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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
MESTRADO EM DESIGN
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
STRICTO SENSU
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Design -
Mestrado, da Universidade
Anhembi Morumbi, como
requisito parcial para obtenção
do título de Mestre em Design.
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Design -
Mestrado, da Universidade
Anhembi Morumbi, como
requisito parcial para obtenção
do título de Mestre em Design.
Aprovada pela seguinte Banca
Examinadora:
Ficha Catalográfica
CDU: 391.
DEDICATÓRIA
Made in Recife
A minha madrinha Fafá, pelos bons conselhos.
As colegas da Especialização
Carmem Valente
Adélia Collier
Mara Ayub
pelo incentivo e dicas valiosas.
À coordenação do Mestrado.
Buckminster Fuller
Design Social: um caminho para o designer de Moda?
Resumo
Abstract
Epílogo p. 94
Apêndices
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
HESKETT,John.
John.
artesanal ou mudar, evoluir para um novo modelo, com a
HESKETT, 17
(1937-) inserção de maquinário e tecnologia, alterando o
(1937-)
Graduou-se na
London School of organograma da produção de objetos em geral. Estas
Economics e em
passagens, de um modelo de produção para o outro,
1976, ganhou o
prêmio Artesanal/Industrial-Industrial/Artesanal, não são escolhas
Goldsmith´Travelling
Fellowship pelo puras e simples de um grupo, elas fazem parte da evolução do
estudo do design
alemão no século design, cujo crescimento acontece de forma rizomática,
XX. É professor do
Institute of Design
abrangendo cada vez mais áreas, inserindo novos paradigmas
da Unversidade de na criação e absorvendo as diversas influências sociais,
Illinois, em Chicago.
Tem atuado como políticas, espaciais, temporais, psíquicas, ambientais,
professor visitante em
diversas universidades organizacionais e econômicas. Portanto, quando tratamos de
ao redor do mundo:
Turquia, Japão, Design, o tema da Revolução Industrial retorna, a nosso ver, e
Chile, Alemanha,
Dinamarcae se torna uma obrigatoriedade mencioná-lo.
Finlandia. Autor de
vários livros
importantes no Formado e configurado no seio dessas mudanças que levaram
estudo do Design.
Suas pesquisas tem a primeira grande revolução dos meios produtivos que
especial interesse em
como o design cria influenciaram a sociedade, o Design não pode prescindir da
valor econômico.
análise da evolução de suas conformações. (HESKETT, 1998, p. 7)
26
A crítica que se seguiu foi tão radical aos acontecimentos
gerados a partir deste início de produção em série, e das
mudanças acarretadas por ele, que chegaram ao ponto de
indicarem "(...) uma condenação total da indústria e seus
produtos, apontando para o custo humano e sacrifício
envolvidos num sistema social que exigia e produzia esses
bens." (HESKETT, 1998, p. 20)
A pegada ecológica e o
de sapatos, um terno, uma roupa, um outro artefato qualquer.
seu método de cál- Deste modo ele era um conhecedor de todas as fases do
culo foi desenvolvido
através da tese de processo, e de seus desenvolvimentos. Auxiliado apenas por
doutorado do prof. PhD 34
Mathis Wackernagel ferramentas elementares, e seus aprendizes, estes processos
sob a orientação do
Prof. William Rees na eram demorados e os produtos quase sempre exclusivos. Com
University of British
Columbia em
o advento das máquinas, (a vapor e elétricas), surgiram os
Vancouver, Canadá profissonais, especialistas ou especializados, em certas etapas
(1990-1994). Ela é
uma medida de do processo produtivo. O operador ou colaborador participava
impacto das ações
humanas no ambiente apenas de alguma parte do processo, perdendo assim a noção
natural que nos
sustenta. A pegada de todo o processamento até o produto final. Isto faz parte da
exprime a área de terra
e mar que é necessária
visão mecanicista da divisão do trabalho em etapas
para nos alimentar, especializadas. Este procedimeto visa melhorar a qualidade
fornecer recursos,
produzir energia, final e reduzir o tempo total de produção do bem, para
assimilar resíduos, e
re-absorver os gases rapidamente o produto estar à disposição do mercado
produzidos pelo uso
de combustíveis consumidor, ou seja, dos clientes. A era da produção em
fósseis. O cálculo usa a
terra como “moeda” e
massa ou em série instalava-se. Havia então, muito desperdício
oferece uma noção de toda ordem. Expoente dessa era, Henry Ford tinha uma
para visualização, o
denominado hectare frase típica: "extraimos a matéria-prima no sábado; na terça-
global (gha) (uma área
equivalente a um feira o cliente já recebeu o carro." (PALADINI, 2006, p.62)
hectare normal, mas
ajustado para
produtividade global
média) para assim
No final do século XVIII as mudanças no pensamento da
quantificar a área humanidade e a aceleração técnica com a rápida evolução dos
necessária para dar
suporte a um processos de manufatura que influenciaram e foram
indivíduo, uma
comunidade ou à influenciados inclusive pelas mudanças religiosas, trouxeram à
população de uma
nação nos seus tona uma "compreensão da missão mundial" do designer,
padrões atuais de vida.
E também pode ser
segundo Pevsner (1980, p.37), e principalmente "dos valores
utilizada para medir o éticos do trabalho quotidiano". Esta talvez seja a primeira pista
impacto da fabricação
de um produto. do espírito daquele tempo que vemos presente neste final de
Calcule a sua!
http://www.earthday.net/Footprint/index.asp
século XX e início de século XXI: a retomada das discussões
sobre ética, trabalho e meio ambiente, formas de produção
limpa e preocupadas com a pegada ecológica e o futuro da
biosfera para as próximas gerações. Estas discussões, mais
uma vez, são impulsionadas pelas mudanças no pensamento
da humanidade e a expansão da tecnologia digital.
35
MAGALHÃES, Aloísio.
(1927-1982) "Transitamos num espectro amplo de diversidade de saberes e de
situações muito distanciadas: da pedra lascada ao computador.
Designer, artista
plástico, político, foi Não estarão aí algumas indicações de uma reconceituação da
um dos fundadores da
atividade? Não será esta a tarefa que deveremos fazer?"
Escola Superior de
Desenho Industrial e (MAGALHÃES 1998, p. 12)
desempenhou papel
fundamental no
quadro da produção e
divulgação do design
Repensar o design e pensar em projetar com uma perspectiva
no Brasil. Ao longo dos voltada para o social, reconsiderar a abrangência das ações do
anos que se seguiram,
poucos infelizmente, design enquanto profissão, principalmente no Brasil, quando
Aloísio Magalhães
trabalhou como nunca a conjuntura social, política e econômica é desfavorável ao
para traçar um projeto
de um novo Brasil. bem-estar humano, é uma das tarefas do pesquisador.
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janeiro%2Bbrasil%26start%3D80%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN
2.2.1 A concepção Digital
39
Projetar dentro de uma concepção virtual, de imaterialidade
dos produtos, repensar suas delimitações, sua conformação
no ciberespaço, traz o designer para uma nova forma de
encarar a terceira dimensão. Esta concepção trouxe um novo
solo para o design, trouxe o espaço, sem paredes, pisos ou
tetos, sem limites dimensionais, o que para a antropometria e
ergonomia, causa uma enorme diferença. Vejamos, por
exemplo, o caso dos celulares: aparelhos diminutos, teclas
ínfimas, que os dedos humanos são incapazes de acessar com
precisão. O design junto com a tecnologia cria o problema, ao
PAPANEK, Victor.
(1927-1999) invés de buscar solucioná-lo. Surge no mercado um novo
Estudou design e produto, a caneta de escrita virtual, não para ser utilizada em
arquitetura em Nova
York e no MIT- papel, mas em telas, para dar alcance preciso no acionamento
Massachusetts
Institute of de teclas diminutas em celulares do tamanho de caixas de
Technology.
cigarro.
Como nos lembra Margolin (2004, pg. 44), "Os vários domínios
que têm um impacto sobre o funcionamento humano são o
biológico, psicológico, cultural, social, natural e físico/espacial".
Ou seja, as relações humanas são as gotículas que juntas
formam o mar da sociedade, onde os designers atuam para
melhorar, facilitar, ampliar estes relacionamentos, favorecendo
e fortalecendo estas relações.
3.0 O que é Design Social
organizou sua primeira ambiental, quanto em termos do papel negativo do design como
em Estocolmo, e em
1987. A trajetória percorrida pelo Design, ao longo de sua história,
trouxe-nos às discussões sobre o Design Social, em que todas
as ações são centradas no ser humano. (MARGOLIN, 2007, p. 06)
COOPER, Rachel "A natureza que é vista, pelo moderno, como matéria-prima, fonte
Professora de Gestão de riqueza e exploração para o lucro, passa a ser pensada em
em Design na
Universidade de termos de recursos finitos que exigem uma estratégia de
Lancaster, onde ela é o exploração sustentável." (SENA, 1995, p. 90)
Diretora do Instituto de
Lancaster das Artes
Contemporâneas e
também Imagination A designer Rachel Cooper nos traz que "Nos anos 60, os
Lancaster (um centro
da pesquisa em designers começaram a considerar ativamente as implicações
produtos, lugares e
mais abrangentes do design para sociedade." (SANTOS, 2005, p.
sistemas do futuro).
80). E daí decorreram algumas correntes: a) design verde, b)
design responsável (década de 1970), c) ecodesign e design
ético(década de 1990) e o d) design feminista (anos 2000).
Para Whitele y (1998, p. 67),
2
Aproximadamente a metade da população do mundo vive baixo da linha da pobreza, segundo um
informe da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
pregando catastrofismo. Muito ao contrário, realçar a noção de
uma economia da sustentabilidade diz respeito ao fato de que as
funções ecossistêmicas são parâmetros que não se podem
modificar impunemente, necessitando de estabilidade diante de
perturbações suscitadas pelas ações do homem." (CAVALCANTI,
1998, p.17)
53
Mapear este cenário com precisão é a chave para discutirmos
planos efetivos e realizáveis a curto, médio e longo prazos. Se
não é possível vislumbrar o caminho, será impossível criarmos
as rotas, mesmo que, seja uma rota de fuga emergencial.
3
“Os termos ecodesign e desenho sustentável agora caracterizam produtos que personificam uma
estratégia de desenho que é compatível com os valores de minimizar resíduos, usando menos
energia, e reduzindo o montante do material que relegamos a aterros." (MARGOLIN, 2002, p. 49)
(livre tradução do autor)
4
"(…) de qualquer forma, existe uma nova consciência no que diz respeito à reciclagem e
reutilização dos produtos." (livre tradução do autor).
6
“Biota - Refere-se à parte que tem vida de um ecossistema. A biota é também chamada de flora e
fauna." (DASHEFSKY, 2001, p. 48)
3.1.2 Inclusão Social
6
A visão que tem ganho maior aceitação é a de que as corporações e os funcionários lìderes têm
uma "responsabilidade social" que vai além dos interesses de seus acionistas e do corpo diretor. Esta
visão mostra um erro fundamental em sua concepção tanto no caráter quanto na natureza da
economia de livre mercado. Neste tipo de economia existe uma e apenas uma única
responsabilidade dos negócios- usar os recursos das empresas e se engajar em atividades
designadas para aumentar seus ganhos por tanto tempo quanto estas forem as regras do jogo 8 8
trends could so thoroughly undermine the very foundation o our
free society as the acceptance by corporate officials of a social
responsibility other than to make as much money for their
stockholders as possible." (DESSLER apud FRIEDMAN, 1998, p. 91) 6
67
"A Responsabilidade social corporativa, refere-se ao direcionamento
para onde as empresas deveriam voltar os seus canais de recursos.
Aplicá-los, mais para o melhoramento de um ou mais segmentos
da sociedade ao invés de disponibilizá-los para os próprios donos e
acionistas da empresa." (DESSLER, 1998, p. 89)
6
econômico, isto significa dizer que, enquanto houver competição aberta e livr
e, sem fraudes...Poucas tendências poderiam tão fortemente minar as fundações desta sociedade
livre como o acolhimento por parte das empresas de uma outra responsabilidade social além de
ganhar mais dinheiro para seus acionistas quanto for possível. (DESSLER apud FRIEDMAN, 1998, p.
91) (livre tradução do autor)
Existe um link entre a responsabilidade social e a ética, que
muitas vezes não está claro, pois as questões morais e
comportamentais perpassam pelo antepassado cultural de
cada um, suas experiências pessoais, seus princípios religiosos
e crenças. No caso das empresas e corporações, a
responsabilidade social é extensiva à comunidade na qual ela
68
está instalada geograficamente.
7
"Comportamento socialmente responsável, deveria incluir a criação de empregos para as minorias,
o controle da poluição ou o suporte ao acesso à educação ou aos eventos culturais." (DESSLER,
1998, p. 89) (livre tradução do autor)
campo da produção, ou seja, deve se desenvolver simultaneamente
sob a ótica do respeito ao consumidor, e ao trabalhador, ao
fornecedor e ao distribuidor, ao investidor e à comunidade, ao
meio ambiente e à necessidade produtiva" (LEITE, 2001, p. 69)
"Tudo isso nos diz que uma nova geração de designers conscientes
da sustentabilidade é necessária no Brasil e na Itália, o que significa
que quem é responsável pela pesquisa e educação tem um
importante papel a fazer." (VEZZOLI, 2006)
8
“Existem profissões mais danosas do que o design industrial, mas realmente muito poucas.” (livre
tradução da autora) (PAPANEK, 1971, p. Xxii)
choosing materials and processes that pollute the air we breath,
9
designers have become a dangerous breed."
9
“(...)através da criação de diversos tipos de lixo que se entulham na paisagem, e escolhendo
materiais e processos que poluem o ar que respiramos, o Design tem se tornado um perigoso
ramo”. (livre tradução da autora) (PAPANEK, 1971, p. Xxii)
10
“(…)sistemas complexos ou ambientes para se viver, trabalhar, brincar e aprender.”
Nas palavras de Buchanan, eles deverão projetar:
"(…) more and more concerned with exploring the role of design
in sustaining, developing, and integrating human beings into
broader ecological and cultural enviroments, shaping these
enviroments when desirable and possible or adpting to them
necessary." (MARGOLIN, 2002, p. 80)11
78
11
"(…) mais e mais conscientes, explorando o papel do design sustentável, desenvolvendo e
integrando os seres humanos no vasto ambiente ecológico e cultural, modelando estes ambientes
quando desejável e possível ou adaptando eles às necessidades." (MARGOLIN, 2002, p. 80) (livre
tradução do autor)
4.0 A Mão na Moda - Relato de experiência
12
O IDH foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo
usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em seu relatório
anual. Criado para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de
educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda
(PIB per capita). Seus valores variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento
humano total). Países com IDH até 0,499 são considerados de desenvolvimento humano baixo; com
índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de desenvolvimento humano médio; e com índices
maiores que 0,800 são considerados de desenvolvimento humano alto. (Fonte:http://www.sespa.pa.
gov.br/Informa%C3%A7%C3%A3o/IDH/idh_oquee.htm). Acessado em 12/2007.
AVELAR, Suzana. Segundo Suzana Avellar, antes de Walter chegar à
Bacharel em Desenho comunidade, a primeira pessoa a fazer contato com a
de Moda pela
Faculdade Santa Associação de Rendeiras do Morro da Mariana foi Juliana
Marcelina (1995),
mestra em Campos, pesquisadora que atuava no Piauí, contratada pelo
Comunicação e
Semiótica pela Museu, para propor o projeto à comunidade. A partir daí
Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo
uma coincidência, ajudou no encontro. Maria do Socorro Reis
(2000) e doutora em Galeno representante do grupo, veio a São Paulo para visitar 83
Comunicação e
Semiótica pela sua filha e, aproveitando a viagem, Suzana Avellar promoveu
Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo o encontro. Assim Maria conheceu primeiro o ateliê de
(2005). Professora
titular da Faculdades Walter, quando levou suas amostras de renda de bilro para
Metropolitanas Unidas,
da Fundação Armando
ele avaliar.
Álvares Penteado e do
Centro Universitário
Belas Artes de São Após este primeiro encontro, aconteceu a primeira viagem de
Paulo. Atuando
principalmente nos Walter ao Piauí. Suzana e Walter passaram uma semana com
seguintes temas: moda,
Hibridização, as rendeiras na Associação realizando experimentos e
globalização,
Cibercultura, Indústria
estabelecendo uma forma de trabalho. Segundo Suzana, foi
do luxo e Projetos uma época de conhecimento para todas as partes. A CASA
sociais.
pagou logo neste início a metade do valor acertado no
trabalho a fim de que as rendeiras pudessem se dedicar ao
projeto já com uma certa renda garantida.
"Isso foi uma grande conquista para nós, pois a idéia era
envolver o governo federal nessa questão social ligada à
moda. Era uma forma de mostrar que existem muitas
possibilidades para dar autonomia financeira a uma
comunidade via essa área." (AVELLAR, 2008)
SASAOKA, Silvia.
Segundo Silvia Sasaoka (2008), a continuação do trabalho,
Artista plástica, através do intercâmbio com os estudantes da Academia de
consultora do
Programa Design de Eindhoven, foi o que trouxe sustentabilidade para
Artesanato as rendeiras do Morro da Mariana. Os estudantes passaram
Solidário.
dois meses desenvolvendo produtos ao lado das rendeiras, e,
através deste trabalho, começaram a produzir acessórios,
colares e peças menores, mais fáceis de fazer e que podiam ser
rapidamente comercializadas. Pesquisaram diversos materiais
como crina de cavalo, plástico, tnt e estudaram principalmente
a estrutura dos desenhos para a renda. E deste trabalho
surgiram os inéditos colares de renda, que se tornaram a
coqueluche do artesanato. E deram asas para que as próprias
rendeiras começassem a desenvolver seus próprios colares,
colocassem suas idéias nos novos produtos.
Segundo Silvia (2008), este trabalho teve uma aceitação tão
89
grande no mercado, que o próprio Walter Rodrigues, utilizou
as flores desenvolvidas para o vestido usado por Dona Marisa,
na posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva. O vestido de
crepe amarelo tinha uma capa sobre ele com mil e duzentas
camélias de renda, que foram elaboradas em linhas de dois
tons e tudo ficou pronto em apenas 20 dias. As flores foram
montadas sobre um molde com desenho das camélias,
elaborado pelos designers holandeses que fizeram um estágio
na associação três anos antes, em 2003. Esta notícia foi
divulgada na mídia em geral, o que proporcionou uma
enorme propaganda para o Morro da Mariana.
*designers não são personal trainers, emprestado do título da obra Designer não é personal
trainer editado pela Rosari em 2002, de autoria da jornalista Adélia Borges.
**designers não são deuses. Idéia proposta por Lígia Fascioni em entrevista para o
DesignBrasil em 19/12/2007, "...Mas não são deuses (apesar de alguns pensarem que sim)",
disponível em http://www.designbrasil.org.br/ppd/opiniao/exibir.jhtml?idArtigo=1169
***se não forem parte da solução, então serão parte do problema, idéia contida no livro
Design for the Real World de Victor Papanek, 1972.
Referências Bibliográficas
C
B
A Seaway, B- ACTEX, C- Tocas, 1- Colégio Dourado, 2 e 3 - Escola Primeiro passo. A mancha marca a área
da favela da Borborema.
Este trabalho foi diagramado
em Corel DRAW X3.
Impresso à laser em papel
2
alcalino 75g/m feito de
eucaliptos reflorestados.