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FAROL – FACULDADE DE ROLIM DE MOURA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

CAROLINE BARROS GUMS


EVERALDO SEBASTIÃO FORNELLI DA SILVA
LUCIANO SANTOS MAGALHÃES
LUCIENE JOSÉ GARCIA
LUSILENE MARIANO DE SÁ

ESTÁGIO BÁSICO III: TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

ROLIM DE MOURA
MAIO DE 2010
CAROLINE BARROS GUMS
EVERALDO SEBASTIÃO FORNELLI DA SILVA
LUCIANO SANTOS MAGALHÃES
LUCIENE JOSÉ GARCIA
LUSILENE MARIANO DE SÁ

ESTÁGIO BÁSICO III: TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Relatório apresentado ao curso de


psicologia V período da Faculdade de
Rolim de Moura – FAROL como parte do
requisito avaliativo no Estágio Básico III.

Orientadora: Profª. Esp. Simone Lia Pires

ROLIM DE MOURA
MAIO DE 2010
AGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos ao grupo da denominação religiosa Testemunhas de


Jeová deste município pela disponibilidade em nos prestar as informações
necessárias de forma tão afetuosa e acolhedora.
Também à atenção e disponibilidade da supervisora de Estágio prof. esp.
Simone Lia Pires pelas orientações prestadas e acompanhamento na execução
deste.
Aos nossos pais, amigos e esposos (as) pelo apoio durante esse semestre do
curso, principalmente, compreendendo os momentos em que nos dedicamos à
execução deste trabalho. Particularmente lembrando os colegas acadêmicos de
outros municípios, quando foi necessário sair de seus lares em finais de semana, à
noite e em feriados.
Poucas pessoas se ocupam de coisas que não sejam si mesmas.
(Antoine de Saint-Exupéry em “O pequeno príncipe”)

“De certa maneira, não temos a inteira escolha de ter ou não um corpo: é assim que
viemos ao mundo, pelo corpo e pelo grupo, e o mundo é corpo e grupo.”
(KAËS, 1997, p. 275)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................5
1.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO...........................................................5
1.2 OBJETIVOS................................................................................................11
1.2.1 Objetivo geral............................................................................................11
1.2.2 Objetivo específico...................................................................................11
1.3 JUSTIFICATIVA..........................................................................................11
3 DISCUSSÕES..................................................................................................18
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................20
ANEXO........................................................................................................................21
ROTEIRO DE ENTREVISTA......................................................................................21
5

1 INTRODUÇÃO

O estágio básico é uma das modalidades de estágio prevista nas diretrizes


curriculares dos cursos de Psicologia, conforme resolução de 08 de maio de 2004,
publicado no DOU nº 94, de 18/05/2004, seção 1, págs. 16/17. Configura-se como
um conjunto de práticas integrativas voltadas para o desenvolvimento de habilidades
e competências em situações de complexidade variada, representativas do efetivo
exercício profissional, sob a forma de estágio supervisionado.
O estágio básico deve consolidar e articular competências previstas no
núcleo comum, o qual estabelece uma base homogênea para a formação no país e
uma capacitação básica para lidar com os conteúdos da Psicologia, enquanto
campo de conhecimento e de atuação (art. 7°).
Através da sistematização dos conhecimentos adquiridos no terceiro e
quinto período do curso, respectivamente nas disciplinas de Dinâmica de Grupo e
Processos Grupais, espera-se que o acadêmico seja capaz de desenvolver um
processo de observação nos relações grupais de instituições da comunidade. A
atividade visa desenvolver competências dos alunos para que sejam capazes de
compreender e analisar os processos coletivos e individuais, tendo como princípio a
observação.

1.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

As Testemunhas de Jeová são conhecidas mundialmente pela sua


persistência em falar às pessoas em toda a parte sobre Jeová (Deus) e seu Reino.
Gozam também da reputação de serem pessoas que se apegam às suas crenças,
apesar de toda sorte de oposição, até mesmo a morte.
“As principais vitimas da perseguição religiosa nos Estados Unidos no século
XX forma as Testemunhas de Jeová”, diz o livro The Court and the Constitution (O
Tribunal e a Constituição), de Archibald Cox (1987). “As Testemunhas de Jeová...
têm sido molestados e perseguidas por governos no mundo inteiro”, diz Tony
Hodges. “Na Alemanha nazista, foram arrebanhadas e enviadas para os campos de
concentração”. Durante a segunda Guerra Mundial, a Sociedade [Torre de Vigia] foi
6

proscrita na Austrália e no Canadá. Hoje [na década de 70] as Testemunhas de


Jeová estão sendo acossadas na África”.
As palavras nos idiomas originais, traduzidas por “testemunha”, suprem
entendimento sobre o que significa ser testemunha a favor de Jeová. Nas escrituras
Hebraicas, o substantivo traduzido por “testemunho” (‘edh) deriva-se de um verbo
(‘udh) que significa “retornar” ou “repetir, fazer de novo”. Quanto ao substantivo
(‘edh), a obra Theological Wordbook of Old Testament (Manual Teológico do Velho
Testamento) diz: “Testemunha é alguém que, por reiteração, afirma enfaticamente o
seu testemunho. A palavra [‘edh] e um termo familiar em linguagem de tribunal”. A
obra A Comprehensive Etymological Dictionary of the Hebrew Language for Readers
of English (Dicionário Etimológico da Língua Hebraica para os que Lêem Inglês)
acrescenta: “O significado original do verbo ‘udh provavelmente era ‘ele disse
repetida e vigorosamente’.”
Nas escrituras cristãs, as palavras gregas traduzidas “testemunho” (mártys)
é “testemunhar” (mar-ty-ré-o) também tinha uma conotação jurídica, ainda que, com
o tempo, viessem a assumir um significado mais amplo. Segundo o Theological
Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento), “o
conceito do testemunho é empregado tanto no sentido de testemunhas de fatos
certificáveis como de testemunhos de verdades, de tornar conhecidas e confessar”.
Portanto, uma testemunha relata fatos com conhecimento pessoal direto, ou
proclama conceitos ou verdades dos quais está convicta.
O proceder fiel dos cristãos do primeiro século d.C. ampliou ainda o
significado de “testemunha”. Muitos daqueles primitivos cristãos deram testemunho
sob perseguição e em face da morte. (Atos 22, 20) Em resultado disso, por volta do
segundo século d.C., a palavra grega para testemunha (már-tys, da qual se derivou
também a palavra “mártir”) adquiriu o significado aplicado a pessoas que estavam
dispostas a “selar a seriedade de seu testemunho ou confissão, com morte”. Não
foram chamadas de testemunhas porque morreram; elas morreram porque eram
testemunhas leais.
O apóstolo Paulo diz: “Temos a rodear-nos uma tão grande nuvem (néfos),
denotando massa de nuvens de testemunhas”. (Hebreus 12, 1) Essa “massa de
nuvens” de testemunhas começou a se formar pouco depois das rebeliões contra a
soberania de Deus no Éden. (Sociedade torre de vigia, 2007).
7

Em Hebreus 11, 4 Paulo identifica a Abel como a primeira testemunha de


Jeová, dizendo: “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício de maior valor do que
Caim, sendo por esta fé que se lhe deu testemunho de que era justo, dando Deus
testemunho de seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala”. De que modo
serviu Abel como testemunha de Jeová? A resposta gira em torno da razão pela
qual o sacrifício de Abel era de “maior valor” do que Caim.
Declarado de modo simples, Abel fez a oferta certa com motivo certo e
sustentou-a com obras certas. Como dádiva, ele deu um sacrifício de sangue, receu
produtos sem vida. (Gênesis 4, 3-4) O sacrifício de Caim não tinha aquilo que
motivara a fé que fez com que a oferta de Abel fosse aceitável. Caim precisava sua
adoração. Em vez disso, ele manifestou sua me atitude de coração, rejeitando o
conselho e o aviso de Deus e assassinado o fiel Abel. (Gênesis 4, 6-8; João 3, 11-
12).
Abel demonstrou ter a fé que faltou a seus pais. Mediante o seu proceder
fiel, ele tornou conhecida a sua convicção de que a soberania de Jeová é justa e
digna. Durante o período de mais ou menos um século que viveu Abel demonstrou
que o homem pode ser fiel a Deus a ponto de selar seu testemunho com a morte. E
o sangue de Abel ainda “fala”, pois o registro inspirado de seu martírio foi
preservado na Bíblia para as gerações futuras.
Bem, desde o inicio, o adversário, Satanás, tentou silenciar as testemunhas
de Jeová cristãs trazendo sob essas perseguições da parte dos de fora da
congregação. (I Pedro 5, 8). Foi motivado primeiro pelos judeus e, daí, pelo Império
Romano gentio. Os primitivos cristãos. Estes suportaram com êxito toda sorte de
oposição.
Por muitos anos, os estudantes da Bíblia haviam ensinando que “as
autoridades superiores” eram Jeová Deus e Jesus Cristo. Na Watch Tower de 1º e
15 de junho de 1929, citou-se uma variedades de leis seculares e mostrou-se que o
que era permitido num país era proibido em outro. Chamou-se também atenção para
leis seculares que exigiam que as pessoas fizessem o que Deus proibia, ou que
proibiam o que Deus ordenava que seus servos fizessem. Por causa do seu desejo
sincero de mostrar respeito à autoridade suprema de Deus, parecia aos Estudantes
da Bíblia que “as autoridades superiores” tinham de ser Jeová e Jesus Cristo.
Continuavam a obedecer as leis seculares, mas frisava-se a obediência primeiro à
8

Jeová. Foi uma lição importante, uma lição que os fortaleceu durante os anos de
tumultuo que se seguiram. Mas não entendiam o que os diziam (Romanos 13, 1-7).
Anos mais tarde, fez-se um cuidadoso reexame desse texto junto com seu
texto e seu significado à luz do resto da Bíblia. Assim, em 1962, compreendeu-se
que “as autoridades superiores” são os governantes seculares, mas, com a ajuda da
Tradução do Novo Mundo, discerniu-se claramente o principio da sujeição relativa.
Isto não exigiu nenhuma mudança de vulto na atitude das Testemunhas de Jeová
para os governos do mundo, mas corrigiu seu entendimento de um trecho
importante das escrituras. Deu oportunidade para os Testemunhas individualmente
considerarem com cuidado se estavam de fato vivendo a altura de suas
responsabilidades tanto para com Jeová como para com as autoridades seculares.
Esse claro entendimento das “autoridades superiores” tem servido de proteção para
as Testemunhas de Jeová, especialmente nos países em que ondas de
nacionalismo e clamores por maior liberdade resultaram em violência e na formação
de novos governos. (Sociedade torre de vigia, 1993).
Nas primeiras décadas de sua historia moderna, eles eram, com freqüência,
chamados simplesmente de estudantes da Bíblia. Quando as pessoas perguntavam
sobre o nome da organização, nossos irmãos não raro respondiam: “Somos
cristãos”. O irmão Russell respondeu a essa pergunta, dizendo, na Watch Tower
(hoje A Sentinela) “Não nos separamos de outros cristãos tomando qualquer nome
distintivo ou peculiar. Estamos satisfeitos com o nome, cristãos, pelo qual os
primitivos santos eram conhecidos” (edição de setembro de 1888).
Os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, tanto no primeiro século como
dos tempos atuais, tem chamado a si mesmos e a seus concrentes de “irmãos”,
“amigos” e “a Congregação de Deus”. (Atos 11, 29; João 14; I Coríntios 1, 2). Além
disso, eles tem se referido a Jesus Cristo como o “Amo” e a si mesmos com
“escravos de Cristo Jesus” e “escravos de Deus”.
Com o tempo, tornou-se cada vez mais evidente que além do nome
cristão, a congregação dos servos de Jeová precisava realmente de um nome que a
distinguisse. É verdade, nossos irmãos muitas vezes referiam a si mesmos como
estudantes da Bíblia, e a partir de 1910, usaram o nome Associação Internacional
dos Estudantes da Bíblia com referência às suas reuniões. Em1914, para evitarem
ser confundidos com sua recém-formada sociedade legal chamada Associação
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Internacional da Bíblia, adotaram para os seus grupos locais o nome Estudantes da


Bíblia Associados.
Todavia, em 1931, adotamos o nome que realmente os distingue:
Testemunhas de Jeová.
As principais crenças das Testemunhas de Jeová são:
 A Bíblia é a inspirada Palavra de Deus. (II Timóteo 3, 16- 17);
 Jeová é o único Deus verdadeiro. (Salmos 83, 18; Deuteronômio 4, 39);
 Jesus Cristo é o unigênito de Deus, o único criado diretamente pelo
próprio Deus. (João 4, 9; Coríntios 1, 13-16);
 Satanás é invisível “governante deste mundo”. (João 12, 31; João
5,19);
 O Reino de Deus, sob Cristo, substituíra todos os governos humanos e
se tornara o único governo sobre toda a humanidade. (Daniel 7, 13-14);
 Vivemos agora, desde 1914, no tempo do fim deste mundo iníquo.
(Mateus 24, 3-14; II Timóteo 3, 1-5; Daniel 12, 4);
 Existe apenas um caminho para a vida; nem todas as religiões ou
práticas religiosas são aprovadas por Deus. (Mateus 7, 13-14; João 4, 23-24;
Efésios 4, 4-5);
 A morte resulta de se ter herdado de Adão o pecado. (Romanos 5, 12;
6, 23);
 Um pequeno rebanho, apenas 144.000, irá para o céu. (Lucas 12, 32)
 Outros que têm a aprovação de Deus viverão para sempre sobre a
terra. (Salmos 37, 29; Mateus 5 ,5; Pedro 3, 13);
 As autoridades seculares devem ser tratadas com o devido respeito.
(Romanos 13, 1-7; Tito 3, 1-2);
 Os cristãos precisam harmoniza-se com as normas da bíblia no que diz
respeito ao sangue, bem como à moralidade sexual. (Atos dos Apóstolos 15,
28-29);
 A honestidade pessoal e a fidelidade nas responsabilidades maritais e
familiares são importantes para os cristãos. (Timóteo 5, 8; Coríntios 3, 18-21;
Hebreus 13, 14);
 A adoração aceitável de Jeová requer que o amemos acima de tudo.
(Lucas 10, 27; Deuteronômio 5, 9); (Achegue-se a Jeová, 2002).
10

Milhões de pessoas estudaram a Bíblia com as Testemunhas de Jeová, nem


todas se tornaram “Testemunhas”. Quando certas pessoas aprendem as elevadas
normas que precisam seguir, decidem que não é a espécie de vida que desejam.
Todos os que chegam a ser batizados recebem primeiro uma instrução cabal sobre
os ensinamentos fundamentais da Bíblia, e depois (especialmente desde 1967) os
anciãos na congregação recapitulam esses ensinamentos com cada candidato ao
batismo. Faz-se todo o esforço para se certificar que os batizandos entendam
claramente não só a doutrina, mas também o que realmente significa a conduta
cristã. As Testemunhas de Jeová compreendem que é vital conservar a organização
moralmente limpa para se continuar a ter a aprovação de Jeová.
As Testemunhas de Jeová não dizem que sua conduta seja impecável. Mas
são sinceros nos esforços de imitar a Cristo ao passo que se harmonizam com a
elevada norma bíblica de conduta. Não negam que haja outras pessoas que aplicam
elevadas normas morais em sua vida, mas, no caso dos pertencentes desta
denominação, não é só quais os indivíduos, mas como organização internacional
que são prontamente reconhecidas por causa de sua conduta que se harmoniza
com as normas da bíblia.
No inicio da década de 90 deste século, havia mais de 60.000 congregações
de Testemunhas de Jeová em todo o mundo. Na década anterior, tinham sido
acrescentadas anualmente, em média, 1.759 novas congregações. Ao começar a
década de 90, esse índice havia aumentado para mais de 3.000 por ano.
Providenciar locais adequados para todas elas se reunirem tem sido uma tarefa
monumental.
O nome Salão do Reino foi sugerido em 1935 por J. F. Rutherford, que na
época era o presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA). Com o tempo, em
todo o mundo, o principal local em que as congregações realizavam as reuniões
passou a ser conhecido como Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.
(Sociedade Torre de Vigia, 2007).
11

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Promover a relação e o compromisso social dos alunos com a população


regional, na perspectiva da psicologia enquanto ciência e profissão, bem como
propiciar a reflexão sobre os condicionantes históricos das características
psicossociais da população da cidade de Rolim de Moura e região.

1.2.2 Objetivo específico

Consolidar e desenvolver habilidades e competências básicas para atuação


profissional, conforme diretrizes curriculares;

Desenvolver atividades de observação com finalidade de estudo de


processo grupais em instituições da comunidade.

1.3 JUSTIFICATIVA

Os estágios supervisionados inseridos a partir do segundo ano da formação


do aluno de psicologia favorecem o acadêmico com a promoção dos conhecimentos
requeridos para o exercício profissional como a tomada de decisões, a
comunicação, a liderança, a administração, o gerenciamento e para explicar,
compreende e analisar as questões próprias da psicologia,
O estagiário não realiza atividades que sejam exclusivas do psicólogo, como
o psicodiagnóstico ou a psicoterapia. A proposta é apresentar e integrar o aluno a
um contexto social, até então pouco conhecido, favorecendo o desenvolvimento das
competências de planejamento, análise, síntese, observação, descrição, entre
outras. Essa modalidade de estágio visa oferecer, num primeiro momento, aos
alunos uma formação e um treinamento, por meio do acompanhamento
supervisionado zeloso dos efeitos sobre os estudantes deste lançamento inicial ao
mundo da Psicologia.
12

2 DESENVOLVIMENTO

O objetivo do grupo da denominação das Testemunhas de Jeová é transmitir


a verdade sobre Deus (Jeová). Não tem regras ou uma doutrina específica, seguem
apenas o que está escrito nas escrituras sagradas (Bíblia), sobretudo os dez
mandamentos, salvo a de não consumirem sangue.
Como seguem fielmente as escrituras sagradas acreditam que o sangue é
vida e quem o comer estará pecando: “Somente esforça-te para que não comas o
sangue; pois o sangue é vida; pelo que não comerás a vida com a carne.”
(Deuteronômio 12, 23). Ou ainda “comereis o sangue de nenhuma carne, porque a
vida de toda a carne é o seu sangue; qualquer que o comer será extirpado” (Levítico
17, 14).
Não contam, aqui em Rolim de Moura, com um fundador especifico e nem
com uma data precisa de fundação da denominação, uma vez que o processo de
formação deste grupo se deu de forma bastante espontânea - foram aparecendo
pessoas para fazerem os trabalhos das Testemunhas de Jeová aqui na cidade e aos
poucos foram se formando um grupo, mas tem em torno de 26 anos de existência.
As reuniões acontecem às quintas feiras das 19h 30min. às 21h 00 min. e
aos domingos das 18h 30min. às 20h 30 min. no salão do reino localizada na
Avenida Macapá, bairro centro nesta cidade de Rolim de Moura.
A quantidade de membros das Testemunhas de Jeová que participam
naquela instituição são mais ou menos uns 80 (oitenta) membros fixos, excetuando-
se aqui os que não frequentam com regularidade e visitantes.
A filosofia deste grupo é viver e agir assim como Jeová agiu e viveu: de forma
correta, conhecer realmente a verdade e viver segundo ela, e ainda evangelizar
pregando de porta em porta, porém, não tem limite de tempo ou dia pra fazer tais
pregações. Costumam sair pela manhã, em grupos, após uma breve reunião para
organizarem sobre o que vão pregar naquele dia.

20
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis
que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Amém. (Mateus 19, 20)
Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem
escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo,
e que antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum
haverá. (Isaias, 43:10)
13

Este grupo não possui uma diretoria, existem apenas pessoas que dirigem os
trabalhos, que geralmente são os mais velhos, onde é observada a conduta dos
mesmos, pois devem ter uma vida digna e ser exemplo para os demais membros.
Após a indicação o mesmo é “apresentado” diante de Deus, momento este em que é
pedida a bênção.
Não se dividem em subgrupos, uma vez que acreditam que a divisão cria uma
hierarquia e o que eles seguem é uma teocracia, onde todos são iguais. Existem
apenas os que dirigem ou conduzem os demais, mas não entendem isso como
sendo um subgrupo ou hierarquia.
Financeiramente, o salão do reino das Testemunhas de Jeová, se mantêm
por meio de doações livres feitas por parte de seus membros e de recursos que
arrecadam com as vendas de livros ou de revistas que vendem quando das visitas
de casa em casa.
Não cobram dízimos uma vez que crêem como diz a bíblia em que a oferta
deve ser dada de coração, espontaneamente, ou seja, “Cada um contribua segundo
propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao
que dá com alegria.” (II Coríntios, 9, 7)
No salão do reino existem três caixas de coletas, onde uma é para a
manutenção do salão (despesas internas), outra para a construção do novo salão
que eles pretendem construir ainda este ano, e uma terceira caixa de coleta é
destinada a arrecadação para mandar para a construção de outros salões em outras
cidades.
Estas caixas são em forma de urna onde cada um doa espontaneamente e
deposita sua contribuição sem que ninguém fique sabendo o quanto foi doado.
Os Testemunhas de Jeová também tem obras sociais. Eles ensinam a bíblia e
a língua de sinais para os surdos. Outra forma de ação social dos mesmos é através
do apoio que dão em catástrofes naturais como: terremotos, tsunamis, enchentes,
etc.
Em relação à questão de as Testemunhas de Jeová acreditarem que apenas
144.000 pessoas irão para o céu e quanto ao critério para a escolha destes os
mesmos colocam que tais pessoas não são e não serão escolhidas por nós. Essas
pessoas sentem o chamado de Deus, por meio de seu “contato” íntimo com Jeová,
que são chamadas a terem esperança de vida no céu, a partir daí crêem nisso.
14

A crença de que apenas estes 144.000 irão para o céu está pautada nas
escrituras bíblicas, mais precisamente no livro Apocalipse:

4
E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil
assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel.
(Apocalipse, capítulo 7)
1
E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e
quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu
Pai. [...] 3 E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos
quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico,
senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
(Apocalipse, capítulo 14)

Os participantes desta denominação acreditam que as demais pessoas -


aquelas que não foram escolhidas por Jeová para habitarem no céu - viverão no
paraíso terrestre, pois segundo eles a terra será transformada em um local como se
fosse um “céu”, sem dor ou sofrimento.
Não acreditam que a terra será destruída, como crêem muitas outras
religiões, justificando tal posição pelo fato de que Jeová não iria destruir o que ele
mesmo criou apenas porque existe o mal e sim irá fazer uma reforma na terra
banindo todo o mal dela.
Não acreditam no inferno de fogo, mas sim para eles o inferno é a cova ou
sepultura, onde Jesus também esteve enquanto aguardava por sua ressurreição.
As Testemunhas de Jeová não acreditam em milagres de cura (da forma que
muitas denominações pregam), pois tais milagres só teriam existido no tempo em
que Jesus habitava a terra, quando também autorizou aos 12 discípulos e
posteriormente a outros 72 o poder de tais dons, porém não deu a mais ninguém os
dons de fazer milagres, curas, etc, como vemos na Bíblia Sagrada nos livros de
Mateus 10,1 e em Lucas 10, 1.

Chamando seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar


espíritos imundos e curar todas as doenças e enfermidades.
Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro,
e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e
Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu,
apelidado Tadeu; Simão o Zelote, e Judas Iscariotes
Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a
dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava
prestes a ir.
15

Na atualidade se acontecer esse tipo de “milagre”, para as Testemunhas de


Jeová, eles não provêm de Deus.
Porém, embora não acreditem em milagres de cura, acreditam em milagres
naturais, como: crescimento de uma planta, pessoas que tem uma vida “mundana” e
depois convertem à uma vida “santa”, o desenvolvimento de células no corpo, ou
seja, tudo aquilo que “não se pode explicar pela ciência”, para este grupo se
constitui em um milagre.
O grupo em questão não comemora natal porque em parte alguma da bíblia,
segundo os mesmos, Deus mandou comemorá-lo. Assim da mesma forma se dá em
relação ao aniversário e também pelo motivo de, segundo eles, Jesus nem ter
nascido na data que se comemora, além de o natal ter sido transformado em um
“mecanismo de marketing” do comércio, onde neste dia o que menos se lembra é de
Jesus, mas sim de festa, comida, bebida, presentes, etc.
A única festa que comemoram é a Páscoa de Cristo (ressurreição de Jesus),
onde ritualizam a ceia com todos podendo participar, desde que seja membro da
denominação, inclusive as crianças. Porém, só bebem do vinho aquele que se sente
ser um dos chamados a fazer parte dos que irão viver no céu (integrantes dos
144.000), do pão todos comungam.
Em relação à homossexualidade não condenam, uma vez que a ciência ainda
não sabe a origem (se é genética, ambiental, etc.). Deixam que Deus julgue:
“Venerado seja entre todo o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se
dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará”. (Hebreus 13,4)
Não celebram casamentos homossexuais por crerem que Jeová criou o
homem para e mulher e a mulher para o homem “Não te deitarás com varão, como
se fosse mulher; é abominação”. (Levítico 18, 22).
No que se refere aos contraceptivos são favoráveis ao seu uso. Quanto ao
aborto são radicalmente contras por entenderem que nossa vida pertence a Jeová,
inclusive são contrários a pílula do dia seguinte, uma vez que havendo a concepção
já existe a vida e, portanto, não teríamos o direito de extingui-la.
Em relação a como as Testemunhas de Jeová se relacionam com a
sociedade, eles tem uma relação praticamente normal, não possuem nenhum tipo
de preconceito, rixa ou raiva contra demais denominações religiosas. Se baterem à
porta de uma testemunha de Jeová serão recebidos normalmente.
16

Afirmam que se em alguma oportunidade alguém tenha ouvido que os


Testemunhas de Jeová não recebem pessoas de outras religiões em sua casa deve
ser entendido como boato ou como algum caso isolado. Nunca como uma atitude
ou filosofia do grupo.
Quanto à política, não participam do processo decisório, porém, vão às urnas
em épocas de eleição e anulam seus votos ou justificam, caso necessário.
Assim como não ajudam a decidir as eleições, também não se candidatam a
cargos eletivos. Justificam tal atitude por acreditarem que a terra é governada pelo
diabo, pelo mal e não por Jeová, já que seu governo não é deste mundo.
Costumam cumprir rigorosamente todas as regras sociais, civis (códigos de
leis), etc, desde que estas não contrariem os ensinamentos de Jeová.
Acreditam que são mal vistos pela sociedade e que muitos até os odeiam.
Que são vistos como “diferentes”. Que a minoria os escutam. Tudo isso é atribuído
pelos mesmos ao seu modo muito particular de agirem, como evangelizar de porta
em porta, etc, o que em geral não é muito bem aceito socialmente.
Assim como Jesus foi odiado eles crêem que também o serão, é como se
fosse uma conseqüência de sua opção por esta denominação.
Respeitam todas as regras sociais, desde que elas não contrariam o que diz a
Bíblia Sagrada. Não participam ativamente da política apenas cumprem o dever
referente ao voto, ou seja, vão às urnas e anulam seus votos ou justificam se
estiverem fora de seus domicílios eleitorais. Respeitam as outras religiões, grupos
sociais, etc.
Esperam que a sociedade em geral possa colaborar com os mesmos
atendendo-os quando estão fazendo seus trabalhos de pregação de porta em porta
e também contribuindo financeiramente com a compra das revistas que oferecem
nestas visitas.
Em relação ao casamento, o civil é indispensável para os mesmos e no
religioso só acontece uma celebração de aconselhamento, que dura em torno de
meia hora e que pode ocorrer no Salão do Reino ou não.
Esta celebração de aconselhamento é realizada após o casamento no civil.
Fazem festa e se vestem de noivos normalmente como as demais denominações
religiosas, embora não realizem a festa no salão do reino, ali ocorre apenas a
cerimônia de aconselhamento.
17

As mulheres obedecem rigorosamente aos seus maridos conforme


recomendação bíblica “Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos
maridos (...).” (I Pedro 3,1-2).
No que se refere ao namoro ou casamento com pessoas de outra religião,
não há propriamente uma proibição, o que há é uma orientação para que, de
preferência, se namore e consequentemente se case com pessoas que sejam
também desta denominação.
Esta orientação quanto a casarem-se com uma pessoa da denominação se
dá devido ao fato de facilitar a convivência, uma vez que a bíblia diz , segundo eles,
para não entrar em julgo desigual.
Acreditam que não há nada a ser melhorado, pois vivem, segundo eles, uma
vida livre. Salientam que o reino de Deus é perfeito, porém nós (os Humanos) somos
imperfeitos.
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3 DISCUSSÕES

De acordo as visitas realizadas pudemos perceber que as testemunhas de


Jeová não têm procurado iniciar novas doutrinas, uma nova forma de adoração, uma
nova religião. Em vez disso, suas histórias dos tempos atuais reflete seu esforço
consciente no sentido de ensinar o que está na Bíblia, a inspirada palavra de Deus.
Apontam para ela como base de todas as suas crenças e de seu modo de
vida. No qual em vez de desenvolverem crenças que reflitam as tendências
permissivas do mundo atual, elas têm procurado harmonizar-se cada vez mais de
perto com os ensinamentos bíblicos e práticas do cristianismo do primeiro século.
Percebemos que os mesmos têm uma forma bastante diferente de viver,
como as pregações que fazem ser de casa em casa, não comerem sangue, nas
eleições não votam em nenhum candidato, acreditam que a terra não será destruída
e sim renovada, o que diferencia dos demais grupos religiosos.
Descobrimos também, por meio deste trabalho, que os mesmos têm
consciência de que não são muito bem vistos pela sociedade e inclusive esperam
que esta sociedade possa contribuir mais com os mesmos por meio de uma acolhida
melhor em relação aos seus trabalhos.
São um grupo que valoriza muito a boa conduta, o cumprimento das normas e
leis civis, o compromisso matrimonial e os deveres para com Jeová, etc.
Foi possível verificar que este grupo tem um respeito bastante grande pelos
demais grupos religiosos, contrariando o que geralmente se houve em relação aos
mesmos.
Um fato que os diferencia de outros grupos sociais é a não existência de
subgrupos dentro da instituição, fruto da crença de que não são favoráveis á
hierarquias.
Após várias visitas aquele grupo e de conversas e entrevistas chegamos a
conclusão que existe muito preconceitos infundados em relação aos mesmos.
Coisas que dizem e que, porém não são verdadeiras, como não receber pessoas de
outras religiões em casa, só 144 000 pessoas terão ávida eterna, etc. tudo isso
sendo então fruto da falta de um conhecimento melhor em relação aos mesmos.
19

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência de realizar o estagio básico III nos propiciou a oportunidade de


estar em contato com um grupo social (as testemunhas de Jeová). Grupo este que
num geral vê-se falar muito mau e, porém, diante desta experiência podemos estar
em contato mais próximo com os mesmos além de poder compreender um pouco
melhor suas maneiras de interagirem uns com os outros, suas regras e costumes,
suas crenças e um pouco do seu modo muito particular de viver.
Após várias visitas aquele grupo e de conversas e entrevistas chegamos a
conclusão que há muito preconceitos infundados em relação aos mesmos. Coisas
que dizem e que, porém não são verdadeiras, como não receber pessoas de outras
religiões em casa, só 144 000 pessoas terão ávida eterna, etc.
Enfim o estágio básico III foi capaz de atingir o seu objetivo maior que era
desenvolver um processo de observação nos relações grupais de instituições da
comunidade, desenvolvendo assim as competências de observação destes
acadêmicos para compreender e analisar os processos coletivos e individuais
naquele grupo social.
20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIA. Português. A Bíblia Sagrada: tradução na linguagem de hoje. São Paulo:


Sociedade Bíblica do Brasil.

Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados; Testemunhas de Jeová –


Proclamadores do reino de Deus. Editora: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e
Tratados, São Paulo, 1993.

Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados; Achegue-se a Jeová. Editora:


Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, São Paulo, 2002.

Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados; ‘Venha Ser Meu Seguidor’. Editora:
Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, São Paulo, 2007
21

ANEXO

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. Qual o objetivo da instituição?

2. Quais as condições exigidas para se tornar membro da instituição?

3. Qual o numero de membros que participam do grupo?

4. Quais os trabalhos sociais que o grupo desenvolve?

5. Fundador e data da fundação

6. Como é escolhida a diretoria?

7. Se existem regras, quais são?

8. Doutrina ou filosofia do grupo

9. Como o grupo se mantém financeiramente

10. O grupo poderia ser melhorado em algum aspecto?

11. Como a sociedade poderia contribuir para com o grupo?

12. Quando, freqüência, duração, e local das reuniões

13. Como vocês a creditam que são vistos pela sociedade?

14. Qual a relação do grupo com a sociedade

15. Quais os benefícios que a pessoa tem em participar deste grupo?


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16. Uma vez que, ás vezes se ouve boatos de que os Testemunhas de Jeová não
recebem em suas casas membros da igreja católica, quando em missão,
gostaríamos de saber se existe alguma rixa entre vocês e a igreja católica?

17. Qual a posição das Testemunhas de Jeová referente ao casamento, como


vocês o celebram e se é permitido o namoro ou casamento com pessoas de
outras denominações religiosas, denominações etc.?

18. Sabemos que vocês crêem que apenas 144.000 mil pessoas irão para o céu.
Diante de tal afirmativa gostaríamos de saber como serão escolhidas estas
pessoas?

19. As Testemunhas de Jeová crêem em milagres?

20. Vocês comemoram festas do calendário comum, como natal, páscoa, dias
santos, aniversários etc.?

21. Nas Testemunhas de Jeová existem subgrupos?

22. Como as Testemunhas de Jeová se posicionam em relação ao


homossexualismo, contraceptivos e o aborto?

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