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Goiânia, novembro de 2010.
1ª parte: PROJETOS x SUSTENTABILIDADE
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Apenas em 1992, após a 2a. Conferência Mundial para o Desenvolvimento e
Meio Ambiente (Rio’92), com a criação da Agenda 21, nasceu a Construção
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(1) – Dados obtidos no site do Instituto. Informações pelo e-mail idhea@idhea.com.br. ou pelos telefones (11)
3227-4742/ 3326-9876/ 9234-2350.
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2. A democratização e o poder das Tecnologias de Informação, que mostram,
em tempo real, a partir de um aparelho celular, desmatamentos, trabalho
escravo, derrame de poluentes em rios e mares e demais atitudes que degra-
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(2) – Ana Paula Arbache. “Os equívocos mais frequentes nos projetos de sustentabilidade e como evitá-los”, escrito
especialmente para o Noticiário de Equipamentos Industriais – NEI, em agosto de 2010. Doutora em Educação e
organizadora do livro Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras, é docente dos cursos de MBA Gestão
Empresarial da FGV e sócia-diretora da Arbache Consultoria. Contatos com a autora podem ser feitos pelo e-mail:
paula@arbache.com.br, ou pela TL Publicações Eletrônicas Ltda.
dam a sustentabilidade ética, social e ambiental. Com o advento da
Internet, ampliaram-se o dinamismo e a participação de uma rede mundial de
expectadores que, em minutos, podem ver as marcas das empresas serem
denunciadas e perderem sua credibilidade em segundos;
1º passo: diagnosticar
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endomarketing para monitorar esse processo? Há rituais corporativos que
favoreçam a visibilidade dessas ações?;
• A minha empresa está devidamente estruturada, em termos físicos, para
atender às especificidades de uma gestão para a sustentabilidade (prédios,
consumo da água, consumo da energia elétrica, entre outros aspectos)?
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Além do ganho financeiro (tangível), o empresário ganha com a geração de
valores corporativos aderidos pelos seus funcionários (intangível), ou seja,
uma empresa que valoriza e preserva o meio ambiente está responsável por
e atenta aos valores éticos e às suas responsabilidades sociais, faz com que
o seu clima organizacional seja satisfatório e, em consequência disso, a
produção aumente, e que valores éticos possam ser consolidados, como o
compromisso, a lealdade e a confiança de seus funcionários.
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de serem grandes organizações faz com que trabalhemos com o conceito de
liderança. Como somos um grupo estratégico e interferimos na gestão das
companhias, elas nos procuram para um aprendizado e intercâmbio maior na
questão sustentável. Conversamos com a sociedade civil e governo, e temos
a credibilidade por sermos o braço brasileiro do World Business Council for
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(3) - Marina GROSSI, Consciência sustentável nas empresas. Jornal Carreira & Sucesso, publicação digital da Catho Online,
em sua 400ª Edição, agosto de 2010. Site http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=11858&print=1, acesso
ago/2010.
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Conforme o IDHEA e as pesquisas de Bussoloti(4), para se chegar a uma
Construção Sustentável, capaz de reproduzir, no ambiente construído, as caracterís-
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(4) – Fernando BUSSOLOTI, How Stuff Works - Como funcionam as construções sustentáveis. Publicado em 29 de
novembro de 2007 (atualizado em 11 de julho de 2008) http://ambiente.hsw.uol.com.br/construcoes-ecologicas1.htm
(03/agosto/2010).
ticas originais do meio ambiente natural, o caminho é percorrido em nove passos
complementares entre si. São eles:
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“empregos verdes”, que cuidam de transformar e manter o mundo mais limpo,
deverão ser continuamente aprimoradas, nas próximas décadas, visando à
eficiência dos processos e soluções adotadas.
O conceito de sustentabilidade não tange apenas o mundo financeiro e nem
visa, unicamente, ao meio ambiente, mas tem natureza geopolítica e relação com o
nosso padrão de vida atual. Está nas mesas de negociação dos acordos
internacionais, a exemplo do Protocolo de Quioto5, e provoca um conjunto de
medidas profiláticas e preventivas, nas economias dos países, por meio do que o
conforto termo-acústico dos ambientes natural e construído é colocado no mundo
real dos negócios. Em consequência disso, a engenharia, de maneira geral, vem se
submetendo a critérios pregressivamente mais exigentes, quanto à eficiência das
soluções adotadas, de problemas do isolamento térmico e acústico das construções.
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administradores públicos, segundo declaração da ABES6, a obrigação da criação de
um Plano Municipal de Saneamento, para cada cidade brasileira.
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(6) ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, em seu periódico nº 52, Ano VIII, de junho e julho
de 2010.
O Decreto, além de fortalecer o setor, há de contribiuir para sua eficiência, na
gestão e universalização dos serviços, pois o texto assinado reforça os instrumentos
de planejamento e amplia o conceito de saneamento básico no país, englobando
suas quatro modalidades: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de
águas pluviais e resíduos sólidos. Ainda de acordo com a ABES, o mencionado
Decreto regula, também, a segurança jurídica entre o titular e o prestador de
serviços públicos nessas quatro áreas de saneamento básico, assim como entre os
prestadores públicos e privados desses serviços.
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superfícies d’água em áreas urbanizadas, com o objetivo de orientar as medidas
necessárias para amenizar o rigor climático nas cidades, delimitando o entorno, em
função da homogeneidade do padrão de ocupação, e medindo a Temperatura Média
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(6) Marta Adriana Bustos ROMERO et al. Seminário da FAU/UNB: A Questão Ambiental Urbana: Experiências e Perspec-
tivas. Universidade de Brasília, 28, 29 e 30 de julho de 2004.
do ar, nas estações de seca e de chuva.
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debate sobre e a análise crítica das propostas que lidam diretamente com a gestão
das cidades.
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(7) D. DUARTE. Occupation and Urban Climate. Plea 2000, James & James Publishers. Cambridge, 2000.
(8) ADOLPHE, L., MAIZIA, M., I., JEAN-LOUIS, et ali, “SAGACités: Towards a management aided system for integrating
outdoor climate into the design of urban spaces”, PLEA 2002, Toulouse.
____ ADOLPHE, L., PLEA2003: “Sustantibility indicators for Environmental Performance of cities”, Santiago, Chile.
Romero (2004) afirma que, depois da Conferência do Rio(1992) e da Habitat II
(1996), houve uma mudança de inflexão na abordagem dos urbanistas e
planejadores que consideravam as cidades, e especialmente as megacidades, “uma
desgraça a ser evitada a qualquer preço”, recomendando políticas públicas que
redundariam em “fixar a população no campo” e “fortalecer as políticas agrícolas”
para evitar o “êxodo rural” e a “inchação das cidades”.
As cidades passaram a ser vistas como uma realidade que pode ser transformada
para melhor e não como um problema a ser evitado, “já que elas parecem ser a
forma que os seres humanos escolheram para viver em sociedade e prover suas
necessidades”. Com isso, abandona-se, progressivamente, “a idéia de cidade como
um caos a ser evitado”, para adotar-se a idéia de que “é preciso administrar a cidade
e os processos sociais que a produzem e a modificam”. O futuro do Planeta
dependerá, assim, de “como vão evoluir as soluções urbanísticas e a certeza de que
qualquer idéia de sustentabilidade deverá provar a sua operacionalidade em um
mundo urbanizado”.
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preservados, em sua composição, qualitativa e quantitativamente, para que não se
comprometa, de maneira irreversível, a sobrevivência humana e de outras espécies.
“Tudo isso faz com que muitos empreendimentos passem a se preocupar com a sua
contribuição na desestabilização da vida no planeta e queiram minorar o impacto de
suas ações”, afirma ele, “para não assumirem o papel de vilão, de estarem
comprometendo o futuro de nossos descendentes”.
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Segundo Sattler (2010), a sustentabilidade e sua aplicação às construções
requerem “uma visão holística, sistêmica e interdisciplinar” dos empreendimentos,
pela sua complexidade, por considerar inúmeros aspectos intervenientes e envolver
múltiplos olhares que conversem entre si. Quanto aos projetos, acredita o autor que
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(9) CEBDS - Fundado em 1997, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável é o representante do
World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com a participação de 185 grupos multinacionais,
que faturam anualmente US$ 6 trilhões e geram 11 milhões de empregos diretos, em diversos países. O CEBDS integra uma
rede global de mais de 50 conselhos nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de fazer negócios, ao
redor do mundo. No Brasil, é uma coalizão dos maiores e mais expressivos grupos empresariais, com faturamento anual
correspondente a 40% do PIB nacional, e suas empresas geram juntas mais de 600 mil empregos diretos e um número mais
expressivo ainda de empregos indiretos. O CEBDS não atua sozinho e, para viabilizar sua estratégia, vem estreitando a
relação com o governo federal onde, hoje, integra a Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21, o
Grupo Institucional de Produção Mais Limpa, o Fórum Brasileiro de Mudança Climática, o Conselho de Gestão do
Patrimônio Genético, o Fórum de Competitividade e Biotecnologia e outros órgãos que operam em nível ministerial. Fonte:
http://www.cebds.org.br/cebds/cebds-quem-somos.asp – acessado em 31/10/2010 às 19h30min.
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Cabe ao coordenador dos projetos reunir as partes envolvidas, motivar a
discussão e a formulação conjunta de soluções que compatibilizem os interesses,
necessidades, recursos disponíveis e quaisquer outras interferências nos projetos,
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(1) – Do artigo Mary Parker Follett, que reproduz o capítulo do livro Lectures in Business Organization, desta autora,
editado no Brasil pela Qualitymark Editora e cedido, em cortesia, para publicação na Revista da Associação dos Conveniados
FGV. Ano 01, 01/10/2009, nº 001.p.96. Goiânia: Grupo Empreza, 2009.
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ninguém da equipe sacrifica ou abandona sua individualidade, por causa do todo,
mas, antes, contribui para a criação de um projeto mais próximo do produto final
pretendido pela empresa. A interdepartamentalização dos conhecimentos, nesse
caso, aprimora as soluções adotadas nos projetos e enriquece toda a equipe.
Esse contato direto, na opinião de Follett, deve começar nos estágios iniciais
do processo de projetação, de modo a que todos os projetistas possam contribuir
para a otimização das soluções adotadas, o saneamento de conflitos e interferências
e os projetos possam desenvolver-se coordenadamente. A equipe de projetistas se
reúne à medida que estão formulando suas propostas, discutindo as questões
envolvidas e decidindo as medidas a serem adotadas pelo grupo de projetistas.
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novos equipamentos aos projetos e adotando as tecnologias que revolucionam,
continuamente, o modus vivende da população.
Esse registro compõe um documento denominado “As built” (do Inglês: “tal
como construído”), que objetiva subsidiar, de informações técnicas e práticas, os
trabalhos de coordenação dos projetos futuros, visando à economia de recursos
financeiros e de tempo.
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3ª parte: COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
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De qualquer maneira, o perfil de um coordenador de projetos não tem de ser,
necessariamente, o de um pluri-especialista, mas é preciso e importante que ele
tenha conhecimentos de informática, das áreas específicas dos projetos e dos
processos construtivos; tenha, também, boa relação interpessoal, facilidades de co-
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(1) – Ver, por exemplo, o estudo realizado pelo Standish Group, em 1995, sobre as razões do insucesso de projetos
empresariais.
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conjunto, realizando intervenções, adaptando as idéias e fazendo os ajustes
necessários nos projetos, de forma a otimizá-los, em relação a todos os aspectos
focados. É importante que o coordenador dos projetos tenha a iniciativa de ouvir ou-
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(2) – “Briefing”, do Inglês, significa “resumo”. Trata-se de um documento onde consta uma série de itens e detalhes
especificados, pela vontade do Incorporador ou Construtor, para fazerem parte do empreendimento, constando das soluções
de projetos, das definições de acabamentos e dos equipamentos a serem adotados nas instalações construídas.
tros profissionais convidados para a reunião, além dos projetistas que sejam os
responsáveis diretos pelos projetos. Seriam pessoas ligadas a áreas afins e
dependentes da de projetos, tais como o pessoal de Vendas, Orçamento,
Construtora, fornecedores e parceiros da empresa, clientes formadores de opinião,
usuários potenciais do empreendimento e tantos mais. O que importa seria conhecer
suas impressões e críticas sobre o empreendimento que estará sendo preparado
para ser lançado no mercado, e aproveitar as observações feitas por eles para se
evitarem muitos erros de concepção e definição do escopo inicial do produto.
Malzoni (2006, In: Almeida, 2009) faz um alerta para a triste realidade da
maior parte dessas empresas que constróem e incorporam, no país, quando limitam
suas práticas de gestão e planejamento de projetos a meros controles de contratos
com os projetistas e suas respectivas entregas de desenhos e plantas.
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medida concorra para a modificação das definições anteriores e/ou a alteração dos
prazos originais das entregas.
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4ª parte: PROJETOS x ESPECIFICAÇÕES x TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
SERVIÇOS ESSENCIAIS
01. Definição do escopo de coordenação (alta direção, incorporador, proprietário)
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02. Formulação do Programa de Necessidades a atender (Briefing)
03. Ciência e análise das restrições legais de uso e ocupação do terreno
04. Identificação das especialidades, qualificações e escopos dos projetos a contratar
05. Estimativa dos recursos necessários ao desenvolvimento dos projetos
06. Organização e planejamento das atividades da coordenação de projetos
07. Organização, realização e registro de reuniões
08. Controle do processo quanto à comunicação com os projetistas, ao uso racional do tempo
e dos demais recursos disponíveis.
SERVIÇOS ESPECÍFICOS
09. Definição da tecnologia construtiva provável a ser adotada
SERVIÇOS OPCIONAIS
10. Análise das regulamentações nos órgãos públicos competentes
11. Parametrização, análise de custos e viabiliadade financeira
12. Pesquisa de mercado para a colocação do produto pretendido
13. Assessoria para aquisição de terrenos
SERVIÇOS ESSENCIAIS
01. Identificação e planejamento das etapas de desenvolvimento dos projetos
02. Coordenação do fluxo de informações entre os agentes
03. Identificação e análise crítica das interfaces técnicas dos projetos
04. Validação do produto e liberação para início das etapas subseqüentes
05. Análise crítica e validação de memoriais, imagens publicitárias, estande de vendas,
maquetes e unidade modelo.
SERVIÇOS ESPECÍFICOS
06. Análise das propostas e assessoria para contratação dos projetistas
07. Definição de subsistemas e métodos construtivos
SERVIÇOS OPCIONAIS
08. Análise de custos de alternativas tecnológicas
09. Serviços de despachante para obtenção de aprovações, cadastramentos e licenças
10. Participação na elaboração de memoriais descritivos do produto (especificações dos
acabamentos), conforme o planejamento do empreendimento
SERVIÇOS ESSENCIAIS
01. Identificação das interferências dos demais projetos no projeto de Arquitetura
02. Elaboração de um dossiê de eventuais conflitos reminiscentes entre os projetos, para
solução imediata com os respectivos projetistas e comunicação aos demais.
SERVIÇOS ESPECÍFICOS
03. Elaboração da Planta de Interferências para cada pavimento, com a locação, em relação
a um sistema de eixos perpendiculares entre si, dos pontos onde deverão ser fixadas
as passagens e deixados os elementos pré-moldados necessários, nas fôrmas da estrutu-
ra das lajes, vigas e pilares de concreto, antes de sua concretagem, na obra.
SERVIÇOS OPCIONAIS
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04. Referenciamento de todas as paredes, esquadrias e outros detalhes construtivos nos
pavimentos, em relação ao mesmo sistema de eixos perpendiculares, adotados para as
interferências, e fixados em posição constante em todos os andares.
SERVIÇOS ESSENCIAIS
01. Redesenho das plantas dos pavimentos do projeto de Arquitetura, acrescentando as infor-
mações que não foram necessárias no projeto legal, de modo a facilitar sua implantação,
e não deixar dúvidas na obra quanto aos detalhes construtivos (cotas, distâncias, alturas,
espaçamentos, amarração de alvenarias, assentamento de componentes pré-moldados,
acabamentos esperados nas fachadas e outros);
02. Informação gráfica sobre as estratégias de construção a serem adotadas (numeração dos
Blocos de acordo com a ordem de elevação, ordem de precedência na execução de
partes da obra, forma de amarração estrutural entre periferia e núcleo central do edifício,
meios de contenção de terrenos e de construções vizinhas, cotas de cortes e aterros do
terreno etc.);
03. Elaboração de vistas e plantas baixas da paginação dos piso, paredes e tetos das áreas
molhadas e de quaisquer outras que tenham definição mais complexa dos revestimentos,
contendo informações detalhadas dos acabamentos adotados e formas de assentamento
SERVIÇOS ESPECÍFICOS
04. Informação das tecnologias a serem utilizadas na construção de detalhes especiais do
projeto, ou diante de situação extraordinária de qualquer natureza, de forma a se evita-
rem os desperdícios de materiais e os custos excessivos de mão-de-obra;
05. Plano de aquisição de equipamentos que serão utilizados pela obra, durante diferentes
etapas dos serviços, sugerindo a melhor forma e local de utilização, no canteiro de obras;
SERVIÇOS OPCIONAIS
06. Relação de materiais e equipamentos alternativos, a servirem como optativos para a obra.
Autores como Oliveira; Melhado (2005a. In: Almeida, 2009) concluem que, de
todas as fases de um empreendimento, a fase de projeto é aquela que possui os
menores custos de produção e é vista como a que apresenta mais oportunidades de
intervenção e agregação de valor ao empreendimento Por esse motivo, os
processos de concepção simultânea e definição dos projetos são estratégicos para a
qualidade do produto (edifícios, casas, galpões etc.) ao longo do seu ciclo de vida,
“principalmente em relação ao surgimento de patologias, à durabilidade, à economia
de recursos (água, energia, tratamento de esgotos), à sustentabilidade e ao
desempenho térmico e acústico”, conforme afirma Bertezini (2006. In: Almeida,
2009). “A ação de projetar passa a ser uma atividade multidisciplinar, com
intervenientes das mais diversas áreas trabalhando em equipes”, as quais devem
procurar as melhores soluções para atingir os resultados do projeto, segundo a visão
de Almeida (2009), que diz tratar-se “de um ato coletivo e circunstanciado”.
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Nas etapas seguintes, de elaboração das Plantas de Interferência e do
Projeto Executivo da obra, a equipe de coordenação dos projetos precisa estar
com as soluções dos projetos complementares definidas e suas especificações
compatibilizadas com o briefing do empreendimento e já incluídas no primeiro
orçamento detalhado da obra. Serão insumos (entradas) de um processo perpas-
sado por etapas progressivas e geradoras de registros em projeto, segundo a
concepção de Melhado et al. (2005), a resultar em produtos (saídas) cada vez mais
detalhados, a serem desenhados, de forma clara e padronizada, nas Plantas de
Interferência e no Projeto de Execução da obra. Nenhuma omissão de detalhes
construtivos será admissível, nesses trabalhos, sob pena de a obra ter, depois, que
fazer definições ou tomar decisões, para as quais, normalmente, não tem a
competência necessária.
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usados para a fixação dos painéis, bem como a vista de detalhes dos reforços de
madeira e aço, nos locais onde serão assentadas bancadas de pias e lavatórios,
prateleiras e armários, ganchos para vasos, redes, luminárias etc. Define-se,
também, os pontos de colocação de lã mineral, no interior do sistema de placas,
para incrementar o isolamento acústico das paredes de gesso acartonado. Além
disso, é preciso que as especificações considerem os usos dos ambientes, ao definir
os tipos de placa a usar (verde para áreas molhadas, rosa para caixas de escada de
incêndio ou branca para forros e paredes em abientes secos e não necessariamente
resistentes a fogo), garantindo a eficiência do sistema em todo o projeto.
A A
B B
B B
A C C
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A
relhos e peças instalados, referenciando-os todos num sistema biaxial adotado (AA,
BB), ou de mais de dois eixos ortogonais entre si (AA, BB, CC), em pavimentos em
forma de “H”, por exemplo, mas constantes em todos os pavimentos do edifício.
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realizar. Se a interação da coordenação de projetos com o empreendedor precisará
refletir as necessidades e restrições do público-alvo do empreendimento, com a
construtora ela deverá contemplar as solução dos aspectos técnico-construtivos do
projeto, tais como a seleção tecnológica e a resolução de interferências entre os
subsistemas adotados pela obra (fôrmas, escoramento, revestimento de fachadas,
embutimento das instalações, realização dos contrapisos, assentamento de
revestimentos internos, fixação dos caixilhos, levantamento das alvenarias etc.).
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característica importante ou necessária para a perfeita identificação do produto a ser
utilizado, podendo, para isso, lançar mão da explicações complementares de
desenhos e detalhamentos anexos. O cliente não deverá ter acesso a essas
especificações, sob pena de darem muito trabalho para a empresa, no tocante a
pedidos de reforma e modificações do padrão adotado, com vista a personalizar os
seus acabamentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BLUMENSCHEIN, Raquel N. A Sustentabilidade na Cadeia Produtiva da
Indústria da Construção. 2004. 249 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e
CSILLAG, João M.; BARBIERI, José C.; TEODÓSIO, Armindo dos S.S.;
Sustentabilidade e competitividade: novas fronteiras a partir da gestão
ambiental. Revista Gerenciais. São Paulo, v.5, n.1, p.37-49, jan./jun.
2206.
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SENAI-SP. Centro de Produção Mais Limpa. Formação de Multiplicadores
na Área de Produção Mais Limpa. Convênio FIESP-FIEG-Agência
Ambiental. Goiânia, 2004.
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