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As Compilações pré-justinianéias

As compilações pré-justinianéias foram criadas para tentar resolver o problema do conhecimento das
opiniões dos cinco jurisconsultos (Gaio, Papiniano, Ulpiano,Paulo e Modestino) e a dificuldade, em face
do crescente número de constituições imperiais que se sucediam, de saber quais vigoravam. São assim
denominas para distinguir-se das compilações elaboradas por Justiniano. Classificam-se em dois grupos: I
– das leges (constituição imperial); II – das leges e iura (constituição imperial e direito contido nas obras
dos jurisconsultos).

Os Códigos Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano, pertencem às leges. Os dois primeiros foram


criados por particulares e deles só nos restam poucos fragmentos. Já o Código Teodosiano, elaborado por
Teodósio II, que, a princípio, tinha ambição mais ampla, é muito mais importante e acabou ratificando os
dois Códigos anteriores. Teodósio II desejava fazer uma compilação das leges e dos iura;mas, por falta de
juristas à altura da obra, reduziu-se o trabalho à compilação e constituições imperiais a partir das de
Constantino, ordenadas cronologicamente.

As compilações de leges e iura são em maior número. Divididas em obras particulares e oficiais.

Nas particulares, encontram-se: I - O livro siro-romano (obra de direito romano, escrita no oriente, da
qual se discute se trata-se de obra didática, ou com finalidade prática); II - Fragmenta quae dicuntur
Vaticana (fragmentos de vasta compilação de leges e iura encontrados na biblioteca do Vaticano); III
-Mosaicarum et romanarum legum sollatio (Comparação das leis romanas e mosaicas); e IV -
Consultatio ueteris cuiusdam iurisconsulti (Repertório de consultas dadas por um antigo jurisconsulto) –
obra de autor desconhecido, e que contém respostas, baseadas em textos jurídicos romanos, e consultas de
advogados.

Já nas oficiais de leges e iura são as seguintes: I - Lex Romana Visigothorum (Lei Romana dos
Visigodos) – compilação elaborada por ordem do rei bárbaro de Alarico II, que seria aplicada aos súditos
romanos da Espanha e da Aquitânia; II - Lex Romana Burgundionum (provavelmente feita por ordem do
rei bárbaro Gondebaldo, para ser aplicada aos seus súditos romanos, em Borgonha) e III - Edictum
Theodorici Regis (Edito de Teodorico, para aplicação a romanos e ostrogodos).

A jurisprudência e as escolas de direito, no Oriente, no século V d.C.

A jurisprudência, nessa época de decadência, torna-se anônima. Perdeu a sua função criadora, sucedendo-
lhe as escolas, que nascem da conjugação de duas necessidades: I - A de formar um elevado número de
juristas, que aplicassem o Direito Romano no Império; e II - A de formar professores em virtude de os
jurisconsultos se encontrarem absorvidos na administração Imperial.

O estudo do direito ressurge no século V, graças às escolas do Império Romano do Oriente , dentre as
quais merecem destaque a de Constantinopla, e, a principal, a de Berito (Beirute). Nelas floresceram a
cultura acadêmica e a conservação da da antiga jurisprudência romana. Alguns mestres desse tempo
ficaram célebres, como Cirilo, Eudóssio e Patrício. Além de tentar imitar o clássico a cultura jurídica
procurou ainda sublimar a tecnologia e certas construções jurídicas informando-as de certos princípios e
de idéias filosóficas Gregas. Através do ressurgir dessas escolas que Justiniano encontrou juristas e
material para a elaboração do Corpus Iuris Ciuilis.

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