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Curitiba,
2007
2
Caro(a) estudante,
Esta apostila tem o objetivo de auxiliá-lo(a) na revisão de conteúdos básicos para o estudo do Cálculo
Diferencial e Integral.
No entanto, este material não dispensa o estudo em livros, uma vez que não tem a riqueza de
informações de um bom livro.
Caso você encontre erros de quaisquer tipos ou tenha alguma sugestão a fazer, favor comunicar-me.
Assim eu poderei aperfeiçoar o material e colocá-lo a disposição de outros estudantes.
Pode ser usado o conteúdo desta apostila por qualquer pessoa. No entanto, pede-se que seja citada a
fonte.
ÍNDICE
1. Sistematização dos conjuntos numéricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4
Noção de conjunto, conjuntos importantes (conjunto vazio, unitário, universo, conjuntos iguais, subconjunto, conjunto das
partes, conjuntos disjuntos, par ordenado), operações com conjuntos (união, interseção, diferença, complementar, produto
cartesiano), propriedades das operações com conjuntos, partição de um conjunto, conjuntos numéricos (conjunto dos
números naturais, dos números inteiros, dos números racionais, dos números irracionais, dos números reais, dos números
complexos), estudo dos números reais (módulo de um número real, intervalos).
2. Sistemas de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18
Sistema unidimensional ou linear (comprimento de segmento retilíneo orientado, distância entre dois pontos, ponto de
acumulação e vizinhança na reta real), sistema bidimensional ou sistema cartesiano (distância entre dois pontos no plano
cartesiano, bola aberta ou vizinhança e ponto de acumulação no plano cartesiano).
Constante
1º grau Linear
Inteiras (polinomia is) Afim
Racionais 2º grau ou quadrática s
Funções algébricas
3º grau ou cúbicas
P(x)
Fracionári as f ( x ) =
Q(x)
Irracionai s
Exponencia l
Logarítmic a
Função seno
Função cosseno
Funções elementare s
Função tangente
diretas
Função cotangente
Função secante
Trigonomét ricas circulares Função cossecante
Funções transcend entes
Função arco seno
função arco cosseno
Função arco tangente
inversas
Função arco cotangente
Função arco secante
Função arco cossecante
diretas
Trigonomét ricas hiperbólic as1
inversas
Ex2: S = {0, 3, 10} = {0, 10, 3} = {3, 0, 10} = {3, 10, 0} = {10, 0, 3} = {10, 3, 0}
Ex3: T = { 1, 3, 3, 5, 5, 5} = {1, 3, 5}
Em geral, usa-se os símbolos ∈ e ∉ para relacionar elementos com conjuntos, ainda que os
elementos possam ser também conjuntos.
Conjuntos iguais: Dois conjuntos A e B são iguais quando todo elemento de A pertence a B e todo elemento de
B pertence a A. Em símbolos, tem-se: A=B ⇔ ∀x, x ∈ A ⇔ x ∈ B
Ex.: {0, 3, 10} = {0, 10, 3} = {3, 0, 10} = {3, 10, 0} = {10, 0, 3} = {10, 3, 0}
Observação: ∀ = para todo, qualquer que seja. Quando se faz ∀x quer-se dizer: “Para todo x do
universo em questão”.
Conjuntos disjuntos: Dois conjuntos A e B são denominados conjuntos disjuntos quando não possuírem
elemento comum.
Par ordenado: O par ordenado (a, b) é igual por definição ao par não ordenado {{a}, {a, b}}.
Em símbolos, tem-se:
(a, b) = {{a},{a, b}} .
def
Observações:
• (a, b) = {{a}, {a, b}} = {{a, b}, {a}} = {{b, a}, {a}}
• (a, b) = {{a}, {a, b}} ≠ (b, a ) = {{b}, {a, b}}
• (a, a) = {{a}, {a, a}} = {{a}, {a}}={{a}}
• No par ordenado (a, b), a e b podem representar diversas estruturas matemáticas como, por exemplo,
podem ser conjuntos, números, pares ordenados, matrizes, polinômios.
Ex1: { {3}, { 3, {{4}, {4, 5} } } } = { {3}, { 3, (4, 5) } } = (3, (4, 5) )
Ex2: (a, b) , onde a ∈ { matrizes 2 x 2} e b ∈ { polinômios de grau 2}
União ( ∪ ): Dados dois conjuntos A e B, define-se a união de A e B como o conjunto formado pelos
elementos que pertencem a A ou a B. Assim: A ∪ B = {x / x ∈ A ou x ∈ B} .
Interseção ( ∩) : Dados dois conjuntos A e B, define-se a interseção de A e B como o conjunto formado pelos
elementos que pertencem a A e a B. Assim: A ∩ B = {x / x ∈ A e x ∈ B} .
Diferença (−): Dados dois conjuntos A e B, define-se a diferença entre A e B como o conjunto formado pelos
elementos de A que não pertencem a B. Assim: A− B = { x / x ∈ A e x ∉ B}
Se A ou B for o conjunto vazio, define-se o produto cartesiano de A por B como sendo o conjunto vazio.
Ex.: A X φ =φ , φ XB= φ, φ X φ = φ.
Observações:
• A ≠ B ⇒ A X B ≠ B X A.
• Se A e B são conjuntos finitos com m e n elementos respectivamente, então A X B é um conjunto finito
com mn elementos.
• Se A ou B for infinito e nenhum deles for vazio, então A X B é um conjunto infinito.1
1
Conjunto finito é um conjunto que tem n elementos, sendo n um número natural. Um conjunto X é dito infinito se admitir
subconjunto Y, com X ≠ Y , tal que X e Y possam ser colocados em correspondência biunívoca, isto é, f : X → Y é uma bijeção.
Um conjunto infinito pode ser enumerável ou não. Um conjunto é dito contável ou enumerável se puder ser colocado em
correspondência biunívoca com o conjunto dos números naturais, caso contrário, o conjunto é não contável ou não enumerável. O
conjunto dos naturais N é infinito, pois por exemplo considere o subconjunto {0,2,4,6,...} de N. (Cf. SANT’ANNA, Adonai S. O que
é um conjunto. Barueri: Manole (no prelo) ).
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xi) A ∪ ( B ∩ C ) = ( A ∪ B ) ∩ ( A ∪ C ) (distributiva da união em relação à interseção)
xii) A ∩ ( B ∪ C ) = ( A ∩ B ) ∪ ( A ∩ C ) (distributiva da intersecção em relação à união)
xiii) A ∩ ( B − C ) = ( A ∩ B ) − ( A ∩ C ) (distributiva da interseção em relação à diferença)
xv) U C = φ e φC =U
xvi) ( A C ) C = A
xvii) A − B = A ∩ B C
xviii) A − B = B C − A C
xix) ( A ∪ B ) C = A C ∩ B C (Primeira Lei de Morgan)
C
n n
Generalização: ( A1 ∪ A2 ∪ ... ∪ An ) = U Ai = I AiC = A1C ∩ A2C ∩ ... ∩ AnC
C
i =1 i =1
i =1 i =1
xxi) A ∪ B = ( A C ∩ B C ) C
xxii) A ∪ B = A ∪ ( B − ( A ∩ B ) = A ∪ ( A C ∩ B )
xxiii) A ∩ B = ( A C ∪ B C ) C
xxiv) A= A ∪ ( A ∩ B )
xxv) A= A ∩ ( A ∪ B )
xxvi) A = ( A ∩ B ) ∪ ( A − B )
xxvii) A= ( A ∩ B ) ∪ ( A ∩ B C )
xxviii) A ⊂ B ⇒ A C ⊃ B C ∨ B C ⊂ A C Obs.: ∨ = ou
xxix) A ⊂ B e C ⊂ D ⇒ ( A X C ) ⊂ ( B X D ) , onde X = produto cartesiano.
xxx) A X ( B ∪ C ) = ( A X B ) ∪ ( A X C ) (distributiva do produto cartesiano em relação à união)
xxi) A X ( B ∩ C ) = ( A X B) ∩ ( A X C ) (distributiva do produto cartesiano em relação à interseção)
xxxii) ( A ⊂ B ) ∧ ( B ⊂ C ) ⇒ A ⊂ C . Obs.: ∧ = e
Observações:
• As propriedades das operações com conjuntos, enunciadas anteriormente, são demonstráveis no
contexto da teoria de conjuntos mais usual (aquela que faz uso do Cálculo Proposicional Clássico L e do
Cálculo de Predicados). Para demonstrar uma dessas propriedades, deve-se ater às definições (por
exemplo, à simbologia, às fórmulas, às regras de inferência) da teoria em questão.
Ex.: Prove a lei comutativa da união de conjuntos A ∪ B = B ∪ A .
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Prova:
∀x, x ∈ A ∪ B ⇒ ( x ∈ A) ∨ ( x ∈ B) ⇒ ( x ∈ B) ∨ ( x ∈ A) ⇒ x ∈ BUA .
conforme definição conforme tabelas verdades do conforme definição
da união de dois conj.'s Cálculo Pr oposicional Clássico L da união de dois conj.'s
Logo, A ∪ B = B ∪ A .
Tabela verdade
( A ∨ B) ⇔ ( B ∨ A)
V V V V V V V
V V F V F V V
F V V V V V F
F F F V F F F
1º 3º 2º 5º 2º 4º 1º
Nota: Comparam-se os passos 3º e 4º para compor o 5º (conclusão).
Como os resultados do 5º passo (conclusão) foram todos V
(verdadeiro), então a fórmula ((A ∨ B) ⇔ (B ∨ A)) é uma
tautologia, ou seja, as fórmula (A ∨ B) e (B ∨ A) são equivalentes.
• Provar algo, mesmo em Matemática, é convencer o interlocutor a respeito de uma idéia através do uso
da razão.
A1
A2
...
A3 An
An-1
No conjunto dos naturais são definidas duas operações fundamentais: a adição e a multiplicação.
Propriedades:
Sendo a, b e c ∈ N , tem-se:
(a + b) + c = a + (b + c) (associativa da adição)
a+b=b+a (comutativa da adição)
a+0=a (elemento neutro da adição)
(ab)c = a(bc) (associativa da multiplicação)
ab = ba (comutativa da multiplicação)
a.1 = a (elemento neutro da multiplicação)
a(b + c) = ab + ac (distributiva da multiplicação em relação à adição)
Observação:
Sendo a e b números naturais, o símbolo a - b não tem significado em N, pois o simétrico de b
não existe em N (em símbolos, -b ∉ N ) . Dessa forma, a subtração não é uma operação em N e os demais
conjuntos numéricos (Z, Q, R-Q , R e C) constituem ampliações de N, a fim de solucionarem os
problemas que motivaram essa ampliação.
2
Historicamente, aceita-se que o número zero foi inventado aproximadamente 800 depois de Cristo, para representar a linha vazia do
ábaco. Mas há evidências de que outros povos além dos hindus tinham um símbolo para representar o nada. (Cf. BOYER, Carl B.
História da matemática. 2 ed. São Paulo: Blücher, 1996). Aqui será assumido que o zero pertence ao conjunto dos naturais, embora
exista controvérsia a respeito. A criação dos números naturais foi motivada pela necessidade de contagem e o ser humano efetua
processos de contagem desde a idade antiga. Sobre a origem dos números negativos, racionais, irracionais, reais e complexos, ver
BOYER, 1996 ou GARBI, Gilberto. O romance das equações algébricas. São Paulo: Makron Books, 1997.
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1.6.2) Conjunto dos números inteiros (Z):
Subconjuntos de Z:
Z+ = {0, 1, 2, 3, ... } = N (conjunto dos inteiros não negativos)
Z- = {..., -3, -2, -1, 0} (conjunto dos inteiros não positivos)
Z* = Z - {0}= {..., -3, -2, -1, 1, 2, 3, ... } (conjunto dos inteiros não nulos)
Z +* = {1, 2, 3, ... } (conjunto dos inteiros positivos)
Propriedades:
Sendo a, b e c ∈ Z , tem-se:
(a + b) + c = a + (b + c) (associativa da adição)
a+b=b+a (comutativa da adição)
a+0=a (elemento neutro da adição)
a + (-a) = 0 (simétrico ou oposto aditivo)
(ab)c = a(bc) (associativa da multiplicação)
ab = ba (comutativa da multiplicação)
a.1 = a (elemento neutro da multiplicação)
a(b + c) = ab + ac (distributiva da multiplicação em relação à adição)
1
No entanto, o inverso de um número inteiro q, com q ≠ 1 e q ≠ –1, não existe em Z, isto é, ∉ Z se
q
p
q ∈ Z − {−1,1} . Por isso não se define em Z a operação de divisão. O símbolo não tem significado em Z. O
q
conjunto dos racionais supera esta dificuldade.
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1.6.3) Conjunto dos números racionais (Q):
p
Q = , com p ∈ Z e q ∈ Z * ou ... . . . . . . . . .. . ...
q
-2 3 -1 -0,1 0 0,25 1 1,333... 2 2,004
−
2
Propriedades:
a c e
Sendo , e ∈ Q , tem-se:
b d f
a c e a c e
( + )+ = +( + ) (associativa da adição)
b d f b d f
a c c a
+ = + (comutativa da adição)
b d d b
a a
+0 = (elemento neutro da adição)
b b
a a
+ (− ) = 0 (simétrico ou oposto aditivo)
b b
a c e a c e
( . ). = ( . ) (associativa da multiplicação)
b d f b d f
a c c a
. = . (comutativa da multiplicação)
b d d b
a a
.1 = (elemento neutro da multiplicação)
b b
a c e a c a e
( + )= . + . (distributiva da multiplicação em relação à adição)
b d f b d b f
a b a
. = 1 , com ≠ 0 (simétrico ou inverso para a multiplicação)
b a b
a a b a b
Devido à propriedade do simétrico multiplicativo ( ∀ ∈ Q e ≠ 0 , ∃ ∈ Q tal que . = 1 ),
b b a b a
a c a d a c
define-se em Q* = Q – {0} a operação de divisão, estabelecendo-se que : = . para ∈ Q * e ∈ Q * .
b d b c b d
a
Todo número racional pode ser representado por um número decimal. Para isso, basta dividir o
b
numerador a pelo denominador b. O número decimal obtido pode ter uma quantidade finita de algarismo
(decimal exata) ou ter uma quantidade infinita de algarismos que se repetem periodicamente (dízima periódica).
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Todavia, os números decimais com uma quantidade infinita de algarismos não periódicos (dízimas
não periódicas) não podem ser obtidos através da divisão de dois números inteiros. Por isso, as dízimas não
periódicas não são consideradas números racionais.
a a
Se ∈ Q e n é um número natural tal que n ≥ 2 , nem sempre n é racional. Assim, a operação de
b b
radiciação não pode ser definida em Q. O conjunto dos reais supera este impedimento.
Assim, R = Q ∪ (R - Q ) e geometricamente a reta dos números reais é a única reta contínua dos
conjuntos até aqui estudados. Os conjuntos N, Z, Q e (R – Q) são representados geometricamente por um
conjunto de pontos espaçados entre si. Você sabe dizer por quê?
A reta dos reais é representada pela figura e estão localizados sobre essa reta
R
todos os números racionais e irracionais.
Propriedades:
Sendo a, b e c ∈ R , tem-se:
(a + b) + c = a + (b + c) (associativa da adição)
a+b =b+a (comutativa da adição)
a+0=a (elemento neutro da adição)
a + (−a) = 0 (simétrico ou oposto aditivo)
(a.b).c = a (b.c) (associativa da multiplicação)
a.b = b.a (comutativa da multiplicação)
a.1 = a (elemento neutro da multiplicação)
a (b + c) = ab + ac (distributiva da multiplicação em relação à adição)
1
a. = 1 , com a ≠ 0 (simétrico ou inverso para a multiplicação)
a
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Como ∀ a ∈ R , ∀ b ∈ R tem-se a - b = a + (-b) , então a operação de subtração está definida em R.
1
Como ∀ a ∈ R , ∀ b ∈ R * tem-se a : b = a. , então a operação de divisão está definida em R*.
b
Como os conjuntos Q e (R – Q) são subconjuntos de R, então a radiciação pode ser definida em R+,
isto é, n
a ∈ R para todo a ∈ R+ . Desde que o índice da raiz (n) seja ímpar, os radicais da forma n
− a , com
No entanto, n
− a ∉ R se a ∈ R+* . Por exemplo, − 1 ∉ R , pois − 1 = x ⇒ −1 = x 2 e tal situação é
impossível se x ∈ R. O conjunto dos números complexos dá conta desse impedimento.
Todo número complexo z = (a,b) pode ser escrito sob a forma algébrica z = a + bi, onde a unidade
imaginária i é definida como i = − 1 , obtendo-se i 2 = −1 .
É isso que justifica a definição da multiplicação em C como (a, b).(c, d) = (ac - bd, ad + bc), uma vez
que essa igualdade equivale a
(a + bi ).(c + di ) = ac + adi + bci + bdi 2 = ac − bd + (ad + bc)i = (ac − bd , ad + bc)
Nos livros de engenharia, é usual denotar-se a unidade imaginária por j, obtendo-se por exemplo
z = a + bj .
Observações:
• O conjunto C dos números complexos não é igual ao conjunto R2, uma vez que pela definição
de conjuntos iguais os elementos de C e de R2 não são os mesmos. Por exemplo: (a, b) ∈ C
significa que a componente b está sendo multiplicada pela unidade imaginária, ou seja, (a, b) é
apenas uma forma de representar o número complexo a + bi.
• Um número complexo z = a + bi pode ser representado ainda na forma trigonométrica ou polar
z = ρ (cos θ + i.senθ ) , bem como na forma exponencial z = ρ .e iθ . Geometricamente, os
números complexos são representados num plano denominado plano de Argand-Gauss.
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Propriedades:
Sendo z1, z2 e z3 ∈ C , tem-se:
(z1 + z2) + z3 = z1 + ( z2 + z3 ) (associativa aditiva)
z1 + z2 = z2 + z1 (comutativa aditiva)
z + (0,0) = z (elemento neutro aditivo)
z + (-z) = (0,0) (elemento simétrico ou inverso aditivo)
(z1 . z2) . z3 = z1 . ( z2 . z3 ) (associativa multiplicativa)
z1 . z2 = z2 . z1 (comutativa multiplicativa)
z.(1,0) = z (elemento neutro multiplicativo)
a b
z.( ,− 2 ) = (1,0) (elemento inverso multiplicativo), com z = (a, b)
a +b
2 2
a + b2
z1. ( z2 + z3) = z1. z2 + z1 .z3 ) (distributiva da multiplicação em relação à adição)
1.7.2) Intervalos:
Intervalo é um subconjunto dos números reais.
Ex.: [a, b] , (a, b), [a, b) e (a, b] que são, respectivamente, intervalo fechado, intervalo aberto,
intervalo fechado à esquerda e aberto à direita, intervalo aberto à esquerda e fechado à direita.
Os intervalos [a, b] , (a, b), [a, b) e (a, b] são denominados intervalos limitados3. Em cada um desses
intervalos, o número a é denominado ínfimo ou extremo inferior do intervalo e o número b é denominado
supremo ou extremo superior. O ínfimo e o supremo podem ou não pertencer ao intervalo.
3
Um subconjunto X dos números reais ( X ⊂ R ) é limitado superiormente quando existe b ∈ R / b ≥ x, ∀x ∈ X . Essa
afirmação é equivalente a dizer X ⊂ (−∞, b] . Cada número real b com esta propriedade é denominado cota superior de X. A menor
das cotas superiores é denominada supremo ou extremo superior. Analogamente, X ⊂ R é limitado inferiormente quando existe
a ∈ R / a ≤ x, ∀x ∈ X . Essa afirmação é equivalente a dizer X ⊂ [a,+∞) . Cada número real a com esta propriedade é denominado
cota inferior de X. A maior das cotas inferiores é denominada ínfimo ou extremo inferior. Se X ⊂ R for limitado superiormente e
inferiormente, diz-que X é limitado, ou seja, quando existem a e b tais que X ⊂ [a, b] .
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Os intervalos (- ∞ , b], (- ∞ ,b), [a, + ∞ ) , (a, + ∞ ) e (- ∞ , + ∞ ) são denominados intervalos
ilimitados. Os intervalos (- ∞ , b] e (- ∞ ,b), por exemplo, podem ser denominados também intervalos
limitados superiormente. Analogamente, os intervalos [a, + ∞ ) e (a, + ∞ ) são intervalos limitados
inferiormente.
EXERCÍCIOS
01) Em cada item, faça um diagrama como o abaixo e assinalar nele os seguintes conjuntos:
U
A B
a) A ∩ B ∩ C b) A ∪ ( B ∩ C )
c) A − ( B ∩ C ) d) ( B ∪ C ) − A
C e) ( A ∪ B ) − ( A ∩ C ) f) A − ( B ∪ C )
g) A − B C .
h) ( A ∪ B ) C i) A C − ( A ∪ B )
02) Desenhe um diagrama de Venn representando quatro conjuntos A, B, C e D não vazios de modo que se
tenha A ⊄ B, B ⊄ A, C ⊃ ( A ∪ B ) e D ⊂ ( A ∩ B ) .
04) Sendo a, b e c números reais, assinale V para verdadeiro e F para falso. Se a afirmação for verdadeira dê
um exemplo, se for falsa dê um contra-exemplo e explicite a sentença correta:
a a
i) Se a, b ∈ R, então |a . b| = |a| . |b|. j) Se a, b ∈ R e b ≠ 0, então = .
b b
j) x3 + 1 > x2 + x l) x3 – x2 – x – 2 > 0 m) x3 – 3x + 2 ≤ 0
1 3 2 x+2
n) 8x3 – 4x2 < 2x –1 o) ≥ p) ≤ ≤1
x +1 x − 2 x−2 x−2
2x − 5
x +1 x 1 − x ≤ −2 (
(2 x − 5) 4 − 9 x 2 + 9 x − 2 .)
q) < r) 2 s) ≥0
2 − x 3+ x (3 x 2 + 7 x + 2).( x − 3)3
x + x + 3 > x
x + 1
07) Resolva as equações em R e esboce, se possível, a interpretação gráfica de cada uma delas:
a) | 5x − 3| = 12 b) | 2x − 3| = | 7x – 5| c) | 3x + 2| = 5 − x
d) | 9x| − 11 = x e) 2x − 7 = | x| + 1 f) | 3x – 2| = 3x – 2
x+2
g) | 4 – 3x| = 3x – 4 h) | x +3| + | x| = 7 i) =5
x−2
x − 1/ 2
i) <1 j) x 2 − 6 x + 5 + 1 < x l) x 2 − 4 < 3 x m) 2 x − 6 − x ≤ 4 − x
x + 1/ 2
n) x − 2 + x − 4 ≥ 6
P1 P2 = x 2 − x1
19
Distância entre dois pontos no sistema linear:
A distância d entre dois pontos dados P1 ( x1 ) e P2 ( x 2 ) é definida como o valor absoluto do
Se a é ponto de acumulação à direita do conjunto X, então todo intervalo [a, a+ ε ), com ε >0, contém
algum ponto de X diferente de a. Analogamente, se a é ponto de acumulação à esquerda do conjunto X, então
todo intervalo (a - ε , a], com ε >0, contém algum ponto de X diferente de a.
Para localizar um ponto num plano é necessário um sistemas de coordenadas que pode ser, por
exemplo, o sistema cartesiano de coordenadas retangulares, o sistema cartesiano oblíquo ou o sistema de
coordenadas polares. Em geral, em Cálculo Diferencial e Integral I é dado enfoque ao estudo do sistema de
coordenadas cartesianas retangulares ou sistema cartesiano ortogonal. O sistema de coordenadas polares, o
sistema cartesiano oblíquo, bem como os sistemas tridimensionais de coordenadas ficam a cargo de outras
disciplinas.
O eixo Ox ou mais comumente eixo x é denominado eixo das abscissas e o eixo Oy ou eixo y é o eixo
das ordenadas. A orientação positiva do eixo x é para a direita. A orientação positiva do eixo y é para cima. Os
eixos coordenados x e y dividem o plano em quatro quadrantes, numerados conforme a figura 1.
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Sobre o eixo das abscissas e à direita de O, marca-se o ponto A, correspondente a unidade de
comprimento do eixo x. Analogamente, sobre o eixo das ordenadas e acima de O, marca-se o ponto B,
correspondente a unidade de comprimento do eixo y. Os segmentos OA e OB , que representam as escalas
utilizadas respectivamente no eixo x e no eixo y, não necessitam ter exatamente a mesma medida, uma vez que
x e y geralmente representam grandezas distintas como, por exemplo, tempo e velocidade, tempo e
deslocamento, lado e área, etc. Como em Matemática x e y são grandezas quaisquer, é usual adotar a mesma
escala para ambos os eixos coordenados. Essa escala é denominada escala identidade.
y
II(-,+) I(+,+)
B 1
1
O A x
III(-, -) IV (+,_)
Figura 1
α
Cada ponto P pode ser inequivocadamente localizado no plano cartesiano mediante um par ordenado
( x, y ) , onde x é a abscissa de P e y é a sua ordenada. No par ordenado (x,y) x e y não podem ser trocados de
lugar, pois há uma relação de ordem no par. Os números reais x e y são denominados coordenadas retangulares
de P. O módulo da abscissa x representa a distância que P está do eixo y e o módulo da ordenada y representa a
distância que P está do eixo x.
y
Py P(x,y)
Px = projeção ortogonal do ponto P sobre o eixo x
Py = projeção ortogonal do ponto P sobre o eixo y
x
O Px
Para cada ponto distinto P no plano cartesiano há um e apenas um par de coordenadas (x, y).
Inversamente, qualquer par de coordenadas (x, y) determina um e apenas um ponto no plano coordenado.
Portanto, no sistema de coordenadas retangulares, há uma correspondência biunívoca entre cada ponto
geométrico e um par ordenado de números reais.
A localização de um ponto por meio de suas coordenadas é denominada gráfico do ponto. O gráfico de
pontos é facilitado pelo uso de papel de coordenadas retangulares (papel quadriculado).
Os pontos do plano cujas ordenadas são zero localizam-se sobre o eixo x e os pontos cujas abscissas são
zero localizam-se sobre o eixo y.
21
Distância entre dois pontos no plano cartesiano:
Exercício:
Localize num plano cartesiano dois pontos P1(x1, y1) e P2 (x2, y2), onde x1, x2, y1 e y2 são
números reais quaisquer, e determine a distância entre P1 e P2.
Solução:
y y
P1 P1
y1 y1
Observação:
⇒ Neste caso, tem-se:
x2 x1 x2 x1 < x 2 , x 2 > 0 e x1 < 0
x1 x x
O O
y2 y 2 < y1 , y 2 < 0 e y1 > 0
P2 M y2 P2
O estudante deve estar atento ao conceito de distância entre dois pontos no sistema unidimensional, para
não tomar, por exemplo, a distância entre P1 e M, dada pelo valor absoluto do comprimento do segmento
orientado P1 M , como negativa, uma vez que neste caso y 2 − y1 < 0. É comum o erro P1 M = y 2 − y1 .
2 2
P2 P1 = ( x 2 − x1 ) 2 + ( y 2 − y1 ) 2 , pois a = a 2 , ∀ a ∈ R . Fazendo d = P2 P1 , vem:
d = ( x 2 − x1 ) 2 + ( y 2 − y1 ) 2 .
Dizer que (x0, y0) é ponto de acumulação de X significa dizer que existem pontos de X, distintos de
( x0 , y 0 ) , tão próximos de (x0, y0) quanto se queira.
EXERCÍCIOS:
1) Dados os conjuntos A = {1, 3} e B = {2, 4, 5}, determine os seguintes produtos cartesianos:
a) A X B b) B X A c) A2 = A X A d) B2
“Num dia de frio, um jovem ou uma jovem está despreocupadamente tomando seu banho na água
quente e o banheiro enchendo-se de vapor de água. A mãe, impaciente, bate periodicamente à porta:
- Saia já deste banho. Já falei várias vezes: desligue o chuveiro!”
Para o jovem ou a jovem o importante é prolongar o seu prazer num banho bem quente, mas a mãe está
preocupada com outra coisa: as faturas de energia elétrica e de água que logo deverão ser pagas. Está sendo
considerado aqui um chuveiro elétrico.
Uma situação como essa pode ser analisada do ponto de vista quantitativo, a exemplo de outras
situações quotidianas. Para isso, primeiramente listemos as grandezas físicas envolvidas no problema em
questão.
Grandeza física aqui é tudo aquilo que pode ser medido, pesado ou comparado quantitativamente. No
problema acima, tem-se por exemplo as seguintes grandezas físicas com suas respectivas unidades de medida:
23
Numa situação ideal, algumas dessas grandezas podem ser consideradas constantes e outras variáveis
como, por exemplo:
Grandezas constantes Grandezas variáveis
Potência do chuveiro Volume de água
Temperatura da água Tempo que o chuveiro permanece ligado
Vazão da água Energia consumida pelo chuveiro
Valor pago pela energia consumida
Valor pago pela água utilizada
É possível também determinar um modelo matemático para representar essa situação. No modelo,
podem ser relacionadas diversas grandezas ou, no caso mais simples, apenas duas delas. Em Cálculo
Diferencial e Integral I, geralmente são estudadas apenas as relações entre duas grandezas que assumem valores
reais (o universo considerado é o conjunto dos números reais).
Dentre as grandezas variáveis listadas anteriormente, pode-se relacionar duas delas como, por exemplo:
• a energia consumida e o tempo em que o chuveiro permanece ligado,
• a energia consumida e o valor pago por essa energia,
• o volume de água e o tempo em que o chuveiro permanece ligado,
• o volume de água e o valor pago pela água utilizada.
Em cada uma dessas relações, é preciso identificar qual a variável dependente e qual a independente,
perguntando-se qual grandeza depende de qual. Por exemplo: a energia consumida depende do tempo em que
o chuveiro permanece ligado ou é o tempo em que o chuveiro permanece ligado que depende da energia
consumida?
Na relação entre a energia consumida e o tempo em que o chuveiro permanece ligado, a energia
consumida depende do tempo em que o chuveiro permanece ligado. Neste caso, o tempo é arbitrário (grandeza
independente) e a energia consumida é a grandeza dependente.
24
Na relação entre a energia consumida e o valor pago por essa energia, o valor pago pela energia
depende da quantidade de energia que é consumida. Neste caso, a energia consumida é a grandeza independente
e o valor a ser pago é a grandeza dependente.
Analogamente, o volume de água utilizada depende do tempo em que o chuveiro fica ligado e o valor a
ser pago pela água consumida depende do volume de água que é utilizado.
Em Matemática, no estudo das relações entre duas grandezas quantitativas, é usual representar
genericamente a variável dependente por y e a variável independente por x, sem se preocupar com o que essas
grandezas podem estar representando particularmente (se tempo, se volume, se área, etc).
Assim, na relação entre energia consumida e tempo, a energia será representada por y e o tempo, por x.
Já na relação entre valor pago e energia consumida, o valor pago será representado por y e a energia
consumida, por x.
Utilizando-se diagramas, pode-se resumir essas duas situações, onde S e T representam duas relações
distintas:
Energia Energia
Tempo consumida consumida Valor pago
(x) S T (y)
(y) (x)
x1 y1 x1 y1
x2 y2 x2 y2
M M M M
xn yn xn yn
Se a cada valor da variável independente x houver apenas um único correspondente valor da variável
dependente y, então a relação é denominada função.
Exemplo:
A lei matemática y=x2, onde x ∈ R , y ∈ R , expressa que y é uma função de x, pois para cada
valor real de x existe um único y em correspondência. No entanto, em y2=x, y não é uma função de x,
mas x é função de y.
Numa função, a lei matemática que associa y a x pode ser uma função polinomial ou uma função
racional, ou irracional, ou trigonométrica circular, ou exponencial, ou logarítmica, ou modular, dentre outras,
dependendo da natureza do problema analisado.
A seguir, discutiremos esses conceitos de forma mais rigorosa do ponto de vista matemático.
25
3.1) Relação binária
Definição:
Dados dois conjuntos A e B, chama-se relação binária de A em B a todo subconjunto R de A X B. Em
símbolos:
R é relação binária de A em B ⇔ R ⊂ A X B.
Observação: R aqui não é o conjunto dos números reais, mas o nome de uma relação de A em B.
Em diagramas tem-se:
A
R
B
2. .2 onde A é o conjunto de partida e B é o conjunto
.3 de chegada da relação R.
3.
.4
.5
4.
.6
8.
.7
3.1.1) Domínio de uma relação R de A em B é o conjunto D de todos os primeiros elementos dos pares
ordenados pertencentes a R.
Em símbolos: x ∈ D ⇔ ∃y, y ∈ B /( x, y ) ∈ R .
No diagrama anterior, D = {2, 3, 4}
3.1.3) Imagem de uma relação R de A em B é o conjunto Im de todos os segundos elementos dos pares
ordenados pertencentes a R.
Em símbolos: y ∈ Im ⇔ ∃x, x ∈ A /( x, y ) ∈ R .
No diagrama anterior, Im={2, 3, 4, 6}.
Decorre da definição que numa relação R de A em B, D ⊂ A e Im ⊂ B .
26
3.1.4) Relação inversa
Definição:
Dada uma relação binária R de A em B, o conjunto R −1 = {( y, x) ∈ B X A /( x, y ) ∈ R} é uma relação
binária de B em A denominada relação inversa de R.
Em diagrama, tem-se:
R R-1
A B A B
x1 . . y1 x1 . . y1
x2 . . y2 ⇒ x2 . . y2
M M M M
xn . . yn xn . . yn
Propriedades:
a) D(R-1) = Im(R)
b) Im (R-1) = D (R)
c) (R-1)-1 = R
EXERCÍCIOS:
1) Enumerar os elementos de R-1, relação inversa de R, nos seguintes casos:
a) R = {(1, -1), (2, -1), (3,-1), (-2, 1)}
b) R = {(-3,-2), (1, 3), (-2,-3), (3,1)}
Observações:
• ∃ = existe um único.
3.2.1) Domínio: O domínio de uma função f definida de A em B é o conjunto D dos elementos x ∈ A para os
quais existe y ∈ B , tal que (x,y) ∈ f . Como, pela definição de função, todo elemento de A tem essa
propriedade, então D(f) = A. Em símbolos:
D(f) = { ∀ x ∈ A , ∃ y ∈ B / ( x, y ) ∈ f } .
Se x ∈ D( f ) , diz-se que f é definida em x ou que f(x) existe. A expressão f não é definida em x significa
que x ∉ D( f ) .
4
Em Cálculo Diferencial e Integral I, geralmente estuda-se apenas as funções reais ou função de variável real, isto é, aquelas
funções que possuem apenas uma variável livre (independente) e que tanto a variável dependente (y) como a variável independente (x)
assumem apenas valores reais (o conjunto universo é o conjunto dos números reais). Essas funções são regidas por uma lei
matemática do tipo y=f(x) e o gráfico é uma curva plana contida do plano cartesiano. Em Cálculo Diferencial e Integral II, são
estudadas as funções de duas variáveis livres, regidas por leis matemáticas do tipo z=f(x,y) cujos gráficos são superfícies do espaço
tridimensional e são estudadas também as funções de três ou mais variáveis livres, regidas por leis matemáticas do tipo t=f(x,y,z),
w=f(x,y,z,t) etc. Em Cálculo Diferencial e Integral III, são estudadas as funções de variáveis complexas (o conjunto universo é o
conjunto dos números complexos).
28
3.2.3) Imagem: A imagem de uma função f definida de A em B é o conjunto Im dos elementos y ∈ B para
os quais existe x ∈ A tal que (x,y) ∈ f . Portanto, Im ⊂ B . Em símbolos:
Im(f) = { ∀ y ∈ B , ∃ x ∈ A / ( x, y ) ∈ f } .
Quando se trabalha com subconjuntos dos números reais, é usual a função ser caracterizada apenas pela
lei de correspondência que a define. Neste caso, o domínio de f é o conjunto de todos os números reais para os
quais a função está definida. No entanto, a fim de evitar confusões é preferível usar a notação
f : A ⊂ R→ B , ainda que não se explicite o domínio A.
a y = f ( x)
x
3.2.4) Funções iguais: Duas funções f e g, tais que f está definida de A em B e g está definida de C em D, são
iguais se e somente se ∀ x ∈ A , tem-se:
i) A = C (domínios iguais)
ii) B = D (contra-domínios iguais),
iii) f(x) = g(x) (leis de correspondências iguais)
Exemplos:
y= x
2
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
No eixo horizontal ou eixo das abscissas são representados os valores da variável independente, não
importando a denominação que tal variável recebe (se x ou y). Analogamente, no eixo vertical ou eixo das
ordenadas, são representados os valores da variável dependente, não importando a denominação que tal variável
recebe (y ou x).
Exemplos:
a) f: R
x
→y =Rsenx .
a
Neste caso, y é dado em função de x. Logo, x é a variável independente e seus valores são representados
no eixo das abscissas (horizontal). Conseqüentemente, y é a variável dependente e seus valores são
representados no eixo das ordenadas (vertical).
A variável independente x pode assumir qualquer valor real. No entanto, para facilitar o esboço do
π
gráfico, os valores de x serão tomados em intervalos de radianos.
2
y
y
π
−
2 π
-π π x
x(rad)
O
2
30
Observações:
• 1 radiano é o arco de medida igual ao raio da circunferência. Numa circunferência, cabem
2 π rad ≅ 6,28 arcos de comprimento igual ao raio da circunferência.
• Quando o ângulo é dado em radianos, não é necessário indicar a unidade. Ex.: θ = 5 rad⇔ θ = 5 ,
π π
tg( rad) = tg , sen (1 rad) = sen 1.
4 4
• Ao usar a calculadora, certifique-se de que ela esteja no modo radiano, caso os ângulos sejam
dados em radianos.
senx
• A função real definida por y = não tem sentido se x for medido em graus. Ao tratar-se de
x
funções trigonométricas circulares, os ângulos serão medidos em radianos, que são números
reais, a fim de que seja possível localizá-los na reta real.
b) g: R
y
→ x = 3Ry
a
2
+2
.
Neste caso, x é dado em função de y. Logo, y é a variável independente e seus valores são representados
no eixo das abscissas (horizontal). Conseqüentemente, x é a variável dependente e seus valores são
representados no eixo das ordenadas (vertical).
x
y
O yx
31
c) h: R * → R .
x a 1
y=
x
Como x não pode assumir o valor zero, é necessário estudar a vizinhança do x=0 a fim de perceber o
comportamento de y.
Representando, no eixo x, 0 + δ por 0+ (lê-se: zero pela direita) e 0 − δ por 0 − (lê-se: zero pela
esquerda), onde δ > 0 é o raio da vizinhança de x=0, tem-se:
y 1
x → 0+ ⇒ y = → +∞ (lê-se: se x tende a zero pela direita, então y tende a
x
infinito positivo)
1
x → 0− ⇒ y = → −∞ (lê-se: se x tende a zero pela esquerda, então y tende a
x
0 −δ infinito negativo)
( )
0
0+δ x
y 1
x → +∞ ⇒ y = → 0+ (lê-se: se x tende a infinito positivo, então y tende a
x
zero pela direita)
1
x → −∞ ⇒ y = → 0 − (lê-se: se x tende a infinito negativo, então y tende a
0+ε x
zero pela esquerda)
0
x
0−ε
Reunindo todas essas informações num mesmo gráfico, tem-se o comportamento geral da função dada:
y
y
1
y=
x
xx
32
d) j: R − {− 3 , 3 } → R .
a 1
x y= 2
x −3
y ( )
x→ − 3
+
⇒y=
1
2
x −3
→ −∞
x → (− 3 )
− 1
⇒y= 2 → +∞
x −3
+ 1
x→ 3 ⇒ y= 2 → +∞
x −3
3 −δ
( − 3 ) 0 (
3
) x ( ) −
x→ 3 ⇒ y= 2
1
x −3
→ −∞
− 3 −λ − 3+λ 3 +δ
1 1
− x → +∞ ⇒ y = 2 → 0+
3
x −3
1
x → −∞ ⇒ y = 2 → 0+
x −3
e) m: R − {2 }
x
→ a
R
x3 − 8
.
y=
x−2
Aqui, deve-se trabalhar com o conceito de funções iguais. A função m é igual a função
y
12
2 x
Alguns gráficos de funções mais complicadas serão esboçados mediante o estudo do sinal da primeira e
da segunda derivadas da função dada.
33
3.2.6) Sinal e zeros de uma função:
A observação do gráfico de uma função possibilita identificarmos os pontos do domínio nos quais a
função é positiva, negativa ou nula.
A função f: A → B é positiva se a variável dependente y assume valores reais maiores que zero.
x a y = f ( x)
A função f é negativa se a variável dependente y assume valores reais menores que zero, ou seja, o
gráfico encontra-se abaixo do eixo das abscissas.
Nos pontos em que o gráfico da função f intercepta o eixo das abscissas, a função é nula, ou seja, a
variável dependente y é igual a zero. Os valores (ou o valor) da variável independente x que tornam y=0 são
denominados zeros da função.
Exemplo:
y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
Função crescente: Uma função f: D ⊂ R → R é denominada função crescente num intervalo aberto (a,b)
x a y = f ( x)
Função constante: Uma função f: D ⊂ R → R é denominada função constante num intervalo (a,b) do
y = f ( x) = k
x a
Alguns autores, para classificar uma função f em crescente ou decrescente, consideram um intervalo
fechado [a,b] do domínio de f, enquanto outros consideram o intervalo aberto e outros ainda nada dizem a
respeito.
Para a derivada primeira existir num ponto x0 , neste ponto as derivadas laterais devem ser iguais, pois o
conceito de derivada de uma função real de variável real envolve um limite bilateral
f ( x 0 + ∆x) − f ( x 0 )
( f ´(x 0 ) = lim ).
∆x → 0 ∆x
. De acordo com essa definição, caso a função esteja definida num intervalo fechado [a,b], não tem
sentido falar então em crescimento ou decrescimento nos pontos extremos x=a ou x=b.
Por também ser adotado em muitas definições posteriores, relativas ao tópico sobre derivadas, que uma
função será derivável num intervalo aberto (a,b), preferiu-se aqui considerar o crescimento e o decrescimento
da função num intervalo aberto. No entanto, existem autores que definem função diferenciável num intervalo
35
fechado, baseados na existência das derivadas laterais nos pontos extremos do intervalo [a,b], por exemplo
ANTON, Howard. Cálculo: um novo horizonte. V 1. 6 ed. Porto Alegre: Bookman, 2000, p. 186.
Exemplo: Classifique a função dada pelo gráfico abaixo de acordo com seu crescimento ou
decrescimento:
y
y
x
x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
Solução:
Neste exemplo, a função é:
Máximo local ou relativo: Uma função real f: D → R possui um máximo local ou máximo relativo no
x a y = f ( x)
Essa definição diz que para a pertencente ao domínio de f deve existir uma vizinhança de a de raio ε ,
tal que para todo x pertencente à interseção entre o domínio e a vizinhança, a imagem f(x) é menor ou igual à
imagem de f no ponto a.
36
Exemplo:
f(a)
f(x)
y=f(x)
( )
x a x
a −ε a+ε
Mínimo local ou relativo: Uma função real f: D → R possui um mínimo local ou mínimo relativo no
x a y = f ( x)
ponto a ∈ D quando existe um ε > 0 tal que x ∈ (a − ε , a + ε ) ∩ D ⇒ f ( x) ≥ f (a ) .
Exemplo:
y=f(x)
a −ε a+ε
x a
( )
x
f(x)
f(a)
Mínimo relativo: y = f(a)
Ponto de mínimo relativo: x = a
Máximo absoluto: Uma função real f: D → R possui um máximo absoluto no ponto a ∈ D quando
x a y = f ( x)
∀ x ∈ D ⇒ f ( x) ≤ f (a ) .
Mínimo absoluto: Uma função real f: D → R possui um mínimo absoluto no ponto a ∈ D quando
x a y = f ( x)
∀ x ∈ D ⇒ f ( x) ≥ f (a ) .
37
Exemplo: A função f: [− π, π ]→ R tem um máximo absoluto em y=1, pois nenhum outro ponto
x a y = sen x
do domínio de f tem imagem maior que essa. Analogamente, f tem um mínimo absoluto em y= -1, pois nenhum
outro ponto do domínio de f tem imagem menor que essa.
4 Máximo absoluto: y = 1
π
3 Ponto de máximo absoluto: x = rad
2
2
1
y=sen x
π
−
-π 2 xx (rad)
−4 −3 −2 −1 1 π 2 3 π 4 5
−1
2
−2
−3 Mínimo absoluto: y = -1
π
Ponto de mínimo absoluto: x = − rad
−4
2
Seja X ⊂ R . Dizer que uma função f é limitada em X significa que existem m, M ∈ R , tais que
m ≤ f ( x) ≤ M , para todo x ∈ X , ou seja, f(x) ∈ [m, M ] .O menor desses intervalos contendo todos os valores f(x)
é dado por m =inf f e M=sup f, onde inf f é o ínfimo de f e sup f é o supremo de f.
Exemplos:
π
y y
y = cos(2 x + ) 1
3 y=
x2
y=1
x
x
y=-1
Exemplos:
y y y=x2+2
4 4
3
y=x 3
2 2
y=x+3
y=x2
1 1
x x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1
y=x - 4
−2 −2 y=x2 - 3
−3 −3
−4 −4
Gráfico básico: y=x Gráfico básico: y=x2
39
Translação horizontal: Se somarmos uma constante k a cada valor x da função y=f(x), o gráfico básico fica
transladado horizontalmente. Se k>0 o gráfico descola-se para à esquerda e se k<0 o gráfico desloca-se para a
direita, em relação a sua posição básica.
Exemplos:
y y
2
4
y=x 4
y=x3
3 3
y=(x-1)3
y=(x+3)2
y=(x+2)3
2 2
1
y=(x-2)2 1
x x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1
−2 −2
−3 −3
Multiplicação de uma função por uma constante: Se multiplicarmos uma função y=f(x) por uma constante k,
então cada valor y da função fica multiplicado por essa constante. Se k<0, os gráficos y =kf(x) e y= k f (x) são
denominados reflexões de cada um deles em relação ao eixo x.
Exemplos:
y y
4 y=2 x 4
y=x2
3 3
y= x
2 2
1
1 y= x 1
2
x x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1
−2 −2
y= -x2
−3
−3
−4
−4
Gráfico básico: y = x
Gráfico básico: y=x2
40
Ao esboçar o gráfico de uma função elementar, deve-se estar atento ao gráfico da função básica. Se
esse gráfico for conhecido, então aplicando uma translação ou reflexão ao gráfico básico, o trabalho de esboço
de gráfico pode ser bastante facilitado.
Exemplos: Esboce o gráfico das funções reais regidas pelas seguintes leis matemáticas:
a) y= 2x + 3
y y y
4 4 4
y=2x+3
3
3 3
y=x y=2x
2
2 2
1
1 1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 ⇒ −4 −3 −2 −1 1 2 3 4
x
5
⇒ −4 −3 −2 −1 1 2 3 4
x
−1
−1 −1
−2
−2 −2
−3
−3 −3
−4
−4 −4
Gráfico básico
b) y = 2-x2
y y y
4 4 4
3
y=x2 3 3
2
2 2
y=2-x2
1
⇒ 1 ⇒ 1
x
x x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−1 −1
−2
y=-x2
−2 −2
−3
−3 −3
−4
−4 −4
Gráfico básico
41
2
c) y = −1
x+3
y
1 y 2 y
4
y= 4 y= 4
x+3 x+3
3
1
y=
3 3
2
x 2 2
1
⇒ 1 ⇒ 1
⇒
x
x x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−6 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 −6 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3
−1
−1 −1
−2
−2 −2
−3
−3 −3
−4
−4 −4
Gráfico básico x= -3
2 y
y= −1 3
x+3 2
⇒ −7 −6 −5 −4 −3 −2 −1 1 2
−1
−2
−3
−4
−5
1 π
d) y = 3 − sen( x − )
2 4
y = sen x π
π
y = sen ( x − ) y = − sen ( x − )
y
4 y 4 y
3 3 3
2 2 2
y=1 y=1
1 y=1 1 1
x x
x
−4 −3 −2 −1 1
π
2 3 4 5
−4 −3 −2 −1 1
π
2
3π
3 4 5
⇒ −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
⇒
−1 ⇒ −1
4
−1
2 y=-1 y= -1 4 y=-1
−2 −2
−2
−3 −3
−3
−4 −4
−4
−5 −5
−5
Gráfico básico
1 1 π
π
y = − sen( x − ) y =3− sen ( x − )
2 4 2 4
y y
3
2
4
y=7/2
3
1
y=1/2
⇒ x
2
y=5/2
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
⇒ 1
−1
y=-1/2 x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−2
−1
−3
−2
−4
−3
−5
−4
42
3.2.11) Classificação de uma função de variável real:
a) Função injetora:
Definição: Uma função f de A em B dada por função f: A → B é injetora se, e somente se,
x a y = f ( x)
∀ x ∈ D ( f ) , x1 ≠ x 2 ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x 2 ) ou f ( x1 ) = f ( x 2 ) ⇒ x1 = x 2 .
Exemplo:
f
A
B
x1 y1
x2 y2
y3
M M
ym
xn
b) Função sobrejetora:
Definição: Uma função f de A em B é sobrejetora se, para todo y ∈ B existe um elemento x ∈ A , tal que
y=f(x), ou seja, uma função é sobrejetora se Im (f) = B.
Exemplo:
A f B
x1 y1
x2 y2
M M
x n −1
ym
xn
c) Função bijetora:
Definição: Uma função f(x) é bijetora se for injetora e sobrejetora simultaneamente, ou seja, para todo y ∈ B
existe um único x ∈ A , tal que y=f(x).
x2 y2
M y3
x n −1 M
ym
xn
Observação:
• Existem funções que não são sobrejetoras nem injetoras. Ex.: f : R → R .
xay= x
d) Função par:
Definição: Uma função f(x) é par se, para todo x no domínio de f, tem-se f(-x) = f(x).
Exemplos:
y y
2
y = x +1
4 4
3 3
f(x)=f(-x)
2 2
y=cos x
1 1
x x
−4 −3 −2
-x −1 1
x 2 3 4 5 −4 −3 −2
π −1 1
π
2 3 4 5
−
−1
2 −1
2
−2 −2
−3 −3
−4 −4
44
e) Função ímpar:
Definição: Uma função f(x) é ímpar se, para todo x no domínio de f, tem-se f(-x) = -f(x).
Exemplos:
y y
4 4
y = x3
3 3
f(x)
2 2
y=sen x
1
π 1
−
-x x 2 x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
x −4 −3 −2 −1 1 π 2 3 4 5
−1 −1 2
−2 −2
f(-x)
−3 −3
−4 −4
f) Função periódica:
Uma função f(x) é periódica se existe um número real T >0 tal que f(x + T) = f(x) para todo x ∈ D ( f ) .
O menor número real positivo de T é chamado período da função f(x).
O gráfico de uma função periódica se repete a cada intervalo de comprimento T .
Exemplos:
y y
4 4
y=tg x
3 3
2 2
1 y = sen2 x 1
x x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1
−2 −2
−3
−3
−4
−4
45
3.2.12) Operações com funções de uma variável real:
a) Adição, subtração, multiplicação e divisão:
Definição: Dadas as funções de uma variável real f e g, sua soma f + g, diferença f – g, produto f.g e quociente
f/g, são definidas por:
f f ( x)
i) (f+g)(x) = f(x) + g(x) ii) (f-g)(x) = f(x) – g(x) iii) (f.g)(x) = f(x).g(x) iv) ( )( x) =
g g ( x)
Exemplos:
a) f: D ⊂ R → R . Como D( y1 = x ) = R, D( y 2 = x ) = R+ e R ∩ R+ = R+ , então D( y = x + x ) = R+ .
x a y=x+ x
Portanto, a função f fica assim definida: f: R+ → R
x a y=x+ x
1
c) h: D ⊂ R → R . Como D( y1 = sen x )=R, D( y 2 = ) = R * e R ∩ R* = R* , então
x a sen x x
y=
x
sen x 1
D( y =
x
= sen x. )= R * = R − {0} . Portanto, a função h fica assim definida: h: R − {0}
x a
R
sen
→x
.
x y=
x
O domínio de g 0 f é o conjunto de todos os pontos x no domínio de f tais que f(x) está no domínio de g.
Em símbolos: D(g 0 f ) = {x ∈ D ( f ) / f ( x) ∈ D ( g )}
Em diagrama, tem-se:
f(x)
f g
x
g(f(x))
g0f
x+3
Solução:
f
g
a) g 0 f = g(f(x)). Lei de composição: x
g0f ln x + 3
Como f(-3)=0 e zero não pertence ao domínio de g(x)=lnx, então o domínio de g 0 f é (−3,+∞) , pois
neste intervalo as imagens f(x) pertencem ao intervalo (0,+∞) que é igual ao domínio da função g.
Em diagrama, vem:
(0,+∞) g=lnx
f = x+3
R
(−3,+∞)
g 0 f = ln x + 3
f0 g ln x + 3
Existe um intervalo (0<x<e-3) pertencente ao domínio de g que fornece imagens g(x) <-3. Esse intervalo
deve ser retirado do domínio de g para que possa existir a função real f 0 g . Após a retirada desse intervalo, a
imagem de g será maior ou igual a -3 que é igual ao domínio da função f.
Em diagrama, vem:
f ( x) = x + 3
[−3,+∞)
g ( x) = ln x
R+
[e −3 ,+∞)
f 0 g = ln x + 3
Verificação: f 0 g = ln x + 3 ⇒ ln x + 3 ≥ 0 ⇒ ln x ≥ −3 ⇒ x ≥ e −3
d) Inversão de funções:
Função inversa:
Seja a função real f: A → B . Se f for uma função bijetora, então podemos definir uma função
x a y = f ( x)
g: B
y
→ x = Ag ( y) . A função g
a
definida dessa maneira é chamada função inversa de f e denotada por f –1.
Caso uma função f não seja bijetora, pode-se restringir o seu domínio de modo que naquele intervalo f
seja bijetora e, portanto, admita inversa.
48
Os gráficos de uma função f: A → B e da sua inversa g= f : B –1
→ x = Ag ( y) são simétricos
x a y = f ( x) y a
em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares. Isso porque a composição g(f(x))=x. Veja:
B
A y=f(x)
f g A
x
g(f(x))=g(y)=x
g0f
Exemplo: Defina a função y = x2 – 4x + 3 no maior intervalo real tal que ela admita função inversa. Dê
o domínio, o contradomínio e a fórmula da função inversa. Esboce o gráfico da função dada e da sua inversa.
Solução:
A função y = x2 – 4x + 3 não é bijetora em seu todo seu domínio (D(y)=R). No entanto, se restringirmos
a função aos intervalos x ≥ 2 ou x ≤ 2 ela será bijetora e, portanto, admitirá função inversa.
4 ± 16 − 4(3 − y ) 4 ± 4(1 + y )
y = x2 – 4x + 3 ⇒ x 2 − 4 x + 3 − y = 0 ⇒ x = ⇒x= ⇒ x = 2 ± 1 + y . Daí, vem:
2 2
a) Se f: [2,+∞) → [−1,+∞) , então b) Se f: (−∞,2] → [−1,+∞) , então
x a y = x 2 − 4x + 3 x a y = x 2 − 4x + 3
→ →
−1 −1
f = g : [−1,+∞) [2,+∞) . f = h : [−1,+∞) (−∞,2] .
y a
x = 2 + 1+ y y a
x = 2 − 1+ y
y yx
y xy 4
4 x=g(y)
y=f(x)
3
3
y=f(x)
2
2
1
1
yx
y
x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
x5
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 x5 x=h(y)
−1
−1
−2
−2
−3
−3
−4
−4
49
Gráficos auxiliares:
y y x
y
4 4
3 3
2 2
1 1
x
y x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
x −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−1
−2
−2
−3
y = x2 − 4 x + 3
−3
x = 2 ± 1+ y
−4
−4
Observação:
O gráfico de x = 2 ± 1+ y , onde x é o eixo das ordenadas (variável dependente) e y é o eixo das abscissas
2
(variável independente), é equivalente ao gráfico de x − 4x + 3 = y , basta elevar ambos os membros ao quadrado
2
e isolar y. No entanto, na equação x − 4x + 3 = y , obtida de x = 2 ± 1+ y , x continua sendo a variável dependente e
y continua sendo a variável independente. Como em Matemática, usualmente representamos a variável
independente no eixo horizontal e a denominamos por x, bem como representamos a variável dependente no
eixo vertical e a denominamos de y, então o gráfico de x = 2 ± 1 + y é equivalente ao gráfico de x = y2-4y+3.
Veja:
4
x
y
4
x
y
y 4
y
3 3 3
2 2 2
1 1 1
y
x
y
x x
x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 ⇒ −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 ⇒ −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1 −1
2 2
x − 4x + 3 = y 2
−2 xx == y2 ±− 41y++y3 −2 −2 x =y − 4y + 3
−3 −3 −3
−4 −4 −4
b) Função transcendente:
É uma função que transcende as operações algébricas, ou seja, aquela que não é algébrica.
Exemplos: Funções exponenciais, logarítmicas, trigonométricas circulares (diretas e inversas),
trigonométricas hiperbólicas (diretas e inversas).
Exemplos:
a) f: D ⊂ R → R b) g: D ⊂ R → R c) h: D ⊂ R → R
x a y = x 2 − 4x + 3 x a y = senx − x t a s = t 2 − 5t + 4
Forma implícita: A equação F(x,y)=k define implicitamente as funções y=f(x) ou x=g(y) se ao substituirmos
y por f(x) ou x = g(y) na equação F(x,y)=k, esta equação se transforma numa identidade. No entanto, nem
sempre uma equação F(x,y)=k define uma função y=f(x) ou x=g(y) como, por exemplo:
a) x2 + y2 +1=0 ⇒ x 2 + y 2 = −1 . Não existe par ordenado (x,y), com x e y reais, que satisfaça essa equação.
b) x2 + y2 =0 ⇒ x = y = 0 .
Ainda que a equação F(x,y)=k admita soluções, ou seja, ainda que existam pares ordenados de números
reais que satisfaçam a equação, por si só ela não representa y como função de x e nem x como função de y.
51
Exemplo: A equação x2 + y2 = 4 possui infinitas soluções. Ela representa uma circunferência de centro
na origem e raio igual a 2. No entanto, x2 + y2 = 4 não representa y como função de x, pois para x pertencente
ao intervalo [− 2, 2] existem dois valores de y em correspondência. Analogamente, a equação x2 + y2 = 4
também não representa x como função de y.
y
y
x2+y2=4
x
x
y y
f: [− 2, 2]→ R+ .
x a
y= 4−x 2
52
y
y
y y
y
y
x x
x x
x
x
y
y
m: [− 2, 2]→ R
x a y = m( x)
com
x x
− 4 − x 2 , se - 2 ≤ x < -1
m( x) =
4 − x 2 , se - 1 ≤ x < 2
Assim, a equação F(x,y)=k, quando define alguma função, pode representar implicitamente diversas
funções dos tipos y=f(x) ou x=g(y).
Usualmente, a forma implícita é utilizada para representar uma função quando não é possível utilizar a
forma explícita y=f(x) ou x=g(y).
Exemplo: 3x2y +2 ln (xy)=0.
x = x(t )
Forma paramétrica: Sejam duas funções da mesma variável real t, com t ∈ [a, b] . A cada valor de t
y = y (t )
correspondem dois valores x e y. Conseqüentemente, a cada valor de t corresponde um ponto P(x(t),y(t)) do
plano cartesiano xOy. Se as funções x=x(t) e y=y(t) são contínuas, quando t varia de a até b, o ponto P(x(t), y(t))
descreve uma curva no plano. As equações x=x(t) e y=y(t) são denominadas equações paramétricas da curva e
t é denominado parâmetro.
53
Exemplo:
x = r cos θ
a) , onde r > 0 e 0 ≤ θ ≤ 2π , são as equações paramétricas de uma circunferência com centro na
y = rsenθ
origem do sistema de coordenas cartesianas e raio igual a r.
Demonstração:
y
y
Como x = r cos θ e y = r sen θ , vem:
x = r cos θ
x2+y2=r2 x2 + y2 = r 2 ⇔ ,
y = rsenθ
P
y onde r > 0 e 0 ≤ θ ≤ 2π .
r
θ
x xx
x = a cos θ
b) , onde a, b > 0 e 0 ≤ θ ≤ 2π , são as equações paramétricas de uma elipse com centro na origem,
y = bsenθ
semi-eixo maior a e semi-eixo menor b.
Demonstração:
centro na origem, semi-eixo real a e semi-eixo imaginário b, com eixo real sobre Ox.
Demonstração:
y2 x2
No caso da hipérbole ter o eixo real sobre Oy, sua equação canônica é dada por − = 1 , de onde vêm
a2 b2
x = btgθ
suas equações paramétricas .
y = a sec θ
x = a(θ − senθ )
d) , onde a > 0 , são as equações paramétricas de uma ciclóide. Uma ciclóide é o lugar
y = a (1 − cos θ )
geométrico descrito por um ponto fixo da circunferência de um círculo que roda sem deslizar sobre uma reta
fixa.
Demonstração:
Seja CB=CM=a o raio do círculo rolante de centro em C, P(x,y) um ponto fixo da circunferência e M o ponto de
contato do círculo com a reta fixa Ox, denominada base.
Se o arco PM=OM em comprimento, então P tocará O se o círculo roda para a esquerda.
^
Seja θ o ângulo P C M . Daí, vem:
x=ON=OM – NM==a θ -asen θ =a(1-sen θ )
y=NP=MC-AC=a - acos θ =a(1-cos θ ).
55
x = a (1 − senθ )
Logo, as equações paramétricas da ciclóide são . O ponto V é denominado vértice.
y = a(1 − cos θ )
y
y
B
⇒ V
C a
θ A
P a
O N M x O x
EXERCÍCIOS:
01) Esboce o gráfico das relações abaixo e verifique se elas representam função:
a) A = {(x,y) ∈ R 2 / y2 = x} b) S = {(x,y) ∈ R 2 / x2 + y2 = 4}
x 2 + 1, se x ≤ -2
e) X: R → R , com y = 3, se - 2 < x < 1
x a y x
2 , se x >1
x x
56
3.2.16) Funções especiais:
a) Função polinomial: É toda função do tipo f: R → R , onde a0, a1, a2, ..., an são números reais
n
x a
y = ∑ap x p
p =0
não nulos chamados coeficientes e n, inteiro não negativo, determina o grau da função. Explicitamente, temos
n
f(x) = ∑a
p =0
p x p = anxn + an-1xn-1 + ... + a2x2 + a1x + a0 .
a.1) Função constante: É uma função polinomial de grau zero, do tipo f: R → R . O domínio da
x a y=k
função f(x) = k é D(f) = R e o conjunto imagem é Im(f) = {k}. O gráfico é uma reta paralela ao eixo x,
passando por y = k.
Exemplos:
a) f(x) = 3 b) f(x) = -1 c) f(x) = 0
y y y
x x
x
a.2) Função do 1º grau: Função polinomial do 1º grau ou simplesmente função do 1º grau é uma
função do tipo f: R → R , com a ≠ 0 . Os números reais a e b são chamados, respectivamente,
x a y = ax + b
coeficiente angular e coeficiente linear. O domínio de f(x) é D(f) = R e a imagem é Im(f) = R.
O gráfico de uma função f(x) = ax + b, com a ≠ 0 , é uma reta não paralela aos eixos coordenados. Se
a > 0, a função f(x) é crescente e se a < 0 f(x) é decrescente.
57
Exemplos:
a) b)
a >0 a <0
y=ax +b
y y
y=ax +b
b b
−
b x −
b x
a a
Exemplo:
y
a.4) Função quadrática ou função do 2º grau: É uma função polinomial do 2º grau, do tipo
f: R
x
→ y = ax R+ bx + c , com
a
2
a ≠ 0 . O gráfico de uma função quadrática é uma parábola com eixo de simetria
Na função f(x) = ax2 + bx + c se a > 0 , então a parábola tem concavidade voltada para cima e se
a < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo.
a>0 x
x x
y
y
y
a<0 x
x x
b) Função racional:
É toda função do tipo f: D ⊂ R → R , com Q(x) ≠ 0 , onde P(x) e Q(x) são funções polinomiais.
x a P( x)
y=
Q( x)
P( x)
O domínio de f(x)= , com Q(x) ≠ 0 , é D(f) = { x ∈ R / Q ( x) ≠ 0 }, ou seja, todos os números reais
Q( x)
que não anulam o denominador. O conjunto imagem depende de como é a função racional dada.
c) Função irracional:
É toda função do tipo f: D ⊂ R → R , com P(x) ≥ 0 se n for par, onde P(x) é uma função
x a y = n P ( x)
polinomial e n ∈ N , n ≥ 2 .
59
d) Função modular:
É toda função do tipo f: R → R .
x a y= x
e) Função exponencial:
É toda função do tipo f: R → R , com 0 < a ≠ 1 .
x a y = ax
Exemplo:
Valor de a f(x) = ax
y
a>1 x
0< a < 1 x
60
f) Função logarítmica:
É toda função do tipo f: R+* → R , com 0 < a ≠ 1 .
x a y = log a x
Exemplo:
Valor de a f(x) = loga x
y
a>1 x
0< a < 1 x
(0,1)
P
P1
t
O P2 (1,0) x
61
g.1) Função seno:
É toda função do tipo f: R → R .
x a y = sen x
−1
−2
−3
−4
−1
−2
−3
−4
62
g.3) Função tangente:
É toda função do tipo f: D ⊂ R → R , com cos x ≠ 0.
x a sen x
y=
cos x
π
O domínio de f(x) = tg x é D(f) = x ∈ R / x ≠ + kπ , k ∈ Z e a imagem é Im(f) = R.
2
A função f(x) = tg x é periódica de período π radianos, já que tg (x + π ) =tg x.
O gráfico da função f(x) = tg x é denominado tangentóide.
Exemplo:
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
63
g.5) Função secante:
É toda função do tipo f: D ⊂ R → R , com cos x ≠ 0.
x a 1
y=
cos x
π
O domínio de f(x) = sec x é D(f) = x ∈ R / x ≠ + kπ , k ∈ Z e a imagem é Im(f) = (− ∞,−1] ∪ [1,+∞ ) .
2
A função f(x) = sec x é periódica de período 2 π radianos, já que sec (x +2 π ) =sec x.
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
64
h) Funções trigonométricas inversas:
h.1) Função arco seno:
π π
Se f: −,
2 2
→ [− 1,1] , então a inversa de f, denominada função arco seno, é dada por
a y = sen x
x
π π
g= f −1
: [ − 1,1] → − , .
2 2
y a x = arcseny
Note que foi necessário restringir o domínio da função f(x) = sen x num intervalo em que f(x) fosse
bijetora. Poderíamos ter escolhido outros intervalos como, por exemplo,
5π 3π 3π π π 3π 3π 5π π π
..., − ,− ou − ,− ou , ou , ,... No entanto, o intervalo − 2 , 2 facilita cálculos, uma
2 2 2 2 2 2 2 2
vez que zero pertence a ele.
π π
Na função g=f -1: [ − 1,1] → − , , em que x = arc sen y, x é variável dependente e, portanto, seus
2 2
y a x = arc sen y
valores devem ser marcados sobre o eixo das ordenadas. Analogamente, y é a variável independente e,
portanto, seus valores devem ser marcados sobre o eixo das abscissas.
π π
No entanto, para evitar confusões, vamos apenas fazer o gráfico de g: [ − 1,1] → − , , uma vez que
2 2
x a y = arc sen x
estamos acostumados a relacionar o eixo das ordenadas com os valores de y e o eixo das abscissas com os
valores de x. Assim:
yy
π
2
-1
1 xx
π
−
2
65
h.2) Função arco cosseno:
Se f: [0, π ]→ [− 1,1] , então a inversa de f, denominada função arco cosseno, é dada por
x a y = cos x
Note que foi necessário restringir o domínio da função f(x) =cos x num intervalo em que f(x) fosse
bijetora. Poderíamos ter escolhido outros intervalos.
De modo análogo ao que fizemos na função arco seno, vamos apenas fazer o gráfico de
g: [− 1,1]→ [0, π ] :
x a y = arc cos x
π
2
π
-1 1 x
g=f -1: R → − π , π .
a 2 2
y x = arc tg y
Note que foi necessário restringir o domínio da função f(x) =tg x num intervalo em que f(x) fosse
bijetora. Poderíamos ter escolhido outros intervalos.
De modo análogo ao que fizemos na função arco seno, vamos apenas fazer o gráfico de g: R → − π , π :
a 2 2
x y = arc tg x
y
π
2
π
−
2
g= f −1
: R → ]0, π [ .
y x = arc cotg y
a
β
Observação: Do triângulo retângulo , tem-se:
x
α
1
π
α + β= e x = tg α =cotg β . Portanto, α =arc tg x e β = arc cotg x.
2
π
Assim, arc cotg x = − arctgx
2
67
h.5) Função arco secante:
Se f: ]0, π [− π → ]− ∞,−1] ∪ [1,+∞[ , então a inversa de f, denominada função arco secante, é dada por
2
x a y = sec x
yy
-1 1 x
1
Se y = arcsec x , então x = sec y = . Daí, vem: cos y = 1 ⇒ y = arc cos 1 , se x ≥1.
cos y x x
1
Logo, arc sec x = arc cos
x
Se f: − π , π − {0}→ ]− ∞,−1] ∪ [1,+∞[ , então a inversa de f, denominada função arco cossecante, é dada por
2 2
x a y = cos sec x
2 2
x a y = arc cossec x
π
2
-1 x
1 x
π
−
2
1
Se y = arc cossec x , então x = cossec y = . Daí, vem: sen y = 1 ⇒ y = arc sen 1 , se x ≥1.
sen y x x
1
Logo, arc cossec x = arc sen .
x
68
i) Funções trigonométricas hiperbólicas:
Seno hiperbólico e cosseno hiperbólico:
Seja t um número real tal que t = 2Ah, onde Ah é a área do setor hiperbólico POQ no sistema de
coordenadas cartesiano abaixo e Q tem coordenadas (1,0). Seja P um ponto que descreve o ramo direito de uma
hipérbole unitária. Denomina-se seno hiperbólico de t, denotado por senh t, a ordenada OP1 , onde P1 é a
projeção ortogonal de P sobre o eixo das ordenadas, e cosseno hiperbólico de t, denotado por cosh t, a abscissa
OP2 , onde P2 é a projeção ortogonal de P sobre o eixo das abscissas.
Exemplo:
y
P1 P
O Q P2 x
e x − e−x
O seno hiperbólico de um número real x é definido por senh x = , onde x é denominado
2
argumento do seno hiperbólico e o cosseno hiperbólico de um número real x é definido por
e x + e−x
cosh x = , onde x é denominado argumento do cosseno hiperbólico.
2
1 cosh x e x + e−x
cotgh x = = ⇒ cot gh x = x
tgh x senh x e − e −x
1 2
sec h x = ⇒ sec h x = x
cosh x e + e −x
1 2
cos sec h x = = x
senh x e − e − x
1 – tgh2 x = sech2x (basta dividir ambos os membros de cosh2 x – senh2 x = 1 por cosh2x)
1 – cotgh2 x = -cossech2x (basta dividir ambos os membros de cosh2 x – senh2 x = 1 por -senh2x)
e x − e−x
O domínio de f(x) = senh x= é D(f) = R e a imagem é Im(f) = R
2
O gráfico da função f(x) = senh x pode ser obtido adicionando-se as ordenadas das funções auxiliares
1 1 1 1
g(x)= e x e h(x)= − e − x . Primeiramente, esboça-se os gráficos de g(x)= e x e h(x) = − e − x (pode ser
2 2 2 2
tracejado) e posteriormente soma-se as ordenadas obtendo-se f(x) = g(x) + h(x).
f(x)=senh x
g(x) = 1 e x
2
x
h(x) = − 1 e − x
2
e x + e−x
O domínio de f(x) = cosh x= é D(f) = R e a imagem é Im(f) = [1,+∞[ .
2
O gráfico da função f(x) = cosh x pode ser obtido adicionando-se as ordenadas das funções auxiliares
1 1 −x 1 1 −x
g(x)= e x e h(x)= e . Primeiramente, esboça-se os gráficos de g(x)= e x e h(x) = e (pode ser
2 2 2 2
tracejado) e posteriormente soma-se as ordenadas obtendo-se f(x) = g(x) + h(x).
f(x) = coshx
g(x) = 1 e x h(x) = 1 e − x
2 2 x
70
A função cosseno hiperbólico pode ser usada para descrever a forma de um cabo ou corrente flexível,
uniforme, cujas extremidades estão fixas a uma mesma altura.
x
A curva da função f(x) = cosh ( ) , a ∈ R é denominada catenária (do latim: cadeia, corrente). Seu
a
emprego também se dá na arquitetura, na confecção de arcos.
e x − e−x
O domínio de f(x) = tgh x= é D(f) = R e a imagem é Im(f) = ]− 1, 1[ .
e x + e −x
O gráfico de f(x) = tgh x é dado por:
y
-1
x
-1
71
i.5) Função secante hiperbólica:
É toda função do tipo f: R → R .
x a y = sec hx
2
O domínio de f(x) =sech x= é D(f) = R e a imagem é Im(f) = ]0, 1] .
e + e −x
x
2
O domínio de f(x) =cossech x= −x
é D(f) = R* e a imagem é Im(f) = R*.
e −e
x
x
72
j) Funções hiperbólicas inversas:
j.1) Função argumento do seno hiperbólico:
Se f: R → R , então a inversa de f, denominada função argumento do seno hiperbólico e denotada
x a y = senh x
Como a função seno hiperbólico é bijetora em todo o seu domínio, então não é necessário restringir um
intervalo para definir a função inversa.
e x − e−x
Como y = senh x = , então a inversa x = arg senh y = ln (y + y 2 + 1) .
2
x a y = arg senh x
denotada por arg cosh x, é dada por g=f -1: [1,+∞[→ [0,+∞[ .
y a x = arg cosh y
Como a função cosseno hiperbólico não é bijetora em todo o seu domínio, então é necessário restringir
um intervalo para definir a função inversa, como feito acima.
e x + e−x
Como y = cosh x = , então a inversa x = arg cosh y = ln (y + y 2 − 1) , y ≥ 1. .
2
1 xx
73
j.3) Função argumento da tangente hiperbólica:
Se f: R → ]− 1,1[ , então a inversa de f, denominada função argumento da tangente hiperbólica e denotada
x a y =tgh x
Como a função tangente hiperbólico é bijetora em todo o seu domínio, não é necessário restringir um
intervalo para definir a função inversa.
e x − e−x 1 1 + y
Como y = tgh x = , então a inversa x = arg tgh y = ln , − 1 < y < 1.
e +e
x −x
2 1− y
-1 1 xx
hiperbólica e denotada por arg cotgh x, é dada por g=f -1: ]− ∞,−1[ ∪ ]1,+∞[ → R* .
y a x = arg cotgh y
e x + e−x 1 y + 1
Como y = cotgh x = , então a inversa x = arg cotgh y = ln , y > 1.
e −e
x −x
2 y − 1
y a x = arg cotgh y
- 1 x
1
74
j.5) Função argumento da secante hiperbólica:
Se f: R+ → ]0,1] , então a inversa de f, denominada função argumento da secante hiperbólica e
x a y =sec h x
2 1 + 1 − y2
Como y = sech x = x , então a inversa x = arg sech y = ln , 0 < y ≤ 1.
e + e −x y
x a y = arg sech x
1 x
x
1 2
Como y =cossech x =
2
, então a inversa x = arg cossech y = ln + 1+ y , y ≠ 0.
e x − e −x y y
x y = arg cossech x
a
x
75
EXERCÍCIOS
01) Considere todos os infinitos retângulos cujo comprimento tem 3 cm a mais que a largura. Dê a lei
matemática que relaciona a área y com a largura x desses retângulos. Essa relação representa uma função?
Justifique.
02) Um administrador de uma fábrica de móveis descobre que custa R$ 2200,00 para fabricar 100 cadeiras em
um dia e R$ 4800,00 para produzir 300 cadeiras em um dia.
a) Expresse o custo como uma função do número de cadeiras produzidas, supondo que ela é linear. Dê seu
domínio e imagem.
b) Esboce o gráfico da função acima.
c) Qual a inclinação do gráfico e o que ela representa?
d) Qual o intercepto y do gráfico e o que ele representa?
03) Em uma fazenda, um trabalhador deve construir um galinheiro de forma retangular. Dispondo apenas de 30
m de tela, ele decidiu aproveitar um velho muro como uma das laterais do galinheiro. Sabendo que o muro tem
extensão suficiente para ser lateral de qualquer galinheiro construído com essa tela, expresse matematicamente
a área do galinheiro em função da referida lateral. Dê o domínio, a imagem e o valor da área máxima.
04) Para uma determinada viagem, foi fretado um avião com 200 lugares. Cada pessoa deve pagar R$ 300,00
mais uma taxa de R$ 6,00 por lugar que ficar vago.
a) Expresse a lei que relaciona a quantia paga pelos passageiros à agência com o número de passageiros
que compareceram para viagem. Essa lei representa uma função? Justifique.
b) Qual a receita máxima que pode ser arrecadada nessas condições?
05) Um capital C foi aplicado durante n anos à taxa de juro composto de 20% ao ano. Dê a lei matemática que
relaciona o montante M (capital + juro) com o tempo que o capital permanece aplicado. Essa relação representa
uma
06) Em cada item abaixo, represente num mesmo plano cartesiano os gráficos das seguintes funções, partindo
do gráfico básico. Dê o domínio e o conjunto imagem de cada função:
a) f(x) = x; g (x) =x + 1; h(x) = x – 2; i(x) =x + 3
b) f(x) = x; g(x) = 2x; h(x) =3x; i(x) = x/2; j(x) = x/4
c) f(x) = x; g(x) = -x
d) f(x) = 2x + 3; g(x) = 3x-2; h(x) = 2-x;
76
x x
e) f(x) = − 4 ; g(x) = 4 -
3 2
f) f(x) = x2; g(x) = x2 + 1; h(x) = x2 – 3; i(x) = 2-x2; j(x) = -3-x2; l(x) = 3x2
g) f(x) = x2; g(x) = x4; h(x) = x6; j(x) = x8
h) f(x) = x3; g(x) = x5; h(x) = x7
i) f(x) = x ; g(x) = x + 1 ; h(x) = x − 1 ; j(x) = x + 1; l(x) = x −1
x
j) f(x) = sen x ; g(x) = sen 2x ; h(x) = sen ;
3
k) f(x) = sen x; g(x) = 2 + senx; g(x) = -1 - senx
π
l) f(x) = cos x; g(x) = cos(x+ ) ; h(x) = cos (x - π );
3
m) f(x) = cos x; g(x) = cos(x + 1); h(x) = cos (x – 1);
n) f(x) = cosx; g(x) = 2 + cos 3x
o) f(x) = 2x; g(x) = 2x + 3; h(x) = 1 – 2x;
p) f(x) = 2 + 3.2x; j(x) = 24x
q) f(x) = (1/3)x; g(x) = 5-(1/3)2x
r) f(x) = ex; g(x) = 2 + ex; h(x) = -2 - ex
s) f(x) = log x; g(x) = 2 +log x; h(x) = -logx; com x ∈ R+*
1 2 2
v) f(x) = ; g(x) = ; i(x) = + 3
x x x
1 1
w) f(x) = ; g(x) = - ;
x x
1 1
x) f(x) = ; g(x) = +2
x +1 x−4
y) f(x) = x
; g(x) = x + 3; h(x) = - x
z) f(x) = x ; g(x) = 4 + 2 x
07) Esboce o gráfico das seguintes funções reais, dando seu domínio e imagem:
x + 2, se x < -3 − 2 x + 3, se x < 0
a) f(x) = 4, se - 3 ≤ x < 2 b) g(x) = x 2 + 6x + 12, se 0 ≤ x < 8
2 x + 4 , se x ≥ 8
x − 4 x + 4, se x ≥ 2
77
1 log 0,1 x, se 0 < x < 1
, se w < - 2
c) f(w) = w d) y = - log(x + 2) , se 1 ≤ x < 4
− w3 , se - 2 ≤ w ≤ 3 − 2, se 4 ≤ x < 10
π
2 sen x, se x < − 2 6 − 2 x , se x < 0
g) h(x) = h) y = 2
− cos( x + π ), se x ≥ - π 2 x + 1 , se x ≥ 0
2 2
08) Esboce o gráfico das seguintes funções dando seu domínio e imagem:
x
a) f(x) = arcsen x b) g(x) = arcos 2x c) h(x) = arctg d) f(x) = senh x
2
e) g(x) = cosh 2x f) h(x) = tgh(-x) g) y = arg tgh x h) y = cotgh x
1 x
a) y = 3
2x − 7 + 4 x2 + 3 − b) y = c) f(x) = sen x + tg 2x
x+2 x +1
3 + cos 2 x
d) y = arc sen x e) g(x) = senh(-x) f) h(x) =
x
tg
4
1 e −2 x
g) y = ln (3x2 + ) h) f(x) = log ( x + 2 ) ( x 2 + 5 x) i) y =
2 log x 2 (3x − 1)
12) Analise os gráficos do exercício 6,e classificando-os em função par ou função ímpar, caso sejam.
13) Usando a definição de função periódica, determine o período das seguintes funções reais:
π
a) y = sen x b) y = cos (2x + ) c) f(x) = tg( π − x)
2
5 x, se x ≤ 0
15) Sejam f(x) = − x, se 0 < x ≤ 8 e g(x) = x3. Calcule f o g e g o f.
x , se x > 8
1
16) Sejam f(x) = x−4 e g(x) = + 1, x ≥ 3. Calcule f o g. Dê o domínio e o conjunto imagem de f(x),
2x
g(x) e de (f o g) (x).
17) Em cada um dos exercícios determine a fórmula da função inversa. Fazer os gráficos da função dada e da
sua inversa. Restrinja o domínio, se necessário:
1
a) y = 3x + 4 b) y = c) y = x − 1 , se x ≥ 1 d) y = 8x3
x−3
x
e) y = x2 – 4, x ≤ 0 f) y = x2 g) y = sen 2x h) f(x) = cos
3
π
i) y = ex j) y = senh x l) y = log (3x + 1) m) y = cotg ( x + )
4
79
Respostas dos exercícios
1) Sistematização dos conjuntos numéricos
01) a) b) c)
U U U
A A A
B B B
C C C
d) e) f)
U U U
A A A
B B B
C C C
g) φ h) i)
U U U
A A A
B B B
C C C
A B B d) V e) V f) F, ac > bd
D A g) V h) F, x < -a ou x > a i) V
j) V l) F, a + b ≤ a + b m) V
A B n) V o) V p) F, a= b ou a = -b
q) F, a =a
2
r) V
m) Pode ser feito como no item l ou faz-se a − b = a + (−b) . Pela proposição anterior, tem-se:
a + (−b) ≤ a + − b ⇒ a − b ≤ a + b .
05) a)
i) x < a, com a > 0 ⇒ −a < x < a
• Se x > 0 ⇒ x = x . Como, por hipótese, x < a, segue x < a. Como a > 0, então –a < 0. Daí, vem:
-a< 0 < x < a. ⇒ −a < x < a .
• Se x < 0 ⇒ x = − x . Como, por hipótese, x < a, segue −x < a e x > -a.. Como a > 0, vem:
-a < x <0 < a. ⇒ −a < x < a .
20
06) a) (− ∞,0 ) ∪ ,+∞
3
68
b) − ∞,
19
[
c) − 2 2 , 2 2 ] d) R – {3}
5
e) − ∞,
2
4 1
f) g) − 1, h) (− ∞,−4] ∪ [− 1,1] i) (− ∞,−1] ∪ [1,+∞] ∪ {0} j) (− 1,1) ∪ (1,+∞ )
5 2
1 5
l) (2,+∞ ) m) (− ∞,−2] ∪ {1} n) − ∞,− o) − ∞,− ∪ (− 1,2 ) p) (− ∞,0]
2 2
1 1 2
q) (− ∞,−3) ∪ (2,+∞ ) r) (-1,1) s) (− ∞,−2 ) ∪ − , ∪ ,3
3 3 3
9 2 8 7 3 11 11
07) a) − ,3 b) , c) − , d) − , e) {8}
5 5 9 2 4 10 8
81
2 4 4
f) ,+∞ g) ,+∞ h) {−5, 2} i) ,3
3 3 3
1
x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 x
−1
−2
−3
−4
−5
d) e) f)
y y
4
y
3
x
x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
x −1
−2
−3
−4
g) 03) a) A X B = {(x, y ) ∈ R 2
/1≤ x < 3 e y = 2 }
y y
4
4
3
3
2
2
1 1
x x
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−1
−2
−2
−3
−3
−4
−4
−5
82
b) B X A = {(x, y ) ∈ R 2
/ x = 2 e 1≤ y < 3 } c) A X C = {(x, y ) ∈ R 2
/1≤ x < 3 e 1≤ y ≤ 5 }
y
4
y
3
5
2
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
1
−2
−3
1 3 x
−4
−5
d) C X A = {(x, y ) ∈ R 2
/1≤ x ≤ 5 e 1 ≤ y < 3 } e) B X D = {(x, y ) ∈ R 2
/ x = 2 e -1 < y < 4 }
y
4
y
3
3 1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
1 −2
−3
1 5 x
−4
f) C X B = {(x, y ) ∈ R 2
/1≤ x ≤ 5 e y = 2 }
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BOYER, Carl B. História da matemática. 2 ed. São Paulo: Blücher, 1996.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação e integração. 5 ed. São Paulo: Makron, 1992.
GARBI, Gilberto. O romance das equações algébricas. São Paulo: Makron Books, 1997.
GRANVILLE, W. A.; LONGLEY, W. R.; SMITH, P. F. Elementos de cálculo diferencial e integral. Rio de Janeiro: Científica, 1961,
p. 140.
IEZZI, Gelson. MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de matemática elementar: conjuntos, funções. V 1. 6 ed. São Paulo, Atual, 1985.
IEZZI, G. et al. Fundamentos de matemática elementar: complexos, polinômios e equações. São Paulo: Atual, 1977-1983, 4 ed, V 6.
LIMA, Elon Lages. Curso de análise. Rio de Janeiro: IMPA, 1976. V 1, p. 56, 60, 61, 138-140.
MUNEM, Mustafá A.; FOULIS, David J. Cálculo. V 1. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982.
RIGHETTO, A.; FARRAUDO, A. S. Cálculo diferencial e integral I. São Paulo: Instituto Brasileiro de Edições Científicas, 1981,
V1.
SANT’ANNA, Adonai S. O que é um conjunto. Barueri: Manole (no prelo).
SPIEGEL, Morra Ralph. Probabilidade e estatística. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978, p. 1-5.
WINTERLE, Paulo. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron Books, 2000, p. 186,187, 202, 203.