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Ex.: Parmalat quando contrata produtor rural no interior de Minas Gerais e fornece o
maquinário ela celebra um contrato e diz que a lide será resolvida em São Paulo. O STJ
diz que essas cláusulas são nulas, em razão da percepção de que os homens não são
iguais.
O CPC/73 não se presta mais como mecanismo de tutela desses novos direitos.
- 3ª onda: o processo está falido, então o que tem que ser priorizado são os mecanismos
de solução extrajudicial de conflitos. Só se não tiver jeito é que se vai demandar em
juízo. Por isso está em voga a arbitragem, aumento dos títulos executivos
extrajudiciais.
O MP está à frente do processo coletivo, e tem usado mecanismos dessa terceira onda
do acesso à justiça.
- Lei 4.717/65: 1ª lei que tratou de processo coletivo. Lei de ação popular. Aplicada até
hoje.
Execução: penhora e prisão civil por dívida de alimentos.
§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por desconto em
folha até o integral ressarcimento do dano causado, se assim mais convier ao interesse público.
O problema grave é a falta de tato dos operadores do direito com o processo coletivo.
O CPC só pode ser usado em processo coletivo supletivamente, tem que respeitar 2
requisitos:
1) Quando tem lacuna nas leis do processo coletivo;
2) A regra do CPC tem que ser compatível com o sistema do processo coletivo. Ex.: o
juiz não pode em qualquer situação julgar extinto o processo sem resolução do mérito.
Não pode extinguir o processo coletivo, ele deve chegar ao final sempre com sentença
de mérito.
Foi lançada uma proposta alternativa de se alterar a lei da Ação Civil Pública, não seria
um código, mas seria uma LACP nova. Essa lei não passou na comissão de constituição
e justiça.
“trata-se de um novo ramo do direito processual, com objeto, método e princípios próprios,
sendo, por isso, autônomo em relação ao direito processual civil individual, que estuda e
regulamenta o exercício, pelo Estado, da função de tutelar as pretensões coletivas em sentido
lato, decorrentes dos conflitos coletivos ocorridos no dia-a-dia da conflituosidade social ”
(Gregório Assagra)
• Elimina o custo das inúmeras ações individuais, torna mais racional o trabalho
do Poder Judiciário, supera os problemas de ordem cultural e psicológica que
impedem o acesso à justiça e neutraliza as vantagens dos litigantes habituais e
dos litigantes mais fortes” (Luiz Guilherme Marinoni).
A ideia é exatamente fortalecer o legitimado ativo da ação coletiva para que possa
haver uma relação de igualdade com o pólo passivo da demanda.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
A base desse inciso é o acesso à justiça que é facilitado pela via do processo coletivo.
Foi pela primeira vez que uma Constituição brasileira tratou desse tema.
No processo individual as pretensões dos que figuram no mesmo pólo devem ser as
mesmas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível
com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução
da indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985.
2. Jurisdição constitucional
Há quem defenda que pelo fato dessas ações estarem inseridas nessa classificação o MP
deve obrigatoriamente intervir. O professor não concorda com isso, pois pode ter uma
ação, como o MS, que trata de direito individual.
3. Classificação
Aquele que tem os olhos voltados para o trato das ações coletivas que tem por objeto a
tutela dos direitos difusos, individuais homogêneos e coletivos strictu sensu.
O direito difuso não pode ser fracionado, ele é indivisível e os titulares não podem ser
determinados, porque a titularidade recai sobre toda a coletividade.
• Direito das pessoas de respirar um ar atmosférico puro e ingerir água que seja
potável;
“São os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe
de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base”
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
• Direito das presidiárias de ter à sua disposição berçário nas unidades onde se
encontram custodiadas, a fim de que possam amamentar seus filhos (art. 83, §
2º, da Lei nº 7.210/84).
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis)
meses de idade.
• Direito das pessoas que adquiriram leite com soda cáustica, que havia sido
misturada nas cooperativas de produtores do triângulo mineiro (2007);
• Direito das pessoas que tiveram suas casas inundadas e suportaram prejuízos
em razão do vazamento da lama ocorrido na barragem de Mirai/MG, de
responsabilidade da mineradora Rio Pomba Cataguases (2007);
• Direito das pessoas que perderam ou tiveram que abandonar suas moradias, ou
suportaram qualquer prejuízo decorrente de dano moral ou material, em razão
da cratera formada após desabamento de obras da Linha 4 do Metrô em
Pinheiros, em São Paulo (2007);
Art. 5º, XXXV, da CF. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito
Art. 6º da CF. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição
Todos esses direitos enumerados no art. 6º, são também direitos coletivos. Aparece o
direito coletivo como principal instrumento de tutela desses direitos sociais.
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- Notícias do STF
Art. 1º LACP. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as
ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (...) IV – a
qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
Não existe um rol taxativo de direitos coletivos que devam ser defendidos. Até porque
podem aparecer situações que o legislador não pode prever. Esse rol é aberto. Isso
facilita muito a atuação dos legitimados para as ações coletivas.
Pode aparecer qualquer situação que essa será objeto de ação coletiva.
Tem uma promotoria residual – ajuíza ações coletivas cujo objeto não está atrelado às
ações de outras promotorias.
Quando é ajuizada uma ação coletiva tem que abstrair dessa ação com máxima
eficiência a tutela coletiva almejada daquele direito coletivo lesado ou ameaçado de
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Art. 460, caput, do CPC. É defeso ao juiz Art. 11 da Lei nº 4.717/65. A sentença
proferir sentença, a favor do autor, de que, julgando procedente a ação
natureza diversa da pedida, bem como popular, decretar a invalidade do ato
condenar o réu em quantidade superior impugnado, condenará ao pagamento
ou em objeto diverso do que lhe foi de perdas e danos os responsáveis pela
demandado. sua prática e os beneficiários dele,
ressalvada a ação regressiva contra os
funcionários causadores de dano,
quando incorrerem em culpa.
Art. 475-J, caput, do CPC. Caso o Art. 100, caput, da Lei nº 8.078/90
devedor, condenado ao pagamento de (FLUID RECOVERY). Decorrido o
quantia certa ou já fixada em liquidação, prazo de um ano sem habilitação de
não o efetue no prazo de quinze dias, o interessados em número compatível
montante da condenação será acrescido com a gravidade do dano, poderão os
de multa no percentual de dez por cento legitimados do art. 82 promover a
e, a requerimento do credor e observado liquidação e execução da indenização
o disposto no art. 614, inciso II, desta devida.
Lei, expedir-se-á mandado de penhora e
avaliação.
Art. 273 do CPC. O juiz poderá, a Art. 84, § 3°, da Lei nº 8.078/90. Sendo
requerimento da parte, antecipar, total relevante o fundamento da demanda e
ou parcialmente, os efeitos da tutela havendo justificado receio de ineficácia
pretendida no pedido inicial, desde que, do provimento final, é lícito ao juiz
existindo prova inequívoca, se convença conceder a tutela liminarmente ou após
da verossimilhança da alegação e: I - justificação prévia, citado o réu.
haja fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação; ou - fique
caracterizado o abuso de direito de
defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu. (tutela antecipada)
Com muito mais força no processo coletivo o juiz tem que evitar com todas as suas
forças a sentença terminativa. O juiz tem que buscar a solução de mérito a qualquer
custo. Algumas regras do processo individual não vão valer aqui no processo coletivo.
Ex.: autor de uma ação coletiva que contém um objeto importantíssimo esquece de
juntar um documento absolutamente indispensável. O juiz manda emendar no prazo
de 10 dias. O autor não traz o documento no prazo de 10 dias. O juiz vai requisitar ao
órgão onde se encontre o documento para que este apresente o documento. O juiz deve
fazer isso de ofício. Sempre que puder o juiz deve evitar o julgamento da lide sem
julgamento do mérito.
Se o autor abandonar a ação. O MP não pode desistir da ação. Mas se o autor for um
particular? O MP assume a titularidade ativa, para evitar a sentença terminativa.
O juiz dá ao processo coletivo a importância que ele tem e saber manobrar as regras.
(Gregório)
Art. 83 CDC. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são
admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva
tutela.
Art. 212 ECRIAD (= Art. 82 do Estatuto do Idoso). Para defesa dos direitos e interesses
protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
Quando se fala em processo coletivo nada impede que se possa ajuizar uma ação
coletiva declaratória ou desconstitutiva.
Se a outra parte não cumprir o MP vai ajuizar uma ação de execução, na maioria das
vezes segue o caminho do CPC.
“Os processos coletivos devem ser analisados com a máxima prioridade, até porque o interesse
social prevalece sobre o individual” (GREGÓRIO)
O que a doutrina propõe por conta da relevância do processo coletivo é que seja dado
um tratamento prioritário.
O processo coletivo em confronto com o processo individual tem que ter prioridade de
tramitação. Isso ainda não está regulamentado por lei, apesar de ter um projeto
tramitando no Congresso.
(Zaneti)
Art. 94 do CDC. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do
consumidor.
O processo coletivo deve ter credibilidade, mas isso está difícil. Além de as pessoas
devem ter conhecimento de que existe processo coletivo em curso para que elas não
contratem um advogado para propor ação no mesmo sentido (a imprensa ajuda muito
nisso).
Muitas vezes podem surgir situações em que o particular ajuíza ação que é de cunho
coletivo. No caso como esse o juiz deve encaminhar cópia para o MP a fim de que
sejam tomadas as providências.
Esse princípio complementa o anterior.
Art. 5º, § 3º, LACP. Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por
associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade
ativa.
Para o particular não existe uma imposição de ser essa ação ajuizada, nem que essa
ação seja levada até o final.
No processo coletivo, quando tem como autor um particular as mesmas regras valem,
princípio da oportunidade, e pode desistir se ajuizar, mas se a ação for ajuizada vai ter
uma busca sempre pelo mérito da resolução do conflito, podendo o MP assumir a
titularidade da ação coletiva.
Sempre que estiver diante de uma norma infraconstitucional ela deve ser interpretada
à luz da Constituição.
Todas as leis que tratam de direito coletivo se reportam à lei da Ação Civil Pública.
A LACP tem uma importância muito grande porque foi a primeira a fazer menção aos
direitos coletivos. É muito inovadora, mas não abraçou todos os institutos que deveria
abraçar.
O CDC foi integrado à LACP. Pode aproveitar sempre que necessário uma norma de
determinado corpo legislativo a uma ação coletiva qualquer. Pode pinçar uma norma
da ECA e aplicar uma ação coletiva afeta na defesa dos direitos dos portadores de
deficiência.
Ex.: Não paga pensão vai executar o sujeito, pede prisão. Pelo CPC, se não encontrar
nenhum bem passível de penhora, não pode penhorar o salário.
Art. 19 da LACP. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de
Processo Civil, aprovado pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que
não contrarie suas disposições.
O CPC foi inspirado na teoria eclética do Libman. O problema é que depois que o CPC
entrou em vigor Libman fez uma revisão e tirou a possibilidade jurídica do pedido
como condição da ação.
Art. 6º CPC. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei.
- Legitimação ordinária:
Legitimado ativo – titular do direito material lesado ou ameaçado de lesão.
Legitimado passivo – aquele que lesou o direito material da parte contrária ou está
ameaçando o direito material da parte contrária.
- Legitimação extraordinária: quando por expressa previsão legal tem a parte agindo
em nome próprio na defesa de um direito alheio. Ela é subdividida em 3:
2) concorrente – tanto pode haver o ajuizamento da ação pelo titular do direito como
pode haver ajuizamento por legitimado extraordinário. Ex.: investigação de
paternidade, o menino que nasceu e não foi registrado pelo pai, representado pela mãe
e o MP também pode ajuizar ação de investigação de paternidade por expressa
autorização legal (8.560/92) – é encaminhada uma notificação em correspondência em
envelope lacrado para o suposto pai, ele vai ao fórum e reconhece a paternidade ou
não, se não reconhece a mãe é chamada para que ela leve ao elementos de fato e o
promotor ajuíze a ação de paternidade. O autor da ação vai ser o MP, e o réu vai ser o
suposto pai. Quando se tem uma legitimação extraordinária é como se o titular do
direito tivesse ali ajuizando a ação, o autor do direito sofre os efeitos da coisa julgada
material.
Ex.: MP ajuíza ação de investigação de paternidade em Viana. A mãe muda com o filho
para a Serra contrata um advogado e ajuíza uma ação de investigação de paternidade
em nome do filho representado pela mãe. Vai haver litispendência, pois as partes são
as mesmas, o MP agiu como se fosse o titular do direito, então é como se ele fosse o
menino. Onde tiver sido operada a citação válida é o juiz prevento o outro processo vai
ser extinto sem resolução de mérito. O juiz pode conceder os alimentos de ofício,
mesmo se pedido.
3) subsidiária – ex.: concurso público, com três vagas, o primeiro colocado é nomeado,
e depois o quarto colocado é nomeado. O segundo colocado impetra um mandado de
segurança. O terceiro cocado notifica o segundo colocado para impetrar um MS, se o
segundo colocado não tomar essa providência o terceiro colocado pode impetrar o MS.
• Art. 5º, inciso LXXIII, CF/88. Qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
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• Art. 5º LACP. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
o Ministério Público, a Defensoria Pública a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade
de economia mista, bem como a associação que, concomitantemente, esteja
constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e inclua, entre suas
finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico.
• Art. 17, caput, LIA. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta
dias da efetivação da medida cautelar.
• Art. 5º, inciso LXX, CF/88. O mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, por
organização sindical ou por entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados.
• Mista: pode acontecer de uma ação coletiva ser ajuizada por um legitimado, no
curso do processo pode haver a substituição de um legitimado por outro, ou na
fase de cognição o legitimado ser um e na fase de execução o legitimado ser
outro. Permite que uma ação coletiva seja iniciada por um legitimado e
concluída por outro.
O CPC foi inspirado na teoria eclética do Libman. Depois que o CPC entrou em vigor
Libman alterou a teoria, concluindo que a possibilidade jurídica do pedido na verdade
é mérito e tirou a possibilidade jurídica do pedido da condição da ação.
• Art. 83 CDC
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas
as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz
determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
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Em nome da defesa da tutela específica é possível que o juiz altere a medida indicada
na petição inicial.
Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos,
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou
outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
O MP Federal ajuizou uma ação civil pública com o seguinte pedido: equivoco no
cálculo de correção de FGTS de todos os trabalhadores brasileiros por conta dos planos
econômicos e ganhou essa ação que transitou em julgado. Determinou a União que
fizesse a correção. Veio uma MP (governo do Fernando Henrique) redigida pelo AGU
Gilmar Mendes, acrescentando o parágrafo único no art. 1º da LACP. A EC/32
converteu em lei todas as MP que estavam em vigor. Isso é inconstitucional, pois viola
o acesso à justiça. Entraram com ADI contra esse dispositivo, mas perderam.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
III – à ordem urbanística;
IV – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
V - por infração da ordem econômica e da economia popular;
VI - à ordem urbanística.
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Quando se fala de direito difuso e coletivo latu senso não seria possível o
reconhecimento do dano moral.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO MORAL DIFUSO. Propaganda vista como ofensiva,
preconceituosa, discriminatória e apologista de crime. Legitimidade do Ministério
Público. Ilicitudes, no entanto, não ocorrentes. Mau-gosto e pobreza de idéia ferem o
intelecto, não a moral, a ética ou os bons costumes. Recurso desprovido.
(TJSP, 13ª Câmara de Direito Público, Apelação nº 5676435800, Rel. Des. Borelli
Thomaz, j. 28.7.2008)
dentro da empresa era muito nocivo e exigia o uso de protetores de ouvido pelos
funcionários e visitantes.
As conseqüências geradas pela poluição ambiental têm sido uma preocupação cada
vez maior do MP. Como as agressões ao meio ambiente, na maioria do casos, são
irreparáveis, a condenação por danos morais coletivos é vista como um importante
instrumento de combate a degradação ambiental.
O controle judicial de políticas públicas deve haver, mas deve ter uma conotação
concreta.
Necessidade e utilidade.
“Processo necessário” - as vezes o interesse de agir não surge pelo interesse da parte,
mas sim por uma imposição legal. Ex.: usucapião (ação típica de jurisdição
contenciosa).
- Utilidade: a utilização da via jurisdicional tem que trazer à parte uma vantagem, uma
utilidade do ponto de vista jurídico. A adequação está embutida na utilidade.
Falta de condição da ação é questão de ordem pública, mas apesar de em alguns casos
constatar falta de condição da ação é possível julgar procedente o pedido do autor, com
base na utilidade. Para julgar improcedente é indiscutível.
Tem uma fusão nas condições da ação quando se fala em interesse de agir
paralelamente a legitimidade. Quem tem interesse de agir nas ações coletivas é
exatamente quem tem legitimidade para essas ações.
Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis
serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for
encontrado ou no foro do domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do
domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer
foro.
§ 4o Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer deles, à escolha do autor.
Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da
coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e
nunciação de obra nova.
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em
que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo;
II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía
bens em lugares diferentes.
Art. 97. As ações em que o ausente for réu correm no foro de seu último domicílio, que é
também o competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de
disposições testamentárias.
Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu
representante.
c) onde exerce a sua atividade principal, para a ação em que for ré a sociedade, que carece de
personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se Ihe exigir o cumprimento;
V - do lugar do ato ou fato:
a) para a ação de reparação do dano;
b) para a ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios alheios.
Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de
veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.
Quando tem uma ação cujo objeto é um direito pessoal ou direito real sobre bem
móvel, a competência é fixada com base no domicílio do réu. O interesse colocado em
jogo é das partes.
Só pode haver o deslocamento da competência se for arguido a incompetência na
exceção de competência.
A regra de competência territorial de ações fundadas em direito real sobre bem imóveis
é de competência absoluta.
Existem causas eleitas como de baixa complexidade independente do valor, que são
processadas nos juizados especiais. Natureza absoluta.
Art. 94, caput. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real
sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu (relativa).
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Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da
situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição,
não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão
e demarcação de terras e nunciação de obra nova (absoluta).
Art. 100, inciso V, alínea “a”. É competente o foro do lugar do ato ou fato para a ação
de reparação do dano (relativa).
Não vai se utilizar regra do CPC para tratar da competência no processo coletivo, tem
que usar as regras que estão inseridas no microssistema de direito coletivo.
Lei nº 7.347/85, art. 2º, caput: define a competência pelo local onde tiver ocorrido o
dano, considerando-a de natureza funcional (absoluta); essa regra deve ser aplicada em
conjunto com o art. 93 da Lei 8.078.
Lei nº 8.078/90, art. 93: define a competência pelo local onde ocorreu ou deva ocorrer o
dano, mas desde que ele seja de âmbito local; caso o dano seja de âmbito nacional ou
regional, a ação deverá ser proposta no foro da Capital do Estado ou no do Distrito
Federal; (não vale só para as ações coletivas que giram em torno do direito do
consumidor)
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou
regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência
concorrente.
Lei nº 4.717/65, art. 5º: define a competência em razão da pessoa, ou seja, a ação deverá
ser proposta no foro ou juízo correspondente ao ente político interessado,
considerando-se para tanto a origem do ato objeto da causa; regra em razão da pessoa
complementando a regra fixando a competência em razão do dano.
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la
e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas
que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
Lei nº 8.069/90, art. 209: fixa a competência no local onde ocorreu ou deva ocorrer a
ação ou omissão, tratando-a como de natureza absoluta;
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou
deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais
superiores.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o
dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Fórum: prédio.
Comarca: circunscrição judiciária que pode corresponder ao território de um município
ou mais. Ex.: comarca de Nova Venécia é composta pelos municípios de Nova Venécia
e Vila Pavão.
Foro: Normalmente uma comarca corresponde a um foro. Entretanto, em razão da
existência de megalópoles, por política judiciária, criam-se as comarcas da capital para
facilitar o trabalho do judiciário, com vários foros. Comarca da grande Vitória com
foros de Vitória, Viana, Cariacica, Vila Velha.
Corresponde a uma Comar podendo haver uma comarca composta por vários foros.
Juízo: local onde o magistrado exerce a prestação jurisdicional.
Art. 2º: se o dano aconteceu em Vitória não pode ajuizar a ação em Vila Velha. Essa
competência é territorial, mas é de competência absoluta, por isso foi chamada de regra
funcional, para que fosse tratada como regra de competência absoluta.
Esse art. 2º sozinho não resolve os problemas. Até porque os danos podem se estender
por várias comarcas, por vários estados.
a) Dano local:
b) Dano regional:
c) Dano nacional:
“Nas ações civis públicas e nas propostas por entidades associativas na defesa dos
direitos de seus associados, representados ou substituídos, quando a abrangência da
lesão ultrapassar a jurisdição de diferentes Tribunais Regionais Federais ou de
Tribunais de Justiça dos Estados ou do Distrito Federal ou Territórios, cabe ao Superior
Tribunal de Justiça, ressalvada a competência da Justiça do Trabalho e da Justiça
Eleitoral, definir a competência do foro e a extensão territorial da decisão” (novo § 2º
do artigo 105 da CF).
Teria que se submeter ao STJ para saber o foro competente, e onde se repercutiria os
efeitos dessa discussão.
Art. 4º É competente para a causa o foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano
ou o ilícito, aplicando-se as regras da prevenção e da competência absoluta.
§ 1º. Se a extensão do dano atingir a área da capital do Estado, será esta a competente;
se também atingir a área do Distrito Federal será este o competente, concorrentemente
com os foros das capitais atingidas.
§ 2º. A extensão do dano será aferida, em princípio, conforme indicado na petição
inicial.
§ 3º. Havendo, no foro competente, juízos especializados em razão da matéria e juízos
especializados em ações coletivas, aqueles prevalecerão sobre estes.
Isso vai ser aferido pelo juiz de acordo com as referencias da petição inicial, e diz se é
competente ou não.
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde
ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência
originária dos tribunais superiores.
Atuação motivada pelo interesse público primário, que diz respeito a toda
coletividade.
9.2. Classificação
Se o MP for parte ele não será fiscal da lei. Não pode haver uma mudança de
orientação por conta da mudança de instância.
Sempre que o processo for coletivo o MP atua obrigatoriamente como custus iuris.
Art. 6º, § 4º, da Lei nº 4.717/65. O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe
apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos
que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato
impugnado ou dos seus autores.
Art. 5º, § 1º, da Lei nº 7.347/85. O Ministério Público, se não intervier no processo como
parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
Art. 92 da Lei nº 8.078/90. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre
como fiscal da lei.
Art. 17, § 4º, da Lei nº 8.429/92. O Ministério Público, se não intervir no processo como
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
O MP quando atua como órgão interveniente nas ações coletivas ele funciona como um
fiscal da observância do princípio da preservação dos julgamentos de mérito, evitando-
se a sentença terminativa. Seja qual for a ação coletiva se o autor originário desistir da
ação ou abandoná-la injustificadamente o MP tem obrigatoriamente ser intimado
acerca dessa desistência ou abandono.
Se o autor desiste o réu tem que concordar para que o juiz esteja autorizado a julgar o
processo extinto sem resolução do mérito. Depois da concordância do réu, ainda assim
o juiz não está autorizado a julgar extinto o processo.
Art. 5º, § 3º, da Lei nº 7.347/85. Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a
titularidade ativa.
O juiz intima o MP para que ele se manifeste quanto a assunção da legitimação ativa,
mas o MP percebe que a ação é de puro interesse público, ou a inicial é mal elaborada
que vai ser indeferida pela inépcia. O MP pode recusar? Pode, se ele pode até recusar
propor a ação promovendo o arquivamento, com muito mais razão ele pode recusar a
assunção da legitimidade ativa, mas tem que ser de forma fundamentada. Ao juiz não
resta outra solução se não extinguir o processo sem resolução do mérito.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob
pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério
Público.
Se o Conselho não concordar com o promotor o Conselho designa outro promotor para
dar prosseguimento.
Art. 472 CPC. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
beneficiando, nem prejudicando terceiros.
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É da essência do processo individual que a coisa julgada produza reflexo apenas entre
as partes da relação processual.
Só existem duas exceções a essa regra (terceiro pode se beneficiar da coisa julgada): 1)
terceiro com titular de direito material secundário ao do titular da ação (sublocatário);
2) substituição processual (legitimação extraordinária), o terceiro vai ser atingido se ele
for substituído. Ex.: MP substituindo o filho na investigação de paternidade, o filho vai
sofrer os efeitos da coisa julgada.
Art. 103, § 3°, da Lei nº 8.078/90. Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as
ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou
na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e
seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts.
96 a 99.
No processo coletivo obrigatoriamente a coisa julgada deve atingir outras pessoas além
daquelas postadas na relação jurídica processual. Alias esse é um dos objetivos do
processo coletivo, que é evitar decisões contraditórias, de tal forma que a coisa julgada
atingirá várias pessoas.
Coisa julgada in utilibus – só existe no processo coletivo quando trata de ação coletiva
cujo objeto seja referente a direitos individuais homogêneos.
Se quiser se beneficiar da ação coletiva e já tiver ajuizado ação coletiva, pode pedir a
suspensão da ação individual enquanto a coletiva é julgada, então se a ação coletiva é
julgada improcedente a ação individual continua a correr, se a ação coletiva é julgada
procedente a individual perde o interesse e é julgada extinta.
LAP:
Art. 18 da Lei nº 4.717/65. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes,
exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova;
neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
Tem coisa julgada material, e dentro disso tem a coisa julgada secundum eventum
probationem, ou seja, a sentença de mérito pode ser revisitada em outro processo
quando surgirem novas provas.
Se depois do trânsito em julgado aparecer provas novas pode ser ajuizada nova AP
com as mesmas partes, causa de pedir e pedido.
Se na AP o pedido for julgado improcedente por outro motivo essa sentença vai
produzir coisa julgada material erga omnes.
LACP:
Art. 16 da Lei nº 7.347/85. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar
outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
CDC:
Art. 103 da Lei nº 8.078/90. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada: I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do
parágrafo único do art. 81;
Art. 103 da Lei nº 8.078/90. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada: [...]
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência
por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese
prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
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Art. 103 da Lei nº 8.078/90. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada:
[...]
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as
vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.