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Capítulo 1 – O Organismo Humano

Anatomia:
 Estuda a estrutura e a forma dos corpos ou seres organizados
 Relação entre a estrutura de uma parte do corpo e a sua função
o Anatomia regional: estuda zonas em particular
o Anatomia sistémica: estuda corpo por sistemas e aparelhos
Fisiologia:
 Estuda os processos ou funções dos organismos vivos
 Reconhece estruturas como peças dinâmicas

Corpo humano é estudado em 6níveis:


 Químico – interacções entre átomos
 Celular – as células constituem a unidade básica da vida; moléculas
combinam-se para formar organelos.
 Tecidos – o tecido é constituído por um grupo de células semelhantes e pelas
substâncias que as rodeiam
 Órgãos – órgão é composto por dois ou mais tipos de tecidos que
desempenham uma ou mais funções
 Sistema de órgãos – é um grupo de órgãos considerado como uma unidade,
já que apresenta uma função, ou conjunto de funções, comum
 Organismo global – é qualquer ente vivo considerado como um todo

Sistemas do Corpo:
 Sistema Tegumentar:
o Protege
o Regula a temperatura
o Evita a perda de água
o Produz os precursores de vitamina D
o É constituído pela pele, cabelo, unhas e glândulas sudoríparas

 Sistema Esquelético:
o Protege e suporta
o Permite os movimentos do corpo
o Produz células sanguíneas
o Armazena minerais e gordura
o É constituído por ossos, cartilagens associadas, ligamentos e
articulações

 Sistema Muscular:
o Produz os movimentos do corpo
o Mantém a postura
o Produz calor
o É constituído pelos músculos ligados aos ossos por tendões

 Sistema Nervoso:
o Principal sistema regulador
o Percepciona sensações e controla movimentos
o Controla funções fisiológicas e intelectuais

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o É constituído por cérebro, medula espinhal, nervos e receptores
sensoriais

 Sistema Endócrino:
o Principal sistema regulador que influencia o metabolismo, o
crescimento, a reprodução e muitas outras funções
o É constituído por glândulas, como a hipófise que segrega hormonas

 Sistema Linfático:
o Remove substâncias estranhas do sangue e da linfa
o Combate a doença
o Mantém o equilíbrio hídrico nos tecidos
o Absorve gorduras do tubo digestivo
o É constituído por vasos linfáticos, gânglios linfáticos e outros órgãos
linfáticos

 Sistema Respiratório:
o Promove as trocas gasosas entre o sangue e o ar
o Regula o pH do sangue
o É constituído pelos pulmões e pelas vias aéreas

 Sistema Digestivo:
o Desempenha as funções mecânicas e químicas da digestão
o Absorção de nutrientes
o Elimina produtos de excreção
o É constituído pela boca, esófago, estômago, intestinos e órgãos anexos

 Sistema Urinário:
o Remove produtos de excreção do sangue
o Regula o pH
o Equilíbrio hidro-eléctrico do sangue
o É constituído por rins, bexiga e vias urinárias

 Sistema Reprodutor da Mulher


o Produz óvulos
o Local de fertilização
o Desenvolvimento fetal
o Produz leite para o recém-nascido
o Produz hormonas que influenciam as funções e o comportamento
sexual
o É constituído por ovários, vagina, útero, glândulas mamárias e
estruturas associadas

 Sistema Reprodutor do Homem:


o Produz e transfere as células do esperma para a mulher
o Produz hormonas que influenciam as funções e comportamentos
sexuais
o É constituído por testículos, estruturas acessórias, canais e pénis

 Aparelho Cardiovascular:
o Transporta nutrientes
o Produtos de excreção, gases e hormonas através do corpo
o Desempenha um papel importante na resposta imunitária e na
regulação da temperatura do corpo
o É constituído por coração, vasos sanguíneos e sangue

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Homeostasia:
 Manutenção de uma variável em torno de um valor normal ideal ou setpoint.
 Amplitude normal de valores

Mecanismos de Feedback Negativo:


 Desvio do setpoint é reduzido ou contrariado
 Mantém homeostasia
 Receptor: sensível ao valor da variável
 Centro de controlo: setpoint à volta do qual a variável é mantida
 Efector: pode alterar o valor da variável
 Estímulo: desvio relativamente ao setpoint

Mecanismos de Feedback Positivo:


 Desvio do valor normal
 Resposta: aumento do desvio
 Exemplo: parto

Posições do Corpo

Plano Sagital:
 Corte vertical
 Separa duas partes: direita e esquerda
 Dois eixos: sagital e longitudinal

Plano frontal ou coronal:


 Corte vertical da direita para a esqueda
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 Divide o corpo em duas partes: anterior e posterior
 Dois eixos: longitudinal e transversal

Plano transversal ou horizontal:


 Corte paralelo ao chão
 Divide o corpo em duas partes: superior e inferior
 Dois eixos: sagital e transversal

Plano sagital + Plano longitudinal = Plano Sagital


Plano sagital + Plano transversal = plano horizontal
Plano longitudinal + Plano transversal = Plano frontal ou coronal

Órgãos:
 3 cortes:
o Longitudinal – maior eixo
o Transversal – ângulo recto com eixo maior de um órgão
o Obliquo

Posição anatómica:
 Estar de pé erecto
 Face voltada para a frente
 Membros superiores ao longo do corpo
 Faces palmares das mãos voltadas para a frente

Supinação:
 Mãos voltadas para a frente
 Decúbito dorsal

Pronação:
 Mãos voltadas para trás
 Decúbito ventral

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Termos descritivos utilizados no Ser Humano
Termo Definição Exemplo
Direito Referente ao lado direito do corpo. O ouvido direito
Esquerdo Referente ao lado esquerdo do corpo. O olho esquerdo
Superior Uma estrutura acima de outra O queixo é superior ao umbigo
Inferior Uma estrutura abaixo de outra O umbigo é inferior ao queixo
Cefálico Mais perto da cabeça do que outra estrutura O queixo é cefálico em relação ao umbigo
(normalmente sinónimo de superior)
O umbigo é caudal em relação ao queixo
Mais perto da cauda do que outra estrutura
Caudal
(normalmente sinónimo de inferior)
Anterior A frente do corpo O umbigo é anterior a coluna vertebral
Posterior A parte de trás do corpo A coluna vertebral é posterior ao esterno
Ventral Referente ao ventre (sinónimo de anterior) O umbigo é ventral à coluna vertebral
Dorsal Referente ao dorso (sinónimo de posterior) A coluna vertebral é dorsal ao umbigo
Proximal Mais próximo do ponto de inserção no corpo do O cotovelo é proximal ao punho
que outra estrutura
O punho é distal ao cotovelo
Mais distante do ponto de inserção no corpo do
Distal
que outra estrutura
Lateral Em direcção oposta à linha média do corpo O mamilo é lateral ao esterno
(externo)
Lateral
Em direcção à linha média do corpo O dorso do nariz é mediano em relação ao
(interno) olho
Superficia Referente à superfície A pele é superficial ao músculo
l
Em direcção oposta à superfície, interior Os pulmões são profundos relativamente
Profundo às costelas

Braço – ombro ao cotovelo


Antebraço – cotovelo ao punho

Membro inferior:
 Coxa – anca ao joelho
 Perna – joelho ao tornozelo
 Tornozelo
 Pé

Tronco:
 Tórax
 Abdómen Quadrante Quadrante
 Pélvis superior superior
direito esquerdo
Divisão do abdómen em 4 quadrantes

Quadrante Quadrante
inferior inferior 5
direito esquerdo
Abdómen dividido em 9partes:

Região lateral = flanco esquerdo ou direito


Região Inguinal = fossa ilíaca

Cavidade Torácica:
 Duas partes: direita e esquerda
 Mediatismo:
o Coração
o Timo
o Traqueia
o Esófago
o Outras estruturas (nervos e vasos sanguíneos)

Cavidade Abdominal:
 Estômago
 Intestinos
 Fígado
 Baço
 Pâncreas
 Rins

Cavidade Pélvica (rodeada pelos ossos ilíacos):


 Bexiga
 Parte do intestino grosso
 Órgãos reprodutores internos

Cavidade Abdominal + Cavidade Pélvica = Cavidade abdominopélvica

Cavidade torácica + Cavidade Abdominopélvica separados pelo diafragma

Membranas serosas compostas por dois folhetos:


 Folheto visceral (contacto com órgão)

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 Folheto parietal (parte externa do órgão)

Pleura – folheto à volta dos pulmões

Pericárdio – folheto à volta do coração

Peritoneu – cavidade abdominopélvica


Mesentérios ou epiplons – permite que os vasos sanguíneos sejam irrigados e fixam
os órgãos dentro da cavidade peritoneal

Órgãos retroperitoniais – revestidos pelo peritoneu parietal


 Rins
 Glândulas supra-renais
 Pâncreas
 Parte dos intestinos
 Bexiga

Capítulo 4 – Histologia: o estudo dos tecidos


Glândulas:
 Órgãos de secreção
 Compostas por epitélio
 Com rede de suporte do tecido conjuntivo

Glândulas endócrinas:
 Não possuem canais
 Possuem tecido conjuntivo altamente vascularizado
 Produto – hormonas (segregadas para a corrente sanguínea e transportadas
por ela para todo o corpo)
 Glândulas supra-renais: formadas por tecido não epitelial

Glândulas multicelulares – compostas por muitas células (maior parte glândulas


exócrinas)

Glândulas caliciformes – unicelulares que segregam o muco

Glândulas com canais muito ramificados – Simples


Glândulas com canais que se ramificam repetidamente – Compostas

Glândulas exócrinas:
 Glândulas merócrinas
o Glândulas sudoríparas
o Segregam produtos sem qualquer perda de material celular

 Glândulas apócrinas:
o Glândulas mamárias
o Libertam fragmentos das células durante a secreção

 Glândulas holócrinas:
o Glândulas sebáceas
o Expelem células inteiras
o Célula morre e é libertada

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Capítulo 5 – Sistema Tegumentar
Funções:
 Protecção
 Sensação
 Regulação da temperatura
 Produção de vitamina D
 Excreção

Hipoderme:
 Localizada sob a derme
 Tecido conjuntivo laxo (fibras de colagénio e elastina)
 Parte mais profunda
 Une ossos e músculos subjacentes
 Não faz parte da pele
 Une a derme às estruturas subjacentes
 Vasos sanguíneos e nervos irrigam a derme
 Local de armazenamento de gordura

Derme:
 Parte profunda da pele
 Constituída por:
o Tecido conjuntivo com fibroblastos
o Algumas células adiposas
o Macrófagos
 Resistência estrutural e flexibilidade
 Troca de gases, nutrientes e produtos de excreção com vasos sanguíneos da
derme

 Derme papilar:
o Tecido conjuntivo laxo
o Papilas projectam-se para epiderme
o Tem mais células e menos fibras
o Numerosos vasos sanguíneos
 Fornecem nutrientes à epiderme
 Removem produtos de excreção
 Ajudam a regular temperatura do corpo

 Derme reticular:
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o Tecido conjuntivo denso e irregular
o Fibras de colagénio e elastina
o Linhas de clivagem, linhas de tensão – fibras de colagénio e elastina
orientadas em determinada direcção
o Estrias ou marcas de estiramento – pele excessivamente estirada,
derme rompe
Epiderme:
 Parte superior da pele
 Epitélio pavimentoso estratificado (5camadas)
 Evita perda de água
 Produz vitamina D
 Dá origem aos pêlos, unhas e glândulas
 Não contém vasos sanguíneos
 Queratinócitos:
o Resistência estrutural
o Permeabilidade da epiderme
o Produzem queratina
 Melanócitos:
o Cor da pele
o Células Langerhans
o Células Merkel
 Terminações nervosas
 Detectar tacto superficial
 Pressão superficial
 Camada basal:
o Queratinócitos – produzem células das camadas mais superficiais
o Mais profunda
o Membrana basal liga-se à derme
 Camada espinhosa:
o Várias fiadas de células unidas por desmossomas
o Produção de fibras de queratina
 Camada granulosa:
o Células com grânulos com queratohialina
 Camada translúcida:
o Células mortas
o Parece transparente
o Presente na pele espessa
 Camada córnea:
o Camadas de células pavimentosas mortas

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o Mais superficial
o Ocorre descamação
o Dá resistência estrutural

Queratina mole – pele, interior dos pêlos


Queratina dura – células mais duradoiras e não descamam

Pele espessa:
 5 camadas epiteliais
 Camada córnea
 Áreas sujeitas a fricção
o Palmas das mãos
o Plantas dos pés
o Pontas dos dedos
 Papilas dérmicas – cristas encurvadas e paralelas – melhoram aderência dos
pés e das mãos

Pele fina:
 Mais flexível
 Menos camadas de células
 Camada granulosa – uma ou duas camadas de células
 Camada translúcida – ausente
 Derme projecta-se para cima como papilas separadas e não produz as
rugosidades observadas na pele espessa
 Presença de pêlos

Cor da Pele:

 Melanina:
o Amarelo pálido ao negro
o Protecção contra a luz solar ultravioleta
o Produzido por melanócitos
 Células de forma irregular, com muitos prolongamentos longos

 Caroteno:
o Pigmento amarelo
o Lipossolúvel
o Ingestão de grandes quantidades de caroteno – pele de cor amarelada
o Excesso do fluxo de sangue – cor vermelha intensa
o Cianose: diminuição do fluxo de oxigénio no sangue – cor azulada

Pêlo:
 Haste (fora da superfície da pele)

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 Raiz (abaixo da superfície da pele, sendo que a base da raiz se expande
formando o bulbo piloso)
 Haste e raiz compostas por:
o Medula – eixo central do pêlo; duas a três camadas da célula que
contém queratina mole
o Córtex – corpo do pêlo; células contêm queratina dura
o Cutícula – uma só camada de células; forma superfície de pêlo; contém
queratina dura
 Folículo piloso
o Bainha radicular dérmica
o Bainha radicular epitelial

Glândulas sebáceas:
 Derme
 Glândulas alveolares simples ou compostas produzem sebo
 Glândulas holócrinas (células morre e é libertada)
 Evita desidratação

Glândulas sudoríparas:
 Glândulas merócrinas – abrem-se directamente na superfície da pele, através
de poros sudoríparos
 Liquido libertado – suor
 Glândulas apócrinas – abrem-se nos folículos pilosos acima da abertura das
glândulas sebáceas
o Axilas, órgãos genitais externos, em torno do ânus
o Não ajudam a regular a temperatura

Glândulas ceruminosas:
 Sudoríparas merócrinas
 Canal auditivo externo
 Cerúmen ou cera = secreções das glândulas ceruminosase secreções das
glândulas sebáceas

Glândulas mamárias:
 Sudoríparas apócrinas
 Localizadas nas mamas
 Produzem leite

Unha:
 Constituída por raiz ungueal e pelo corpo ungueal que assenta no leito ungueal
 Parte da raiz ungueal – matriz ungueal – produz o corpo da unha, composto
por várias camadas das células contendo queratina dura

Efeitos do envelhecimento do Sistema Tegumentar


 Corpo envelhece
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 Fluxo sanguíneo para a pele diminui
 Pele torna-se mais fina e perde elasticidade
 Glândulas sudoríparas e sebáceas tornam-se menos activas
 Nº melanócitos diminui

Capítulo 6 – Sistema Esquelético: ossos e tecido ósseo


Funções:
 Suporte
 Protecção
 Movimento
 Armazenamento
 Produção de elementos sanguíneos

Cartilagem hialina:
 Matriz cartilagínea: fibras de colagénio que dão resistencia
 Células especializadas que produzem uma matriz em torno das células
condroblastos
 Condroblastos envolvidos pela matriz dão origem a condrócitos (célula
arredondada que ocupa um espaço na matriz – lacuna)
 Pericôndrio
o Bainha dupla de tecido conjuntivo que cobre a maior parte da
cartilagem.
o Camada exterior é constituída por tecido conjuntivo denso e irregular
que contém fibroclastos
o Camada interna contém condroblastos

Cartilagem articular:
 Cobre as extremidades ósseas no local onde se reúnem para formar as
articulações
 Não possui pericôndrio, vasos sanguíneos ou nervos
 Crescimento por aposição ou aposicional
o Condroblastos do pericôndrio produzem nova matriz e acrescentam
novos condrócitos ao exterior do tecido
 Crescimento intersticial:
o Condrócitos do interior do tecido proliferam e acrescentam nova matriz
entre as células

Ossos longos: comprimento predomina sobre largura e espessura

Ossos curtos: comprimento, largura e espessura semelhantes

Ossos achatados: forma fina e achatada; encurvados

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Ossos irregulares: lisos; possuem lacunas ou acidentes

Ossos pneumáticos: cavidades com ar

Anatomia dos Ossos Longos


Parte Descrição Parte Descrição
Diáfise Corpo do osso Placa Área de cartilagem hialina
epifisária entre a diáfise e a epífise; o
crescimento da cartilagem
seguido de ossificação
endocondral origina o
crescimento do osso em
comprimento
Epífises Extremidades do osso Osso Osso com muitos espaços
esponjoso pequenos; encontra-se nas
epífises; disposto em
trabéculas
Periósteo Membrana constituída por Osso Osso denso com poucos
dupla camada de tecido compacto espaços internos
conjuntivo cobrindo a organizados em osteons;
superfície exterior do forma a diáfise e cobre o
osso excepto onde existe osso esponjoso das
cartilagem articular; os epífises.
ligamentos e tendões
inserem-se nos ossos
através do periósteo; os
vasos sanguíneos e
nervos do periósteo
nutrem e enervam o osso;
o periósteo é o local de
crescimento ósseo em
diâmetro.
Endósteo Membrana fina de tecido Canal Cavidade grande no interior
conjuntivo fino; reveste as medular da diáfise
cavidades interiores do
osso.
Cartilagem Camada fina de Medula Tecido conjuntivo presente
articular cartilagem hialina que vermelha nos espaços do osso
cobre o osso no local esponjoso ou no canal
onde se forma uma medular; é local de
articulação com outro produção de células
osso sanguíneas
Medula Gordura armazenada no
amarela interior do canal medular ou
nos espaços do osso
esponjoso.

Periósteo: cobre superfície externa do osso


 Camada exterior: vasos sanguíneos e nervos
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 Camada interna: osteoblastos, osteoclastos e células progenitoras
osteocondrais

Ossos achatados:
 Não possuem diáfise nem epífises
 Estrutura do osso esponjoso entre duas camadas de osso compacto

Ossos curtos e irregulares:


 Superfícies de osso compacto, envolvem um centro ósseo esponjoso, formado
por pequenas cavidades geralmente preenchidas com medula óssea.
 Não são alongados
 Não apresentam diáfise
 Possuem placas de crescimento epifisário
 Apresentam pequenas epífises

Ossos achatados ou irregulares do crânio contêm espaços cheios de ar – seios


(revestidos de membrana mucosa)

Matriz óssea:
 Porção orgânica 35% colagénio
 Porção inorgânica 65% de minerais de cálcio e fosfato - hidroxiapatite

Porção orgânica + Porção inorgânica = resistência óssea

Células ósseas:

 Osteoblastos:
o Transformam-se em osteócitos
o Produção da parte orgânica da matriz
o Encontrados na superfície do osso periósteo (membrana fina que
reveste o osso)

 Osteócitos:
o Os osteoblastos acabam por ficar com lacunas chamadas osteoplastos
o Osteoblastos diminuem a sua actividade metabólica e passam a ser
osteócitos
o Células adultas que actuam na manutenção dos componentes químicos
da matriz

 Osteoclastos:
o Reabsorção da matriz
o São células gigantes, multinucleadas responsáveis pela degradação do
tecido ósseo em condições fisiológicas e patológicas

Osso reticular Osso lamelar Osso esponjoso Osso compacto


Fibras de colagénioOsso maduro, Bastonetes ou placas Mais denso
organiza-se em finas ósseas interligadas –
camadas – lamelas trabéculas
É o primeiro a ser Fibras de colagénio Trabéculas existem Menos espaços do que
formado dispõem-se espaços que, no osso vivo, osso esponjoso
paralelamente são preenchidos por
medula óssea e vasos
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sanguíneos
Aspecto poroso Vasos sanguíneos
penetram na própria
substancia óssea

Osteon ou sistema de Havers – conjunto formado por um determinado canal central


e pelas lamelas concêntricas, e respectivos osteócitos, que rodeiam esse canal.

Superfícies exteriores do osso compacto são formadas por lamelas circunferenciais,


que são placas achatadas que as dispõem em redor do osso

Vasos sanguíneos do periósteo ou da cavidade medular penetram no osso através


dos canais perfurantes ou de Volkman, que correm perpendicularmente ao eixo
maior do osso.

Os canais de Volkman não se encontram rodeados por lamelas concêntricas, pois


atravessam-nas.

Comparação da Ossificação Membranosa com a Ossificação Endocondral


Ossificação Membranosa Ossificação Endocondral
O mesênquima forma uma membrana de As células do mesênquima embrionário tornam-se
colagénio contendo as células progenitoras condroblastos que produzem um padrão cartilagineo
osteocondrais. rodeado pelo pericôndrio

Nenhuma fase comparável. Os condrócitos hipertrofiam-se, a matriz cartilagínea


é calcificada e os condrócitos morrem

O mesênquima embrionário forma o periósteo, O pericrôndrio torna-se periósteo quando as células


que contém osteoblastos. progenitoras osteocondrais nele localizadas se
tornam osteoblastos

As células progenitoras osteocondrais tornam-se Os vasos sanguíneos e osteoblastos do periósteo


osteoblastos nos centros de ossificação; invadem o padrão cartilagíneo calcificado;
internamente, os osteoblastos produzem osso internamente, estes osteoblastos produzem osso
esponjoso; externamente, os osteoblastos do esponjoso nos centros primários de ossificação (e
periósteo produzem osso compacto. mais tarde nos centros secundários de ossificação);
externamente, os osteoblastos do periósteo
produzem osso compacto.

O osso membranoso é remodelado, tornando-se O osso endocondral é remodelado, tornando-se


impossível distingui-lo do osso endocondral impossível distingui-lo do osso membranoso.

Crescimento do osso em Comprimento:

 Zona de cartilagem em repouso – cartilagem une-se à epífise


 Zona de proliferação – produz cartilagem nova no lado epifisário da placa,
quando os condrócitos se dividem e formam pilhas de células
 Zona de hipertrofia – os condrócitos amadurecem e aumentam de tamanho
 Zona de calcificação – a matriz calcificada e os condrócitos morrem
 Osso calcificado – cartilagem calcificada no lado diafisário da placa é
substituída por osso.

Crescimento da cartilagem articular:


 Semelhante ao que ocorre na placa epifisária

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 Excepção:
o Colunas de condrócitos não são tão evidentes

Crescimento do osso em Espessura:


 Osteoblastos colocados sob o periósteo depositam o osso formando cristais
separados por goteiras
 Goteira transforma-se em túnel quando o osso formado em cristais adjacentes
se funde
 O periósteo da goteira passa a ser endósteo do túnel
Factores que afectam o crescimento ósseo:
 Nutrição:
o Insuficiência de vitamina D – Raquitismo
o Vitamina C – Escorbuto

 Hormonas:
o Hormonas de crescimento
o Hormona tiroideia
o Hormonas sexuais

Homeostasia do Cálcio:
 PTH (hormona paratiroideia) regula os níveis de cálcio e estimulando a
actividade dos osteoclastos originando um aumento da libertação do cálcio no
sangue
 A PTH aumenta a reabsorção do tecido ósseo subindo assim os níveis
sanguíneos de cálcio

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Capítulo 7 – Sistema Esquelético: Anatomia Microscópica
Esqueleto Axial: Total de ossos =80

 Cabeça óssea - total = 22 ossos


o Crânio (neurocrânio)
 Pares:
 Parietal (2)
 Temporal (2)
 Impares:
 Frontal (1)
 Etmóide (1)
 Esfenóide (1)
 Occipital (1)
o Face (viscerocrânio)
 Pares:
 Maxilar superior – maxila (2)
 Malar – osso zigomático (2)
 Palatino (2)
 Únguis – osso lacrimal (2)
 Nasal (2)
 Corneto inferior – concha nasal inferior (2)
 Ímpares:
 Vómer (1)
 Maxilar inferior – mandíbula (1)
 Ossos associados ao crânio
o Ossinhos do ouvido – total = 6ossos
 Martelo (2)
 Bigorna (2)
 Estribo (2)
 Osso hióide (1)
 Coluna vertebral – total = 26ossos
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o Vértebras cervicais (7)
o Vértebras torácicas ou dorsais (12)
o Vértebras lombares (5)
o Sacro (1)
o Cóccix (1)
 Caixa Torácica – total = 25ossos
o Costelas (24)
o Esterno (1)
Esqueleto Apendicular: total dos ossos = 126

 Cintura escapular
o Omoplata – escápula (2)
o Clavícula (2)
 Membro superior – total de ossos = 64
o Úmero (2)
o Rádio (2)
o Cúbital – Ulna (2)
o Ossos do carpo (16)
o Metacárpicos (10)
o Falanges (28)
 Cintura pélvica
o Osso coxal ou osso ilíaco (2)
 Membro inferior
o Fémur (2)
o Tíbia (2)
o Perónio – Fíbula (2)
o Rótula – Patela (2)
o Ossos do Tarso – tornozelo (14)
o Metatársicos (10)
o Falanges (28)

Cintura pélvica + Membro Inferior = 62 ossos

Esqueleto Axial (80) + Esqueleto Apendicular (126) = 206 ossos

Osso com superfície articular lisa – constitui parte de uma articulação e esteve
coberta por cartilagem articular

Osso com buraco (foramen) – esteve ocupado por algo, como um nervo ou vaso
sanguíneo

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Termos Anatómicos Gerais para Diversas Estruturas Ósseas
Termo Descrição
Corpo Parte principal
Cabeça Extremidade alargada (muitas vezes arredondada)
Colo Constrição (entre a cabeça e o corpo)
Bordo ou Margem Limite, lado, aresta
Ângulo Curvatura muito acentuada; ângulo
Ramo Ramificação do corpo (para lá do ângulo)
Côndrio Superfície articular lisa arredondada (ovóide)
Faceta Superfície articular pequena e lisa
Saliências
Linha ou línea Saliência linear pouco pronunciado
Crista Saliência linear mais acentuada
Espinha Saliência muito acentuada
Prolongamentos
Apófise Prolongamento proeminente
Tubérculo Apófise pequena e redonda
Tuberosidade ou Apófise com o feitio de uma maçaneta; habitualmente maior do
protuberância que o tubérculo
Trocânter Tuberosidades de extremidade superior ao fémur
Epicôndilo Perto ou acima de um côndilo
Língula Apófise achatada, com feitio de língua
Gancho Apófise em forma de gancho
Corno Apófise em forma de corno
Aberturas
Foramen, buraco Orifício
Canal ou meato Túnel
Fissura, fenda, hiato Fenda
Seio ou labirinto Cavidade
Depressões
Fossa Escavação não alongada
Chanfradura Entalhe
Fóvea Pequena fenda alargada
Ranhura, sulco, goteira Depressão alongada.

Cabeça óssea ou caveira (cranium):


 Protege o encéfalo

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 Suporta os órgãos da visão, olfacto, audição e paladar
 Fornece os alicerces para as estruturas responsáveis pela entrada do ar,
alimentos e água para o organismo

Vista superior do crânio:


 Dois ossos parietais unem-se na linha média pela sutura sagital e unem-se ao
osso frontal pela sutura coronal
 Apenas é visível:
o Osso frontal
o Dois ossos parietais
o Pequena
parte do
osso
occipital

Vista superior do crânio

Vista posterior do crânio:


 Ossos parietais unem-se ao osso occipital pela sutura lambdática
 Ao longo da sutura lambdática pequenos ossos supranumerários – ossos
wormianos
 Na superfície posterior do occipital encontra-se uma protuberância occipital
exterior
 Na protuberância occipital exterior insere-se o ligamento da nuca (ligamento
cervical posterior)
 Linhas curvas occipitais são o conjunto de pequenas saliências que se
estendem lateralmente a partir da protuberância e são os pontos de inserção
para diversos músculos do pescoço

Vista posterior do crânio

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Vista Lateral do Crânio:
 Acidente temporal é um grande buraco – meato auditivo externo – transmite
as ondas sonoras ao tímpano
 Atrás do meato auditivo externo há uma grande saliência inferior – apófise
mastoideia – cheia de células pneumáticas mastoideias (conexão do ouvido
médio)
 Arcada zigomática – consiste na reunião de apófises dos ossos temporal e
malar, formando uma ponte sobre o lado do crânio
 Mandíbula:
o Corpo – estende-se da frente para trás
o Ramo (montante) – estende-se na direcção do temporal

Vista Lateral do crânio

Vista Frontal do Crânio:


 Canal lacrimal passa da órbita para a cavidade nasal, através do canal
lácrimo-nasal e dá passagem às lágrimas, dos olhos para a fossa nasal
respectiva
 Fossas nasais (cavidade nasal) têm uma abertura em forma de pêra que se
abre, estando divididas em metades direita e esquerda por um septo nasal
 Vários ossos associados à cavidades nasal (fossas nasais) contêm grandes
cavidades chamadas seios parinasais ou paranasais, que se abrem na
cavidade nasal. Os seios diminuem o peso do crânio e actuam como câmaras
de ressonância durante a emissão da voz.

21
Vista Frontal do Crânio

Ossos que constituem a Órbita


Osso Parte da Órbita
Frontal Tecto
Esfenóide Tecto e parede lateral (externa)
Malar Parede lateral (externa)
Maxila Pavimento
Lacrimal Parede medial (interna)
Etmóide Parede medial (interna)
Palatino Parede medial (interna)

Ossos que constituem a Cavidade Nasal


Osso Parte da Órbita
Frontal Tecto
Nasal Tecto
Esfenóide Tecto
Etmóide Tecto, septo e parede lateral (externa)
Corneto inferior Parede lateral (externa)
Lacrimal Parede lateral (externa)
Maxila Pavimento
Palatino Pavimento e parede lateral (externa)
Vómer Septo

Interior da Caixa Craniana:


 Apófise crista galli localiza-se na linha média da fossa anterior. É o ponto de
inserção de uma das meninges, membrana de tecido conjuntivo espesso que
envolve e protege o encéfalo. De cada lado da apófise crista galli está uma
goteira para o bulbo olfactivo, que recebe os nervos olfactivos do sentido do
olfacto.
 Sela turca é ocupada pela apófise
 Buraco occipital (foramen magnum) através do qual o encéfalo e a medula
espinhal se continuam um com o outro, localiza-se na fossa posterior

22
Vista Inferior do Crânio:
 O sangue chega ao encéfalo através das artérias carótidas internas, que
passam através dos canais carotidianos e das artérias vertebrais que passam
através do buraco occipital. Imediatamente após a sua entrada no canal
carotidiano, a artéria carótida interna flecte-se medialmente e entra na
cavidade craniana por cima do buraco lácero anterior (foramen lacerum)
 O vómer forma a porção posterior do septo nasal e pode observar-se entre as
asas internas das apófises pterigoideias na linha mediana da cavidade nasal.
 Duas apófises estiloideias longas e pontiagudas projectam-se da face inferior
das temporais. Em cada uma destas apófises inserem-se três músculos
envolvidos no movimento da língua, osso hióide e faringe.
 Cavidade glenoideia (fossa mandibular), onde a mandíbula se articula com o
crânio, é anterior à apófise mastoideia, na base da arcada zigomática.
 A maior parte do sangue deixa o encéfalo pelas veias jugulares internas, que
saem através dos buracos láceros posteriores (foramen jugular),
localizados lateralmente em relação aos côndilos occipitais
 O palato duro ou palato óssea forma o pavimento das fossas nasais e é
constituído por quatro ossos unidos por suturas.
 Os tecidos do palato mole ou véu do paladar estendem-se para trás a partir
do palato duro ou ósseo.
Buracos, Fendas e Canais Ósseos do Crânio
Abertura Osso que contém abertura Estruturas que passam pelas aberturas
Buraco esfeno-palatino Entre o palatino e o esfenóide Nervo e vasos esfeno-palatinos (nervo saso-
palatino e vasos esfenopalatinos)
Buraco estilo-mastoideu Temporal Nervo facial
Buracos etmoidais anterior e Entre o frontal e o etmóide Nervos etmoidais anterior e posterior
posterior
Buraco grande redondo Esfenóide Ramo maxilar do trigémeo (nervo maxilar
(foramen lacerum) superior)
Buraco infra-orbitário Maxilar superior Nervo infra-orbitário
Buraco lácero anterior Entre o temporal, o occipital e o No osso vivo este orifício está preenchido por
(foramen lacerum) esfenóide cartilagem; a artéria carótida interna e o canal
vidiano cruzam a sua face superior mas não
passam através dele.
Buraco lácero posterior Entre o temporal e o occipital Veia jugular interna, nervo glossofaríngeo,
(foramen jugular) nervo vago e nervo espinhal (acessório)
Buraco mentoniano Mandíbula Nervo mentoniano
Buraco occipital (foramen Occipital Medula espinhal, nervos espinhais (acessório)
magnum) e artérias vertebrais
Buraco óptico Esfenóide Nervo óptico e artéria oftálmica
Buraco oval (foramen ovale) Esfenóide Ramo mandibular do nervo trigémeo (nervo
maxilar inferior)
Buraco e canal palatino Palatino Nervos palatinos
posterior
Buraco pequeno redondo Esfenóide Artéria meníngea média
(foramen spinosum)
Buraco (foramen) zigomático- Malar Ramo lácrimo-palpebral do nervo zigomático
facial (nervo zigomático-facial)
Buraco (foramen) zigomático- Malar Ramo têmporo-malar no nervo zigomático
temporal (nervo zigomático-temporal)
Canal carotídeo Temporal Artéria carótida interna, e plexo nervoso
simpático peri-carotídeo
Canal condiliano anterior Occipital Nervo grande do hipoglosso
(canal do grande hipoglosso)
Canal lacrimo-nasal Entre o lacrimal e o maxilar Canal lacrimo-nasal (vias lacrimais)
superior
23
Canal palatino anterior (canal e Entre os dois maxilares Nervo esfeno-palatino interno (incisivo)
buraco incisivo) superiores
Canal vidiano (canal Esfenóide Nervos simpáticos e parassimpáticos para a
pterigoideu) face
Chanfradura supra-orbitária Frontal Nervo e vasos supra-orbitários
Fenda esfenoidal (fissura Esfenóide Nervo motor ocular comum (áculo-motor),
orbitaria superior) nervo patético (troclear), ramo oftálmico do
trigémeo (oftálmico), nervo motor ocular
externo (abducens) e veias oftálmicas
Fenda esfeno-maxilar Entre o esfenóide e o maxilar Nervo e vasos infra-orbitários (nervo maxilar
superior superior) e o seu ramo orbitário (nervo
zigomático)
Meato auditivo externo Temporal Ondas sonoras a caminho da membrana do
tímpano
Meato auditivo interno Temporal Nervo facial e nervo estato-acústico (vestíbulo-
coclear, auditivo)
Orifício do canal dentário Mandíbula Nervo dentário inferior (nervo alveolar inferior)
inferior (foramen mandibular) destinado aos dentes da mandíbula
Orifícios dos nervos olfactivos Etmóide Nervos olfactivos

Ossos da cabeça:
 14 ossos do viscerocrânio
 As mandíbulas possuem saliências alveolares que contêm cavidades
alveolares que são encaixes para os dentes.
 Os ossos da face e tecidos moles associados determinam a apresentação
facial própria de cada indivíduo.

Ossos hióide:
 É impar
 Não tem ligação óssea directa ao crânio, mas une-se a ele por músculos e
ligamentos e “flutua” na parte superior do pescoço logo abaixo da mamdíbula.

Coluna Vertebral

Funções:
 Suporta o peso da cabeça e do tronco
 Protege a medula espinhal
 Permite os nervos raquidianos saírem da espinhal medula
 Proporciona um local de inserção muscular
 Permite o movimento da cabeça e do tronco

Curvaturas fisiológicas da Coluna:


 Curvaturas primárias – nascem com a criança e não se modificam.
 Curvaturas secundárias – surgem após o nascimento. A cervical modifica-se
quando a criança tenta andar e acentua-se a cervical.
 Curvaturas patológicas da coluna:
o Curvatura dorsal mais acentuada que o normal – cifose
24
o Curvatura lombar mais acentuada que o normal – lordose
o Curvatura lateral – escoliose

Lordose Escoliose

Estrutura Geral de Uma Vértebra


Corpo Com forma de cilindro; é habitualmente a parte com maiores dimensões,
com superfícies achatadas que se orientam superior e inferiormente; forma
a parede anterior do buraco vertebral; os discos intervertebrais localizam-se
entre os corpos.
Buraco Buraco em cada vértebra pelo qual passa a medula espinhal; os buracos
vertebral vertebrais adjacentes formam o canal vertebral.
Arco vertebral Forma as paredes laterais e posterior do buraco vertebral; tem diversas
apófises e superfícies articulares.
Pedículos Um de cada lado, formando a raiz do arco; formam a parede lateral do
buraco vertebral.
Lâminas Parte posterior do arco; formam a parede posterior do buraco vertebral
Apófises Apófises que se dirigem lateralmente a partir da junção da lâmina com o
transversas pedículo; local de inserção muscular
Apófise Apófise que se dirige posteriormente a partir da junção das duas lâminas;
espinhosa local de inserção de músculos; reforça a coluna vertebral, permitindo-lhe
movimento
Apófises Apófises superior e inferior que contêm facetas articulares pelas quais as
articulares vértebras se articulam umas com as outras; fortalecem a coluna vertebral e
permitem os movimentos
Buracos de Abertura lateral entre duas vértebras adjacentes, pela qual os nervos
conjugação raquidianos saem do canal vertebral

1ª vértebra – Atlas – C1: principal diferença desta vértebra para as outras é de não
possuir corpo.

2ª vértebra – Áxis – C2: processo ósseo forte denominado Dente (processo


odontóide) que se localiza superiormente e articula-se com arco anterior do Atlas.

25
7ª vértebra – C7: processo espinhoso longo e proeminente

Os corpos vertebrais adjacentes estão separados pelos discos intervertebrais. O


disco tem uma cobertura exterior fibrosa (anel fibroso), envolvendo um interior
gelatinoso (núcleo pulposo).

Parte do corpo e do arco vertebral (pedículo e lâmina) formam o buraco vertebral, que
contém e protege a medula espinhal.

Os nervos raquidianos saem do canal raquidiano pelos buracos de conjugação.

As apófises transversas e espinhosas servem como pontos de inserção de músculos e


ligamentos.

As vértebras articulam-se entre si pelas apófises articulares superiores e inferiores.

Todas as sete vértebras cervicais têm buracos transversários e maioria tem apófises
espinhosas bífidas.

As doze vértebras torácicas caracterizam-se por apófises espinhosas longas e


apontadas para baixo e por hemi-facetas.

As cinco vértebras lombares têm corpos e apófises espessos e maciços

O sacro consiste em cinco vértebras fundidas e articula-se com os coxais para formar
a bacia óssea

O cóccix consiste em quatro vértebras fundidas ligadas ao sacro.

Vértebras cervicais
 Tem corpos muito pequenos.
 Apófises espinhosas parcialmente bífidas
 Em cada apófise transversal existe um buraco transversário pelo qual as
artérias vertebrais se dirigem para a cabeça;

Vértebras torácicas:
 Tem apófises espinhosas longas e finas que se dirigem para baixo
(característica das vértebras torácicas);
 Apófise transversal relativamente comprida
 As primeiras 10 vértebras têm nas suas apófises transversas facetas articulares
pelas quais se articulam com as tuberosidades das costelas;
 Nos bordos superiores e inferiores do corpo facetas adicionais onde se
articulam as cabeças das costelas;

Vértebras Lombares:
 Tem corpos largos e espessos;
 Apófises transversas e espinhosas fortes e rectangulares;
 As apófises articulares superiores estão internamente viradas uma para a outra;
 As apófises articulares inferiores viram-se externamente;

Vértebras Sagradas
 São 5, com tamanho decrescente.

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 Durante a infância, são independentes, mas na idade adulta apresentam-se
fundidas, formando o Osso Sacro.
 Entre as vértebras fundidas não existem Discos Intervertebrais (o último disco
fica entre o Sacro e o Cóccix).
 Tem formato triangular de ápice inferior

Vértebras Coccígeas:
 Porção mais inferior da coluna vertebral;
 Consiste de 3 a 5 vértebras mais/menos fundidas;
 Formam um triângulo com o vértice inferiormente
 Tamanho muito reduzido
 Não possuem foramen vertebral, nem apófises bem desenvolvidas

Sacro:
 É um osso grande e triangular localizado na base da coluna vertebral e na
porção superior e posterior da cavidade pélvica, onde está inserido como uma
fatia entre dois ossos do quadril
 Sua parte superior conecta-se com a última vértebra lombar; sua parte inferior
com o osso da cauda ou cóccix
 Ele é curvado em si mesmo e disposto obliquamente

Cóccix:
 Porção mais inferior da coluna vertebral
 Três a cinco vértebras mais/menos fundidas que formam um triangulo
 Vértebras coccígeas são de tamanho muito reduzido, em comparação com as
outras vértebras
 Não possuem buracos vertebrais nem apófises bem desenvolvidas

Caixa Torácica

 Costelas:
o São ossos alongados que se estendem da coluna vertebral até o
esterno, ao qual se unem através das cartilagens costais.
o Há doze de cada lado
o As sete primeiras articulam-se na frente com o esterno por meio de uma
cartilagem – costelas verdadeiras
o Da oitava à décima costela unem-se através de suas cartilagens a uma
cartilagem comum, que se articula com o esterno – costelas falsas
o 11ª e 12ª costela não se articulam com os esterno – costelas flutuantes
o Costelas:

27
 Cabeça com duas faces articulares para o processo transverso
 Colo
 Tubérculo
 Ângulo costal
 Sulco da costela
 Face interna
 Face externa
 Margem superior
 Margem inferior
 Cartilagens costais

 Esterno:
o É um osso chato, localizando na parte anterior do tórax, composto por
três partes:
 Manúbrio
 Corpo
 Apófise xifóide
o Esterno serve para sustentação das costelas e da clavícula, formando a
caixa torácica onde ficam protegidos os pulmões, coração, grandes
vasos (aorta, veia cava, artérias e veias pulmonares)
o É formado superiormente pelo manúbrio, ao centro encontra-se o corpo
do esterno e inferiormente a apófise xifóide, onde se liga o diafragma
entre outros músculos importantes.

Esqueleto Apendicular

Clavícula:
 Osso longo em forma de S
 Tem duas extremidades (acromial e esternal)
 Articula-se medialmente com o manúbrio do esterno
 Articula-se lateralmente com o acrómio da escápula

Omoplata:
 É um osso grande chato, localizado na parte superior das costas, que junto
com a clavícula forma a cintura escapular
 Responsável pela união de cada membro superior ao tronco
 É classificado como osso plano (chato) e tem parte translúcida
 No plano coronal ou formato, tem formato triangular e possui três ângulos:
o Ângulo inferior
o Ângulo lateral
o Ângulo superior
 Possui uma espinha, que pode ser facilmente apalpada e que dá origem ao
acrómio, onde se articula com a clavícula.

28
 Processo coracóide tem o formato de um dedo flectido e localiza-se inferior ao
acrómio
 Uma face glenoidal localizada postero-lateralmente, articula-se com a cabeça
do úmero
 Há também uma incisura escapular e três fossas:
o Subescapular (posição inferior nos quadrúpedes)
o Infra espinhal
o Supra espinhal

Úmero:
 Liga-se à escápula e aos ossos do antebraço, rádio e cúbito
 Sua articulação com a escápula, na extremidade proximal, é do tipo esférica –
articulação feita através da cabeça do úmero, que se encaixa na cavidade
glenoideia da escápula
 Esta articulação permite grande liberdade de movimentos:
o Flexão
o Extensão
o Adução
o Abdução
o Rotação
 Extremidade distal – cotovelo – articulação através da tróclea umeral e
olecrânio do cúbito.

Rádio:
 É o osso do braço que se estende anatomicamente na parte lateral do
antebraço; vai do cotovelo até ao lado do punho onde se encontra o polegar
 Proximalmente articula-se com o úmero no capítulo deste, distalmente com o
carpo e medialmente com o cúbito.

Cúbito:
 Articula-se:
o Acima – com o úmero
o Lateralmente – com o rádio
o Em baixo – com o piramidal do carpo
 Nele estão inseridos numerosos músculos, que movimentam a mão e os dedos
 O cúbito está situado na parte interna do antebraço, isto é, do lado do dedo
mínimo

Mão:
 Carpo:
o Porção proximal da mão, ou seja, conjunto de ossos dos membros
anteriores, que articulam com os ossos do antebraço e com os
metacarpo, em todos os vertebrados que apresentam aqueles membros

 Metacarpo:

29
o Porção média da mão, ou seja, conjunto de ossos dos membros
anteriores, que articulam com os ossos do carpo e com as falanges
proximais dos dedos, em todos os vertebrados que apresentam aqueles
membros

 Falanges:
o São os ossos que formam os dedos das mãos e pés
o Cada dedo tem três falanges
 Excepto: polegar e hálux (dedo grande do pé) – apenas duas
falanges
o Nomes das falanges:
 Falange proximal – articula-se com os metacarpais ou
metatarsais
 Falange média
 Falange distal – extremidade dos dedos

Membros Inferiores:

 Cintura pélvica:
o Anel ósseo formado pelo sacro e pelos ilíacos
o Cada ilíaco é formado:
 Superiormente por uma lâmina óssea grande e côncava, ao
centro por uma região mais estreita
 Inferiormente por um anel ósseo que rodeia um buraco
o Na superfície lateral de cada ilíaco, no ponto de articulação do membro
inferior com a cintura pélvica localiza-se uma fossa chamada acetábulo
o Superfície articular do acetábulo ocupa apenas as faces superior e
lateral da cavidade
o Local de articulação dos membros inferiores com o tronco
o Suporta o peso do corpo e protege os órgãos internos
o Cada ilíaco é formado pela fusão de três ossos que se junto perto do
centro do acetábulo
o Bordo superior do ilíaco chama-se crista ilíaca, que termina:
 Anteriormente na espinha ilíaca antero-superior
 Posteriormente na espinha ilíaca postero-superior
o Chanfradura limita a espinha ilíaca postero-superior logo acima das
nádegas
o Grande chanfradura ciática está no lado posterior do ilíon logo abaixo
da espinha ilíaca postero-inferior

30
o Face interna do ilíon consiste numa grande depressão chamada fossa
ilíaca
o Ísquion possui uma grande tuberosidade isquiática
o Púbis possui uma crista pectínea
o Sínfise púbica fica abaixo da crista pectínea
o Bacia ou pelve pode ser dividida em duas por uma placa imaginária,
que passa pelo promontório sagrado ao longo das duas linhas
iliopectíneas do ílio até à crista pectínea.

Diferenças entre a bacia masculina e a feminina


Geral A bacia feminina é um pouco mais leve e larga, mas
mais curta no sentido vertical, e menos afunilada; os
pontos de inserção muscular são menos óbvios na
mulher do que no homem.
Sacro Mais largo na mulher, com a parte inferior orientada
mais posteriormente; o promontório sagrado na mulher
não é tão saliente para diante
Estreito Superior da bacia Em forma de coração no homem; oval na mulher
Estreito Inferior da bacia Mais largo e menos fundo na mulher
Ângulo infrapúbico Menos de 90º no homem, 90º ou mais na mulher
Ílion Menos fundo e mais bojudo na mulher
Espinhas ciáticas Mais afastadas na mulher
Tuberosidades esquiáticas Viradas externamente na mulher e internamente no
homem

Fémur:
 Único osso da coxa
 Cabeça proeminente e arredondada que articula com o acetábulo
 Colo bem definido
 Eixo proximal tem duas tuberosidades:
o Grande trocanter
o Pequeno trocanter
 Grande trocanter lateral ao colo e pequeno trocanter inferior/posterior ao colo
 Extremidade distal tem os côndilos interno e externo, superfícies lisas e
arredondadas que articulam com a tíbia

Rótula:
 Grande osso sesamóide
 Articula-se com a chanfradura rotuliana do fémur

Perna:
 Parte do membro inferior entre o joelho e o tornozelo
 Dois ossos: tíbia e perónio

Tíbia:
 Maior que o perónio
 Suporta a maior parte do peso da perna

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 Tuberosidade tíbia – abaixo da rótula
 Crista anterior forma a canela da perna
 Extremidade proximal da tíbia tem as cavidades glenóideias da tíbia, que
articulam com os côndilos do fémur

Perónio:
 Não articula com o fémur
 Pequena cabeça proximal onde articula com a tíbia
 Extremidade distal do perónio está ligeiramente alargada no maléolo externo

Pé:
 Formado por 7 társicos:
o Astrálago (osso do tornozelo) articula-se com a tíbia e o perónio
o Calcâneo localiza-se abaixo do astrágalo e suporta-o

Capítulo 8 – Articulações e Movimento


Articulação – ligação existente entre duas quaisquer partes rígidas componentes do
esqueleto, sejam ossos sejam cartilagens permitindo ou não movimento entre elas.

Articulações Fibrosas e Cartilagíneas


Tipo e exemplo da articulação Estruturas mantidas em relação Movimento
Articulações Fibrosas
Suturas
 Sutura frontal-parietal ou coronal Frontal e parietal Nenhum
 Sutura lambdática Occipital e parietal Nenhum
 Sutura sagital Entre os dois parietais Nenhum
 Sutura escamosa Parietal e escama do temporal Ligeiro
Não aderentes (sem continuidade óssea) ou sindesmoses
 Membrana interóssea rádio-cubital Rádio e cúbito Ligeiro
 Estilo-hioideia Apófise estiloideia e osso hióide Ligeiro
 Estilo-mandibular Apófise estiloideia e mandíbula Ligeiro
 Membrana interóssea tíbio-peroneal Tíbia e perónio Ligeiro
Gonfoses
 Articulação alvéolo-dentária Dentes e cavidades alveolares Ligeiro
Articulações Cartilagíneas
Sincondroses

32
 Placa epifisária Entre a diáfise e a epífise de um Nenhum
osso longo
 Sincondrose esterno-costal Parte anterior cartilagínea da 1ª Pouco
costela; entre a costela e o esterno
 Sincondrose esfeno-occipital Esfenóide e occipital Nenhum
Sínfises
 Sínfises intervertebrais Corpos de vértebras adjacentes Pouco
 Sínfise manúbrio-esternal Manúbrio e corpo do esterno Nenhum
 Sínfise púbica Entre os dois coxais Nenhum (excepto
durante o parto)
 Sínfise xifo-esternal Apêndice xifoideu e corpo do Nenhum
esterno

Articulações fibrosas:
Constituídas por dois ossos, que se encontram unidas por meio de tecido conjuntivo
fibroso interposto entre as superfícies articulares, não têm cavidade articular e têm
pouco ou nenhum movimento.

 Suturas:
o Linhas de junção entre os ossos do crânio
o São completamente imóveis nos adultos
o Raramente são lisas e os ossos que se articulam muitas vezes
interpenetram-se.
o Sinostose – crescimento conjunto de dois ossos substituindo a sua
articulação, de modo a formar um osso único

 Sindesmoses:
o Ossos estão mais afastados do que numa sutura e são unidos por
ligamentos

 Gonfoses:
o Articulações especializadas que consistem no encaixe em cavidades e
são mantidas no seu lugar por finos feixes de tecido conjuntivo rico em
colagénio
o Feixes de tecido conjuntivo entre os dentes e os seus encaixes são os
ligamentos peri-odontais e permitem um ligeiro “dar de si” dos dentes
durante a mastigação.

Articulações Cartilagíneas:
Ligam-se dois ossos entre si por meio de cartilagem hialina ou de fibrocartilagem

 Sincondroses:
o Articulação assinovial em que a junção de dois ossos se faz por
cartilagem hialina, com pouco ou nenhum movimento
o É temporária e é substituída por osso, formando-se sinostoses
o Articulações condro-costais mantêm-se, sendo que a maioria das
cartilagens costais deixa de se classificar como sincondroses, porque
uma das suas extremidades se liga ao osso (o esterno) por uma
articulação sinovial.

33
 Sínfises ou anfiartroses:
o Fibrocartilagem unindo dois ossos que aderem por superfícies planas
o São sínfises as junções entre o manúbrio e o corpo do esterno – sínfise
púbica

Articulações Sinovais
 Contêm liquido sinovial.
 Permitem um movimento considerável entre os ossos que aí se articulam.
 São anatomicamente mais complexas do que as fibrosas e as cartilagíneas.
 A maior parte das articulações que reúnem os ossos do esqueleto apendicular
são sinoviais.
 Estão cobertas por uma fina camada de cartilagem hialina que se chama
cartilagem articular – constitui uma superfície lisa onde os ossos entram em
contacto.
 Algumas articulações sinoviais têm meniscos
 As superfícies articulares dos ossos que se encontram numa articulação
sinovial está encerrada numa cavidade articular rodeada por uma cápsula
articular que ajuda a manter os ossos unidos, ao mesmo tempo que permite o
movimento.
o Cápsula fibrosa exterior
o Membrana sinovial interior
 Membrana sinovial forra a cavidade articular, excepto sobre a cartilagem
articular. É uma membrana fina e delicada que consiste num conjunto de
células de tecido conjuntivo modificado intercaladas em partes da cápsula
fibrosa ou separadas dela por uma camada de tecido areolar ou adiposo.
 Bolsas sinoviais protegem a pele, tendões ou osso das estruturas que
poderiam exercer atrito sobre elas.
o Bainhas tendinosas formadas por extensões, por exemplo, ao longo
dos tendões.
o Bursite é a inflamação de uma bolsa e pode causar uma dor
considerável em torno da articulação e restringir a sua mobilidade.

34
35
Tipos de Articulações Sinoviais
Tipo e exemplo de articulação Estruturas relacionadas Movimento
Planas (ou anfiartroses) Acrómio-clavicular Acrómio (da omoplata) e clavícula Pouco
(extremidade externa)
Carpo-metacárpicas Ossos do carpo e metacárpicos Eixos múltiplos: funcionam em grupo
Costo-vertebral Costelas e vértebras Pouco
Inter-cárpica Entre os ossos do carpo Pouco
Inter-társica Entre os ossos do tarso Pouco
Intervertebral Entre as apófises articulares de vértebras Pouco
adjacentes
Sacro-íliaca Entre o sacro e o coxal (articulação Pouco
complexa, com diversos planos e
sincondroses)
Tarso-metatársica Ossos do tarso e metatársicos Pouco
Em sela ou efipiartroses Carpo-metacárpico de I dedo Trapézio e I metacárpico Dois eixos
Inter-cárpica Entre os ossos do carpo Pouco
Esterno-clavivular Manúbrio do esterno e clavícula Pouco
Em roldana ou tróclea Cotovelo Úmero, cúbito e rádio Num eixo
Joelho Fémur e tíbia Num eixo
Inter-falângica Entre falanges Num eixo
Tornozelo Astrálago, tíbia e perónio Em eixos múltiplos, com um
predominante
Cilíndricas ou Atlóide-odontoideia Atlas e áxis (odontóide) Rotação
trocartroses Rádio-cubital proximal Rádio e cúbito Rotação
Rádio-cubital distal Rádio e cúbito Rotação
Esféricas ou enartroses Coxo-femural (anca) Coxal e fémur Eixos múltiplos
Escapulo-umeral ou gleno-umeral Omoplata e úmero Eixos múltiplos
(ombro)
Contorno elíptico ou Occipito-atloideia Atlas e occipital Dois eixos
condilartroses Metacarpo-falângicas (nós dos dedos) Metacárpicos e falanges Num eixo predominante
Metatarso-falângicas Metatársicos e falanges Num eixo predominantte
Rádio-cárpica (punho) Rádio e ossos do carpo Eixos múltiplos
Temporo-mandibular Mandíbula e osso temporal Eixos múltiplos, com um predominante

36
O movimento das articulações sinoviais pode ser descrito como:
 Mono-axial (em redor de um eixo)
 Bi-axial (em redor de dois eixos formando entre si um ângulo recto)
 Multi-axial (ocorre em redor de vários eixos)

Tipos de Movimento:
 Movimentos deslizantes:
o Ocorrem em articulações planas entre duas superfícies achatadas ou
quase achatadas que escorregam ou deslizam uma sobre a outra.

 Movimentos Angulares:
o Aqueles em que uma parte de uma estrutura linear, como o corpo no
seu todo ou um membro, se dobram em relação a outra parte da
mesma estrutura, modificando o ângulo entre as duas partes.
o São também movimentos angulares os que implicam o movimento de
uma haste sólida, como um membro, ligada ao corpo na outra
extremidade, de modo a alterar o ângulo que faz com o corpo
o Flexão: move uma parte do corpo numa direcção anterior ou ventral.
Movimento dos pés na direcção da perna, como ao andar sobre os
calcanhares.
o Extensão: move uma parte do corpo numa direcção posterior ou dorsal.
Movimento dos pés para o lado plantar, como estar em bicos de pés
o Abdução: é um movimento que afasta da linha mediana.
o Adução: movimento em direcção à linha mediana.
o O dobrar pela cintura para um ou outro lado é com frequência chamado
flexão lateral da coluna vertebral, em vez de abdução.

 Movimentos Circulares:
o Rotação: rodar de uma estrutura em torno do seu eixo mais longo,
como a rotação da cabeça, do úmero ou de todo o corpo. A rotação
interna do úmero com o antebraço flectido traz a mão para o corpo. A
rotação do úmero de forma tal que a mão se afaste do corpo é a
rotação externa.
o Pronação – consiste na rotação da palma da mão de modo a que fique
virada para trás, em relação à posição anatómica.
o Supinação – rotação da palma da mão de modo a virar-se para a
frente, em relação à posição anatómica.
o Circundação – combinação de flexão, extensão, abdução e adução.
Ocorre nas articulações que se movem livremente, como a do ombro.
Na circundação o braço move-se de forma a descrever um cone com o
vértice no ombro.

 Movimentos especiais:
o Elevação: move uma estrutura para cima.
o Abaixamento: move-se para baixo.
o Propulsão ou Projecção (projecção para diante) – consiste em mover
uma estrutura na direcção anterior.
o Retropulsão ou retracção (projecção para trás) – traz a estrutura de
volta à posição anatómica, ou ainda mais para trás.
37
o Didução ou movimento de lateralidade – movimento da mandíbula
para a direita ou para a esquerda da linha média.
o Oponência – movimento exclusivo do polegar e do V dedo.
o Retorno à posição neutra – movimento contrário traz o polegar e o
outro dedo de volta à posição anatómica, neutra.
o Inversão consiste em virar o tornozelo de modo que a superfície plantar
do pé olhe para dentro (medial), ficando de frente para o pé do lado
oposto
o Eversao consiste em virar o tornozelo de modo a que a superfície
plantar olhe externamente.

Amplitude do Movimento exprime o grau de mobilidade possível numa dada


articulação
 Amplitude de movimento activo – quantidade de movimento que se pode
efectuar pela contracção dos músculos que, normalmente, actuam sobre ela.
 Amplitude de movimento passivo – quantidade de movimento que se pode
efectuar na articulação quando as estruturas que aí se encontram é movida por
uma força exterior.

Articulação Temporo-Mandibular ou Temporo-Maxilar:


 O côndilo encaixa-se na cavidade glenoideia do temporal.
 Um menisco (fibrocartilagem) localiza-se entre a mandíbula e o temporal,
dividindo a articulação em cavidades superior e inferior.
 É uma articulação conjugada bi-condiliana. O abaixamento da mandíbula para
abrir a boca pressupõe um movimento de deslizamento anterior do menisco e
do côndilo mandibular em relação ao temporal, que é quase o mesmo
movimento que ocorre na propulsão; segue-se um movimento de charneira
entre o menisco e o côndilo da mandíbula.

Articulação do Ombro ou Articulação Escápulo-umeral:


 Articulação esférica com reduzida estabilidade e grande mobilidade.
 O bordo da cavidade glenoideia é ampliado ligeiramente por um anel de
fibrocartilagem o debrum glenoideu, a que se fixa a cápsula articular.
 A bolsa serosa sub-escapular e a bolsa serosa infra-acromial abrem-se na
cavidade articular.

38
Ligamentos da Articulação do Ombro
Ligamento Descrição
Gleno-umerais (superior, médio e Três conjuntos de fibras longitudinais de
inferior) pouca espessura no lado anterior da
cápsula; estende-se do úmero para o
bordo da cavidade glenoideia da
omoplata.
Umeral transverso Espessamento fibroso transversal e
externo da cápsula articular; atravessa-se
entre o troquino e o troquiter e contém o
tendão da longa porção do bicípite
mantendo-o contra a goteira bicipital (que
se transforma em canal ósteo-fibroso)
Córaco-umeral Cruza a raiz da apófise coracoideia para
o troquino e o troquiter
Cócaro-acromial Cruza sobre a articulação entre a apófise
coracoideia e o acrómio; é um ligamento
acessório (intrinseco da omoplata)

Articulação do Cotovelo:
 É constituída pela articulação úmero-cubital, entre o úmero e o cúbito;
articulação úmero-radial, entre o úmero e o rádio; articulação rádio-cubital
superior ou proximal.
 É rodeada por uma cápsula articular.
 Articulação úmero-cubital é reforçada pelo ligamento lateral interno (cubital
colateral).
 Articulações úmero-radial e rádio-cubital proximal são reforçadas pelo
ligamento lateral externo (colateral radial) e pelo ligamento anular do rádio
(rádio-anular)
 A bolsa serosa olecraniana subcutânea cobre as superfícies proximal e
posterior do olecrânio.

Ligamentos da Articulação da Anca


Ligamento Descrição
Transverso do acetábulo Cruza a chanfradura isquio-púbica no bordo inferior
do debrum cotiloideu, encerrando uma chanfradura
do debrum.
Ílio-femural Banda forte e espessa entre a espinha ilíaca
ântero-inferior e a linha inter-trocanteriana do fémur
Pubo-fumeral Estende-se da porção púbica do rebordo cotiloideu
com o bordo superior do colo do fémur
Isquio-femural Une a porção isquiática do rebordo cotiloideu com o
bordo superior do colo do fémur; menos bem
definido
Ligamento redondo Banda pouco resistente, achatada, dirige-se da
margem da chanfradura da acetábulo e do
ligamento transverso para uma fosseta localizada
no centro da cabeça do fémur; transporta os vasos
que nutrem a extremidade proximal do fémur.

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Ligamentos da Articulação do Joelho
Ligamento Descrição
Rotuliano ou tendão rotuliano Banda fibrosa, muito espessa e resistente, entre a rótula e
a tuberosidade anterior da tíbia; de facto, constitui parte
integrante do tendão do quadricípete
Asas da rótula Bandas delgadas que vão dos bordos da rótula para as
tuberosidades dos côndilos femorais
Poptileu oblíquo Espessamento da cápsula posterior; extensão do tendão
do semi-membranoso
Popliteu arqueado Estende-se do lado posterior da cabeça do peróneo até à
face posterior da cápsula
Lateral interno (lateral tibial) Espessamento lateral bem desenvolvido da cápsula;
insere-se na tuberosidade do côndilo interno do fémur e
no bordo interno da tíbia
Lateral externo Ligamento arredondado que se estende da tuberosidade
do côndilo externo femoral à cabeça do perónio.
Cruzado anterior Estende-se obliquamente, para cima e para trás, da parte
anterior da espinha da tíbia até à face interna do côndilo
femoral externo
Cruzado posterior Estende-se para cima e para diante, da parte posterior da
espinha da tíbia até à face externa do côndilo interno.
Freios meniscais (ligamento coronário) Une os meniscos aos côndilos tibiais
(mediano e lateral)
Transverso Une as porções anteriores dos meniscos interno e externo
Menisco-femoral (anterior e posterior) Unem a parte posterior do menisco externo ao côndilo
interno do fémur, passando adiante e atrás do ligamento
cruzado posterior

Ligamentos da Articulação do Tornozelo e Arcadas


Ligamento Descrição
Lateral interno Espessamento interno da cápsula fibrosa
que liga o maléolo interno ao calcâneo,
escafóide e astrágalo; a sua camada
superficial é também chamada ligamento
deltoideu.
Lateral externo
 Feixe peróneo-calcaniano Estende-se do maléolo externo para a
superfície lateral do calcâneo;
independente da cápsula.
 Feixe peróneo-astragaliano Estende-se do maléolo externo para o
(anterior) colo do astrágalo; fundido com a cápsula
articular
Grande ligamento da planta do pé Estende-se do calcâneo ao cubóide e às
bases dos metatarsos
Ligamento calcâneo-cuboideu plantar Estende-se do calcâneo ao cubóide
Pequeno ligamento da planta do pé Estende-se do calcâneo ao escafóide
(calcâneo-escafoideu)

40
Capítulo 9 – Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia
Os movimentos do corpo são realizados por cílios e flagelos à superfície de algumas
células, por efeito da gravidade ou pela contracção muscular.

As principais funções dos músculos são:


 Movimento corporal
 Manutenção da postura
 Respiração
 Produção de calor corporal
 Constrição de órgãos e vasos
 Batimento cardíaco

Propriedades do Músculo:
 Contractilidade
 Excitabilidade
 Extensibilidade
 Elasticidade

Comparação dos Tipos de Músculos


Características Músculo Esquelético Músculo Liso Músculo Cardíaco
Localização Inserido nos ossos Paredes dos órgãos ocos, Coração
vasos sanguíneos, olhos,
glândulas e pele
Forma das células Muito longas e cilíndricas Em forma de fusos Cilíndricas e ramificadas
Núcleo Múltiplos, com localização Único, com localização Único, com localização central
periférica central
Características As fendas sinápticas Os discos intercalares unem as
especiais das juntam diversas células do células umas às outras
junções músculo liso visceral
Estrias Sim Não Sim
Controle Voluntário e involuntário Involuntário Involuntário
(reflexos)
Capacidade de Não Sim (alguns músculos Sim
contracção lisos)
espontânea
Função Movimento corporal Mobilização dos alimentos Bombeia o sangue
no tubo digestivo As contracções constituem a
principal força para impulsionar
Esvaziamento da bexiga
o sangue nos vasos sanguíneos
Regulação do diâmetro dos
vasos sanguíneos
Alteração do tamanho da
pupila
Contracção de muitos
canais glandulares
Movimento dos pêlos e
muitas outras funções

41
Estrutura do Músculo Esquelético

Os músculos esqueléticos compõem-se de fibras musculares esqueléticas, associadas


a pequenas quantidades de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e nervos.

As fibras musculares esqueléticas são células musculares esqueléticas.

Cada fibra muscular esquelética é uma célula cilíndrica única contendo diversos
núcleos localizados à periferia da fibra, junto da membrana celular.

Fibras musculares desenvolvem-se a partir de células multinucleadas menos


diferenciadas, chamadas mioblastos.

Os seus múltiplos núcleos resultam da fusão das células precursoras mioblásticos e


não da divisão dos núcleos dos mioblastos.

Os mioblastos convertem-se em fibras musculares quando as proteínas contrácteis se


acumulam no citoplasma.

A alternância de bandas claras e escuras dá à fibra muscular um aspecto estriado.

Tecido Conjuntivo

Envolvendo cada fibra muscular existe uma delicada lâmina externa composta por
fibras reticulares.

Essa lâmina externa é produzida pela fibra muscular e, quando observada ao


microscópio óptico, não se consegue distinguir da membrana celular da fibra muscular
– sarcolema.

O endomísio é uma rede delicada de tecido conjuntivo laxo, com numerosas fibras
reticulares, envolve cada fibra muscular por fora da lâmina externa.

As fibras musculares com o seu endomísio são envolvidas por outra camada de tecido
conjuntivo mais denso – perimísio.

Cada conjunto de fibras envolvido no perimísio é um feixe muscular.

Um músculo é constituído por muitos feixes agrupados e rodeados por uma terceira
camada, mais espessa, o epimísio, formado por tecido conjuntivo denso, fibroso e
colagénio e que cobre toda a superfície muscular.

A fáscia consiste em tecido conjuntivo fibroso que envolve o corpo formando uma
bainha sob a pele; também separa cada músculo e envolve grupos musculares.

Nervos e Vasos Sanguíneos

São muitos os nervos e vasos sanguíneos que se estendem para os músculos


esqueléticos.

42
Neurónios motores:
 Células nervosas especializadas.
 Os seus corpos celulares localizam-se no tronco cerebral ou na medula
espinhal e os axónios estendem-se até às fibras musculares esqueléticas
através dos nervos.
 Estimulam a contracção muscular
 Cada neurónio motor inerva mais do que uma fibra muscular e cada fibra
muscular recebe um ramo de um axónio

Fibras musculares

Os múltiplos núcleos de cada fibra muscular encontram-se imediatamente sob o


sarcolema, enquanto a maior parte interior da fibra está preenchida por
microfibrilhas.

Entre as microfibrilhas estão alojados outros organelos, como numerosas mitocôndrias


e grânulos de glicogénio.

O citoplasma sem as microfibrilhas chama-se sarcoplasma.

Cada microfibrillha é uma estrutura filamentosa que se estende de uma extremidade


do músculo para a outra.

As microfibrilhas compõem-se de duas espécies de filamentos proteicos chamadas


miofilamentos:
 Miofilamentos de actina
 Miofilamentos de miosina

Os miofilamentos de actina e de miosina organizam-se em unidades altamente


organizadas chamadas sarcómeros, que se unem topo a topo para formar
miofibrilhas.

Cada miofilamento de actina é composto por:


 Duas cadeias de actina fibrosa (actina F)
 Uma série de moléculas de tropomiosina
 Uma série de moléculas de troponina

As duas cadeias de actina F enrolam-se numa dupla hélice que se estende a todo o
comprimento do miofilamento de actina.

Cada cadeia de actina F é um polímero de unidades globulares chamadas monómeros


de actina globular (actina G).

Tropomiosina é uma proteína alongada que se insinua na fenda da dupla hélice de


actina F.

A troponina compõe-se por três sub-unidades:


 Uma liga-se à actina
 Segunda liga-se à tropomiosina
 Terceira liga-se a iões de cálcio

As moléculas de troponina encontram-se entre as extremidades das moléculas de


tropomiosina, nos sulcos entre as cadeias de actina F.

O complexo de tropomiosina e troponina regula a interacção entre os locais activos da


actina G e a miosina.
43
Os miofilamentos de miosina compõem-se de muitas moléculas de miosina
alongadas.

Cada molécula de miosina consiste em duas moléculas de miosina pesada que se


juntam de modo a formar uma porção cilíndrica paralela ao miofilamento de miosina
e duas cabeças que se estendem lateralmente.

Os centros dos miofilamentos de miosina consistem apenas nas porções cilíndricas


das moléculas de miosina.

As cabeças de miosina têm três propriedades importantes:


 Podem ligar-se a sítios activos nas moléculas de actina, formando pontes
cruzadas ou, simplesmente, pontes.
 A cabeça liga-se à porção cilíndrica da molécula de miosina por uma zona
encurvada que se pode dobrar e estreitar durante a contracção. Uma segunda
zona curva fica a curta distância da cabeça na porção cilíndrica da molécula de
miosina.
 As cabeças têm actividade ATPase, actividade enzimática que desdobra a
adenosina trifosfato (ATP), libertando energia. Parte desta energia é usada
para dobrar a região em charneira da molécula de miosina durante a
contracção.

Sarcómeros:
 Cada sarcómero estende-se de um disco Z para o disco Z imediato.
 O disco Z é uma rede filamentosa de proteínas que forma uma estrutura em
forma de disco, que faz a ligação dos miofilamentos de actina.
 O arranjo dos miofilamentos de actina e dos miofilamentos de adenosina dá à
miofibrilha uma aparência em bandas ou estriada.
 Cada banda I ou isotrópica (banda clara) inclui um disco Z e estende-se de
cada lado do disco Z para as extremidades dos miofilamentos de miosina.
 A banda I de cada lado da linha Z consiste apenas em miofilamentos de actina.
 Cada banda A ou anisotrópica (banda escura) estende-se ao comprimento
dos miofilamentos de miosina no sarcómero.
 Os miofilamentos de actina e miosina sobrepõem-se em parte da sua extensão
em ambas as extremidades da banda A.
 No centro de cada banda A, está uma pequena banda chamada zona H, onde
os miofilamentos de actina e miosina não se sobrepõem e apenas estão
presentes miofilamentos de miosina.
 No meio da zona H, encontra-se uma banda escura chamada linha M que
consiste em delicados filamentos que se ligam ao centro dos miofilamentos de
miosina.
 As numerosas miofibrilhas orientam-se dentro de cada fibra muscular, de modo
que as bandas A e as bandas I de miofibrilhas paralelas ficam alinhadas,
produzindo o padrão estriado que se observa.

44
Modelo de Deslizamento dos Filamentos
 O modelo de deslizamento dos filamentos para a contracção muscular
descreve todos os acontecimentos que resultam no deslizamento dos
miofilamentos de miosina para encurtar os sarcómeros das fibras musculares.
 Os miofilamentos de actina e miosina deslizam ao longo uns dos outros de uma
forma que leva ao encurtamento do sarcómero.
 O encurtamento dos sarcómeros é responsável pela contracção dos músculos
esqueléticos.
 Quando os sarcómeros encurtam, as miofibrilhas, que consistem em
sarcómeros unidos topo a topo, encurtam.
 Quando os sarcómeros encurtam, as miofibrilhas, as fibras musculares, os
feixes e os músculos encurtam, produzindo a contracção muscular.

Fisiologia das Fibras do Músculo Esquelético

Encurtamento do Sarcómero:
 Os miofilamentos de actina e miosina num músculo relaxado e num músculo
contraído têm o mesmo comprimento. Os miofilamentos não mudam de
comprimento durante a contracção do músculo esquelético
 Durante a contracção, os miofilamentos de actina em cada extremidade do
sarcómero deslizam sobre os miofilamentos de miosina, na direcção uns dos
outros. Em consequência, os discos Z aproximam-se e o sarcómero encurta-
se.
 Quando os miofilamentos de actina deslizam sobre os miofilamentos de
miosina, as zonas H e as bandas I tornam-se mais estreitas. As bandas A, que
têm um comprimento igual ao dos miofilamentos de miosina, não se estreitam,
porque o comprimento dos miofilamentos de miosina se mantém.
 Num músculo totalmente contraído, as extremidades dos miofilamentos de
actina sobrepõem-se e a zona H desaparece.

Potenciais da Membrana:
 As membranas celulares são polarizadas, o que significa uma diferença de
voltagem, ou uma diferença de carga eléctrica, através da membrana
 Esta diferença de carga chama-se potencial de membrana em repouso.
 A carga negativa na face interior da membrana celular, em comparação com a
da face exterior, resulta principalmente das diferenças de concentração de iões
e moléculas carregadas através da membrana celular e das suas
características de permeabilidade.

Canais iónicos:
 Uma vez estabelecido o potencial de membrana em repouso, podem ser
produzidos potenciais de acção.
 O potencial de acção é o reverso do potencial de repouso, no sentido em que
o interior da membrana celular fica positivamente carregado em relação ao
exterior.
 Há dois tipos de canais iónicos com portão responsáveis por produzir
potenciais de acção:
o Canais iónicos com portão ligado – o ligando é uma molécula que
se liga a um receptor. O receptor é uma proteína ou uma glicoproteína

45
com um sítio receptor a que o ligando se pode prender. Os canais
iónicos com portão de ligando são canais que abrem em resposta à
ligação do ligando a um receptor que é a parte do canal iónico. Os
axónios das células nervosas que servem as fibras musculares
esqueléticas libertam ligandos – neurotransmissores, que se ligam a
canais de Na+ com portão de ligando, na membrana das fibras
musculares. Em consequência, os canais Na+ abrem, permitindo aos
iões Na+ a entrada na célula.
o Canais iónicos com portão de voltagem – estes canais abrem-se e
fecham em resposta a pequenas alterações (carga) através da
membrana celular. Quando uma célula nervosa ou muscular é
estimulada, as diferenças de carga alteram-se, fazendo os canais com
portão de voltagem abrir ou fechar.

Potenciais de Acção:
 A despolarização dá-se quando o interior da membrana celular se torna menos
negativo, o que é indicado pelo movimento ascendente da curva até zero.
 A fase de despolarização do potencial de acção é desencadeada, se a
despolarização altera o potencial da membrana para um valor chamado limiar
de estimulação.
 A repolarização é o regresso do potencial de membrana ao valor de repouso.
 A despolarização e a repolarização resultam da abertura e encerramento dos
canais iónicos com portão. Antes de uma célula nervosa ou muscular ser
estimulada, esses canais iónicas com portão estão fechados.
 Quando a célula é estimulada, os canais de Na+ abrem e o Na+ difunde-se para
dentro da célula.
o Os potenciais de acção ocorrem de acordo com o princípio de tudo-ou-
nada.
 Se um estímulo é suficientemente forte para produzir uma
despolarização que atinja o limiar ou mesmo que exceda
bastante o limiar, todas as alterações de permeabilidade
responsáveis por um potencial de acção se sucedem sem parar
e são de magnitude constante.
 Se o estímulo é tão fraco que a despolarização não atinge o
limiar, são poucas as alterações da permeabilidade. O potencial
de membrana regressa ao nível de repouso, após um breve
período sem produzir um potencial de acção.
 O potencial de acção ocorre numa área muito pequena da membrana celular e
não a afecta toda ao mesmo tempo. Os potenciais de acção, podem no
entanto, propagar-se ou difundir-se pela membrana, porque um potencial de
acção produzido numa determinada localização da membrana celular pode
estimular a produção de um potencial de acção noutro lugar.
 A frequência de potencial de acção é o número de potenciais de acção
produzidos por unidade de tempo.
 À medida que aumenta a força do estímulo aplicada a uma célula nervosa ou
muscular, uma vez atingido o limiar, a frequência do potencial de acção
aumenta com o aumento da força do estímulo.
 Todos os potenciais de acção são idênticos.
 A frequência dos potenciais de acção pode afectar a força da contracção
muscular.

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Canais iónicos com portão e o potencial de acção:
 Potencial da membrana em repouso – os canais de Na+ com portão e os
canais K+ com portão estão fechados. O exterior da membrana celular está
positivamente carregado em comparação com o interior.
 Despolarização – os canais de Na+ com portão estão abertos. Há
despolarização porque o movimento de iões Na+ para dentro da célula torna o
interior da membrana mais positivo.
 Repolarização – os canais de Na+ com portão estão fechados e os canais de
K+ com portão estão abertos. Cessa o movimento de iões Na+ para o interior
da célula e o K+ desloca-se para fora da célula, causando a repolarização.

Junção Neuromuscular:
 Junto de cada fibra que inerva, cada ramo axonal forma um terminal nervoso
alargado que se aloja numa invaginação de sarcolema formando uma sinapse
ou junção neuromuscular.
 Sinapse ou junção neuromuscular consiste nas terminações axonais e na
área de sarcolema da fibra muscular que inervam.
 Cada axónio acaba no terminal pré-sináptico.
 O espaço entre este e a fibra muscular é a fenda sináptica e a membrana da
célula muscular na área de junção é a placa motora ou membrana pós-
sináptica.
 Propagação do Potencial de Acção: ver página 291
 Cada terminal pré-sináptico contém dentro da sua membrana muitas vesículas
esféricas – vesículas sinápticas.
 As vesículas contêm acetilcolina (ACh) – molécula orgânica composta por
ácido acético e colina, que actua como neurotransmissor.
 Um neurotransmissor é uma substância libertada por uma membrana pré-
sináptica, que se difunde através de uma fenda sináptica e estimula (ou inibe) a
produção de um potencial de acção na membrana pós-sináptica.
 Processo de Funcionamento da Junção Neuromuscular:
o O potencial de acção chega ao terminal pré-sináptico, fazendo abrir os
canais de Ca2+ com portão de voltagem e aumentando a
permeabilidade aos iões Ca2+ no terminal pré-sináptico.
o O Ca2+ entra no terminal pré-sináptico e inicia a libertação de um
neurotransmissor, a acetilcolina (ACh), das vesículas sinápticas para a
fenda sináptica.
o A difusão da ACh através da fenda sináptica e a sua ligação aos
receptores da acetilcolina na membrana pós-sináptica da fibra muscular
resultam num aumento da permeabilidade dos canais de Na+.
o O aumento da permeabilidade aos iões Na+ resulta na despolarização
da membrana pós-sináptica; uma vez atingido o limiar, ocorre um
potencial de acção pós-sináptico.
o Uma vez libertada para a fenda sináptica, a ACh liga-se aos receptores
da ACh na membrana pós-sináptica e faz abrir os canais de Na+.
o Na fenda sináptica, a ACh desdobra-se rapidamente em ácido acético e
colina, por acção da acetilcolinesterase.

47
o A colina é reabsorvida pelo terminal pré-sináptico e combina-se com
ácido acético para formar mais acetilcolina, que entra nas vesículas
sinápticas. O ácido acético é captado por muitos tipos de células.
Acoplamento Excitação Contracção:
 O mecanismo pelo qual um potencial de acção leva à contracção da fibra
muscular chama-se acoplamento excitação contracção e envolve o
sarcolema, os túbulos T, o retículo sarcoplasmático, o Ca2+ e a troponina.
 O sarcolema tem ao longo da sua superfície muitas invaginações tubulares –
túbulos T ou transversais.
 Os túbulos T projectam-se para dentro das fibras musculares e enrolam-se em
torno dos sarcómeros, na região onde os miofilamentos de actina e miosina se
sobrepõem.
 O lúmen de cada túbulo T está preenchido com líquido extracelular e é
contínuo com o exterior da fibra muscular.
 Suspenso no sarcoplasma, entre os túbulos T, está um retículo endoplasmático
liso altamente especializado, que se chama retículo sarcoplasmático.
 Perto dos túbulos T, o retículo sarcoplasmático alarga-se de modo a formar
cisternas terminais.
 O conjunto de um túbulo T e as duas cisternas terminais adjacentes chama-se
tríade.
 O acoplamento excitação-contracção começa na junção neuromuscular, com a
produção de um potencial de acção no sarcolema.
 O potencial de acção propaga-se ao longo de todo o sarcolema da fibra
muscular.
 Quando o potencial de acção atinge os túbulos T, as membranas destes
sofrem despolarização, porque os túbulos T são invaginações do sarcolema.
 Os túbulos T transportam a despolarização para o interior da fibra muscular.

Movimento das Pontes:


 As moléculas das cabeças de miosina movem-se na sua região de
charneira, forçando o miofilamento de actina, a que estão ligadas, a deslizar
à superfície do miofilamento de miosina
 Após o movimento, cada cabeça de miosina liberta-se da actina e volta à
sua posição original, podendo então formar outra ponte num local diferente
do miofilamento de actina.
 A energia de uma molécula de ATP é necessária para cada ciclo de
formação, movimento e libertação de uma ponte
 Após a formação da ponte e ocorrência do movimento, a libertação da
cabeça de miosina da actina exige ATP para se ligar à cabeça da molécula
de miosina.
 Por acção da ATPase da cabeça do miofilamento de miosina, o ATP
desdobra-se em adenosina difosfato (ADP) e uma molécula de fosfato,
sendo a energia resultante desta reacção armazenada na cabeça do
miofilamento de miosina.
 Tanto o ADP como o fosfato permanecem ligados à cabeça de miosina.

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Relaxamento Muscular:
 Relaxamento resulta do transporte activo de iões Ca2+ de volta ao retículo
sarcoplasmático.
 Potenciais de acção e contracção muscular:
o Um potencial de acção, produzido na junção neuromuscular, propaga-
se ao longo do sarcolema do músculo esquelético, levando a
despolarização a espalhar-se na membrana dos túbulos T.
o A despolarização do túbulo T provoca abertura dos canais de Ca 2+ com
portão de voltagem, o que leva a um aumento da permeabilidade do
retículo sarcoplasmático aos iões Ca2+. Os iões Ca2+ tendem a difundir-
se do reticulo sarcoplasmático para o sarcoplasma.
o Os iões Ca2+ libertados do retículo sarcoplasmático ligam-se a
moléculas de troponina no miofilamento de actina. Em consequência,
as moléculas de troponina ligadas às moléculas de actina G são
libertadas, o que faz com que as moléculas de tropomiosina se movam,
expondo, assim, os locais activos nas moléculas de actina G.
o Uma vez expostos os locais activos nas moléculas de actina G, as
cabeças dos miofilamentos de miosina ligam-se a eles para formar
pontes.

Fadiga

Fadiga é a diminuição da capacidade de executar trabalho e a reduzida eficiência na


execução que se segue normalmente a um período de actividade.

Fadiga psicológica – é mediada pelo sistema nervoso central. Os músculos mantêm


a sua capacidade funcional, mas o indivíduo tem a “impressão” de que não é possível
um trabalho muscular suplementar.

Fadiga muscular – resulta da depleção de ATP. Sem níveis adequados de ATP, as


pontes não conseguem funcionar normalmente. Em consequência, declina a tensão
que o músculo é capaz de produzir.

Fadiga sináptica – dá-se na junção neuromuscular. Se a frequência de potenciais de


acção for suficientemente grande, a libertação de acetilcolina do terminal pré-sináptico
é superior à sua síntese. Por isso, as vesículas sinápticas entram em depleção e a
acetilcolina libertada é insuficiente para estimular as fibras musculares.

49
Capítulo 10 – Sistema Muscular: Anatomia Geral
Os músculos inserem-se nos ossos e noutros tecidos conjuntivos pelos tendões.

Um tendão largo chama-se aponevrose.

A origem (cabeça) é a extremidade do músculo ligada ao mais fixo dos dois ossos e a
sua inserção terminal a extremidade do músculo inserida no osso que sofre maior
movimento.

A maior porção do músculo, entre a origem e a inserção, é o corpo ou ventre.

Alguns músculos têm múltiplas origens e uma inserção terminal comum, e deles se diz
que têm múltiplas cabeças.

O músculo que provoca acção quando se contrai designa-se por agonista e os


músculos que trabalham em oposição a outros músculos, movendo uma estrutura na
direcção oposta, são antagonistas.

Os músculos que desempenham uma acção conjunta (sinérgica) para executar um


movimento são sinergistas.

Se, num grupo de sinergistas, existe um músculo que desempenha o papel principal
no desempenho de determinado movimento, ele chama-se o músculo principal.

Outros músculos, chamados fixadores, podem estabilizar uma ou mais articulações


cruzadas pelo principal.

Formas dos Músculos:


 Alguns músculos têm os feixes dispostos como barbas de uma pena ao longo
de um tendão comum e, por isso, chamam-se músculos de tipo peniforme.
 Um músculo que só tem feixes de um dos lados do tendão, é do tipo
bipeniforme.
 Um músculo cujos feixes se dispõem em muitos locais em torno do tendão
central é multipeniforme.
 Em outros músculos, chamados músculos paralelos, os feixes dispõem-se
paralelamente ao maior eixo do músculo.
 Nos músculos convergentes, a base é muito mais larga do que a inserção
distal, dando ao músculo uma forma triangular e permitindo-lhe contrair-se com
uma força maior do que a produzida por um músculo paralelo.
 Os músculos circulares têm os feixes dispostos em círculo em torno de uma
abertura e actuam como esfíncteres, encerrando essa abertura.

Nomenclatura:

Os músculos designam-se de acordo com:

 Localização
 Tamanho
 Forma
 Orientação
50
 Inserções de origem e terminação
 N
Músculos Acção ú
Anteriores m
e
Grande recto anterior da cabeça Flexão da cabeça r
Pequeno recto anterior da cabeça Flexão da cabeça o

Posteriores

Pequeno complexo Extensão, rotação e flexão lateral da


cabeça
Pequeno oblíquo da cabeça Extensão e flexão lateral da cabeça
Rectos posteriores da cabeça Extensão e rotação da cabeça
(grande e pequeno)
Semi-espinhoso da nuca Ramos dorsais dos nervos cervicais
Esplénio da cabeça Extensão, rotação e flexão lateral da
cabeça
Trapézio Abdução e extensão
Laterais

Recto Lateral da cabeça Abdução da cabeça


Esterno-claido-mastoideu Contracção unilateral: rotação e
extensão da cabeça.
Contracção bilateral: flexão do
pescoço
de cabeças
 Função

Músculos da Cabeça

51
A rotação e abdução da cabeça são efectuadas pelos músculos dos grupos lateral e
posterior.

O esterno-cleido-mastoideu é o músculo principal do grupo lateral.

Se apenas se contrair o esterno-cleido-mastoideu de um dos lados da cabeça, a


cabeça rodará para o lado oposto.

Se ambos se contraírem, fazem a flexão do pescoço.

A adução da cabeça é efectuada pelos abdutores do lado oposto.

Expressão Facial

Os músculos esqueléticos da face são músculos com inserção subcâtenea.

O occipitofrontal levanta a pele das regiões supraciliares.

O orbicular das pálpebras encerra a fenda palpebral e provoca as rugas junto à


porção externa das pálpebras.

O levantador da pálpebra superior eleva a pálpebra superior.

A queda da pálpebra de um dos lados ou ptose, indica habitualmente que foi lesado o
nervo que vai para o levantador da pálpebra superior.

O supraciliar puxa as sobrancelhas inferior e internamente, produzindo rugas verticais


na pele entre os olhos.

Músculos da Expressão Facial


Músculos Inserção de origem Inserção Terminal Acção
Auricular
 Anterior Aponevrose epicraniana Cartilagem da orelha Puxa a orelha superior e
anteriormente
 Posterior Apófise mastoideia Raiz posterior da orelha Puxa a orelha para trás
 Superior Aponevrose epicraniana Cartilagem da orelha Puxa a orelha superior e
posteriormente
Bucinador Mandíbula e maxilar Orbicular da boca no Retrai o ângulo da boca; achata
superior ângulo da boca a bochecha
Canino Maxila Pele no ângulo da boca e Eleva o ângulo da boca
orbicular dos lábios
Grande zigomático Osso zigomático Ângulo da boca Elevação e abdução do lábio
superior
Levantador comum do lábio Maxila Asa do nariz e lábio Eleva a asa do nariz e o lábio
superior e da asa do nariz superior superior
Levantador da pálpebra Pequena asa do Pele da pálpebra Eleva a pálpebra superior
superior esfenóide

52
Levantador do lábio Maxila Pele e orbicular dos Eleva o lábio superior
superior lábios (superior)
Músculo da borla do mento Mandíbula Pele do queixo Eleva e enruga a pele do
queixo; eleva o lábio inferior
Nasal Maxila Dorso e asa do nariz Dilata a narina
Occipitofrontal Occipital Pele da pálpebra e nariz Move o couro cabeludo; eleva
as pálpebras
Orbicular das pálpebras Maxila e frontal Contorna a órbita e Encerra o olho
insere-se perto da origem
Orbicular dos lábios Septo nasal, maxila e Fascia e outros músculos Encerra os lábios
mandíbula dos lábios
Pequeno zigomático Osso zigomático Orbicular dos lábios do Elevação e abdução do lábio
lábio superior superior
Piramidal do nariz Dorso do nariz Frontal Cria rugas horizontais entre os
olhos, como ao franzir a testa
Quadrado do mento Bordo inferior da Pele do lábio inferior e Deprime o lábio inferior
mandíbula orbicular dos lábios
Risorius de Santorini Fascia do subcutâneo Obicular dos lábios e pele Abdução do ângulo da boca
do pescoço e do do canto da boca
masséter
Subcutâneo do pescoço Fascia do deltóide e Pele sob o bordo inferior Deprime o lábio inferior; enruga
grande peitoral da mandíbula a pele e o pescoço e parte
superior do tórax
Supraciliar A saliência nasal e Pele da pálpebra Deprime a porção mediana da
orbicular do olho sobrancelha e puxa as
sobrancelhas uma para a outra,
como no franzir a testa
Triangular dos lábios Bordo inferior da Lábio, perto do ângulo da Deprime o ângulo da boca
mandíbula boca

Orbicular dos lábios e o bucinador – músculos do beijo, franzir a boca.

Sorriso – grande e pequeno zigomático, canino e risorius de Santorini

Sorriso escarninho – levantador do lábio superior

Expressão carrancuda ou mal-humorada – triangular dos lábios, quadrado do


mento e músculo da borla do mento

Mastigação:

 Mascar ou mastigar envolve obrigatoriamente o encerrar da boca (elevação da


mandíbula)
 Triturar os alimentos entre os dentes envolve excursão da madíbula
 Os músculos da mastigação e os músculos hioideus movem as mandíbulas.
 Os elevadores das mandíbulas são dos músculos mais fortes do corpo e
trazem poderosamente os dentes da mandíbula contra as dos maxilares
superiores, de modo a esmagar os alimentos.

Músculos Acção
Temporal Eleva e retrai a mandíbula;
envolvida na didução

53
Masséter Elevação e projecção da
mandíbula; envolvido na
didução
Pterigoideus

 Externo Projecção e depressão da


mandíbula; envolvido na
didução
 Interno Projecção e elevação da
mandíbula; envolvido na
didução

Músculos Hioideus:

 Músculos supra-hioideus:
o Digástrico
o Genio-hioideu
o Milo-hioideu
o Estilo-hioideu
 Músculos infra-hioideus:
o Omo-hioideu
o Esterno-hioideu
o Esternotiroideu
o Tiro-hioideu

Movimentos da Língua:

A língua é muito importante na mastigação e na linguagem:


 Desloca os alimentos em toda a boca
 Juntamente com o bucinador, mantém os alimentos no lugar enquanto os
dentes os esmagam
 Empurram os alimentos para o palato e para trás em direcção à faringe de
forma a iniciar a deglutição
 Muda de forma para alterar os sons de durante o discurso

A língua consiste numa massa de músculos intrínsecos que estão implicados na


mudança de formato da língua e músculos extrínsecos.

Músculos da Língua:
 Músculos intrínsecos:
o Longitudinal, transverso e vertical
 Músculos extrínsecos:
o Genoglosso

54
o Hioglosso
o Estiloglosso
o Palatoglosso

Músculos do Globo Ocular

O globo ocular move-se na cavidade orbitaria, permitindo a visão num amplo leque de
direcções. Os movimentos de cada olho são efectuados por seis músculos extrínsecos
ao globo ocular designados de acordo com a orientação dos seus feixes em relação
ao globo ocular.

Músculos Acção
Obliquo
 Inferior Eleva e desvia externamente o
olhar
 Superior Baixa e desvia externamente o
olhar
Recto
 Inferior Baixa e desvia internamente o
olhar
 Externo Desvia externamente o olhar
 Interno Desvia internamente o olhar
 Superior Eleva e desvia internamente o
olhar

Músculos do Tronco

Músculos que movem a Coluna Vertebral

Os músculos que fazem a extensão, abdução e rotação da coluna vertebral podem


dividir-se em profundos e superficiais.

Os músculos profundos estendem-se da vértebra para a vértebra.

Os músculos superficiais estendem-se das vértebras para as costelas.

Músculos que actuam sobre a Coluna Vertebral (Localização)

 Profundos:
o Massa comum
o Iliocostais
 Cervical
 Dorsal
 Lombar
o Pequeno complexo
o Transversário do pescoço
o Longo dorsal do tórax

Os músculos das goteiras vertebrais originam-se numa massa comum ou músculo


sacro-ilio-lombar que dá origem a dois músculos, o iliocostal e o longo dorsal,
músculos espinhais
55
Músculos do Tórax

Os músculos do tórax estão envolvidos, sobretudo, no processo respiratório.

São quatro os principais grupos musculares associados à grelha costal

Os escalenos elevam as duas primeiras costelas durante a inspiração.

Os intercostais externos também elevam as costelas durante a inspiração.

Os intercostais internos e os triângulos do esterno contraem-se durante a


expiração forçada.

O principal movimento produzido durante a respiração em repouso é desempenhado


pelo diafragma.

Músculos Acção
Diafragma Inspiração; deprime o
pavimento do tórax
Intercostais
 Externo Inspiração; eleva as costelas
 Interno Expiração; deprime as
costelas
Escalenos
 Anterior Eleva a primeira costela
 Mediano Eleva a primeira costela
 Posterior Eleva a segunda costela
Pequenos
dentados
posteriores
 Inferior Deprime as costelas
inferiores e estende as
costelas
 Superior Eleva as costelas superiores
Triangular do Diminui o diâmetro do tórax
esterno

Parede Abdominal

Os músculos da parede abdominal anterior flectem e rodam a coluna vertebral.

Linha branca – consiste em tecido conjuntivo branco e não em músculo.

De cada lado da linha branca, está o grande recto abdómen.

Intersecções tendinosas atravessam os rectos do abdómen em três ou, por vezes,


mais localizações, levando a que a parede abdominal se encontre segmentada.

Lateralmente ao grande recto do abdómen – linha semilunar

Da superfície para a profundidade, estes músculos são o oblíquo abdominal externo


(= grande oblíquo do abdómen), o oblíquo abdominal interno (= pequeno oblíquo
do abdómen) e o transverso do abdómen

Músculos da Parede Abdominal (Localização)


56
 Anteriores:
o Grandes rectos do abdómen
o Grande oblíquo do abdómen
o Pequeno oblíquo do abdómen
o Transverso do abdómen

Pavimento Pélvico e Períneo

A pelve é um anel ósseo com uma abertura através da qual as aberturas do ânus e
urogenitais penetram.

A maior parte do pavimento pélvico é formada pelo músculo coccígeo + levantador


do ânus = diafragma pélvico.

A área inferior do pavimento pélvico é o períneo, que tem a forma aproximada de um


losango.

A metade anterior do losango é o triângulo urogenital e a metade posterior é o


triângulo anal.

O triângulo urogenital contém o diafragma urogenital, que forma um “subpavimento”


da pelve nesta área e consiste no músculo transverso profundo do períneo e no
músculo do esfíncter uretral externo.

Músculos do Pavimento Pélvico e do Períneo


Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Bulbo-esponjoso Masculino – centro fibroso Superfície dorsal do pénis Constrição da uretra;
de períneo e rafe mediano e bulbo do pénis erecção do pénis
do pénis.
Feminino – centro fibroso Base do clitóris Erecção do clitóris
do períneo
Coccígeo Espinha ciática Cóccix Eleva a suporta o
pavimento pélvico
Isquiocavernoso Ramo isquiático Corpo cavernoso Comprime a base do pénis
ou do clitóris
Levantador do ânus Púbis posterior e espinha Sacro e cóccix Eleva o ânus; suporta as
ciática vísceras pélvicas
Esfincter anal externo Cóccix Centro fibroso do períneo Mantém encerrado o
orifício do canal anal
Esfincter uretral Ramo púbico Rafe mediano Constrição da uretra
Transversos do períneo
 Profundo Ramo isquiático Rafe mediano Suporta o pavimento
57
pélvico
 Superficial Ramo isquiático Centro fibroso do períneo Fixa o centro fibroso

Músculos do Membro Superior

Movimentos da Cintura Escapular

A principal fixação do membro superior do tronco é efectuada pelos músculos.

Os músculos que fixam a omoplata ao tórax são o trapézio, angular da omoplata,


rombóides (grande e pequeno), grande dentado e pequeno peitoral.

Estes músculos movem a omoplata, permitindo um amplo leque de movimentos do


membro superior, ou actuam como fixadores que mantêm a omoplata firmemente em
posição quando se contraem os músculos do braço.

Músculos que actuam sobre a omoplata (localização)


 Angular/levantador/elevador da omoplata
 Pequeno peitoral
 Rombóides:
o Grande (mais inferior)
o Pequeno (mais superior)
 Grande dentado
 Subclávio
 Trapézio

Movimentos do Braço

O braço está fixado ao tórax pelo grande peitoral e pelo grande dorsal.

O deltóide é como se fosse três músculos num só: as fibras anteriores flectem o
braço; as laterais fazem abdução do braço, e as posteriores fazem a extensão.

O deltóide é parte integrante do grupo de músculos que fixam o úmero à omoplata.

No entanto, os principais músculos de sustentação da cabeça do úmero na fossa


glenoideia chamam-se os músculos da manga ou coifa dos rotadores.

Músculos que actuam sobre o braço:


 Coracobraquial
 Deltóide
 Grande dorsal Localização
 Grande peitoral
 Grande redondo
 Coifa dos rotadores:
o Infra-espinhoso
o Infra-escapular
o Supra-espinhoso
o Pequeno redondo
58
Resumo das Acções dos Músculos no Ombro e do Braço
Flexão Extensão Abdução Adução Rotação Interna Rotação Externa
Deltóide Deltóide Deltóide Grande peitoral Grande peitoral Deltóide
Grande peitoral Grande redondo Supra-espinhoso Grande dorsal Grande redondo Infra-espinhoso
Carocobraquial Pequeno redondo Grande redondo Grande dorsal Pequeno redondo
Bicípete braquial Grande peitoral Pequeno redondo Deltóide
Tricípete braquial Tricípete braquial Infra-escapular
Coracobraquial

A abdução do braço é feita pelo deltóide, músculos da coifa dos rotadores e trapézio.

Movimentos do Antebraço

Flexão e Extensão do Antebraço – a extensão do braço é realizada pelo tricípete


braquial e pelo ancório; a flexão é feita pelo braquial anterior, bicípete braquial e
longo supinador.

Supinação e Pronação - a supinação do antebraço é feita pelo curto supinador e


pelo bicípete braquial. A pronação é função do quadrado pronador e do redondo
pronador.

Músculos Acção
Braço
Bicípete braquial Flexão e supinação do
antebraço; flexão do braço
Braquial anterior Flexão do antebraço
Tricípete braquial Extensão do antebraço;
extensão e abdução do
braço
Antebraço
Ancónio Extensão do antebraço
Longo supinador Flexão do antebraço
Quadrado pronador Pronação dos interósseos
no antebraço
Redondo pronador Pronação do antebraço
Curto supinador Supinação do antebraço

Músculos Extrínsecos da Mão:

Têm origem no antebraço, mas têm tendões que se inserem na mão.


Uma banda forte de tecido conjuntivo fibroso cobre os tendões flexores e extensores.

Dois dos principais músculos anteriores, o grande palmar e o cubital anterior, fazem
a flexão do punho.
Três músculos posteriores, o longo radial ou 1º radial externo, o curto radial ou 2º
radial externo e o cubital posterior fazem a extensão do punho.

A flexão dos quatro dedos internos (2º ao 5º) é função do flexor comum superficial dos
dedos e do flexor comum profundo dos dedos.

59
A extensão é feita pelo extensor comum dos dedos.

O dedo mínimo tem um extensor suplementar, o extensor próprio do dedo mínimo.

O indicador tem também um extensor suplementar, o extensor próprio do indicador.

O movimento do polegar é executado, em parte, pelo longo abdutor do polegar, pelo


longo extensor do polegar e pelo curto extensor do polegar.

Músculos Intrínsecos da Mão:

Estão inteiramente na mão.

A abdução dos dedos é efectuada pelos interósseos dorsais e pelo abdutor do


dedo mínimo, enquanto a adução é uma função dos interósseos palmares.

Músculos Intrínsecos da Mão:


 Músculos Thenares:
o Curto abdutor do polegar
o Adutor do polegar
o Curto flexor do polegar
o Oponente do polegar
 Músculos Hipothenares:
o Abdutor do dedo mínimo
o Curto flexor do dedo mínimo
o Oponente do dedo mínimo

O curto flexor do polegar, o curto abdutor do polegar e o oponente do polegar


formam uma proeminência carnuda na base do polegar chamada eminência thenar.

O abdutor do dedo mínimo, o curto flexor do dedo mínimo e o oponente do dedo


mínimo constituem a eminência hipothenar no lado cubital da mão.

Músculos do Membro Inferior

Movimentos da Coxa

Diversos músculos da coxa têm a sua origem na anca e inserem-se no fémur.

Os músculos anteriores, ilíaco e grande psoas, fazem a flexão da coxa. Partilham uma
inserção comum e produzem o mesmo movimento, são muitas vezes designados por
psoas ilíaco.

Os músculos posterolaterais que movimentam a coxa são os glúteos e o tensor da


fascia lata. O grande glúteo contribui com a maior parte da massa muscular que aos
nossos olhos constitui as nádegas. O pequeno e médio glúteo, lugar habitual de
injecções, criam uma massa mais pequena logo acima e ao lado do grande glúteo.

Músculos que movimentam a Coxa


Músculos Acção
Anteriores

60
Psoas ilíaco
 Ilíaco Flexão e rotação externa da coxa
 Grandes psoas Flexão da coxa
Posteriores e Laterais
Grande glúteo Extensão, abdução e rotação externa da
coxa.
Médio glúteo Abdução e rotação interna da coxa;
abaixamento lateral da pelve
Pequeno glúteo Abdução e rotação interna da coxa;
abaixamento lateral da pelve
Tensor da fascia lata Tensão da fascia lata; flexão, abdução e
rotação interna da coxa; abaixamento
lateral da pelve
Rotadores Profundos da Coxa
Gémeos pélvicos
 Inferior Rotação externa e abdução da coxa
 Superior Rotação externa e abdução da coxa
Obturadores
 Externo Rotação externa da coxa
 Interno Rotação externa e abdução da coxa
Piriforme Rotação externa e abdução da coxa
Quadrado crural Rotação externa da coxa

Quadricípete:
 Recto anterior
 Crural
 Vasto interno
 Vasto externo

Adutores:
 Pectíneo
 Recto interno
 Curto adutor
 Longo adutor
 Grande adutor

Isquiotibiais:
 Semitendinoso
 Bicípete crural
 Semimembranoso

Músculos da Coxa
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Compartimento Anterior
Quadrícipete Recto anterior – espinha ilíaca Rótula, e daí para a Extensão da perna; o recto
crural ântero-inferior; vasto externo – tuberosidade tibial através anterior também flecte a coxa
fémur crural – fémur; vasto do ligamento rotuliano
interno – linha áspera
Costureiro Espinha ilíaca ântero-superior Face interna da Flexão da coxa e da perna;
tuberosidade isquiática rotação interna da perna e
externa da coxa

61
Compartimento Interno
Curto adutor Púbis Fémur Adução, flexão e rotação
externa da coxa
Longo adutor Púbis Fémur Adução, flexão e rotação
externa da coxa
Grande adutor Púbis e ísquion Fémur Adução, extensão e rotação
externa da coxa
Recto interno Púbis junto da sínfise Tíbia Adução da coxa; flexão da
perna
Pectíneo Crista púbica Linha pectínea do fémur Adução e flexão da coxa
Compartimento Posterior
Bicípete crural Longa porção – tuberosidade Cabeça do perónio Flexão e rotação externa da
isquiática; curta porção – fémur perna; extensão da coxa
Semimembranoso Tuberosidade isquiática Tuberosidade interna da Flexão e rotação interna da
tíbia e ligamento colateral perna; tensão da cápsula
articular do joelho; extensão
da coxa
Semitendinoso Tuberosidade isquiática Tíbia Flexão e rotação interna da
perna; extensão da coxa.

Movimentos do Tornozelo, Pé e Dedos do Pé

 Compartimento anterior:
o Extensor comum dos dedos
o Extensor próprio do grande dedo
o Tíbia anterior

62
o Peronial anterior
 Compartimento posterior:
o Superficiais:
 Gémeos
 Plantar delgado
 Solhar
o Profundos:
 Longo flexor comum dos dedos
 Longo flexor do grande dedo
 Popliteu
 Tibial posterior

Os músculos superficiais do compartimento posterior, os gémeos e o solhar, formam-


se “barriga” da perna. Juntam-se com o plantar delgado para formar um tendão
comum, o tendão de Aquiles.

Estes músculos estão implicados na extensão do pé. Os músculos profundos do


compartimento posterior fazem a extensão e a inversão do pé e a flexão dos dedos.

Os músculos intrínsecos do pé localizados no próprio pé fazem a flexão, extensão,


abdução e adução dos dedos.

63
Capítulo 11 – Organização Funcional do Tecido Nervoso

Funções do Sistema Nervoso

1. Informação sensorial – receptores sensoriais monitorizam numerosos


estímulos externos e internos.
2. Integração – encéfalo e espinhal medula são os principais órgãos
processadores da informação sensorial e iniciadores de respostas.
3. Homeostase – actividades reguladoras e coordenadoras do sistema nervoso
são necessárias para manter a homeostase.
4. Actividade mental – o encéfalo é o centro das actividades mentais, incluindo a
consciência, o pensamento, a memória e as emoções.
5. Controlo dos músculos e glândulas

Divisões do Sistema Nervoso

Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Sistema Nervoso


Central Periférico

12 pares nervos
cranianos
Encéfalo Espinhal Medula
31 pares nervos
raquidianos

Divide-se em: divisão aferente ou divisão eferente ou


- Cérebro sensorial (transportar motora (transportar
- Diencéfalo informação da do SNC para a
periferia até SNC) periferia)
- Cerebelo
- Tronco cerebral

Diencéfalo composto por:


 Tálamo
 Sub-tálamo
 Epitálamo
 Hipotálamo

Tronco cerebral:
 Mesencéfalo
 Ponte ou protuberância anular
 Bulbo raquidiano (parte mais inferior)

64
Nervos são feixes de axónios com as suas bainhas, que ligam o SNC aos receptores
sensoriais, músculos e glândulas.

Gânglios são aglomerações de corpos celulares neuronais localizadas no exterior do


SNC.

Plexos são extensas redes de axónios e, alguns casos, também de corpos celulares
neuronais, localizadas no exterior do SNC.

Divisão aferente ou sensorial transmite sinais eléctricos – potenciais de acção.


Os corpos celulares destes neurónios encontram-se nos gânglios localizados junto da
medula espinhal ou junto da origem de determinados nervos cranianos.

Divisão eferente ou motora transmite os potenciais de acção do SNC aos órgãos


efectores, como os músculos e glândulas.

Divisão motora divide-se em:


 Sistema nervoso somático
 Sistema nervoso autónomo (SNA)

O sistema nervoso somático motor transmite os potenciais de acção do SNC aos


músculos esqueléticos (são controlados voluntariamente pelo sistema nervoso
somático).

Os corpos celulares dos neurónios somáticos motores localizam-se dentro do SNC e


os seus axónios estendem-se através dos nervos até formarem sinapses com as
células musculares esqueléticas.

Sinapses são a junção de uma célula nervosa com outra célula. As junções
neuromusculares, que são sinapses entre neurónios e células musculares
esqueléticas.

SNA subdivide-se em:


 Simpático – quando activado prepara o corpo para a acção
 Parassimpático – regula o repouso ou as funções vegetativas
 Entérico – consiste em plexos localizados na espessura da parede do tubo
digestivo.

Células do Sistema Nervoso


O sistema nervoso é constituído por neurónios e células não neuronais.

Neurónios recebem estímulos e conduzem potenciais de acção.

Células não neuronais = neuróglia, nevróglia ou célula glias – dão suporte e


protecção aos neurónios.

Neurónios

Neurónios ou células nervosas recebem estímulos e transmitem potenciais de


acção para outros neurónios ou para os órgãos efectores.

Cada neurónio consiste em um corpo celular e dois tipos de prolongamentos.

Corpo celular = corpo celular neuronal ou soma

Prolongamentos = dendritos – sublinha a sua disposição ramificada

65
Axónios – refere-se ao alinhamento rectilíneo e diâmetro uniforme da maioria dos
axónios.

Tipos de Neurónios

Os neurónios aferentes ou sensoriais conduzem os potenciais de acção para o SNC e


os neurónios eferentes ou motores conduzem os potenciais de acção do SNC para os
músculos e glândulas.

Neurónios de associação ou interneurónios conduzem os potenciais de acção de


um neurónio para o outro, dentro do SNC.

Neurónios multipolares têm numerosos dendritos e um único axónio. Os dendritos


variam em número e no grau de ramificação.

Neurónios bipolares têm dois prolongamentos, um dendrito e um axónio. O dendrito


especializa-se muitas vezes na recepção de estímulos, e o axónio conduz os
potenciais de acção para o SNC.

Neurónios unipolares = neurónios pseudo-unipolares – têm um prolongamento


que rapidamente se divide em dois ramos, um axonal e um periférico, que se estende
para a periferia onde se ramifica em receptores sensoriais de modo semelhante aos
dendritos.

Nevróglia do SNC

Consiste no conjunto mais importante das células de suporte do SNC, participa na


formação da barreira hemato-encefálico, fagocita substâncias estranhas, produz
líquido cefalorraquidiano e forma bainhas de mielina em torno dos axónios.

Astrócitos – são células glias que devem a sua forma de estrela aos prolongamentos
celulares que se estendem para fora do seu corpo.

Células Ependimárias – pavimentam os ventrículos do encéfalo e o canal central da


medula espinhal (canal ependimário). Conjuntos de células ependimárias
especializadas associadas a vasos sanguíneos, formas os plexos coroideus.

Micróglia – conjunto de pequenas células, macrófagos especializados do SNC, que


se tornam móveis e fagocitárias em resposta à infecção, fagocitando tecido necrótico,
microrganismos e substâncias estranhas que invadem o SNC.

Oligodendrócitos – têm prolongamentos do citoplasma que podem envolver os


axónios. Se os prolongamentos do citoplasma se enrolarem muitas vezes em torno
dos axónios – bainhas de mielina.

Nevróglia do SNP

Células de Schawnn são células gliais do SNP que se enrolam em torno dos axónios,

Se se enrolarem muitas vezes em torno dos axónios, formam bainhas de mielina.

As células satélite rodeiam os corpos celulares neuronais nos gânglios, proporcionam


suporte e podem proporcionar nutrientes aos corpos celulares neuronais.
Axónios mielinizados – prolongamentos dos oligodendrócitos enrolam-se várias
vezes em torno de um segmento de um axónio, de modo a formar um conjunto de
membranas dispostas em camadas muito apertadas. As membranas muito apertadas
formam a bainha de mielina, que confere aos axónios um aspecto esbranquiçado.

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Axónios não mielinizados – apoiam-se em invaginações dos oligodendrócitos ou das
células de Schawnn. A membrana celular envolve cada axónio, mas não se enrola
varias vezes em torno dele. Por isso cada axónio é rodeado por uma série de células,
e cada célula pode rodear simultaneamente mais de um axónio não mielinizado.

Organização do Sistema Nervoso

Axónios – formam feixes nervosos.

Corpos celulares e dendritos – formam grupos

Substância branca – feixes de axónios paralelos e bainhas de mielina.

Substância cinzenta – corpos celulares e axónios não mielinizados.

Substância branca – axónios mielinizados; feixes nervosos que propagam os


potenciais de acção de uma área do SNC para outro.

Substância cinzenta – axónios não mielinizados, corpos celulares, dendrites,


nevróglia. Desempenha funções de integração.

Encéfalo – substância cinzenta é externa (córtex) existindo também no interior


(núcleos); substância branca mais profunda.

Espinhal medula – substância branca é externa.

Sinais eléctricos

Células produzem potenciais eléctricos – potenciais de acção.

Na+ e Cl- é muito maior no exterior da célula.

K+ é mais concentrado no interior da célula.

As diferenças de concentrações iónicas intracelulares e extracelulares resultam:


 Da bomba de sódio-potássio
 Das características de permeabilidade da membrana celular

Bomba de Sódio e Potássio

Iões mais concentrados encontram-se dentro da célula – Intracelular

Iões menos concentrados encontram-se fora da célula – Extracelular

Transporte activo – a bomba desloca os iões K + e Na+ através da membrana no


sentido inverso dos seus gradientes de concentração.

Iões K+ são transportados para interior da célula – aumenta concentração de K+ dentro


da célula.

Iões Na+ são transportados para fora da célula – aumenta concentração no exterior da
célula.

Características de Permeabilidade da Membrana Celular

A membrana celular tem permeabilidade selectiva, pelo que permite que algumas
substâncias passem através desta.

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Os iões Cl- são repelidos pelas proteínas de carga negativa e outros iões de carga
negativa no interior da célula.

Os iões Cl- difundem-se através da membrana celular e acumulam-se no seu exterior


da célula, aumentando a concentração no meio extracelular.

Canais iónicos sem portão:


 Estão sempre abertos.
 São responsáveis pela permeabilidade iónica da membrana celular quando não
estimulada.
 Cada canal é específico de cada tipo de ião.
 Membrana mais permeável aos iões K+ e Cl-
 Membrana menos permeável aos iões Na+
 Existem mais canais K+ e Cl- sem portão do que Na+

Canais iónicos com portão:


 Abrem e fecham em resposta a estímulos
 Canais iónicos com portão de ligando
o Ligando – molécula que se liga a um receptor
o Receptor – proteína ou glicoproteina que tem um sítio receptor
 Abrem e fecham em resposta à ligação de um ligando a um receptor

 Canais iónicas com portão de voltagem


o Abrem e fecham em resposta a pequenas alterações de voltagem
através da membrana celular
o Interior da membrana = carga negativa

Potencial de Repouso da Membrana

O potencial de repouso é uma diferença de carga eléctrica transmembranar quando a


célula se encontra numa situação de não estimulação. O interior da célula está
negativamente carregado, quando comparado com o exterior da célula.

O potencial de repouso deve-se principalmente à tendência dos iões K+ positivamente


carregados para se difundirem para fora da célula, o que é contrariado pela carga
negativa que se desenvolve no interior da membrana celular. Em equilíbrio, a
tendência das cargas positivas para se difundirem para fora da célula e são poucos os
iões que, de facto, se difundem através da membrana.

A despolarização é uma diminuição do potencial de repouso da membrana e pode


resultar da diminuição do gradiente de concentração dos iões K+, da diminuição da
permeabilidade da membrana aos iões K+, do aumento da permeabilidade aos iões
Na+.

A hiperpolarização é o aumento do potencial de repouso que pode resultar do


aumento do gradiente de concentração dos iões K+, do aumento da permeabilidade
da membrana aos iões K+, da diminuição da permeabilidade da membrana aos iões
Na+.

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Potenciais Locais
 Um estímulo provoca o aumento da permeabilidade da membrana aos iões
Na+, K+ ou Cl-.
 A despolarização resulta do aumento da permeabilidade da membrana aos
iões Na+; a hiperpolarização resulta de um aumento da permeabilidade da
membrana aos iões K+ e Cl-.
 Os potenciais locais são gradativos; isto é, a amplitude do potencial local é
proporcional à intensidade do estímulo. Os potenciais locais podem somar-se.
Por isso, um potencial local produzido como resposta a vários estímulos tem
maior amplitude do que um outro produzido como resposta a um estímulo
único.
 O potencial local despolarizador é capaz de desencadear um potencial de
acção.

Potenciais de Acção
 Os potenciais de acção são produzidos quando um potencial local atinge o
limiar.
 Os potenciais de acção seguem a “lei do tudo ou nada”
 A despolarização é o resultado do aumento da permeabilidade da membrana a
iões Na+ e do movimento de iões Na+ para dentro da célula. As portas de
activação dos canais Na+ com portão de voltagem abrem-se.
 A repolarização é um resultado da diminuição da permeabilidade da membrana
a iões Na+ e aumento da permeabilidade da membrana a iões K+, o que
suspende o movimento dos iões Na+ para dentro da célula e aumenta o
movimento dos iões K+ para fora da célula. As portas de inactivação dos canais
Na+ com portão de voltagem fecham e os canais K + com portão de voltagem
abrem.
 Num potencial de acção pode ser produzido por qualquer estímulo, seja qual
for a sua intensidade, durante o período refractário absoluto. Durante o período
refractário relativo, um estímulo mais forte do que o limiar pode produzir um
potencial de acção.
 Os potenciais de acção propagam-se e, para um dado axónio ou fibra
muscular, a amplitude do potencial de acção é constante.
 A intensidade do estímulo determina a frequência de potenciais de acção

Período Refractário

Período refractário absoluto é o tempo do potencial de acção durante o qual um


segundo estímulo, seja qual for a sua intensidade, não consegue iniciar outro potencial
de acção.

O período refractário relativo segue-se ao período refractário absoluto e é o tempo


durante o qual um estímulo mais forte que o limiar consegue evocar o potencial de
acção.

Canais iónicos com Portão de Voltagem e Potencial de Acção


1. Potencial de repouso: os canais de Na+ com portão de voltagem estão
encerrados (as portas de activação estão fechadas e as portas de inactivação
estão abertas). Os canais de K+ com portão de voltagem estão encerrados.
2. Despolarização: os canais de Na+ com portão de voltagem abrem, porque
abrem as portas de activação. Os canais de K+ com portão de voltagem

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começam a abrir. Há despolarização porque a difusão dos iões Na + para o
interior é muito superior à dos iões K+.
3. Repolarização: os canais de Na+ com portão de voltagem estão encerrados
porque fecharam as portas de inactivação. Os canais de K+ com portão de
voltagem estão agora abertos. A difusão de iões Na+ para o interior da célula
cessa e os iões K+ difundem-se para o exterior, causando repolarização.
4. Fim da repolarização e potencial tardio: os canais Na+ com portão de
voltagem estão encerrados. O encerramento das portas de activação e a
abertura das portas de inactivação restabelecem a situação de repouso para os
canais de Na+. A difusão dos iões K+ através dos canais com portão de
voltagem produz o potencial tardio.
5. Potencial de repouso da membrana: o potencial de repouso é restabelecido
após o encerramento dos canais de K+ com portão de voltagem.

Frequência do Potencial de Acção

A intensidade dos estímulos afecta a frequência dos potenciais de acção:


 Um estímulo sublimiar produz apenas potenciais locais
 Um estímulo limiar produz um potencial local que alcança o limiar e resulta num
único potencial de acção
 Um estímulo submáximo é maior do que um estímulo limiar e mais fraco que
um estímulo máximo. A frequência de potencial de acção aumenta de acordo
com o aumento da intensidade do estímulo submáximo.
 Um estímulo máximo ou supramáximo produz uma frequência máxima de
potenciais de acção

Uma frequência baixa de potenciais de acção representa um estímulo mais fraco do


que uma frequência alta.

Propagação dos Potenciais de Acção

O potencial de acção gera correntes locais, que estimulam a abertura dos canais Na+
com portão de voltagem nas regiões contíguas da célula, produzindo um novo
potencial de acção.

No axónio não mielinizado, os potenciais de acção são gerados de forma


imediatamente adjacentes aos anteriores.

No axónio mielinizado, os potenciais de acção são gerados em nódulos de Ranvier


sucessivos, separados uns dos outros por células de Schwann.

O reverter da direcção dos potenciais de acção é impedido pelo período refractário


absoluto.

Os potenciais de acção propagam-se mais rapidamente em axónios mielinizados, de


grande diâmetro.

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Sinapses Químicas

Anatomicamente a sinapse química tem três componentes:


 As extremidades alargadas dos axónios são os terminais pré-sinápticos que
contêm vesículas sinápticas.
 As membranas pós-sinápticas contêm receptores para os neurotransmissores
 A fenda sináptica, espaço que separa as membranas pré-sinápticas e pós-
sinápticas.
Um potencial de acção que chega ao terminal pré-sináptico provoca a libertação de
um neurotransmissor, que se difunde através da fenda sináptica e se liga aos
receptores da membrana pós-sináptica.

O efeito do neurotransmissor na membrana pós-sináptica pode ser suspenso de


diversas maneiras:
 O neurotransmissor pode ser fraccionado por uma enzima
 O neurotransmissor é retomado pelo terminal pré-sináptico
 O neurotransmissor difunde-se para fora da fenda sináptica

Os neurotransmissores são específicos para os seus receptores. Um neurotransmissor


pode ser estimulatório numa sinapse e inibitório numa outra, consoante o tipo de
receptor presente.

A despolarização da membrana, pós-sináptica, causada por um aumento da


permeabilidade da membrana aos iões de sódio, é um potencial excitatório pós-
sináptico – PEPS

A hiperpolarização da membrana pós-sináptica, causada por um aumento da


permeabilidade da membrana aos iões de cloro ou aos iões de potássio, é um
potencial de acção inibitório pós-sináptico – PIPS

A inibição pré-sináptica diminui a libertação de neurotransmissor.

A facilitação pré-sináptica aumenta a libertação de neurotransmissor.

Somação Temporal e Espacial


Os potenciais de acção pré-sinápticos, através dos neurotransmissores, produzem
potenciais locais nos neurónios pós-sinápticos. O potencial local pode somar de modo
a produzir um potencial de acção no cone de implantação axonal.

Ocorre somação espacial quando dois ou mais terminais pré-sinápticos estimulam


simultaneamente um neurónio pós-sináptico.

Dá-se a somação temporal quando dois ou mais potenciais de acção chegam em


sucessão a um único terminal pré-sináptico.

Os neurónios pré-sinápticos inibitórios e excitatórios podem convergir num neurónio


pós-sináptico. A actividade do neurónio pós-sináptico é determinada pela integração
dos PEPS e dos PIPS produzidos no neurónio pós-sináptico.

Vias e Circuitos Neuronais

Vias convergentes têm muitos neurónios a fazer sinapse com poucos neurónios.
Vias divergentes têm poucos neurónios que fazem sinapse com muitos neurónios
Os circuitos oscilantes têm ramos colaterais de neurónios pós-sinápticos que fazem a
sinapse com neurónios pré-sinápticos.

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