Professional Documents
Culture Documents
8.2. INFRAESTRUTURA DE TI
“Capacidade planejada de TI (tanto técnica como humana) disponível em todo o negócio, na forma de
serviços compartilhados e confiáveis, e utilizada por múltiplas aplicações”.
A Infraestrutura de TI corresponde à:
o Plataformas de hardware (Recursos Físicos);
o Plataformas de telecomunicação e de redes;
o Instalações físicas; e
o Pessoas necessárias para exercerem os papéis e responsabilidades relacionadas a operação da
TI (suas habilidades e capacidades).
A Infraestrutura de TI deve ser determinada após a definição de uma Arquitetura de TI. Quando a
infraestrutura é determinada antes da arquitetura, utiliza-se o argumento de que isso reduz custos e
agiliza a implantação de futuros processos de negócio da organização. Mas, normalmente, essa
infraestrutura apresenta dificuldades operacionais ou é incompatível com o negócio da organização. A
operação dessa infraestrutura pode se tornar dispendiosa e ineficiente, pois essa definição precoce pode
levar ao sub-dimensionamento ou ao super-dimensionamento da infraestrutura.
O sub-dimensionamento leva a investimentos futuros para adequação da infraestrutura às necessidades
de negócio e o super-dimensionamento leva a gastos excessivos com a manutenção de uma
infraestrutura maior do que o necessário.
Por esse motivo, o investimento em Infraestrutura de TI necessita ser cuidadosamente analisado, pois
o valor desse investimento é de aproximadamente 55% do investimento total em TI das organizações.
A Figura 5 apresenta um quadro da Infraestrutura de TI que deve ser tratada pela Governança de TI.
Fornecedores
Firewall
Usuários/Clientes
Padrões
Padrões de
de Gestão
Gestão de
de
Interface
Interface Ativos
Ativos de
de TI
TI
Roteador
Aplicações
Aplicações
Internet
Mainframe WAN
Gestão
Gestão de
de TIC
TIC PC
LAN
Gestão
Gestão de
de Dados
Dados Servidor Usuário
Gestão
Gestão de
de Operação
Operação
Gestão
Laptop Impressora
Gestão de
de Instalações
Instalações Hub
RECURSOS
RECURSOS FÍSICOS
FÍSICOS
Gestão
Gestão de
de
Aplicativos
Aplicativos
Suporte
Suporte ee Serviços
Serviços Entrega
Entrega de
de Serviços
Serviços
Gestão
Gestão de
de Incidentes
Incidentes Gestão
Gestão de
de Nível
Nível de
de Serviço
Serviço
Gestão
Gestão de
de Problemas
Problemas Gestão
Gestão Financeira
Financeira
Gestão de Mudanças
Gestão de Mudanças Gestão de Disponibilidade
Gestão de Disponibilidade
Gestão
Gestão de
de Configuração
Configuração Gestão
Gestão de
de Continuidade
Continuidade Service
Gestão
Gestão de
de Release
Release Gestão
Gestão de
de Segurança
Segurança Desk
Existem algumas definições que se tornam necessárias, relacionadas à Infraestrutura de TI. Essas
definições envolvem:
o Identificar
Os serviços de infraestrutura que são mais críticos para que se atinjam os objetivos
estratégicos da organização; e
Se a infraestrutura atual é adequada para isso e quais novas tecnologias disponíveis no
mercado poderiam ser utilizadas.
o Avaliar
O impacto da Arquitetura de TI e do Portfólio de Aplicações sobre a Infraestrutura de TI;
e
Os riscos que a infraestrutura atual representa para a continuidade dos negócios e se ela
atende os requisitos de conformidade.
o Definir
Recursos e serviços de infraestrutura requeridos pelo negócio, quais novas tecnologias
serão implantadas e onde serão implantadas;
Quais recursos e serviços deverão ser atualizados e quais serão terceirizados;
Quais recursos e serviços serão compartilhados entre unidades da organização; e
Requisitos e dispositivos de segurança que as infraestruturas lógica e física necessitarão.
1
ITIL (Information Technology Infrastructure Library) é um conjunto de melhores práticas a ser aplicado na
infraestrutura, operação e manutenção de serviços de TI. Ele foi criado no final dos anos 80 pela CCTA (Central
Computer and Telecommunications Agency) e que hoje está sob custódia da OGC (Office for Government
Commerce) da Inglaterra.
Usuário / Cliente
OLA
OLA
SLA – Service Level UC – Underpinning
Agreement Contracts
FORNECEDOR FORNECEDOR
(Contratos de
INTERNO INTERNO Sustentação)
9. GERENCIAMENTO DE RECURSOS
A área de TI é um conjunto de operações dedicadas a fornecer serviços para usuários e/ou clientes
externos e para a própria área de TI.
No caso dos recursos necessários, é importante analisar:
o Se todos os serviços e produtos da área de TI possuem suporte de processos operacionais e de
gestão da organização ou se a estrutura organizacional necessita ser revisada;
o Se existem todos os processos de TI necessários e se eles são adequados;
o Se as competências e habilidades são compatíveis com as necessidades de conhecimentos dos
processos de TI; e
o Como será o relacionamento com os usuários, com os clientes e com os fornecedores.
Uma atividade importante é planejar a capacidade dos recursos necessários. Esse planejamento tem por
objetivo quantificar:
o Recursos humanos necessários para o atendimento das necessidades; e
o Recursos computacionais necessários para atender à demanda vegetativa e às expectativas do
crescimento do negócio, em termos de hardware, armazenamento, capacidade de comunicação,
licenças de software, etc.
As questões que devem ser respondidas pela Governança de TI, para auxiliar no Planejamento da
Capacidade de Recursos são:
o Temos o Capital Humano para atingir nossos objetivos estratégicos?
o Estamos designando as pessoas certas para a tarefa?
o Como nossos projetos são executados?
o Como podemos estender os horizontes do planejamento?
o Quais “gargalos” operacionais estão afetando nossa produtividade?
9.2. OUTSOURCING
"Outsourcing é a transferência das atividades conhecidas como atividades meio, e nunca as atividades
fins (produto final), para uma empresa terceirizada.”
Para se pensar em uma estratégia de outsourcing é necessário ter em mente fatores que levam à
terceirização de serviços de TI. São eles:
o Necessidade de focalizar investimentos no negócio principal;
o Acesso a novos recursos humanos e tecnológicos (devido a crescente complexidade da TI e a
decorrente necessidade de especialistas com maior experiência e com conhecimentos mais
amplos);
o Organizações não têm capacidade de investimento para acompanhar as mudanças
tecnológicas, que acontecem de forma constante e muito rapidamente;
o Aumento da qualidade;
o Transferência de riscos de TI, pois os investimentos em TI são muito altos;
o Redução do custo interno da TI;
o Maior visibilidade dos custos de TI.
É importante salientar que qualquer estratégia de outsourcing também apresenta alguns riscos, tais
como:
o Resultados podem não corresponder ao esperado em termos de qualidade;
o Custos podem ficar além do previsto;
o Dependência de parceiros pouco compromissados;
o Falta de conhecimento do negócio por parte do terceiro;
o Perda do controle e da segurança; ou
o Conhecimentos podem não ser transferidos de forma adequada.
O Portfólio de Investimentos em TI pode ser composto por vários elementos, tais como:
o Projetos – implantação de um pacote ERP, manutenção evolutiva de um sistema, etc.
o Serviços – troca de software antivírus, treinamento sobre segurança da informação, atualização
do sistema operacional, etc.
o Ativos de TI – aquisição de novo hardware, aquisição de novo software, etc.
Não existe uma forma “correta” de realizar a gestão do portfólio de investimentos em TI. Fornecedores
de solução, empresas de consultoria e acadêmicos propõem vários modelos diferentes, enquanto
algumas organizações criam as suas próprias metodologias.
Mas, dentro do que é normalmente apresentado é possível afirmar que processo de Gestão do
Portfólio de Investimentos em TI possui as seguintes etapas:
I. Determinar as necessidades da organização e realizar um inventário dos projetos de TI
existentes
II. Identificar iniciativas que correspondam aos objetivos estratégicos de negócio da organização
Deve ser determinada uma equipe que vai avaliar as várias iniciativas e eliminar aquelas que
apresentarem valor questionável para o negócio da organização.
Um bom processo de avaliação poderá
o Auxiliar na detecção oportuna de propostas de iniciativa que apresentem sobreposições;
o Descartar logo no início iniciativas com casos de negócio pobres; e
o Reforçar o alinhamento entre a TI e o negócio.
III. Priorizar e selecionar os investimentos que melhor se alinhem com os objetivos estratégicos
de negócio da organização
Depois dessa identificação das iniciativas (e correspondente eliminação de algumas delas), mesmo
as maiores organizações ainda contarão com mais iniciativas do que conseguem financiar.
Assim, elas necessitam de um processo de priorização de investimentos para detectar aquelas
iniciativas que estejam mais alinhadas com os objetivos estratégicos da organização.
Existem diversas maneiras de priorizar as iniciativas, mas são as vantagens desse esforço que
tornam a gestão do portfólio de investimentos tão útil.
Em primeiro lugar, existem uma melhoria na comunicação entre os responsáveis pela TI e os líderes
de negócio. Os líderes de negócio podem compreender o impacto das iniciativas de TI nas
organizações.
Em segundo lugar, os líderes de negócio passam a pensar em equipe, assumindo a responsabilidade
pelas iniciativas de TI. Antes disso, uma das formas de um líder de negócio conseguir mais fundos
para uma determinada iniciativa era gritar mais do que os outros, mas com a gestão de portfólio as
decisões devem ser tomadas com base naquilo que melhor serve aos interesses da organização.
Em terceiro lugar, todos ficam sabendo para onde vão os fundos e porquê. Isso é importante,
principalmente para a alta administração da organização que tem, cada vez mais, exercido pressão
para que os investimentos em tecnologia agreguem valor e suportem os objetivos estratégicos.
O portfólio de investimentos em TI deve ser gerenciado de forma dinâmica. Para isso é necessário
monitorar frequentemente o valor que é entregue pelas iniciativas (pelo menos trimestralmente).
Esse monitoramento regular do portfólio permite ainda eliminar rapidamente aquelas iniciativas que
não apresentem mais sentido em serem levadas adiante. Isso pode ser justificado em casos onde se
alterou a estratégia da organização, em nível de prioridades e de direções a serem seguidas.
Ela é uma metodologia para elaboração do portfólio de TI, criada por Thomas Saaty (Universidade de
Pittsburgh). A metodologia consiste de 6 etapas, que devem ser realizadas iterativamente, até que se
obtenha a priorização ótima dos investimentos em TI.
Etapa Atividade
1 Identificar e estruturar os objetivos estratégicos do negócio
Estabelecer pesos para cada um dos objetivos estratégicos de negócio (os pesos devem
2
demonstrar o grau de importância, o impacto nos negócios, etc.)
Pontuar cada projeto, serviço e aplicação (ou agrupamento deles) conforme a intensidade de
3 seu alinhamento com os objetivos estratégicos. Para isso utilizar os pesos estabelecidos na
etapa 2.
Otimizar a seleção de projetos, serviços e aplicações (ou agrupamentos desses), maximizando
4
a alocação de recursos. Para isso utilizar a pontuação determinada na etapa 3.
5 Comunicar os resultados aos grupos envolvidos
Repetir o processo (desde a etapa 1), alterando os pesos, até atingir um conjunto aceitável de
6
prioridades pelos grupos envolvidos.
10.2. MODELOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
17 dicas para definir um bom acordo de nível de serviço (SLA) - MARINA PITA, CIO, 02/06/2008
1- Faça um acerto de terminologia para definir o serviço necessário sem incorrer no erro de trabalhar
sem consenso em termos e conceitos.
2- Descubra a necessidade de disponibilidade por meio de entrevistas com os usuários e defina o nível
de exigência a ser acordado
3- Levante a necessidade e defina a confiabilidade necessária do serviço. Existe uma grande diferença
entre uma queda de um dia e várias quedas de apenas alguns minutos. É preciso definir o que é
aceitável para usuário e/ou negócio.
4- Lembre-se que é preciso definir se há e qual é a variação da necessidade do serviço. No caso de um
site de vendas, por exemplo, existe uma pressão adicional em dias específicos ou durante grandes
campanhas. E tudo ficará mais simples e rápido (como exige o negócio) se houver um acordo prévio
em contrato.
5- Discuta o tempo de resposta em caso de problemas antes de acontecerem. Esse é o momento. Se
necessário, inclua uma cláusula sobre esse ponto.
6- É sempre bom acordar quando serão feitas as janelas de manutenção e o horário dos batches para
evitar surpresas.
7- É importante pré-acordar como será feita a gerência de mudanças, no caso da necessidade de re-
adequar as cláusulas do contrato.
8- A continuidade do serviço de TI no caso de desastre não pode ser esquecida. Nesse caso, é
desejoso pelo menos definir o tempo de recuperação do serviço e/ou a perda aceitável nem que
para ser uma cláusula negativa, por exemplo: não há nada definido a esse respeito.
9- Determine previamente as políticas de segurança.
10- Avalie a possibilidade de incluir serviços adicionais (às vezes em períodos determinados) e como
eles serão cobrados. Algumas coisas podem ser pré-acordadas de acordo com a agenda do negócio
para evitar que a TI fique travada com uma surpresa de última hora da área comercial ou de
marketing, por exemplo.
11- Esclareça ou pré-defina o horário de prestação de serviço. Alguns negócios têm especificidades
nesse ponto que podem ser incompatíveis com os horários de prestação do serviço de forma que é
sempre melhor evitar surpresas.
12- Levante a possibilidade de existirem grupos e/ou usuários com necessidades específicas e defina no
contrato como eles serão atendidos.
13- Tenha um escalonamento funcional e hierárquico para saber com quem falar diante de problemas.
14- Estabeleça muito bem os papéis e responsabilidades porque a prestação de serviço não é um
compromisso unilateral, é preciso estabelecer contrapartidas.
15- Defina as melhores formas de medição do serviço prestado e deixe isso acordado no contrato.
16- Faça revisões periódicas do contrato e escreva relatórios não só sobre o que deu errado, mas
também sobre o que deu certo.
17- E, finalmente, estabeleça as penalidades e incentivos. Não esqueça os incentivos, porque ajudam no
estabelecimento de uma relação melhor entre fornecedor e cliente.