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FÓRMULAS DA SEXUAÇÃO
Ditos populares.
primeira vez até para ele, escreve no quadro esse mais, desenvolvendo o que
daí por diante atenderá pelo nome de fórmulas da sexuação. Na lousa negra
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À guisa de norte, ao menos momentâneo, específico que esse período corresponde ao início
de 1967 – Abril – a meados de junho de 1971, ou seja, do seminário A Lógica do Fantasma ao
De Um Discurso Que Não Seria do Semblante. Sei que no seminário Ou Pior, Lacan articulará
mais alguns elementos, mas como ainda está inédito, nada posso falar dele.
FÓRMULAS DA SEXUAÇÃO
que as lê produza algo ao moldes daquilo que Laporte enfatizava quando lia
que tende a estase ou, o que é ainda pior, ao aniquilamento pela terceira
está aí para ser substituído por outro elemento como, por exemplo, se verifica
falo simbólico, que é por excelência o significante que não tem significado, mas
sobre , simboliza uma negação, e esse A de cabeça para baixo diz: para
macho que gozava de todas as fêmeas do bando proibindo aos outros qualquer
acesso a elas. Certo dia, eles se rebelam e decidem matar seu algoz. Mas,
lugar um totem que lhes servirá daí em diante como baliza, indicando a
exogamia como regra. Mais do que mito que pode tender a anedota, o que se
de foma ditatorial – por esse X que está fora do conjunto, esse ao-menos-um –
Jocasta. Ele é o lider desse grupo, é aquele que pode tudo, que come a sua
mãe, mas porque todos os homens estão submetidos a Φx, não pode comer a
dele e um novo ao-menos-um entra em seu lugar num processo que tende ao
outro...
Mas, no campo da Mulher, as coisas se passam bastante diferente. Se
temos no lado esquerdo o campo do Um, aqui, à direita, temos o Outro – como
castração, ao falo. Todas as mulheres estão submetidas a lei, pois naquilo que
seria o grupo delas, falta Uma que esteja de fora e as organize. Daí Lacan
enfatizar que as mulheres não fazem classe e Freud dizer que só há libido
Mas, isso não é tudo pois, se não existe uma mãe totêmica que escapa
a lei da castração, se não existe um sexo que não tenha como referência o
falo, a Mulher está não-toda submetida, não-toda assujeitada a essa lei. Ela
está relacionada a essa única bedeutung mas, o falo, falha em dizê-la toda, só
o falo não indica aquilo que ela é, por isso: para não todo x, existe a função de
Φ de x: .
Tudo isso, Freud, em 1931, diz mais ou menos nos seguintes termos: a
tão peremptório, digo, a neurose, que mesmo que se mascare de sexo, não é
dando assim azo para decifrar o que podem querer dizer essas letras e essas
forma geral. Para ficar em apenas um exemplo, esse Outro é aquele que Freud
Acontece que, tesouro, dá a idéia de que esse lugar – que articula O na,
nie e Onanie – seria pleno, que realizaria o que Borges chamou certa vez de
reenvia a outro num processo constante e nunca, em si, conclusivo, tal como o
Significante e por isso está aqui do lado da Mulher e não do do Homem. Esse
, não se pode dizer todo e não pode dizer o todo, pois se é certo que nosso
existe nenhum índice que garanta tal verdade ou, ainda Borges: voce, que me
outras coisas está aí para indicar que não se trata de um ser consistente que
exige sempre uma volta a mais – que se leia Freud quando teorizava acerca do
que seja. Não há Outro do Outro como o totem circulante pode deixar pensar.
Mulher não existe, não existe um significante que diga o que é a mulher e
quando ela, em seu próprio campo ( ) pergunta Was will das weib? encontra o
conjunto vazio que, por não aceitar nenhum elemento, deixa um resto, algo que
cai, e é por essa razão que esse a, objeto parcial, que marca a parcialidade
das respostas, está aí. E que ela, enquanto mulher, não tem acesso – por isso
nenhuma seta o indica – a não ser quando o representa para alguém que está
do lado Homem – o que não é o mesmo que dizer para um homem, pois todo
A outra seta que parte de vai na direção de Φ, pois não há x que não
seja função de Φ de x, e está aí para indicar essa tomada que, por exemplo, a
esboçe uma resposta, lhe solta na cara: não é isso2. Ou, no que até então se
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Para as militantes de plantão, que tal como os estudantes de 68, ignoram o que pedem pelo
ar de revolução que adotam, vale bem ler a novela Buriti, de Guimarães Rosa, principalmente
no que se refere a La linha, e ver que aquilo que lhes passa na alma, mesmo que com a bela
indiferença, está escrito.
configurou como algo culturalmente aceito nos matrimônios: – Os declaro
E já que fui para Oeste pela via fálica, vejamos o que nos reserva esse
Φ. Se note que, tal como não se liga a a, não se liga a Φ, e nem poderia
pois, esse significante, quem o tem, é o pai da horda, o Príapo que se louva, ao
menos a partir do século XVIII. Falei da histérica, falo agora do obsessivo, que
é um homem, ele se furta a isso, ele se retira da cena tantas vezes quanto
fetichista, esse que ama, mas por amar muito mais do que aquilo que diz amar,
ser apenas cú e cona sujos –. Quer dizer, toda vez que um homem tenta atingir
sua parceira sexual, que é o Outro sexo por excelência, só o consegue fazer
de seu desejo – por isso as mulheres são tão afeitas a elogios pois, desse a,
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Aos belicosos defensivos uma sugestão: leiam Kafka e se perguntem: porque K se ferra tanto
e nunca descobre qual é o Processo ou nunca acede ao Castelo e mirem-se. Talvez vejam
mais do que sombras.
como disse, ela só tem acesso por essa investidura – de ser sua mulher
E nesse sua, ela passa a ser a, mas como mulher não existe, o ciclo
se reinicia, seja cá, seja lá, que, com aparencia de orgia, não cessa de não se
inscrever a relação sexual, eis, diz, Lacan, a única verdade que conta, o
não é dele.