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¿El ordenamiento jurídico de su país regula el fenómeno del abuso de o en el proceso, de vías
o institutos procesales? En caso de respuesta afirmativa, indique sumariamente cuáles son las
soluciones normativas vigentes.
A prevenção se faz pela própria repressão, que gera, ou deveria gerar, o temor da
pena e, em conseqüência, a indisposição para praticar os atos abusivos que proporcionariam
sua aplicação.
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3. CONDUTAS PROCESSUAIS ABUSIVAS
Condutas positivas:
Com forte apelo pedagógico, antes de dispor sobre as principais condutas
processuais abusivas, o Código de Processo Civil brasileiro estabelece condutas positivas pelas
quais devem se pautar todos os litigantes e aqueles que de qualquer forma participam do
processo (CPC, art. 14), a saber:
Condutas negativas:
Não obstante essa nobre estratégia, como norma jurídica que é, o Código de
Processo Civil estabelece as condutas inadmissíveis que visa a coibir.
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interpor agravo de instrumento para os tribunais superiores quando
manifestamente inadmissível ou infundado (CPC, art. 557, § 2 o)
não cumprir com exatidão os provimentos mandamentais (CPC, art. 14, V, primeira
parte)
criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais de natureza antecipatória ou
final (CPC, art. 14, V, segunda parte)
fraudar a execução (CPC, art. 600, I combinado com o art. 593)
opor-se maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos (CPC,
art. 600, II)
resistir injustificadamente às ordens judiciais (CPC, art. 600, III)
não indicar ao juiz onde se encontram os bens sujeitos à execução (CPC, art. 600, IV)
Como punição contra os atos de abuso do processo, o direito brasileiro prevê não
somente sanções de ordem pecuniária, como a multa e a indenização por perdas e danos, mas
igualmente, impedimentos ou restrições de direito processual, como a proibição de falar nos
autos, de manifestar novo recurso ou de só poder assim proceder se recolher o valor
correspondente à sanção aplicada.
A sanção para o ato abusivo pode ser, também, a decretação de sua própria
nulidade, podendo até ser proposta ação rescisória para desconstituir sentença que tenha sido
prolatada sem que a nulidade tenha sido, antes, decretada.
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Ocorre que no Brasil é previsto o crime de desobediência, previsto no art. 330 do
Código Penal – “desobedecer a ordem legal de funcionário público: pena – detenção, de quinze
dias a seis meses, e multa.” Há, pois, a permanente ameaça da aplicação das penas previstas
para esse crime, o que, evidentemente, há que ser feito na sede própria do processo penal.
Adianta-se, no entanto, que com o advento da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099, de
1995), o crime de desobediência passou a ser considerado de menor potencial ofensivo, para os
quais há vedação expressa da prisão em flagrante, retirando o caráter coercitivo prático de
valer-se deste tipo de ameaça para evitar-se o descumprimento de ordem judicial.
Há, ainda, no Código Penal, o crime de fraude processual, previsto no art. 347 –
“inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: pena – detenção de três meses a
dois anos, e multa”.
Em relação à citação indevida por edital (art. 233 do CPC), a parte incorrerá em
multa de cinco vezes o valor do salário mínimo, que reverterá em benefício do citando.
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Em relação à interposição de agravo de instrumento para dar seguimento aos
recursos excepcionais, caso manifestamente inadmissível ou infundado, a multa mantém-se
entre 1 e 10% do valor corrigido da causa.
Enquanto que o tratamento conferido pelo parágrafo único do art. 14, introduzido
no Código de Processo Civil pela Lei nº 10.358, de 2001, é coerente com seus escopos, o antigo
art. 600 e o art. 601, este alterado pela Lei nº 8.953, de 1994, revelam impropriedade de
linguagem e incongruência entre a conduta punível e a sanção prevista.
A incongruência entre a conduta punível e a sanção prevista no art. 601 está no fato
de esse dispositivo fixar como sanção uma multa destinada à parte contrária. Ora, se o bem
jurídico que se pretende proteger é a justiça, em sua dignidade ou atuação, coerente seria
destinar a multa ao Estado e não à parte contrária. Melhor é o disposto no parágrafo único do
art. 14, que confere ao Estado a multa pela prática de ato que contra ele se pratica. Ainda que a
parte contrária seja prejudicada (o que seria reparado com a indenização por perdas e danos) a
atividade de desacato representa uma ofensa ao órgão judicial.
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Cf. BRUNELA VIEIRA DE VINCENZI, A boa-fé no processo civil. São Paulo: Atlas, 2003, p. 22.
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Situação especial se encontra o advogado. Embora o próprio Estatuto da Advocacia
(Lei 8.906, de 1994) estabeleça em seu art. 32 que “o advogado é responsável pelos atos que,
no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa” e no parágrafo único desse artigo que
“em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente,
desde que coligado com este para lesar a parte contrária”, a Ordem dos Advogados do Brasil
exerceu forte pressão sobre o parlamento brasileiro quando da discussão do projeto de lei que
originou a Lei. 10.358, de 2001, para excluir o advogado da incidência das sanções previstas no
parágrafo único do art. 14, acrescentado por essa nova lei, o que de fato aconteceu. Na Câmara
dos Deputados, o projeto elaborado pelo Instituto Brasileiro de Direito Processual, que já havia
sido modificado pelo Governo Federal, antes de apresentá-lo ao parlamento, sofreu enorme
deturpação, ao excluir o advogado da incidência das sanções previstas para aquele que não
cumpre com exatidão osprovimentos mandamentais ou cria embaraço à efetivação de
provimentos jurisdicionais de natureza antecipatória ou final. Tal deturpação se deu com a
inserção, logo no início do parágrafo, da frase “ressalvados os advogados que se sujeitam
exclusivamente aos estatutos da OAB”.
Por fim, cumpre salientar que, quando se trata das condutas abusivas previstas no
art. 600 (relacionadas com o processo de execução) o Código de Processo Civil prevê a
possibilidade de o juiz relevar a pena, caso o devedor se comprometa a não mais praticar
qualquer dos atos previstos como abusivos e dê fiador idôneo que responda pela integralidade
de suas obrigações objeto da execução.
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ALCIDES DE MENDONÇA LIMA, Abuso do direito de demandar, in Revista de Processo, São Paulo: Revista dos Tribunais,
nº 19, 1980, jul.-set.
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5. FATORES PARA DETERMINAR A RESPONSABILIDADE CIVL PELO DANO PROCESSUAL
A su juicio, en la práctica: ¿cuáles son los ejemplos más frecuentes de conductas abusivas?
O recurso protelatório, sem dúvida, é a prática mais frequente e a mais difícil de ser
punida, pela dificuldade de provar o ânimo de fraudar. Não é simples infirmar um recurso
infundado e incabível como protelatório, pois há de se garantir o direito de postular e de se
valer dos recursos previstos na lei. Essa é uma garantia constitucional.
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Cf. RUI STOCO, que conclui sua obra Abuso no processo e má-fé processual (São Paulo, RT, p.150) afirmando: “Na
má-fé processual a imputação é subjetiva, na esteira da teoria do abuso do direito, da qual decorre e onde ncontra
fundamento e sustentação.”
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Considerando que a lei brasileira é extremamente rigorosa, agasalhando teorias
como o dever de veracidade das partes e da proibição da defesa abusiva, pode-se imaginar que
essas são práticas corriqueiras, impossíveis de serem objeto de pesquisa e, sobretudo, de
punição. A punição dessas práticas somente seria quantitativamente considerável caso fosse
feita opção pela responsabilidade objetiva, o que deve ser repudiado.
Não se poderia afirmar que o Brasil não regula o abuso no processo, pois há normas
em demasia. O que lhes falta, no entanto, é uma formulação técnica mais adequada, necessária
para fazer valer seus preceitos, pois hoje tornou-se muito fácil evitar a aplicação das sanções
previstas. Para tanto, sente-se falta de um sistema forte de prevenção e repressão às condutas
abusivas e atentatórias ao exercício da jurisdição e é importante salientar o papel do juiz nesse
sistema, pois a ele compete não somente certificar o direito e proporcionar as medidas práticas
necessárias à satisfação do direito já certificado, mas igualmente dirigir o processo (CPC, art.
125), assegurando às partes igualdade de tratamento, prevenindo ou reprimindo qualquer ato
contrário à dignidade da justiça.
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Todavia, o que se espera de um sistema repressor não é somente que seja forte e
eficaz, mas que proporcione tranqüilidade e confiança à sociedade. Estabelecer mais
severidade no combate ao abuso processual tem como pressuposto a melhor estrutura e
organização do poder judiciário, a fim de que este preste o serviço público ao qual é destinado
com qualidade e eficácia, mas para proporcionar à sociedade a confiança neste sistema, deve-
se dotá-la de mecanismos de controle suficientes para, em contrapartida, coibir os abusos
eventualmente cometidos pelos operadores da prestação jurisdicional.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – PROCESO DE CONHECIMENTO
TURMAS: 3DIM3/6DIV1 – 2011.1
PROF. ARTHUR LAÉRCIO HOMCI
ESPECIFICAÇÕES:
1. Essas instruções são válidas para a elaboração da resenha referentes à avaliação continuada
do 1º bimestre das turmas especificadas, no valor de 2,0 ponto, com as datas de entrega
definidas previamente com as turmas:
3DIM3: 15.03.2011
6DIV1: 16.03.2011
4. No desenvolvimento da análise crítica os alunos poderão utilizar outros textos, desde que
devidamente identificados.
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