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Carolina

Geraldo

Jaqueline

Reginaldo

Rosária

Thainara

O LEGADO DA RECONCEITUAÇAO

Conselheiro Lafaiete

CES

2010
Carolina

Geraldo

Jaqueline

Reginaldo

Rosária

Thainara

O LEGADO DA RECONCEITUAÇAO

Conselheiro Lafaiete

CES

2010
Introdução

O Movimento de Reconceituação no território Latino Americano marcou profundamente o


Serviço social. No que se refere ao atrelamento desse movimento à pratica marxista,é
importante ressaltar diante da realidade brasileira,as suas manifestações e analisar nessa
perspectiva a herança deixada dentro da própria profissão.

O movimento contestava o atuar profissional tradicional, em que sua ação era baseada em
tons burocráticos e repetitivos, tendo em vista o estudo isolado de um indivíduo e não a
questão social que em ele estava inserido. Ou seja,o agir do profissional era regido pela
ótica liberalista funcional que seguia o sistema burguês.Era solucionar o problema que se
encontrava com o cidadão.Esse questionamento reconceituador especifico latino
americano,se deu em geral pelo profissional que passou a indagar qual era a sua
ideologia,sua base teórica, em que bases sociais e políticas estavam entrelaçados e se o seu
agir estava intimamente intrínseco com a realidade. As inquietações se deram devido com a
ascensão do capitalismo que não gerou o progresso para todos e conseqüentemente as
varias lutas sociais que permeavam principalmente a America latina. Ressalta-se que nessa
época, que grande parte do mundo que vislumbrava o poder do capitalismo desagregador,
as ciências sociais também buscavam soluções se atualizando a clarear os possíveis
caminhos com um pensamento que não fosse superficial e inócuo diante do desafio
histórico que se apresentava.
Desenvolvimento

Num pensamento critico e despojado de fatos históricos e paralisantes que neutralizaram a


prática social profissionais do Assistentes sociais, o nascimento da reconceituaçao nasce de
denuncias, questionamento que visam à implementação de um serviço social mergulhado
nas varias refrações da desigualdade existentes. Com varias diversidades no que se referia à
contextos políticos sociais, fontes teóricas;predominou-se então a heterogeneidade desde
movimento,devido portanto a outras correntes de pensamentos com o intuito de construir
um novo serviço social latino americano.

A discussão acerca desse assunto acontece sobre a busca de compreender primeiramente o


desenvolvimento dos países latino-americanos tendo em vista o grau de
subdesenvolvimento com relação aos países desenvolvidos, o que fez incidir em produção
acadêmica nos campos social, político e econômico. Para contrapor ao tradicionalismo,
esforçou-se para a construção de um projeto profissional que visasse à realidade da
America latina, uma ação que estivesse voltada com o viés político em busca de uma
identificação com os mais pobres e com a mudança da real sociedade; uma cientificidade
da profissão que pudesse por si mesma responder as questões metodológicas,
epistemológicas e das ideologias da profissão. Diante dessas proposições, a formação
profissional enseja se estruturar no campo do ensino e da pesquisa acadêmica,gerando
assim um dinamismo para o movimento.

O movimento de reconceituação se cria na política desenvolvimentista, essa por sinal


acompanhado das profundas transformações que se arrolam no modelo capitalista. Na
década de 70 passou a figurar no cenário profissional idéias, trechos da obra de Marx,
portanto nesse ínterim aconteceu que se deformou o ideário principal dele por causa do
mau entendimento e até a se comparar sua obra com a de outros autores. Nos dias atuais se
fazem notar esses equívocos, porem, numa analise mais ampla, para a profissão do Serviço
social, a obra de Marx teve um papel importantíssimo no que tange o processo de ruptura
teórica e prática do tradicionalismo desde então. Esse encontro da profissão com a crítica-
dialética de Marx, resultou a inquietude do profissional,que passa a ter consciência,a se
comprometer politicamente com essa sociedade ao qual faz parte e que necessita de sua
prática na garantia dos direitos dos cidadãos que se encontram nos conflitos sociais onde o
poder econômico do capital prevalece.Urge então,além da ação profissional política moral
e da consciência teórica dos conflitos existentes entre o capital e o trabalho,um rigoroso
arcabouço intelectual que almejasse uma formação cientifica e técnica. Outra característica
atrelada a obra marxiana, se deu através da divulgação dos manuais considerados oficiais
do marxismo,que traziam autores políticos que também se utilizaram dessa obra.Porém,a
autora deste prefácio alerta que o personagem mais ausente desse ecletismo todo é o
próprio Marx. Desta forma,o ecletismo que nascera do encontro do Serviço Social ao
marxismo,estabeleceu uma tensão entre a proposição política e os recursos teóricos-
metodológicos,com as pretensões profissionais e com o resultado que se pensava obter.
Neste sentido a ruptura não foi totalmente integral devido a obra marxiana conviver como
corpo teórica amplo,entretanto não provocar a efetivação da transformação que se
esperava.Verificou-se desde então uma separação entre o materialismo histórico e lógico
dos métodos profissionais dos métodos dialéticos,separados da história como um todo.A
idéia da Práxis, presente na obra de Marx,fica ausente na analise da pratica
social,ocorrendo o não acompanhamento do movimento histórico da sociedade,que feria o
pensamento marxiano.

Então, a prática profissional se vê reduzida ao reducionismo do metodologismo, ou seja, o


agir profissional atrelado um uma teoria fora da realidade e a procedimentos
intervencionistas baseados em experiência com o ser social; não gerando ação crítica que
pudesse mudar e provocar a totalidade como um todo. Uma vez que se seguia as ordens do
pensamento burguês que previa o ajustamento do ser social, sem se vincular a história dos
acontecimentos com a análise profissional.A autora salienta Lukács ao dizer que o
movimento de reconceituação não tem um pensamento uníssono quando coexistem uma
ética de esquerda e uma historia de direita.Disso decorre a idéia de fatalismo onde toda
interpretação da natureza se faz naturalmente sem oposições a ordem vigente e ao
messianismo propondo uma pratica individual e de benesse,não permitindo um olhar
consciente do profissional,sendo portanto uma prática social inócua. Nesse contexto,o
profissional crítico não contrapõe ao poder de frente,mas no seu intimo urge a idéia de
mudança.

O debate que ocorre no Brasil não é diferente do resto da America Latina, uma vez que
efervescente, encontra em alguns assistentes sociais a conduta conservadora. Entretanto a
discussão brasileira dos temas mais profícuos da reconceituação se difere do resto dos
países latino americanos, por causa da ditadura onde a sociedade civil levanta a sua voz
contra os abusos e crimes cometidos pelo ditame ditador. Dessa forma o Serviço Social
tradicional se moderniza aos moldes da herança conservadora.Mudou-se alguma coisa no
discurso,nos métodos de ação do profissional com o intento de reforçar a ideologia dos
governantes.Atrelado a esse pensamento,houve uma discussão interna onde são
questionados tais procedimentos que iam de acordo com a estrutura positivista e
funcionalista,na qual o agir estava sendo orientado pelo metodologismo pela burocracia
em seus trabalhos. Diante disto à assistência social passou a ser empregada de forma a
administrar a miséria social, evitando o aprofundamento da questão social, estendendo
assim as bases do governo tendo um domínio no setor popular mais marginalizado, com
isso pretendia-se exaurir e imobilizar a organização e resistência desses grupos enquanto
classe e foi com essa ideologia que os profissionais romperam e assim deixaram de serem
meros executores. È nesse ínterim que o Serviço Social se questiona socialmente de fato
em solo brasileiro,devido as políticas capitalistas que resultaram na queda do salários,na
imensa gama de pobres que gerou;pessoas que passavam necessidades muitas vezes
materiais eram manipuladas pelo lado espiritual,desta forma,impregnava nessas pessoas a
idéia de que o que elas estavam passando era só por um momento difícil e que precisava
de adequar-se a realidade com as benesses ditadas por esta política. Propõe um trabalho de
ajustamento, de integração do indivíduo ao seu meio, ou seja, um todo harmônico.è nesse
pensamento que a igreja exerce o seu papel de amenizar as feridas sociais.O trabalhador se
vê mergulhado num campo de miséria tendo em vista a perda de seus direitos sociais.Até a
década de 70,o Serviço Social brasileiro se mergulha nessa lógica,impossibilitado de
debater com o resto dos países americanos.Somente com a crise da ditadura,é que surge e
difunde o processo político profissional.

Com a expansão e alteração dos processos de produção, e a reorganização do aparelho do


estado, é que se cria a s condições dentro do período ditatorial, as condições do Novo perfil
da classe profissional. Consolida-se um mercado de trabalho nacional, aumenta
significativamente o número de faculdades e de profissionais. O Serviço Social é inserido
na universidade, onde se submete as exigências de ensino, cria-se a pós-graduação,
nutrindo laços para a produção científica a fomentar um mercado editorial. Renovam e
qualificam-se professores e expande a interlocução entre as ciências afins às do Serviço
Social. A autora vem dizer que foi dentro de um Estado que foram formuladas as condições
para o crescimento profissional do Serviço Social. Entrelaçada um contexto de
democratização da sociedade. Nesse caminho de lutas na crise da ditadura o profissional
colide-se com uma contradição que lhes aparenta pertinente. Uma vez que, possui materiais
pratico profissionais para intervir na realidade a ponto de modificá-la,por outro lado falta-
lhes uma critica acumulada para renovar os rumos da classe e da sociedade.Nessa
perspectiva ,o serviço Social Brasileiro se encontra e se redescobre na reconceituaçao ,não
sendo possível resgatá-lo devido ao amadurecimento da profissão e não reproduzi-lo para
evitar equívocos.Portanto,para uma analise crítica do Serviço Social, a profissão mergulha
–se numa avaliação histórica,com teor teórico - prático que contemple a crítica do
conhecimento,a história da profissão e o debate que passa pelo crivo da tradição marxista.È
a construção de um novo serviço social que vislumbre os trabalhadores possuidores de
direitos que devem fazer parte da riqueza social.Portanto a ruptura acontece dentro deste
contexto histórico político,onde se permitiu essa desenvoltura critica e analítica dos moldes
em que se apresentava a sociedade,e dentro de uma critica marxista e do próprio
conservadorismo.
Conclusão
Enfim movimento de reconceituação envolveu reelaborações por um grande numero de
profissionais na busca de fundamentos, de novos, conhecimentos e teorias baseado em uma
concepção de homem e de mundo e na formulação de novas metodologias que pudesse
instrumentalizar uma ação coerente com um novo posicionamento. O Serviço Social
posteriormente ao desenvolvimentismo difundiu uma nova visão das possibilidades da
profissão e das funções do assistente social, no sentido de reformulações teóricas e práticas,
seja operacionalização da nova proposta, á luz de posicionamentos ideológicos o que é uma
conquista que surgiu com o movimento de reconceituação. A fase da reconceituação foi
marcada por analises criticas ao Serviço Social tradicional e ao sistema vigente que
envolveu impasses, crises e ganhou vitalidade com questionamentos, contestações,
reelaborações que delinearam diferentes fases, provocando rupturas e reclamando novas
abordagens. Aliás, esse movimento trouxe para cada profissional uma responsabilidade de
seguir adiante. Reformulando suas idéias, repensando o seu agir profissional dentro do
projeto ético político.
Referência Bibliográfica

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 3.ed. São Paulo, Cortez, 2000.

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