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GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE


SEE/AL
PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA MEC-PNUD-SEE/AL

EIXO 1 – POLÍTICA EDUCACIONAL PARA O ESTADO DE ALAGOAS

AÇÃO 3 – PROGRAMA ESTADUAL DE ALFABETIZAÇÃO –


PROGRAMA ARACÊ
Teotônio Brandão Vilela Filho
GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOAS

José Wanderley Neto


VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOAS

Rogério Auto Teófilo


SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE

Maria Cícera Pinheiro


SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTO DA EDUCAÇÃO

Jorge VI Lamenha Lins


SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE ESPORTE
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
SEE/AL
PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA MEC-PNUD-SEE/AL

EIXO 1 – POLÍTICA EDUCACIONAL PARA O ESTADO DE ALAGOAS

AÇÃO 3 – PROGRAMA ESTADUAL DE ALFABETIZAÇÃO –


PROGRAMA ARACÊ

Alagoas, 2009

“Apesar dos esforços que vêm sendo empreendidos mundialmente


para superar o problema do analfabetismo e da exclusão na
educação, muitos países, entre eles o Brasil, ainda registram uma
situação preocupante com enormes desafios a enfrentar. Embora
índices quantitativos tendam a reduzir a dimensão humana das
questões que representam, é fundamental lembrar que mundialmente
são mais de 774 milhões de pessoas adultas (a maioria mulheres)
que não sabem ler e escrever. Na América Latina, o contingente é da
ordem de 34 milhões e, no Brasil, 14,4 milhões de jovens e adultos
continuam analfabetos e excluídos”.
Timothy D. Ireland
Especialista em EJA
UNESCO - Brasil (2008)
Maria Cícera Pinheiro
COORDENAÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL

José Fernando Santa Cruz


COORDENAÇÃO DE APOIO LOGÍSTICO

Ângela Maria Costa dos Santos


LÍDER - POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Ana Márcia Cardoso Ferreira


COORDENAÇÃO DA AÇÃO

Anabela Nascimento da Silva Lima


Ana Márcia Cardoso Ferreira
Anildo Antônio Rosso
Edvaldo Albuquerque dos Santos
Eneide Maria Rosso
Flora Regina Costa Correia
Leilson Oliveira do Nascimento
Lidiane Figueredo de Andrade
Maria Vilma da Silva
Neuza Maria Caldas dos Santos
Nilza Maria Barros Duarte
EQUIPE DE ELABORAÇÃO

Laudo Bernardes – Coordenador Geral


Maria Edenise Galindo – Coordenadora Local
Liliane Marchiorato – Consultora Local
Manuel Orleilson Ferreira da Silva – Consultor Local
EQUIPE DE APOIO TÉCNICO MEC-PNUD
PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA MEC-PNUD-SEE/AL

O Projeto de Cooperação Técnica MEC-PNUD-SEE/AL, estabelecido entre o Ministério da


Educação (MEC), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Secretaria de
Estado da Educação e do Esporte de Alagoas (SEE/AL), caracteriza-se como um esforço conjunto
dessas instituições com o objetivo de elaborar e apresentar à sociedade alagoana uma proposta de
educação cujo foco é a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos da educação básica e a
consequente reversão dos indicadores educacionais do estado.

Esta proposta foi elaborada por técnicos da SEE/AL, com o apoio de consultores do MEC-
PNUD e passou a denominar-se PROGRAMA GERAÇÃO SABER, o qual pressupõe a implantação
de ações de universalização do acesso, de garantia de permanência e de aprimoramento das práticas
pedagógicas desenvolvidas pelas escolas públicas do estado, assim como a integração das redes
estadual e municipais de ensino, a adequação organizacional e do gerenciamento da SEE/AL em
todas as suas instâncias administrativas, sua qualificação no campo da Tecnologia da Informação e
da Comunicação e na melhoria das condições da rede estadual de ensino.

O trabalho de construção da proposta foi organizado em cinco eixos estruturantes, definidos a


partir das prioridades identificadas no diagnóstico da realidade local. Esses eixos contemplam ações
consideradas essenciais ao aprimoramento dos serviços educacionais prestados pela SEE/AL e a
promoção das condições básicas para a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos da rede
pública do estado, de modo a mudar a realidade educacional de Alagoas, nos anos de 2009 e 2010,
conforme a relação a seguir apresentada.

EIXO 1 – POLÍTICA EDUCACIONAL PARA O ESTADO DE ALAGOAS


Ação 1 – Política de Educação Básica para Alagoas: Bases Legais, Políticas e Pedagógicas.
Ação 2 – Referencial Curricular da Educação Básica para as Escolas Públicas de Alagoas
Ação 3 – Programa Estadual de Alfabetização.
Ação 4 – Programa Estadual de Desenvolvimento do Ensino Médio.
Ação 5 – Programa Estadual de Correção de Fluxo Escolar.
Ação 6 – Programa Estadual de Formação Continuada para os Profissionais da Educação.
Ação 7 – Uso Pedagógico da TIC Educacional.
Ação 8 – Sistema de Avaliação Educacional de Alagoas: Expansão e Implementação.

EIXO 2 – REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE ESTADO E MUNICÍPIOS


Ação 1 – Institucionalização do Regime de Colaboração entre Estado e Municípios Alagoanos.

EIXO 3 – ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA E DO FUNCIONAMENTO DA SEE


Ação 1 – Definição e Implantação da Estrutura Organizacional da SEE: Administração Central e
Regional.
Ação 2 – Capacitação dos Profissionais da Administração Central e Regional na nova estrutura
organizacional da SEE.
Ação 3 – Definição e implantação da Estrutura Organizacional das Escolas

5
Ação 4 – Padrões de funcionamento das Coordenadorias Regionais de Educação e escolas.
Ação 5 – Implantação de Sistema de Gestão Corporativa.
Ação 6 - Implantação de Sistema de Gestão da Rede Escolar.
Ação 7 – Implantação de Sistema de Gestão da Escola.
Ação 8 – Mobilização Interna da SEE/AL para o Compromisso de Todos pela Educação.
Ação 9 – Mobilização e Controle Social da Educação em Alagoas.
Ação 10 – Fortalecimento dos Órgãos Colegiados da SEE/AL.

EIXO 4 – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE ALAGOAS


Ação 1 – Informatização e Modernização da SEE/AL
Ação 2 – Capacitação dos Profissionais da SEE/AL no uso das TIC.

EIXO 5 – MELHORIA DAS CONDIÇÕES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE ALAGOAS


Ação 1 – Especificações técnicas para a Construção de Unidade Escolar e seus Equipamentos e
Mobiliários.
Ação 2 – Adequação e Expansão da Rede Estadual de Ensino.

6
APRESENTAÇÃO

O Programa Estadual de Alfabetização é uma iniciativa do governo de Alagoas, a partir do


Projeto de Cooperação Técnica entre o Ministério de Educação (MEC), o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte de
Alagoas (SEE) para melhorar a qualidade da aprendizagem dos alunos e reverter os altos índices de
analfabetismo no Estado.

O Programa Estadual de Alfabetização do Estado de Alagoas, denominado Aracê – palavra


Tupi-guarani que significa aurora, nascer do dia –, se propõe a aglutinar e integrar todas as propostas
de alfabetização no estado, desde as crianças até os idosos.

Ao implantar o Programa Aracê, o governo do Estado assume seu compromisso político-


social com toda a população e, especialmente, com aqueles que hoje se encontram excluídos do
chamado “mundo letrado”.

O desafio é grande, mas maior do que ele deve ser o compromisso e a participação de toda a
sociedade, já que a implantação do Programa Aracê pressupõe a parceria entre Estado, Municípios
e sociedade civil organizada no aprimoramento da qualidade da educação pública; no sentido de
promover a alfabetização de todas as crianças, jovens e adultos, de reduzir as desigualdades
existentes através da ampliação das oportunidades de acesso à escolarização e de direcionar,
prioritariamente, seus recursos técnicos e financeiros para a alfabetização.

O público a ser atendido pelo presente programa é organizado nesta proposta em quatro
grupos:
1. Crianças de 6 a 8 anos de idade matriculadas regularmente nos anos iniciais do Ensino
Fundamental da rede pública do Estado;
2. Crianças e adolescentes a partir de 9 anos ainda não alfabetizados, matriculados
regularmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental e em situação de distorção idade/ano
escolar;
3. Crianças e adolescentes a partir de 11 anos ainda não alfabetizados, matriculados
regularmente nos anos finais do Ensino Fundamental;
4. Jovens, adultos e idosos ainda não alfabetizados.

Trata-se de uma política pública de grande porte e de suma importância para a inclusão
social no Estado de Alagoas, uma vez que garante a todos o direito inalienável à educação,
oportuniza a continuidade dos estudos, amplia os horizontes e as perspectivas de inserção social,
promove a elevação cultural e instrumentaliza os cidadãos para o enfrentamento dos desafios da vida
contemporânea.

7
SUMÁRIO

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA MEC-PNUD-SEE/AL


APRESENTAÇÃO
SIGLAS UTILIZADAS............................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................10
2. A ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO......................................11
3. O RETRATO DA REALIDADE EDUCACIONAL DE ALAGOAS E OS DESAFIOS DA
ALFABETIZAÇÃO................................................................................................................13
4. EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DE OUTROS ESTADOS.............................................................15
5. O PROGRAMA ARACÊ: PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO PARA ALAGOAS........................15
6. OBJETIVOS ....................................................................................................................18
7. PÚBLICO: CRIANÇAS, ADOLESCENTES, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS: DIFERENTES
CARACTERÍSTICAS E NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM...................................................18
7.1. Crianças de 6 a 8 anos matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental.........................18

7.2. Crianças e adolescentes em distorção idade/ano escolar matriculadas nos anos iniciais do
Ensino Fundamental.........................................................................................................................19

7.3. Crianças e adolescentes não alfabetizados do 6º ao 9º ano......................................................19

7.4. Jovens, adultos e idosos.............................................................................................................19

8. AÇÕES DE IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA....................................................................20


9. CRONOGRAMA..............................................................................................................21
10. METAS.........................................................................................................................21
11. METAS FÍSICAS E FINANCEIRAS....................................................................................22
12. ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DO PROGRAMA.......................................23
13. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA........................................................................................23
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................24

8
SIGLAS UTILIZADAS

CRE Coordenadoria Regional de Educação


CEE Conselho Estadual de Educação
EJA Educação para Jovens e Adultos
GEEMPA Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
LDB Lei de Diretrizes e Bases
MEC Ministério da Educação e Cultura
MOVA Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos
PAR Plano de Ações Articuladas
PEE Projeto Principal de Educação
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNE Plano Nacional de Educação
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRALER Programa de apoio à leitura e à escrita
PROFA Programa de Formação de Professores Alfabetizadores
PRO-LETRAMENTO Programa de formação de professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental
SAEB Sistema Nacional de Ensino Básico
SAVEAL Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Alagoas
SEE/AL Secretaria de Estado da Educação e do Esporte de Alagoas
SIMEC Sistema Integrado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Ministério da
Educação
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação

9
1. INTRODUÇÃO

Por sua relevância social, a educação é tema central dos debates nacionais, sendo
destacada como área prioritária nas políticas de governo, porém, o Brasil ainda está longe de resolver
problemas considerados primordiais como a erradicação do analfabetismo e a melhoria da qualidade
da aprendizagem dos alunos.

Nessa perspectiva, a alfabetização se consolida como uma política de Estado, já que é uma
das etapas do processo de educação escolar e, portanto, um direito social garantido na Constituição
da República Federativa do Brasil. Além disso, a inclusão social pressupõe a garantia de acesso à
leitura e à escrita; uma vez que a sociedade de hoje se constitui numa sociedade letrada e,
considerando que o domínio dessas habilidades é determinante nesse processo de inclusão dos
cidadãos não alfabetizados, a alfabetização deve se efetivar enquanto política pública prioritária em
qualquer comunidade.

Nesse sentido, Alagoas apresenta dados tão preocupantes quanto o restante do país, pois o
índice de analfabetismo no Estado atinge 25,1% da população acima de 15 anos de idade, segundo
dados do PNAD/IBGE1, num total de 567 mil analfabetos. Nesse contexto, a transformação da
realidade educacional de Alagoas passa, necessariamente, pela superação do analfabetismo.

O Projeto de Cooperação Técnica firmado entre MEC-PNUD-SEE/AL propõe um conjunto de


ações determinantes na ampliação do acesso e na melhoria da qualidade da aprendizagem das
escolas públicas de Alagoas. Nessa perspectiva foi concebido o Programa Estadual de Alfabetização,
enquanto uma ação do Governo do Estado de Alagoas, coordenado pela Secretaria de Estado da
Educação e do Esporte de Alagoas – SEE/AL, desenvolvido em parceria com o Ministério da
Educação – MEC e com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Esse
programa pressupõe o envolvimento e o compromisso de todos os municípios alagoanos,
organizações governamentais e não governamentais e sociedade civil organizada na construção de
uma educação de qualidade e de melhores condições de vida aos alagoanos.

No processo de construção da presente proposta, o ponto de partida foi o estudo e a análise


das políticas, diretrizes e ações propostas para a alfabetização e registradas nos documentos e
legislações nacionais e estaduais, assim como a investigação dos dados da realidade educacional do
Estado (Educacenso, IBGE, INEP, SAEB, MEC, SAVEAL). Nos documentos foram analisadas as
políticas de alfabetização sintetizadas no Plano Nacional de Educação – PNE e no Plano Estadual de
Educação do Estado de Alagoas – PEE/AL, as ações propostas no Planejamento Estratégico da SEE
e no Plano de Ações Articuladas de Alagoas – PAR-AL e as diretrizes legais da Constituição Federal,
da Constituição Estadual, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e das resoluções do
Conselho Estadual de Educação de Alagoas – CEE-AL.

O estudo dos dados educacionais revelou a necessidade de ampliação do Programa de


Alfabetização às crianças em processo de escolarização, já que as avaliações nacionais e do Estado
demonstraram que essas crianças não estão sendo alfabetizadas no tempo escolar previsto,
promovendo indicadores de distorção idade/ano escolar.

Além disso, foram objeto de estudo os programas de alfabetização já implantados nas redes
públicas do estado, analisados quanto à concepção teórica, ao método proposto, à forma de
operacionalização, aos resultados e entraves no processo de implantação: Programa de Formação de

1
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
(2007).

10
Professores Alfabetizadores – PROFA (2003-2006); Escola Ativa; Programa de formação de
professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental – PRÓ-LETRAMENTO; Programa de apoio à
leitura e à escrita – PRALER, Brasil Alfabetizado; SABER; Proposta Pedagógica de EJA-AL;
Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos – MOVA; Alfa e Beto; Projeto de Intervenção
Pedagógica para escolas com Ideb abaixo de 2.5; e SESC LER.

Essas análises apontaram que os programas ofertados pelo Ministério da Educação (MEC)
trazem no seu bojo uma concepção de ensino-aprendizagem solidamente fundamentada e que, se
desenvolvidos adequadamente conforme suas diretrizes e inseridos numa proposta de formação
continuada permanente dos professores, contribuem efetivamente na alfabetização dos alunos de
forma satisfatória. A partir das análises realizadas conclui-se que os problemas historicamente
relacionados à alfabetização no estado não dizem respeito à qualidade dos programas adotados, mas
à falta de um gerenciamento mais efetivo, de condições de infraestrutura adequadas à
implementação nas escolas, de mecanismos de acompanhamento e controle dos programas e de
avaliação dos resultados junto às escolas, entre outros.

2. A ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grau de desenvolvimento


de um povo reflete o grau de investimentos na educação, uma vez que os dados das pesquisas
revelam que um diploma pode aumentar em 190% a renda familiar e dois diplomas em 430%. No
entanto, em 84% dos lares brasileiros não há quem tenha um diploma universitário.

Outro levantamento realizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social


(CDES) apresenta informações sobre o perfil dos estudantes brasileiros, o qual tem grandes
variações dependendo de sua região de origem e de sua localização (área urbana ou rural). O
referido estudo conclui que, de modo geral, o nível de escolaridade da população brasileira é muito
baixo e desigual, decorrente de problemas crônicos, tais como o analfabetismo, as deficiências e as
desigualdades nas diversas etapas da educação básica.

As desigualdades educacionais se estabelecem entre diferentes regiões brasileiras; por


exemplo, o índice de analfabetismo da população de 15 anos ou mais na região sul é de 5,9%,
superando a média nacional de 11%, contudo, essa média sobe para 21,9% na região nordeste.
Sendo ainda mais séria quando se trata da área rural, o equivalente a 25%, dos quais 15,4% são
negros e pardos.

“No mapa das desigualdades educacionais, o Brasil não perdoa. É verdade que a
universalização tem levado praticamente toda criança em idade escolar para a escola -
94,5% das crianças entre 7 e 14 anos. O desafio é abrir vagas para portadores de
necessidades especiais e manter todas as crianças nas salas de aula. A taxa de evasão
é de 6,9%. No Nordeste, este índice sobe para 8,8%. No Brasil, a taxa de conclusão da
4ª série alcança 89%, um número que cai dez pontos percentuais, quando se trata de
Nordeste. No Sul, sobe para 96%. As causas da evasão escolar estão ligadas às
condições econômicas e sociais adversas de grande proporção de alunos da rede
pública. O percentual de alunos de 1ª e 8ª séries, oriundos de famílias com renda per
capita inferior a meio salário mínimo, é de 55,4% e 36,4%, respectivamente.”
(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO, 2008)

11
Dentre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos da população, a desigualdade é gritante.
Nessa faixa de renda, percebe-se que 24,8% dos mais pobres estão na escola em contraposição a
76,1% dos mais ricos.

O nível de escolaridade da população brasileira também é baixo e desigual, já que a média


nacional é de 7 anos de estudo dos jovens com 15 anos ou mais. Os dados mostram que essa média
se revela de forma diferente para cada categoria populacional, como pode se observar abaixo:
• Na região Nordeste, a média varia entre 5 e 6 anos.
• Nas áreas rurais é de 4 a 2 anos.
• Entre pretos e pardos é de 6 anos.
• Entre os 20% mais pobres é de 4 a 8 anos.
• Entre os 20% mais ricos é de 7 anos.

Números áridos e desafio emergente para uma realidade que tem como metas do milênio
garantir, até 2015, que todas as crianças terminem o ciclo completo da Educação Básica.

Embora se considere que, nas últimas décadas, grandes mudanças foram geradas na prática
da alfabetização nas escolas brasileiras, como se pode ver, estas ainda não têm sido suficientes para
provocar uma transformação significativa no quadro do fracasso escolar. Constatação que pode ser
comprovada pelos dados da realidade educacional, pois, de acordo com as estatísticas do
IBGE/INEP2, o índice de aprovação do 1° ano do ensino primário 3 em 1956 era de 41,8%, o que
representava um fracasso escolar de 58,2%, isto é, mais da metade das crianças que freqüentavam a
escola não aprendiam a ler e a escrever. Vale ressaltar que, além de altos índices de reprovação, as
oportunidades de acesso à educação escolar eram também extremamente limitadas, uma vez que,
até 1950, mais da metade da população brasileira era analfabeta.

Nas décadas seguintes, os dados se mostraram otimistas: em 1987, auge dos debates
educacionais em torno da democratização da educação no Brasil, o índice de aprovação na 1ª série
foi de 47%; em 1997 de 65%; e em 2005 de 82,4%.

É possível observar que, a partir da década de 90, houve um declínio progressivo das taxas
de reprovação no início do Ensino Fundamental, em decorrência da adoção, por muitos Estados, de
medidas de redução dos índices de reprovação escolar, tais como: sistema de ciclos, projetos
especiais de alfabetização, reforço escolar no contra turno, salas de apoio, aceleração de estudos,
progressão continuada, promoção automática, correção de fluxo escolar, dentre outros.

A implantação de um sistema nacional de avaliação da educação básica no Brasil, a partir


dos anos 90, revelou um problema tão sério quanto à reprovação: os alunos não estão aprendendo o
que deveriam aprender em cada nível de ensino. Desse modo, a educação brasileira inicia um novo
século de sua história sem resolver o analfabetismo dos adultos e ainda amargando o analfabetismo
funcional de crianças e jovens em processo de escolarização.

Esse problema do analfabetismo absoluto e funcional da população brasileira demonstra a


falta de capacidade política, técnica, econômica e social de implantação de medidas realmente
efetivas de alfabetização das crianças e dos adolescentes matriculados nos anos iniciais do Ensino

2
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP.
3
Segundo Ghiraldelli Jr (1990), o ensino primário era o primeiro nível de ensino na organização proposta pelo
Decreto-lei n°. 8.529/1946, composto de quatro anos obrigatórios e mais um ano complementar. Seria
correspondente hoje aos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental.

12
Fundamental das escolas públicas, como, também, dos jovens, adultos e idosos que não tiveram a
oportunidade de construir essa aprendizagem em idade regular.

Percebe-se, assim, que apesar dos avanços teórico-metodológicos construídos a partir dos
anos 80, esses não se consolidaram essencialmente nas práticas pedagógicas da maior parte dos
alfabetizadores. O que se observa até os dias de hoje é a supressão de algumas práticas do método
tradicional de alfabetização e a incorporação de alguns elementos dos métodos progressistas,
principalmente, no discurso pedagógico. Essa constatação incitou uma polêmica sobre os métodos de
alfabetização, alegando-se que os dados apresentados eram decorrentes dos novos métodos
incorporados nas propostas curriculares na década de 80, sem considerar que em décadas anteriores
os índices de fracasso escolar, sempre foram muito altos, conforme os dados estatísticos citados
acima.

A polarização entre a metodização e a desmetodização4 da alfabetização não tem apontado


solução para o desempenho insatisfatório dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O
resultado dessa confusão conceitual se manifesta nos resultados nacionais do IDEB 5 (2007), de 4,2%
na 4ª série e 3,8% na 8ª série do Ensino Fundamental e de 3,5% no ensino médio, ou seja, os alunos
da educação básica apresentam desempenho abaixo do esperado em relação aos domínios previstos
em Língua Portuguesa.

Resolvida em grande parte a expansão quantitativa, surge um novo desafio: a construção da


qualidade da aprendizagem.

3. O RETRATO DA REALIDADE EDUCACIONAL DE ALAGOAS E OS DESAFIOS DA


ALFABETIZAÇÃO

No Brasil, a realidade educacional apresenta inúmeros desafios, contudo, na Região


Nordeste e no Estado de Alagoas esses desafios são ainda maiores, conforme demonstram os
resultados das avaliações do desempenho escolar de 2003 (Gráfico 1).

Pode-se constatar que apenas 1% dos alunos matriculados nas 4ª séries do Ensino
Fundamental das escolas alagoanas apresentou leitura adequada ao ano escolar; 73,2% dos alunos
da 4ª série do ensino fundamental apresentaram desempenho crítico ou muito crítico em leitura6.
Esses dados revelam que mais da metade dos alunos não dominam as habilidades básicas de leitura.

Gráfico 1 – Estágios de Competência de leitura 4ª série – SAEB - 2003

4
A implantação dos diferentes métodos de alfabetização nos sistemas de educação sofrem influência dos ideais
da política de cada governo, o que não significa que os professores tenham incorporado as novas práticas em
suas aulas, apesar do discurso pedagógico convergir com os ideais da política vigente – ver Mortatti (2000).
5
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada
escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações
do Inep e em taxas de aprovação. O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do
alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em
países desenvolvidos.
6
Alunos com desempenho muito crítico significa que não desenvolveram habilidades de leitura mínimas
condizentes com quatro anos de escolarização, não foram alfabetizados adequadamente, não conseguiram
responder os itens da prova. Alunos com desempenho crítico não são leitores competentes, lêem de forma ainda
pouco condizente com a série, construíram o entendimento de frases simples, são leitores ainda no nível
primário, decodificam apenas a superfície de narrativas simples e curtas, localizando informações explícitas,
dentre outras habilidades.

13
Fonte: SAEB/INEP - 2003

Dados mais recentes como o IDEB (2007) mostraram que, no Estado, a população concluinte
dos anos iniciais do ensino fundamental apresentou um desempenho de leitura em torno de 30% do
esperado para o período. Ainda assim, o Estado demonstrou um avanço em relação aos índices do
IDEB, passando de 2,9 em 2005 para 3,3 em 2007. A realidade das escolas públicas de Alagoas
também pode ser comprovada pelos resultados da Provinha Brasil (2008) ao apontar que 52% dos
alunos, matriculados no segundo ano de escolarização das escolas públicas da rede estadual de
Alagoas, não estavam alfabetizados no início do ano letivo e desses, 14% concluíram o ano sem se
alfabetizar.

O baixo desempenho escolar, reflexo da falta de qualidade do ensino ofertado pelas escolas
públicas de Alagoas, é expresso nos altos índices de reprovação e de abandono escolar nos anos
iniciais do ensino fundamental. Esse baixo desempenho vem decrescendo continuamente no decorrer
dos anos. Em 1999, a reprovação na 1ª série na rede estadual foi de 24,4% e o abandono 26,3%,
mas em 2007 o índice de reprovação caiu para 5,8 e o abandono para 15,4% (MEC/INEP - 2007).
Apesar da redução dos índices de fracasso escolar na 1ª série, esses resultados são insatisfatórios e
ainda persistem em todos os anos/séries do ensino fundamental, ocasionando várias repetências ao
longo da escolarização.

A multirrepetência, enquanto um dos fenômenos do fracasso escolar, desencadeia o


surgimento de outro fenômeno educacional – a distorção idade/ano escolar, representada pelos
alunos que, reprovados e/ou desistentes por mais de dois anos, apresentam idade avançada e não
correspondente ao ano escolar. É um fenômeno que, além de trazer sérios prejuízos aos alunos,
obstrui o fluxo escolar e inviabiliza as condições de universalização do ensino e de melhoria da
qualidade da educação. Em Alagoas, o índice de distorção idade/ano escolar nos anos iniciais do
Ensino Fundamental só na rede pública estadual foi de 47% em 2007.

Além disso, segundo dados do PNAD/IBGE - 2007, Alagoas tem aproximadamente 567 mil
analfabetos acima de 15 anos de idade, o que representa 25,1% da população nessa faixa etária.
Esses dados confirmam as informações do Fórum Alagoano de Educação de Jovens e Adultos -
FAEJA (2006), que revelam um índice de analfabetismo absoluto de 25,1% e 46% de analfabetismo
funcional, considerando-se a população acima de 15 anos. No Brasil, os registros são de 10,2% de
analfabetismo absoluto e de 26% de analfabetismo funcional.

14
Ao longo dos últimos anos, diversas iniciativas foram tomadas no intuito de reverter os índices
de fracasso escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental e o analfabetismo dos jovens, adultos e
idosos alagoanos, como o investimento na formação continuada dos professores alfabetizadores e a
oferta de vagas em programas de alfabetização. Apesar de todos os esforços, os índices ainda
continuam insatisfatórios, tornando-se mais do que nunca um desafio a ser enfrentado por todos que
fazem a educação deste Estado.

4. EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DE OUTROS ESTADOS

No processo de construção deste documento, também foram estudadas as propostas de


alfabetização adotadas pelos estados do Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná e Santa Catarina.

Observou-se que o Paraná e Santa Catarina desenvolveram iniciativas próprias para o


desenvolvimento da alfabetização, inclusive adequando o Programa Brasil Alfabetizado às políticas
educacionais e diretrizes estaduais. A meta nesses estados é erradicar o analfabetismo e oportunizar
a continuidade da escolarização da população acima de 15 anos de idade.

O Rio Grande do Sul adotou em todo o estado programas do Instituto Airton Senna, Alfa e
Beto e GEEMPA, credenciados ao MEC, para alfabetização das crianças de 6 a 8 anos e com
distorção idade/ano escolar. No intuito de traçar metas foi construída uma matriz de competências e
habilidades cognitivas em leitura, escrita e matemática. Todo o trabalho foi acompanhado por uma
equipe de assessores técnico-pedagógicos; além de uma avaliação externa, realizada no início e no
final do processo.

No Ceará, após pesquisa sobre o nível de alfabetização das crianças do 2°. ano do ensino
fundamental foi construído o Programa “Alfabetização na idade certa”, com o intuito de melhorar a
qualidade da aprendizagem da leitura e da escrita das crianças em idade regular.

A análise das experiências de outros estados propiciou o conhecimento de iniciativas


diferenciadas na busca de resolver os problemas relativos à alfabetização de crianças, jovens e
adultos, a partir das peculiaridades e condições locais.

A alfabetização é uma das principais políticas nacionais de educação, refletindo-se dessa


forma nas instâncias estaduais e municipais, no entanto, há muitas dúvidas com relação à efetividade
das ações implantadas, visto que os resultados não têm se apresentado na mesma proporção dos
investimentos.

5. O PROGRAMA ARACÊ: PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO PARA ALAGOAS

Aprender a ler e a escrever é um conhecimento complexo que extrapola o domínio do código


para a compreensão das funções da linguagem na prática social.

Entender que tudo pode ser representado de diversas formas e por meio de diferentes
linguagens e, mais do que isso, compreender que as sociedades estabelecem códigos próprios para
fazer essa representação, parece ser simples para os já alfabetizados; contudo, se caracteriza como
aquisição mais difícil para aqueles que ainda não consolidaram esse processo. Qualquer aprendiz da
escrita, para aprender as suas convenções deve dar conta de uma tarefa conceitual: compreender
como o sistema funciona.

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Textos, frases, palavras, sílabas e letras são construções que fazem parte do processo de
alfabetização; codificar, decodificar, representar e organizar as idéias atribuindo intencionalidade e
significado, tarefas nada fáceis para quem se inicia na leitura e na escrita e, nesse processo, precisa
aprimorar também a sua linguagem oral.

No Brasil, estudos intensificados a partir da década de 80 já comprovam que a aprendizagem


da leitura e da escrita não se configura como um processo natural, que ocorre por imersão. Também
se sabe que a alfabetização não se resume a um processo mecânico e descontextualizado de
codificação e decodificação, já que sua finalidade está na aquisição e no aprimoramento do uso da
linguagem oral e escrita pelos sujeitos em sua prática social. Por outro lado, estudos teóricos revelam
a importância da automatização dos processos de codificação e decodificação como essencial à
compreensão, apropriação e uso social da língua.

A partir dessas considerações é possível afirmar que alfabetizar não é apenas ensinar a
codificar e decodificar palavras (mas é também), significa investir na construção de uma
aprendizagem que consolide o ato de ler e escrever de forma significativa.

Nessa perspectiva, alfabetização7 incorpora o conceito de letramento8 e o processo de


ensino-aprendizagem passa a ser pensado numa dimensão mais ampla e funcional: alfabetizar
letrando e letrar alfabetizando. Desse modo, alfabetizar e letrar se constituem em dois aspectos
indissociáveis no processo de ensino-aprendizagem da língua materna, exigindo abordagens
didáticas diferenciadas na formação de leitores e escritores proficientes.

Essa polêmica conceitual também tem provocado a discussão sobre a eficiência e eficácia
dos diferentes métodos de alfabetização. Nessa discussão, cabe lembrar que o ensino da leitura e da
escrita, ao longo da história da educação brasileira, foi marcado pela implantação de inúmeros e
diferentes métodos de alfabetização e, em alguns casos, com pressupostos teóricos completamente
divergentes. Na prática escolar, a falta de aprofundamento e de compreensão desses métodos e das
suas finalidades faz com que os alfabetizadores se apropriem de partes e/ou determinados aspectos
de métodos considerados completamente diferentes e divergentes do ponto de vista conceitual e
metodológico.

Preponderadas às devidas diferenças entre as concepções dos métodos tradicionais e dos


métodos progressistas, é preciso promover as condições básicas para que a aprendizagem da leitura
e da escrita de todos os alunos possa se efetivar. Nisso se inclui ampliar a compreensão sobre os
processos da alfabetização, aprofundar os conhecimentos sobre a língua portuguesa e seus
diferentes usos sociais, entender os pressupostos dos diferentes processos de ensino-aprendizagem,
criar alternativas metodológicas para construção da aprendizagem, esses são alguns dos requisitos
na formação dos alfabetizadores.

O aprendizado da escrita alfabética e o aprendizado da linguagem que se usa ao escrever


são duas categorias de conhecimento que têm especificidades e particularidades próprias. Estas
categorias se inter-relacionam quando a leitura e a escrita são praticadas no mundo real.

7
O termo alfabetização representa o domínio da tecnologia da leitura e da escrita, ou seja, codificar e decodificar
em língua escrita.
8
A concepção de letramento adotada para este trabalho é a definida por Soares (1998) como sendo o conjunto
de práticas sociais que estão ligadas à leitura e à escrita, através das quais os indivíduos se envolvem em seu
contexto social.

16
Portanto, faz-se necessário ressaltar que este é um conhecimento indispensável à formação
do professor alfabetizador e que a escola deve promovê-lo, visto que as referidas categorias devem
ser vividas, conjuntamente, desde o início da escolarização.

O Programa Aracê propõe a garantia de universalização da alfabetização às crianças,


adolescente, jovens, adultos e idosos alagoanos não alfabetizados, bem como a possibilidade de
continuidade da escolarização aos egressos alfabetizados, promovendo o desenvolvimento das
habilidades básicas de leitura e de escrita, previstas para os anos iniciais do Ensino Fundamental e
para o primeiro segmento da educação de jovens e adultos, bem como o desenvolvimento dessas
habilidades para os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental com dificuldades de
aprendizagem de leitura e de escrita.

Dessa forma, apresenta como metas a alfabetização de 100% das crianças com 8 anos de
idade, matriculadas no Ensino Fundamental; a redução do índice de distorção idade/escolaridade nos
anos iniciais do Ensino Fundamental da rede pública estadual de ensino em 100%; a alfabetização de
10% das crianças e adolescentes matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental das escolas
públicas do Estado e a redução do índice de analfabetismo absoluto em Alagoas em 5% até 2010.

O Programa Aracê organiza o público da alfabetização em quatro grupos, conforme faixa


etária e necessidades pedagógicas, ofertando programas específicos, para cada grupo,
disponibilizados pelo MEC.

A proposta de alfabetização das crianças de 6 a 8 anos ocorrerá a partir do aprimoramento da


ação docente dos alfabetizadores, fruto de um trabalho sistemático, permanente e contínuo de
estudos e experiências pedagógicas efetivados por meio do Pró-Letramento (MEC) aos professores
alfabetizadores que ainda não tiveram essa oportunidade de formação e aos demais pelo programa
de formação continuada “Fundamentos e Práticas de Língua Portuguesa e Matemática para
professores alfabetizadores”. Além disso, serão disponibilizados às escolas materiais de apoio
pedagógico para a alfabetização, sendo o uso desses orientados nos momentos de formação
continuada dentro e fora da escola. O apoio e acompanhamento pedagógico será realizado
diretamente pelas coordenações pedagógicas das escolas, as quais também receberão formação
para tal.

As crianças e adolescentes em situação de distorção idade/ano escolar ainda não


alfabetizados serão atendidos pelo programa de correção de fluxo escolar do Instituto Airton Senna,
credenciado e adquirido pelo MEC9, para atender alunos em distorção do 1° ao 5° ano do Ensino
Fundamental.

As crianças e adolescentes a partir de 11 anos, ainda não alfabetizados, matriculados do 6º


ao 9º ano, serão atendidos no contra turno no “Laboratório de Aprendizagem”, uma iniciativa da SEE
que já vem sendo adotada e que tem apresentado resultados satisfatórios no apoio pedagógico de
alunos com dificuldades de aprendizagem.

A alfabetização de jovens, adultos e idosos será ofertada a partir de parcerias entre as


diversas redes de ensino do estado e outras instituições, tendo como base referencial o Programa
Brasil Alfabetizado, já em processo de efetivação no estado. O qual deverá ser adequado às
diretrizes da SEE e necessidades pedagógicas, interesses e peculiaridades da clientela atendida.

9
Os programas credenciados atualmente junto ao MEC e constantes do Guia de Tecnologias Educacionais do
Ministério são: GEEMPA; Instituto Alfa e Beto (IAB) e os programas Se Liga e Acelera Brasil, do Instituto Ayrton
Senna (IAS).

17
Serão implantadas turmas de alfabetização nas escolas públicas em que haja demanda comprovada
e espaço adequado, sendo garantido o prosseguimento da escolarização desses alunos, oriundos
das turmas de alfabetização, através da matrícula nas escolas das redes públicas de ensino. Além
disso, será realizada uma campanha estadual junto à sociedade civil organizada em prol da
alfabetização da população alagoana. Nesse intuito, serão promovidas parcerias com entidades
governamentais e não-governamentais, empresas e outros interessados na alfabetização dessa
categoria populacional.

Vale ressaltar, a importância do empenho de todos os envolvidos no Programa Aracê, uma


vez que se trata da implementação de uma política pública significativa para que Alagoas possa
reverter o cenário de exclusão educacional a que tem se submetido durante décadas.

6. OBJETIVOS

• Criar um grande movimento social e político em Alagoas em torno da alfabetização da população,


promovendo estratégias de sensibilização e mobilização da sociedade civil organizada para
garantia do direito à educação a todos os cidadãos alagoanos.
• Garantir as condições básicas para efetivação da alfabetização de todas as crianças de 6 a 8
anos matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental nas escolas públicas de Alagoas.
• Assegurar as condições básicas e adequadas à efetivação da alfabetização dos alunos em
distorção idade/ano escolar matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede
pública.
• Assegurar as condições básicas e adequadas à efetivação da alfabetização dos alunos
matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental da rede pública, que apresentam defasagem
em relação à aquisição da leitura e da escrita.
• Ampliar as oportunidades de acesso à alfabetização aos jovens, adultos e idosos alagoanos ainda
não alfabetizados, promovendo as condições básicas para efetivação da aprendizagem e a
continuidade dos estudos.
• Articular ações governamentais favoráveis e promotoras do acesso e permanência de toda a
população aos programas de alfabetização, independente de sua condição econômica, faixa
etária, sexo, etnia, origem social ou cultural.

7. PÚBLICO: CRIANÇAS, ADOLESCENTES, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS: DIFERENTES


CARACTERÍSTICAS E NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM

O Programa Aracê se destina a toda a população alagoana ainda não alfabetizada. Sua
divisão em quatro grupos visa a melhor organização de ações efetivas de alfabetização de acordo
com a faixa etária e as necessidades pedagógicas, a saber:

7.1. Crianças de 6 a 8 anos matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental

Esse grupo etário se refere às crianças em idade escolar regular, matriculadas nos anos
iniciais (1°, 2° e 3° ano) do Ensino Fundamental, inseridas na primeira fase de alfabetização e
letramento. Segundo Piaget (1978), as crianças dessa faixa etária são capazes de substituir um
objeto ou acontecimento por um signo (palavras, números) ou símbolos; elas já possuem esquemas
representativos construídos, conseguem diferenciar um significante (imagem, palavra ou símbolo)
daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado.

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Neste momento, ocorre a pressa pela realidade concreta, os procedimentos cognitivos não
envolvem a possibilidade de lógica independente da ação; todas as ações empreendidas pela criança
são para organizar o que está imediatamente presente. Assim sendo, é o período ideal para a
aquisição da linguagem escrita, tanto da compreensão do funcionamento do código lingüístico,
quanto da sua função social.

No entanto, vale ressaltar que o desenvolvimento cognitivo e as capacidades lingüísticas


desse e de quaisquer grupos ocorrem gradualmente e dependem, inevitavelmente, dos ritmos de
desenvolvimento individuais, das experiências/trocas vivenciadas no contexto social em que estão
inseridos e das possibilidades de aprendizagem propiciadas pelo ambiente escolar.

7.2. Crianças e adolescentes em distorção idade/ano escolar matriculadas nos anos iniciais do
Ensino Fundamental

Esse grupo é formado por crianças/adolescentes matriculadas nos anos iniciais (1° ao 5° ano)
do Ensino Fundamental em situação de distorção idade/ano escolar e ainda não alfabetizadas. Essa
situação é decorrente de vários fatores, tais como: múltiplas repetências, ingresso tardio no processo
escolar, mudança do local de moradia da família, falta de incentivo dos pais e familiares, falta de
professores no local de moradia, falta de transporte escolar que possibilitasse a chegada na escola,
dentre outros. São alunos que em virtude de ainda não dominarem a tecnologia da escrita e,
consequentemente, não fazer o uso social da língua acabam por não conseguir efetivar as
aprendizagens básicas para promoção escolar. Dessa forma, esse público necessita de um programa
que possibilite a alfabetização em no máximo um ano letivo para que se possa dar continuidade à
escolarização, com a possibilidade de aceleração dos estudos mediante o instrumento da
reclassificação previsto na LDBEN Nº 9.394/96.

7.3. Crianças e adolescentes não alfabetizados do 6º ao 9º ano

Esse grupo é formado por crianças/adolescentes matriculadas nos anos finais (6° ao 9° ano)
do Ensino Fundamental, os quais ainda não dominam a tecnologia da escrita e/ou não fazem uso
social da escrita. Essa situação é decorrente na maioria das vezes por problemas no processo de
ensino-aprendizagem, bem como por avaliações inadequadas, dentre outros. São alunos que em
virtude de ainda não dominarem as habilidades da leitura e da escrita não conseguem efetivar as
aprendizagens básicas para promoção escolar.

Dessa forma, esse público necessita de um programa que possibilite a alfabetização e/ou
práticas de uso social da língua escrita para o prosseguimento dos estudos. Nesse sentido, o
Laboratório de Aprendizagem se apresenta como o espaço adequado para esse trabalho, uma vez
que esse público necessita de atendimento em questões específicas de ensino-aprendizagem no
contra turno.

7.4. Jovens, adultos e idosos

Esse grupo é constituído por 71,1% da população alagoana, sendo 25,1% de analfabetos
absolutos e 46% de analfabetos funcionais (PNAD/IBGE/2007).

A quase totalidade dos sujeitos que constitui esse público é de trabalhadores, que acumulam
responsabilidades profissionais e domésticas e/ou reduzindo seu pouco tempo de lazer ingressam em
turmas de alfabetização com a expectativa de melhorar suas condições de vida. A maioria desse

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público nutre a esperança de dar continuidade aos estudos, concluindo o Ensino Fundamental, para
poder ter acesso a outros graus de ensino e a habilitações profissionais.

A procura pela escola enquanto iniciativa dos alunos da EJA implica uma decisão que
envolve suas famílias, patrões, condições de acesso e permanência, possibilidades de custeio dos
estudos e, muitas vezes, trata-se de um processo contínuo de idas e vindas, de ingressos e
desistências. Ir à escola, para esses indivíduos é antes de tudo, um desafio, um projeto de vida.

8. AÇÕES DE IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA

• Alfabetização de jovens e adultos:


- Elaboração das diretrizes estaduais para operacionalização e funcionamento das turmas de
alfabetização de jovens e adultos;
- Planejamento das estratégias de sensibilização e mobilização da população em geral, dos
setores públicos e da sociedade civil organizada sobre a campanha estadual em prol da
alfabetização;
- Realização de seminários regionais para construção de redes locais em prol da alfabetização
junto com as Prefeituras Municipais, Secretarias Municipais de Educação, empresas e outros
possíveis parceiros (UNDIME, AMA, Ministério Público, Igrejas etc.);
- Levantamento da demanda potencial de alfabetização de jovens e adultos e da possibilidade
de oferta por escola, município e regional, através de uma chamada pública;
- Adequação do Programa Brasil Alfabetizado ao Programa Aracê da Secretaria de Estado da
Educação e do Esporte;
- Estabelecimento de parcerias para oferta da alfabetização de jovens e adultos em escolas
estaduais, municipais e privadas e/ou órgãos e empresas interessadas em participar do
programa;
- Formação continuada dos alfabetizadores das turmas de alfabetização de jovens e adultos
(Pró-letramento/Brasil Alfabetizado).

• Alfabetização das crianças de 6 a 8 anos:


- Chamada pública para matrícula de todas as crianças em idade obrigatória nas escolas
públicas do estado;
- Formação continuada dos professores alfabetizadores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental (Pró-letramento/Fundamentos e Fundamentos e Práticas de Alfabetização em
Língua Portuguesa e Matemática);
- Aquisição do kit de leitura para todas as escolas da rede estadual.

• Alfabetização das crianças e adolescentes em distorção idade/ano escolar matriculadas


nos anos iniciais do Ensino Fundamental:
- Coordenar a realização do levantamento quantitativo dos alunos em distorção idade/ano
escolar das escolas públicas de Ensino Fundamental de Alagoas;
- Delinear o mapa da distorção das escolas estaduais por Coordenadoria Regional de
Educação (CRE) e seus respectivos municípios, localizando o quantitativo de alunos em
distorção escolar no Ensino Fundamental e definir critérios de atendimento;
- Estabelecer os critérios para composição do quadro de profissionais responsáveis pela
coordenação dos programas adquiridos na Administração Central, pela equipe de apoio nas
CRE e pela supervisão junto às escolas;

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- Prestar apoio técnico às redes municipais de ensino na implantação dos programas de
correção de fluxo adotados;
- Acompanhar e monitorar a execução do cronograma proposto pelos programas adquiridos;
- Realização de seminário de avaliação dos programas e dos resultados do desempenho
escolar dos alunos inclusos nos programas.
- Formação continuada dos professores alfabetizadores de acordo com o Programa de
correção de fluxo escolar adquirido pelo MEC;

• Alfabetização de crianças e adolescentes não alfabetizados do 6º ao 9º ano do Ensino


Fundamental:
- Aquisição de kit de jogos para os “laboratórios de aprendizagem” das 338 escolas estaduais.
- Implementação do Laboratório de Aprendizagem nas escolas estaduais para atendimento
aos alunos não alfabetizados dos anos finais do Ensino Fundamental;
- Formação dos professores dos laboratórios de aprendizagem para alfabetização dos alunos
do 6º ao 9º ano.

9. CRONOGRAMA

Ações Duração
Adequação do Plano Plurianual de Alfabetização do Programa Brasil Alfabetizado ao
15 dias
Programa Aracê.
Realização de seminários regionais para divulgação e adesão ao Programa 2 meses
Realização de chamada pública para levantamento da demanda da população jovem
2 meses
e adulta a ser alfabetizada.
Realização de chamada pública para matrícula da população jovem e adulta a ser
2 meses
alfabetizada.
Realização de chamada pública para matrícula da população em idade obrigatória nas
3 meses
escolas públicas.
Estabelecimento de parcerias com instituições, secretarias municipais e empresas na
4 meses
oferta da alfabetização de jovens e adultos.
Planejamento de curso de Fundamentos e Práticas em Língua Portuguesa e
1 mês
Matemática para professores alfabetizadores.
Planejamento de curso de formação para professores-alfabetizadores dos
1 mês
Laboratórios de Aprendizagem.
Adequação do programa de alfabetização de alunos em distorção idade/ano escolar
3 meses
nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Formação continuada dos professores alfabetizadores da rede estadual e das redes
12 meses
municipais do regime de colaboração.
Implantação do programa de alfabetização de alunos em distorção idade escolaridade
15 meses
dos anos iniciais do Ensino Fundamental, adotado pelo MEC.
Implantação e implementação do kit de leitura nas escolas estaduais. 4 meses
Implementação dos Laboratórios de Aprendizagem nas escolas para atendimento
pedagógico aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental ainda não 15 meses
alfabetizados.

10. METAS

As metas propostas no Programa Aracê tomam como elemento de análise os dados


levantados nas pesquisas do IBGE (2007) sobre o analfabetismo do Estado, de acordo com os

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grupos a serem atendidos e as possibilidades de implantação das ações, no período de 2009 e 2010.
Sendo previstas para um período de dois anos as seguintes metas:
• Alfabetizar 100% das crianças até os 8 anos de idade, matriculadas nas escolas públicas de
Ensino Fundamental do Estado, no período de 2009 e 2010, o que corresponde a
aproximadamente 11.000 alunos;
• Reduzir em 100% os índices de analfabetismo dos alunos em situação de distorção
idade/escolaridade, matriculados nos anos iniciais (1° ao 5° ano) do Ensino Fundamental da rede
pública no período de 2009 e 2010, equivalente a aproximadamente 10.000 alunos;
• Alfabetizar 10% das crianças e adolescentes, ainda não alfabetizados, matriculados nos anos
finais do Ensino Fundamental das escolas públicas do Estado até 2010, o que corresponde a
aproximadamente 9.000 alunos;
• Reduzir de 25% para 19% o índice de analfabetismo na faixa etária acima de 15 anos de idade no
período de dois anos (2009 e 2010), equivalente a cerca de 100.000 jovens, adultos e idosos.

11. METAS FÍSICAS E FINANCEIRAS

Beneficiários Valor Total


Ações Qtde.
(Público Alvo) (R$)
1. Sensibilização e mobilização da população.
1.1. Sensibilização e População alagoana que está fora da
mobilização da população escola (a partir de 6 anos)
através dos meios de
comunicação. Execução direta do Estado
1.2. Realização de seminários
regionais para construção de População alagoana
redes locais em prol da
alfabetização Execução direta do Estado
2. Formação continuada
Professores - Língua Portuguesa
400
(revezamento)
2.1. Formação de professores Professores - Matemática
750
alfabetizadores – Pró- (revezamento)
Letramento Professores - Língua Portuguesa
500
(nova adesão)
Professores - Matemática (nova
350
adesão)
(Assistência técnica do MEC)
2.2. Brasil alfabetizado Professores 3.052
2009-2010 Coordenadores 1.078
(em execução) (Assistência técnica do MEC)
2.3. Curso de Fundamentos e Professores 2000
Tutores 66
Práticas em Língua portuguesa
Coordenadores de grupos 15
e Linguagem Matemática para
Instrutores 50
os professores que participaram Ação prevista pelo Programa de Formação
do Pró-Letramento 1.350.600,00
Continuada
2.4. Curso de formação para Professores 600
professores dos Laboratórios de Coordenadores 50
Aprendizagem em Língua Instrutores 16
Módulos prof./coord. 650
Portuguesa e Matemática
Módulos alunos 9000

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Ação prevista pelo Programa de Formação
454.460,00
Continuada
3. Aquisição de kit de material didático
3.1. Aquisição do kit de leitura Kit de acervo bibliográfico 338
para todas as escolas da rede
(Assistência técnica do MEC)
estadual.
Kits de jogos de língua portuguesa e
3.2. Aquisição de jogos para os 338
matemática
Laboratórios de Aprendizagem.
(Assistência técnica do MEC)
TOTAL GERAL 1.805.060,00

12. ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DO PROGRAMA

A proposta de monitoramento do processo de implantação do Programa Aracê no Estado de


Alagoas e também de seus resultados está organizada em três instâncias: unidades escolares,
Coordenadorias Regionais de Educação e Administração Central.

A cada uma delas é designado um determinado papel em virtude de sua abrangência e


função no processo. Os instrumentos adotados para realização do acompanhamento e do
monitoramento do processo incluem:
• Relatórios mensais das unidades escolares sob a responsabilidade da coordenação pedagógica e
direção, conforme orientações gerais da Administração Central, enviados para análise das
equipes de apoio pedagógico das Coordenadorias Regionais de Educação;
• Relatórios bimestrais das Coordenadorias Regionais de Educação, elaborados a partir das
orientações gerais da Administração Central, apresentando a análise e parecer sobre o processo
de implantação das turmas de alfabetização nas unidades escolares sob sua jurisdição;
• Documento semestral com texto de análise e parecer da equipe da Administração Central sobre o
processo de implantação do programa, a partir dos relatórios analisados.

Os instrumentos acima apresentados deverão ser adequados ao conjunto de ferramentas


adotado pelos diversos programas desenvolvidos.

13. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

A avaliação do desempenho escolar dos alunos no início e no final de cada etapa trabalhada
é necessidade básica para o sucesso do Programa Aracê. Nesse sentido, a definição de critérios de
avaliação das aprendizagens esperadas, expressos no Referencial Curricular da Educação Básica
das escolas Públicas de Alagoas, é fundamental para a avaliação dos resultados da aprendizagem.

Vários instrumentos de avaliação já em curso, tais como Provinha Brasil, as provas do SAEB
e do SAVEAL e os testes cognitivos do Brasil Alfabetizado são fundamentais na análise dos avanços
e dificuldades do Programa. Nesse sentido, o retorno dos resultados dessas avaliações é condição
para que essa análise e discussão ocorra no interior da escola, para o redimensionamento da prática
pedagógica, indicação de encaminhamentos com vista à formação continuada dos professores
alfabetizadores.

A avaliação do processo e dos resultados permite a retomada dos pontos que, por ventura,
estejam fragilizados no Programa Aracê, possibilitando a reprogramação de ações e a revisão de
aspectos impeditivos do êxito do Programa, traduzido na efetiva aprendizagem dos alunos.

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14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALAGOAS, Resolução nº 08. Câmara da Educação Básica. Conselho Estadual de Educação de


Alagoas, 2007

______. Sistema de Avaliação Educacional de Alagoas. Maceió: SEE, 2006.

______. Proposta Pedagógica para Educação Básica de Jovens e Adultos. Maceió: SEE, 2003.

______. Resolução nº 55. Conselho Estadual de Educação de Alagoas, 2002

BRASIL. Pró-Letramento: programa de formação continuada dos professores dos anos/séries iniciais
do Ensino Fundamental. Brasília: MEC, 2007

_______. PRALER: Programa de Apoio à Leitura e à Escrita. Brasília: FUNDESCOLA;MEC.


Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/ideb/praler.html

______. Plano de Desenvolvimento da Educação. Brasília: MEC. Disponível em:


www.portal.mec.gov.br/pde

______. Programa Brasil Alfabetizado. Brasília: MEC. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=content&task=view&id=45&Itemid=

______. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Brasília: MEC/INEP. Disponível em:


http://ideb.inep.gov.br

______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasília: Ministério do Orçamento,


Planejamento e Gestão. Disponível em www.ibge.gov.br

______. Sistema de Avaliação da Educação Básica. Secretaria Executiva do Ministério de


Educação/ Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Brasília: MEC/INEP. Disponível
em: http://www.inep.gov.br/basica/saeb/perguntas_frequentes.htm

______. Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9.394. Presidência da República.


Brasília, 1996

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO - CNTE. In Reportagem:


Letras da desigualdade. CNTE: 13/08/2008. Disponível em:
http://www.cnte.org.br/index.php/option=com content&task=view&id=689&ltemid=146

GHIRALDELLI JR, P. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.

MORTATTI, Maria do Rosário. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: UNESP, 2000.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo horizonte: Autêntica, 1998.

24

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