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RECIFE
1998
CEFAC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
EM MOTRICIDADE ORAL
ORIENTADORA: MIRIAN GONDENBERG
RECIFE
1998
2
RESUMO
disfonias funcionais.
campo.
dezembro de 1997.
associados a disfonia.
3
À Deus, pai de infinita sabedoria
4
AGRADECIMENTOS
pesquisa;
de pesquisa;
À Ana Augusta, Claudia Marina, Gustavo Filizola, Iani, Iran, José Ricardo,
5
"Uma boa idéia que não é aproveitada
David J. Schwartz
6
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO 08
II METODOLOGIA 11
II DISCUSSÃO TEÓRICA 13
IV CONCLUSÃO 32
V REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
VI ANEXOS 40
7
I. INTRODUÇÃO
articulação da voz.
como também de maneira mais objetiva por meio de duas grandes áreas de
8
Título de especialista, nasce devido a necessidade de um maior
Exemplo desse fato é o especialista em Motricidade Oral que pode centralizar sua
relações existentes entre causa e efeito ligando uma a outra área. Nos pacientes
profunda para esta questão, é indicada fonoterapia específica voltada para queixa
áreas de especialização.
9
A constante busca por material bibliográfico, a preocupação na atuação
dos profissionais que atuam nas áreas de Motricidade Oral e Voz, além do
profissionais para uma maior e melhor atuação clínica, traz um importante recurso
Motor Oral e o Aparelho Fonador são interdependentes para que exista uma
10
II METODOLOGIA
linha de raciocínio das possíveis relações entre Motricidade Oral e Voz, como
na cidade do Recife.
(CEFAC e CEAO).
11
Foram consideradas as anotações dos protocolos de anamnese, avaliação
e evolução clínica (Anexos II, III e IV), que são utilizados na Instituição. Eles são
pesquisa.
Concluída a coleta dos dados, foi realizada a análise dos resultados, que
são apresentados por cinco tabelas e cinco gráficos, onde foram calculadas as
texto que prioriza os pontos que servem de comparação entre si, concluindo
assim a análise.
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II. DISCUSSÃO TEÓRICA
mandíbula e palato mole; pela configuração geral do canal faringo - oral e acima
13
Estudando esses mesmos músculos, dando enfoque a deglutição, Gray
(1988) relata que o grupo supra-hióideos durante o ato de deglutir, eleva o osso
hióide e a base da língua; quando o osso está fixado pelos seus depressores,
osso hióide, e com ele a língua, são tracionados para cima e para a frente pelos
Douglas (1994), esta movimentação também vai puxar para cima e para frente a
laringe, ou seja, a contração do grupo supra hióide que puxa o osso hióide,
contração dos infra hióide, que puxam a laringe. No segundo ato da deglutição,
Gray (1988) continua relatando que quando a massa está passando pela faringe,
músculos; e depois que o alimento passa o osso hióide é levado para cima e para
trás pelos ventres posteriores dos digástricos e pelos estilohióides que ajudam a
grupo infra-hiódeos que rebaixam a laringe e o hióide, depois que estes são
não só abaixam o osso hióide como também o levam em direção dorsal e para
um ou outro lado.
14
genioglosso, hioglosso, palatogloso e condroglosso) ao contrairem-se podem
como também no recuo da base que obstrui a faringe, ou ainda, na rigidez de seu
contribuindo para isso a ligação desse órgão com o palato mole. Observa-se que
os músculos do palato mole tem um papel muito importante na voz falada, pois
são músculos que asseguram a oposição entre fonemas nasais e orais. Deles
Segundo a autora, na voz falada, não se pode negligenciar importância dos lábios
inferior).
vai mudar a configuração das pregas vocais, que afeta o modo de seus
15
Esse mesmo músculo é citado por Douglas (1997) ao comentar que na
glote fecha por contração dos músculos tiroaritenóideos. O autor cita o Bloco
partir dos núcleos bulbares motores, existem muitos princípios e fatores comuns
16
dentárias normalmente obrigam a uma adaptação sobretudo da musculatura
lordoses, escolioses ou sífoses, a língua pode sair do arco superior, levando junto
alterações.
explica que estas funções são básicas e anteriores a fonação e que se estiverem
17
É o que enfoca Oliveira (1997) que indica na avaliação da voz em locutores,
O vínculo que liga a mandíbula à voz também é estudado por Anelli (1997),
mandibular. A autora sugere que nesses pacientes a voz deve ser observada,
sugerem que deve-se enfocar, nesta avaliação, itens como qualidade vocal
alimentar penetra na laringe antes do disparo desse reflexo, sendo uma alteração
18
Nos casos de laringectomias quase-totais Vicente, Gonçalves & Gonçalves
pastosa e hipernasal.
Perez Catzin, Holm Corzp, Zarete Aguilar & Gutiérrez Sampeiro (1987)
pesquisa, Silva & Nascimento (1997) verificaram as relações entre saúde bucal e
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emissão, que segundo os autores consiste na associação de movimentos
sonorizada.
Tessitore & Manicardi (1996) descrevem o caso de uma cliente que com
com evolução positiva as queixas de voz. Para as autoras ficou claro o quanto o
anteriormente citados, na busca das relações entre Motricidade Oral e Voz, dando
20
III. ANÁLISE DO MATERIAL COLETADO
SIM 18
NÃO 82
Total 100
90%
80%
70%
60%
50% SIM
40% NÃO
30%
20%
10%
0%
21
Tabela II – Quadro demonstrativo da quantidade dos pacientes que relataram
SIM 20
NÃO 80
Total 100
80%
70%
60%
50%
SIM
40% NÃO
30%
20%
10%
0%
22
Tabela III – Quadro demonstrativo da quantidade de alterações de forma,
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30% SIM
20% NÃO
10%
0%
LÍNGUA
LÁBIOS
LARINGE
ATM
MANDIBULA
PALATO
PALATO MOLE
DENTES/ARCADAS
23
Tabela IV – Quadro demonstrativo da quantidade de alterações nas funções
80%
70%
60%
50%
40%
30%
SIM
20% NÃO
10%
0%
SUCÇÃO
RESPIRAÇÃO
DEGLUTIÇÃO
MASTIGAÇÃO
24
Tabela V – Quadro demonstrativo da quantidade de enfoque dado a motricidade
SIM 20
NÃO 80
Total 100
80%
70%
60%
50%
40% SIM
30% NÃO
20%
10%
0%
FONOTERAPIA/MOTRICIDADE
ORAL
25
Os dados observados na Tabela I e Gráfico I, mostram que apenas 18%
da terceira parte da anamnese de disfonia (item III - anexoII) utilizada como padrão
salientar que este item não é analisado em separado, faz parte da "investigação
que pode dificultar a coleta de dados mais significativos sobre tais distúrbios. Os
26
- Foi observado também a presença constante de anotações referentes a pontos
- Com relação ao resultado fica claro que apesar de uma sensação inicial da
- Apenas 20% relatam algum distúrbio bucal, comparando com a primeira análise
para este ponto, o que mostra a importância da coleta destes dados nos casos
de disfonia funcional.
das alterações de tônus e forma das estruturas duras e moles que constituem o
sistema estamatognático.
27
- Foi observado que as anotações muitas vezes se restringiam a hipotonia das
que constitui como dado importante para uso posterior como técnica
terapêutica.
aprofundamento.
será a estrutura que terá maior foco de interesse numa avaliação de disfonia.
28
- A ATM mostrou-se alterada em 15% da amostra, onde foram referidos dor,
estalos e ruídos.
- Parece ser dada uma importância grande a deglutição, sendo tomada muitas
vezes como ponto de partida para existência de alterações nas demais funções.
29
inadequada em 51% dos prontuários acompanhando a alteração de deglutição.
alteração.
- No que diz respeito a respiração, este dado não esta incluído no item 9 - anexo
25% dos casos e foi tomada como alteração para esta pesquisa.
das funções, observa-se uma percentagem superior aos dados iniciais colhidos
como um protocolo aberto e bastante subjetivo, o que dificultou a coleta dos dados.
30
propriamente dito, com uma presença superior neste último ponto caracterizado
pelo uso significativo dos sons de apoio e das técnicas de mudança de postura.
- Os resultados demostram que em apenas 20% dos casos foi dado ênfase ao
mastigação e sucção.
31
IV. CONCLUSÃO
vez mais seu espaço como ciência. A Motricidade Oral é um dos referenciais desta
evolução, embora exista uma zona fronteriza com outras ciências, observa-se um
restringe a Motricidade Oral, pois não é raro fazer uma ligação direta do
Voz, oferece uma opção de metodologia para estudos posteriores tão necessários
32
Os resultados colhidos nesta amostra traduziram a preocupação de
primeiro item analisado que refere a queixa e duração, mostrou não fornecer
segundo dado que referiu os distúrbios bucais, mostrando uma pequena, mas
mostraram que é possível obter dados de outros distúrbios que não seja só a
analisados.
mais apurada, o que revela distorções, que podem não ser colocadas em situação
33
de anamnese, mas que são indicadas caso haja o uso apropriado do protocolo de
avaliação, que tem a característica de ser bastante objetivo, nos itens analisados.
dados em tais protocolos, o que pode dificultar uma análise mais clara da
que espera-se aconteça o mais breve possível, visto que possuem elementos
nesta incrível e prazerosa arte de se comunicar. Assim, pode nos fornecer dados
34
aprendeu a utilizar para emitir, por exemplo, os mais belos sons já ouvidos na
alimentação de um indivíduo que evolui e distancia cada vez mais daquele ser
atualmente aprende a cada dia que esses órgãos também podem ser utilizados
35
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
p.821-28.
BOONE, D.R. & MCFARLANE, S.C. – A voz e a Terapia Vocal . 5ª edição. Porto
BRANDI, E.– Voz Falada. Rio de Janeiro. Livraria Atheneu Editora, 1990.
224p.
36
COLTON, R. & CASPER, J.K.. – Compreendendo os Problemas de Voz – Uma
inicial. Folha médica. São Paulo – 100 Vol.5/6, ilus maio- junho 1990.
p.149-53.
1988. 1145p.
Paulo Memo.1982.
37
MARCHESAN, I.Q. – O trabalho Fonoaudiológico nas Alterações do Sistema
Roca, 1997.p.751-761.
PÉREZ CAZTZIN, F.; HOLM CORZO, A..; ZARETE AGUILAR, A.; GUTIÉRREZ
SILVA, H.J. & NASCIMENTO, N.M. – Saúde Bucal X Saúde Vocal : Existe
38
SOUZA, L .C. M.; CAMPIOTTO, A. R.; FREITAS, R.R. – Cirurgia
Lovise,1996.p.621-27.
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VI. ANEXOS
ANEXO I
FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS DAS
ALTERAÇÕES DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
EM INDIVÍDUOS COM QUEIXA DE DISFONIA FUNCIONAL
( )SIM ( )NÃO
( ) SIM ( )NÃO
estruturas?:
( )SIM ( )NÃO
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ANEXO II
ANAMNESE VOZ
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO / PACIENTE
NOME :
DATA DE NASCIMENTO : / / IDADE :
ESTADO CIVIL :
ENDEREÇO :
PROFISSÃO : PERÍODO :
POSSUI OUTRA ATIVIDADE ? QUAL ?
ENCAMINHAMENTO POR :
2. DIAGNÓSTICO
3. QUEIXA E DURAÇÃO
41
6. ANTECEDENTES PESSOAIS
7. ANTECEDENTES FAMILIARES
RECIFE, / /
__________________________________
42
ANEXO III
_
AVALIAÇÃO DE VOZ
Nome : Data : / /
3. Altura vocal :
*pitch
*registro
*gama total habitual
*canto
4. Intensidade vocal :
*loudness
*modulação
5. Qualidade vocal :
*tipo
*grau de alteração
*sistema de ressonância
*integração corpo-voz
*integração voz-personalidade
6. Articulação
*tipo
*pronúncia
*distúrbio articulatório
7. Velocidade da fala
8. Postura corporal
*durante a fala
*tensão específica
*reação ao toque
*global
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9. Estruturas de fonação
*língua
*lábios
*bochechas
*palato mole
*palato duro
*mandíbula
*arcada dentária
*laringe - posição
reação ao toque
1* em / / : ( )obs :
2* em / / : ( )obs :
3* em / / : ( )obs :
4* em / / : ( )obs :
5* em / / : ( )obs :
Recife, / /
_______________________________
ADAPTADO AGV - CEV
44
ANEXO IV
SETOR DE FONOAUDIOLOGIA
EVOLUÇÃO CLÍNICA
NOME:
DATA OBSERVAÇÃO
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