite (inflamação das gengivas) e peridontite ou
parodontose (inflamação do tecido que segura os dentes aos maxilares). Faringite e
amigdalite, em gargarejos. Leucorreia (corrimento branco), aplica-se em irrigações
vaginais.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: maceração em meio litro de água, durante
24 horas, de 60 a 90 gramas de casca da raiz, seca. No dia seguinte põe-se a ferver
em lume brando até que o líquido fique reduzido a metade. Toma-se repartido em 2
ou 3 dias, de manhã em jejum. Pode-se adoçar com mel ou aromatizar com essência
de hortelã-pimenta. Para as crianças em idade escolar, basta utilizar 20 a 30 gramas
de casca da raiz. Convém beber uma tisana laxante duas horas depois de cada toma.
Infusão de flores: 20 a 30 gramas por litro de água. Pode-se acrescentar a casca de
uma romã por cada litro. Vai-se tomando à razão de uma colher de sopa de hora a
hora, enquanto durar a diarreia.
Uso externo: Bochechos e gargarejos com a mesma infusão de flores e casca de
romã que foi feita para uso interno. Lavagens e irrigações vaginais com esta infusão
bem filtrada.

HISTÓRIA: Nos túmulos egípcios de há mais de quatro milênios, têm-se encontrado


restos de romãs. Também eram apreciadas pelo povo israelita. Os gregos
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 182
consideravam-nas como o símbolo do amor e da fecundidade. Não admira
que a árvore das romãs tenha sido consagrada à deusa Afrodite, pelas pretensas
virtudes afrodisíacas dos seus frutos.
Dioscórides, no primeiro século da nossa era, já recomendava a raiz da romãzeira
“para expulsar os vermes largos do ventre”, referindo-se sem dúvida às ténias.
A romãzeira é uma árvore muito bela e viajada. Os Fenícios trouxeram-na da Ásia
Ocidental para o Mediterrâneo, e os Romanos, e posteriormente os Árabes,
espalharam-na por todos os países do Sul da Europa. Os Espanhóis levaram-na para
a América, onde se estendeu por todo o continente.
ATENÇÃO: A casca da raiz da romãzeira não se deve administrar a pessoas débeis
ou nervosas, a crianças lactentes ou a mulheres grávidas. Não exceder as doses
indicadas.

NOME COMUM: Rosa canina.


NOME BOTÂNICO: Rosa canina L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Planta comum em todo o continente português e na ilha da madeira.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (ou síncones), vulgarmente cinobastos e,
privados dos aquénios.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém vitaminas (C e outras), minerais, açúcar,
substâncias adstringentes, etc.
PROPRIEDADES: Toda a planta é medicinal. As folhas e as flores são adstringentes,
empregadas externamente nas anginas, estomatites, etc. Os frutos (cinórrodos)
empregam-se nas diarreias; tonificantes e anti-escorbúticos: úteis em caso de
esgotamento físico, astenia, fadiga Primaveril e convalescenças.
Imunoestimulantes: os frutos usam-se como estimulantes para prevenir gripes e
constipações (resfriados). Muito recomendáveis em todas as doenças infecciosas,
especialmente nas infantis.
Diuréticos e depurativos: recomendam-se na hidropisia (retenção de líquidos);
alimentação sobrecarregada, rica em carnes e produtos de origem animal; gota e
artritismo; e sempre que seja precisa a acção de um diurético suave com
propriedades depurativas.
MANEIRA DE PREPARAR: As folhas e as flores empregam-se, na percentagem de
30 gramas por litro de água, em infusão, para lavagens, irrigações, etc.

NOME COMUM: Rosa Pálida.


NOME BOTÂNICO: Rosa centifolia L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
Emprega-se em medicina caseira, em forma de xarope, como laxante para crianças e
idosos.

NOME COMUM: Rosa rubra, Roseira.


NOME BOTÂNICO: Rosa gálica L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 183
FAMÍLIA: Rosáceas.
PARTES EMPREGADAS: Os botões (flores abertas), vulgarmente Rosas rubras.
Alguns autores recomendam antes as pétalas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, ácido gálico, ácido tânico, matérias
corantes, matéria graxa, etc.
PROPRIEDADES: Adstringentes, amargas, tónicas.
As pétalas das roseiras têm as seguintes aplicações:
Afecções ginecológicas: a infusão das pétalas usa-se em irrigações vaginais em caso
de leucorreia, vaginite, cervicite (inflamação do cólo do útero). Torna-se muito
apropriado para a higiene dos órgãos genitais externos femininos, aplicada em
lavagens e irrigações.
Afecções digestivas: úteis para travar as diarreias de diversas origens. A sua acção
adstringente é suave, mas é completada pelo seu poder anti-séptico.
Afecções respiratórias superiores: tanto bebida como aplicada em gargarejos,
bochechos e lavagens nasais, a infusão de pétalas ou a água de rosas são eficazes
em caso de catarro nasal, sinusite, faringite e rouquidão.
Afecções oculares: a infusão de pétalas é excelente em lavagens oculares nos casos
de irritação e conjuntivite, especialmente para as crianças. Alivia a comichão
(coceira), desinflama as delicadas mucosas da conjuntiva ocular e exerce uma acção
anti-séptica interessante.
Doenças psicossomáticas: a infusão de pétalas acalma o stress, a insónia e outros
transtornos nervosos relacionados com a génese da úlcera gastroduodenal, a angina
de peito, a asma brônquica e o cólon irritável.
Cuidados da pele: a água de rosas tonifica a pele, limpa a cútis e combate as rugas e
a acne.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-30 g de pétalas por litro de
água, de que se tomam 4-6 chávenas (xícaras) adoçadas com mel.
Uso externo: a mesma infusão que se emprega externamente, usa-se em:
gargarejos, bochechos e lavagens nasais, lavagens oculares, lavagens e irrigações
vaginais, loções e compressas sobre a pele.
Água de rosas: prepara-se nos laboratórios por destilação ou por dissolução da
essência.
Mel rosado: 5 gramas de Rosas rubras em 50 gramas de água a ferver, estando 12
horas de infusão. Coar e juntar-lhe 50 gramas de mel. Evaporar em lume brando, até
ficar reduzido a consistência xaroposa.

NOME COMUM: Ruibarbo.


NOME BOTÂNICO: Rheum officinale Baillon.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 184
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central e Oriental, especialmente da China. A sua
cultura estendeu-se ao mundo inteiro.
PARTES EMPREGADAS: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém derivados antracénicos (antraquinonas
livres e glicósidos). Taninos.
PROPRIEDADES: Laxante e purgante. Adstringente e tonificante do aparelho
digestivo.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó da raiz: apresenta-se habitualmente sob
a forma de comprimidos. Recomenda-se sempre iniciar o tratamento com doses
baixas. Dose máxima para adultos: 3 g diários; para as crianças pequenas, não
exceder os 0,05 g por ano de idade.
ATENÇÃO: O uso continuado de Ruibarbo pode produzir colite. Desaconselha-se nos
seguintes casos:
Gravidez, menstruação e hemorróidas, pois provoca uma congestão sanguínea nos
órgãos pélvicos, inconveniente nestes casos; litíase renal, pelo seu abundante
conteúdo em oxalatos, que entram na composição dos cálculos renais.

NOME COMUM: Serenoa, Sabal.


NOME BOTÂNICO: Serenoa repens Bartram; Sabal serrulata Schult.
FAMÍLIA: Palmáceas.
GEOGRAFIA: Dunas arenosas e regióes costeiras do Sudeste dos Estados Unidos,
principalmente na Flórida. Também se encontra em algumas regiões da América
Central.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos maduros.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O extracto lipídico que se obtém dos frutos, após
dissolução num meio gordo, contém diversos fitosteróis, especialmente o beta-
sitosterol; um álcool treterpénico (ciclartenol); e álcoois gordos alifáticos de alto peso
molecular.
PROPRIEDADES: Acção anti-inflamatória sobre a próstata (o seu mecanismo de
acção de tipo hormonal, impede a acção proliferativa dos androgénios sobre o tecido
prostático).
Próstata: o uso da serenoa ou sabal, torna-se muito útil em caso de hipertrofia ou de
adenoma da próstata. Detém o crescimento da glândula e reduz notavelmente as
doenças urinárias, próprias da síndrome prostática: disúria (dificuldade de urinar),
polaquiúria (necessidade de urinar muitas vezes) e tenesmo vesical (sensação
permanente de vontade de urinar). Também é indicado no caso de prostatites, tanto
agudas como crónicas. Diuréticas
MANEIRA DE PREPARAR: Frutos frescos maduros: podem-se comer 50-100 g por
dia.
Frutos cozidos: 50-100 g diários.
Extractos que fazem parte da composição de diversos preparados farmacêuticos.

NOME COMUM: Sabina.


NOME BOTÂNICO: Juniperus Sabina L.
FAMÍLIA: Coníferas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: resina, óleo volátil, ácido gálico, princípio
extractivo, sais, clorofila, etc.
ATENÇÃO: Esta planta só deve ser empregada por aconselhamento de um
Naturopata ou Homeopata, pois a sua ingestão (infusão, cozimento, tintura, pó,
extracto, etc) pode causar o aborto e outros fenómenos patológicos mais ou menos
graves.

NOME COMUM: Sabugueiro.


NOME BOTÂNICO: Sambucus nigra L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 185
FAMÍLIA: Caprifoliáceas.
GEOGRAFIA: Muito vulgar em todo o continente português, fazendo parte de outras
floras da Europa.
PARTES EMPREGADAS: Bagas, flores (cimeiras), casca da raiz e do caule.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores do Sabugueiro contêm: óleo volátil. As bagas
encerram: ácido málico, ácido cítrico, açúcar, goma e matéria corante rubra. A casca
contém ácido valeriânico, ácido tânico, goma, açúcar, sais, matéria extractiva, etc.
As bagas contêm ácidos orgânicos, açúcares, vitamina C e um glicósido cianogenético
(sambunigrina), de toxicidade discutida, embora em quantidades moderadas são
inofensivas.
PROPRIEDADES: Sudoríficas e diuréticas, estando por isso, indicada nas doenças
em que é necessário provocar a sudação e a diurese, como, por exemplo,
constipações (resfriados), gripe, reumatismo, gota, sarampo, varíola, etc.
As flores são indicadas em: catarros, constipações (resfriados) e gripes: provocam
uma sudação abundante e uma acção depurativa e descongestionante. Também
acalmam a tosse.
Doenças eruptivas infantis: no sarampo, rubéola e escarlatina, com sudação
provocada pelo sabugueiro eliminam-se substâncias residuais (toxinas), e desce a
febre.
Afecções da garganta: em bochechos e gargarejos, a infusão de flores é muito
recomendável nos casos de faringite, estomatite e amigdalite.
Afecções cutâneas: em caso de furúnculos, eczemas, acne e outras dermatoses, dão
muito bons resultados, as compressas e as lavagens com a infusão de flores.
Conjuntivites: aplicam-se compressas sobre os olhos e/ou lavagens oculares com a
infusão de flores.
MANEIRA DE PREPARAR: Flores: infusão de 10 a 15 gramas por litro de água.
Casca (segunda casca) e como purgativo: um litro de água em forma de cozimento.
Também se empregam, externamente, as folhas, em forma de cataplasma, nas
inflamações, como resolutivo, etc.
Para promover a sudação, a infusão das flores deve ser tomada quente, havendo o
cuidado em tapar bem o doente, para facilitar a acção sudorífica da planta, a qual
promove, pela sudação a eliminação de toxinas. O Sabugueiro pode ser substituído,
em caso de necessidade, quando se pretende provocar a sudação, pela Borragem
(Borrago officinalis).

NOME COMUM: Sabugueiro bravo, Ébulo.


NOME BOTÂNICO: Sambucus ebulus L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 186
FAMÍLIA: Caprifoliáceas.
GEOGRAFIA: Difundido pelas orlas de bosques e terrenos frescos de toda a Europa.
Naturalizado no continente humano.
PARTES EMPREGADAS: A raiz e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido, óleo essencial, tanino
e saponina.
PROPRIEDADES: Diurético: em casos de edemas (retenção de líquidos nos tecidos)
ou de insuficiência renal.
Sudorífico: nas afecções febris (constipações, gripe, paludismo, etc.).
Anti-reumático: A decocção ou o extracto alcóolico empregam-se externamente em
compresas ou fricções para acalmar as dores reumáticas.
Insecticida: as folhas frescas ou o líquido da decocção, aspergido, afuguentam os
insectos.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 30 g de folhas e/ou raiz por
litro de água. Ferver durante 5 ou 10 minutos. Tomam-se até 3 chávenas (xícaras)
por dia.
Uso externo: compressas numa decocção como a usada internamente. Também se
podem aplicar com o extracto alcóolico.
Fricções com a decocção ou o extracto alcóolico.
ATENÇÃO: Não exceder as doses prescritas de raiz e folhas. As bagas são muito
tóxicas.

NOME COMUM: Saião curto.


NOME BOTÂNICO: Sempervivum tectorum L.
FAMÍLIA: Crassuláceas.
GEOGRAFIA: Regiões de penhascos, muros velhos e ruínas na Europa Central e
Meridional. Cultivada como planta ornamental em pátios e jardins.
PARTES EMPREGADAS: As folhas frescas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém taninos, ácido málico e fórmico. Mucilagens
PROPRIEDADES: Adstringente, anti-séptica, emoliente e vulnerária.
Afecções da pele e das mucosas: as irritações da pele, assim como os calos, frieiras,
queimaduras, feridas infectadas e hemorróidas, melhoram quando se aplica o Saião
curto, quer em cataplasmas quer em compressas, banhos ou lavagens – isto deve-se
à sua acção emoliente (anti-inflamatória) e vulnerária (cicatriza feridas e cura
contusões).
Queimaduras leves: as compressas aliviam o ardor e a irritação próprios da pele
queimada. Aplicam-se alternando o seu uso com o de óleo de amêndoas amargas.
MANEIRA DE PREPARAR: O seu uso é exclusivamente externo.
Uso externo: cataplasmas com as folhas esmagadas. Mantém-se durante 20-30
minutos, e aplica-se de 2 a 4 vezes por dia.
Compressas empapadas no suco fresco. Aplicam-se durante o mesmo tempo e com a
mesma frequência que as cataplasmas.
Banhos e lavagens: fazem-se com o suco fresco das folhas diluído em água, na
proporção de 50 ml de suco por cada litro de água.

NOME COMUM: Salgueirinha.


NOME BOTÂNICO: Lythrium salicaria L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 187
FAMÍLIA: Salicíneas.
GEOGRAFIA: Toda a Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um glucósido: vitexina. As flores e a
raiz contêm tanino polifenólico e pectina, óleo essencial, etc.
PROPRIEDADES: Antidiarreicas, hemostáticas, adstringentes e outras. Tem
actuação nas perdas de sangue por qualquer via, nas úlceras varicosas (emprego
interno e externo), em certas doenças da pele, no prurido vulvar (vagina), etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das sumidades floridas: 30 gramas por litro de
água. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também é usado o
extracto mole e o extracto fluido: 3 a 5 gramas nos adultos, e metade, ou menos,
nas crianças. Os Naturopatas recomendam o xarope às crianças para os tratamentos
de enterites.

NOME COMUM: Salgueiro-branco.


NOME BOTÂNICO: Salix Alba L.
FAMÍLIA: Salicáceas.
GEOGRAFIA: Comum em bosques húmidos e terrenos pantanosos de toda a Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as flores contêm: taninos que lhe conferem
acção adstringente e tónica. Assim como sais minerais e matérias corantes. Porém o
seu princípio activo mais importante é o glicósido salicina, contido também nas
flores, que por acção da enzima glucosidase pode transformar-se em glicose e
saligenina. E esta, por oxidação, converte-se em aldeído salicílico, e depois em ácido
salicílico. A partir deste ácido obtém-se facilmente o ácido acetilsalicílico ou aspirina.
PROPRIEDADES: Devido ao seu conteúdo em salicina, o salgueiro possuí
propriedades febrífugas, analgésicas, antiinflamatórias, anti-reumáticas e
ligeiramente antiespasmódicas e sedantes.
Indicado em dores (dores do tipo reumático, assim como dores nas mulheres –
dismenorreia (regras dolorosas), espasmos uterinos).
Febrífugo (em todas as doenças febris), excitação nervosa (nervosismo, ansiedade e
insónia). Externamente o Salgueiro usa-se para lavar úlceras da pele (chagas),
assim como para irrigações vaginais em caso de leucorreia.
O uso das folhas e flores do Salgueiro tem a vantagem de não ser contra-indicado
em pacientes que tenham problemas gástricos, como a aspirina o é.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 30 gramas de casca e/ou
folhas por litro de água, durante 15 a 20 minutos. Deixa-se repousar mais um
bocado, e tomam-se 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, que se podem adoçar com
mel.
Pó: pode obter-se triturando a casca num moinho de café. Administra-se dissolvido
em água com mel, antes de cada refeição, à razão de 3 a 5 gramas (uma colher de
café) em cada toma.
Infusão: com uma colherada de flores secas por chávena (xícaras) de água. Podem
ingerir-se de 2 a 4 chávenas (xícaras) por dia, especialmente antes de deitar. Esta
infusão tem um acentuado efeito sedativo.
Uso externo: compressas com uma decocção mais concentrada do que para uso
interno: 70 a 100 gramas por litro de água. Lavagens da pele com esta mesma
decocção. Irrigações vaginais com liquido da decocção concentrado, bem filtrado.

HISTÓRIA: O Salgueiro foi um dos remédios vegetais mais usados na Assíria e na


Babilônia. Desde o tempo de Dioscórides, no século I d.c., os partidários da teoria
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 188
dos sinais continuavam a acreditar que, dado que o salgueiro era capaz de
resistir bem ao “maus ares” das terras húmidas e pantanosas onde cresce, teria de
conter alguma substância eficaz para curar as febres da malária (do italiano mala
ária, “mau ar”) e as dores reumáticas, que frequentemente afligem os habitantes de
tais lugares. E, com efeito, o salgueiro usou-se com êxito como antipirético contra a
malária ou paludismo, e contra outras febres, ao ponto de se lhe chamar a “Quina
Europeia”.
NOTA: A decocção de casca de Salgueiro constitui um excelente anti-reumático,
devido ao seu conteúdo em salicilina, um percurso químico da aspirina. Para se obter
um efeito mais acentuado, toma-se por via oral ao mesmo tempo que se aplica em
compressas sobre as articulações afectadas.
OUTROS SALGUEIROS: O Salgueiro da Babilônia (Salix babylonica L.) ou Salgueiro-
chorão, que se usa como árvore ornamental dos jardins.
O Salgueiro frágil (Salix fragillis L.), que se cultiva tanto na Europa como na América,
disseminado em Portugal desde a região do Minho à região do Algarve.
O Salgueiro-de-casca-roxa (Salis purpúrea L.), arbusto que aparece nas margens do
rio Douro, cujas aplicações medicinais são idênticas às do Salgueiro-branco.
As propriedades e usos fitoterápicos das diversas espécies costumam ser muito
semelhantes, embora algumas delas só se aproveitam para o fabrico de cestos com
os seus ramos, ou com fins ornamentais em parques e jardins.

NOME COMUM: Salsa, Salsa hortense.


NOME BOTÂNICO: Apium petroselium L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e os mericarpos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sementes: óleo essencial, cânfora de salsa (apiol),
matéria graxa, pectina, clorofila, tanino, matéria corante amarela, princípio
extractivo, etc. As folhas contêm: além de alguns elementos já citados, algumas
vitaminas do complexo B, vitaminas A e C, minerais, ferro, cobre, etc. A planta reúne
ainda um glucósido flavónico.
PROPRIEDADES: Diuréticas, carminativas e sudoríferas (as raízes). Os frutos são
muito carminativos, podendo substituir o Anis e o Funcho. As folhas são, além de um
óptimo condimento, anti-sépticas e digestivas, podendo ser empregadas (o suco) nas
picadas dos insectos, na blenorragia, etc.
NOTA: Em Homeopatia, é empregada a tintura das sementes, na retenção de urina.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das sementes: 5 a 8 gramas por litro de água.
Raiz: 20 a 30 gramas por dia. As folhas, em condimento, a gosto de cada pessoa.
ATENÇÃO: O Apiol contido na Salsa torna esta planta emenagoga, as grávidas não
podem tomar o cozimento da raiz desta planta nem das sementes. O Apiol é
estimulante das contracções uterinas. Portanto, a sua utilização é absolutamente
contra-indicada em casos de gravidez.

NOME COMUM: Salsaparrilha.


NOME BOTÂNICO: Smilax ornata L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 189
FAMÍLIA: Asparagíneas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: contém resina, óleo essencial, saponinas: parrilhina,
sarsoparina e esmalasoparina, etc.
PROPRIEDADES: Em pequenas doses, a Salsaparrilha excita o apetite e activa a
digestão. Em alta dose, torna-se repugnante e nauseosa. São-lhe atribuidas
propiredades sudoríferas, diuréticas, hipotensoras.
Desde épocas remotas que a Salsaparrilha é empregada como anti-reumática e anti-
sifilitica, pelas populações indígenas.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 40 a 50 gramas da raiz (cortada) para 1 litro
de água. Coar e tomar dois a três copos por dia, fora das refeições. Também se usa o
extracto fluido, xarope, etc.
Alguns autores (poucos) recomendam que a primeira cozedura seja rejeitada, a fim
de lhe eliminar o princípio químico que lhe dá gosto enjoativo.

NOME COMUM: Salsaparrilha-bastarda.


NOME BOTÂNICO: Smilax áspera L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Bosques secos da América Central e do Sul, e também do Sul da
Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: glicósidos saponínicos, resina e óleo essencial,
que lhe conferem propriedades diuréticas, sudoríficas, depurativas, aperitivas e
tonificantes.
PROPRIEDADES: Favorece a eliminação da ureia, de ácido úrico e de outros
resíduos orgânicos, e faz descer o nível do colesterol no sangue.
É usado no reumatismo, artrismo e gota. Doenças dos rins: Cálculos renais, nefrites,
insuficiência renal. Afecções febris: gripe, febres tropicais, etc. Inapetência, digestões
pesadas. Afecções dermatológicas: acne e eczemas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 30 a 40 gramas de rizoma ou raiz
triturados, num litro de água, de que se ingerem de 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias,
antes das refeições.
ATENÇÃO: Em doses elevadas produz náuseas e vómitos. Não se recomenda o
consumo das bagas da Salsaparrilha.
Embora as bagas da Salsaparrilha não sejam tão tóxicas como as da Norça preta ou
da Hera, não se recomenda o seu consumo. Podem produzir náuseas e vómitos.
As partes utilizadas da planta são a raiz e o rizoma (os caules subterrâneos).

NOME COMUM: Sálvia.


NOME BOTÂNICO: Salvia officinalis L.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 190
FAMÍLIA: Labiadas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Substâncias tânicas, amargas, resina, fécula,
albuminóides, ácidos fosfórico, oxálico, nítrico e outros, em forma de sais. Contém,
também essência. Possui mais de dez por cento de pentosanas; também ospargina,
particularmente na raiz. O Dr. Bolosnard encontrou nesta planta uma saponina e um
glucósido. A essência contém um princípio canforado e outros elementos
considerados medicinalmente activos: álcoois livres (bornial, acetato de bornilo, etc).
PROPRIEDADES: É tónica, digestiva, algo diurética; combate a astenia nervosa e
mental, sendo útil na neurose, caracterizada por melancolia, falta de vontade,
impotência. É útil como estimulante do pâncreas (diabetes). Sempre que houver
decadência vital, incluindo a debilidade sexual, cardíaca, da memória, etc.
Associada ao Boldo (Peumus boldus) ou ao Alecrim (Rosmarinus officinalis), é não
somente estimulante da vesícula, como da célula hepática. Na deficiência circulatória,
seja qual for a origem, esta planta presta igualmente bons serviços. Tomada após as
refeições, com um pouco de Hortelã-pimenta (Mentha piperita), é um bom digestivo.
Combate os vómitos espasmódicos. Nos casos de tendência para suicídio, a Salvia,
em conjunto com a Cidreira (Melissa officinalis) e Scutelária (Scutelaria lateriflora), é
igualmente útil. Também nas dores de cabeça de origem nervosa e nos espasmos, a
Sálvia é de boa utilidade. Esta planta é, igualmente importante nos suores dos
tuberculosos; porém, tomada quente, quando se pretende provocar a sudação, é,
igualmente útil.
Actua também na falta de menstruação (amenorréia), estimulando a função ovárica.
Tomada com a Erva tasneirinha (Senecio vulgaris), acalma as dores no período da
menstruação. A Sálvia apesar de ser estimulante, não origina insónia como o café
(Coffea arábica) e o chá preto (Thea sinensis). Ainda sobre a influência desta planta
na esfera sexual feminina, ela possui um princípio químico estrogénico, algo
semelhante à foliculina.
Externamente é uma planta vulneraria.
A sua acção sobre o organismo deve-se ao seu poder simpático-tónico. Elucidaremos
que a Sálvia tem acção reguladora sobre a tensão arterial, particularmente quando
associada a outras plantas sinergéticas.
PLANTAS QUE COMPLETAM E REFORÇAM A ACÇÃO MEDICINAL DA SÁLVIA:
Crataegus, Cactus grandiflorus, Valeriana Officinalis, Humulus lupulus, Centaurea
menor e Angélica archangelica (raízes e sementes). Estas plantas são tónicas e
sedativas dos nervos: misturadas com Sálvia, permitem uma boa composição, para
tratamento do sistema nervoso, nas neuroses do coração, insónia e debilidade deste
órgão.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 15 a 30 gramas de folhas e
sumidades floridas por litro de água. Tomam-se 4 chávenas (xícaras) para os
transtornos menstruais, a Sálvia administra-se durante a semana anterior às regras.
Nos restantes casos usar 30 gramas das folhas para um litro de água e beber 5
chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Essência: administram-se 2 a 4
gotas, 3 vezes ao dia.
Uso externo: Compressas e loções com uma decocção de 80 a 100 gramas de folhas
por litro de água. Bochechos e gargarejos: com a mesma decocção. Irrigações
vaginais: com a mesma decocção, bem filtrada. Banhos: esta decocção acrescenta-se
à água do banho para se obter um efeito cosmético e embelezador sobre a pele.
ATENÇÃO: Em doses elevadas, a essência de Sálvia é convulsivante e tóxica. Por
isso se recomenda não tomar de forma contínua mais que um mês.
O Uso interno é desaconselhado, em qualquer caso nos seguintes casos: Lactação
(suprime-a); gravidez, excepto no último mês (contrai o útero); e estados de
irritabilidade ou de grande excitação nervosa.

NOME COMUM: Salva esclareia, Sálvia romana.


Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 191
NOME BOTÂNICO: Salvia sclarea L.
FAMÍLIA: Labiadas.
PARTE EMPREGADA: As folhas, as flores e as sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as flores contêm esclariol e outros alcalóides
aromáticos, assim como tanino, saponina, colina e glicósidos.
PROPRIEDADES: São iguais às da Sávia (Salvia officinalis L.), embora se evidencie
especialmente como tónico, emenagogo e antiespasmódico. Aplica-se no
esgotamento, fadiga, debilidade, convalescença de doenças infecciosas. Regras
pouco abundantes; espasmos ou cólicas intestinais devido a fermentações ou a
digestões pesadas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 15-20 g de plantas por litro de
água. Tomam-se até 5 chávenas (xícaras) por dia.

NOME COMUM: Sanamunda, Erva-benta.


NOME BOTÂNICO: Geum urbanum L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
PARTE EMPREGADA: A raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Um óleo mais denso do que água, resina, sais, tanino,
adragantina, matéria gomosa, etc.
PROPRIEDADES: Tónico-adstringente, febrífuga (na febre intermitente),
antidiarreica e útil na atonia gástrica, etc. Também está indicada nas hemorragias
uterinas e como antiespasmódica.
MANEIRA DE PREPARAR: Pó da raiz: 1 a 4 gramas por dia, misturado com mel.
Tintura: 20 gotas, antes das refeições. Vinho obtido pela maceração da planta: duas
a três colheres de sopa por dia, fora das refeições. Cozimento das folhas ou da raiz:
10 a 15 gramas, ou mais, num litro de água. Também se usa a infusão.
Externamente: 40 a 60 gramas por litro de água, em forma de cozimento.

NOME COMUM: Sanicula.


NOME BOTÂNICO: Sanicula europaea L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
PROPRIEDADES: A Sanicula faz parte das espécies vulnerárias, tendo uso interno e
externo, empregada como tópico igual à Arnica. Actua nas entorses, contusões,
equimoses, etc. Em forma de lavagens, envolvimentos, etc., em frio ou quente,
segundo os casos.
Também são empregadas as folhas frescas e pisadas, em cataplasmas, nos casos
indicados. Nas quedas, pode ser feito envolvimento aos membros ou tronco, neste
caso em quente ou frio, no caso do trauma ter originado perda de sangue pela boca,
partindo de qualquer órgão interno (consultar rapidamente o médico).
O emprego interno desta planta acompanhará o tratamento externo.
MANEIRA DE PREPARAR: Internamente: cozimento das folhas, 30 a 40 gramas por
litro de água; ou o suco da planta fresca: 30 a 40 gramas por dia.

NOME COMUM: Santónico, artemísia marítima.


NOME BOTÂNICO: Artemisia maritima L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Regiões costeiras de toda a Europa. Aclimatada no Brasil.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 192
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sumidades floridas contêm diversos sais
minerais e uma essência aromática, a santonina, que é o princípio activo da planta,
derivado da dimetilnaftalina.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
PROPRIEDADES: Actua contra os Ascaris lumbricoides, vermes conhecidos como
lombrigas, de cor branca e de 10 a 25 cm de comprimento, que costumam parasitar
o intestino das crianças.
MANEIRA DE PREPARAR: Pó das sumidades floridas secas e trituradas. Administra-
se em infusão ou com mel, por vários dias da manhã, em doses de 2 a 5 g às
crianças, e de 4 a 10 g aos adultos. Toma-se um laxante, uma hora depois. É
necessário observar as fezes para comprovar a expulsão dos parasitas.
ATENÇÃO: Não exceder as doses prescritas, pois pode produzir excitação nervosa.
Não administrar a crianças com menos de dois anos.

NOME COMUM: Saponária.


NOME BOTÂNICO: Saponaria officinalis L.
FAMÍLIA: Corofiláceas.
GEOGRAFIA: Existe no continente português e em outras floras do mundo, sendo
frequente nas províncias da Estremadura e do Douro.
PARTES EMPREGADAS: A raiz e, raras vezes, as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém saponina (toda a planta). A raiz possui resina,
princípios extractivos e gomosos, albumina, matéria cristalina, sais diversos, etc. A
saponina encontra-se, igualmente, em outros vegetais, e tem, de certo modo, as
propriedades do sabão: tira as nódoas.
PROPRIEDADES: Tónicas, diaforéticas, depurativas, sendo muito empregada no
reumatismo, doenças da pele, na sífilis (como adjuvante e componente de
preparações vegetais anti-sifilíticas), ingurgitamento do fígado, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 25 gramas por litro de água, em forma de
cozimento (a raiz). Dois copos ou duas chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Sapota, Sapoti.


NOME BOTÂNICO: Calocarpum sapota Merr.
FAMÍLIA: Sapotáceas.
GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente no México e nas Antilhas, assim como na
África tropical.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Muito energético (134Kcal/100g). Hidratos de carbono
(31,2%). Vitamina C (20 mg/100g), potássio (344mg/100g), ferro (1mg/100g),
magnésio (30mg/100g).
PROPRIEDADES: Usado na diarreia e gastrenterite. Anemia e desnutrição.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua e em conservas para fazerem doces, geleias e
gelados.

NOME COMUM: Sargacinha, Erva de sete sangrias.


NOME BOTÂNICO: Lithospermum difusum L.
FAMÍLIA: Borragíneas.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
PROPRIEDADES: Sudoríficas. O povo também atribui a esta planta, propriedades
depurativas e com acção sobre os vasos sanguíneos. Igualmente é usada nas
doenças das vias urinárias.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão dos frutos: 30 gramas por litro de água. Para
tomar durante o dia ou ao deitar, bem quente (na constipação – resfriado – e gripe
simples).
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 193

NOME COMUM: Sassafraz, Sassafrás.


NOME BOTÂNICO: Lauros sassafras L.
FAMÍLIA: Lauríneas.
GEOGRAFIA: Árvore originária da América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Este vegetal contém essência, safrena e safrol.
PROPRIEDADES: Tem o mesmo emprego da Salsaparrilha (como planta
depurativa), fazendo parte das composições depurativas anti-sifilíticas, anti-
reumáticas, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: 15 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento.
Pode ser associada às preparações anti-sifiliticas.
ATENÇÃO: Não exceder as doses recomendadas. A essência é convulsivante em
doses elevadas.

NOME COMUM: Satirão macho.


NOME BOTÂNICO: Orchis mascula L.
FAMÍLIA: Orquidáceas.
GEOGRAFIA: Bosques de árvores frondosas e prados de lugares montanhosos de
toda a Europa. É originário da Ásia Menor.
PARTES EMPREGADAS: Os tubérculos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Dos tubérculos extrai-se uma farinha conhecida como
salepo. O salepo contém cerca de 50% de mucilagem, 25% de fécula, 5% de
proteínas e 1% de açúcar.
PROPRIEDADES: Emoliente intestinal, anti-diarreico e tonificante. Recomenda-se
nas gastroenterites, colites e dispepsias. É um alimento excelente nas diarreias
infantis.
MANEIRA DE PREPARAR: O salepo prepara-se em forma de tisana, papa ou caldo.
Actualmente é importado dos países orientais, pois as orquídeas estão protegidas em
quase todos os países da Europa.

NOME COMUM: Saudades, Fidalguinhos.


NOME BOTÂNICO: Centaurea cyanus L.
FAMÍLIA: Compostas.
PARTES EMPREGADAS: As flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio amargo: centaurina. As flores contêm glucósidos
(cicorina e cionidina)
PROPRIEDADES: Esta planta, vulgar nos matos e nos campos, usa-se contra a
gota, litíase renal, retenção de urinas, reumatismo, dispepsia, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 15 gramas por litro de água.
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NOME COMUM: Selo de Salomão.


NOME BOTÂNICO: Polygonatum odoratum Druce, Polygonatum officinalis Desf.
FAMÍLIA: Liliáceas.
GEOGRAFIA: Bosques pouco densos, sobretudo de Carvalhos (Quercus robur) ou
Azinheiras, e terrenos secos e calcários da Europa.
PARTES EMPREGADAS: O rizoma.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém amido, mucilagens, taninos, saponinas
e glicoquinina (substância que tem acção hipoglicemiante).
PROPRIEDADES: Diurético e hipoglicemiante: internamente tem-se usado como
diurético e como complemento no tratamento da diabetes.
Nas afecções da pele e como cosmético: aplicado externamente, em compressas ou
cataplasmas, dá muito bons resultados no tratamento de hematomas, de contusões e
de infecções diversas da pele (abcessos, panarícios, etc). é um valioso cosmético que
se emprega para suavizar e embelezar a cútis.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 15-20 g de rizoma por litro de
água, de que se tomam 3 chávenas (xícaras) diárias.
Uso externo: compressas de uma decocção mais concentrada (80-100 g) do que a
elaborada para uso interno.
Cataplasmas do rizoma esmagado.
ATENÇÃO: Não exceder as doses de rizoma no uso interno. As bagas e as folhas são
muito tóxicas.

NOME COMUM: Scila, Cebola albarrã.


NOME BOTÂNICO: Scila marítima L.
FAMÍLIA: Liliáceas.
PARTES EMPREGADAS: Os bolbos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria corante, mucilagem, açúcar, tanino, matéria
graxa, iodo, sais, scilitina, scilipicrina, scilitoxina, etc.
PROPRIEDADES: Propriedades diuréticas, expectorantes. Utilizada nas doenças
cardio-renais.
MANEIRA DE PREPARAR: em remédio homeopático.
ATENÇÃO: Em alta dose, esta planta é tóxica, pelo que só deve ser prescrita por um
Naturopata ou Homeopata.
A sua acção tóxica traduz-se por: efeitos narcóticos, náuseas, urina abundante,
lentidão do pulso, convulsões e, até, a morte! Sendo tóxica não deve ser usada em
Medicina caseira. Esta planta usada em Homeopatia não é tóxica.

NOME COMUM: Saxífraga.


NOME BOTÂNICO: Pimpinella saxifraga L.
FAMÍLIA: Umbelíferas.
GEOGRAFIA: Prados secos, encostas pedregosas e terrenos calcários de toda a
Europa.
PARTES EMPREGADAS: A raiz colhida na Primavera (fresca) ou no Outono (seca) e
as sumidades floridas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 195
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e especialmente a raiz, contém
tanino, óleo essencial, saponinas, pimpinelina e resinas.
PROPRIEDADES: Mucolítica, expectorante e antitússica: aumenta e torna mais
fluídas as secreções brônquicas, com que se eliminam com mais facilidade. E
desaparece a tosse. Indicada nos catarros brônquicos e no caso de rouquidão.
Diurética e sudorífica: indicada sempre que seja necessário depurar o sangue de
toxinas e resíduos metabólicos, especialmente em casos de artritismo, gota e
afecções renais.
Calmante da excitação nervosa.

MANEIRA DE PREPARAR: 20-25 g da planta num litro de água. Ferver. Coar.


Tomar 5 chávenas (xícaras) por dia.
NOTA: Ao contrário do anis (Pimpinela anisum L.), esta pimpinela não tem penugem
no caule e nos frutos.

NOME COMUM: Segurelha.


NOME BOTÂNICO: Satureja montana L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Embora seja uma planta originária das regiões mediterrâneas, tem-se
estendido por todas as regiões temperadas da Europa e da América. Adapta-se
melhor em climas secos e com bastante sol.
PARTES EMPREGADAS: Folhas, flores e caules finos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém até 1% de óleo essencial rico em carvacrol e
cimol.
PROPRIEDADES: Sobre o aparelho digestivo actua como aperitivo, abrindo p apetite
e facilitando a digestão. Mas, além disso, tem uma acção carminativa. Relaxa os
músculos do intestino (efeito antiespasmódico), pelo que se torna útil nos casos de
dores intestinais e de diarreia. É recomendável para quem sofre de gastrite. Também
apresenta uma certa acção vermífuga.
Sobre o sistema nervoso, exerce uma suave acção tonificante, pelo que é indicado
nos casos de fadiga crónica, debilidade, hipotensão e astenia.
É ligeiramente diurética e depurativa, pelo que também é benéfica aos obesos,
artríticos e gotosos.
Proporciona uma acção balsâmica e expectorante, devido aos óleos esenciais que
contém. É útil em bronquites agudas e crónicas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20 g da planta por litro de
água, de que se podem ingerir até 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia.
Essência: de 3 a 5 gotas, depois de cada refeição.

NOME COMUM: Scutelária.


NOME BOTÂNICO: Scutelaria lateriflora L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Estados Unidos da América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Scutelarina, uma tetratflavona e ácido glucurónico.
PROPRIEDADES: Tónico-nervina, em desordens nervosas, neurastenia sob a forma
psíquica (medo, dúvida, excitação, preocupações subjectivas), convulsões, incluindo
as da hidrofobia (como sedativo), Doença de S. Vito (Coreia).
MANEIRA DE PREPARAR: Em infusão, extracto fluido, extracto sólido, etc.
Infusão da planta de 20 a 30 gramas por litro de água. Duas a três chávenas
(xícaras) por dia. Também é usada a tintura: 10 ou mais gotas, três a quatro vezes
ao dia.
NOTA: Os Homeopatas têm este vegetal em grande conta, indicando-o em qualquer
forma de medo patológico. Também é usado nas neuroses das grávidas, etc.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 196
Esta planta pode ser substituída por duas espécies da mesma família e que
fazem parte da flora europeia: Scutelaria integrifólia e Scutelaria galericulata (com as
mesmas propriedades terapêuticas).

NOME COMUM: Sempre noiva.


NOME BOTÂNICO: Polygonum avicular L.
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém sílica, tanino, mucilagem, derivados flavónicos:
aviclorósido com quercetol, etc.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
PROPRIEDADES: Adstringentes, diuréticas, hemostáticas e vulneráveis. É indicada
contra enterite, úlcera gástrica e intestinal, diarreia; útil na bronquite e tuberculose
pulmonar, perda de sangue, etc. Na colite e enterocolite é de muito bom proveito.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 ou 50 gramas, segundo os casos, para 1 litro de
água, em forma de cozimento. Duas a quatro chávenas (xícaras) por dia, tomar fora
das refeições.

NOME COMUM: Sene.


NOME BOTÂNICO: Cássia acutifólia, Cássia angustifólia, Cássia obovata.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Egipto, mas existe em todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: Os folíolos (folhas compostas, com o limbo constituído por
várias unidades, cada uma das quais parecida com uma folha, a que é dado o nome
de folíolo).
Os folículos (bainhas com fruto, membranosas, verde pardacentes, mais ou menos
escuras, com valvas divididas, contendo os frutos).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O Sene pertence à categoria dos compostos
antroquinónicos. Dele têm sido obtidos vários princípios activos, como os glucósidos:
emodina, ramnetina, glucosenina, senenigrina e outros elementos. Parece que os
frutos (folículos) contêm maior quantidade de princípios activos, em relação às
folhas. Os compostos antroquinónicos encontram-se em combinação com glucósidos.
Quando está no intestino, a planta desdobra-se, com libertação de oximetilo
antroquinónico.
PROPRIEDADES: Laxantes, purgantes, segundo a dose de 2 a 4 gramas da planta
originam efeito purgativo. Doses superiores originam cólicas, náuseas e vómitos.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das folhas (folíolos): 2 gramas da planta para
200 gramas de água (para efeito laxante). Para tomar metade de manhã e a restante
metade à noite. No momento de preparar a tisana (infusão), juntar uma colher de
café de erva doce, cujo efeito é tornar o chá mais saboroso, ao mesmo tempo que
pela acção carminativa é anticólica.
Querendo usar os folículos, a infusão poderá ser realizada com 8 ou 10 folículos, para
250 gramas de água. Tem efeitos purgativos; para obter acção laxante, menor dose.
Os folículos contêm mucilagem em maior quantidade do que os folíolos.
CONTRA-INDICAÇÕES: Nas doenças do útero, nos espasmos dos intestinos, na
afecção da bexiga, na gravidez, em senhoras que amamentam, etc.
Os cardíacos não devem usar purgante sem uma consulta prévia do médico.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 197
Atenção: o sene não deve ser usado por muito tempo porque destrói a flora
intestinal. Contra-indicado em diverticulite, pólipos, deverticulose e colite.
Ao usar o sene como laxante deve-se compensar a flora intestinal com lactobacilos
em cápsulas.

NOME COMUM: Sete sangrias, aspérula odorífera.


NOME BOTÂNICO: Asperula odorata L.
FAMÍLIA: Rubiáceas.
GEOGRAFIA: Vive nos bosques frescos e faiais da zona temperada da Europa.
Cultivada nos Estados Unidos e em outros países da América.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta, menos a raiz.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O seu princípio activo é o asperulósido, um glicósido que
se transforma em cumarina quando a planta se seca.
PROPRIEDADES: Antiespasmódica: facilita a digestão das pessoas nervosas.
Combate os espasmos do estômago e do intestino – este e o seu efeito mais
importante.
Sedativa e soporífera (indutora do sono) em doses altas.
Anticoagulante e fluidificante do sangue – útil nos tipos sanguíneos “A” e “O”.
Diurética e anti-séptica urinária, pelo que seu uso é também indicado no caso de
infecção urinária (pielonefrite e cistite), assim como de litíase renal.
Antiinflamatório ocular: aplica-se em caso de blefarite (inflamação das pálpebras) e
conjuntivite.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão 40 a 50 g de planta seca por litro de
água, de que se ingerem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: lavagens oculares: fazem-se com uma decocção de 50 g de planta por
litro de água. Deve ferver durante pelo menos 5 minutos, para que fique esterilizada
antes de se aplicar nos olhos.

NOME COMUM: Silva.


NOME BOTÂNICO: Rubus fruticosus L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Muito abundante na flora europeia.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, os frutos (amoras da Silva), os caules tenros.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm bastante tanino, inosite e ácidos
orgânicos (Cítrico, láctico, succínico, oxálico, salicílico). Os frutos contêm, além de
tanino, glícidos (glicose e levulose), provitamina A, vitamina C.
PROPRIEDADES: Principalmente adstringentes, tendo oportunidade nas perdas de
sangue, particularmente do estômago e intestinos; nas diarreias é usada sob a forma
de infusão. Também são empregadas (as folhas) sob a forma de gargarejos, os quais
podem ser enriquecidos com mel e limão (quando bem tolerado pela mucosa da boca
e da garganta). O xarope dos frutos da Silva é empregado nas diarreias das crianças.
Usada nas Hemorróidas: a decocção das folhas e brotos da Silva aplicam-se
localmente em banhos de assento ou compressas, para desinflamar e evitar que
sangrem.Diarreias, gastrenterites e colites, pelo seu notável efeito adstringente, as
folhas e brotos são mais do que os frutos, mas costumam tomar-se juntos para
reforçar os efeitos dos primeiros e aproveitar o sabor destes últimos. Para as crianças
pequenas com diarreia, administra-se o sumo (suco) das amoras em pequenas
colheradas, ou o xarope que se prepara com ele.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 198
Doenças febris: O sumo (suco) dos frutos (as amoras) é refrescante e
tonificante, pelo que se torna muito apropriado para os doentes febris ou debilitados.
Feridas, úlceras da pele e furúnculos: aplicam-se lavagens ou compressas com a
decocção ou cataplasmas com as folhas esmagadas num almofariz ajudam a curar e
a cicatrizar.
Os gargarejos têm oportunidade nas anginas, faringite e, também, nas aftas e
gengivite, estomatite (inflamação da mucosa bucal).

MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção: 30 a 50 gramas de brotos tenros


e/ou folhas num litro de água, durante 5 a 10 minutos. Tomam-se até três chávenas
(xícaras) diariamente. Brotos tenros da Primavera: podem comer-se directamente, e
também exercem acção curativa ao contacto com a mucosa bucal.
Xarope: prepara-se juntando ao sumo (suco) o dobro do seu peso em açúcar, se
possível escuro, aquecendo no lume até que se dissolva por completo. O sumo (suco)
das amoras ou o xarope costuma misturar-se com a decocção para reforçar o seu
efeito e melhorar o seu sabor.
Uso externo: Decocção mais concentrada (50 a 80 gramas por litro), que para uso
interno. Aplica-se em compressas, banhos de assento, e em bochechos e gargarejos.
Cataplasmas com folhas esmagadas num almofariz. Aplicam-se sobre a pele
afectada.

NOME COMUM: Sorveira.


NOME BOTÂNICO: Sorbus domestica L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Cultivada em Portugal.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm ácido málico, açúcar (sarbose), ácido
sarbitânico, pectina, um caratenóide, vitamina C, sais, etc.
Os sorvos recentes são os mais ricos em propilamina.
PROPRIEDADES: Diuréticos, ligeiramente emenagogas, anti-diarreicas,
antibacilosas (intestinos e vias urinárias).
MANEIRA DE PREPARAR: Xarope dos frutos, extracto fluído (1 a 2 colheres de
sobremesa por dia) e em limonada.
NOTA: O açúcar do fruto (sorveira) é bem tolerado pelos diabéticos.

NOME COMUM: Spirulina (alga).


NOME BOTÂNICO: Spirulina maxima (Set-Gard) Geitler; Arthrospira platensis;
FAMÍLIA: Cianofíceas.
GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente em lagos de águas alcalinas no México, no
Japão, na Tailândia e no Chade (África). É cultivada nos Estados Unidos da América.
PARTES EMPREGADAS: A alga inteira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A composição deste vegetal aquático tem sido objecto de
investigações surpreendentes nos últimos anos, devido à sua riqueza nutritiva. Além
de clorofila, como todas as algas, a spirulina contêm: prótidos: é uma das fontes
naturais mais ricas em proteínas (até 70% do seu peso; a soja tem 35%; a carne
tem 20%). As proteínas da spirulina são completas e de grande valor biológico, pois
contêm oito aminoácidos essenciais (aqueles que o organismo não pode sintetizar)
numa proporção óptima, além dos restante aminoácidos não essenciais.
Lípidos: (8% do seu peso), na sua maior parte constituídos por ácidos gordos
insaturados, como o ácido linoleico, o linolénico, e, especialmente, o gama-linolénico.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 199
Glícidos ou hidratos de carbono (18%), entre os quais se evidencia um açúcar
natural raro, a ramnose, que favorece o metabolismo da glicose e tem um efeito
favorável sobre a diabetes.
Vitaminas A, grupo B, E e H (biotina). É notável o seu conteúdo em vitamina B12,
superior mesmo à do fígado. Se bem que, na realidade a vitamina B12 não se
encontra na alga propriamente dita, mas num tipo de bactérias que habitualmente a
acompanham.
Minerais e oligoelementos: rica em ferro (53 mg por 100 g de parte comestível (a
carne contém entre 2 a 3 mg por 100 g, e o fígado, 11 mg).
PROPRIEDADES: Usada em: dieta de emagrecimento – o seu emprego ajuda a
manter o equilíbrio nutritivo nas dietas hipocalóricas, sem provocar debilidade ou
esgotamento devido a carências. Além disso, a sua riqueza em fenilalanina,
aminoácido essencial presente em quantidades relativamente elevadas, contribui,
segundo alguns investigadores, para reduzir a sensação de fome.
Doenças em que se requeira uma dieta estrita, como por exemplo a diabetes, a
hepatite, ou a pancreatite, em que existe o risco de se produzirem carências.
Anemia: pelo seu grande conteúdo em ferro e em aminoácidos essenciais, favorece a
síntese de hemoglobina, constituinte essencial dos glóbulos vermelhos. Muito
recomendável durante a gravidez.
Estados de desnutrição, convalescença e esgotamento físico: actua como
revitalizante geral do organismo.
Arteriosclerose e as suas complicações: Angina de peito, infarto do miorcárdio e
isquemia cerebral (falta de irrigação sanguínea), que afecta sobretudo as pernas. A
acção favorável da spirulina deve-se à sua riqueza em ácidos gordos insaturados,
como os ácidos linoleico e gama-linolénico
MANEIRA DE PREPARAR: Cápsulas de 400 mg a 1 g de pó de spirulina, é a forma
habitual da sua apresentação. Tomam-se de 3 a 12 cápsulas diárias, repartidas em 3
tomas. Nas dietas de emagrecimento recomenda-se ingeri-las meia hora antes das
refeições.

NOME COMUM: Sapoti.


NOME BOTÂNICO: Achras sapota.
FAMÍLIA: sapotaceae.
GEOGRAFIA: Nativo das Antilhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Látex para fabrico de pastilhas (chiclete). Possui glicose,
tanino, ferro e vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto e as sementes.
PROPRIEDADES: As sementes trituradas são indicadas como solvente de cálculos
biliares e renais.

NOME COMUM: Sabiá.


NOME BOTÂNICO: Mimosa caesalpiniaefolia.
FAMÍLIA: Leguminosae.
GEOGRAFIA: Nativa do Nordeste do Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As análises indicam uma boa percentagem de proteína.
PARTES EMPREGADAS: folhas, sementes.
PROPRIEDADES: A casca é indicada como calmante, tónica, nas tosses e
bronquites.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 200
NOME COMUM: Santa Luzia, Erva-de-santa-luzia.
NOME BOTÂNICO: Pistia stratiotes.
FAMÍLIA: Araceae.
GEOGRAFIA: Planta tropical que vegeta nas águas doces dos rios, brejos e lagoas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Potassa e ácido oxálico.
PARTES EMPREGADAS: folhas, flores e raízes.
PROPRIEDADES: Utilizada nas inflamações de olhos e conjuntivites purulentas.
É diurética, anti-sifilítica; em emplastros alivia inflamações e cura furúnculos.

NOME COMUM: Soja.


NOME BOTÂNICO: Glycine Max (L.) Merr.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Própria da China.
PARTES EMPREGADAS: O feijão.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (36,5%). Vitaminas B1, B2, B6, cálcio, fósforo,
magnésio e ferro. Fitoestrogénios (isoflavonas). Gordura. Lecitina (lipido complexo da
gordura da soja). Ácido fitico. Saponinas.
PROPRIEDADES: Menopausa. TPM. Regulariza o ciclo menstrual. Diminuição do
risco do cancro de mama. Colesterol elevado. Arteriosclerose. Trombose.
Osteoporose (prevenção). Insuficiência renal.
MANEIRA DE PREPARAR: Sementes cozidas. Farinha. Proteína de soja. Bebida de
soja, tofu, miso, tempeh.
NOTA: Os brotos da soja verde (feijão mungo – Vigna radiata L.) são os que no
comércio são germinados.

NOME COMUM: Solidago, Arnica do campo, vara-de-ouro.


NOME BOTÂNICO: Solidago virgoaurea L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Nativa dos trópicos. Cresce em bosques e matagais de terrenos não
calcários de toda a Europa. Naturalizada no continente americano.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino e sais minerais. Cumarinas.
PARTES EMPREGADAS: Folhas e flores (as sumidades floridas).
PROPRIEDADES: É indicado para os diabéticos; é diurético, depurativo,
adstringente, anti-inflamatório; em compressas é usado nas contusões.
Afecções renais: é um bom diurético que, além de aumentar a quantidade de urina,
favorece o bom funcionamento dos rins. É conveniente nos edemas (acumulação de
líquidos nos tecidos), nefrite (inflamação dos rins), nefrose (albuminúria, perda da
albumina na urina) e cálculos renais (favorece a sua dissolução).
Cistite e afecções prostáticas: proporciona uma acção anti-inflamatória sobre os
órgãos urinários. Acalma os incómodos da micção.
Curas depurativas: favorece a eliminação de resíduos no metabolismo, como o ácido
úrico. Utilizada nos casos de artritismo, gota, eczemas, e sempre que se precise de
limpar o sangue das substâncias tóxicas.
Obesidade: pela sua acção diurética e depurativa, torna-se um bom complemento no
tratamento da obesidade.
Diarreias e colite: pela sua acção adstringente, em muitos lugares se usa para as
diarreias infantis – no perído da dentição.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 201
Adstringente e vulneraria: em aplicação externa, usa-se para cicatrizar
feridas e curar úlceras (chagas) difíceis de sarar, quer aplicada em compressas, quer
em loções ou cataplasmas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção: 30-40 g de sumidades floridas
por litro de água durante 5 a 10 minutos. Ingerem-se até 5 chávenas (xícaras) por
dia.
Xarope: para o tratamento das diarreias infantis, recomenda-se prolongar a decocção
até que o líquido se reduza para metade, e juntar açúcar integral (escuro) ou mel,
para que se forme um xarope, que se administra em 6 colheres de sopa por dia.
Uso externo: compressas empapadas numa decocção mais concentrada que para uso
interno (50-100 g por litro).
Loções com a decocção concentrada.
Cataplasmas da planta esmagada aplicadas directamente sobre a pele durante 15
minutos, duas ou três vezes ao dia.

NOME COMUM: Tabaco.


NOME BOTÂNICO: Nicotiana tabacum L.
FAMÍLIA: Solanáceas.
GEOGRAFIA: Originário da América Central, onde ainda cresce espontaneamente.
Muito cultivado em todo o Mundo.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A composição das folhas do tabaco é muito complexa:
lípidos, hidrocarbonetos, gomas, açúcares, dois heterósidos (tabacina e tabaciclina),
quercitina, ácidos nicotínicos e clorogénicos, uma essência e vários alcalóides, entre
os quais se destaca a nicotina (1 a 3%).
HISTÓRIA: Por encargo do rei Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal), foi o
espanhol Gonzalo Hernández de Toledo que ao regressar da América em 1559,
trouxe consigo as primeiras plantas de tabaco. Logo se estabeleceram na Península
Ibérica as primeiras plantações de tabaco na Europa.
O tabaco tem poder medicinal no uso homeopático; utiliza-se para criar enjoo a quem
quer deixar de tomar e utilizado em alguns tipos de problemas respiratórios.
Em agricultura biológica os agricultores aplicam o extracto fluido de tabaco contra
certas pragas em algumas colheitas.

NOME COMUM: Tanaceto, Catinga de mulata, Atanásia.


NOME BOTÂNICO: Tanacetum vulgaris L.
FAMÍLIA: Compostas.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 202
GEOGRAFIA: Flora europeia, existindo também no Brasil.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo volátil, cera ou estearina, clorofila, goma,
princípio corante amarelo, princípio extractivo amargo, ácido gálico, tânico e
tanacético, etc.
PROPRIEDADES: Tónicas, excitantes, vermífugas, antifebris e emenagogas; útil nos
espasmos e acidentes nervosos; vesícula preguiçosa.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão: com 5 gramas de sementes por
chávena (xícara) de água, que se ingere de manhã em jejum.
Capitulos florais secos: podem tomar-se directamente 2 a 5 gramas de capítulos
triturados e dissolvidos num pouco de água. Passado uma hora, administrar um
purgante. Repetir até três dias consecutivos.
Uso externo: Clisteres da mesma infusão que se usa internamente, para reforçar a
acção vermífuga da infusão.
Os aquénios, reduzidos a pó, usam-se também como vermífugo (2 a 3 gramas).
ATENÇÃO: Respeitar as doses recomendadas. Em doses elevadas pode produzir
vómitos e convulsões. Não se deve administrar às grávidas.

NOME COMUM: Tanchagem, Tanchagem maior.


NOME BOTÂNICO: Plantago major L.
FAMÍLIA: Plantagíneas.
GEOGRAFIA: Existe em quase todo o mundo.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira (folhas, espiga floral e raiz).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta inteira reúne mucilagem e um heterósido
cromogénico. Parece conter princípio anti-infeccioso, comportando-se como ligeiro
antibiótico (fitocida). Tanino, pectina, alguns glicósidos cromogénicos, a aucubina e o
catalpol. Ácidos fenólicos, flavonóides, colina e o alcalóide noscapina.
PROPRIEDADES: As folhas (parte mais importante) como as raízes e sementes
possuem propriedades curativas comprovadas. Emolientes, expectorantes,
antitússicas e béquicas. Adstringentes, hemostáticas e cicatrizantes. Antiinflamatória
e anti-séptica.
Afecções respiratórias: bronquites agudas e crónicas, catarros brônquicos, asma.
Fluidificam as secreções, facilitam a sua eliminação, desinflamam a mucosa bronquial
e acalmam a tosse. A Tanchagem tem sido utilizada contra a tuberculose pulmonar e
as pneumonias como complemento do tratamento específico.
Afecções da boca e garganta: em bochechos e gargarejos, recomendam-se em caso
de estomatite, gengivite, faringite, amigdalite e laringite. Desinflamam a boca, tiram
o ardor e a irritação da garganta, e aliviam o excesso de tosse convulsa (acção
béquica).
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 203
Afecções digestivas: colite, aerocolia (gases no cólon), distensão do abdómen
por excesso de gases ou má digestão, putrefacções intestinais, diarreias, disenterias,
prisão de ventre crónica com inflamação do intestino grosso.
Úlceras varicosas, feridas que não cicatrizam, queimaduras: podem aplicar-se
compressas da decocção de Tanchagem, ou directamente as folhas escaldadas em
água a ferver.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção: 20 a 30 gramas de folhas e/ou
raiz por litro de água, que se deixa ferver durante 3 a 5 minutos, e da qual se bebem
3 a 5 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: a mesma decocção que se prepara para uso interno, mas mais
concentrada (50 a 100 gramas por litro). Usam-se em gargarejos, compressas sobre
a pele, banhos de assento ou clisteres.
Pensos de folhas: lavam-se previamente e escaldam-se em água a ferver durante um
minuto, para desinfectá-las. Para as aplicar sobre as úlceras e feridas não se devem
manipular com os dedos, mas com pinças esterilizadas. Fixam-se por meio de
ligadura, e é necessário substituí-las duas ou três vezes por dia. Cataplasmas de
folhas cozidas e esmagadas.
Na hemoptise (sangue pela boca vindo dos pulmões) ou na hematemese (sangue
provindo do estômago), fazer uma mistura de Tanchagem com Urtiga (Urtica urens)
e Bolsa de pastor (Capsela bursa pastoris) ou Cavalinha (Equisetum arvensis): 40 a
50 gramas da mistura por litro de água. Tomar três a quatro chávenas (xícaras) por
dia.
OUTRAS ESPÉCIES DE TANCHAGENS: Tanchagem menor (Plantago lanceolata) e
Tanchagem média (Plantago media).
NOTA: O uso da tisana de Tanchagem origina repugnância ao desejo de fumar, como
diz a experiência dos antigos.

NOME COMUM: Tangerina.


NOME BOTÂNICO: Citrus reticulata Blanco.
FAMÍLIA: Rutáceas.
GEOGRAFIA: Procede da China, apesar de se ter aclimatado muito bem à região
mediterrânea e às zonas temperadas do continente americano.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C.
PROPRIEDADES: Tem as mesmas propriedades da laranja. Hipertensão: as curas
de tangerinass dão muito bons resultados em caso de hipertensão arterial e de
arteriosclerose.
MANEIRA DE PREPARAR: Crua. Cura de tangerinas: faz-se durante um ou dois
dias por semana, durante um mês. Consiste em comer de 1,5 a 2 quilos de
tangerinas como único alimento. Com esta quantidade de fruta, não é necessário
beber líquidos, pois esta cura costuma-se fazer no Outono ou no Inverno.

NOME COMUM: Taraxaco, Dente de leão.


NOME BOTÂNICO: Taraxacum officinalis L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal e na ilha da Madeira.
PARTES EMPREGADAS: Folhas e raízes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e a raiz contêm taraxacina, um princípio
amargo semelhante ao da chicória (Endivia chicória), inulina. As folhas contêm ainda
flavonóides, cumarinas e vitaminas B e C.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 204
PROPRIEDADES: Tónico amargo, muito útil nas doenças do fígado e das
vias biliares. É depurativo, estomáquico e febrífugo. Também é valioso no
reumatismo artrítico e na gota.
Aperitivo, digestivo e tónico estomacal: aumenta as secreções de todas as glândulas
digestivas, facilitando deste modo a digestão e aumentando a capacidade digestiva.
Aumenta a produção de saliva, de sucos gástricos, intestinal e pancreático, assim
como de bílis. Ao mesmo tempo, estimula a musculatura de todo o tubo digestivo.
Por tudo isto, acelera e estimula todos os processos da digestão, tanto físicos como
químicos.
Colérico (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (facilita o esvaziamento
da vesícula biliar): a sua acção sobre o fígado e a vesícula biliar é a mesma que os
outros órgãos digestivos, ainda que mais intensa.
Usado na insuficiência hepática, hepatite e cirrose: pode chegar a triplicar a produção
de bílis, descongestionando assim o fígado e facilitando a sua função de
desintoxicação.
Disquinésias biliares (vesícula preguiçosa e outros transtornos do seu
funcionamento).
Diurético e depurativo: é um dos seus efeitos mais notáveis. Aumenta o volume da
urina e favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o
metabolismo. Tem utilidade para os pletóricos, os gotosos e os artríticos (“limpa o
filtro renal e seca a esponja hepática”).
Laxante suave, não irritante, especialmente útil nos casos de preguiça ou atonia
intestinal. O seu efeito laxante, unido ao depurativo, tornam esta planta um bom
remédio para casos de eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são
consequência de uma auto-intoxicação produzida pela prisão de ventre.
MANEIRA DE PREPARAR: 40 a 50 gramas das folhas recentes ou bem conservadas
por litro de água, em forma de cozimento, para tomar dois a três copos por dia, fora
das refeições. Suco da planta: 50 a 80 gramas por dia.
O extracto de Taraxaco faz parte de várias preparações farmacêuticas e o extracto
simples é vendido em cápsulas.
NOTA: Com as raízes torradas do Dente de leão, prepara-se uma infusão que pode
substituir o café, com a vantagem de não ter nenhum dos seus efeitos nocivos. Tem
um sabor agradável, e conserva quase todas as propriedades medicinais da planta.

NOME COMUM: Tasneirinha.


NOME BOTÂNICO: Senecio vulgaris L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Planta vulgar em todo o continente português.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta, especialmente a raiz, contém um alcalóide: a
senecionina, e mais dois alcalóides (traços): Seneciopilina e Jacobina.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 205
PROPRIEDADES: Emoliente, com acção nos órgãos respiratórios e
intestinos; emenagogo, parecendo actuar como um produto hormonal. Com ação
sobre os órgãos sexuais femininos. Tem indicação na dismenorreia.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento da planta: 15 a 20 gramas para um litro de
água, ou uma colher de sopa com a planta por chávena (xícara) de água a ferver; 1
a 2 horas de infusão. Coar e adoçar (usar no intervalo das refeições, duas a três
vezes ao dia, ou mais em caso de crise). Também pode ser usado em extracto fluido
da planta: 1 a 3 gotas por dia.

NOME COMUM: Teixo.


NOME BOTÂNICO: Taxus baccata L.
FAMÍLIA: Taxáceas.
GEOGRAFIA: Zonas sombrias de bosque e barrancos de toda a Europa, América do
Norte e metade meridional da América do Sul. É mais frequente nos bosques de
carvalhos ou azinheiras, e em terrenos calcários. Em alguns países tem protecção
especial, para evitar a sua extinção.
PARTES EMPREGADAS: Os arilos (cúpulas carnudas que envolvem as sementes).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A cúpula carnuda que envolve as sementes contém
mucilagem, e com elas prepara-se um xarope peitoral para facilitar a expectoração.
Contém também proteínas. O restante da planta, incluindo a semente propriamente
dita, contém taxina, um alcalóide muito tóxico que causa convulsões, paralisia
nervosa, cólicas e transtornos do ritmo cardíaco, até á paragem cardíaca e morte.
PROPRIEDADES: Expectorantes e emolientes (facilita a expectoração, suavizante e
antiinflamatório).
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: xarope: esmagam-se as cúpulas (sem as
sementes) e adiciona-se igual peso de açúcar e a água necessária, até total
dissolução. Tomar de 6 a 18 colheradas diárias.
ATENÇÃO: Planta muito tóxica, excepto a cúpula de cor vermelha das sementes
(arilos). A ingestão de algumas folhas pode causar a morte a uma criança.
Usada em Homeopatia para convulsões, transtornos do ritmo cardíaco, e antitumoral
(usado na 5ª dinamização - CH). Existem muitas plantas com esta acção terapêutica,
por isso é sempre melhor usar plantas não tóxicas.
IMPORTANTE: O teixo contra o cancro: O interesse pelo Teixo começou nos Estados
Unidos da América. Um grupo de cientistas descobriu que o extracto da casca de uma
espécie de Teixo, chamado Teixo do pacífico (Taxus brevifolia), mostrava uma
notável actividade antitumoral sobre as células cancerosas.
Em 1971, encontrou-se o princípio activo do extracto de teixo e deu-se-lhe o nome
de taxol. A sua extracção é muito dispendiosa, pois para se obterem 100 mg de taxol
é preciso um quilo da árvore. Felizmente conseguiu-se sintetizar quimicamente o
taxol, sem necessidade de dispor da casca da árvore.
Nas numerosas investigações já realizadas, o taxol tem-se mostrado eficiente contra
o cancro (câncer) do ovário avançado, resistente a outros tratamentos, e contra o
cancro (câncer) da mama com metástases.
A aplicação clínica do taxol tem sido adiada, à espera de que os investigadores
consigam reduzir os seus efeitos tóxicos (diminuição dos glóbulos brancos), alergia,
náuseas e queda de cabelo.

NOME COMUM: Tília.


NOME BOTÂNICO: Tilia europaea L.
FAMÍLIA: Tiliáceas.
GEOGRAFIA:
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 206
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O córtex (a casca) contém poliferóis e cumarinas.
As flores da Tília contêm uma essência aromática rica em magnésio; mucilagens e
pequenas quantidades de tanino e glicósidos flavonóides.
PROPRIEDADES: Afecções do sistema nervoso: pela essência que contém, a flor de
Tília é muito útil nos casos de excitação nervosa, angústia e ansiedade. Insónia:
torna-se muito eficaz nos casos de insónia, pois provoca um sono natural. Ao
contrário da maior parte dos hipnóticos e sedativos sintéticos, a infusão de Tília não
produz sonolência ou entorpecimento na manhã seguinte, e, não gera dependência.
Os banhos com água quente a que se junta a infusão de flores de Tília, têm um
notável efeito tranqüilizante e relaxante, e reforçam a acção da planta por via oral
em tisanas. Dão óptimos resultados em caso de insónia crónica.
Crianças nervosas ou que têm dificuldade a dormir: recomenda-se também o uso da
Tília em pediatria, por não ter efeitos secundários ou indesejáveis. Convém às
crianças hiperactivas ou irritáveis. Deve administrar-se durante vários dias ou
semanas para que a sua acção se desenvolva.
Afecções cardíacas e circulatórias: tanto as flores como a casca da Tília tem um
efeito vasodilatador e suavemente hipotensor. Actuam especialmente sobre as
artérias coronárias. Estão muito indicadas no caso de angina de peito e de arritmias,
que costumam afectar as pessoas com temperamento nervoso ou submetidas a
stress.
Ultimamente descobriu-se que a Tília (flor e casca da árvore) diminui a viscosidade
do sangue, com o que este circula com maior fluidez. Deste modo, actua
favoravelmente na prevenção do infarto do miocárdio e da trombose.
Os pletóricos, os cardíacos, os que sofrem de hipertensão arterial, os que têm pré-
disposição para arteriosclerose, para o infarto e, em geral, para as afecções
circulatórias, beneficiam especialmente do consumo da flor e da casca de Tília.
Enxaquecas: a Tília (especialmente a casca) tem-se revelado muito útil ao
tratamento da enxaqueca (dor de cabeça lancinante devido a espasmos arteriais),
tão difícil de tratar por meios químicos. A sua acção é mais preventiva, pelo que se
deve tomar de forma sistemática, e não apenas quando se apresenta o ataque.
Afecções digestivas: Pela sua acção colerética e antiespasmódica sobre a vesícula
biliar, a Tília, especialmente a flor, convém aos que sofrem de cálculos biliares ou de
transtornos no funcionamento da vesícula biliar (disquinésias). Facilita a expulsão dos
pequenos cálculos da vesícula biliar (areias da bílis). Ajuda a uma melhor digestão
em caso de dispepsia biliar, intolerância às gorduras, flatulência ou distensão
abdominal após as refeições.
Afecções da pele: Aplicada externamente, a Tília apresenta uma notável acção
emoliente (antiinflamatória e suavizante) sobre a pele. É indicada em casos de
queimaduras, eczemas, furúnculos e irritações de origem diversa.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de flores: 20 a 40 gramas por litro
de água. Ingerem-se cada dia 3 a 4 chávenas (xícaras) bem quentes; uma delas
sempre ao deitar. A tília pode adoçar-se com mel. Decocção da casca: 30 gramas por
litro de água durante 10 ou 15 minutos. Pode-se misturar com a infusão de flores,
para obter um efeito mais completo.
Extracto fluído: a dose costuma ser de umas 20 a 40 gotas, três vezes ao dia, com
uma quarta toma à noite antes de deitar.
Uso externo: banho de flores de Tília: prepara-se com 300 a 500 gramas de flores
postas em infusão com 1 a 2 litros de água, que se acrescentam à água do banho
quente, imediatamente antes de o tomar.

OUTRAS TÍLIAS: Tília vulgar (Tilia platyphyllos), Tília de folha pequena (Tilia
cordata), Tília híbrida (Tilia europaea), Tília americana (Tilia americana), Tília
prateada (Tilia tomentosa).

NOME COMUM: Tomilho.


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NOME BOTÂNICO: Thymus vulgaris L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Europeia, existindo em todo o continente português.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: toda a planta contém princípio amargo e adstringente,
formado de uma matéria extractiva, tanino e óleo essencial, composto por várias
substâncias: uma líquida (timena) e outra sólida (timol); carvacrol, cimol, linolol, etc.
PROPRIEDADES: Aromáticas, amargas, tónicas, expectorantes, antiespasmódicas,
desinfectantes das vias digestivas. O Tomilho possui um princípio antibiótico.
Anti-séptico (desinfectante): a essência de tomilho tem um poder anti-séptico
superior ao do fenol e da água oxigenada. Actualmente está bem comproada a acção
bactericida da essência de tomilho sobre os bacilos tífico, diftérico, tuberculoso
(bacilo de Koch), e sobre os meningococos (causadores da meningite), os
pneumococos e os estafilococos.
A sua acção anti-séptica localiza-se sobre o aparelho digestivo, respiratório e genito-
urinário, e especialmente sobre as mucosas da boca e garganta, assim como as dos
órgãos genitais.
A sua acção antimicrobiana é reforçada pela capacidade que apresenta de estimular o
fenómeno da leucocitose (aumento dos glóbulos brancos no sangue), tal como foi
possível demonstrar experimentalmente. Ao contrário dos antibióticos, que deprimem
o sistema imunitário, o Tomilho estimula-o, favorecendo a actividade dos leucócitos.
Assim o seu uso é indicado em todas as doenças infecciosas, em especial as de
origem bacteriana que afectam os órgãos digestivos, respiratórios e genito-urinários.
Sistema nervoso: tonificante geral do organismo; estimula as dificuldades
intelectuais e a agilidade mental, mas sem os efeitos secundários do café ou do chá,
os quais substitui com vantagem. Usado nos casos de esgotamento físico (astenia,
debilidade, hipotensão) como psíquico (perda de memória, ansiedade, insónia,
depressão, irritabilidade nervosa).
Aparelho digestivo: antiespasmódico, eupéptico (tonificante da digestão) e
carminativo (impede as flatulências e a formação de gases).
Aumenta o apetite, favorece a digestão e combate as putrefacções intestinais por
desequilíbrio na flora do cólon. Indicado em gastrenterites e colites provocadas por
bactérias do género Salmonella, responsáveis de numerosas infecções por alimentos
em mau estado, especialmente durante o Verão.
Vermífugo: particularmente activo sobre as ténias. Também é insecticida de pulgas e
piolhos.
Afecções bucais e faríngeas: utilizado em bochechos combate as aftas, a piorreia e a
estomatite. Em gargarejos torna-se muito eficaz no tratamento das faringites e
amigdalites.
Aparelho respiratório: expectorante, antitússico e balsâmico, o que o torna muito útil
em sinusites, laringites, catarros brônquicos e bronquites, asma, tosse espasmódica
e tosse convulsa. Nestes casos, recomenda-se tomar a sua infusão ou essência, além
de se fazerem banhos de vapor e inalações também.
Aparelho genito-urinário: pelas suas propriedades diuréticas e anti-sépticas, torna-se
indicado nas infecções (cistites e glomerulonefrites). Aplicado externamente em
lavagens, oferece uma acção favorável em caso de infecções nos órgãos genitais
externos devido à higiene deficiente, diabetes ou outras causas, tanto femininas
(vaginite e vulvite com ou sem leucorreia) como masculinas (balanite e postite,
infecção da glande e do prepúcio).
Aplicado em cataplasmas quentes, alivia as cólicas renais e as da cistite.

Anti-reumático: aplicado externamente em fricções, banhos e cataplasmas, acalma


as dores reumáticas provocadas pelo artritismo e pela gota.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão: 20-30 g de sumidades floridas por
litro de água. Tomam-se até 5 chávenas (xícaras) diárias. Concentrada (50-60 g por
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litro), adquire um efeito estimulante semelhante ao do café ou do chá, mas
sem os seus inconvenientes.
Uso externo: bochechos e gargarejos com uma decocção de 100-120 g de sumidades
por litro de água, que se deixa ferver até que fique reduzida a metade.
Banhos de vapor e inalações com a essência. Lavagens e compressas com a
decocção indicada. Loções e fricções com a decocção indicada ou com a essência.
Banhos: infusão com 300-500 g de tomilho em 2-3 litros de água, que se acrescenta
à água do banho.
Cataplasmas: envolver folhas e flores de tomilho sem os ramos, num pano de
algodão. Aquecer o pano com o tomilho com um ferro de engomar ou sobre um
aquecedor, e aplicá-lo sobre a região dorida.

NOME COMUM: Tomilho limão, Serpão.


NOME BOTÂNICO: Thymus serphyllum L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Terrenos secos, áridos ou pedregosos em terras baixas oiu encostas
montanhosas de toda a Europa, até 2500 m de altitude. Existe em Portugal na região
de Vilar de Perdizes – Trás-os-Montes.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as flores contêm uma essência de composição
variável segundo as subespécies, mas que sempre possui cimol, timol e carvacrol.
Também contém pequenas quantidades de ácidos fenólicos, flavonóides e taninos.
PROPRIEDADES: Anti-sépticas, digestivas, antiespasmódicas, expectorantes.
Afecções respiratórias: calmante da tosse, especialmente da tosse seca convulsiva
em crianças. Catarros bronquiais.
Afecções digestivas: contra a atonia do estômago, as digestões pesadas, as
flatulências e as dispepsias em geral.
Afecções bucais e anais: lavagens e bochechos em feridas ou inflamações das
mucosas do aparelho digestivo, quer seja na boca (chagas e aftas) quer no anus
(fissura anal). Em gargarejos, é muito benéfico no caso de amigdalite (anginas) ou
de faringite.
Depressão, astenia, esgotamento: banhos quentes: são tonificantes e revitalizantes.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20 a 40 g por litro de água de
que se tomam de 3 a 5 chávenas (xícaras) cada dia. Pode-se adoçar com mel. Como
antitússico administra-se com uma ou duas colheres de sopa de hora em hora, até
que a tosse se acalme.
Essência: Administram-se 3 a 5 gotas, 3 vezes ao dia.
Uso externo: Uso externo: banhos: acrescenta-se à água de uma banheira média de
2 a 3 litros de uma decocção feita com 50 a 100 g, que se tenha deixado ferver
durante 5 minutos.
Lavagens, bochechos e gargarejos: fazem-se com a mesma infusão que para uso
interno, mas mais concentrada.
Compressas e fricções com a essência.
NOTA: O tomilho Limão, é diferente do tomilho vulgar, tem um cheiro e um sabor a
limão, ao contrário do outro que tem um sabor e um cheiro mais activo.
Para uso interno: duas a três chávenas (xícaras) por dia. Também se emprega esta
planta para loções, nas feridas e úlceras rebeldes.

NOME COMUM: Toranja, grapefruit.


NOME BOTÂNICO: Citrus paradisi MacFad.
FAMÍLIA: Rutáceas.
PARTE EMPREGADA: O fruto
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de carbono, poucas proteínas e lípidos. Vitamina
C (34,4mg/100g). Potássio, cálcio e magnésio.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 209
PROPRIEDADES: Arteriosclerose. Melhora a circulação. Diminui o risco de
trombose (formação de coágulos ou tampões).
O uso de toranja, inclundo a polpa (não apenas o suco), é recomendado
especialmente em todas as formas de arteriosclerose, complicada ou não com
trombose (formação de coágulos): cerebral (falta de irrigação no cérebro); coronária
(angina de peito, enfarte do miocárdio); fêmoro-poplítea (falta de irrigação nas
pernas). Hipertensão. Excesso de ácido de úrico (gota, artrite úrica, cálculos ou
areias na urina). Usado em curas depurativas: sempre que se deseje “limpar” o
sangue, favorecendo todas s funções de desintoxicação do organismo (especialmente
a hepática), pode-se tomar um copo de suco de toranja em jejum. Para obter
melhores resultados, recomenda-se fazê-lo durante um mês, descansando um ou
dois dias por semana. A acção desintoxicante da toranja explica-se, pelo menos em
parte, pelo facto dos seus limonóides activarem as enzimas do fígado (citocrómios e
glutationa S-transferase) encarregadas de eliminar as substâncias nocivas para o
organismo.
MANEIRA DE PREPARAR: fruto fresco. Suco. Cura de toranjas.

NOME COMUM: Tormentila, Sete em rama


NOME BOTÂNICO: Potentila erecta e Potentila tormentilla L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
PARTE EMPREGADA: O rizoma.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma é rico em tanino, um princípio corante, um
glucósido (a tormentilina), etc.
PROPRIEDADES: Uso interno: como adstringente, tónico, etc. Externamente,
emprega-se em irrigações e lavagens, na leucorreia (corrimento vaginal).
MANEIRA DE PREPARAR: Rizoma: 20 gramas para 1 litro de água, em cozimento.
Também o pó: 2 a 4 gramas por dia, associado ao mel.
Para uso externo: 50 a 60 gramas por litro de água, em forma de cozimento.

NOME COMUM: Tornassol, Erva-das-verrugas.


NOME BOTÂNICO: Heliotropium europaeum L.
FAMÍLIA: Boragináceas.
GEOGRAFIA: Campos abandonados e bermas de caminhos de toda a Europa; em
alguns jardins, como planta ornamental.
PARTES EMPREGADAS: As folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém o alcalóide heliotropina.
PROPRIEDADES: Anti-sépticas e cicatrizantes, febrífugas, colagogas (estimulam o
funcionamento da vesícula biliar), e emenagogas (activam a menstruação).
A sua aplicação mais importante é as lesões de pele: feridas, abcessos, úlceras
varicosas, erupções e verrugas, embora leve muitos dias a eliminá-las.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão ou decocção com 20-40 g de folhas
por litro de água, de que se tomam até 3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: loções sobre a zona da pele afectada, com a mesma infusão ou
decocção de uso interno.
Compressas empapadas na infusão ou decocção.

NOME COMUM: trevo-cervino.


NOME BOTÂNICO: Eupatorium cannabinum L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Terrenos e bosques húmidos da Europa e da América.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém resina, uma substância amarga,
tanino e indícios de essência.
PARTES EMPREGADAS: As folhas, e a raiz acabada de arrancar.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 210
PROPRIEDADES: Possui propriedades coleréticas (aumenta a secreção da
bílis no fígado, descongestionando-o), depurativas, anti-reumáticas, laxantes e
expectorantes. Utiliza-se em caso de afecções hepáticas (hepatites, cirroses), dores
reumáticas, bronquites e catarros, e também como purgante suave.
Aplicado externamente é vulnerário: cura feridas infectadas, úlceras e lesões da pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 50 g de raiz fresca cortada às
rodelas, ou com a mesma quantidade de folhas num litro de água. Tomam-se 2 a 3
chávenas (xícaras) diárias.
Uso externo: compressas empapadas na mesma decocção que para o uso interno.
Colocam-se sobre a região da pele afectada.
PRECAUÇÕES: Em doses elevadas, pode provocar vómitos.
OUTRAS ESPÉCIES: Eupatórios americanos:
Eupatorium collinum D.C, cultiva-se como sucedâneo do lúpulo.
Eupatorium perfoliatum L. usa-se como laxante, sudorífico e febrífugo, em
constipações (resfriados) e gripes.
Eupatorium purpureum L.: empregado pelos índios Norte americanos como diurético
e tonificante.
Eupatorium staechadosmum Hance; Eupatorium triplinerve Vahl = Eupatorium
ayapana Vent.

NOME COMUM: Tramazeira.


NOME BOTÂNICO: Sorbus aucuparia L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Disperso em todas as regiões montanhosas de clima temperado de
toda a Europa. Em Portugal encontra-se em trás-os-Montes e nas Beiras interiores.
PARTES EMPREGADAS: Os frutos (sorvas) cozidos ou secos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos (sorvas) contêm diversos ácidos orgânicos
(sórbico, cítrico, succínico), açúcares, pectina, tanino e grandes quantidades de
vitamina C (até 80 mg por 100 g).
PROPRIEDADES: Adstringente: dá bons resultados no tratamento das diarreias e
colites, tanto das agudas e das crónicas.
Antiescorbútico e tonificante: pelo seu conteúdo em vitamina C e ácidos orgânicos
respectivamente.
Diurético suave e emenagogo: facilita a menstruação.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: as sorvas são comestíveis apenas quando
estão maduras, no Outono, o que se reconhece porque se tornam mais escuras e
moles. Se forem comidas antes de amadurecerem completamente, deixam um forte
sabor áspero na boca e tornam-se irritantes. Um punhado de sorvas por dia já exerce
acção terapêutica. Podem deixar-se secar, ou então pode-se preparar co elas um
puré ou uma compota, depois de cozidas. A dose normal de sorvas é de 3 a 5
colheres, 3 vezes ao dia.

NOME COMUM: Trevo de água.


NOME BOTÂNICO: Menyantes trifoliata L.
FAMÍLIA: Gencianáceas.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e os caules.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: fécula, princípio extractivo amargo, goma,
albumina, etc.
PROPRIEDADES: Tónicas, aconselhadas nas digestões difíceis, na expectoração
abundante, nas doenças cutâneas, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 20 gramas por litro de água. Para tomar duas a
três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições.
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NOME COMUM: Trevo dos prados, Trevo violeta.


NOME BOTÂNICO: Trifolium pratense L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Prados e pastos húmidos, especialmente de solo calcário, da Europa e
da América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: As flores e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém taninos, glicósidos, ácidos orgânicos e
pigmentos.
PROPRIEDADES: Afecções respiratórias (bronquites, tosse e rouquidão) e nas
digestivas (diarreia, gastrite, falta de apetite).
Externamente, usa-se em banhos e compressas contra as irritaçoes e inflamações da
pele.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção durante 10 minutos de 20 a 30 g
de folhas e/ou flores por litro de água, da qual se tomam até 5 chávenas (xícaras)
por dia.

NOME COMUM: Trigo-sarraceno.


NOME BOTÂNICO: Fagopyrum esculentum Moench.
FAMÍLIA: Poligonáceas.
GEOGRAFIA: Originário da Rússia e da Mongólia.
PARTE EMPREGADA: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Rico em lisina (um aminoácido essencial), Rutina
(também chamda de vitamina P),
PROPRIEDADES: Afecções circulatórias: hipetensão arterial (por conter pouco
sódio), arteriosclerose e fragiidade capilar (tendência para as hemorragias e para as
nódoas negras na pele).
Aumento das necessidades nutritivas e calóricas: convalescenças, trabalhadores
braçais, desportistas, adolescentes em época de crescimento.
MANEIRA DE PREPARAR: Poderá fazer-se um extracto aquoso ou hidroalcólico do
trigo moído e fazer um xarope usando na sua base a frutose.

NOME COMUM: Trigo comum.


NOME BOTÂNICO: Triticum aestivum L.
FAMÍLIA: Gramíneas.
GEOGRAFIA: Próprio do Oriente. A sua cultura estendeu-se pelo mundo inteiro.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Provitamina A (beta-caroteno), vitamina C. vitamina B1,
B2, B6, B12 e E. Gorduras (1,56%). Fibra. Minerais (fósforo, magnésio, ferro e
potássio, zinco, cobre e o manganês).
PARTES EMPREGADAS: Usado para aumento de peso e perda de apetite. Doenças
digestivas.
PROPRIEDADES:
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MANEIRA DE PREPARAR: Grão inteiro. Flocos. Farinha. Germinado. Trigo
germinado e seco (bulgur).
ATENÇÃO: O grupo “0” não pode comer trigo branco ou integral.

NOME COMUM: Tremoços.


NOME BOTÂNICO: Lupinus albus L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Cultiva-se nos países mediterrânicos e nas zonas temperadas do
continente americano em terrenos arenosos e pouco férteis.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas (36,2% do seu peso), hidratos de carbono,
assim como cálcio e ferro. Gorduras (9,74%).
PARTES EMPREGADAS: O tremoço.
PROPRIEDADES: Antidiabéticas, diuréticas e vermífugas.
MANEIRA DE PREPARAR: Cozidos ou postos de molho em água com sal. Torrados
e moídos: usam-se para preparar uma infusão muito aromática como substituto do
café. Farinha de tremoço: pela sua riqueza em proteínas, utiliza-se em sobremesas e
pastelaria.

NOME COMUM: Tuia.


NOME BOTÂNICO: Thuya occidentalis e Thuya orientalis L.
FAMÍLIA: Coníferas.
GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, existindo no Médio Oriente e na
Europa.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, ácido acético e isovaleriânico, canfeno,
um éster não identificado, sais, vitamina C, etc.
Parece que ambas as Tuias possuem mais ou menos o teor químico semelhante.
PROPRIEDADES: Expectorante, emenagogo, anti-reumático, alterante, etc.
Externamente emprega-se a tintura nos condilomas e nas verrugas, papilomas, etc.
Recomenda-se deitar umas gotas sobre a região afectada, uma ou duas vezes ao dia,
até que a verruga se desprenda.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Seis gramas da planta para 1 litro de água,
em forma de infusão. Duas chávenas (xícaras) por dia. A tintura ou o extracto fluído:
10 a 20 gotas por dia, diluídas num cálice de água.
NOTA: Os Homeopatas e os Naturopatas empregam a Tuia como planta
anticancerosa. Parece que tal propriedade se deve à tuína. Os Homeopatas afirmam
ainda ser de bom proveito no cancro (Câncer) da pele.

NOME COMUM: Tupinambo.


NOME BOTÂNICO: Helianthus tuberosus L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Antigamente cultivava-se em toda a Europa, hoje em dia cultiva-se
como forragem para o gado.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Hidratos de crbono (15,8%), a inulina.
PARTES EMPREGADAS: O tubérculo.
PROPRIEDADES: Usado na diabetes. Idosos, crianças, convalescentes, uma vez que
é de muito fácil digestão. Gota, pela sua escassez em ácido úrico.
MANEIRA DE PREPARAR: Cru, em salada e cozinhado.

NOME COMUM: Tussilagem.


NOME BOTÂNICO: Tussilago farvara L.
FAMÍLIA: Compostas.
GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português.
PARTES EMPREGADAS: Folhas e flores.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 213
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm mucilagem e um pouco de
inulina; as flores contêm, igualmente, mucilagem que, por hidrólise, transformam-se
em pentose e galotose.
PROPRIEDADES: Bronquite, tosse vulgar, resfriamento do peito, traqueíte, etc. A
Tussilagem faz partde das espécies peitorais.
MANEIRA DE PREPARAR: 40 gramas por litro de água, em infusão. Adoçar, de
preferência com mel ou açúcar mascavado.

NOME COMUM: Tâmara.


NOME BOTÂNICO: Phoenix dactylifera.
FAMÍLIA: Palmáceas.
GEOGRAFIA: Nativa na Ásia e Norte de África.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Açúcares (66%), compostos principalmente por glucose e
frutose. Vitaminas do complexo B (B1, B2 e B6). Minerais (potássio, ferro, magnésio,
fósforo e cálcio). Oligoelementos (cobre, manganés e zinco). Fibras solúveis (pectina
e gomas).
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: É indicada como reconstituinte, diurética, age favorável na bílis,
expectorante, emoliente, descongestionante dos brônquios.
MANEIRA DE PREPARAR: Frescas, secas e fervidas com leite (de preferência
vegetal): colocam-se 100 g de tâmaras a ferver em meio litro de leite durante uns
minutos. Ingerem-se as tâmaras com o leite, para obter um maior efeito peitoral.
Pode-se acrescentar uma colher de sobremesa de mel.

NOME COMUM: Tamarindo.


NOME BOTÂNICO: Tamarindus indica.
FAMÍLIA: Leguminosae.
GEOGRAFIA: Originário de África, muito vulgar na Ásia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido cítrico, málico, açúcar, vitaminas, goma, ferro, sais
minerais.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: É útil nas diarreias, febres biliares, laxativo, depurativo.

NOME COMUM: Tangerina.


NOME BOTÂNICO: Citrus nobilis.
FAMÍLIA: Rutaceae.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, essências cítricas, ferro, vitaminas A, B e C.
PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos.
PROPRIEDADES: Diurética, calmante e antiparasítica.

NOME COMUM: Tomate.


NOME BOTÂNICO: Lycopersicum esculentum.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 214
FAMÍLIA: Solanaceae.
GEOGRAFIA: Originário da América do Sul.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo nas folhas e vitaminas A, B, C e potassa nos
frutos.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurético, laxativo, elimina o ácido úrico, insuficiência hepática.
Afecções da próstata.
NOTA: O grupo sanguíneo “0” não deve comer.

NOME COMUM: Tomate Francês.


NOME BOTÂNICO: Solanum muricatum.
FAMÍLIA: Solanaceae.
GEOGRAFIA: Nativo do Peru e introduzido na França.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, potassa, glucose, sais minerais, vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: Diurético, laxante e depurativo.

NOME COMUM: Trevo azedo.


NOME BOTÂNICO: Oxalis acetosella L.
FAMÍLIA: Oxalidaceae.
GEOGRAFIA: Nativo da Ásia, América do Norte.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Rio em ácido oxálico.
PARTES EMPREGADAS: o caule, as flores e as folhas.
PROPRIEDADES: Antitérmicas, tónicas estomacais, anti-raquitismo, indicadas no
tratamento do escorbuto.

NOME COMUM: Ulmeira, Rainha dos prados.


NOME BOTÂNICO: Filipendula ulmária, Spiroea ulmária L.
FAMÍLIA: Rosáceas.
GEOGRAFIA: Pertence à flora europeia.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém um glucósido: a monotropitosóide,
dando origem ao silicilato de metil. Também tem um açúcar (primoverose), bem
assim como pigmentos flavónicos.
PROPRIEDADES: É um magnífico diurético, com propriedades diaforéticas
(sudoríficas), com grande oportunidade no reumatismo articular e muscular, artrítico,
nas doenças dos rins, edema dos membros, etc.
A Ulmeira é considerada como um salicilato vegetal.
MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas das folhas para um litro de água, em
forma de infusão. Três chávenas (xícaras) por dia. A planta não deve ferver, para
não perder o ácido salicílico, elemento activo muito importante na planta. Também é
usada a tintura: uma a duas colheres de café por dia, fora das refeições.

NOME COMUM: Urtiga vulgar dos matos.


NOME BOTÂNICO: Urtica urens, Urtica lusitana e Urtica dióica L.
FAMÍLIA: Urticáceas.
GEOGRAFIA: Existe em todas as partes do continente português.
PARTES EMPREGADAS: Toda a planta.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm uma substância histamínica, cuja picada
origina muita comichão; ácido fórmico, sílicia, potássio, ferro, tanino, glucósidos,
clorofila, vitaminas A, C e K, etc.
PROPRIEDADES: Antianémicas, hemostáticas, antidiabéticas, depurativas,
galactogénicas, etc. Estando indicada na anemia, clorose, metrorragia, doenças da
pele, perdas de sangue, diabetes, etc.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 215
MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento e infusão: 25 a 30 gramas por litro de
água (tempo de fervura: 2 minutos; infusão: 1 hora). Duas ou três chávenas
(xícaras) por dia, fora das refeições.
Para irrigações, no corrimento vaginal: 50 gramas por litro de água.
Suco da planta: três colheres de sopa por dia, diluídas em água, ou numa tisana.
Também em forma de xarope: três a quatro colheres de sopa por dia. O extracto
fluido é muito usado: colher de café, duas a três vezes ao dia.

NOME COMUM: Urtiga-branca. Lamium.


NOME BOTÂNICO: Lamium album L.
FAMÍLIA: Labiadas.
GEOGRAFIA: Bermas dos caminhos e cercanias de lugares habitados de toda a
Europa, incluindo o Norte e Centro de Portugal. Difundida pelo continente americano.
PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém taninos catéquicos, flavonóides e
mucilagens.
PROPRIEDADES: Adstringentes, tonificantes e hemostáticas (detêm as
hemorragias). Vulnerária e anti-inflamatória.
Problemas ginecológicos: metrorragia (hemorragia uterina), dismenorreia (regras
dolorosas), e , em geral, os transtornos do ciclo menstrual. Detém as perdas
excessivas do útero. Dá bons resultados em casos de leucorreia (corrimento vaginal)
aplicada em irrigações pela vagina.
Diarreia e colite infecciosa, produzidas geralmente por alimentos ou água
contaminada.
Em uso externo, cura as feridas e as contusões.
Relaxante: em banhos de pés, aivia o cansaço dos membros inferiores produzido por
longas caminhadas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 15-20 g por litro, da qual se
tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias.
Uso externo: compressas empapadas no líquido de uma decocção com 50-100 g por
litro, que se deixa ferver durante 10 minutos.
Lavagens, banhos ou loções com esta mesma decocção.
Irrigações vaginais com o líquido, bem filtrado desta decocção.

NOME COMUM: Uva-ursina, Búxulo.


NOME BOTÂNICO: Arbustus uva ursi L.
FAMÍLIA: Ericáceas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido gálico, resina, clorofila, pectina, um sal solúvel, um
glucósido: a arbustina, seu principal princípio activo; porém, ainda tem mais dois
glucósidos, etc
PROPRIEDADES: É empregada nas afecções dos rins e vias urinárias, especialmente
em certos tipos de afecções dos rins, como a pielonefrite, cistite, afecções
colibacilares, prostatite, fermentações da urina (com mau cheiro), blenorragia
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 216
(crónica), inflamação da uretra, etc. O emprego deste valioso vegetal acalma
as dores das vias urinárias e diminui as micções, tão frequentes nas inflamações.
MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 20 gramas da planta (folhas) para um litro de água.
Depois de uma ligeira fervura, retirar do lume e deixar estar de infusão 30 minutos a
uma hora. Coar. No início das doenças, em que houver forte inflamação, somente 5 a
10 gramas da planta.

NOME COMUM: Urze.


NOME BOTÂNICO: Calluna vulgaris L.
FAMÍLIA: Eriáceas.
GEOGRAFIA: Costuma formar extensos brejos em terras estéreis siliciosas da
Europa e também de parte da América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém uma substância conhecida como
arbutina, que ao ser hidrolisada pelas bactérias intestinais se transforma em
hidroquinona, um potente anti-séptico urinário.
PROPRIEDADES: Doenças urinárias: infecção, urina turva ou mal cheirosa, ardor ao
urinar, cistite, pielonefrite. A sua acção anti-séptica sobre a urina permite que esta
recupere o seu aspecto normal em poucos dias.
Diarreias, em virtude do seu efeito adstringente.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 50 g de raminhos ou
sumidades floridas, por cada litro de água. Ferver durante 10 minutos. Adoçar com
mel e tomar 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, depois das refeições.
NOTA: Além da Urze comum (chamada também brecina) que se descreve, existe
outro tipo de urze que também se conhece por Torga ou Queiró (Erica cinerea L.).

NOME COMUM: Umbu.


NOME BOTÂNICO: Spondia tuberosa.
FAMÍLIA: Anacardiaceae.
GEOGRAFIA: Nativa do Nordeste do Brasil.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, cinzas, potassa, glucose, ferro, tec.
PARTES EMPREGADAS: Frutos, folhas e casca.
PROPRIEDADES: Antifebril; a casca é usada nos olhos para tratamento da córnea.

NOME COMUM: Uvaia.


NOME BOTÂNICO: Eugenia uvalha.
FAMÍLIA: Myrtaceae.
GEOGRAFIA: Encontrada nativa no Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido tartárico, málico, pectina, óleo, glucose, vitaminas.
PARTES EMPREGADAS: O fruto.
PROPRIEDADES: O fruto é utilizado em refrigerantes para doentes de tifo, calmante
e antifebril.
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NOME COMUM: Urucum, Urucu.


NOME BOTÂNICO: Bixa orellana L.
FAMÍLIA: Bixáceas.
GEOGRAFIA: México, Antilhas e regiões quentes da América do Sul, cultivado pelo
corante de tom vermelho-alaranjado que se obtém das suas sementes. Nativa da
Amazónia.
PARTES EMPREGADAS: As sementes dos frutos e as folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm taninos. As sementes contêm bixina
(corante) e uma resina.
PROPRIEDADES: Expectorante, tónico cardíaco, calmante estomacal, febrífugo,
digestivo e afrodisíaco. Com a infusão das folhas fazem-se gargarejos que melhoram
as aftas da boca, faringites e amigdalites.
Em aplicação externa (lavagens e compressas), a infusão de folhas de urucum
apresentam um efeito cicatrizante, emoliente e anti-inflamatório. Recomenda-se o
seu emprego nos casos de infecções cutâneas, erupções, queimaduras leves e
celulite.
A infusão das sementes usa-se como expectorante em caso de bronquite ou asma. O
pó que se obtém delas, dissolvido em óleo, tem propriedades emolientes e, em
aplicação externa, é um excelente remédio contra queimaduras leves.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com uma colher de sobremesa de
sementes por chávena (xícara) de água. Tomar 2-3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: gargarejos com a infusão feita com 40-50 g de folhas por litro de água.
Lavagens e compressas, com esta mesma infusão, sobre a zona da pele afectada.
Cataplasmas com o pó das sementes.
O pó das sementes obtêm-se deixando as sementes em maceração durante quatro
horas, espremendo-as depois, e deixando-as em repouso ao sol até que a água se
evapore. Misturar um colher de azeite (de oliveira) e aplicar sobre a zona queimada.
NOTA: As sementes trituradas são indicadas como antídoto do ácido prússico e
envenenamento com mandioca.
HISTÓRIA: Os Maias e os Astecas, que tinham notáveis conhecimentos de
fitoterapia, já empregavam o urucum contra a lepra.
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NOME COMUM: Valeriana.


NOME BOTÂNICO: Valeriana officinalis L.
FAMÍLIA: Valerianáceas.
GEOGRAFIA: Na Europa. Na América do Norte.
PARTES EMPREGADAS: As raízes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A cepa e as raízes da valeriana contêm cerca de 1% de
um óleo essencial com numerosos componentes (terpenos, ésteres de bornilo, etc). E
de 1 a 5% de valepotriatos que são triestéres do ácido valeriânico. Contêm ácido
málico, resina, açúcar, amido e albumina, matéria extractiva (valerianina),
valerianato de potássio, oxalato de potássio e de cal. A essência compõe-se de
canfeno, pineno, terpino e borneol.
PROPRIEDADES: Efeitos tranqüilizantes, sedativos, soporíferos (favorece o sono),
analgésicos, antiespasmódicos e anticonvulsivos. Produz uma sedação de todo o
sistema nervoso central e vegetativo, diminuindo a ansiedade. Também diminui a
pressão arterial. A sua acção é semelhante à dos fármacos tranqüilizantes maiores ou
neurolépticos (fenotiazinas e derivados), mas não tem nenhum dos efeitos tóxicos
destes.
Distonias neuro-vegetativas: ansiedade, neurose de angústia, neurastenia ou
irritabilidade, dores de cabeça, palpitações, arritmias, hipertensão arterial essencial
(que não tem causa orgânica), tremores, neurose gástrica (nervos no estômago),
cólon irritável e outras doenças psicossomáticas.
Depressão nervosa e esgotamento.
Insónia: Pela sua acção soporífera, dá muitos bons resultados se a infusão se
combinar com um banho da mesma planta antes de deitar.
Epilepsia: tomada regularmente, previne o aparecimento dos ataques epilépticos
(não substitui a medicação anti-epiléptica, se bem que pode ajudar a reduzir a dose
da mesma).
Asma: Do mesmo modo que no caso da epilepsia, é mais eficaz na prevenção do que
no tratamento do ataque agudo. A sua acção antiespasmódica e sedativa evita o
espasmo dos brônquios que, juntamente com o edema da mucos, é um dos factores
causadores da asma.
Dores: pelo seu efeito analgésico torna-se útil para aliviar as dores ciáticas e
reumáticas. Além disso, também actua externamente. Dai que se aplique localmente
para aliviar a dor em caso de contusões, lombalgias, ciáticas, distensões musculares
e dores reumáticas.
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MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 15 a 20 gramas de raiz
triturada por litro de água, de que se tomam cinco chávenas (xícaras) diárias,
adoçadas com mel. No caso de insónia tomar uma chávena (xícara), entre meia e
uma hora antes de dormir.
Maceração: 100 gramas de raiz num litro de água quente. Deixar repousar durante
12 horas. Ingerem-se três a quatro chávenas (xícaras) por dia.
Pó da raiz: administra-se um grama, três a quatro vezes ao dia.
Uso externo: compressas de uma decocção de 50 a 100 gramas de raiz seca, fervida
num litro de água durante 10 minutos. Aplicam-se quentes sobre a zona dorida.
Banhos de água quente, de acção sedativa, juntando um ou dois litros de uma
decocção de valeriana igual àquela que se prepara para as compressas.

NOME COMUM: Verbasco.


NOME BOTÂNICO: Verbascum thapsus L.
FAMÍLIA: Escrofuláceas.
GEOGRAFIA: Faz parte de toda a flora portuguesa, existindo em toda a Europa
meridional e em África.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém muita mucilagem e saponinas, princípios
corantes, goma, açúcar, sais, etc. As flores são a parte da planta que mais contêm
princípios corantes.
PROPRIEDADES: Peitorais (expectorantes, contra a tosse e adocicantes).
Empregada na bronquite e em toda a forma de afecções da garganta, adoçando-a
com mel. Também se emprega na inflamação dos intestinos, internamente e em
forma de clister. Este vegetal – folhas e raízes – tem propriedades diuréticas.
Algumas pessoas obtêm proveito com esta planta no tratamento da prostatite.
Também serve para tratamento da acne, em forma de lavagem, depois de alguns
dias ter sido aplicado sobre apele afectada pela acne, espuma de sabonete de
enxofre (aplicar à noite, ficando a espuma até de manhã)
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das folhas: 20 a 25 ou 30 gramas por litro de
água. Tomar três vezes ao dia, fora das refeições. Flores: 15 gramas por litro de
água, feito da mesma forma. Raiz: 40 a 50 gramas em cozimento num litro de água.
Duas chávenas (xícaras) ao dia. Na acne convém completar o tratamento com creme
de pepino.

NOME COMUM: Verbena.


NOME BOTÂNICO: Verbena officinalis L.
FAMÍLIA: Verbenáceas.
GEOGRAFIA: Europa e Continente Americano.
PARTES EMPREGADAS: A planta florida, quanto mais fresca melhor.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém verbenalina, um glicósido que actua sobre o
sistema nervoso vegetativo. Mucilagem.
PROPRIEDADES: Sedativas, antiespasmódicas, analgésica, digestiva e anti-
inflamatória. Usada em: enxaquecas, dores reumáticas, nevrálgicas, ciática.
Transtornos digestivos (a sua acção eupéptica favorece a digestão. Pode-se usar
contra diarreias e cólicas intestinais devido às suas propriedades adstringentes).
Descongestiona o fígado (favorece a secreção da bílis – acção colerética. É útil em
cálculos biliares). Diurética (administra-se em cólica renal para acalmar a dor e
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ajudar a eliminar as pedras). Afecções da garganta (amigdalite, faringite e
laringite). Sinusite.
MANEIRA DE PREPARAR: Usar a planta fresca sempre que seja possível, pois o seu
princípio activo vai-se degradando com a secagem.
Uso interno: infusão: 15-20 g por litro de água. Ingerem-se 2 a 4 chávenas
(xícaras) por dia.
Decocção: 20 g por litro durante 10 minutos. Dose igual à da infusão.
Uso externo: gargarejos: a mesma da infusão ou da decocção, mas mais
concentrada – 40-50 g por litro.
Inalações: executam-se respirando directamente os vapores de uma decocção de
verbena quente.
Compressas quentes: fazem-se com a infusão ou decocção concentrada e aplicam-se
sobre as zonas doloridas correspondentes.
HISTÓRIA: O templo de Júpiter no Olimpo, era purificado com água de verbena,
pois esta planta era considerada uma panaceia, capaz de livrar de todos os males.
Durante a Idade Média foi usada pelos encantadores e adivinhos como erva mágica.
Antigamente era considerada como afrodisíaca (“acende os amores apagados”).

NOME COMUM: Verónica.


NOME BOTÂNICO: Veronica officinalis L.
FAMÍLIA: Escrofulariáceas.
PARTES EMPREGADAS: Folhas e sumidades floridas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio amargo, tanino, matéria extractiva, etc.
PROPRIEDADES: Planta empregada, desde a antiguidade, nas doenças pulmonares,
bronquite, etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 30 gramas por litro de água. Três chávenas
(xícaras) por dia.

NOME COMUM: Viburno.


NOME BOTÂNICO: Viburno pronifolium L.
FAMÍLIA: Caprifoleáceas.
GEOGRAFIA: Bosques húmidos da América.
PARTE EMPREGADA: A casca.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e os frutos contêm um principio amargo: a
viburnina. A casca possui ácido isovaleriânico e salicósido.
PROPRIEDADES: Adstringente, diurético, tónico geral do sistema nervoso, sedativo
uterino e anti-dismenorreico, sendo igualmente usado para evitar o aborto, acidentes
nervosos da gravidez, etc. Como preventivo, faz-se acompanhar de vitamina E.
MANEIRA DE PREPARAR: Tintura: 10 gotas, três ou quatro vezes ao dia. Extracto
fluido: 20 a 30 gotas, três ao dia. O Naturopata ou o Homeopata ordenará o número
de gotas mais próprio para cada caso.
Em medicina homeopática, o Viburno é muito empregado nas doenças uterinas.

NOME COMUM: Videira.


NOME BOTÂNICO: Vitis vinifera L.
FAMÍLIA: Vitáceas.
GEOGRAFIA: Originária da Ásia menor e amplamente difundida em todos os países
mediterrânicos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas, especialmente da Videira preta, contêm
taninos, abundantes flavonóides e pigmentos antociânicos.
As uvas contêm cerca de 16% de açúcares (glicose, levulose e sacarose); até 1% de
proteínas (10 gramas por quilo); o.5% de lípidos; vitaminas A, complexo B, C e P;
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sais minerais, especialmente de potássio e de ferro; ácidos orgânicos e
pigmentos antociânicos na pele.
PROPRIEDADES: Afecções circulatórias venosas: hemorróidas, frieiras, varizes,
pernas cansadas ou inchadas por transtornos da permeabilidade capilar. É um dos
remédios mais activos contra estas afecções. Nestes casos, para reforçar o efeito,
recomenda-se combinar as aplicações internas e externas; isto é, que além de tomar
a decocção de folhas, podem-se fazer banhos com esta mesma decocção.
Gastrenterites: diarreias crónicas e especialmente disenterias com fezes
sanguinolentas, pelo efeito adstringente e anti-hemorrágico que possuem.
Hemorragias: particularmente útil nos transtornos da menopausa, para evitar as
perdas frequentes de sangue; também no caso de hipermenorreia (regras demasiado
abundantes); assim como para normalizar o ciclo menstrual na dismenorreia (regras
dolorosas). Detém as epistaxes (hemorragias nasais) se for aplicada directamente,
aspirando o pó das folhas secas trituradas, além de tomar a sua infusão.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de folhas: 40 a 50 gramas de
folhas por litro de água. Tomar três ou quatro chávenas (xícaras) diárias, antes das
refeições. Óleo das sementes de uva (grainhas): consome-se como qualquer outro
óleo comestível, à razão de duas a cinco colheres de sobremesa por dia.
Pedilúvios (banhos de pés): contra as frieiras, e para melhorar a circulação
sanguínea, com a mesma decocção que para os banhos de assento.

Uso externo: Banhos de assento e pedilúvios. Pó: para estancar as hemorragias


nasais, inala-se o pó das folhas secas à maneira de rapé.
BANHO DE ASSENTO CONTRA AS HEMORRÓIDAS: com 1-2 litros da mesma
decocção, que se recomenda tomar em uso interno, prepara-se um banho de
assento. Verte-se o líquido da decocção numa banheira adequada (uma bacia de
plástico grande onde dê para se sentar e pôr os pés de fora) e acrescenta-se a água
necessária para cobrir o baixo-ventre. A temperatura da água do banho deve ser fria,
tal como sai da torneira. Recomenda-se tomar até três banhos diários, de cerca de
cinco minutos de duração cada um. Consegue-se com isto desinflamar as
hemorróidas e até evitar que aumentem de tamanho, devido à acção venotónica das
folhas da Videira. Na medida em que a tonicidade das paredes das veias aumenta, as
hemorróidas, que mais não são do que veias anormalmente dilatadas, contraem-se,
e melhora a circulação do sangue que corre por elas. Neste caso pode existir uma
congestão portal (orientar remédios para o fígado).
Em caso da crise hemorroidal, os melhores resultados conseguem-se combinando,
durante dois ou três dias, as acções curativas da Videira em todas as suas formas:
Tisanas com decocção das suas folhas; banhos de assento com a mesma decocção,
embora mais concentrada; cura de uvas.
CURA DE UVAS: Consegue um efeito depurativo muito notável, o que em termos
populares se conhece como “limpeza do sangue”, e que outra coisa não é senão a
eliminação das toxinas e resíduos metabólicos que impedem o normal funcionamento
dos órgãos e tecidos. A cura de uvas exerce uma acção anticongestiva sobre todos os
órgãos da digestão, e sobre o fígado de forma especial. Os glícidos que a uva contém
são de fácil assimilação, e as proteínas e gorduras são de grande valor biológico.
Indicada nos seguintes casos: Dieta sobrecarregada (rica em produtos animais
gordos); artrismo e gota; hipertensão; excesso de colesterol no sangue; doenças
renais (litíase renal, nefrite e nefrose, insuficiência renal); obesidade (apesar da sua
riqueza em glícidos, o conteúdo calórico da uva é inferior a 80 calorias por 100
gramas); hemorróidas; afecções hepáticas crónicas (hepatite, cirrose, hipertensão
portal); anemia, esgotamento físico; falta de rendimento, astenia e stress).
A cura de uvas faz-se comendo de um a três quilos de uva madura como único
alimento, durante três dias, ou mesmo até uma semana. Também se pode beber o
sumo (suco) de uva.
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ATENÇÃO: Esta cura deve ser feita num Hospital Homeopático ou
Naturopático com seguimento de um especialista, nunca fazer sozinho em casa.

NOME COMUM: Violeta, violeta de cheiro, violeta roxa, Viola tricolor.


NOME BOTÂNICO: Viola odorata L.
FAMÍLIA: Violáceas.
GEOGRAFIA: Prados e bosques húmidos de toda a Europa. Cultivada e difundida no
continente americano.
PARTES EMPREGADAS: As flores, as folhas e as raízes (rizomas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém saponinas (principalmente a raiz),
mucilagens, ácido salicílico, pigmentos (antiocianinas) e glicósidos, essência das
flores.
PROPRIEDADES: As flores têm as seguintes aplicações: afecções respiratórias:
fluidificam as secreções bronquiais e acalmam a tosse. Acção suavizante e
antiinflamatória sobre todas as mucosas. É útil para o tratamento dos catarros
brônquicos, bronquites, traqueite e broncopneumonia. Usada também quando a
afecção respiratória é acompanhada com febre (gripe).
Cistite: devido à sua acção antiinflamatória.
Enxaquecas e cefaleias: em compressas sobre a fonte.
Afecções bucais e da garganta: externamente a infusão usa-se para fazer bochechos
ou gargarejos em caso de estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite,
amigdalite, laringite e afonia.
As folhas das violetas têm propriedades semelhantes às flores, mas com maior efeito
sudorífico, diurético e laxante. Costuma usar-se misturada com as flores.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 a 40 g de folhas e/ou flores
por litro de água, de que se toma 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Tem um sabor
muito agradável.
Xarope de violeta: pode substituir a infusão, especialmente para as crianças.
Prepara-se com 50 g de flores, que se deixam em maceração em meio litro de água
durante 12 horas. Depois de filtrada, acrescentam-se-lhe 200 g de mel e ferve-se
durante 5 minutos. Administram-se de 1 a 3 colheres de sopa cada duas horas.
Uso externo: a mesma infusão descrita para uso interno aplica-se em bochechos, em
gargarejos, em lavagens às pálpebras, ou em compressas sobre a fonte.
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NOME COMUM: Visco branco.


NOME BOTÂNICO: Viscum álbum L.
FAMÍLIA: Laurentáceas.
GEOGRAFIA: Existe em Portugal e em outras regiões da Europa, assim como na
Ásia setentrional.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém matéria viscosa, cera, sais de potassa, magnésio,
cálcio e óxido de ferro. O Dr. Reinsh foi o primeiro a extrair desta planta, um
alcalóide: viscina. Em 1907, o Dr. Leprice e outros fitoquímicos descobrem diversos
princípios activos e um alcalóide volátil, além de duas saponinas.
PROPRIEDADES: Hipotensoras. É bastante útil na arteriosclerose e tem acção sobre
o coração, com efeitos tónico-sedativos, etc. O seu emprego em Naturopatia é
especialmente como hipotensor, razão porque é indicado na arteriosclerose, em que
há, com frequência tensão elevada e transtornos nervosos (distonias neuro-
vegetativas).
MANEIRA DE PREPARAR: Casca e folhas: 50 gramas para um litro de água, em
forma de cozimento. Duas chávenas (xícaras) ao dia, fora das refeições. Pode-se
fazer uma boa tisana, com a seguinte mistura (em partes iguais): Viscum album,
Fucus vesiculosos, Crataegus e Equisetum arvensis (Cavalinha), duas colheres de
sopa para ½ litro de água. Depois de três a quatro minutos de fervura, ficará uma
hora de infusão. Coar. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das
refeições. Esta tisana combate a arteriosclerose e a tensão arterial elevada.

NOME COMUM: Vulnerária.


NOME BOTÂNICO: Anthyllis vulneraria L.
FAMÍLIA: Leguminosas.
GEOGRAFIA: Difundida por toda a Europa em prados e terrenos cálcarios.
PARTES EMPREGADAS: A planta inteira.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém saponinas, taninos e flavonóides.
PROPRIEDADES: A sua infusão usa-se para lavar as feridas, quer limpas quer
infectadas, as chagas, as úlceras de difícil cicatrização, as escoriações e as zonas
contusas. Favorece o aparecimento de uma crosta e a rápida epitelização (cobertura
com a pele) das zonas lesionadas.
Também se toma a infusão como depurativa do sangue.
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MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 10-20 g por litro de
água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia.
Uso externo: Lavagens das feridas com uma decocção de 20-30 g de planta por litro
de água, que deverá ferver pelo menos durante três minutos. Aplicam-se 3 ou 4
lavagens por dia.

NOME COMUM: Zambujeiro, Oliveira brava.


DESCRIÇÃO: É um arbusto da família da Oliveira (Olea europaea), cujas
propriedades são semelhantes a ela, mas que por ser mais rica em princípios activos,
deve ser empregada em menor quantidade.
NOTA: Ver as propriedades da Oliveira

NOME COMUM: Zaragatoa, erva pulgueira.


NOME BOTÂNICO: Plantago psyllium L.
FAMÍLIA: Plantagináceas.
GEOGRAFIA: Cresce em terrenos arenosos ou pedregosos de toda a área
mediterrânea. Cultiva-se com fins medicinais.
PARTES EMPREGADAS: As sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm mucilagem abundante (até 15%). É
uma das plantas que tem um maior conteúdo em mucilagem. Contém também
lípidos com esteróis vegetais (sitosteróis), sais de potássio e oligoelementos.
PROPRIEDADES: Afecções digestivas: a mucilagem actua como um colóide
hidrófilo; isto é, as suas moléculas rodeiam-se de grande quantidade de moléculas de
água, que as fazem aumentar de volume e transformar-se numa massa suave e de
aspecto gelatinoso. Desta forma a mucilagem consegue dois efeitos:
1º Cria uma capa viscosa e protectora que cobre todo o interior do tubo digestivo,
desde o estômago até ao intestino grosso. Oferece com isto uma acção suavizante e
anti-inflamatória sobre as mucosas digestivas, que resulta altamente benéfica em
caso de gastrite, úlcera gástrica ou duodenal, e colite. Acalma a pirose (acidez) e a
dor de estômago, e faz parar as cólicas e a diarreia em caso de colite.
2º Aumenta o volume das fezes e torna-as mais brandas, com o que estas se
deslocam com maior facilidade pelo tubo digestivo, exigindo menos esforço
peristáltico ao cólon. Tudo isto se traduz num suave efeito laxante, sem contracções,
nem irritação, sem criar habituação e sem provocar a perda de potássio ou sais
minerais; ou seja, sem nenhum efeito secundário indesejável. A mucilagem da
zaragatoa pode usar-se continuadamente durante meses, ou mesmo anos. Torna-se
muito útil no tratamento da prisão de ventre crónica e das suas consequências, tais
como as hemorróidas ou a diverticulose do cólon, que também ajuda a prevenir.
Os divertículos produzem-se como consequência do excesso de pressão que o cólon
tem de exercer para fazer avançar as fezes duras ou ressequidas. A alimentação rica
em carnes e produtos refinados, mas escassa em fruta, verduras e cereais integrais,
produz fezes escassas e duras que submetem o intestino grosso a um grande
esforço. O resultado de tudo isto é a prisão de ventre e as suas complicações, a mais
grave das quais é o cancro (câncer) do cólon.
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Desinflama as hemorróidas e minora os incómodos das fissuras anais;
recomendável em caso de proctite (inflamação do recto) e de colite, inclusive a
ulcerosa.
Usada no tratamento da obesidade: a administração de sementes com água em
abundância, entre as refeições, produz sensação de plenitude e saciedade no
estômago, fazendo diminuir o apetite. Esta acção deve-se à capacidade hidrófila da
mucilagem, que incha e aumenta de volume com a água.
Usada e comprovada na diminuição do colesterol e triglicéridos no sangue,
possivelmente devido ao facto de interferir com a absorção das gorduras no intestino
delgado.
Afecções urinárias: a mucilagem da zaragatoa actua também como anti-inflamatório
sobre as mucosas urinárias. Ajuda a acalmar os incómodos da cistite e favorece a
regeneração da mucosa irritada.
Afecções cutâneas: aplicada localmente em forma de emplastro, protege e
desinflama a pele irritada em caso de eczema e erupções ou dermatose. É
cicatrizante quando se aplica sobre queimaduras, feridas ou úlceras varicosas.
MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: maceração de sementes: trituram-se, ou
simplesmente esmagam-se, e deixam-se macerar durante uma ou duas horas (uma
colher de sopa de sementes por copo de água). Tomar depois a mucilagem, filtrando
o líquido resultante. Pode acrescentar-se uma colher de grãos de anis para melhorar
o sabor. Ingere-se de manhã, em jejum, e à noite antes de deitar.

Uso externo: cataplasma de sementes: depois de postas em maceração, aquecem-se


e prepara-se com elas uma cataplasma, que se mantém pelo menos 15 minutos
sobre a zona afectada, duas ou três vezes por dia.
Enemas (clisteres): fazem-se com o líquido resultante da maceração de sementes. É
suficiente 100-250 m para cada aplicação. Administrar até três enemas diários.

NOME COMUM: Zimbro comum.


NOME BOTÂNICO: Juniperus comunis L.
FAMÍLIA: Coníferas.
GEOGRAFIA: É uma planta arbustiva da Europa setentrional, espontânea em várias
regiões de Portugal. Encontrando-se com facilidade no Gerês e na Serra da Estrela.
PARTES EMPREGADAS: Os estrabilos (bagas).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo volátil, cera, resina, açúcar e ácidos (acetatos e
malato de potassa e de cal). O seu princípio considerado mais activo é um óleo
essencial, verde pálido, de reacção ácida, de cheiro algo rançoso.
PROPRIEDADES: A essência do Zimbro é estupefaciente, cujo efeito se traduz por
sonolência. As bagas são consideradas tónicas, excitantes, diuréticas, digestivas,
béquicas, vermífugas e anti-sépticas.
É indicada na debilidade geral, dificuldade em urinar, insuficiência renal crónica,
cálculos renais, bronquite, especialmente crónica e fétida, reumatismo, doenças da
pele, particularmente psoríase e eczema crónico (em forma de gel ou pomada), nas
dores reumáticas (em forma de fricção, o óleo), etc.
MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das bagas esmagadas: 20 gramas para um litro
de água. Para tomar no intervalo das refeições.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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livros, Lisboa 1999 – Portugal.

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Portugal.

Castro, José Lyon de, Curso de Botânica Aplicada à Medicina e alimentação,


Edição do autor, Lisboa, 1975 – Portugal.

Castro, José Lyon de, A Naturologia e a Saúde Integral do Indivíduo e da


Sociedade, Ed. Publicações Europa América, Mem Martins, 1986 – Portugal.
Plantas Terapêuticas de A a Z – Dr.João Novaes – Lisboa - Portugal 227

Feijão, Raul d’ Oliveira, Medicina pelas Plantas, Ed. Livraria Progresso, Lisboa,
1973, Lisboa – Portugal.

Graça, J. A. Borralho da & outros, Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais,


Ed. Selecções do Reader’s Digest, Lisboa, 1983 – Portugal.

Santos, José Estevão dos, Os Caminhos da Saúde, Ed. Do autor, Montijo,


1974 – Portugal.

Schneider, E, A Saúde pelos Tratamentos Naturais, Ed. Publicadora Atlântico,


S.A.R.L., Sacavém, 1977 – Portugal.

Scolnick, Jaime, Cura pela Medicina Naturista, Ed. Cultrix, São Paulo, 1993 –
Brasil.

Thomé, António, A Saúde Através do Naturismo, Ed. Vida Plena, São Paulo,
1990 – Brasil.

Cravo, Antonieta Barreira, Frutas e Ervas que Curam, Ed. Hemus, São Paulo,
1995 – Brasil.

Corrêa, Anderson Domingues, Batista, Rodrigo Siqueira, Quintas, Luís Eduardo


M., Plantas Medicinais – do cultivo à terapêutica, Ed. Vozes, Rio de Janeiro,
1998 – Brasil.

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