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Montes Claros
Faculdades Integradas Pitágoras
2010
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Ricardo Henrique Magela Franco (Orientador)
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importantes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo precioso dom da vida, por ter me dado a oportunidade para conseguir
mais uma vitória com força e saúde, por vários momentos que passei por dificuldades,
insegurança erros e acertos, vitórias e alegrias, chegando ao final com a certeza do dever
cumprido.
Aos meus pais Wilson e Glorinha que me deram à vida e me ensinaram a vivê-la com
dignidade e perseverança, sempre me apoiando.
Aos meus tios Adelino, Berenice e Santana que com confiança e certeza sempre torceram pelo
meu sucesso.
As minhas irmãs Kelly, Gesilane e Siodemila pelo incentivo, carinho e apoio que
contribuíram para que eu realizasse mais esse sonho.
Aos meus primos, amigos e colegas que estiveram comigo e acompanharam todos esses anos,
me ajudando em todos os momentos, os quais deixaram ainda mais agradável essa caminhada
de vitória e estes sabem o quanto foi importantes para mim a sua contribuição para o meu
sucesso.
Agradeço aos meus pais Altamiro e Eunice, por terem me colocado neste mundo e me criado
da melhor forma que podiam, por terem me dado força nessa minha caminhada, ainda curta,
mas cheia de obstáculos, que com garra e compromisso, foram vencidos.
Agradeço também aos meus tios Valdir e Neuza, por terem me acolhido em sua casa, no
momento em que eu mais precisava.
Tenho imensa gratidão e carinho por meus colegas, que „pegaram‟ bastante em meu pé
durante todo o curso. São eles: Rozilza, Delícia, Veião, Santana empresário, Léo diretor,
Narigudo, Sargento, Fredão bocaiúva.
Agradeço também à Adriana, que esteve ao meu lado em grande parte dessa minha
caminhada.
(A. Kohn)
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RESUMO
Sendo o modal rodoviário o mais utilizado, fica claro que a logística aplicada à
competitividade acaba sendo o fator mais relevante para a sustentabilidade de operadores
logísticos, tanto nacionais como multinacionais. A opção pela logística como instrumento de
um bom desempenho tem sua base na rastreabilidade de carga, administração estratégica dos
materiais e das informações, direcionando, de forma eficaz, os produtos desde sua origem até
seu destino final. Com a aplicação do sistema logístico à competitividade no transporte
rodoviário pode se fazer referência a alguns fatores de suma importância, tais como: custo,
velocidade, segurança e consistência. Esses elementos de um sistema logístico não atuam de
forma individual, agrupam conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e
serviços para administrá-las de forma coletiva, e se justificam pela contribuição que dão à
performance total do sistema. Neste momento, pode ser delineada a aplicação da logística
para a obtenção de vantagem competitiva. As metas da logística são as de disponibilizar o
produto certo, na quantidade certa, no local certo, no momento certo, nas condições
adequadas para o cliente certo ao preço justo. Assim, fica evidente a intenção de se atingir,
simultaneamente, a eficiência e a eficácia nesse processo. Ou seja, com a adoção do conceito
de “Supply Chain Management”. A globalização e a liberalização crescente da economia
mundial exige que a vantagem competitiva seja mais determinante do que a vantagem
comparativa para os países que negociam no âmbito internacional. Nesse sistema os erros não
são perdoados, pois as estratégias e a concorrência estão sempre prontas para absorver
demandas perdidas por empresas que estão logisticamente mal preparadas.
ABSTRACT
As the railroads the most widely used, it is clear that logistics competitiveness ends up being
applied to the most relevant factor for the sustainability of logistics operators, both national
and multinational companies. The choice for logistics as a tool for good performance, is based
on the traceability of cargo, strategic management of materials and information, directing,
effectively, the products from its origin to its final destination. With the implementation of the
logistics system for competitiveness in road transport can make reference to some very
important factors, such as cost, speed, security and consistency. These elements of a logistics
system does not act individually, grouping together activities related to the flow of products
and services to manage them collectively, and are justified by the contribution they make to
overall system performance. There may now be outlined the application of logistics to achieve
competitive advantage. The goals are the logistics of providing the right product at the right
quantity at the right place at the right time, under appropriate conditions for the right customer
at the right price. Thus, it is clear the intention to achieve both efficiency and effectiveness in
this process. That is, by adopting the concept of "Supply Chain Management". Globalization
and increasing liberalization of the global economy requires that competitive advantage is
more significant than the comparative advantage for countries that trade internationally. In
this system the mistakes are not forgiven, because the strategies and competition are always
ready to absorb demand lost by companies that are logistically unprepared.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………... 11
3. MODAIS DE TRANSPORTE…………....…...………………………………......... 18
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo visa avaliar “As vantagens competitivas do uso do modal rodoviário no
transporte de cargas”. Baseado em uma análise teórica, este artigo busca através de pesquisas
bibliográficas falar sobre o tema principal que são os aspectos da Logística e Cadeia de
Distribuição, sendo que o trabalho fica restrito apenas a dissertação do tema, sendo assim sem
maiores exemplificações.
Historicamente falando, a atividade logística existe desde os tempos mais antigos. Muito
difundida nas grandes batalhas desde os tempos bíblicos, os líderes militares utilizavam-se
dela para praticarem suas estratégias através de grandes deslocamentos de suas tropas de um
lugar para o outro, carregando tudo o que necessitavam; isto em virtude das batalhas nem
sempre serem próximas dos locais de combate.
Era necessária uma fantástica organização logística para que seus carros de guerra, grupos de
combates e armamentos pesados chegassem ao campo de batalha. Preocupavam-se com a
preparação dos soldados, com os meios de transporte, o armazenamento e a distribuição dos
alimentos, armas e munições, entre outras atividades.
Bowesox (2001) define a logística como um esforço integrado com o intuito de ajudar a criar
valor ao cliente pelo menor custo total possível, pois este esforço existe para satisfazer às
necessidades dos clientes.
Para Bowersox (2001) os sistemas logísticos deverão ser utilizados de tal forma que minimize
o custo total do sistema, pois o transporte mais barato significa que nem sempre resultará em
custos mais baixos. O tempo é fator importante na estratégia de transporte.
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1.1. Justificativa
Este artigo visa estudar os fatores competitivos ligados à logística. Primeiramente precisa-se
compreender que a logística deve ser entendida como o principal instrumento administrativo
para a obtenção de vantagem competitiva das organizações locais, deste século.
Segundo Ribeiro (2001), as atividades logísticas são vitais para tais organizações. Algumas
vezes elas chegam a absorver cerca de 30% da receita destas. Cada vez mais a Logística se
torna um diferencial competitivo para as empresas à medida que vem contribuindo na redução
de custos e consequentemente na melhoria de desempenho das mesmas.
O modal rodoviário foi escolhido para este estudo devido à sua participação significativa no
transporte de cargas em relação aos demais modais. Esta modalidade de transporte é realizada
em estradas de rodagem, com a utilização de veículos, na maior parte, caminhões e carretas.
Ele pode ser realizado de forma nacional ou internacional. É considerado como o modal mais
flexível por possibilitar um serviço ponto a ponto. Nele é possível o carregamento no
estabelecimento de origem e a descarga no próprio armazém de destino, sem a obrigação de
utilizar armazéns de terceiros.
Pode-se destacar como principais vantagens deste modal: serviço ponto-a-ponto, o que evita
custos adicionais; segurança da carga, por causa do pouco manuseio; maior agilidade de
embarques e partidas e, consequentemente, maior rapidez de entrega; favorecimento de
embarques de pequenos lotes; processo de despacho aduaneiro relativamente rápido. Como
1
Marcos Valle Verlangieri, diretor do Guia Log disponível em
<http://www.guialog.com.br/dicionarioi-l.htm>. Acesso em: 15 abril 2010.
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Diante do exposto torna-se necessária a realização deste estudo para que se possa aprofundar
mais em um assunto tão relevante para a Engenharia de Produção, em que o engenheiro pode
atuar projetando, implantando, melhorando e mantendo sistemas logísticos.
No 2º capítulo foram apresentados alguns conceitos e definições sobre logística além de sua
origem e aplicações, falando também sobre o fator competitivo ligado à mesma.
Há muitas maneiras de se dizer qual é o conceito de logística, uns dizem que foi desenvolvida
nas forças armadas, e vem do francês Logistique, outros dizem que o conceito é a parte da arte
da guerra que trata do Planejamento e da realização de projeto e desenvolvimento, obtenção,
armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material
(para fins operacionais e administrativos); recrutamento, incorporação, instrução e
adestramento, designação, transporte, bem estar, evacuação, hospitalização e desligamento de
pessoal; Aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e
acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar; contrato ou
prestação de serviços.
Segundo Novaes (1989), o termo “logística” teve sua origem com o advento das Grandes
Guerras. O vencedor de uma batalha seria aquele que tivesse a melhor logística a seu dispor, o
que envolveria: suprimento, planejamento, movimentação de materiais e pessoal.
Considerando um enfoque mercadológico, a logística procura resolver problemas de
suprimento de insumos ao setor produtivo e de distribuição de produtos acabados ou semi-
acabados na outra ponta do processo de fabricação.
Muito se tem falado a respeito da logística como sendo, atualmente, a responsável pelo
sucesso ou insucesso das organizações. Porém, o que se pode perceber no mercado é que
pouquíssimo se sabe sobre as atividades logísticas e como as mesmas devem ser definidas nas
organizações. Faz-se extremamente importante evitar que situações de modismo acabem por
influenciar o uso errado da palavra e, o que seria muito pior, de suas técnicas e atividades.
De acordo com Neto e Junior (2006), pode-se definir logística como sendo a junção de quatro
atividades básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para
que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico,
quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de
manufatura e marketing.
Conforme Ballou (2001) a logística se caracteriza como um novo campo de gestão integrada,
comparativamente com as tradicionais finanças, marketing e produção. As empresas têm se
engajado continuamente nas atividades de movimentação e armazenamento. A novidade
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Christopher (1997) afirma existir diversas definições para a logística, porém considera como
conceito principal, “o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e
armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas)
através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as
lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo”.
Conforme Bowersox (2006) a logística existe para mover e localizar o material de maneira a
alcançar os benefícios desejados de tempo, local e posse a um custo mínimo.
De acordo com Ballou (1993), o problema a ser enfrentado pela logística é diminuir o hiato
entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando
e onde quiserem e na condição física que desejarem.
Para Ballou (1993), existem ações-chave para a logística, que são classificadas como
atividades primárias, pois constituem-se na maior parcela do custo total e são essenciais para a
coordenação da tarefa logística. São elas: transporte, manutenção de estoques e
processamento de pedidos.
A logística dentro das estruturas empresariais tem a missão de prover o melhor nível de
rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores através de
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Ballou (1993, p. 24), considera a logística sob o ponto de vista de uma empresa,
“como sendo todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o
fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de
consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em
movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos
clientes a um custo razoável”.
Sempre há a necessidade de competir e, portanto, uma realidade que não se pode mais
ignorar. Dessa forma, todas as organizações buscam diferenciar-se de seus concorrentes para
conquistar e manter clientes. Só que isto está se tornando cada vez mais difícil.
A partir daí pode ser delineada a aplicação da logística para a obtenção de vantagem
competitiva. As metas da logística são as de disponibilizar o produto certo, na quantidade
certa, no local certo, no momento certo, nas condições adequadas para o cliente certo ao preço
justo. Assim, fica evidente a intenção de se atingir, simultaneamente, a eficiência e a eficácia
nesse processo.
A redução de custos se dará pela suavização e correta execução do fluxo de materiais que
passará a ser feito de forma sincronizada com o fluxo de informações, possibilitando redução
dos inventários, maior utilização dos ativos envolvidos, eliminação dos desperdícios,
otimização dos sistemas de transporte e armazenagem
Ao adotar o conceito de Supply Chain Management, a organização amplia sua visão e pode se
tornar muito mais ágil e mais flexível do que os concorrentes, o que seria extremamente
desejável. Como existe parceria, o planejamento estratégico será compartilhado e os riscos
serão divididos. Conceitos mais modernos como Outsourcing e o Global Sourcing passam a
ser utilizados e dá-se uma mudança no foco do relacionamento, que passa a ser um esforço
cooperativo na procura pelo aumento da lucratividade.
A logística poderá ser, portanto, o caminho para a diferenciação de uma empresa aos olhos de
seus clientes, para a redução dos custos e para agregação de valor, o que irá ser refletido num
aumento da lucratividade.
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3. MODAIS DE TRANSPORTE
Segundo Mendonça e Keedi (1997), atualmente os tipos de modais utilizados são o rodoviário
e o ferroviário, que formam o complexo terrestre; o marítimo, fluvial e lacustre, que são o
complexo aquaviário, o aéreo e o dutoviário.
O transporte ferroviário possui um custo de implantação elevado, não apenas pela exigência
de leitos mais elaborados, como também pela aquisição simultânea do material rodante,
constituído de locomotivas e vagões. Apresenta baixo custo operacional e pequeno consumo
de óleo diesel, em relação ao transporte rodoviário. Não apresenta grande flexibilidade,
operando através de pontos fixos, caracterizados por estações e pátios de carga, sendo muito
competitivo no transporte de cargas com origem e destinos fixos e para longas distâncias,
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onde os transbordos realizados na origem e no destino são compensados pelo menor custo do
transporte.
Keedi (2001) ratifica, ao afirmar que, a alta capacidade de transporte de carga é a principal
vantagem deste modal e que este fato permite um nível de frete bastante atraente.
O transporte ferroviário apresenta diferenças de bitolas nas linhas férreas, o que sempre foi
considerado como entrave do desenvolvimento deste modal. Com o início das privatizações
das ferrovias brasileiras em julho/96, o modal ferroviário apresenta sinais de recuperação,
após um período de quase abandono e deterioração por falta de investimentos.
O transporte hidroviário pode ser dividido em diversas categorias, sendo que todas podem ser
nacional ou internacional. São elas: lacustre; fluvial; marítima.
O transporte marítimo pode ser dividido em: cabotagem - navegação realizada entre portos
nacionais; longo curso - realizada entre portos brasileiros e estrangeiros.
Segundo Keedi (2001, p.30), “o modal marítimo representa aquele com a maior capacidade
individual de carga por veículo, bem como a maior capacidade total, considerando o conjunto
das embarcações existentes”.
Pode-se destacar como principais vantagens deste modal, os seguintes: atende às grandes
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distâncias; na maioria das vezes, é o modal que oferece o menor frete, em virtude de sua
grande capacidade e do baixo custo da força motriz utilizada; oferece contêineres, que são
equipamentos especializados para cada necessidade específica de transporte da carga.
Pode-se destacar como principais vantagens deste modal, os seguintes: atendimento a diversas
regiões do mundo; modal de transporte mais veloz, permitindo uma resposta rápida do
exportador às demandas dos clientes; menor custo de reposição de estoque por parte dos
importadores devido à rapidez do atendimento; redução nos custos de embalagens e seguro
devido a grande segurança oferecida.
Os dutos são tubos subterrâneos, que geralmente são impulsionados por bombeamento ou por
um jato de água contínuo, submetido a forte pressão. Neste modal de transporte, o veículo
utilizado compõe a própria infra-estrutura construída (dutos), permitindo a remessa de
produtos a longas distâncias.
Segundo Ballou (1993), este modal apresenta uma relação muito limitada de serviços e
capacidades, sendo esta a principal desvantagem encontrada neste modal.
O sistema de transportes adotado no Brasil define-se basicamente por uma extensa matriz
rodoviária, sendo também servido por um sistema limitado de transporte fluvial (apesar do
numeroso sistema de bacias hidrográficas presentes no país), ferroviário e aéreo.
Com a intenção de se construir uma rede de transportes interligando todos os estados do país
teve início com as democracias desenvolvimentistas, em especial as de Getúlio Vargas e
Juscelino Kubitscheck. Nesta época, o maior símbolo da modernidade e do avanço em termos
de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção desses governantes na
elaboração e construção de estradas. A partir desse momento, o Brasil tem sua malha viária
baseada no transporte rodoviário.
Segundo Pereira et all (2010), no Norte de Minas Gerais, as atividades do setor agroindustrial
exportador estão localizadas nos municípios de Janaúba, Salinas, Taiobeiras, Vargem Grande
do Rio Pardo, São João do Paraíso, Ninheira, Grão-Mogol, Montes Claros, Pirapora e
Coração de Jesus. Os principais produtos agroindustriais exportados pelas empresas
localizadas e com domicilio fiscal na região foram: Carne bovina in natura, cachaça, madeiras
de coníferas, arcos de madeira, óleo de eucalipto, frutas, polpa de frutas, polpa de tomate e
melado de cana. As atividades produtivas do setor agroindustrial representaram o equivalente
a 1,61 % dos valores monetários e 4,63% da quantidade quilograma das mercadorias
exportadas na região.
As atividades comerciais do setor agroindustrial da região norte - mineira estão mais voltadas
para oportunidades do mercado interno, atuando-se muito pouco no mercado externo. As
limitações da atuação do setor agroindustrial no mercado externo se dão pelas dificuldades
para exercer uma conexão das atividades de comercialização e logística com o exterior,
associado também ao fato dos produtos agroindustriais regionais terem um valor agregado
relativamente baixo. E o alto custo da logística e dos transportes no deslocamento desses
produtos acaba inviabilizando as exportações do setor agroindustrial, uma das saídas para
superação dos altos custos logísticos seria buscar agregação de valor aos produtos
agroindustriais destinados à exportação.
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A logística tem sido um desafio, na atualidade. A gestão do transporte é um dos pontos que a
gestão estratégica da logística precisa considerar, para a eficácia da empresa.
A gestão do transporte rodoviário, muitas vezes, tem sido deixada para segundo plano,
predominando, ainda, modelos arcaicos de gestão empresarial.
No Brasil, segundo Novaes (2007), fica difícil utilizar todas as opções modais, por diversos
motivos: as ferrovias não formam uma rede com boa cobertura no território nacional; o
transporte marítimo também possui pouca amplitude; o transporte aéreo presta-se mais para
transporte de passageiros, apesar de estar sendo procurado para transporte de carga
internacional, com tendência ao crescimento, devido à globalização. Apesar disso, é o modal
mais expressivo no território brasileiro.
O transporte rodoviário tem sido considerado o meio de transporte mais comum e eficiente no
território nacional, apesar do custo do frete. De acordo com Arnold (1999), comparado aos
demais meios de transporte, o caminhão tem um custo de aquisição relativamente baixo,
sendo o meio de transporte mais adequado para a distribuição de pequenos volumes a áreas
mais abrangentes.
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5. VANTAGEM COMPETITIVA
A logística deve ser entendida como o principal instrumento administrativo para a obtenção
de vantagem competitiva das organizações locais, deste século. A necessidade de uma
integração logística, aliada às constantes mudanças das necessidades dos clientes, leva a
observar na logística não apenas as atividades de almoxarifado, unitização, estoque e
transporte de mercadorias, mas sim planejamento e coordenação do fluxo de informações e do
fluxo de materiais que permitem maior eficiência no suprimento da fábrica, no planejamento
da produção e na distribuição física dos produtos acabados.
A visão de Ballou (1993) quanto aos problemas logísticos demonstra que sua relevância é
influenciada diretamente pelos custos associados às atividades desenvolvidas. Fatores de peso
estão influenciando o incremento dos custos logísticos. Dentre eles, os mais relevantes são: o
aumento da competição internacional, as alterações populacionais, a crescente escassez de
recursos e a atratividade cada vez maior de mão-de-obra no terceiro mundo.
Um dos problemas logísticos da atualidade é o ciclo de vida dos produtos, que está ficando
cada vez mais curto devido às mudanças tecnológicas e à demanda, que se combinam para
produzir mercados voláteis em que um produto pode ficar obsoleto tão logo seja lançado, a
exemplo dos computadores.
Para Rocha (2001), na busca por essa maior competitividade um meio de agregar valor é
através dos serviços. A importância crescente dos serviços como base para diferenciação dos
produtos se deve à convergência tecnológica por parte das empresas; a tecnologia deixa de ser
um fator competitivo, pois todas as empresas têm o mesmo acesso a ela. Se dermos uma
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maior importância ao serviço como fator de diferenciação do produto teremos agregado maior
valor a esse serviço.
Atualmente, a boa imagem é um requisito cada vez mais imprescindível nos serviços de
distribuição e coleta. Muitas empresas a consideram como um agregado que ajuda aumentar a
produtividade, que através de um ciclo, aumenta a renovação constante da frota.
Segundo Porter (1992), a vantagem competitiva surge do valor que uma empresa consegue
criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa, sendo que
valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar e a base fundamental do
desempenho acima da média em longo prazo é a vantagem competitiva sustentável.
Portanto, para a empresa obter um retorno acima da média, é necessário possuir uma
vantagem sustentável em relação aos concorrentes e às mudanças do setor.
Hitt et al (2002) também afirmam que “a vantagem competitiva é gerada e sustentada através
de um processo altamente localizado”, porque as diferentes culturas, economias, valores
nacionais e histórias contribuem para a obtenção do êxito competitivo. Contudo, os mesmos
autores confirmam que os retornos acima da média somente serão obtidos se as competências
essenciais, as quais são identificadas através do estudo do ambiente interno (recursos e
capacidades do ambiente interno), forem adequadas às oportunidades de mercado e destacam
que não há vantagem competitiva eterna, por isso as empresas necessitam explorar suas
vantagens atuais e, ao mesmo tempo, utilizar seus recursos e capacidades para criar
competências essenciais, as quais podem se tornar novas vantagens competitivas.
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Também afirmam que para uma capacidade tornar-se uma competência essencial, e uma fonte
de vantagem competitiva, precisa obedecer aos seguintes critérios: capacidades valiosas;
capacidades raras; capacidades difíceis de imitar; capacidades insubstituíveis.
Tweed (1998) afirma que, para ser competitivo, é preciso se focar naquilo que se faz melhor
que os concorrentes, sendo que as cinco fontes de vantagem competitiva são: preço baixo;
produto exclusivo; serviço diferenciado; foco fino de mercado e relacionamentos.
Já Bateman e Snell (1998) declaram que a vantagem competitiva é obtida através da adoção
de abordagens de administração que satisfazem as pessoas, dentro e fora da empresa, com
competitividade em custos, produtos de alta qualidade, velocidade e inovação.
Porém, segundo Porter (1992), uma empresa pode se posicionar tendo um dos dois tipos
básicos de vantagem competitiva: liderança em custo ou diferenciação. Estas, juntamente com
as atividades para as quais uma empresa procura obtê-las, levam às três estratégias genéricas
mencionadas anteriormente, para alavancar desempenho acima da média em uma indústria.
Por isso, para obter uma vantagem competitiva, a empresa deve fazer uma escolha sobre o
tipo de vantagem competitiva que deseja obter.
Além disso, conforme Porter (2003), em algumas ocasiões as vantagens obtidas com o
pioneirismo, como o relacionamento com os clientes, as economias de escala e lealdade dos
canais de distribuição, permitem que uma empresa estagnada mantenha sua posição por mais
algum tempo, porém, a única maneira de sustentar a vantagem competitiva consiste na sua
ampliação para formas mais sofisticadas.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo são resumidas as principais conclusões a que este estudo chegou, ao mesmo
tempo em que se verifica que os objetivos específicos por ele propostos foram atingidos.
Também são tecidos comentários acerca das suas limitações, contribuições e, por fim,
apresentadas recomendações para novos trabalhos na área.
Pode-se perceber que o modal rodoviário, para a maioria dos contratos de transporte, se faz a
melhor opção, já que tem uma malha viária que abrange o território nacional de norte a sul.
Tem a disponibilidade e flexibilidade de entregar no destino final sua carga. Apesar de sofrer
com a restrição no desempenho causado pela falta de infraestrutura das estradas, o modal
rodoviário atualmente absorve cerca de 60% do total de cargas transportadas no país.
Todos os modais relatados neste trabalho tem suas vantagens como também desvantagens,
mas o transporte realizado em rodovias se torna mais competitivo por motivos bem
significantes, tais como: Garantia dos prazos de entregas; Transporte dedicado; Facilidade de
acesso ao local de carga e descarga (indústria ou Centro de Distribuição), oferecendo, assim,
uma única movimentação de carga/descarga. É o principal modal na matriz de transportes no
Brasil – em muitas regiões é a única opção existente; Tem enorme capilaridade comparado
aos demais; Vendas que possibilita a entrega na porta do comprador; Exigência de
embalagens a um custo bem menor; A mercadoria pode ser entregue diretamente ao cliente
sem que este tenha que ir buscá-la; Uma movimentação menor da mercadoria, reduzindo
assim, os riscos de avarias.
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A realização deste trabalho tem como intuito contribuir para o crescimento significativo do
desenvolvimento crítico no que diz respeito ao discernimento do que foi levado em
consideração para construção desta monografia.
Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram encontradas algumas dificuldades e limites que
devem ser destacados:
a) Material específico indisponível na biblioteca da faculdade.
b) O presente trabalho não tem aplicação prática, trata-se apenas de revisão literária.
Recomenda-se ainda um estudo sobre outros temas transversais como, por exemplo, ética no
transporte logístico, sustentabilidade e logística reversa, trabalho e consumo.
Acredita-se que os objetivos propostos para essa pesquisa foram atingidos, mesmo
reconhecendo que este trabalho não constitui um ponto final sobre o assunto, mas uma
pequena contribuição para ser agregada ao conhecimento existente sobre o conceito de
logística e modais de transporte, vantagens competitivas e desvantagens que devem ser
revertidas a pontos fortes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TWEED, S. C. Foco estratégico: A vantagem competitiva. São Paulo: Editora Gente, 1998.