Cap7 Sistemas Trifásicos

Circuitos Elétricos II
Capítulo 7 – SISTEMA TRIFÁSICO
VII - SISTEMA TRIFÁSICO

7.1 - Representação senoidal
As ligações monofásicas e bifásicas são utilizadas em grande escala na iluminação,

pequenos motores e eletrodomésticos. Nos níveis da geração, transmissão e utilização da
energia elétrica para fins industriais utiliza-se quase que exclusivamente as ligações
trifásicas.
Os geradores síncronos são trifásicos e são projetados de forma que as tensões geradas
sejam senoidais e simétricas, isto é, tensões de módulos iguais e defasadas entre sí de
2π
radianos.
3
As tensões de fase são referidas a um ponto comum chamado neutro (n), que pode estar
aterrado (potencial zero) ou não. Assim, as tensões de fase podem ser formalizadas pelas
equações que se seguem:
(7.1)
(7.2)
(7.3)
cujos gráficos são mostrados na Figura 7.1.
Figura 7.1 – Tensões de fase de um sistema trifásico
Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 127

vgmacedo@ufpa.br
7.2 - Representação fasorial

Em termos de fasores teremos:
(7.4)
(7.5)
(7.6)
cujo diagrama mostramos na Figura 7.2.
Figura 7.2 – Diagrama fasorial – tensões de fase
As tensões de linha dão definidas pelas equações:

(7.7)
(7.8)
(7.9)

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.3 – Diagramas fasoriais – tensões de fase e de linha
7.3 - Ligações das cargas
As cargas trifásicas industriais ( ex.: motores elétricos) são equilibradas. As cargas

monofásicas e bifásicas (ex.: iluminação, aparelhos eletrodomésticos, motores monofásicos,
etc.) devem ser eqüitativamente distribuídas entre as fases de modo que o sistema não fique
desequilibrado.
Vamos focalizar um sistema de distribuição de baixa tensão (rede secundária) a partir de

um sistema de potência, conforme mostra as Figuras 7.4, 7.5 e 7.6.

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.4 – Diagrama unifilar de um sistema de potência
Figura 7.5 - Sistema de distribuição

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.6 – Ligações das cargas
Observando a rede secundária podemos notar que algumas cargas são alimentadas por
tensão de fase e outras por tensão de linha. Assim sendo, no cômputo geral das cargas,
podemos distinguir dois tipos de ligações: estrela e triângulo (ou delta), como mostra a
Figura 7.7.

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.7 – Ligações das cargas
7.3.1 - Cargas ligadas em estrela
Figura 7.8 – Ligação estrela com neutro aterrado

vgmacedo@ufpa.br
jϕ
Considerando Za = Zb = Zc = Z e , Figura 7.8, (carga equilibrada) as correntes de fase
são dadas pelas expressões:
(7.10)
(7.11)
(7.12)
(7.13)
(7.14)
(7.15)
A Figura 7.9 mostra os diagramas fasoriais das tensões e das correntes.
Figura 7.9 – Diagramas fasoriais – tensões e correntes de fase

vgmacedo@ufpa.br
Deve-se frisar que em condições normais as cargas são equilibradas, portanto:
(7.16)
Vamos analisar uma situação em que as cargas estejam desequilibradas, isto é:

.
(7.17)
(7.18)
(7.19)
Neste caso teremos:
e como conseqüência
Considerando o neutro aterrado, teremos:

(7.20)

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.10 – Diagramas fasoriais – tensões e correntes de fase
(cargas desequilibradas)
Podemos notar que o ponto neutro permanece fixo, o que permite concluir que as quedas de
tensão nas cargas ( V a , Vb e Vc ) são equilibradas. O desequilíbrio se manifesta nas
correntes, com o aparecimento da corrente de neutro Iˆn .
A Figura 7.11 mostra uma ligação estrela com neutro isolado.
No caso do neutro isolado teremos

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.11 – Ligação estrela com neutro isolado
Nesta ligação o ponto neutro não é mais fixo, mas é livre para flutuar, isto é, assumir um
potencial determinado pelos valores das impedâncias das cargas. A Figura 7.12 mostra o
diagrama fasorial das tensões de fase.
Figura 7.12 – Diagrama fasorial – tensões de fase
(carga desequilibrada)

vgmacedo@ufpa.br
7.3.2 - Cargas ligadas em triângulo
Figura 7.13 – Ligação triângulo
jϕ
Considerando Zab = Zbc = Zca = Z e , Figura 7.13, (carga equilibrada) as correntes de
fase são dadas pelas expressões:
(7.21)
(7.22)
(7.23)
(7.24)
(7.25)
(7.26)

vgmacedo@ufpa.br
As correntes de linha são dadas pelas seguintes expressões:
(7.27)
(7.28)
(7.29)
Figura 7.14 – Diagramas fasoriais – correntes de fase e de linha

vgmacedo@ufpa.br
7.4 - Potência trifásica

A potência ativa para uma ligação monofásica pode ser calculada pela fórmula:
(7.30)
Para uma ligação trifásica:
(7.31)
Se as cargas forem equilibradas:

(7.32)
Na ligação estrela temos:
(7.33)
(7.34)
Substituindo (7.33) e (7.34) na (7.32) teremos:
(7.35)
ou
(7.36)
Na ligação triângulo temos:

(7.37)
(7.38)

vgmacedo@ufpa.br
Substituindo (7.37) e (7.38) na (7.32) teremos:
(7.39)
ou
(7.40)
As fórmulas (7.36) e (7.40) são iguais. Assim sendo, em ambas as ligações, se as cargas
forem equilibradas, a potência trifásica é calculada da mesma maneira.
7.4.1 - Método dos três wattímetros
Este método é aplicável para ligações trifásicas a quatro fios (3 fases e 1 neutro)
equilibradas ou não.
As Figuras 7.15 e 7.16 mostram respectivamente o esquema de ligação dos instrumentos e

as grandezas elétricas (em termos de fasores) aplicadas em cada
Figura 7.15 – Método dos três wattímetros

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.16 – Diagramas fasoriais – Tensões e correntes aplicadas nos wattímetros
Considerando
= = =
= = = :
(7.41)
Considerando as equações (7.33) e (7.34), temos:
(7.42)
7.4.2 - Método dos dois wattímetros
Este método é aplicável para ligações trifásicas a três fios (3 fases) equilibradas ou não.
As Figuras 7.17 e 7.18 mostram respectivamente o esquema de ligação dos instrumentos e

as grandezas elétricas (em termos de fasores) aplicadas em cada wattímetro.

vgmacedo@ufpa.br
Figura 7.17 – Método dos dois wattímetros
para cargas ligadas em estrela

vgmacedo@ufpa.br
para cargas ligadas em estrela
Considerando
= =
= = :
(7.43)
(7.44)
Somando membro a membro as equações (7.43) e (7.44):
(7.45)

vgmacedo@ufpa.br
Usando relações trigonométricas conhecidas:
(7.46)
Simplificando,
(7.47)
Finalmente,
(7.48)

vgmacedo@ufpa.br
Resumo
φ
Sistemas 3φ
B
Se :
VNA = VBN = VCN 3φ Equilibrado.
α1 = α2 = α3 = 120º 3φ Simétrico.
α
Se os fasores se diferenciam de + 120º Seq. Inversa. α
N A
Se os fasores se diferenciam de - 120º Seq. Direta.
α
Ligações mais importantes no 3φ.
– Estrela ( Y ); C
I A , I B, IC => Correntes de linha.
INA, IBN, ICN => Corrente de fase.
VAB, VBC, VCA => Tensões de linha.

A
Relações :
. .
IL = If .
VA .
I
. VC
VA Z
Vl = 3V f .
VB .
Z N Z
.
. .
I
I VC
B C
.
VB

vgmacedo@ufpa.br
∆);
Triângulo ou Delta (∆
. A
I
.
. .
VA
.
IA
ÌC
. . VC
ZC
ZA
. .
I
. IB
C
B
.
VB
ZB
Relações :
IL = 3 ⋅ I f
VL = Vf

vgmacedo@ufpa.br

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Circuitos Elétricos II

Capítulo 7 – SISTEMA TRIFÁSICO

VII - SISTEMA TRIFÁSICO

As ligações monofásicas e bifásicas são utilizadas em grande escala na iluminação,

cujos gráficos são mostrados na Figura 7.1.

Figura 7.1 – Tensões de fase de um sistema trifásico

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 127

7.2 - Representação fasorial

cujo diagrama mostramos na Figura 7.2.

Figura 7.2 – Diagrama fasorial – tensões de fase

As tensões de linha dão definidas pelas equações:

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 128

Figura 7.3 – Diagramas fasoriais – tensões de fase e de linha

7.3 - Ligações das cargas

As cargas trifásicas industriais ( ex.: motores elétricos) são equilibradas. As cargas

Vamos focalizar um sistema de distribuição de baixa tensão (rede secundária) a partir de

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 129

Figura 7.4 – Diagrama unifilar de um sistema de potência

Figura 7.5 - Sistema de distribuição

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 130

Figura 7.6 – Ligações das cargas

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 131

Figura 7.7 – Ligações das cargas

7.3.1 - Cargas ligadas em estrela

Figura 7.8 – Ligação estrela com neutro aterrado

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 132

Em termos de fasores teremos:

A Figura 7.9 mostra os diagramas fasoriais das tensões e das correntes.

Figura 7.9 – Diagramas fasoriais – tensões e correntes de fase

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 133

Deve-se frisar que em condições normais as cargas são equilibradas, portanto:

Vamos analisar uma situação em que as cargas estejam desequilibradas, isto é:

Neste caso teremos:

Considerando o neutro aterrado, teremos:

A Figura 7.10 mostra os diagramas fasoriais das tensões e das correntes.

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 134

Figura 7.10 – Diagramas fasoriais – tensões e correntes de fase

A Figura 7.11 mostra uma ligação estrela com neutro isolado.

No caso do neutro isolado teremos

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 135

Figura 7.11 – Ligação estrela com neutro isolado

Figura 7.12 – Diagrama fasorial – tensões de fase

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 136

7.3.2 - Cargas ligadas em triângulo

Figura 7.13 – Ligação triângulo

Em termos de fasores teremos:

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 137

As correntes de linha são dadas pelas seguintes expressões:

A Figura 7.14 mostra os diagramas fasoriais das tensões e das correntes.

Figura 7.14 – Diagramas fasoriais – correntes de fase e de linha

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 138

7.4 - Potência trifásica

Para uma ligação trifásica:

Se as cargas forem equilibradas:

Na ligação estrela temos:

Substituindo (7.33) e (7.34) na (7.32) teremos:

Na ligação triângulo temos:

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 139

Substituindo (7.37) e (7.38) na (7.32) teremos:

7.4.1 - Método dos três wattímetros

As Figuras 7.15 e 7.16 mostram respectivamente o esquema de ligação dos instrumentos e

Figura 7.15 – Método dos três wattímetros

Profa Dra Valquíria Gusmão Macedo 140

Figura 7.16 – Diagramas fasoriais – Tensões e correntes aplicadas nos wattímetros