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Método dos Cortes Mínimos

Método dos Cortes Mínimos „ O que é?


„ Para que serve?
F. Maciel Barbosa
FEUP-DEEC

Método dos Cortes Mínimos 1 Método dos Cortes Mínimos 2

Subestação
Subestação I

Método dos Cortes Mínimos 3 Método dos Cortes Mínimos 4

1
Subestação II Subestação III

Método dos Cortes Mínimos 5 Método dos Cortes Mínimos 6

Definições Definições
„ Define-se passo (relativamente ao grafo) entre uma entrada e
1 2 uma saída, como um qualquer conjunto conexo de ramos, os
quais percorridos no sentido que lhes está associado, permitem
x2
x1 uma ligação entre a entrada e a saída; se um passo não toca
ENTRADA
5
SAÍDA ENTRADA x5 x5
SAÍDA mais do que uma vez em qualquer nó do grafo, então o passo
designa-se por passo mínimo.
x3 x4

3 4
„ Define-se corte de um conjunto de passos, como qualquer
conjunto de ramos que, se retirados do grafo, interrompem
todos os passos; se um corte contém o número mínimo de
ramos para, quando retirados do grafo, interromper todos os
passos, então designa-se por corte mínimo.

Método dos Cortes Mínimos 7 Método dos Cortes Mínimos 8

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Cálculo da fiabilidade do sistema Cálculo da fiabilidade do sistema
definido por um grafo definido por um grafo
P1 = x1 x2 C1 = x1 x3
„ Para que o sistema “não funcione” basta que os componentes
P2 = x3 x4 C 2 = x2 x4 que integram um qualquer corte mínimo não estejam
disponíveis, logo Pf representa a probabilidade do sistema
P3 = x1 x5 x4 C3 = x1 x5 x4 avariar:
P4 = x3 x5 x2 C4 = x2 x5 x3 (
Pf = P C1 + C 2 + C3 + C4 )
„ Para que o sistema “funcione” basta que um qualquer dos e porque
passos mínimos esteja disponível, logo R representa a R + Pf = 1.0
fiabilidade do sistema: teremos

R = P ( P1 + P2 + P3 + P4 ) (
R = 1 − P x1 x3 + x2 x4 + x1 x5 x 4 + x2 x5 x3 )
= P ( x1 x2 + x3 x4 + x1 x5 x4 + x3 x5 x2 )
Método dos Cortes Mínimos 9 Método dos Cortes Mínimos 10

Cálculo da fiabilidade do sistema Cálculo da fiabilidade do sistema


definido por um grafo definido por um grafo
Consideremos, agora, 3 acontecimentos quaisquer A, B e C; sabemos que

P ( A + B + C ) = P ( A ) + P ( B ) + P ( C ) − P ( AB ) − P ( AC ) − P ( BC ) + P ( ABC ) Poderemos assim concluir que se as probabilidades de sucesso dos passos Pi, P ( Pi ) , forem
valores próximos de zero a equação (1) é uma boa aproximação para o cálculo da fiabilidade do
Se os três acontecimentos são mutuamente exclusivos, teremos que sistema; esta equação seria aplicável em sistemas compostos por componentes muito pouco
( )
fiáveis. Se as probabilidades P Ci , i.e. as probabilidades dos componentes que constituem o
P ( A + B + C ) = P ( A) + P ( B) + P ( C ) corte Ci estarem simultâneamente indisponíveis, forem valores pequenos, então a expressão
De um modo geral,teremos que

P ( A + B + C ) ≤ P ( A) + P (B ) + P ( C )
( ) ( )
Pf = P C1 + P C2 + ... + P Ck( ) ( 3)
Sendo permitirá o cálculo de um valor para Pf (maior que o valor real, mas muito próximo dele) o qual
permitirá calcular um valor pessimista para R ( R = 1 − Pf ) ; saliente-se que este valor pessimista é
R = P ( P1 + P2 + ... + Pn ) e (
Pf = P C 1 + C 2 + ... + C k ) contudo, um valor muito próximo do verdadeiro valor de R.
teremos que
R ≤ P ( P1 ) + P ( P2 ) + P ( P3 ) + ...P ( Pn ) ( 1)
( ) ( ) ( )
Pf ≤ P C1 + P C2 + P C3 + ...P Ck ( ) ( 2)
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Interpretação das aproximações Interpretação das aproximações
associadas à aplicação da teoria dos associadas à aplicação da teoria dos
cortes mínimos cortes mínimos

Se os acontecimentos Ci fossem mutuamente exclusivos, teríamos que

( ) ( ) ( )
Pf = P C1 + P C2 + P C3 + P C4( )
1 2 1 2 isto é, a indisponibilidade de um sistema seria a soma das indisponibilidades dos seus modos de
avaria. É óbvio, contudo, que os diferentes modos de avaria não são mutuamente exclusivos entre
5 5 si; consideremos, por exemplo, os acontecimentos C2 e C3 (suporemos que no sistema apenas
ENTRADA SAÍDA
existem estes dois modos de avaria).
3
( ) ( ) ( ) ( )
4 4 3
Pf = P C2 ∪ C3 = P C2 + P C3 − P C2 ∩ C3

( )
Note-se que P C2 ∩ C3 representa a probabilidade de ocorrência simultânea dos acontecimentos
C2 e C3 ; estes dois acontecimentos ocorrem simultaneamente quando os componentes 1, 2, 4, 5
estão indisponíveis.

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Interpretação das aproximações Identificação sistemática dos modos de avaria de


associadas à aplicação da teoria dos um sistema (ou determinação sistemática dos

cortes mínimos cortes mínimos associados a um conjunto de passos)

Em sistemas eléctricos a probabilidade de não funcionamento (indisponibilidade) de um


componente típico pode considerar-se ≤ 0,2, isto é, 20 % do tempo em que é requerido o seu
funcionamento. Admitindo que os componentes que integram os cortes C2 e C3 são idênticas, 2 3
teremos para o caso mais desfavorável que

( )
P C2 + C3 = ( 0.2 ) + ( 0.2 ) − ( 0.2 ) = 0, 04 + 0, 008 − 0, 0016
2 3 4 ENTRADA 1 SAÍDA

( ) ( )
0, 04 + 0, 008 = P C2 + P C3

o que valida, em termos numéricos, a equação (3) através da qual calcularemos a fiabilidade de
4 5
sistemas eléctricos com recurso à teoria dos cortes mínimos.

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Identificação sistemática dos modos de avaria de Identificação sistemática dos modos de avaria de
um sistema (ou determinação sistemática dos um sistema (ou determinação sistemática dos
cortes mínimos associados a um conjunto de
cortes mínimos associados a um conjunto de passos) passos)

„ Define-se “ordem de um corte” como o número de


componentes que integram o corte. Assim, designaremos por
Componentes 1 2 3 4 5 cortes de 1.ª, 2.ª e 3.ª ordem os cortes que são definidos por 1,
2 e 3 componentes, respectivamente.
Passo - P1 1 1 1 0 0
Passo - P2 1 0 0 1 1
„ Para que um componente defina um corte de 1.ª ordem é
necessário que se esse componente avariar sejam interrompidos
conjunto de cortes mínimos está sempre associado a um conjunto de passos todos os passos, isto é, o componente em causa terá de
pertencer a todos os passos, o que faz com que quando ele
avaria sejam interrompidos todos os trajectos entre as
“entradas” e a “saída” em consideração.

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Identificação sistemática dos modos de avaria de


um sistema (ou determinação sistemática dos
cortes mínimos associados a um conjunto de
passos) Exemplo de aplicação
coluna i coluna j coluna k
Passo 1 1 1 0
Passo 2 0 0 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Passo 3 1 1 0 3 4
Passo 1 1 1 1 1
Passo 2 1 1 1
Passo 4 0 1 1 2 Passo 3 1 1 1
Passo 4 1 1 1

(i ) ( j) (i + j )
5
Passo 5 1 1 1 1 1
Passo 6 1 1 1 1
Passo 7 1 1 1
1  1  1  6 9
Passo 8
Passo 9
1
1
1
1
1 1
1
0  0   0
  +   =  
8

1  1  1  7 10

0  1  1 
     

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5
Passos normalmente abertos Passos normalmente abertos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Passo 1 1 1 1 1 Submatriz dos
„ Os modos de avaria que vamos procurar determinar podem-se passos
agrupar em duas classes: Passo 2 1 1 1 normalmente
„ os modos de avaria que só podem ser eliminados pela conclusão Passo 3 1 1 1 fechados
de uma acção de reparação; Passo 4 1 1 1
„ os modos de avaria que podem ser eliminados por simples Passo 5 1 1 1 1 1
Passo 6 1 1 1 1 Submatriz dos
operações de fecho de componentes normalmente abertos. passos
Passo 7 1 1 1 normalmente
Passo 8 1 1 1 1 abertos
Passo 9 1 1 1

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Cálculo dos índices de fiabilidade


Passos normalmente abertos para cortes do tipo A
Cortes tipo A
Para o exemplo que temos vindo a considerar, verifica-se que os cortes
a) Cortes de 1.ª ordem: componente i avariado
{1,3,4} {2,3,4} {6,8,9} {6,8,10} {7,8,9} {7,8,10}
“cortam” todos os passos normalmente abertos; estes cortes serão designados neste curso por De cada corte Total
cortes do tipo A.
n1
λA1 = λi λAT 1 = ∑ λA1
Os cortes
{1,9} {1,10} {2,9} {2,10} n1
rA1 = ri U AT 1 = ∑ U A1
não “cortam” todos os passos normalmente abertos; a estes cortes atribuiremos a designação
convencional de cortes do tipo B. U A1 = λA1 rA1 rAT 1 = U AT 1 λAT 1

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6
Cálculo dos índices de fiabilidade Cálculo dos índices de fiabilidade
para cortes do tipo A para cortes do tipo A

b) Cortes de 2.ª ordem: componentes i e j avariados c) Cortes de 3.ª ordem: componentes i, j e k avariados

De cada corte Total De cada corte Total


n2
λA 2 = λi λ j ( ri + rj )
n3
λAT 2 = ∑ λA 2 λA3 = λi λj λk ( ri r j + ri rk + r j rk ) λAT 3 = ∑ λA3

ri rj n2 ri r j rk n3
rA 2 = U AT 2 = ∑ U A 2 rA3 = U AT 3 = ∑ U A3
ri + rj ri rj + ri rk + rj rk
U A 2 = λA 2 rA 2 rAT 2 = U AT 2 λAT 2 U A3 = λA3 rA3 rAT 3 = U AT 3 λAT 3

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Cálculo dos índices de fiabilidade Cálculo dos índices de fiabilidade


para cortes do tipo A para cortes do tipo B

λSR = λAT 1 + λAT 2 + λ AT 3 „ Cortes do tipo B são os cortes que definem modos de avaria
que podem ser eliminadas fechando passos normalmente
abertos.
U SR = U AT 1 +U AT 2 + U AT 3 „ Saliente-se que se os passos normalmente abertos avariarem
enquanto estiverem em funcionamento, ou se não for possível o
seu fecho (os componentes normalmente abertos podem
rSR = U SR λSR “encravar “ quando se desejar o seu fecho) então a
continuidade de serviço só pode ser restabelecida após uma
acção de reparação.

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7
Cálculo dos índices de fiabilidade Cálculo dos índices de fiabilidade
para cortes do tipo B para cortes do tipo B

„ a) Cálculo da taxa de ocorrência e da indisponibilidade


„ Consideremos dois acontecimentos RD e RI, complementares e correspondentes ao acontecimento B admitindo que RD se
mutuamente exclusivos, com o seguinte significado: verifica.
„ Se RD se verifica poderemos concluir que quando um
„ RD – os passos normalmente abertos estão disponíveis quando o acontecimento do tipo B ocorre é sempre possível eliminá-lo
seu funcionamento é requerido (recurso disponível);
fechando um passo normalmente aberto; quando identificamos o
corte do tipo B identificamos também os passos normalmente
„ RI – os passos normalmente abertos não estão disponíveis quando
o seu funcionamento é requerido (recurso indisponível). abertos não “cortados” perto do corte em consideração. A cada um
destes passos disponíveis para a realimentação da carga,
corresponde um tempo de fecho; seja Tf o mínimo dos tempos de
fecho associados aos passos normalmente abertos que não são
“cortados” pelo corte B.

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Cálculo dos índices de fiabilidade Cálculo dos índices de fiabilidade


para cortes do tipo B para cortes do tipo B

iii) Suponhamos que B é um corte de 3.ª ordem, constituído pelos componente i, j e k. De modo
i) Suponhamos que B é um corte de 1.ª ordem, constituído pelo componente i. Neste caso é
análogo teremos:
óbvio que:

λB, RD = λi rB, RD = T f U B, RD = λi Tf
 ri rj   rj ri 
λa = λi ( λ j ri )  λk  + λj ( λi rj )  λk 
ii) Suponhamos que B é um corte de 2.ª ordem, constituído pelos componente i e j. O aluno  ri + rj   r j + ri 
verificará facilmente que:
 ri rk   rk ri 
λB,RD = λi λ j ( ri + rj ) λb = λi ( λk ri )  λ j  + λk ( λi rk )  λj 
 ri + rk   rk + ri 
λi ( λj ri ) ri T f λ j ( λi r j ) rj Tf
rB,RD = +
λB,RD ri + Tf λB ,RD r j + Tf
 r r   rr 
U B, RD = λB, RD rB, RD λc = λ j ( λk rj )  λi j k  + λk ( λ j rk )  λi k j 
 r j + rk   rk + r j 

Método dos Cortes Mínimos 31 Método dos Cortes Mínimos 32

8
Cálculo dos índices de fiabilidade Cálculo dos índices de fiabilidade
para cortes do tipo B para cortes do tipo B
„ c) Cálculo da taxa de ocorrência e da indisponibilidade
„ b) Cálculo da taxa de ocorrência e da indisponibilidade
correspondentes ao acontecimento B
correspondentes ao acontecimento B admitindo que RI se
verifica. „ Sendo P(B), P(RD) e P(RI) as probabilidades de ocorrência dos
acontecimentos B, RD, RI e atendendo ao modo como RD e RI
„ Se o acontecimento RI se verifica tal é equivalente a dizer-se que foram definidos, são verificadas as condições de aplicabilidade do
sempre que B ocorre não é possível realimentar a carga com teoremo de Bayes, logo
recurso aos passos normalmente abertos; nesta hipótese tudo se
passa como se os passos normalmente abertos não existissem. P ( B ) = P ( B RD ) P ( RD ) + P ( B RI ) P ( RI )
Pode, portanto, concluir-se que λB , RI , rB , RI , U B , RI serão obtidos o que nos permite escrever
pelas expressões já obtidas para os cortes do tipo A. U B = U B, RD P ( RD ) + U B , RI P ( RI )
uma vez que
P ( RD ) + P ( RI ) = 1

basta-nos calcular o valor de P(RI), isto é, a probabilidade dos passos normalmente


abertos não “cortados” pelo corte B não estarem disponíveis quando o seu funcionamento
é requerido.
Método dos Cortes Mínimos 33 Método dos Cortes Mínimos 34

Cálculo dos índices de fiabilidade Cálculo dos índices de fiabilidade


para cortes do tipo B para cortes do tipo B

„ Se admitirmos que no sistema em análise não se encontram „ O tempo médio durante o qual é requerido o funcionamento dos
simultaneamente fora de serviço, por avaria, mais do que 3 passos normalmente abertos, ra, é dado por:
componentes, para o cálculo de de λ , r e U , e apenas
R R R

consideraremos:
ra = ri , se B é um corte do tipo {i}
„ cortes de 1ª ordem se B for um corte de 2ª ordem;
„ cortes de 1ª e 2ª ordem se B for um corte de 1ª ordem
ri rj
e consideraremos que e são iguais a zero se B for um corte de 3ª ra = , se B é um corte do tipo {i , j}
ri + rj
ordem.
ri rj rk
ra = , se B é um corte do tipo {i, j, k}
ri rj + ri rk + rj rk

Método dos Cortes Mínimos 35 Método dos Cortes Mínimos 36

9
Cálculo dos índices de fiabilidade Avarias activas e avarias
para cortes do tipo B passivas
„ Teremos, então, que

U B = U B, RD 1 − ( Pe + U R )  + U B, RI ( Pe + U R ) λ

λ - taxa de avarias
F A
λB = λB,RD + ( λB, RD − λB, RD Pe ) λR ra r - tempo médio de reparação

µ= 1 / r
rB = U B λB

Método dos Cortes Mínimos 37 Método dos Cortes Mínimos 38

Avarias activas e avarias Avarias activas e avarias


passivas passivas
„ Componente residindo em 3 estados „ Componente residindo em 3 estados

AP
AP µ
/r
µ =1

λp 1/S
λp 1/S
F
F

AA
AA
λ λa
λa

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Avarias activas e avarias Avarias activas e avarias
passivas passivas
„ Antes de iniciar a acção de reparação do transformador retira-se
„ Suponhamos, por exemplo, que num transformador se verifica
ou isola-se este componente do sistema, deixando assim de
uma ruptura no isolamento fazendo com que se estabeleça um
existir um defeito no sistema. Uma vez que já não exista
circuito de baixa impedância entre um enrolamento e a terra:
qualquer defeito no sistema os órgãos de protecção podem, se
diremos, então, que ocorreu uma avaria no transformador.
tal fôr conveniente, ser fechados; a partir do instante em que
Porque se trata de uma avaria que provoca um curto-circuito
estes órgãos podem ser fechados diz-se que o transformador
existem órgãos de protecção (fusíveis ou disjuntores) que
passou a estar passivamente avariado. Ao intervalo de tempo
interrompem a corrente de defeito abrindo os seus contactos;
que decorre entre o instante em que verifica a avaria e o
nestas circunstâncias verifica-se que o transformador está
instante em que os órgãos de protecção podem ser fechados
avariado e que os correspondentes órgãos de protecção abriram
chama-se tempo de isolamento do componente avariado;
os seus contactos, encontrando-se por isso fora de serviço: diz-
imediatamente após o tempo de isolamento é possível iniciar a
se, então, que o transformador se encontra activamente
acção de reparação com vista à eliminação do defeito no
avariado.
componente.
Método dos Cortes Mínimos 41 Método dos Cortes Mínimos 42

Avarias que podem ser eliminadas Avarias que podem ser eliminadas
por acções de isolamento por acções de isolamento

„ Aos modos de avaria que podem ser eliminados por acções de


„ Todos os modos de avaria que compreendem explicitamente isolamento vamos fazer corresponder a designação de cortes do tipo C.
uma avaria activa podem ser eliminados isolando o Sempre que
componente activamente avariado um acontecimento possa, simultâneamente ser eliminado por acções de
isolamento ou por acções de manobra (fecho de passos normalmente
abertos) admitiremos que procedemos à sua eliminação sem recorrer
aos
passos normalmente abertos; este pressuposto permite-nos não
considerar a submatriz dos passos normalmente abertos aquando da
identificação dos cortes do tipo C.

Método dos Cortes Mínimos 43 Método dos Cortes Mínimos 44

11
Identificação dos cortes mínimos do Identificação dos cortes mínimos do
tipo C tipo C

„ a) Identificação dos cortes do tipo C de 1ª ordem „ b) Identificação dos cortes do tipo C de 2ª ordem

Suponhamos que estamos a simular uma avaria activa no componente i. Se ao simular uma avaria activa no componente i se verifica que apenas
Antes do início da simulação verifica-se se i é um corte de 1ª ordem do tipo alguns passos são interrompidos, então divide-se matriz dos passos em
A ou B; se fôr não se procede à simulação passando-se para a simulação de duas submatrizes: a submatriz dos passos não interrompidos e a submatriz
avarias no componente seguinte; se i não é um corte de 1ª ordem do tipo dos passos interrompidos como consequência de uma avaria activa no
A ou B consideram-se fora de serviço o componente i e todos os componente i. Identificam-se, a seguir, os cortes mínimos de 1ª ordem
componentes que “abrem” quando ocorre uma avaria activa no componente associados à submatriz dos passos não interrompidos; admita-se que j é
i ( estes componentes constituem o que se designa por zona de protecção um destes cortes.
do componente i)
Conhecendo-se os componentes que estão fora de serviço pode a seguir Se j não for um corte de 1ª ordem dos tipos A ou B e se (i, j) não constituir
identificar-se os passos que são interrompidos; se todos os passos forem um corte de 2ª ordem dos tipos A ou B, então (iA,jT), constitui um corte de
interrompidos, então i activamente avariado (iA) é um corte de 1ª ordem 2ª ordem do tipo C.
do tipo C.
Método dos Cortes Mínimos 45 Método dos Cortes Mínimos 46

Identificação dos cortes mínimos do Cálculo dos índices de fiabilidade dos


tipo C cortes do tipo C

„ c) Identificação dos cortes do tipo C de 3ª ordem

Após a identificação dos cortes de 2ª ordem do tipo C identificam-se,


λai , representa a taxa de avarias activas do componente i;
a seguir, os cortes mínimos de 2ª ordem associados à submatriz dos passos
não interrompidos pela simulação de uma avaria activa no componente i; Si , representa o tempo de isolamento do componente i (tempo de decisão mais tempo
admita-se que (j,k) é um destes cortes. necessário ao isolamento eléctrico).
Se (j,k) não for um corte de 2ª ordem dos tipos A ou B e se (i,j,k) também
não for um corte de 3ª ordem dos tipos A ou B, então (iA,jT,kT) constitui
um corte de 3ª ordem do tipo C.

Método dos Cortes Mínimos 47 Método dos Cortes Mínimos 48

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Cálculo dos índices de fiabilidade dos Cálculo dos índices de fiabilidade dos
cortes do tipo C cortes do tipo C

a) Cortes de 1.ª ordem: componente i activamente avariado {i A} b) C ortes de 2.ª ordem: componente i activamente avariado e componente j avariado {i A, j}

De cada corte Total De cada corte Total

n2
λC 2 = λai ( λ j Si ) + λ j ( λai rj )
n1
λC1 = λai λCT 1 = ∑ λC1 λCT 2 = ∑ λC 2

n1 S i rj n2

rC1 = Si U CT 1 = ∑ U C1 rC 2 = U CT 2 = ∑ U C 2
Si + rj
U C1 = λai Si = λC1 rC1 rCT 1 = U CT 1 λCT 1 U C 2 = λC 2 rC 2 rCT 2 = U CT 2 λCT 2

Método dos Cortes Mínimos 49 Método dos Cortes Mínimos 50

Cálculo dos índices de fiabilidade dos Cálculo dos índices de fiabilidade dos
cortes do tipo C cortes do tipo C
c) Cortes de 3.ª ordem: componente i activamente avariado e componente j e k avariados Total
{i A, j, k}
n3 n3
De cada corte λCT 3 = ∑ λC 3 U CT 3 = ∑ U C 3 rCT 3 = U CT 3 λCT 3
 Si rj   S r 
λC 3 = λai ( λ j Si )  λk + λai ( λk Si )  λ j i k  +
 S + r  Para um sistema qualquer os índices de fiabilidade correspondentes a modos de avaria que podem
 i j   Si + rk 
ser eliminados por acções de isolamento são dados por:
 rj Si   rj rk 
λ j ( λai rj )  λk  + λ j ( λk rj )  λai  +
 rj + Si   rj + rk 
 rk Si   rk rj  λSI = λCT 1 + λCT 2 + λCT 3
λk ( λai rk )  λ j  + λk ( λ j rk )  λai  =
 rk + Si   rk + rj 
= λai λ j λk ( Si rj + Si rk + rj rk )
U SI = U CT 1 + U CT 2 + U CT 3

rSI = U SI λSI
Si rj rk
rC 3 = U C 3 = λC 3 rC 3
Si rj + Si rk + rj rk
Método dos Cortes Mínimos 51 Método dos Cortes Mínimos 52

13
Identificação de cortes mínimos do Identificação de cortes mínimos do
tipo D tipo D

„ a) Identificação dos cortes do tipo D de 2ª ordem


4
1
Suponhamos, no que se segue, que a “zona de protecção” do componente
2
5
i é definida pelos componentes (k,l,m), que a zona de protecção do
componente k é definida por (k1, k2, k3), a do componente 1 por (l1, l2, l3)
3
6 e a do componente m por (m1, m2, m3).
7
Admitamos ainda que estamos a simular uma avaria activa no componente
8 i; já afirmamos anteriormente que só fazíamos esta simulação se i não for
L1
um corte de 1ª ordem dos tipos A ou B.
9

10
11

L2

Método dos Cortes Mínimos 53 Método dos Cortes Mínimos 54

Identificação de cortes mínimos do Cálculo dos índices de fiabilidade dos


tipo D cortes do tipo D

„ b) Identificação dos cortes do tipo D de 3ª ordem „ a) Cortes de 2.ª ordem: componente i activamente avariado e
Suponhamos que fomos conduzidos à simulação de (iA, kE) e que a saída componente k encravado {i A, k E}
de serviço dos componentes (i, k1, k2, k3, l, m) não interrompe todos os
De cada corte Total
passos de alimentação da carga, isto é (iA, kE) não é um corte de 2ª ordem
do tipo D. Nestas circunstâncias deveremos identificar, a seguir, os cortes n2

de 1ª ordem associados aos passos que não foram interrompidos pela λD 2 = λai Pek λDT 2 = ∑ λD 2
simulação de (iA, kE). n2

Se (p) for um destes cortes e se (p) não constituir um corte de 1ª ordem rD 2 = Si U DT 2 = ∑ U D 2


dos tipos A ou B, então (iA, kE, pT) constitui um corte de 3ª ordem do U D 2 = λai Si = λD 2 rD 2 rDT 2 = U DT 2 λDT 2
tipo D.

Método dos Cortes Mínimos 55 Método dos Cortes Mínimos 56

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Cálculo dos índices de fiabilidade dos Cálculo dos índices de fiabilidade do
cortes do tipo D sistema
„ b) Cortes de 3.ª ordem: componente i activamente avariado,
componente k encravado e componente p avariado{i A, k E, pT}
n3 λS = λSR + λSF + λSI + λSE
λD3 = λai Pek (λ p Si ) + λ p ( λai Pek rp ) λDT 3 = ∑ λC 3

Si rp n3
rD 3 = U DT 3 = ∑ U D3
Si + rp U S = U SR + U SF + U SI + U SE
U D 3 = λ D3 rD3 rDT 3 = U DT 3 λ DT 3

λSE = λDT 2 + λDT 3 rS = US λS


U SE = U DT 2 + U DT 3

rSE = U SE λ SE
Método dos Cortes Mínimos 57 Método dos Cortes Mínimos 58

Cálculo dos índices de fiabilidade do


sistema
„ Note-se que em todas as expressões apresentadas se supôs que as taxas
de avarias totais e activas, os tempos médios de reparação e os tempos
médios de isolamento dos componentes estão expressos em unidades
coerentes, por exemplo, as taxas em (ano-1) e os tempos médios em
(ano).

„ Neste caso os valores resultantes para os índices de fiabilidade dos


diversos modos de avaria (parciais ou totais) e os índices de fiabilidade do
sistema virão expressos nas mesmas unidades, ou seja, as taxas em
(ano-1) e os tempos médios em (ano), sendo os valores das indisponibilidades
adimensionais.

Método dos Cortes Mínimos 59

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