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O conceito e o termo
O conceito é a unidade mínima do pensamento, deriva de uma operação mental de
abstracção que reúne características essenciais dos seres. A sua expressão verbal é o
termo.
Exercícios:
a) organizar por ordem crescente de extensão os seguintes termos:
1. Europa/Madrid/Espanha/Península Ibérica
2. Vegetal/rosa/flor
b) Organizar por ordem crescente de compreensão os seguintes termos:
1. Português/João Aguiar/escritor português/Homem
2. Desportista/Figo/futebolista
O juízo e a proposição
O juízo é uma operação racional através da qual estabelecemos relações entre
conceitos. É uma operação lógica na qual se afirma ou nega algo de alguma coisa. É
composto, geralmente por três elementos:
- O sujeito, aquele de que se afirma ou nega algo (conceito sujeito).
- O predicado que é afirmado ou negado do sujeito (conceito predicado).
- A cópula (afirmação ou negação, geralmente expressa pelo verbo) que relaciona o
sujeito e o predicado.
Sujeito e Predicado são os termos dum juízo que se verbaliza na proposição.
O raciocínio e o argumento
A contrárias E
su
contraditóri
ba
as
lteI O
rn subcontrárias
as
conclusão, a sua função foi estabelecer o nexo entre os termos maior e menor.
As figuras do silogismo
Há quatro figuras de silogismos conforme a distribuição do termo médio nas
premissas.
Na 1ª figura o termo médio está no lugar do sujeito na premissa maior e está no lugar
do predicado na premissa menor.
Na 2ª figura o termo médio está no lugar do predicado em ambas as premissas.
Na 3ª figura o termo médio está no lugar do sujeito em ambas as premissas.
Na 4ª figura o termo médio está no lugar do predicado na premissa maior e no lugar
do sujeito na premissa menor.
Verifica o quadro tendo em conta que P representa o termo maior (predicado na
conclusão), S representa o termo menor (sujeito na conclusão) e M representa o
termo médio.
1ª Figura 2 ª Figura 3 ª Figura 4 ª Figura
MP PM MP PM
SM SM MS MS
SP SP SP SP
↓ ↓ ↓
↓
MODOS: MODOS: MODOS: MODOS:
AAA EAE AAI AAI
EAE AEE IAI AEE
AII EIO AII IAI
EIO AOO EAO EAO
OAO EIO
EIO
Falácia dos quatro termos (quando aparecem quatro termos, ou uma palavra com
dois significados o que representa dois termos diferentes).
Exemplo: Todos os cães ladram. Esta constelação chama-se Cão. Esta constelação
ladra.
Falácia da não distribuição do termo médio (quando o termo médio não foi
considerado em toda a sua extensão em nenhuma premissa).
Exemplo: Todos os jogadores em campo são benfiquistas. Alguns espetadores são
benfiquistas. Alguns espetadores são jogadores.
Falácia da ilícita menor (quando o termo menor tem mais extensão na conclusão do
que na premissa).
Exemplo: Todos os lacobrigenses são naturais de Lagos. Todos os lacobrigenses são
naturais de Portugal. Todas os naturais de Portugal são naturais de Lagos.
Falácia da ilícita maior (quando o termo maior tem mais extensão na conclusão do
que na premissa).
Exemplo: Todos os polícias recebem formação. Alguns polícias não usam farda.
Alguns que usam farda não recebem formação.
Falácia ad hominem ou contra a pessoa – argumento que pretende mostrar que uma
afirmação é falsa atacando e desacreditando a pessoa que a emite.
Comete-se quando alguém tenta refutar o argumento de uma outra pessoa
atacando não o argumento mas sim a pessoa. Em vez de uma contra- argumentação
(oposição de um argumento a outro), temos um ataque pessoal, ou seja, em vez de
apresentar razões adequadas ou pertinentes contra determinada opinião ou ideia,
pretende-se refutar tal opinião ou ideia, censurando, desacreditando ou
desvalorizando a pessoa que a defende. O estratagema do argumento ad hominem é
este: reprova-se ou desacredita- se alguma ou algumas características da pessoa (o
seu temperamento, o modo de ser, o comportamento moral, a profissão, a
nacionalidade, a etnia, a ideologia, a religião ou a ausência dela, etc.) utilizando-as
como meio de refutação das suas opiniões.
Exemplo: “Você diz que o futebol português está mal, mas eu digo-lhe que a
sua opinião não merece crédito, porque você está é mal disposto e desiludido
com os resultados do seu clube.”
elaboradas que lhe pareçam, podem não ser o melhor solução para o problema
em causa.
"(...) Quando se atenta no mundo que nos rodeia, não pode negar-se que ele aparece como uma
inata variedade de fenómenos e de relações em movimento perpétuo.
Um número infinito de fenómenos e de relações, agindo uns sobre os outros e a que nem o homem
escapa - tudo está no todo que flui -, eis o que uma observação atenta não pode deixar de revelar.
Porém, isso far-nos-á desesperar de conhecer, de saber se é possível conhecer o mundo externo ?
Terá de levar-nos à conclusão de que o homem é prisioneiro do seu próprio pensamento, sem
possibilidade de conhecer o universo que o rodeia ? É claro que não.
Neste momento registemos esta primeira conclusão que nos leva a outra - é que o conhecimento é
um processo, um processo complexo em que há, por um lado, o homem com o seu pensamento e,
por outro, dele desligado, o universo externo. (... ) O conhecimento é um processo. Nele podem,
porém, distinguir-se várias fases com aspectos qualitativos diversos (fisiológicos, psíquicos,
lógicos). Da sensação à percepção, da imagem captada por esta à elaboração racional, e depois à
acção material do homem, à sua prática individual e à prática social conjunta, tanto acumulada ao
longo do tempo como de uma colectividade em dada fase da sua evolução, eis o conjunto de
elementos que se integram para produzir o conhecimento.