Professional Documents
Culture Documents
INTRODUÇÃO
História da ressuscitação
Dos tempos bíblicos até a Idade Média, muitos se preocuparam com a questão da res-
suscitação, entre eles Galeno (130 a 200 D.C.). Em seus experimentos, chegou a usar
foles para inflar os pulmões de animais mortos. Entretanto, Galeno acreditava que um
espírito vital, chamado pneuma, e que não era exatamente o ar, entrava pelos pulmões e
seguia para o resto do corpo. Ensinava, também, que o calor da vida era produzido no
coração, iniciando no nascimento e extinguindo-se na morte. A crença na incapacidade
de restabelecer o calor da vida e de fornecer pneuma durante a respiração fez com que
se acreditasse ser inútil tentar a ressuscitação. Suas pesquisas, geralmente em porcos e
macacos, foram tão respeitadas que, até o século XVI, Galeno foi considerado a autori-
dade máxima no que dizia respeito à saúde e à doença.4
Em 1543, Andreas Vesalius, em seu tratado de anatomia chamado “De Humani Corpo-
ris Fabrica” (“A Estrutura do Corpo Humano”) (Figura 2), começou a abalar as antigas
superstições galênicas. Seus estudos contêm ainda uma descrição da primeira tentativa
de ressuscitar porcos e cães com o uso de traqueotomia, intubação e expansão intermi-
tente dos pulmões.5 Apesar da intensa atividade intelectual que existiu durante a Renas-
cença, não há registros de tentativas de ressuscitação, pois a morte era considerada imu-
tável e qualquer tentativa de revertê-la seria considerada contra os preceitos da Igreja
Cristã, resultando em morte na fogueira. Foi somente no século XVIII, quando se inicia-
ram os experimentos científicos, que o conhecimento sobre o corpo humano pôde se
expandir. O médico inglês William Harvey, 75 anos depois, continuou a tradição de
Vesalius. Harvey foi o primeiro a prover a descrição definitiva do sistema circulatório.
Em 1628 ele publicou seu estudo “Exercitatio Anatomica de Motu Cordis et Sanguinis
in Animalibus” (“Estudo Anatômico do Movimento do Coração e do Sangue in Ani-
mais”) (Figura 3).6 A despeito dessa evolução, entre 1700 e 1767, índios navajos ameri-
canos, maias, incas peruanos e, posteriormente, cidadãos ingleses ainda usavam um
rústico método de tentativa de reanimação, que consistia na inserção de fumaça quente,
reservada em uma bexiga de animal, através do reto da vitima (Figura 4A).1-6 Essa
mesma técnica tinha sido descrita no fim do Império Romano, em 476 a.C., com aplica-
ção de calor ao corpo inerte através de objetos quentes ou queimantes sobre o abdômen
(fumigação) (Figura 4B), até a flagelação, chicoteando-se com urtiga (planta cujas fo-
lhas são irritativas, contendo ácido fórmico) ou outro instrumento (Figura 5). Em 1530,
o cientista Paracelsus, utilizando raciocínio e metodologia científica de investigação,
avaliou o uso de foles de lareira (Figura 6) para introdução de ar nos pulmões de indiví-
duos aparentemente mortos, caracterizando as primeiras e rústicas tentativas de ventila-
ção artificial, ainda que o princípio fisiológico seja semelhante ao atual (ventilação sob
pressão positiva), utilizando as unidades bolsa-valva-máscara.1-6 O fim do século XVIII
à metade do século XX caracterizou-se por um período supostamente mais embasado,
porém sem nenhuma base científica, quando surgiram vários métodos manuais de venti-
lação artificial. Em sua maioria, esses métodos envolviam grande número de manipula-
ções do tórax e/ou do abdômen da vítima, na tentativa de insuflar ou desinsuflar os
pulmões; ocasionalmente, conseguia-se algum resultado, embora se ignorasse que a
obstrução da via aérea superior provocada pela língua era o principal mecanismo. Den-
tre as manobras mais usadas estava a da marinha alemã, que utilizava barris para rolar
vítimas de afogamento, a fim de reanimá-las (Figura 7). Supunha-se que esses movi-
mentos ritmados de compressão e relaxamento do tórax permitiam a troca de ar.1-6 Em
1803, médicos russos passaram a adotar o enterro parcial da vítima, com o objetivo de
propiciar a compressão do tórax (Figura 8). Aproximadamente em 1812, os europeus e
os chineses passaram a posicionar o corpo da vítima sobre cavalos em trote, acreditando
que esse movimento ativaria seus pulmões e retornaria a respiração1-6 (Figura 9).
Merece destaque o trabalho de Massius, professor de medicina, intitulado “Handbook of
National Science of Medicine for Theologist”, de 1817, que não teve a divulgação ne-
cessária, mas de valor inestimável.4 Em decorrência dos poucos conhecimentos sobre os
fenômenos envolvidos e das poucas aplicações efetivas na Antiguidade, a possibilidade
de reversão do estado terminal só se tornou possível a partir de 1900 em ambiente hos-
pitalar e por volta de 1960 em ambiente extra-hospitalar.7 O desenvolvimento da mo-
derna ressuscitação cardiopulmonar tem permitido que se modifique o curso da morte.
Vários relatos de sucesso na ressuscitação cardiopulmonar apareceram na literatura, no
início deste século. Keen, em 1904, utilizando massagem cardíaca interna. Crile & Dol-
ley, em 1906, descreveram o método experimental de ressuscitação cardiopulmonar
usando compressão torácica, ventilação artificial com uso de epinefrina parenteral.8 Ste-
phenson, em 1950, popularizou o método da toracotomia de emergência, com massa-
gem cardíaca interna. Em 1956, Zoll reverteu a fibrilação ventricular por meio da desfi-
brilação elétrica sem toracotomia.8 Em 1958, Safar, Elam, Gordon e Redding publica-
ram estudos sobre o controle das vias aéreas e ventilação boca a boca, os quais possibili-
taram, juntamente com o trabalho de Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker (massagem
cardíaca externa), a popularização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar.8-10
Ressuscitação ou reanimação?11
A reanimação compõe-se do prefixo re + anima + sufixo -ção. Anima, em latim, tanto
significa sopro, respiração, como vida e alma. Aqui se tem a identificação da vida com a
entrada de ar nos pulmões.
Em 1960, um novo dado extremamente importante foi incluído nos conceitos de reani-
mação de emergência, a partir da observação feita por Kouwenhoven, Jude e Knicker-
bocker1,10 de que a compressão sobre o terço inferior do esterno, feita adequadamente,
fornecia circulação artificial suficiente para manter a vida em animais e seres humanos
com parada cardíaca. O grande interesse por essa técnica de compressão cardíaca exter-
na levou à verificação rápida de seus resultados. Estudos posteriores indicaram a neces-
sidade de associação da massagem cardíaca externa com a respiração artificial para a
técnica de reanimação cardiorrespiratória por Safar et al.12 e confirmada por Jude e E-
lam13, e por Jude, Kouwenhoven e Knickerbocker14. Essa associação de respiração arti-
ficial com circulação artificial foi uma das recomendações mais importantes feitas pelo
International Symposium on Emergency Resuscitation, realizado em Stavanger, Norue-
ga, em agosto de 1961.15
Em relação à Resusci Anne, uma breve e romantizada história merece rápido relato:
esse, sem dúvida, é o manequim para treinamento em ressuscitação mais conhecido em
todo o mundo. Laerdal projetou essa manequim com base em pesquisas de Safar e E-
lam, e a introduziu em treinamentos, primeiramente em 1960. Um dos grandes enigmas
está na face do manequim: relata-se que é baseada em uma máscara mortuária de uma
jovem desconhecida que se afogou no rio Sena (Paris, França), por volta de 1880. Na-
quela época, os corpos recuperados no rio comumente permaneciam em exposição, a-
guardando a reivindicação da família, fato que nunca aconteceu com a jovem em ques-
tão. Ninguém sabe qual o motivo pelo qual o corpo não foi reclamado, sendo enterrado
como indigente. Mas o assistente funerário, tocado por sua beleza e por seu sorriso do-
ce, fez uma máscara mortuária, de modo a permitir alguma identificação futura.
Desfibrilação cardíaca
Em 1954, Zoll et al.21 relataram o uso de corrente elétrica alternada indiretamente atra-
vés do tórax com sucesso, dando início ao princípio do uso dos marca-passos transcutâ-
neos. Em 196222, Bernard Lown provou que o uso da corrente contínua era superior nas
desfibrilações e iniciou os princípios da cardioversão elétrica no tratamento das arritmi-
as. Como resultado de seus esforços em atar relações de amizade com cardiologistas
russos durante a guerra fria, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com um colega
russo.
Ari Timerman (Figura 12), em 1976, teve o interesse despertado para a ressuscitação
cardiopulmonar. Tratava-se de tema ainda pouco divulgado no Brasil, mesmo no Insti-
tuto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo (SP), instituição à qual pertence até
os dias atuais. Ari Timerman deu início a seus estudos ao ter acesso às diretrizes da
AHA, com o apoio fundamental de Adib Jatene e Josef Feher, responsável pelo desen-
volvimento do primeiro modelo comercial de desfibrilador externo produzido no Brasil,
nos idos de 1963, tornando-se o primeiro autor brasileiro a publicar um livro sobre res-
suscitação cardiopulmonar.6,25-27 O “Manual de Ressuscitação Cardiopulmonar”27, obra
de grande relevância e com subseqüentes reedições, rapidamente se tornou uma referên-
cia nacional e, graças a sua extensa distribuição e impacto em todo o território nacional,
posicionou, definitivamente, Ari Timerman como um dos grandes pioneiros no País em
ressuscitação cardiopulmonar. Na seqüência, desenvolveu sólida e contínua área de pes-
quisa na documentação do atendimento e análise de sobrevida da ressuscitação cardio-
pulmonar.28,29
Para atender os anseios da AHA e da ECC FIC, em 2001, foi criado o Conselho Nacio-
nal de Ressuscitação (CNR), mais representativo, abrangente, inter e multidisciplinar. O
Conselho foi estruturado com as seguintes especialidades, com grande abrangência mul-
tidisciplinar:
O fato é que, apesar de já se terem sido realizados cursos em quase todos os Estados
brasileiros, o Brasil continua um imenso território em que a maioria dos profissionais de
saúde e a população em geral ainda necessitam da fundamental oportunidade de receber
treinamento em ressuscitação cardiopulmonar, considerando termos, parafraseando Sa-
far (Figura 14), “muito bons cérebros para preservar e são muitos os jovens corações
que ainda param neste país”32.
Consensos
ILCOR
O ILCOR foi formado em 1992, com o intuito de promover um fórum entre as princi-
pais organizações de ressuscitação de todo o mundo. Ainda que os critérios para a parti-
cipação não tivessem sido rigorosamente definidos, esperava-se que as organizações-
membro tivessem uma participação ativa na criação das diretrizes de ressuscitação car-
diopulmonar, preferivelmente que servissem para mais de um país, e que fossem multi-
disciplinares. No momento, o ILCOR compreende representantes da AHA, do ERC, do
Heart and Stroke Foundation of Canada (HSFC), do Australian and New Zealand
Committee on Resuscitation, do Resuscitation Councils of Southern Africa (RCSA) e
do InterAmerican Heart Foundation (IAHF). Recentemente foi incorporado o Comitê
Asiático de Ressuscitação. Os objetivos/missão do ILCOR são:
O ILCOR se reúne duas vezes por ano, alternando, geralmente, entre um local nos Esta-
dos Unidos e um local em outra parte do mundo. Em colaboração com a AHA, o IL-
COR produziu as primeiras Diretrizes Internacionais de Ressuscitação Cardiopulmonar
em 2000 e 2005. De novo o ILCOR promoveu uma ampla revisão com base em evidên-
cias científicas, que culminou com o Consenso Internacional de Ciência em Ressuscita-
ção Cardiopulmonar e Atendimento em Emergências Cardiovasculares com Recomen-
dações de Tratamento na conferência de 30 janeiro a 6 de fevereiro de 2010 (Figura 15).
Os procedimentos dessa reunião forneceram o material para as organizações de consen-
sos regionais escreverem suas diretrizes de ressuscitação.
História do ILCOR
Esse plano de cooperação internacional teria grandes vantagens nas disposições existen-
tes: 1) os maiores especialistas teriam comunicação e cooperação proveitosas; 2) as ori-
entações para as diretrizes provavelmente teriam menos interferência do hábito, da tra-
dição ou da pressão do dia a dia; 3) as diretrizes geradas dessa maneira seriam ampla-
mente aceitas dentro das organizações existentes; 4) provavelmente seria alcançada
maior similaridade (ou mesmo identidade) das diretrizes sem o receio de que um grupo
fosse subvertido por outro; 5) existiria o potencial para eventuais diretrizes universais; e
6) as organizações existentes não sentiriam risco para sua independência ou autonomia.
O evento “Resuscitation 92”, ocorrido em Brighton, Inglaterra, em novembro de 1992,
foi a primeira conferência internacional realizada pelo grupo europeu. Ao final da con-
ferência, representantes das organizações produtoras das diretrizes (ERC, AHA, Heart
and Stroke Foundation of Canada, Australian Resuscitation Council e Resuscitation
Council of Southern Africa) realizaram a primeira reunião do ILCOR. Presidida por
Douglas Chamberlain, nessa reunião foi proposta a necessidade de haver cooperação
internacional contínua por meio de um comitê de ligação permanente, compreendendo
organizações ativas e bem estabelecidas, que, no momento, estivessem fazendo diretri-
zes e que fossem de maneira geral naturalmente multinacionais ou multidisciplinares.
1993 – No Update in Sudden Cardiac Death Congress (Congresso de Atualização em
Morte Súbita Cardíaca), realizado em Viena, Áustria, em março de 1993, o recém-
formado ILCOR realizou sua segunda reunião, na qual foi adotada uma Declaração de
Missão formal:
1996 – Por sugestão de Walter Kloeck, da África do Sul, o nome ILCOR foi aprovado
formalmente em maio de 1996. Foi um jogo de palavras intencional, relacionado ao
desenvolvimento de diretrizes para tratamento para um coração doente – “ill corr”! De-
terminou-se a necessidade significativa de se fazer uma Declaração Consultiva e cada
grupo de trabalho foi incumbido de apresentar consensos das declarações atualizados.
2007 – Foi realizada reunião com dois dias de duração na África do Sul, em Suncity,
composta por apresentações e discussões já relacionadas com o consenso de 2010 sobre
a revisão da ciência. Foi acordado que um formato similar ao utilizado em 2005 seria
seguido, ou seja, uma avaliação internacional da ciência da ressuscitação seguida pela
publicação de orientações específicas do Conselho. Decidiu-se que a conferência de
consenso teria lugar em Dallas em 2010 e que David Zideman e Bob Hickey seriam os
copresidentes da Conferência e Jack Billi e Michael Shuster, os copresidentes para os
conflitos de interesses. As forças-tarefa foram estabelecidas, cada uma coordenada por
dois copresidentes: suporte avançado de vida; suporte básico de vida; suporte de vida
em pediatria – recém-nascidos; educação e desenvolvimento, e cursos; síndromes coro-
nárias agudas; e primeiros socorros. A segundo reunião do ILCOR em 2007 foi realiza-
da em Orlando (Flórida, Estados Unidos), nos dias 1º e 2 de novembro. A maior parte
da reunião foi retomada com o planejamento para o processo de Consenso de 2010. Um
sistema para classificar o nível de evidência foi apresentado por Peter Morley, e espera-
se que essa versão seja de utilização mais simples e mais clara que a de 2005.
O consenso
Perspectivas futuras
Quando aplicada imediatamente após uma parada cardíaca súbita, pode duplicar ou até
mesmo triplicar a chance de sobrevivência de uma vítima.
Conflito de interesses
Referências
1. Gordon A. História da reanimação. In: Lane JC. Reanimação. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan; 1981. p. 226-46.
2. Ocklitz A. Artificial respiration with technical aids already 5000 years ago? Anaes-
thesist. 1996;45:19-21.
3. Biblia Sagrada. São Paulo: Encyclopaedia Britannica Publishers; 1984. p. 264-5.
4. Coelho OR, Cirillo W, Barbeiro RMD. Parada cardíaca e ressuscitação cardiopul-
monar: conceituação e histórico. In: Timerman A. Ressuscitação cardiopulmonar.
São Paulo: Atheneu; 1998. p. 1-15.
5. Weil MH, Tang W. Cardiopulmonary resuscitation: a promise as yet largely unful-
filled. Dis Mon. 1997;43(7):433-501.
6. Timerman S, Quilici AP, Garcia AM, Gonzalez MMC. Passado, presente e futuro:
a história da ressuscitação no mundo e no Brasil. In: Timerman S, Gonzalez MMC,
Ramires JAF. Ressuscitação e emergências cardiovasculares: do básico ao avança-
do. Barueri: Manole; 2007. p. 7-26.
7. Safar P. On the history of modern resuscitation. Crit Care Med. 1996;24:S3.
8. Safar P, Bircher NG. Cardiopulmonary cerebral resuscitation. 3rd ed. Oxford:
Saunders; 1988. p. 7-8.
9. Jude JR. Personal reminiscences of the origin and history of cardiopulmonary re-
suscitation (CPR). Am J Cardiol. 2003;92:956-63.
10. Kouwenhoven WB, Jude JR, Knickerbocker GG. Closed-chest cardiac massage.
JAMA. 1960;173:1064-7.
11. Rezende JM. Linguagem médica. Goiás: AB; 2004. p. 3a.
12. Safar P, Brown TC, Holtey WJ, Wilder RJ. Ventilation and circulation with closed-
chest cardiac massage in man. JAMA. 1961;176:574-6.
13. Jude JR, Elam J. Fundamentals of cardiopulmonary resuscitation. Philadelphia:
F.A. Davis Co.; 1965. p. 155.
14. Jude JR, Kouwenhoven WB, Knickerbocker GG. External cardiac resuscitation.
Monogr Surg Sci. 1964;1:59-117.
15. Van Lunsen RHW. Recommendations of the “Symposium on Emergency Resusci-
tation” at Stavanger (21-25 August 1961). Ned Milit Geneeskd Tijdschr.
1961;14:322-6.
16. Asmund S. Laerdal. [Acesso em 2009 dez 10]. Disponível em:
http://www.laerdal.com/docid/1117121/Laerdal-History.html.
17. Foley GE, Lazarus H, Farber S, Uzmaan BG, Boome BA, McCarthy RE. The
closed-chest method of cardiopulmonary resuscitation – revised statement. Circula-
tion. 1965;31:641-3.
18. Cardiopulmonary Resuscitation: Statement by the Ad Hoc Committee on Cardi-
opulmonary Resuscitation. Division of Medical Sciences, National Academy of
Sciences-National Research Council. JAMA. 1966;198:372-9.
19. Kouwenhoven WB. The development of the defibrillator. Ann Intern Med.
1969;71:449-58.
20. Beck CS, Prichard WH, Feil H. Ventricular fibrillation of long duration abolished
by electrical shock. JAMA. 1947;135:985-6.
21. Zoll PM, Linenthad AJ, Gibson W, Paul MH, Norman LR. Termination of ventri-
cular fibrillation in man by externally applied electric countershock. N Engl J Med.
1956;254:727-32.
22. Guimarães HP, Lane JC, Flato UAP, Timerman A, Lopes RD. Uma breve história
da ressuscitação cardiopulmonar. Rev Bras Clin Med. 2009;7:177-87.
23. Lane JC. Ressuscitação cardiopulmonar I: respiração boca a boca. Rev Paul Med.
1963;63:256-62.
24. Lane JC. Ressuscitação cardiopulmonar II: massagem cardíaca externa. Rev Paul
Med. 1963;64:326-9.
25. Lane JC. O início da reanimação cardiorrespiratória cerebral moderna no Brasil.
Rev Bras Ter Intensiva. 2005;17:282-4.
26. Costa MPF, Timerman S, Falcão LFR. História da ressuscitação cardiopulmonar.
In: Costa MPF, Guimarães HP. Ressuscitação cardiopulmonar: uma abordagem
multidisciplinar. São Paulo: Ed. Atheneu; 2006. p. 1-11.
27. Timerman A, Feher J. Manual de ressuscitação cardiopulmonar. São Paulo: Sarvier;
1975.
28. Timerman A, Piegas LS, Sousa JE. Results of cardiopulmonary resuscitation in a
cardiology hospital. Resuscitation. 1989;18:75-84.
29. Timerman A, Sauaia N, Piegas LS, Ramos RF, Gun C, Santos ES, et al. Prognostic
factors of the results of cardiopulmonary resuscitation in a cardiology hospital. Arq
Bras Cardiol. 2001;77:142-60.
30. Cruz Filho F, Timerman S, God EMG. Declaração de desfibrilação precoce. Arq
Bras Cardiol. 1997;69(6):431.
31. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz de apoio ao suporte avançado de vida
em cardiologia – Código Azul – Registro de Ressuscitação – Normatização do Car-
ro de Emergência. Arq Bras Cardiol. 2003;81(Supl 4):3-14.
32. Lenzer J, Safar PJ. The father of cardiopulmonary resuscitation. BMJ.
2003;327(7415):624.
33. Guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiac care. Commit-
tee and Subcommittees. American Heart Association. Part 1. Introduction. JAMA.
1992;268(16):2171-83.
34. Cummins RO, Chamberlain DA, Abramson NS, Allen M, Baskett PJ, Becker L, et
al. Recommended guidelines for uniform reporting of data from out-of-hospital
cardiac arrest: the Utstein Style. A statement for health professionals from a task
force of the American Heart Association, the European Resuscitation Council, the
Heart and Stroke Foundation of Canada, and the Australian Resuscitation Council.
Circulation. 1991;84(2):960-75.
35. Kattwinkel J, Niermeyer S, Nadkarni V, Tibballs J, Phillips B, Ziderman D, et al.
Resuscitation of the newly born infant: an advisory statement from the Pediatric
Working Group of the International Liaison Committee on Resuscitation. Resusci-
tation. 1999;40(2):71-88.
36. Zaritsky A, Nadkarni V, Hazinski MF, Foltin G, Quan L, Wright J, et al. Recom-
mended guidelines for uniform reporting of pediatric advanced life support: the Pe-
diatric Utstein Style: a statement for healthcare professionals from a task force of
the American Academy of Pediatrics, the American Heart Association, and the Eu-
ropean Resuscitation Council. Resuscitation. 1995;30(2):95-115.
37. Idris AH, Becker LB, Ornato JP, Hedger JR, Bircher NG, Chandra NC, et al. Uts-
tein-style guidelines for uniform reporting of laboratory CPR research. A statement
for healthcare professionals from a Task Force of the American Heart Association,
the American College of Emergency Physicians, the American College of Cardiol-
ogy, the European Resuscitation Council, the Heart and Stroke Foundation of Can-
ada, the Institute of Critical Care Medicine, the Safar Center for Resuscitation Re-
search, and the Society for Academic Emergency Medicine. Resuscitation.
1996;33(1):69-84.
38. Cummins RO, Chamberlain D, Hazinski MF, Nadkarni V, Kloeck W, Kramer E, et
al. Recommended guidelines for reviewing, reporting, and conducting research on
in-hospital resuscitation: the in-hospital “Utstein style”: a statement for healthcare
professionals from the American Heart Association, the European Resuscitation
Council, the Heart and Stroke Foundation of Canada, the Australian Resuscitation
Council, and the Resuscitation Councils of Southern Africa. Resuscitation.
1997;34(2):151-83.
39. Jacobs I, Nadkarni V, Bahr J, Berg RA, Billi JE, Bossaert L, et al. International
Liason Committee on Resuscitation. Cardiac arrest and cardiopulmonary resuscita-
tion outcome reports: update and simplification of the Utstein templates for resusci-
tation registries: a statement for healthcare professionals from a task force of the in-
ternational liaison committee on resuscitation (American Heart Association, Euro-
pean Resuscitation Council, Australian Resuscitation Council, New Zealand Resus-
citation Council, Heart and Stroke Foundation of Canada, InterAmerican Heart
Foundation, Resuscitation Council of Southern Africa). Resuscitation.
2004;63(3):233-49.
40. Handley AJ, Becker LB, Allen M, van Drenth A, Kramer EB, Montgomery WH.
Single-rescuer adult basic life support: an advisory statement from the Basic Life
Support Working Group of the International Liaison Committee on Resuscitation.
Circulation. 1997;95(8):2174-9.
41. Kloeck W, Cummins RO, Chamberlain D, Bossaert L, Callanan V, Carli P, et al.
The universal advanced life support algorithm: an advisory statement from the Ad-
vanced Life Support Working Group of the International Liaison Committee on Re-
suscitation. Circulation. 1997;95(8):2180-2.
42. Bossaert L, Callanan V, Cummins RO. Early defibrillation; an advisory statement
by the Advanced Life Support Working Group of the International Liaison Com-
mittee on Resuscitation. Resuscitation. 1997;34(2):113-4.
43. Nadkarni V, Hazinski MF, Zideman D, Kattwinkel J, Quan L, Bingham R, et al.
Pediatric resuscitation: an advisory statement from the Pediatric Working Group of
the International Liaison Committee on Resuscitation. Circulation.
1997;95(8):2185-95.
44. Kloeck W, Cummins RO, Chamberlain D, Rossaert L, Callanan V, Carli P, et al.
Special resuscitation situations: an advisory statement from the International Liai-
son Committee on Resuscitation. Circulation. 1997;95(8):2196-210.
45. Guidelines 2000 for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular
care - an international consensus on science. The American Heart association in
collaboration with the International Liaison Committee on Resuscitation. Circula-
tion. 2000;46(1):1-446.
46. Chamberlain DA, Hazinski MF. European Resuscitation Council; American Heart
Association; Heart and Stroke Foundation of Canada; Resuscitation Council of
Southern Africa; Australia and New Zealand Resuscitation Council; Consejo Lati-
no-Americano de Resusucitacion. Education in resuscitation: an ILCOR sympo-
sium: Utstein Abbey: Stavanger, Norway: June 22-24, 2001. Circulation.
2003;108(20):2575-94.
47. Idris AH, Berg RA, Bierens J, Bossaert L, Branche CM, Gabrielli A, et al. Ameri-
can Heart Association. Recommended guidelines for uniform reporting of data
from drowning: the “Utstein style”. Circulation. 2003;108(20):2565-74.
48. Nolan JP, Morley PT, Hoek TL, Hickey RW. Advancement Life support Task
Force of the International Liaison committee on Resuscitation Therapeutic hypo-
thermia after cardiac arrest. An advisory statement by the Advancement Life sup-
port Task Force of the International Liaison Committee on Resuscitation. Resusci-
tation. 2003;57(3):231-5.
49. Samson RA, Berg RA, Bingham R, Biarent D, Coovodia A, Hazinski MF, et al.
Use of automated external defibrillators for children: an update: an advisory state-
ment from the pediatric advanced life support task force, International Liaison
Committee on Resuscitation. Circulation. 2003;107(25):3250-5.
50. Koster RN. Statement on AED Sign. 2008. (Acesso em 2009 nov 12). Disponível
em: http://www.erc.edu/index.php/newsItem/en/nid=204.
51. Timerman S, Gonzalez MM, Mesquita ET, Marques FR, Ramires JAF, Quillici AP,
et al. The International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR). Roll in
guidelines 2005-2010 for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovas-
cular care. Arq Bras Cardiol. 2006;87(5):e201-e208.
52. Gazmuri R, Nadkarni VM, Nolan JP, Arntz HR, Bell JE, Bossaert L, et al. Scientif-
ic Knowledge Gaps and Clinical Research Priorities for Cardiopulmonary Resusci-
tation and Emergency Cardiovascular Care Identified During the 2005 International
Consensus Conference on ECC and CPR Science With Treatment Recommenda-
tions. Circulation. 2007;116:2501-12.
53. Nolan J, Neumar RW, Adrie C, Albicki M, Berg RA, Botbiger BW, et al. Post-
cardiac arrest syndrome: Epidemiology, pathophysiology, treatment, and prognosti-
cation. A Scientific Statement from the International Liaison Committee on Resus-
citation; the American Heart Association Emergency Cardiovascular Care Commit-
tee; the Council on Cardiovascular Surgery and Anesthesia; the Council on Cardi-
opulmonary, Perioperative, and Critical Care; the Council on Clinical Cardiology;
the Council on Stroke. Resuscitation. 2008;79:350-79.
54. American Heart Association. Celebrate the 50th Anniversary of CPR: association
recruits teens to get 1 million people educated in CPR. [Acesso em 2010 fev 10].
Disponível em: www.americanheartassociation /celebrate-the-50th-anniversary-of-
cpr…/6603/.