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Reflexão sobre a
Atividade II
Nuno Miguel Oliveira
07‐12‐2010
No âmbito da atividade 2 da Unidade Curricular de Conceção e Avaliação em E‐learning, a
docente da Unidade Curricular solicitou que fosse efetuada uma discussão geral na turma,
tendo em vista a identificação dos pontos de convergência e de divergência, nos cinco textos
recomendados.
Depois de efetuada a análise atenta aos cinco textos acima referidos, começo por identificar
um ponto de convergência em todos eles, isto é, a qualidade de um curso online.
No texto “The Ideal Online Course”, os autores preocupam‐se com a definição de “Curso
Online”, bem como com os motivos que levam à sua utilização em contextos educacionais,
identificando todo um conjunto de boas práticas a seguir na construção de um curso deste
género.
No fundo, é apresentado todo um conjunto de recomendações, ao nível da conceção dos
cursos on‐line, podendo‐se dividir as mesmas em dois planos distintos:
‐ Ao nível do conteúdo;
‐ Ao nível tecnológico.
É igualmente referido que “as orientações relativas a um curso online ideal devem fazer‐se
acompanhar de procedimentos de garantia de qualidade contínua”, destacando‐se que os
autores preocupam‐se com questões relacionadas com o marketing do curso, sem colocar em
causa a sua qualidade. 1
São destacados pelos autores três aspetos, que se consideram fundamentais no plano
tecnológico, nomeadamente a referência no texto que não é suficiente a transposição dos
conteúdos dos cursos tradicionais para o ambiente web, a necessidade dos recursos de um
curso estarem de acordo com a área específica dos mesmo e a importância dada à elaboração
de guias de estudo, sessões síncronas, sessões assíncronas, utilização do e‐mail e conversação
telefónica ou online.
Os autores destacam todo um conjunto de elementos fundamentais para se obter um curso
ideal, sendo dada grande ênfase ao Guia de Estudo, no qual é indicado o conteúdo do curso, a
sua estrutura e as atividades relacionadas com o mesmo.
O Guia de Estudo deve incluir uma descrição dos objetivos de aprendizagem do curso, uma
lista dos recursos (em papel ou on‐line), bem como os trabalhos e projetos a desenvolver pelos
alunos e respetivos critérios de avaliação.
Comparando este Guia de Estudo com o Contrato de Aprendizagem, que os Estudantes do 2.º
Ciclo da Universidade Aberta aprovam, para cada unidade curricular, parece‐me que a
principal diferença consiste, basicamente, no facto do Guia de Estudo não conter uma
calendarização / cronograma das atividades.
O autor do texto considera que os principais recursos de aprendizagem de um curso online
não devem encontrar‐se disponíveis on‐line.
Ao nível dos tarefas ou dos projetos a desenvolver, estes autores consideram que podem ser
efetuados de forma individual ou em grupo, sendo valorizada a pesquisa. Esta não deve
centralizar‐se nos materiais do professor, mas também nos recursos que existem na Internet,
devendo os trabalhos ser disponibilizados online a fim de se promover o espírito crítico dos
restantes alunos.
Ao nível da comunicação, estes autores consideram que o feedback pode ser uma questão
importante, dando relevo à interação entre o conteúdo e o aluno, à interação entre os alunos
e o instrutor e à interação entre os alunos, considerando esta última a de maior importância.
A utilização do e‐mail, pelo professor, serve para este realizar o retorno das avaliações dos
alunos, sendo o mesmo utilizado entre os alunos, nomeadamente quando estão a desenvolver
um trabalho de natureza colaborativa.
Estes autores destacam, no artigo “The ideal online course”, o desenvolvimento das
competências interativas, que assentam nas linhas mestras do Modelo Construtivista. A sua
perspetiva formativa baseia‐se na motivação e na adaptabilidade (estado exploratório por
oposição a um estado de passividade e de mera recetividade).
Basicamente, poderá afirmar‐se que os autores partem da experiência da educação a 2
distância e de diversas conceções baseadas na Web, levando em consideração a evolução das
teorias de aprendizagem, a necessidade do design instrucional se ir adaptando para
desenvolver outros espaços e contextos de aprendizagem.
Passando agora à análise do artigo “Considerations for Developing Evaluations of Online
Courses”, verifica‐se que a proposta de avaliação da qualidade dos cursos online fundamenta‐
se na categorização de todo um conjunto de princípios recolhidos da revisão da bibliografia,
centrada nas práticas eficazes de ensino e aprendizagem em cursos online tendo em conta os
indicadores, segundo Chickering e Gamsom (Sete princípios de boas práticas no ensino
universitário), os princípios em que deve assentar qualquer esforço de avaliação (Paloma e
Banta), as questões que deverão orientar a construção de um bom instrumento de avaliação
(Cuseo), o artigo de Graham e tal “Applying the Seven Principles to the Evaluation of Web
Based Distance Education”, entre outros.
A definição de um quadro conceptual de itens orientadores, da avaliação da qualidade dos
cursos, resulta da comparação da presença desses princípios em itens que integrem
instrumentos de avaliação, em uso numa determinada instituição.
Os autores tinham por objetivo melhorar um formulário de avaliação dos cursos online na
Universidade da Georgia, tendo concluído que:
‐ Apenas oito dos dezoito princípios identificados foram avaliados pelos instrumentos de
avaliação analisados;
‐ Ausência de questões relacionadas com a cooperação entre os estudantes e à aprendizagem
ativa;
‐ Não foram contempladas questões ligadas ao diálogo entre o estudante e o professor, ou
entre os estudantes, nem ao feedback rápido dos docentes relativamente à receção de
trabalhos dos alunos;
‐ Muitas das questões relevantes do ensino e aprendizagem online estão ausentes dos
instrumentos de avaliação;
‐ Omissões ao nível bibliográfico relativamente às questões que avaliam a perceção dos alunos
sobre os professores;
‐ Não foram tidos em conta os princípios que subjazem às melhores práticas, do que constitui
um bom ensino aprendizagem.
Neste contexto, os autores manifestam a necessidade da construção ou da reformulação de
instrumentos de avaliação, partir das orientações de Cuseo e ter em conta os designados
“Seven Principles Of Good Pratice in Undergraduate Education”, devendo os educadores e os
professores ser incentivados a desenvolver avaliações finais específicas para o curso online.
Relativamente ao artigo “Defining, Assessing, and promoting E‐learning Sucess: An information 3
systems perspective”, os seus autores tentam apresentar um modelo de Sucesso do E‐
learning, que deverá deverá explicitar todo o processo para medir e avaliar o sucesso do E‐
learning.
Esta medição e avaliação é efetuada em três fases distintas, nomeadamente na conceção, na
disponibilização e nos resultados.
Para tal os autores partem de uma adaptação do Modelo de Sucesso do Elearning de DeLone e
MClean (2003), considerando que cada uma das fases se subdivide nos seguintes parâmetros:
‐ Conceção:
‐ Qualidade da informação
‐ Qualidade do serviço;
‐ Disponibilização:
‐ Utilização
‐ Satisfação do utilizador;
‐ Resultados:
‐ Aspetos positivos e negativos;
‐ Benefícios líquidos.
Relativamente aos benefícios líquidos, estes poderão resultar do balanceamento dos aspetos
positivos e negativos, ou de aspetos de natureza económica, nomeadamente o retorno sobre
o investimento (ROI).
Creio no entanto que os autores pretendem o beneficio líquido que resulta do balanceamento
entre os aspetos positivos e negativos.
Segundo os autores, o sucesso de um Curso de E‐learning é possível apenas se existir sucesso
ao nível da conceção, disponibilização e resultados.
Este modelo baseia‐se no paradigma do desenvolvimento dos sistemas da informação
centrados no utilizador, pretendendo avaliar e testar todas as iniciativas de E‐learning,
revelando que é necessário analisar todas as dimensões de um curso e não apenas
determinadas módulos.
No artigo “Quality Guidelines for online Courses:The Development of an Instrument to Audit
Online Units”, os autores apresentam uma lista de verificação de qualidade na qual é
abrangido um cenário online completo.
Do ponto de vista pedagógico destacam‐se as tarefas autênticas, as tarefas e ambientes
cativantes, as oportunidades de colaboração, a avaliação significativa e os recursos.
Os recursos devem encontrar‐se facilmente acessíveis aos alunos, sendo precisos e ricos ao
nível das perspetivas e do uso dos média (variável e intencional). 4
Para tal, os autores do texto defendem a disponibilização dos conteúdos e/ou recursos e
atividades num interface confiável, robusto, onde possa ser definido um plano de
aprendizagem claro, acessível e que permita a aprendizagem entre os diversos intervenientes.
Os autores do artigo pretendem desenvolver uma lista de verificação da qualidade dos cursos
online, encontrando o seu fundamentando no construtivismo social e na aprendizagem
situada, por forma a criar um quadro de referência, para uma modalidade de aprendizagem
flexível.
Por último, irei proceder à análise do artigo “E‐Learning Quality: The Concord Model for
Learning from a Distance” no qual o autor apresenta um modelo designado por Modelo
Concord.
O modelo Concord encontra‐se centrado na colaboração entre os alunos, preocupando‐se com
a dimensão das classes e com os custos.
Tem como características fundamentais a colaboração assíncrona, a facilitação através de
especialistas, a existência de níveis de confiança elevados, quer entre os alunos, quer entre
estes e o professor, existência de um cronograma bem definido, de materiais de grande
qualidade, de praticas pedagógicas e de garantias de qualidade.
A avaliação de um curso pode ser efetuada por uma avaliador externo, sendo de referir que a
disseminação do Modelo Concord é efetuada através de Meta‐Cursos como é o caso do
Teacher Learning Conference.
Neste artigo, é ainda referido o Modelo da Palestra Online e o Modelo de Correspondência
Online assumindo estes um caráter subsidiário.
Bibliografia:
ACHTEMEIER, Sue D.; MORRIS, Libby, V.; FINNEGAN, Catherine L. (2003) "Considerations for
Developing Evaluations of Online Courses". JALN 7, Issue 1.
CARR‐CHELLMAN, Allison & DUCHASTEL, Philip (2000) "The ideal online course". British Journal
of Educational Technology, Vol 31, Nº3 (229‐241).
HERRINGTON, Anthony; HERRINGTON, Jan; OLIVER, Ron; STONEY, Sue & WILLIS, Jackie (2001)
"Quality Guidelines for online Courses:The Development of an Instrument to Audit Online
Units" In G. Kennedy, M. Keppell, C. McNaught & T. Petrovic (Eds.) Meeting at the crossroads:
Proceedings of ASCILITE 2001 (pp 263‐270). 5
HOLSAPPLE, Clyde. W. & LEE‐POST Anita (2006) "Defining, Assessing, and promoting E‐learning
Sucess: An information systems perspective". Decision Sciences Journal of Innovative
Education, Vol.4 Nº1 (pp 67‐85)
TINKER, Robert (2001) "E‐learning Quality: The Concord Model for Learning from a
Distance"NASSP Bulletin, Vol. 85, No. 628, 36‐46
Lisboa, 7 de Dezembro de 2010
Nuno Miguel Oliveira