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BIORREFINARIAS
Valéria Delgado Bastos*
ALCOOLQUÍMICA
Fonte: Unica.
Gráfico 4
Dez Maiores Produtores de Etanol*
(89% da Produção Mundial em 2005)
Energia – rede esta chamada de National Bioenergy Center, com biorrefinaria integrada ba-
seada no milho, da DuPont;
destaque para o Argone National Laboratory e o National Renewable a biorrefinaria da Cargill e
Energy Laboratory (NREL). outros parceiros (Iogen,
Shell Global Solutions e
CNH Global NV); e a bior-
Na União Européia, a indústria de etanol ainda é pequena refinaria da Abengoa (junto
com a Novozymes, a VTT
e incipiente. Sua produção, em 2005, empregando principalmente Finland e o NREL, que é um
beterraba e trigo, não chegou a 1 bilhão de litros, ainda que tenha dos laboratórios do Departa-
ocorrido um incremento de 73% em relação ao ano anterior e am- mento de Energia do gover-
no americano).
pliação dos países produtores, de 8 para 11. A capacidade atual de
produção é de cerca de 2,1 bilhões de litros/ano e o acréscimo 14A França é um país que
de capacidade será de 2,9 bilhões de litros/ano até 2008. vem apresentando grandes
avanços, graças ao incenti-
vo do governo. Em 2007, é
prevista a entrada em opera-
A Espanha é o maior produtor (303 milhões de litros, em ção de várias plantas e co-
2005), com um terço da produção da região, seguida pela Alemanha meçam a ser sentidos os
(165 milhões de litros), Suécia (153 milhões de litros) e França (144 efeitos do uso obrigatório de
biocombustíveis [eBIO].
milhões de litros).14 Os principais consumidores, em 2005, foram
esses mesmos países, além do Reino Unido. O forte aumento da 15O Reino Unido, segundo
produção foi superado pela demanda, para fins combustíveis, que maior consumidor de etanol
na Europa, não tem uma po-
no total alcançou 1,15 bilhão de litros, suprida por importações, lítica de biocombustíveis de-
principalmente por parte da Suécia e do Reino Unido.15 Cabe obser- finida pelo governo [CGEE
var que apenas na Espanha a produção supera a demanda interna, (2005)].
e quase 30% do consumo europeu é importado (Gráfico 6). 16Cabe lembrar que as pri-
meiras iniciativas de apoio
às fontes renováveis na Eu-
Apesar dos resultados ainda modestos da produção de ropa remontam ao fim da dé-
etanol, é importante lembrar que os mais firmes compromissos do cada de 1990, com o White
Paper on Renewable Ener-
Protocolo de Quioto foram assumidos pela União Européia e pas- gies, ao qual se seguiram as
saram a compor a Diretiva de Biocombustíveis, de 2003.16 O principal Diretivas da União Européia.
Gráfico 7
Custo de Produção do Etanol
(US$/Galão)
Fonte: USDA.
graças a programas de melhoramento genético do Centro de Tec- nismos para converter subs-
tâncias em bebidas data de
nologia Canavieira (CTC),24 da Rede Interuniversitária de Desenvol- culturas primitivas e, embora
vimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), do Instituto Agronômico o emprego de processos vi-
tais de fermentação para pro-
de Campinas (IAC) e da parceria da Canavialis/Votorantim e Allelys. dução de substâncias quí-
A contribuição do CTC e do Consórcio Internacional de Biotecnolo- micas seja mais recente, o
gia da Cana-de-Açúcar (ICBS) e os resultados do Projeto Genoma, processo de produção é
praticamente o mesmo. Des-
na área de biologia molecular, com a identificação dos genes de 1920, os processos vitais
relacionados à resistência a doenças, metabolismo de carboidratos de microrganismos são apli-
cados para a fabricação de
e nutrientes, resposta a estresse etc., possibilitarão o desenvolvi- substâncias derivadas do
mento de variedades transgênicas e redução de custos, previstos etanol.
para chegar ao mercado em cinco anos [CGEE (2005)]. 23A produção de etanol no
mundo usa, atualmente, prin-
cipalmente o açúcar, com
Os avanços na mecanização foram lentos na área do 61% do total, enquanto o ami-
plantio, mas importantes no segmento de colheita, em decorrência do fica com os 39% restantes
da extinção das queimadas nos canaviais imposta pela legislação [F. O. Licht, USDA]. Em ter-
mos mais rigorosos, as maté-
ambiental, que possibilitou a redução de custos e ganhos de quali- rias-primas do álcool podem
dade [CGEE (2005)].25 ser hidrocarbonetos gaso-
sos, materiais amiláceos, fru-
tos, materiais sacarificados
e materiais celulósicos.
O processo de produção do etanol da cana propriamente
dito compreende as seções de recepção, preparo e moagem, trata- 24Antigo Centro de Tecnolo-
etanol é produzido por processo de fermentação em batelada ali- importante para a redução
progressiva das queimadas,
mentada com reciclo de fermento (uma pequena parcela é produzi- um dos efeitos ambientais
da por fermentação contínua multiestágio com reciclo de fermento). perversos da cana. A Lei
Na área de recepção, embora não empregada por muitas usinas 10.547/2000 deu passos im-
portantes nesse sentido,
brasileiras, há tecnologias disponíveis embutidas em equipamentos, mas seus efeitos são contro-
capazes de reduzir os teores de impurezas contidos na cana rece- vertidos por implicar desem-
bida que causariam problemas de processamento, de qualidade prego imediato de mais de
100 mil trabalhadores rurais
dos produtos e de custos de manutenção. A tecnologia da fase de sazonais e, ainda, a possibi-
preparo também está disponível. A extração do caldo, por seu turno, lidade de induzir desloca-
mento da produção com vis-
utiliza processo de moagem que passou por desenvolvimentos tas a escapar da legislação
tecnológicos que garantem expressivos ganhos de eficiência. [Martines-Filho et al (2006)].
Tabela 1
Quadro Comparativo das Características Atuais da Produção do Etanol Celulósico e
do Milho nos EUA
MILHO MATERIAIS
CELULÓSICOS
Tabela 2
Hidrólise Ácida e Enzimática de Biomassa Lignocelulósica para Produção de Etanol
HIDRÓLISE ÁCIDA HIDRÓLISE ENZIMÁTICA
Gráfico 9
Esquema Comparativo – Refinaria de Petróleo e Biorrefinaria
NEXANT. “ L i q u i d b i o fu e ls : s u b s t i t u ti ng for p e tr o le um ” .
Q206_00806.001, Nova York, abril de 2006.
Sites consultados
Abengoa Bioenergy. <http://www.abengoabioenergy.com>.
C a r b o n o B r a s i l . < h t t p : / / w w w . c a r b o n o b r a s i l . c o m / t e x-
tos.asp?tId=62&idioma=1>.
N i l e – N e w Im p r o ve m e n ts f or L i g no c e l l ul o s i c E t ha no l .
<http://www.nile-bioethanol.org/>.