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REDE DE
SABERES
MAIS EDUCAÇÃO
Pressupostos para Projetos
Pedagógicos de Educação Integral
1ª edição
Ministério
da Educação
Brasília – 2009
Série Mais Educação
1ª edição
Ministério
da Educação
Brasília
2009
Secad/MEC, 2009
Realização
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação
Esplanada dos Ministérios, Bloco L
CEP 70.047-900, Brasília, DF
portal.mec.gov.br/secad
Organização:
Jaqueline Moll
Coordenação editorial:
Gesuína de Fátima Elias Leclerc
José Zuchiwschi
Leandro da Costa Fialho
CADERNO REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
Fórum Mais Educação: Ministério da Cultura; Ministério do Esporte, Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério do Meio Ambiente, Secretaria Nacional da
Juventude / Presidência da República
Projeto gráfico
Bené Fonteles / Licurgo S. Botelho
Revisão de textos
Itamar Rigueira Jr. e Elizabeth Simões
R314 Rede de saberes mais educação : pressupostos para projetos pedagógicos de educação
integral : caderno para professores e diretores de escolas. – 1. ed. – Brasília : Ministério
da Educação, 2009.
92 p. : il. – (Série Mais Educação)
ISBN 978-85-60731-76-3
1. Educação integral. 2. Educação básica. 3. Projetos pedagógicos. 4. Programa
Mais Educação. I. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade. II. Série.
CDU 371.314.1(81)
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 5
Obras
Ricardo Basbaum, Ações e Reações, Adriana Barreto, Andréa Gerhadt, Cássio Ferras,
Claudete Castro, Cristina Ribas, Everton Almeida, Roberta Benevit, Campo de Pesquisa
Corpos Perfomáticos, Jaes Caicedo, Fabiana Rossarola, Estudantes da Casa das Artes
Pablo Picasso – Mulher Chorando, 1937 – óleo s/tela – 60 x 49 cm – Coleção Penrose – Londres
Agradecimentos
A Mila Petrillo pelo ensaio fotográfico gentilmente cedido,
a Bené Fonteles, Simone Bichara, Maria D’Águia, José Ivacy, Antônio Buca,
Lia e Roberto Bicca e Ricardo Basbaum pelas imagens cedidas,
a Adriana Barbosa, Maribel Alves Fierro Sevilla, Sylvia Rosalem e
Ricardo Henriques pelas atenciosas colaborações.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 7
S U M Á R I O
1. Apresentação............................................................................................................................................................................................................ 9
2 Introdução..................................................................................................................................................................................................................13
4. Apresentando a Mandala.........................................................................................................................................................................23
5. Os Saberes e as Mandalas........................................................................................................................................................................27
7. Saberes Comunitários...................................................................................................................................................................................37
8. Saberes Escolares...............................................................................................................................................................................................43
Ministério da Cultura................................................................................................................................................................54
Ministério da Educação.........................................................................................................................................................68
14. Conclusão....................................................................................................................................................................................................................89
15. Bibliografia.................................................................................................................................................................................................................91
8 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
1. Apresentação
2. Introdução
1 Freire, Paulo. Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2006.
16 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
as comunidades e suas muitas instâncias sociais pode ser vista como produtiva e
não estigmatizadora. Essas diferenças, além de naturais dentro de suas distintas
funções sociais, são enriquecedoras; o desafio está na construção de caminhos de
mão dupla, ou seja, de diálogos. As escolas (e seu funcionamento tributário de uma
tradição cientificista do conhecimento, filtrada pela tecnologia da produção) ainda
não encontraram uma via clara, na qual possam fluir e se ramificar em processos
educacionais as diversas experiências comunitárias e seu “saber fazer”. A vida
cotidiana ainda é distante da prática escolar.
Este trabalho aponta um conjunto de princÍpios para formulação de projetos
de educação integral2 através da intercomunicação entre as experiências e desafios
comunitários e escolares.
Sabe-se que nos últimos anos muitos foram os programas de governo na área
da educação. O desafio atual é a construção da sinergia, ou seja, a reunião dos esforços
numa mesma direção: a conquista do sucesso escolar para todos os estudantes É interessante notar
brasileiros das escolas públicas. Trata-se, sem dúvida, de um tema amplo, com muitas que o mundo da
experiências acumuladas e outras ainda em processo de desenvolvimento, sobre o vida e seus saberes
qual nós educadores somos desafiados. Aqui apresentamos um instrumento que quer não necessita
colaborar para que a escola possa, mais prontamente, reconhecer os mecanismos diretamente do
sociais em constante mutação, deixando-se atravessar pelo “mundo lá fora”. mundo da escola
para sobreviver e
As pesquisas mais recentes3 no campo da educação brasileira têm apontado
efetivar sua singular
que as escolas que mais avançaram no diálogo com a comunidade, ampliando produtividade, mas
fronteiras, foram as que atingiram os resultados acadêmicos mais positivos. o que dizer de uma
Entretanto, nós professores, quando nos colocamos à frente de um projeto de curso, escola que atua em
muitas vezes ainda não nos deixamos atravessar pelos processos, atores, territórios separado da vida
e saberes sociais que compõem a realidade de nossa escola. Para que possamos cotidiana na qual
progredir nessa direção, este trabalho apresenta um instrumento articulado, um está inserida?
sistema de saberes capaz de assumir diversas formas, pois mantém-se aberto
às respostas e experiências de todos. Trata-se de um instrumento para facilitar as
relações que queremos construir entre escola e comunidade, uma vez que valoriza
as especificidades de cada uma e procura entrelaçar suas questões na busca por uma
formação mais ampla do estudante brasileiro.
Este trabalho foi inspirado no processo de criação de alguns artistas plásticos
contemporâneos que buscaram dividir com o espectador o sentido de suas criações:
Lygia Clark, Helio Oiticica, Ricardo Basbaum, entre muitos outros, cujos trabalhos,
embora distintos entre si, possuem uma estrutura comum através de uma poética
indeterminada. Em relação não direta aos artistas citados, Umberto Eco (um
estudioso da cultura contemporânea) escreve um ensaio acerca da produção da
arte atual que denominou de Obra aberta4, no qual debate a estrutura que acredita
estar presente de modo diferenciado em muitos artistas. As obras abertas seriam
2 Ver no Caderno Gestão Intersetorial no Território desta coleção a referência à construção de projetos
coletivos de educação integral.
3 Redes de aprendizagem – boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender. Unicef /
MEC / Inep / Undime – 2008
4 Eco, Umberto.Obra aberta. São Paulo: Editora Perspectiva, 2007.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 17
3. As diferenças na escola,
a comunidade sem lugar
1 Ver nota 3.
2 Sommer, Luis Henrique: “A ordem do discurso escolar”. Revista Brasileira de Educação, nº 34, vol. 12. Rio
de Janeiro: Editora Anped, 2007.
3 Nestor Canclini, Clifford Geertz, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, Boaventura de Souza Santos e Umber-
to Eco.
20 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
O olhar cubista nos revela que a realidade (neste caso o rosto de mulher) é
composta de muitos pontos de vista simultâneos, ou seja, o cubismo nos
revela a multiplicidade e a diversidade que nos envolve.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 21
A Mandala para
o programa Mais
Educação funciona
como ferramenta de
auxílio à construção
de estratégias
pedagógicas para
educação integral
capaz de promover
condições de
Emblema – Mandala troca entre saberes
de Rubem Valentim diferenciados.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 23
4. Apresentando a Mandala
1 A Casa das Artes (www.casadasartes.org.br) é uma organização que atua há nove anos em favelas cario-
cas em parceria com governos, empresas e institutos, promovendo educação de qualidade para crianças
e jovens.
2 Jung, Carl G. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
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3
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É importante ainda
lembrar que fomos
habituados a opor
o saber e o fazer. A
teoria e a prática
– esta divisão está
muito arraigada
em nossa cultura e,
portanto, as escolas
e comunidades
também têm,
interiorizados, esses
valores.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 27
5. Os Saberes e as Mandalas
...divino é saber...
Gilberto Gil
1 Souza Santos, Boaventura. Um discurso sobre as ciências. São Paulo, Ed Cortez 2008.
2 idem
28 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
3 op cit.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 29
O trabalho de
Ricardo Basbaum
Você quer participar
de uma experiência
artística?
foi construir um
objeto NBP (Novas
Bases para a
Personalidade) e
convidar diversos
artistas e grupos
sociais a inventarem
o que fazer com
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“respostas” diferentes
a partir de suas
experiências e
interesses.
Uma performance
corporal, um espaço
para preparar uma
torta, os ecos do
objeto na arquitetura
de uma edificação
imponente, um barco
foram alguns dos
resultados obtidos.
A diversidade
representada pelos
participantes expressa
a multiplicidade de
nossas possibilidades
diante da mesma
obra.
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REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 37
7. Saberes Comunitários
Os saberes
comunitários
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A s pessoas vivem em algum lugar e tendem a viver naturalmente
juntas. Isso nos faz pensar em espaços mais ou menos delimitados de
complexidade social. Mesmo a menor cidade divide seus habitantes e suas casas em
universo cultural grupos. Podemos chamar de comunidade os territórios ou bairros, um conjunto de
local, isto é, tudo bairros, algumas ruas, mas sempre são locais onde as pessoas conseguem alguma
aquilo que nossos familiaridade social, geográfica e histórica, onde vivem processos sociais, econômicos
alunos trazem e políticos relativamente comuns.
para a escola.
Esses saberes são A marca da comunidade é o bem comum, seus membros estão sempre numa
os veículos para relação de igualdade entre si, sem mediações. Possuem geralmente o sentimento de
a aprendizagem unidade e destino comum.
conceitual:
Um território é, segundo Milton Santos1, um lugar onde diversos atores sociais
queremos é
compartilham vida comum. Cada um exercendo uma função específica na vida social
que os alunos
se individualiza e simultaneamente desenvolve laços de dependência.2
aprendam através
das relações “Cada lugar é, à sua maneira, o mundo... todos os lugares são virtualmente
que possam ser mundiais. Mas, também, cada lugar, irrecusavelmente imerso numa comunhão com
construídas entre o mundo, torna-se exponencialmente diferente dos demais.”3
os saberes.
Os saberes comunitários representam o universo cultural local, isto é, tudo
aquilo que nossos alunos trazem para a escola, independentemente de suas condições
sociais. Esses saberes são os veículos para a aprendizagem conceitual: queremos é
que os alunos aprendam através das relações que possam ser construídas entre os
saberes. Os alunos devem, portanto, ser estimulados a usar seus saberes e idéias a
fim de formularem o saber escolar.
Procuramos identificar aspectos gerais que possam ser aplicados a diversos
contextos, uma vez que se trata de áreas articuladas à estrutura da realidade social e
cultural brasileira. Selecionamos onze áreas distintas de saberes (este modelo pode
ser ampliado ou revisto por cada articulador/escola/comunidade), são eles:
Habitação – Como se caracterizam as experiências com o espaço? O sentido
Obras da mostra de próximo/distante; grande/pequeno? Onde e como moram os habitantes deste
“Arte e Diversidade Cultural no
Brasil”, Palácio das Artes/MG em território? Como são construídas as casas? Identificam-se técnicas específicas?
2007: Caboclo da Mata, Barra/BA; Quais influências (heranças culturais) podem ser reconhecidas? Quais os materiais
lamparina de seringueiro, Rondônia;
Luiz Gonzaga, escultura em
1 Santos, Milton. A natureza do Espaço. São Paulo: Edusp, 2004.
durepox, Pernambuco; e vasilha de
chimarão, Porto Alegre/RS. 2 Ver Caderno Gestão Intersetorial no Território, desta coleção.
Fotos: Mila Petrillo 3 Idem pág. 314.
38 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
mais utilizados? As casas foram planejadas? Quem as construiu? Que área ocupam?
Quanto aos espaços comuns, como caracterizá-los? Há serviços básicos como água,
esgoto, luz, correio, endereço? Que outras construções e serviços existem? Fábricas,
comércios, distribuidoras? Bibliotecas? Praças?
Corpo/vestuário – Como os membros dessa comunidade/território
movimentam seu corpo no cotidiano e nas festas? Que experiências corporais
possuem? Há esportes ou danças que marcam a vida comunitária? Que gestos e
gingas são mais usados, e em quais circunstâncias? Quais as influências de outros
povos e culturas nessa experiência corporal identificada? Como se vestem? As roupas
têm características comuns? O que é valorizado? Quem costura? Que materiais são
mais utilizados? Por quê? As matérias-primas são locais?
Alimentação – Como se alimentam? Há falta ou abundância de alimentos? Há
desperdício (como, de quê)? Quais são as comidas prediletas das distintas gerações?
Quem cozinha? E em que condições? Como combinam os alimentos? Como distribuem
e compram os diversos alimentos? A comunidade produz alimentos industrializados
ou agrícolas? Que relações podem ser estabelecidas entre as comidas e o calendário
de festas?
Brincadeiras – Quais são as brincadeiras favoritas (observar as faixas etárias
e suas características)? Há diferenças entre as brincadeiras e jogos desenvolvidos na
escola e na comunidade? As regras são as mesmas independentemente do contexto?
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 39
O que muda? Por que muda? As brincadeiras no tempo (observar as relações com
a tradição oral). Como brincaram as outras gerações? As brincadeiras e as novas
tecnologias, o brinquedo ontem e hoje.
Organização política – Todos os grupos sociais buscam na organização
política responder ativa e coletivamente aos desafios que se apresentam. Observe
como instauram a idéia de lei, de justo/injusto, proibido/permitido. A ordem social
se estrutura a partir das relações entre o poder, direitos, deveres e os cidadãos. Como,
neste território, se desenvolvem essas relações? Como o grupo vivencia as regras
sociais? Quais os conflitos mais freqüentes? Entre quais atores e interesses sociais?
Condições ambientais – Quais as características geográficas da comunidade?
Como o meio ambiente influencia as condições de vida? Qual a história e quais
os desafios do desenvolvimento da região? Houve preocupação ambiental nesse
processo? Quais os atuais desafios ambientais? Como são enfrentados?
Mundo do trabalho (moedas de troca) – Quais os trabalhos mais comuns
Instrumentos musicais nesta comunidade? É possível identificar relações entre o mundo do trabalho e a
feitos com semente organização político-cultural, com as condições ambientais e outros? Qual a qualidade
de sapucaia (tambor)
e castanha-do-pará de vida produzida? Através de seu trabalho a comunidade vem encontrando saídas
(chocalho) para os desafios locais? O dinheiro é a única moeda de troca entre os moradores
Foto: Mila Petrillo
40 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
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42 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
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8. Saberes Escolares
1 CENPEC. Parâmetros das ações socioeducativas, conceitos e políticas. Prefeitura de São Paulo/Secre-
taria de Assistência Social. 2008.
44 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
Saberes escolares:
• A curiosidade: querer saber, querer conhecer;
• O questionamento: não aceitar, buscar confirmar;
• A observação: estudar algo com atenção;
• O desenvolvimento de hipóteses: estimar;
• A descoberta: revelar, dar a conhecer algo;
• A experimentação: tentar, praticar, verificar;
• O desafio: o jogo como pesquisa;
• A identificação: reconhecer o caráter de algo;
• A classificação: distribuir em classes, determinar categorias;
• A sistematização: criar ou identificar relações entre partes e objetos;
• A comparação: estabelecer confronto entre partes e objetos;
• As relações: estabelecer identidades e diferenças entre partes e objetos;
• As conclusões: realizar sínteses;
• O debate: confrontar pontos de vista;
• A revisão: ver de novo, com a capacidade de alterar o ponto de vista original;
• O criar: dar forma, produzir, imaginar, suscitar;
• Jogar: colocar-se em risco, aceitar combinações não programáveis, experimentar;
• A curiosidade: voltar a se perguntar.
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9. Relações de Saberes
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Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Ministério da Ciência e Tecnologia
Ministério do Meio Ambiente
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preventivas que contribuam
para reverter o atual quadro de
violência a que crianças e jovens
estão submetidos; investe, para
isso, na formação de profissionais
de educação.
Objetivo: Prevenir e romper
o ciclo da violência.
Público-alvo: Professores.
Interfaces pedagógicas:
Realização de cursos de formação
no tema e promoção de materiais
didáticos atualizados.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 71
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REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 83
Através dos projetos construídos nas Mandalas, cada escola pode visualizar
seu projeto educacional e desenvolver suas relações. Os projetos nascem da
interseção dos saberes escolares com os comunitários e assim decidem pelos
programas de governo. As Mandalas/Projeto de Educação Integral expressam tanto
as particularidades como suas imprevisíveis relações.
As Mandalas são pequenos círculos capazes de amplificar as muitas relações
entre saberes; possuem tanto uma dimensão interior (dentro da escola e da
comunidade), como agem para o exterior (na rede de escolas e na cidade), como
pequenos círculos em expansão, em busca de suas dimensões em rede. Cada uma
significa pequenos sistemas, pois são individualidades de saberes atuando em grupo,
em relação. Suas partes estão coordenadas entre si estruturando uma organização, o
projeto de educação integral de cada escola/comunidade.
Através da criação de diversas Mandalas, cada uma caracterizando um projeto
de educação integral, o que se pretende é a construção de uma constelação de
Mandalas, uma vez que elas respondem a diferentes contextos e devem representar
nossa diversidade.
Para construir Mandalas existem muitos caminhos, muitas relações que podem
ser desenvolvidas. Como já nos referimos, as Mandalas interessam-nos como “obras
abertas”– espaços onde possamos debater nossos desafios pedagógicos. Para isso, nós
professores somos convidados a agir como artistas, inventando estratégias de ação a
partir de nossas relações culturais e sociais e nossos compromissos pedagógicos.
Dentro das escolas/comunidades a primeira Mandala a construir é a que trata
do projeto para o Mais Educação, ou seja, o projeto de educação integral. Depois
de desenhada esta Mandala, cada professor poderá criar a sua (representando as
diversas estratégias formuladas a partir da proposta geral desenvolvida na Mandala
da Escola).
O desenho da Mandala pode ser feito em pequenos grupos; é necessário
que estejam presentes, ao menos, o articulador, representantes comunitários, a
coordenação ou a direção da escola.
A seguir indicaremos um caminho para facilitar a construção da Mandala.
É um dos caminhos possíveis, não o único. O importante é buscar relacionar os
saberes.
84 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
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Objetivo
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REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 87
14. Conclusão
Montagem de
Bené Fonteles para
a mostra “Arte e
Diversidade Cultural
no Brasil”, Palácio das
Artes/MG em 2007.
A obra é composta de
tamboretes de couro
e madeira, botas de
vaqueiro feitas por
Seu Expedito Seleiro,
Nova Olinda/CE e
chapéu de couro do
recôncavo baiano.
Foto: Mila Petrillo
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO 91
15. Bibliografia
BOAVENTURA, Souza Santos. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2008.
--------------------------------------(org.) Semear outras soluções –caminhos da biodiversidade
e dos conhecimentos rivais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
BOURDIEU, Pierre. Livre troca. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação como cultura. São Paulo: Brasiliense, 2005.
CADERNOS Cenpec Educação Integral. Ano I, número 2, 2006.
CADERNOS Cenpec e Prefeitura de São Paulo. Parâmetros das Ações Socioeducativas.
2008.
CADERNO Bairro Escola Passo a Passo. Associação Escola Aprendiz / MEC / UNICEF/
Prefeitura Belo Horizonte / Prefeitura Nova Iguaçu. 2007.
CANCLINI, Nestor Garcia. Diferentes, desiguais e desconectados. Rio de Janeiro: Editora
UFRJ, 2004.
CANDAU, Vera Maria. Reinventar a escola. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
COLELLO, Silvia M. Gasparian. A escola que (não) ensina a escrever. Rio de Janeiro: Paz
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2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
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__________. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
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GADOTTI, Moacir. Educação e poder: Introdução à pedagogia do conflito. São Paulo:
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GERTZ, Clifford. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
KRAMER, Sonia (org.). Infância: fios e desafios da pesquisa. São Paulo: Papirus, 2005
MOLL, Jaqueline. “Reinventar a escola dialogando com a comunidade e com a cidade:
novos itinerários educativos”. Revista Pátio. Porto Alegre: Artmed, ano VI, n.24.
PADILHA, Paulo Roberto. Currículo intertranscultural. São Paulo: Cortez e Instituto
Paulo Freire, 2004.
92 REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO
Ministério
da Educação