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Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
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Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
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CURITIBA
2002
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
Apresentação
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
5
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
Sumário
1 ASPECTOS AMBIENTAIS DE UMA REFINARIA DE PETRÓLEO, FORMAS DE
CONTROLE E ATUAÇÃO DO OPERADOR .................................................................... 7
1.1 Introdução ..................................................................................................................... 7
1.2 Evolução dos conceitos sobre proteção ambiental........................................................ 7
1.3 O Planeta Terra e seus Recursos Ambientais (Naturais) .............................................. 8
1.4 Poluição Ambiental..................................................................................................... 13
1.4.1 Poluição química .............................................................................................. 13
1.4.2 Poluição Térmica ............................................................................................. 14
1.4.3 Poluição Radiativa ........................................................................................... 14
1.4.4 Poluição Sonora ............................................................................................... 15
1.4.5 Poluição Biológica ........................................................................................... 15
1.5 Legislação Ambiental ................................................................................................. 15
1.6 Monitoramento Ambiental .......................................................................................... 18
1.7 Efluentes Atmosféricos ............................................................................................... 18
1.7.1 Sistema de Contaminação do ar ......................................................................... 18
1.7.2 Contaminantes Atmosféricos ........................................................................... 19
1.7.3 Aspectos atmosféricos da contaminação do ar ................................................ 20
1.7.4 Os efeitos da contaminação do ar .................................................................... 22
1.8 Efluentes Hídricos....................................................................................................... 24
1.8.1 Principais fontes de poluição hídrica em uma refinaria ................................... 24
1.8.2 Principais contaminantes encontrados nos efluentes hídricos
de uma refinaria ............................................................................................... 25
1.8.3 Segregação de efluentes hídricos ..................................................................... 26
1.8.4 Tratamentos Localizados ................................................................................. 26
1.8.5 Estação de Tratamento de Efluentes Hídricos – ETEH ................................... 27
1.8.6 Tratamentos Secundários/Terciários ................................................................ 29
1.9 Resíduos Sólidos ......................................................................................................... 32
1.9.1 Introdução ........................................................................................................ 32
1.9.2 Resíduos Sólidos .............................................................................................. 33
1.9.3 Gerenciamento de resíduos sólidos .................................................................. 33
1.9.4 Alternativas de Disposição .............................................................................. 34
1.10 Atuação do Operador .................................................................................................. 40
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Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
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Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
A população mundial está crescendo apro- Esse controle adquire cada vez mais impor-
ximadamente 1,8% ao ano. Isto significa que tância quando se pretende garantir um ambien-
são introduzidas na população mundial 96 te de qualidade para as futuras gerações. Nes-
milhões de pessoas a cada ano. Entretanto, em se sentido, há necessidade de ações individuais,
relação às espécies de outros seres vivos, o coletivas e governamentais, que envolvam di-
panorama é de desaparecimento de 8 a 28 mil ferentes interesses econômicos, políticos e
espécies por ano. sociais.
Para satisfazer suas necessidades, o ser Considerando-se a conceituação genérica
humano baseia-se em propriedades para ex- de poluição como a introdução de agentes
trair, purificar, misturar e/ou sintetizar materiais perturbadores ou modificadores nos quatro
utilizando recursos do mundo físico. Com es- ambientes (atmosfera, hidrosfera, litosfera e
tes procedimentos, obtém, a cada dia, maior biosfera), têm-se, basicamente, os seguintes
variedade e quantidade de materiais. Para isso, tipos de poluição:
interfere no mundo físico, extraindo cada vez – poluição química – introdução de agen-
mais recursos naturais. tes químicos;
Os alimentos de origem vegetal podem ser – poluição térmica – aumento excessivo
obtidos sazonalmente, entretanto, a produção de temperatura do ambiente;
é limitada por zonas de superfície terrestre – poluição radiativa – introdução de
onde há condições apropriadas (basicamente agentes radiativos;
tipo de solo, água, energia, clima adequado). – poluição sonora – aumento excessivo
Alimentos de origem animal, para serem obti- de ruído no ambiente;
dos, também dependem de condições apropria- – poluição biológica – aumento excessi-
das (espaço, alimento, água) para criação dos vo de carga orgânica e nutrientes, e in-
animais. Ambos são considerados recursos trodução de agentes patogênicos.
naturais renováveis. Minerais e combustíveis
fósseis são considerados recursos naturais 1.4.1 Poluição química
não renováveis, pois o planeta os contêm em Serão considerados, a seguir, dois exem-
quantidades fixas e, como vêm sendo extraí- plos de atividades do ser humano que acarre-
dos e consumidos pelos seres humanos de for- taram e vêm acarretando perturbações sérias
ma ininterrupta ao longo dos anos, seus esto- no meio ambiente: uso do praguicida DDT
ques, conseqüentemente, estão diminuindo, o (Diclodifenilcloroetano) e a produção de ener-
que pode, no futuro próximo, exaurí-los, caso gia por combustão. Com estes exemplos, pode-
o consumo continue nos níveis atuais. se ter uma idéia da extensão dos problemas
ligados à introdução de agentes químicos no
1.4 Poluição Ambiental ambiente.
Há dois tipos de perturbações no ambien-
te: as naturais e as decorrentes de atividades A combustão
humanas : antrópica. As naturais, ou aconte- O fenômeno da combustão, normalmente
cem no decorrer do tempo geológico, ou re- incompleta, que se dá nas fontes emissoras
sultam de cataclismos como vulcanismo, fu- pode ser representado por:
racões, enchentes e terremotos, tais perturba-
ções podem até ser previstas, mas não são con- Combustível + ar
troláveis. Já as perturbações decorrentes de
atividades humanas podem ser previstas e con- Óxidos de Carbono + Dióxido de Enxofre + Óxi-
troladas. O ser humano depende de materiais dos de Nitrogênio + Água + Fuligem + Hidrocar-
para a sua sobrevivência, utilizando-os con- bonetos + Energia Térmica
forme as propriedades que apresentam, para Entre os óxidos de carbono, o CO2 (Dió-
isso, interfere no ambiente basicamente de duas xido de Carbono), também conhecido como
formas: extraindo certos materiais (renováveis gás carbônico, vai para a atmosfera. Parte é
ou não) e lançando outros. Dessa interferên- absorvida pela hidrosfera, biosfera e litosfera, 13
cia podem decorrer problemas quanto à escas- onde participa, por exemplo, do processo de
sez de recursos naturais, caso a extração seja fotossíntese e da formação de carbonato de
predatória e de poluição, se o lançamento de cálcio, constituinte dos calcários e da carapa-
materiais no ambiente for feito sem controle. ça de certos seres vivos. Parte permanece na
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atmosfera. Embora tenha baixa toxicidade, mosquito da malária, piolhos e pragas agríco-
apresenta perigo potencial para os seres vivos, las. Entretanto, o uso indiscriminado mostrou
pois está relacionado ao aumento da tempera- que ele pode, por seu baixo potencial de de-
tura média da atmosfera terrestre. Isto ocorre gradação, permanecer muitos anos no solo bem
porque o aumento de sua concentração inten- como ser acumulado nos tecidos gordurosos
sifica o chamado “efeito estufa”. O efeito es- dos seres vivos, pois apresenta solubilidade em
tufa é um fenômeno natural; sem ele as condi- meios apolares, como gordura.
ções de vida no planeta Terra seriam difíceis, Como este praguicida não tem especifici-
pois é um dos principais responsáveis pela dade (não é absorvido apenas por determina-
manutenção da temperatura terrestre em níveis dos seres vivos), também contribui para ma-
apropriados à vida. O problema é decorrente tar vários membros da cadeia alimentar e cau-
da intensificação de tal efeito, provocada pelo sar danos a quase toda a cadeia. O solo, a água
aumento da concentração do gás carbônico na e os seres vivos são alguns dos sorvedouros
atmosfera e não da existência dele. para o praguicida. A toxicidade aguda pode
O monóxido de carbono também vai para ocorrer pela inalação, pela absorção pela pele
a atmosfera, onde pode permanecer por alguns ou pela ingestão de sementes ou vegetais.
dias. Entretanto é muito tóxico por ser facil- A toxicidade também por ser crônica, ou
mente absorvido pela hemoglobina do sangue, seja, pode provir da adsorção continuada de
prejudicando no organismo humano sua fun- pequenas quantidades do praguicida, que se
ção de transportar oxigênio a todas as células. vão acumulando nos organismos.
O dióxido de enxofre (SO2), gás irritante aos
seres vivos vai para a atmosfera, interage com o 1.4.2 Poluição Térmica
oxigênio e com a água e pode gerar ácido sulfú-
rico, um dos responsáveis pela chuva ácida. O A chamada poluição térmica decorre da
ácido sulfúrico é um poluente secundário. elevação da temperatura de um ambiente aci-
ma dos níveis considerados normais, de for-
O dióxido de nitrogênio (NO2) também vai
ma que acarretam perturbações nesse ambien-
para a atmosfera e nela chega a permanecer
te. Hoje estão bem estudados os efeitos em
por cerca de 150 anos. Seus principais sorve-
ambientes aquáticos próximos a usinas gera-
douros são suas interações com outras espécies
doras de eletricidade – termelétricas e nuclea-
químicas presentes na atmosfera, gerando po- res. Tais usinas retiram água destes ambientes
luentes secundários como o ácido nítrico, ou- e devolvem aquecida. A operação de tais usi-
tro dos responsáveis pela chuva ácida. nas acarreta diferentes tipos de perturbações,
A fuligem (fumaça negra) é formada por que podem afetar a flora e a fauna. Algumas
partículas sólidas de carbono e é um dos prin- dessas perturbações são mecânicas, provoca-
cipais constituintes da poeira, chamada de das pela própria movimentação das águas nas
material particulado (MP). Permanece por al- proximidades das usinas. O arraste de sedimen-
gum tempo no ar e seus principais sorvedou- tos, por exemplo, torna as águas turvas e, con-
ros são o solo e os seres vivos. seqüentemente, dificulta a fotossíntese e a ali-
Um dos principais problemas das grandes mentação dos seres vivos. Essa movimenta-
metrópoles, decorrente da queima de com- ção também faz com que voltem, às águas, os
bustíveis, é a dificuldade de dispersão dos po- poluentes que, anteriormente, estavam sedi-
luentes em certos períodos do ano, principal- mentados no fundo do ambiente aquático.
mente no outono e inverno. Isto porque, nesta Outro tipo de perturbação é que a água fica
época, são freqüentes os eventos conhecidos aquecida e, com isso, parte dos gases nela dis-
como inversões térmicas. A inversão térmica solvidos, como oxigênio e gás carbônico, es-
é um fenômeno natural em que, nas proximi- capa para o ar, comprometendo os processos
dades da superfície terrestre, o ar fica mais frio do de respiração e fotossíntese.
que em altitudes mais elevadas, o que dificulta
sua circulação. Em outras palavras, o ar frio não 1.4.3 Poluição Radiativa
14 sobe por ser mais denso que o ar quente. Há diversos materiais, naturais ou sinteti-
zados pelo ser humano, que são radiativos, isto
O praguicida DDT é emitem radiações. As radiações conhecidas
O DDT foi considerado, durante muito como alfa, beta e gama têm várias caracterís-
tempo, como muito eficaz para combater o ticas , como por exemplo, o poder de penetração
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em diferentes tecidos vivos e objetos. Fala-se 1.4.5 Poluição Biológica
em poluição radiativa quando atividades hu- Devido à precariedade da rede de esgotos
manas ou acidentes, delas decorrentes, intro- sanitários em nosso país, grandes volumes de
duzem materiais radiativos no ambiente, e pro- água contaminada com fezes humanas, restos
vocam um aumento nos índices de radiação. de alimentos e detergentes são diariamente
Estas atividades estão relacionadas à extração despejados sem tratamento em córregos, rios
e processamento de materiais radiativos; pro- e mares, atingindo as formas de vida nesses
dução, armazenamento e transporte de com- ecossistemas aquáticos, além de comprome-
bustível nuclear, produção, uso e testes de ar- ter seriamente a saúde humana. Os esgotos
mas nucleares, operação de reatores nuclea- domésticos provocam três tipos de contami-
res; e uso de materiais radiativos na medicina, nação das águas:
na indústria e na pesquisa. Os efeitos da radia- – contaminação por bactérias: principal-
ção nos organismos vivos são, entre outros, mente por coliformes presentes nas fe-
mutações genéticas, câncer, necroses e altera- zes humanas, responsáveis pela gran-
ções de metabolismo. Conforme a intensida- de incidência de diarréias e infecções.
de e a natureza da radiação, ela pode ser fatal. Porcentagem considerável da mortali-
dade infantil no país é atribuída a doen-
1.4.4 Poluição Sonora ças transmitidas através de água conta-
minada;
O som é um fenômeno físico ondulatório
periódico, resultante de variações da pressão – contaminação por substâncias orgâni-
em meio elástico que se sucedem com regula- cas recalcitrantes, ou de difícil degra-
ridade. Pode ser representado por uma série dação. Como exemplo, pode-se citar,
os detergentes sulfônicos, cuja ação
de compressões e rarefações do meio em que
tóxica não é muito acentuada, mas os
se propaga, a partir da fonte sonora. Não há
efeitos secundários são graves. Des-
deslocamento permanente de moléculas, ou
troem as células dos microorganismos
seja, não há transferência de matéria, apenas
aquáticos, o que impede a oxidação
de energia. Ruído é “qualquer sensação sono- microbiológica dos materiais biodegra-
ra indesejável”. Há quem considere o ruído dáveis contidos nos esgotos. Reduzem,
como “um som indesejável que invade o am- também, a taxa de absorção de oxigê-
biente e ameaça nossa saúde, produtividade, nio, diminuindo a velocidade de auto-
conforto e bem estar”. A ação perturbadora do depuração dos rios;
som depende de suas características, como in- – eutrofização de lagos e lagoas, devido
tensidade/duração, bem como da sensibilida- ao excesso de nutrientes, com cresci-
de auditiva, um parâmetro variável de pessoa mento excessivo de espécies não de-
para pessoa. sejáveis em detrimento de outras espé-
O trânsito é o grande causador do ruído cies (desequilíbrio do ecossistema).
na vida das grandes cidades. As característi-
cas dos veículos barulhentos são o escapamen- 1.5 Legislação Ambiental
to furado ou enferrujado, as alterações no si- No Brasil, a legislação ambiental teve iní-
lencioso ou no cano de descarga, as alterações cio em 1934, através de dois decretos, um apro-
no motor e os maus hábitos ao dirigir, como vando o Código Florestal e o outro relativo ao
acelerações e freadas bruscas e o uso excessi- Código da água.
vo de buzina. A partida e a chegada de aviões Relacionam-se, abaixo, os principais mar-
a jato são acompanhadas de ruídos de grande cos da evolução da legislação ambiental bra-
intensidade, que perturbam, sobremaneira, os sileira.
moradores das imediações. – 1973 – Criação, no âmbito do Ministé-
O ruído gerado pelas indústrias também rio do Interior, da Secretaria Especial do
pode atingir as comunidades vizinhas e preci- Meio Ambiente – SEMA.
sa ser controlado. Normalmente, é feito o – 1981 – Política Nacional do Meio 15
enclausuramento das grandes máquinas. Ambiente, Constituição do Sistema Na-
A Resolução CONAMA Nº 001, de 08 de cional do Meio Ambiente (SISNAMA),
março de 1990 estabelece os padrões para con- Criação do Conselho Nacional do Meio
trole de ruído. Ambiente (CONAMA).
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
– 1985 – Criação do Ministério do Desen- – 1999 – Transformação do Ministério do
volvimento Urbano e Meio Ambiente. Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos
– 1988 – A Constituição Federal aborda e da Amazônia Legal em Ministério do
a questão do Meio Ambiente, o con- Meio Ambiente.
trole da poluição e a disposição final Integram a estrutura básica do Minis-
de resíduos sólidos, de maneira tério do Meio Ambiente, o Conselho
abrangente definindo: Nacional do Meio Ambiente, o Conse-
Art. 225 – Todos têm o direito ao meio lho Nacional da Amazônia Legal, o
ambiente ecologicamente equilibrado, Conselho Nacional de Recursos
bem de uso comum do povo e essencial Hídricos, o Comitê do Fundo Nacional
à sadia qualidade de vida, impondo-se do Meio Ambiente, o Instituto de Pes-
ao Poder Público e à coletividade o quisas Jardim Botânico do Rio de Ja-
dever de defendê-lo e preservá-lo para neiro e até cinco Secretarias. Constitui
as presentes e futuras gerações. área de competência do Ministério do
Meio Ambiente, a política nacional do
Parágrafo 1 – Para assegurar a efetivi- meio ambiente e dos recursos hídricos;
dade desse direito, incumbe ao Poder política de preservação, conservação e
Público: utilização sustentável de ecossistemas,
V– controlar a produção, a comerciali- e biodiversidade de florestas; proposi-
zação e o emprego de técnicas, méto- ção de estratégias, mecanismos e ins-
dos e substâncias que comportem ris- trumentos econômicos e sociais para a
co para a vida, a qualidade de vida e o melhoria da qualidade ambiental e do
meio ambiente. uso sustentável dos recursos naturais;
– 1989 – Extinção da SEMA e criação políticas para integração do meio am-
do Instituto Brasileiro do Meio Ambi- biente e produção; políticas e progra-
ente e dos Recursos Naturais Renová- mas ambientais para a Amazônia Legal;
veis (IBAMA), vinculado ao Ministé- e zoneamento ecológico-econômico.
rio do Interior, criação do Fundo Nacio- – 2000 – Criação da Agência Nacional
nal do Meio Ambiente (FNMA). de Águas (ANA), entidade federal de
– 1990 – Criação da SEMAM/PR (Se- implementação da Política Nacional de
cretaria do Meio Ambiente da Presidên- Recursos Hídricos e de coordenação do
cia da República). Sistema Nacional de Gerenciamento de
– 1992 – Transformação da SEMAM/ Recursos Hídricos.
PR em Ministério do Meio Ambiente Conforme pode ser verificado, a política
(MMA). nacional do Meio Ambiente está estabelecida
– 1993 – Criação, mediante transforma- legalmente desde 1981. O Sistema Nacional
ção, do Ministério do Meio Ambiente do Meio Ambiente (SISNAMA) é constituído
e da Amazônia Legal. pelos órgãos e entidades da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios e pe-
– 1997 – Instituição da Política Nacio-
las Fundações instituídas pelo Poder Público,
nal de Recursos Hídricos e criação do
responsáveis pela proteção e melhoria da qua-
Sistema Nacional de Gerenciamento de
lidade ambiental. O SISNAMA apresenta a
Recursos Hídricos, criação do Conse-
seguinte composição:
lho Nacional de Recursos Hídricos.
Conselho do Governo: Representado pe-
– 1998 – Lei nº 9.605, de 12 de feverei- los Ministros de Estado.
ro – Dispõe sobre as sanções penais e Conselho Nacional do Meio Ambiente
administrativas derivadas de condutas (CONAMA): 25 membros dos ministérios. O
e atividades lesivas ao meio ambiente, presidente é o Ministro de Meio Ambiente. É o
e dá outras providências. Medida Pro- órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA
visória nº 1.710, de 07 de agosto - e tem, através de resoluções, estabelecido nor-
16 Acrescenta dispositivo à Lei nº 9.605, mas e padrões ambientais, destacando-se a
de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe classificação das águas doces, salobras e sali-
sobre as sanções penais e administrati- nas do território nacional, padrões de qualida-
vas derivadas de condutas e atividades de do ar, padrões de emissões atmosféricas; o
lesivas ao meio ambiente. Programa Nacional de Controle da Qualidade
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
do Ar (PRONAR), os critérios básicos e as – quem, de qualquer forma, concorre para
diretrizes gerais para uso e implementação da a prática dos crimes previstos nesta Lei,
Avaliação do Impacto Ambiental e o Progra- incide nas penas a estes cominadas, na
ma de Controle da Poluição por veículos medida da sua culpabilidade, bem como
Automotores (PROCONVE). o diretor, o administrador, o membro de
Órgão Central: Ministério do Meio Am- conselho e de órgão técnico, o auditor,
biente. o gerente, o preposto ou mandatário de
Órgão Executor: Instituto Brasileiro de pessoa jurídica, que, sabendo da con-
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- duta criminosa de outrem, deixar de im-
nováveis – IBAMA. pedir a sua prática, quando podia agir
Órgãos Seccionais: Órgãos Ambientais para evitá-la;.
Estaduais. – as pessoas jurídicas serão responsabi-
lizadas administrativa, civil e penal-
Órgãos Locais: Órgãos ambientais Mu- mente, conforme o disposto nesta Lei,
nicipais. nos casos em que a infração seja co-
A Política Nacional do Meio Ambiente tem metida por decisão de seu representan-
por objetivo a preservação, melhoria e recu- te legal ou contratual, ou de seu órgão
peração da qualidade ambiental propícia à colegiado, no interesse ou benefício da
vida, visando assegurar, no País, condições ao sua entidade;
desenvolvimento sócio-econômico, aos inte- – a responsabilidade das pessoas jurídi-
resses da segurança nacional e à proteção da cas não exclui a das pessoas físicas,
dignidade da vida humana, atendidos os se- autoras, co-autoras ou partícipes do
guintes princípios: mesmo fato;
– Equilíbrio ecológico; racionalização do – Penalidades.
uso do solo, do subsolo, da água e do Causar poluição de qualquer natureza, em
ar; planejamento e fiscalização do uso níveis tais, que resultem ou possam resultar
dos recursos ambientais; proteção dos em danos à saúde humana, ou que provoquem
ecossistemas; controle e zoneamento a mortandade de animais ou a destruição sig-
das atividades potencial ou efetivamen- nificativa da flora (Pena – reclusão, de um a
te poluidoras; acompanhamento do es- quatro anos, e multa).
tado da qualidade ambiental; recupe- Tomar uma área, urbana ou rural, impró-
ração de áreas degradadas; proteção de pria para a ocupação humana.
áreas ameaçadas de degradação e edu- Causar poluição atmosférica que provo-
cação ambiental em todos os níveis de que a retirada, ainda que momentânea, dos ha-
ensino. bitantes das áreas afetadas, ou que cause da-
Tem como objetivos: a compatibilização nos diretos à saúde da população.
do desenvolvimento econômico social, com a Causar poluição hídrica que torne neces-
preservação da qualidade do meio ambiente e sária a interrupção do abastecimento público
do equilíbrio ecológico; subsidiar a atuação de água de uma comunidade.
institucional para o cumprimento das prescri- Dificultar ou impedir o uso público das
ções constitucionais relativas ao princípio de praias.
que a defesa e preservação do Meio Ambiente Lançar resíduos sólidos, líquidos ou ga-
cabem ao poder público e à sociedade civil; sosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleo-
assessorar as ações governamentais para a sas, em desacordo com as exigências estabe-
priorização de programas e projetos; promo- lecidas em leis ou regulamentos (Pena – re-
ver a captação de recursos internos e exter- clusão, de um a cinco anos).
nos; financiar atividades pioneiras no desen- Incorre nas mesmas penas previstas no
volvimento de pesquisas. parágrafo anterior quem deixar de adotar,
Em relação à Lei Federal Nº 9.605, de fe- quando assim o exigir a autoridade competen-
vereiro de 1998, denominada “Lei dos Crimes te, medidas de precaução em caso de risco de
Ambientais”, tomando como base a indústria, dano ambiental grave ou irreversível. 17
é importante ressaltar os seguintes itens: Produzir, processar, embalar, importar, ex-
– esta lei trata das sanções penais e ad- portar, comercializar, fornecer, transportar, ar-
ministrativas derivadas de condutas e mazenar, guardar, ter em depósito ou usar pro-
atividades lesivas ao meio ambiente; duto ou substância tóxica, perigosa ou nociva
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
à saúde humana ou ao meio ambiente, em – gases de combustão dos equipamentos
desacordo com as exigências estabelecidas em de combustão;
leis ou nos seus regulamentos (pena – reclu- – condições operacionais dos equipa-
são, de um a quatro anos, e multa). mentos de combustão;
Nas mesmas penas, incorre quem aban- – qualidade do combustível e da maté-
dona os produtos ou substâncias referidos, ou ria-prima;
os utiliza em desacordo com as normas de se- – qualidade do ar;
gurança. – caracterização de resíduos sólidos.
Se o produto ou a substância for nuclear Em relação à qualidade do efluente final e
ou radioativa, a pena é aumentada de um sex- do corpo receptor, são realizadas além das aná-
to a um terço. lises físico-químicas, análises biológicas e de
Construir, reformar, ampliar, instalar ou toxicidade crônica. Dependendo do tipo de
fazer funcionar, em qualquer parte do territó- indústria, pode ser necessário o monitoramento
rio nacional, estabelecimentos, obras ou ser- ambiental das coberturas vegetais e da fauna.
viços potencialmente poluidores, sem licença
ou autorização dos órgãos ambientais compe- 1.7 Efluentes Atmosféricos
tentes, ou contrariando as normas legais e re- 1.7.1 Sistema de Contaminação do ar
gulamentares pertinentes (pena – detenção, de A contaminação do ar pode ser definida
um a seis meses ou multa, ou ambas as penas como qualquer condição atmosférica em que
cumulativamente). certas substâncias alcancem concentração su-
É importante ressaltar que os órgãos de ficientemente elevada, acima do nível normal,
controle ambiental estadual possuem legisla- aceita pela legislação, produzindo efeitos no
ção ambiental própria baseada nas leis fede- homem, em animais, na vegetação e materiais.
rais. A legislação ambiental estadual pode ser Por substância, entende-se qualquer elemento
igual ou mais restritiva que a federal, nunca ou composto químico capaz de permanecer ou
mais permissiva. Com o processo de descen- ser arrastado pelo ar. Estas podem existir na
tralização do controle ambiental, alguns mu- atmosfera em forma de gases, de gotas líqui-
nicípios também possuem legislação própria das ou de partículas sólidas.
e seguem a mesma hierarquia, ou seja, fede- A contaminação do ar pode ser represen-
ral, estadual, municipal. tada como um sistema integrado de 3 compo-
nentes básicos:
1.6 Monitoramento Ambiental
Fontes de Atmosfera Receptores
O monitoramento ambiental está relacio- Emissão
nado com os aspectos ambientais significati- Contaminantes Mistura ou
vos e com o atendimento à legislação ambien- Transformação
Química
tal vigente. São realizadas análises de labora-
tório para verificar se os aspectos ambientais Existe uma certa dificuldade de se de-
estão controlados e se os padrões estabeleci- monstrar claramente a relação entre os níveis
dos pela legislação estão sendo atendidos. O de emissão e as concentrações atmosféricas, e
monitoramento também pode ser realizado por entre as concentrações atmosféricas e os efei-
analisadores contínuos. tos desfavoráveis (principalmente à saúde hu-
Em uma refinaria, de uma forma geral, são mana) dos contaminantes do ar.
realizados os seguintes monitoramentos: O estudo das fontes de emissão, tais como
– efluentes hídricos gerados nas unida- motores de combustão e queima de óleo em
des de processo; fornos e caldeiras, requer conhecimento tanto
– entrada e saída das unidades de trata- do funcionamento da máquina, quanto da en-
mento de efluentes hídricos específicos; genharia de projeto destes equipamentos. En-
– entrada e saída das diversas etapas da tender o comportamento físico e químico dos
Estação de Tratamento de Efluente contaminantes na atmosfera exige conhecimen-
18 tos de meteorologia, mecânica de fluidos, quí-
Hídrico – ETEH;
mica, e física de aerossóis. Por último, a evolu-
– qualidade do efluente final; ção dos efeitos dos contaminantes nas pessoas,
– qualidade da água do corpo receptor; nos animais e nas plantas requer noções de fisiolo-
– qualidade das águas subterrâneas; gia, bioquímica, medicina e patologia vegetal.
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
A contaminação do ar é um problema Contaminantes Contaminantes Fontes de
Tipo
mundial, e os contaminantes chegam a disper- Primários Secundários emissão artificial
sar em toda a atmosfera. Queima de Com-
Compostos de
A origem da contaminação do ar é a fonte SO2, SO3 H2SO4 bustíveis que con-
Enxofre
de emissão. As fontes de emissão mais impor- tenham enxofre
tantes são: Queima de com-
Compostos de NO2 bustíveis e proces-
– os veículos; NO
Nitrogênio sos em altas tem-
peraturas
– a incineração de resíduos; Queima de com-
Compostos de Compostos Aldeídos,
Carbono bustíveis, uso de
Cl – C3 cetonas, ácidos
– consumo de combustíveis industriais; solventes
Óxidos de Queima de
– os processos industriais. CO, CO2 —
Carbono combustíveis
9% são refletidos
Cada uma destas escalas de movimento pela superfície ou Radiação 83% são seguros
poeira e neblina infravermelha e reemitidos
desempenha um papel na contaminação do ar.
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
Para manter o balanço de calor da atmos-
fera, existe a constante transferência de calor
entre o Equador e os Pólos. Esta força de ba-
lanço térmico é a principal causa do movimen-
to atmosférico na terra.
A porção da terra próxima ao Equador age
como uma fonte de calor e, nos Pólos, como
um absorvedor.
Associados a esta circulação principal,
existem os movimentos do ar provocados pela
existência do gradiente de pressão. Existe uma
força que empurra o ar das pressões mais altas
(frio) para a mais baixa. O vento nada mais é
do que o ar em movimento.
Na camada inferior da atmosfera, esten-
dendo da superfície até 2 km, a distribuição
de temperatura varia consideravelmente, de-
Uma vez que a atmosfera tem a tendência
pendendo das características da superfície. Esta
de aumentar ou diminuir os movimentos de ar
região, denominada baixa troposfera, é a de
através dos processos atmosféricos, seus efei-
maior interesse na meteorologia da poluição
tos na poluição do ar são extremamente im-
do ar, uma vez que dentro dessa camada é onde
portantes.
ocorrem os fenômenos que interferem na dis-
A estabilidade atmosférica é altamente
persão das poluentes atmosféricos. Na tropos-
dependente da distribuição vertical da tempe-
fera (0 a 18 km de altitude), existe uma varia-
ratura em função da altitude.
ção de temperatura com a altitude, mas, na
Devido ao decréscimo de pressão com a
baixa troposfera, esta taxa de variação não é
altura, um volume de ar elevado a uma altitu-
observada e inversões de temperatura podem
de maior, encontrará a pressão decrescida, ex-
ocorrer.
pandirá, e devido a esta expansão, resfriará.
Regiões da
Algumas
Densidade
Veículos de
vôo
Se esta expansão se der sem perda ou ganho
importantes Temperaturas
Altitude atmosfera espécies do ar médias de calor, a troca é adiabática. Similarmente,
químicas
um volume de ar forçado para baixo encontra-
⇑ + rá pressões altas, contrairá e aquecerá.
NO+, O2 , O
+
sfera
111 km Termo
100°C A curva que fornece a taxa de aquecimen-
93 km
Ionosfera
to ou resfriamento é chamada curva adiabática
sfera NO+, O
+
Meso
74 km
2
seca, e não deve ser confundida com a varia-
O3
55 km –1°C ção da temperatura com a altura num determi-
to sfera
37 km Estra –35°C nado momento, que é chamada de curva am-
N 2, O2,
fera CO
18 km
Tropo
s 2,
H2O –55°C biente (real). A curva adiabática é função, prin-
Nível do mar 10°C
cipalmente, da temperatura do ar e da superfí-
cie, sobre a qual ele está se movendo, e a troca
de calor entre os dois.
Se a temperatura decresce mais rapida-
mente com a altura do que a adiabática seca, o
ar é instável, se decresce mais lentamente é
estável e se a variação permanece igual a cur-
va adiabática seca, a atmosfera está em equilí-
brio estável (neutro).
A velocidade do vento é responsável pela
diluição dos poluentes, ou seja, a concentra-
ção de poluentes no ar é inversamente propor-
cional à velocidade do vento. 21
Devido à rugosidade do solo, a velocida-
de do vento varia com a altura, é menor na
superfície e cresce à medida que se afasta do
solo.
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
A dispersão vertical de poluentes do ar está partículas sobre a radiação visível: a absorção
relacionada diretamente, às variações da tem- e a dispersão da luz. A dispersão da luz é a
peratura com a altura, que condiciona o grau causa principal da falta de visibilidade.
de estabilidade atmosférica e por sua vez, a
concentração e dispersão dos poluentes através Efeitos da contaminação do ar sobre os materiais
dos movimentos verticais das camadas de ar. Os contaminantes atmosféricos podem
Maior decréscimo de temperatura com a afetar os materiais de forma a deteriorar sua
altura implica em melhor dispersão e menor composição química. As partículas ácidas ou
decréscimo em pior dispersão. O caso extre- alcalinas, em particular as que contêm enxo-
mo é a inversão de temperatura, que confina fre, corroem os materiais.
os poluentes numa camada próxima ao solo,
aumentando em muito a concentração. Efeitos da contaminação do ar sobre a vegetação
As plumas, emitidas por uma chaminé, Os contaminantes conhecidos como fito-
tomam diferentes formas segundo a variação tóxicos (substâncias nocivas para a vegetação)
vertical de temperatura, quando comparada são o dióxido de enxofre e o etileno. O cloro,
com a curva adiabática seca. o cloreto de hidrogênio, o amoníaco e o mer-
Um dos principais objetivos da meteoro- cúrio são menos tóxicos. Em geral, os conta-
logia, aplicada à contaminação do ar, é a pre- minantes gasosos penetram na planta, junto
visão da dispersão dos contaminantes. Esta com o ar, durante o processo normal de respi-
dispersão depende dos seguintes fatores: na-
ração da planta, destruindo a clorofila e inter-
tureza física dos contaminantes (gás, partícu-
rompendo a fotossíntese. Os danos podem
la), velocidade e dispersão dos ventos, estabi-
variar desde uma redução na velocidade de
lidade atmosférica, nível de turbulência, con-
crescimento até a morte da planta. Os sinto-
dições de emissão (velocidade de saída), tem-
peratura. mas aparecem nas folhas e, em muitos casos,
é possível conhecer os contaminantes por meio
dos sintomas específicos.
1.7.4 Os efeitos da contaminação do ar
Existe evidência real de que a contamina- Efeitos da contaminação do ar sobre a saúde hu-
ção do ar afeta a saúde das pessoas e dos ani-
mana
mais, provoca danos à vegetação, deteriora os
Considerem-se os mecanismos pelos quais
materiais, afeta o clima, reduz a visibilidade e a
radiação solar. Alguns destes efeitos são os contaminantes podem afetar o corpo humano.
mensuráveis, tais como os danos causados aos Os contaminantes penetram no corpo hu-
materiais e a redução de visibilidade, entretan- mano através do sistema respiratório. O siste-
to a maioria deles é difícil de medir, como os ma respiratório divide-se em sistema respira-
danos causados à saúde humana e aos animais. tório superior (cavidade nasal e traquéia) e sis-
tema inferior (bronquíolos e pulmões). Na en-
Efeitos da contaminação do ar sobre as proprie- trada dos pulmões, a traquéia divide-se em,
dades atmosféricas duas árvores de brônquios, formados por uma
Os contaminantes do ar podem afetar as série de ramificações de diâmetro cada vez
propriedades atmosféricas das seguintes formas: mais reduzido. A árvore bronquial completa
– redução da visibilidade; consta de mais de 20 bifurcações terminadas
– formação de neblina; nos bronquíolos, cujo diâmetro aproximado é
– redução da radiação solar; de 0,05cm. Nas extremidades dos bronquíolos,
– alteração das temperaturas e distribui- encontra-se um grande número de diminutas
ção dos ventos. cavidades chamadas alvéolos. É através das
Talvez o efeito mais visível da contami- membranas alveolares que o oxigênio do ar
nação do ar sobre as propriedades da atmosfe- contido nas cavidades difunde-se aos vasos
ra seja a redução da visibilidade que acompa- capilares do pulmão, enquanto o dióxido de
nha, freqüentemente, o ar contaminado. A re- carbono difunde-se em sentido contrário. Ape-
22 dução de visibilidade é esteticamente desagra- sar dos alvéolos terem um diâmetro aproxi-
dável, assim como pode levar à situação de mado de apenas 0,02 cm, apresentam uma su-
perigo. perfície total para transferência de gás de apro-
A visibilidade é reduzida devido aos efei- ximadamente 50 m², devido ao número de al-
tos produzidos pelas moléculas gasosas e as véolos existentes.
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
Certos contaminantes afetam a resistên- capilares que unem as artérias com as veias. O
cia dos pulmões.O sistema respiratório tem monóxido de carbono é relativamente insolú-
vários níveis de defesa contra a invasão de vel e chega facilmente aos alvéolos, junto com
corpos estranhos. As partículas grandes são o oxigênio. O monóxido de carbono difunde-
filtradas pelos pêlos do nariz e são retiradas se através das paredes alveolares e compete
pela mucosa que cobre a cavidade nasal e a com o oxigênio pela ligação com qualquer um
traquéia. dos quatro átomos de ferro da molécula de
A maioria das partículas são eficazmente hemoglobina. A afinidade do átomo de ferro
eliminadas pelo sistema respiratório superior. pelo CO é, aproximadamente, 210 vezes maior
As partículas menores atravessam, geral- que pelo oxigênio, o que confere ao CO uma
mente, o sistema respiratório superior e não considerável vantagem nesta competição.
são retidas. Dentre essas, algumas partículas Quando uma molécula de hemoglobina adquire
muito pequenas depositam-se nas paredes dos uma molécula de CO, se converte em Carbo-
brônquios ou podem penetrar profundamente xihemoglobina (COHb). A presença de carbo-
no pulmão. xihemoglobina diminui a capacidade total do
No caso dos gases, a proporção absorvida sangue de levar oxigênio às células. Os sinto-
nas vias respiratórias superiores e a que chega mas de envenenamento por CO dependem da
às últimas cavidades dos pulmões é determi- quantidade de COHb e do tempo de exposição.
nada pela Lei de solubilidade. Por exemplo, o A formação de COHb é um processo re-
SO2 é muito solúvel, como conseqüência, será versível, com vida média de duas a quatro ho-
prontamente absorvido pelas vias respiratórias, ras, após exposição a baixas concentrações.
causando um aumento da resistência destas Níveis relativamente baixos de COHb po-
vias, estimulando a secreção de mucosidade. dem afetar a habilidade para estimar interva-
Por outro lado, o CO (monóxido de carbono) los de tempo e reduzir a sensibilidade visual.
e o NO2 (dióxido de nitrogênio) são relativa-
mente insolúveis e podem penetrar profunda- Óxidos de enxofre
mente no pulmão. É importante notar que um O dióxido de enxofre (SO2) é altamente
mesmo efeito pode ser provocado por mais de solúvel e, como conseqüência, é absorvido nos
um contaminante. Tanto o dióxido de enxo- condutos úmidos do sistema respiratório su-
fre, quanto o formaldeído, por exemplo, pro- perior. Exposição a níveis de SO2 da ordem de
duzem irritação e uma maior resistência das 1 ppm produz a constrição das vias respiratórias.
vias do sistema respiratório superior, e tanto o Níveis mais elevados de SO2 estão associados
com níveis elevados de partículas, favorecen-
monóxido de carbono, quanto o dióxido de
do o aumento de problemas respiratórios.
nitrogênio impedem o transporte de oxigênio
pela hemoglobina.
No caso da presença simultânea de vários
Óxidos de nitrogênio
O dióxido de nitrogênio (NO2) transfor-
contaminantes, os efeitos observados podem
ma-se nos pulmões em nitrosoaminas, algu-
ser atribuídos à ação combinada de mais de
mas delas cancerígenas.
um contaminante. Um bom exemplo deste fato
O NO2 pode passar para o sangue, forman-
é o caso do SO2 (dióxido de enxofre) e as par- do um composto chamado metahemoglobina.
tículas. Os efeitos sobre a saúde são muito mais Sabe-se que o dióxido de nitrogênio irrita os
graves quando ambos estão presentes do que alvéolos, produzindo sintomas parecidos aos
quando existe apenas um deles. Uma possível do enfisema, após exposição prolongada a con-
explicação deste efeito relaciona-se com o fato centrações da ordem de 1 ppm.
do SO2 ser absorvido por partículas muito pe-
quenas, que são capazes de alcançar zonas Gás sulfídrico
mais profundas dos pulmões. O gás sulfídrico é incolor, inflamável e
extremamente tóxico. A toxidade do H2S é
Monóxido de carbono (CO) igual a do HCN e seis vezes a do CO.
O monóxido de carbono afeta a capacida- Exposição à alta concentração de H2S pode
de do sangue de transportar o oxigênio. Du- 23
causar a morte em pouco tempo. O sulfeto de
rante o funcionamento normal, as moléculas hidrogênio tem um odor distinto e desagradá-
de hemoglobina, contidas nos glóbulos verme- vel (semelhante ao do ovo podre). Em baixas
lhos do sangue, transportam o oxigênio para concentrações, pode ser sentido, entretanto al-
ser trocado por dióxido de carbono nos vasos tas concentrações paralisam os nervos aliáticos.
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
A concentração usualmente permitida para sobre a saúde. A dificuldade consiste em se-
8 horas de exposição é 20 ppm, e a relação parar o efeito produzido pela contaminação
entre toxidade e concentração pode ser obser- atmosférica na saúde e aqueles causados por
vada a seguir: hábitos pessoais tais como: fumar, regimes
Concentração alimentares, fatores hereditários.
Toxidade de H2S (ppm) As enfermidades do sistema respiratório
Fadiga após várias horas de exposição 70 – 150 estão, geralmente, relacionadas com a conta-
Concentração limite para uma hora de exposição 170 – 300 minação do ar. O sistema respiratório reage
de maneira distinta aos contaminantes atmos-
Condições graves após 30 minutos 400 – 700
féricos, tais como bronquite, bronquite crôni-
Morte em 30 minutos Acima de 600 ca e enfisema. A bronquite é uma enfermida-
Sabe-se que em determinadas zonas, a de, caracterizada por inflamação da árvore
concentração de certos contaminantes atmos- bronquial, acompanhada de um aumento da
féricos tem alcançado níveis excessivamente produção de mucosidade e tosse, dificultando o
altos durante várias horas ou vários dias. funcionamento das vias respiratórias. O enfisema
Por mais terríveis que sejam os resultados pulmonar é uma doença em que ocorre a des-
de um episódio ocasional de contaminação truição dos alvéolos de forma progressiva.
atmosférica, deve haver uma intensa preocu- Os principais contaminantes do ar atmos-
pação também com os efeitos produzidos so- férico em uma refinaria são: dióxido de enxo-
bre a população que vive em atmosfera conta- fre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogê-
minada. Uma das tarefas mais difíceis é a ob- nio, material particulado e hidrocarbonetos.
tenção de uma relação quantitativa da exposi- As principais fontes de poluição atmosfé-
ção à contaminação atmosférica e seus efeitos rica são:
ContaminantesFontes SO2 NOx CO * Material Particulado Hidrocarbonetos
Fornos X X X X
Caldeiras X X X X
Regeneradores X X X X
Incineradores X X
Flare X X X X
Tanques de armazenamento X
Separadores água /óleo X
Unidade de Flotação X
Lagoas de aeração X
* queima incompleta
Ações para redução da emissão atmosférica: drodessulfurização. Estas águas são al-
– Controle do combustível e matéria-prima; tamente contaminadas com amônia,
– Controle das variáveis operacionais: sulfeto, cianeto e fenóis;
temperatura e viscosidade do combus- – Dessalgadoras de Petróleo: A salmou-
tível, relação combustível/vapor, pres- ra pode conter borras oleosas, óleo,
são do combustível; amônia, sulfetos e fenóis;
– Instalação de sistemas de controle: – Tanques de petróleo, derivados e resí-
Lavadores de gás, Precipitadores Ele- duos: A água de drenagem pode conter
trostáticos, Ciclones externos, selagem borras oleosas, óleo, amônia, sulfetos;
de tetos flutuantes, recuperação de ga- – Equipamentos das unidades de processo:
ses em tanques de armazenamento, co- A drenagem para liberação de equipa-
bertura de separadores de água e óleo e mentos pode conter óleos, borras oleo-
flotadores. sas, águas contaminadas;
– Unidades de tratamento de produtos
1.8 Efluentes Hídricos (gasolina, GLP e gás combustível):
1.8.1 Principais fontes de poluição hídrica em Soda gasta contaminada com fenóis e
24 uma refinaria mercaptans, DEA (dietanolamina);
– Amostradores: Hidrocarbonetos;
– Vasos de topo das fracionadoras das – Sistemas de Refrigeração: Purga do sis-
Unidades de Destilação Atmosférica e tema contém fosfato e zinco (o fosfato
a Vácuo, de Craqueamento Catalítico, pode ser aproveitado como nutriente
de Coqueamento Retardado e de Hi- nos sistemas de tratamento biológico);
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
– Caldeiras: Purga do sistema contém fosfato (o fosfato pode ser aproveitado como nu-
triente nos sistemas de tratamento biológico);
– Laboratório: A drenagem contém hidrocarbonetos e produtos químicos diversos.
1.8.2 Principais contaminantes encontrados nos efluentes hídricos de uma refinaria
A tabela seguinte apresenta os principais contaminantes de efluentes hídricos de refinaria,
sua origem e efeitos.
Contaminante Origem Efeitos
– todos os estágios de processamento; – tóxicos;
Óleos e Graxas – perda de óleo aceitável para o efluente hídrico: – inibem os processos biológicos.
0,1 a 0,4%.
– unidades de processo que trabalham com tempe- – mal gosto (50 a 100 ppb);
raturas altas e possuem fonte de oxigênio. – mal cheiro (50 a 100 ppb);
Fenóis – tóxicos;
– Concentrações acima de 5 ppm são prejudiciais aos peixes;
– Concentrações acima de 1000 ppm alteram o crescimento de ratos.
– petróleo; – tóxicos;
– unidades de processamento; – mal cheiro;
Mercaptans – substituição de um hidrogênio dos hidrocarbone- – reagem imediatamente com o oxigênio;
tos pelo radical SH. – correntes contendo altas concentrações se descartadas em canaletas
de drenagem emanam gases deste composto que são prejudiciais à
saúde humana.
– petróleo; – o gás sulfídrico (H2S) é tóxico, corrosivo e causa sérios problemas de
– podem estar presentes na forma de sal devido à subs- odor e sabor;
tituição do hidrogênio por um radical positivo. – letal aos peixes em concentração acima de 1 ppm;
Sulfetos – demanda imediata de oxigênio que irá diminuir o oxigênio dissolvido
nos cursos de água;
– correntes contendo altas concentrações, se descartadas em canaletas
de drenagem, emanam gases deste composto prejudiciais à saúde hu-
mana, podendo ser letais.
– unidades de processo que trabalham com tempe- – em condições de pH baixo, liberam gás cianídrico (HCN), altamente
Cianetos raturas altas a partir do nitrogênio orgânico. tóxico; não deve, por isso, ser descartado em canaletas de drenagem
(pode ser letal).
– petróleo; – acumulativo;
– etilação da gasolina (processo eliminado em todas – toxidez aguda: queimaduras na boca, sede intensa, inflamação do tra-
Chumbo as refinarias). to gastrintestinal, ocasionando diarréias e vômitos;
– toxidez crônica: náuseas, vômitos, dores abdominais diversas, parali-
sia, confusão mental, distúrbios visuais, anemias e convulsões;
Mercúrio – petróleo.
02. Quais são os grandes problemas ambien- 19. Que fatores contribuem para a formação
tais que precisam hoje, serem revertidos ou de compostos secundários?
contidos?
20. Em que escalas ocorrem os fenômenos
03. Quais os tipos de poluição que perturbam metereológicos?
ou modificam os quatro ambientes?
21. Quais os efeitos de contaminação do ar?
04. Como a produção de energia por combus-
tão pode ocasionar introdução de agentes quí-
micos no ambiente. 22. Por quais mecanismos a poluição do ar
pode afetar o corpo humano?
05. Quais as formas de perturbações que usi-
nas geradoras de eletricidade – termelétricas 23. Quais alguns efeitos que determinados
e nucleares podem ocasionar aos ambientes contaminantes de água de refinaria podem oca-
aquáticos? sionar
06. Quais os efeitos das radiações nos orga- 24. Quais as finalidade dos tratamentos primá-
nismos vivos? rios, secundários e terciários?
07. A ação perturbadora do som depende de 25. Quais as formas de tratamento do óleo re-
quais características? cuperado nos Separadores de Água e Óleo?
08. Quais os problemas de lançamento de es- 26. Por que se adiciona coagulantes antes dos
gotos domésticos sem tratamento nos corpos tratamentos em flotadores?
de água?
27. Quais as vantagens das lagoas de aeração
09. Qual o objetivo da Política Nacional do Meio forçada em relação as de aeração natural?
Ambiente, que existe desde 1981 no Brasil.
28. Quais os sistemas que utilizam biomassa
10. A que se relaciona o Monitoramento Am-
em suspensão e biomassa fixa?
biental?
11. O que é Gestão Ambiental? 29. Que são resíduos sólidos de acordo com 41
NBR 10004?
12. Que principios podem ser levados em con-
ta, para prevenir a poluição dentre de uma em- 30. Onde podem estar ou ser gerados os dife-
presa. rentes resíduos sólidos de uma refinaria?
Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle
31. O que pode ocorre ao óleo combustível
quando nele for adicionado resíduos acima de
2% do volume total da mistura?
Anotações
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